1.1- De acordo com a primeira estrofe o sujeito poético encontra-se
numa fábrica sobre uma luz forte das grandes lâmpadas elétricas.
1.2- O “eu” estabelece uma relação de trabalho com o ambiente visto
que este parece trabalhar na fábrica.
(2)
2.1- O estado febril do sujeito poético está presente nos seguintes
versos (“Tenho os lábios secos…”-V.10); (“E arde-me a cabeça…”-V.12). Este delírico é consequência da presença do sujeito no ambiente da fábrica visto que esta gera um dinamismo através das máquinas, este ambiente pode ser marcado pelas sensações excessivas e pelos ruídos.
2.2- Sentidos:
1)Visão→(“Ó rodas, ó engrenagens,r-r-r-r-r-r-r eterno!”-V.5);(”Grandes
trópicos humanos de ferro e fogo e força”-V.16);(”Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes volante”-V.23)
2)Paladar→(“Por todas as papilas fora de tudo com que eu
sinto!”-V.9);(“Tenho os lábios secos,...”-V.10)
3)Audição→(“...,ó grandes ruídos modernos,”-V.10);(“De vos ouvir
demasiadamente de perto”-V.11)
4)Tato→(“Fazendo-me um acesso de carícias ao corpo numa só carícia
à alma.”-V.25) 5)Olfato→(“...,tornar-me passento”-V.30);(“A todos os perfumes de óleos e calores e carvões”-V.31)
2.3- (Não percebi)
(3)
3.1- O novo conceito de belo que nos é apresentado é totalmente o
contrário do tradicional de beleza clássica de harmonia e proporção. Em vez disso, ele propõe uma nova estética que valoriza a feiura, o caos e a violência. Assim, o novo conceito de belo proposto por Álvaro de Campos valoriza a experiência sensorial e emocional, em contraposição à ideia de uma beleza perfeita e idealizada.
(4)
4.1-O poema demonstra a presença do elogio à modernidade em vários
aspectos. No início do poema a energia e a dinâmica da cidade moderna são exaltadas: "À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica / Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto." Este descreve o progresso técnico e científico continuando a elogiar a modernidade: "A cidade é enorme e brilha / Como um túmulo à luz. / Saio da tumba e, à luz maior, / Vejo que além da cidade há outra cidade." A máquina é exaltada como uma força vital e criativa, em vez de uma ameaça à natureza ou ao homem: "As máquinas trabalham e falam / E a fábrica, com o seu bater de martelos, tem a religiosidade dum ritmo natural."
4.2-No poema Campos celebra a cidade de Lisboa e a sua modernidade
triunfante, transformando-a em um símbolo de uma nova era de progresso e inovação. Ao fazer isso, ele utiliza uma linguagem grandiosa e épica, que evoca imagens poderosas e imponentes, como a "Cidade que desce das alturas da utopia à rua", ou "a cidade que pula e avança". Tudo isso contribui para criar uma sensação de grandeza e magnificência que caracteriza a poesia épica.
4.3-O poema "Ode Triunfal", de Álvaro de Campos, apresenta diversos
recursos estilísticos que contribuem para a sua intensidade e impacto emocional: →Apóstrofe: recurso que consiste em interpelar, invocar ou dirigir a palavra a uma pessoa, entidade ou objeto, presente ou ausente. No poema, há várias apóstrofes, como por exemplo: "Ó automóveis apinhados de pândegos e de tédio!" (verso 22), "Ó fábricas, ó laboratórios, ó ferrovias, ó elétricas" (verso 41) e "Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r" (verso 70). Essas interpelações servem para intensificar a voz do poeta, convocando objetos e instituições a participarem da sua celebração, num tom de exaltação e euforia. →Anáfora: repetição de uma palavra ou expressão no início de várias frases ou versos. No poema, a anáfora é usada com frequência, como no verso inicial: "Triunfal!" e em diversas outras passagens, como "Glória!" (versos 9, 23 e 42), "Alegria!" (versos 10 e 11), "Magnífico!" (verso 13) e "Oh!" (verso 55). A anáfora reforça a carga emocional do poema, criando um ritmo incisivo e persuasivo que arrasta o leitor. →Aliteração: repetição de sons consonantais, geralmente no início de palavras próximas. No poema, há várias aliterações, como "pândegos e de tédio" (verso 22), "ruas rápidas" (verso 24), "fumo e ferro" (verso 29), "fábricas, ó laboratórios, ó ferrovias" (verso 41) e "Rufo de rodas, estrepitar de ferragens" (verso 59). A aliteração cria um efeito sonoro marcante, que se combina com o sentido das palavras para criar uma atmosfera sensorial intensa. →Anástrofe: inversão da ordem normal das palavras na frase. No poema, há vários exemplos de anástrofe, como "Terras da Beira, e Elvões, e Marachões, / Um frio de caveiras / Por entre os cornos dos bodes esgalgados" (versos 49-51). A anástrofe confere um ritmo mais solene e arcaico ao poema, evocando o tom grandioso e épico dos antigos hinos. →Enumeração: sucessão de palavras ou expressões que indicam um conjunto de elementos. No poema, há diversas enumerações, como "Os bêbados e os estropiados / Os aleijados e os idosos / Os tristes que ninguém quer" (versos 19-21) e "As sinfonias da Arrábida / E as coisas lá do alto / O luar sobre as pedras que rolam na estrada / O cheiro das salsichas nas tabernas
4.4-O poema "Ode Triunfal" é um dos principais exemplos do futurismo
na literatura portuguesa.Algumas marcas de futurismo/sensacionismo presentes no poema são: →Fragmentação do discurso: O poema apresenta uma estrutura fragmentada, com versos curtos e interrupções constantes, que refletem a visão caótica do mundo moderno; →Aceleração: A velocidade é uma das principais obsessões dos futuristas, e o poema exalta o ritmo acelerado das máquinas e da vida moderna; →Anulação da pontuação: O uso da pontuação é mínimo no poema, criando uma sensação de continuidade e fluidez; →Metáforas ousadas: O poema apresenta metáforas ousadas, como a comparação do poeta com um "cão raivoso" e a descrição do sangue como "vinho divino"; →Uso de onomatopeias: O poema usa onomatopeias para imitar o som das máquinas, como "trovoada infernal" e "clamor estridente".
4.5-O tema da "Ode Triunfal" é a exaltação da modernidade, da
tecnologia e do progresso industrial, contrastando com a decadência da sociedade portuguesa da época. O título "Ode Triunfal" sugere a ideia de uma celebração do sucesso, da vitória, da conquista. Nesse sentido, o poema é uma espécie de hino em honra das realizações humanas que, na visão do poeta, representam um triunfo sobre as dificuldades e obstáculos da vida moderna. Assim, o tema da "Ode Triunfal" se relaciona diretamente com o título do poema, pois ambos refletem a ideia de um triunfo da modernidade e da tecnologia sobre as limitações do passado. (5) a- O tipo de modalidade é a modalidade indicativa, pois o poeta está a expressar um fato, que é o ato de cantar, sem nenhum tipo de dúvida ou incerteza. A indicação da ação de cantar é feita de forma afirmativa e objetiva, sem nenhum tipo de subjetividade ou especulação.
b- O tipo de modalidade é a modalidade expressiva, também conhecida
como modalidade emotiva ou modalidade subjetiva. Isso porque o poeta expressa a sua opinião, o seu ponto de vista, a sua emoção e o julgamento pessoal em relação às corrupções políticas, não apenas descrevendo um fato de forma objetiva.
c- O tipo de modalidade é a modalidade expressiva. Isto porque o poeta
expressa os seus sentimentos e emoções em relação ao objeto do seu amor. Ele faz uma afirmação subjetiva em relação aos seus sentimentos, expressando-os de uma forma intensa e pessoal.
d- O tipo de modalidade é a modalidade indicativa. Nesse caso, o poeta
expressa uma ideia factual, um acontecimento que é certo e incontestável. A modalidade indicativa é utilizada para expressar uma realidade objetiva, sem nenhum tipo de dúvida ou incerteza.