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título
A palavra ode tem origem grega e significa “cântico laudatório de uma pessoa ou
acontecimento”. O adjetivo triunfal significa “grandioso”. Assim, o título da ode dá-nos a
sensação de algo grandioso, tanto no conteúdo como na forma. Por outras palavras, “Ode”
porque é uma composição poética destinada a cantar algo de elevado, e “Triunfal” pois é a
celebração da modernidade, da civilização técnica e industrializada.
introdução
- Universalidade: “E outra vez a fúria de estar indo ao mesmo tempo dentro de todos
os comboios / De todas as partes do mundo” (vv. 60-61); O eu expande-se numa
identificação com todos os locais urbanos: a era moderna é cosmopolita e sem fronteiras
geográficas, daí a evocação de vários espaços das grandes metrópoles
conclusão:
- Relação com a introdução: “Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!” (v. 107) –
desejo frustrado de abarcar por inteiro toda a realidade e toda a humanidade, apesar de
todo o esforço literário empregue no cântico.
A apetência para experimentar tudo de todas as maneiras leva-o a querer ser toda a gente
ao mesmo tempo. Esta confusão de identidades é o resultado da vida moderna que assiste
à compressão do tempo e do espaço, com as consequências que se adivinham ao nível da
personalidade.
Estrutura externa
- Classificação da composição poética
- Classificação estrófica, métrica e rimática
Linguagem
- Diferentes registos de língua: - Linguagem corrente - “Ah, poder exprimir-me todo
como um motor se exprime!” (v. 26); “Mas, ah outra vez a raiva mecânica constante!” (v. 58);
- Literária - “O burro anda à roda, anda à roda, /E o mistério do mundo é do tamanho disto.”
(vv. 50-51);
- Intercalada com momentos linguísticos marcados pelo excesso, como, por exemplo -
«Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, /Rasgar-me todo, abrir-me
completamente, tornar-me passento/A todos os perfumes de óleos e calores e
carvões/Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!» (vv.29-31).
Estilo
- Inovação poética:
Rutura ao nível do conteúdo:
- o uso de palavras completamente prosaicas (comuns ou vulgares);
- o canto excessivo da civilização industrial (a “flora estupenda, negra, artificial e insaciável!”
[v. 32] das fábricas)
- e a ousadia de abordar alguns aspetos negativos da sociedade (“Progressos dos
armamentos gloriosamente mortíferos! / Couraças, canhões, metralhadoras, submarinos,
aeroplanos!” [vv. 39 e 40]).
- Estruturas rítmicas:
Apesar do comprimento dos versos, predomina o ritmo rápido e frenético, sobretudo devido
à pontuação, às interjeições e às onomatopeias: “Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo,
ferreando,” (v. 24); “Ó fazendas nas montras! ó manequins! ó últimos figurinos!” (v. 33); No
entanto, há momentos em que o verso longo confere um ritmo lento à ode “Só porque
houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão, / E pedaços do Alexandre Magno do
século talvez cinquenta, / Átomos que hão de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do
século cem” (vv. 20-22)
Recursos expressivos
- Anáfora – “Olá grandes armazéns com várias secções! / Olá anúncios elétricos que
vêm e estão e desaparecem!/ Olá tudo com que hoje se constrói, com que hoje se é
diferente de ontem! (vv. 35-37)”
- Metáfora – “flora estupenda, negra, artificial e insaciável» (v. 32); «sou o calor
mecânico e a eletricidade!” (v.32)
- Onomatopeia – “r-r-r-r-r-r-r eterno” (v. 5); “Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá! / Hé-la!
He-hô! H-o-o-o-o! / z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!” (vv. 104-106)
- Interjeição – “Ó” (v. 34); “Ah” (v. 26); “Olá” (v. 35); “Eh” (v. 69), “Eia” (v. 83)