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Análise do poema "Ode Triunfal" de Álvaro

de Campos

(1)

1.1- De acordo com a primeira estrofe o sujeito poético encontra-se


numa fábrica sobre uma luz forte das grandes lâmpadas elétricas.

1.2- O “eu” estabelece uma relação de trabalho com o ambiente visto


que este parece trabalhar na fábrica.

(2)

2.1- O estado febril do sujeito poético está presente nos seguintes


versos (“Tenho os lábios secos…”-V.10); (“E arde-me a cabeça…”-V.12).
Este delírico é consequência da presença do sujeito no ambiente
da fábrica visto que esta gera um dinamismo através das máquinas,
este ambiente pode ser marcado pelas sensações excessivas e pelos
ruídos.

2.2- Sentidos:

1)Visão→(“Ó rodas, ó engrenagens,r-r-r-r-r-r-r eterno!”-V.5);(”Grandes


trópicos humanos de ferro e fogo e força”-V.16);(”Andam por estas
correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes volante”-V.23)

2)Paladar→(“Por todas as papilas fora de tudo com que eu


sinto!”-V.9);(“Tenho os lábios secos,...”-V.10)

3)Audição→(“...,ó grandes ruídos modernos,”-V.10);(“De vos ouvir


demasiadamente de perto”-V.11)

4)Tato→(“Fazendo-me um acesso de carícias ao corpo numa só carícia


à alma.”-V.25)
5)Olfato→(“...,tornar-me passento”-V.30);(“A todos os perfumes de
óleos e calores e carvões”-V.31)

2.3- (Não percebi)

(3)

3.1- O novo conceito de belo que nos é apresentado é totalmente o


contrário do tradicional de beleza clássica de harmonia e proporção. Em
vez disso, ele propõe uma nova estética que valoriza a feiura, o caos e
a violência.
Assim, o novo conceito de belo proposto por Álvaro de Campos valoriza
a experiência sensorial e emocional, em contraposição à ideia de uma
beleza perfeita e idealizada.

(4)

4.1-O poema demonstra a presença do elogio à modernidade em vários


aspectos.
No início do poema a energia e a dinâmica da cidade moderna são
exaltadas: "À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica /
Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza
disto."
Este descreve o progresso técnico e científico continuando a elogiar a
modernidade: "A cidade é enorme e brilha / Como um túmulo à luz. /
Saio da tumba e, à luz maior, / Vejo que além da cidade há outra
cidade."
A máquina é exaltada como uma força vital e criativa, em vez de uma
ameaça à natureza ou ao homem: "As máquinas trabalham e falam / E
a fábrica, com o seu bater de martelos, tem a religiosidade dum ritmo
natural."

4.2-No poema Campos celebra a cidade de Lisboa e a sua modernidade


triunfante, transformando-a em um símbolo de uma nova era de
progresso e inovação. Ao fazer isso, ele utiliza uma linguagem
grandiosa e épica, que evoca imagens poderosas e imponentes, como a
"Cidade que desce das alturas da utopia à rua", ou "a cidade que pula e
avança". Tudo isso contribui para criar uma sensação de grandeza e
magnificência que caracteriza a poesia épica.

4.3-O poema "Ode Triunfal", de Álvaro de Campos, apresenta diversos


recursos estilísticos que contribuem para a sua intensidade e impacto
emocional:
→Apóstrofe: recurso que consiste em interpelar, invocar ou dirigir a
palavra a uma pessoa, entidade ou objeto, presente ou ausente. No
poema, há várias apóstrofes, como por exemplo: "Ó automóveis
apinhados de pândegos e de tédio!" (verso 22), "Ó fábricas, ó
laboratórios, ó ferrovias, ó elétricas" (verso 41) e "Ó rodas, ó
engrenagens, r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r" (verso 70). Essas
interpelações servem para intensificar a voz do poeta, convocando
objetos e instituições a participarem da sua celebração, num tom de
exaltação e euforia.
→Anáfora: repetição de uma palavra ou expressão no início de várias
frases ou versos. No poema, a anáfora é usada com frequência, como
no verso inicial: "Triunfal!" e em diversas outras passagens, como
"Glória!" (versos 9, 23 e 42), "Alegria!" (versos 10 e 11), "Magnífico!"
(verso 13) e "Oh!" (verso 55). A anáfora reforça a carga emocional do
poema, criando um ritmo incisivo e persuasivo que arrasta o leitor.
→Aliteração: repetição de sons consonantais, geralmente no início de
palavras próximas. No poema, há várias aliterações, como "pândegos e
de tédio" (verso 22), "ruas rápidas" (verso 24), "fumo e ferro" (verso 29),
"fábricas, ó laboratórios, ó ferrovias" (verso 41) e "Rufo de rodas,
estrepitar de ferragens" (verso 59). A aliteração cria um efeito sonoro
marcante, que se combina com o sentido das palavras para criar uma
atmosfera sensorial intensa.
→Anástrofe: inversão da ordem normal das palavras na frase. No
poema, há vários exemplos de anástrofe, como "Terras da Beira, e
Elvões, e Marachões, / Um frio de caveiras / Por entre os cornos dos
bodes esgalgados" (versos 49-51). A anástrofe confere um ritmo mais
solene e arcaico ao poema, evocando o tom grandioso e épico dos
antigos hinos.
→Enumeração: sucessão de palavras ou expressões que indicam um
conjunto de elementos. No poema, há diversas enumerações, como
"Os bêbados e os estropiados / Os aleijados e os idosos / Os tristes que
ninguém quer" (versos 19-21) e "As sinfonias da Arrábida / E as coisas
lá do alto / O luar sobre as pedras que rolam na estrada / O cheiro das
salsichas nas tabernas

4.4-O poema "Ode Triunfal" é um dos principais exemplos do futurismo


na literatura portuguesa.Algumas marcas de futurismo/sensacionismo
presentes no poema são:
→Fragmentação do discurso: O poema apresenta uma estrutura
fragmentada, com versos curtos e interrupções constantes, que refletem
a visão caótica do mundo moderno;
→Aceleração: A velocidade é uma das principais obsessões dos
futuristas, e o poema exalta o ritmo acelerado das máquinas e da vida
moderna;
→Anulação da pontuação: O uso da pontuação é mínimo no poema,
criando uma sensação de continuidade e fluidez;
→Metáforas ousadas: O poema apresenta metáforas ousadas, como a
comparação do poeta com um "cão raivoso" e a descrição do sangue
como "vinho divino";
→Uso de onomatopeias: O poema usa onomatopeias para imitar o som
das máquinas, como "trovoada infernal" e "clamor estridente".

4.5-O tema da "Ode Triunfal" é a exaltação da modernidade, da


tecnologia e do progresso industrial, contrastando com a decadência da
sociedade portuguesa da época.
O título "Ode Triunfal" sugere a ideia de uma celebração do sucesso, da
vitória, da conquista. Nesse sentido, o poema é uma espécie de hino em
honra das realizações humanas que, na visão do poeta, representam
um triunfo sobre as dificuldades e obstáculos da vida moderna.
Assim, o tema da "Ode Triunfal" se relaciona diretamente com o título do
poema, pois ambos refletem a ideia de um triunfo da modernidade e da
tecnologia sobre as limitações do passado.
(5)
a- O tipo de modalidade é a modalidade indicativa, pois o poeta está a
expressar um fato, que é o ato de cantar, sem nenhum tipo de dúvida ou
incerteza. A indicação da ação de cantar é feita de forma afirmativa e
objetiva, sem nenhum tipo de subjetividade ou especulação.

b- O tipo de modalidade é a modalidade expressiva, também conhecida


como modalidade emotiva ou modalidade subjetiva. Isso porque o poeta
expressa a sua opinião, o seu ponto de vista, a sua emoção e o
julgamento pessoal em relação às corrupções políticas, não apenas
descrevendo um fato de forma objetiva.

c- O tipo de modalidade é a modalidade expressiva. Isto porque o poeta


expressa os seus sentimentos e emoções em relação ao objeto do seu
amor. Ele faz uma afirmação subjetiva em relação aos seus
sentimentos, expressando-os de uma forma intensa e pessoal.

d- O tipo de modalidade é a modalidade indicativa. Nesse caso, o poeta


expressa uma ideia factual, um acontecimento que é certo e
incontestável. A modalidade indicativa é utilizada para expressar uma
realidade objetiva, sem nenhum tipo de dúvida ou incerteza.

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