Você está na página 1de 16

Universidade Federal de Goiás

Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação

Sistemas de Automação Hidráulicos e Pneumáticos

Prof. Dr. João Paulo da Silva Fonseca

PROJETO DE EXPANSÃO DE EQUIPAMENTOS DO

LABORATÓRIO DE MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO


(LAMAF) EMC/UFG

Júlia de Bessa Nogueira - 201802955

Matheus de Paula Calixtrato - 201800826

Victor Hugo Fantasia - 201602705

Goiânia, abril de 2022


RESUMO

Foi proposto a expansão de equipamentos do Laboratório de Materiais e Processos de


Fabricação (LAMAF) da EMC/UFG, a verificação se o compressor instalado é adequado às
demandas requeridas, o dimensionamento e especificação dos filtros de ar, a análise da
quantidade de água condensada durante o dia de funcionamento, a necessidade de
lubrificação dos equipamentos e o estudo do diâmetro ideal das tubulações. Foi constatado
que, para a expansão do laboratório, será necessário instalar um novo compressor, com
uma vazão maior. Consequentemente, será necessário redimensionar a tubulação do
sistema e incluir acessórios ao longo das linhas.
SUMÁRIO
Introdução 4

Objetivos 5

Análise dos compressores 6

Dimensionamento dos filtros de ar 9

Análise da lubrificação 10

Dimensionamento do secador 11

Dimensionamento de tubulações 14

Equipamentos mapeados 15

Resultados e conclusões 16
1. Introdução

O ar comprimido é um excelente meio para armazenar e transmitir energia, é


uma das fontes de força de trabalho mais utilizadas na indústria e possui
diversas vantagens, como:

Contudo, é preciso um planejamento minucioso para garantir que as


vantagens do ar comprimido estejam presentes na instalação. Para isso, é
necessário selecionar os equipamentos corretamente.

Um sistema de ar comprimido possui os seguintes elementos principais:


compressor, filtros, tubulações, conexões, elementos de trabalho e rede de
distribuição. Na figura 1 é possível ver um exemplo de uma instalação de ar
comprimido.

Figura 1 – Exemplo de uma instalação de ar comprimido

Fonte: Togawa engenharia

2. Objetivos

O objetivo deste trabalho é projetar uma expansão de equipamentos do


Laboratório de Materiais e Processos de Fabricação (LAMAF) da EMC/UFG,
conforme tabela 1. Para isso foi necessário verificar se o compressor instalado
atualmente é adequado à expansão, dimensionar e especificar os filtros de ar,
calcular a quantidade de água condensada ao longo do dia de funcionamento,
analisar a necessidade de lubrificação dos equipamentos e redimensionar as
tubulações.

Tabela 1 – Equipamentos

Fonte: documento de atividade do projeto

3. Análise dos compressores

Para escolher um compressor, é necessário avaliar os critérios de pressão de


trabalho e demanda total de ar comprimido do sistema. A tabela 2 apresenta a
pressão de operação e a quantidade de ar comprimido requisitado de cada um
dos equipamentos previstos na expansão do LAMAF. Consideramos que eles
serão utilizados 50% do horário de trabalho diário, ou seja, será considerado um
fator de utilização de 0,5. Além disso, consideramos que todos os equipamentos
funcionarão simultaneamente neste intervalo, logo o coeficiente de
simultaneidade será 1.

Tabela 2 – Demanda dos elementos previstos para expansão

Fonte: Próprios autores

Como isso, pode-se verificar que o consumo total de ar requerido pelo


sistema expandido é a soma da demanda dos equipamentos, já com a correção do
fator de carga aplicado. Logo, o compressor deve oferecer uma vazão mínima de
147,2 l/s e uma pressão de 8,3 bar.
Entretanto, visando a segurança, precisamos considerar possíveis
vazamentos nas linhas e ainda futuras expansões do sistema. Segundo o livro do
Fialho, deve-se considerar que 10% da vazão total se trata de vazamentos. Para
expansão do sistema, consideraremos que haverá uma demanda 40% maior nos
próximos anos.

Com isso, a vazão corrigida por todos os fatores torna-se 220,8 l/s.

Atualmente, o laboratório possui o compressor MOTOMIL-CMW15/175, cuja


pressão de operação varia entre 6,9 e 9,7 bar e a vazão é de 400 l/min, ou 6,67 l/s.
Portanto, o compressor atual consegue suprir a pressão máxima requerida pela
expansão, mas não consegue atender a vazão máxima necessária quando todos os
equipamentos estão ligados ao mesmo tempo.

Avaliando as curvas de compressores indicados para cada tipo de vazão, as


quais podem ser vistas na Figura 2, determinamos que a melhor opção será um
compressor de parafuso, pois dentre os que atendem à demanda de pressão
necessária, ele é o que fica menos distante da vazão máxima necessária, não
deixando o sistema superdimensionado.

Figura 2 – Curvas para seleção do tipo de compressor


Fonte: Parker

Consultando diversos catálogos, e considerando as vantagens da utilização


de um sistema com compressores maiores, selecionou-se o compressor GA 90+
10 bar, da marca AtlasCopco, suas características podem ser verificadas na Figura
3.

Figura 3– Catálogo do compressor selecionado

Fonte: AtlasCopco

Com isso, o compressor selecionado fornece até 260 l/s de vazão


trabalhando a 10 bar. Tais características atendem à demanda de expansão, bem
como possibilita futuras expansões.

4. Dimensionamento dos filtros de ar

Para o dimensionamento dos filtros, é necessário levar algumas


características em consideração. A primeira delas é a eficiência, o filtro tem que ter
alto nível de retenção de partículas, deve ter também baixa perda de carga, para
evitar perdas de energia, além disso, é importante que o filtro tenha uma vida útil
elevada. É necessário avaliar o sistema quanto à vazão da demanda e a pressão
para determinar os filtros de ar.

Para garantir a qualidade do ar nas aplicações mais críticas, selecionamos 2


filtros coalescentes, que serão instalados nas entradas da linha, sendo cada um
responsável pela metade do fluxo total da linha, ou seja, 110,4 l/s ou 467,85 cfm
cada. Sendo assim, foram escolhidos 2 filtros modelo AOP035GFX, com fator de
correção de 0,88, da marca OIL-X.

Figura 4 – Características dos filtros coalescentes

Fonte: Oil-x

5. Análise da lubrificação

Por meio dos catálogos dos equipamentos, identificamos quais deles


necessitavam de lubrificação, conforme tabela 3. Constatamos que 10 modelos
precisam ser lubrificados, sendo 22 equipamentos no total. Com isso, faz-se
necessário ter unidade de lubrificação nas redes que irão alimentar os
equipamentos indicados na tabela.
Tabela 3 – Demanda de lubrificação

Fonte: Próprios autores

6. Dimensionamento do secador

A função do secador de ar comprimido é remover qualquer vestígio de água


proveniente do sistema, deixando o ar tecnicamente seco. Para isso, é necessário
calcular qual a quantidade de água esperada no sistema com base na vazão
demandada, pressão de alimentação, umidade relativa e temperatura médias do
local da instalação.
Considerando os dados meteorológicos do site do Instituto Nacional de
Meteorologia (INMET) No aeroporto Santa Genoveva em Goiânia, a temperatura
média entre as 07:00 até 18:00 (Horário de funcionamento dos laboratórios),
encontramos uma temperatura média de 26,9ºC e uma umidade relativa do ar de
51,3%. Para fins de simplificação dos cálculos, utilizaremos o valor de 32,2ºC para
temperatura de funcionamento, 60% de U.R% e 9,7 bar de pressão do sistema.

Figura 5 – Gráfico de temperatura em Goiânia

Fonte: INMET

Tabela 4 – Conteúdo de água no ar saturado


Fonte: Fonseca

Tabela 5 – Conteúdo de água no ar ambiente

Fonte: Fonseca

Com isso, a cada 10 metros cúbicos de ar podemos considerar 0,224 litros de


água no ar ambiente e 0,035 litros de água no ar do sistema. Dessa forma, temos
que:

𝑉𝑥 = ℎ * 𝑄𝑓 (𝑉𝐴 − 𝑉𝑠)

𝑉𝑥 = 12 * 3600 * 220, 8 (0, 0000224 − 0, 0000035)

𝑉𝑥 = 180, 28 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑎

Para a seleção do secador, foi considerado a vazão total do sistema, a qual


corresponde ao valor de 220,8 l/s, com isso, analisando vários catálogos,
encontramos o modelo FX14 da marca AtlasCopco, o qual corresponde à um
secador por refrigeração e pode ser verificado na Tabela 6.
Tabela 6 – Catálogo Secadores AtlasCopco

Fonte: Fonseca

7. Dimensionamento de tubulações

Para o seguinte estudo, utilizamos como base o método sugerido por Fialho,
que faz uso da equação 1 para determinar os diâmetros internos da linha. A linha
principal é mostrada na figura 6, juntamente das singularidades presentes.

Equação 1 - diâmetro da tubulação

Onde:

● d = diâmetro interno da tubulação;


● Q = volume de ar consumido no pior cenário [m³/h]
● Lt = L1 + L2 comprimento total da linha tronco [m]
● ΔP = queda de pressão admitida [kgf/cm²]
● P = Pressão de regime [kgf/cm²]

Como base para o nosso estudo, utilizaremos o seguinte sistema como


representação da nossa linha de distribuição:

Figura 6 - Layout proposto para o projeto de expansão

Fonte: Próprios autores

Dessa forma, podemos utilizar a tabela 7 como base para os nossos cálculos
com todas as singularidades do sistema proposto.

Tabela 7 – Cálculo das singularidades do sistema

Com isso, considerando que cada linha secundária tenha 6 metros de


comprimento, podemos concluir que LT = 267,68. Utilizando a fórmula 1,
considerando a perda de carga admitida de 0,3 kgf/cm², podemos concluir que a
tubulação principal necessária para suportar o sistema desenhado, tem diâmetro
mínimo calculado de 80,48 mm.

8. Equipamentos mapeados

De acordo com o estudo apresentado, serão necessários os seguintes itens


para expansão do novo sistema de ar comprimido:

● 1 compressor GA 90+ 10 bar, da marca AtlasCopco: vazão de 220,8 l/s


e pressão de 8,3 bar;
● 2 filtros modelo AOP035GFX, com fator de correção de 0,88, da marca
OIL-X. Com fluxo de 110,4 l/s cada;
● 1 Secador Atlas Copco FX 14, Tensão: Trifásico 460V/60Hz,
capacidade de entrada: 424,0 pcm (200,0 l/s), pressão de Trabalho:
16,0 bar (232 psi), Perda de Carga: 0,25 bar (3,63 psi).
● 12 Conexão (T) PPR TOPFUSION TE200A 7 5 Joelho 90° PPR
TOPFUSION JO500A

9. Resultados e conclusões

O novo dimensionamento revela que a rede de ar comprimido anteriormente


instalada não é adequada à nova demanda. Ambos compressores que existem no
sistema, cada um com capacidade de cerca de 6,7 l/s não supririam a demanda
calculada de 220,8 l/s.

Além disso, a unidade secadora anteriormente dimensionada para uma


geração de no máximo 13 l/s não suportariam a nova demanda. De maneira
semelhante, será necessário a troca das tubulações da rede principal para a
utilização de tubos de 90 mm de espessura, que é a solução comercial mais
próxima dos 80,5 mm requeridos pelo sistema.
10. Referências

TRAINING, PARKER. Dimensionamento de redes de ar comprimido. 2006.

FIALHO, A. B. Automação Hidráulica: Projetos, Dimensionamento e Análise de Circuitos. 6.


ed. São Paulo: Érica, 2012. 288 p.;

https://portal.inmet.gov.br/dadoshistoricos

https://www.vemag.com.br/novo/wp-content/uploads/2018/11/OIL-X-dh-BR.pdf

https://www.atlascopco.com/content/dam/atlas-copco/compressor-technique/oil-free-air/docu
ments/GA%2090+%20-%20160%20(VSD+)_EN.pdf

Você também pode gostar