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FATEC-SP – LABORATÓRIO DE SHP

PROJETO DE HIDRÁULICA – ANÁLISE CRÍTICA E DESENVOLVIMENTO

1 – ANÁLISE DO PROCESSO / EQUIPAMENTO: Procurar conhecer o processo ou o


equipamento o qual será automatizado, da melhor forma e com a maior abrangência
possível. Um pequeno detalhe que passou despercebido pode comprometer todo o
funcionamento do sistema. O projetista precisa ser criativo, mas também deve lançar mão
de soluções já consagradas, evitando-se perda de tempo e custos desnecessários.

2 – DEFINIÇÃO DOS ATUADORES: Uma vez conhecido o processo, definir os atuadores a


serem empregados: Atuadores Lineares (Cilindros Hidráulicos) e Rotativos (Motores e
Osciladores).

3 – CICLO DE TRABALHO: Estabelecer a sequência de trabalho e os movimentos da


máquina, determinando o ciclo ótimo de operação. Nesta fase é importante o uso das
Sequências Algébricas (muito comuns em sistemas pneumáticos) e das Sequências
Gráficas (Diagramas Trajeto-Passo), mais indicadas para os sistemas hidráulicos. O uso
dessa forma de representação possibilita a visualização global do sistema, observando-se
eventuais tempos mortos do processo que poderiam ser otimizados e eventuais
movimentos simultâneos, sendo então necessária a soma das vazões dos atuadores.

4 – LEVANTAMENTO DAS CAPACIDADES DO SISTEMA: Etapa fundamental para o processo.


O projetista deve ter em mente que por melhor que tenha sido o circuito hidráulico
elaborado, se algum dado fornecido estiver incorreto o equipamento não irá trabalhar a
contento ou até mesmo não funcionará. Devem ser coletados, com a maior precisão
possível, os dados de Forças e Velocidades dos atuadores lineares, Torque e Velocidades
Angulares (rotação) dos atuadores rotativos, cursos, ciclo de trabalho, capacidades
produtivas, posição física dos atuadores, atuação de cargas externas (força-peso) etc.

5 – CÁLCULO DOS ATUADORES: Efetuando-se a pré-seleção da bomba a ser empregada no


sistema – e portanto dos níveis de pressão de trabalho – são calculados os atuadores. No
caso dos cilindros, determinamos o diâmetro do êmbolo e da haste (verificação à
flambagem), adequando-se às dimensões normalizadas dos catálogos dos fabricantes. Se
necessário, deve ser recalculada a pressão de trabalho. Observar também a necessidade
do uso de sistema de amortecimento. No caso dos motores hidráulicos a seleção será feita
mediante catálogos, com base nos requisitos de torque e rotação. Uma vez definidos os
diâmetros dos atuadores e/ou capacidade dos motores, é feito então o cálculo final da
vazão da bomba. Novamente a consulta ao catálogo é fundamental, para adequarmos a
vazão real fornecida ao previamente calculado.

S H P – SISTEMAS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS


FATEC-SP – LABORATÓRIO DE SHP

6 – ESBOÇO DO CIRCUITO: Desenho do "esqueleto" do circuito hidráulico, com base nos


cálculos iniciais efetuados e nos requisitos de funcionamento do equipamento (ciclo).
Nesta etapa já podemos pensar também nas "condições marginais de funcionamento".
Essas condições são requisitos do processo que podem englobar uma condição mais
segura de operação, tanto do ponto de vista do operador como do próprio equipamento,
como também alternativas no comando e no ciclo de trabalho. Sensores que acusam o
posicionamento incorreto de uma peça ou ferramenta, alarmes e bloqueio do
acionamento ao detectarmos uma condição insegura de trabalho, seleção de ciclo de
operação (único ou contínuo) são alguns exemplos práticos dessas condições marginais.

7 – SELEÇÃO DE VÁLVULAS E DEMAIS COMPONENTES: Conforme dados de catálogo,


selecionar as válvulas de acordo com as capacidades nominais de vazão, pressão e curvas
de perda de carga. Dimensionar os acumuladores, caso sejam empregados no projeto,
além de todos os filtros necessários.

8 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA: Cálculo do diâmetro da tubulação (linhas de sucção,


retorno e pressão) e da perda de carga total do sistema (distribuída e localizada) para
determinação da pressão real a ser ajustada na válvula limitadora (condição dinâmica de
trabalho). Cálculo do calor gerado; determinação do volume do reservatório de óleo e da
eventual utilização de um trocador de calor. Não se esquecer de verificar o volume de
óleo consumido pelos atuadores. Também é importante observar o volume da tubulação,
caso os atuadores fiquem muito distantes do reservatório.

9 – FLUIDO: Indicar o fluido a ser utilizado no circuito, em função dos requisitos de


viscosidade dos componentes (principalmente da bomba) e temperatura. Obs.: Em
algumas aplicações o cliente fornecerá os dados do fluido que será empregado nesse novo
equipamento, uma vez que esse mesmo fluido já é utilizado em outros equipamentos
acionados hidraulicamente. Assim sendo, já na fase de coleta de dados essa informação
deverá ser considerada.

10 – DESENHO FINAL: Desenho definitivo do circuito hidráulico. É importante lembrar-se


de que o circuito é um resumo de todo o projeto hidráulico. Assim, todas as informações
relevantes deverão ser mencionadas no próprio esquema, independente do memorial de
cálculo. Dados de pressão de trabalho, potência instalada, volume do reservatório,
capacidades e dimensões dos atuadores serão inseridos no desenho do circuito, ao lado
dos respectivos componentes. Incluir a listagem de material, com os respectivos códigos
comerciais de fabricantes e as quantidades de cada item.

Prof. Flávio Reginato Campanholi


SHP – Sistemas Hidráulicos e Pneumáticos

S H P – SISTEMAS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS

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