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O Grau III se inicia com uma discussão sobre os “quatro pilares do Templo” – Saber, Querer,
Ousar e Calar. Frequentemente, esses termos são mal entendidos, ou até mesmo entendidos de
forma incompleta, portanto eu adicionarei algumas palavras minhas àquelas escritas por Bardon a
esse respeito.
Saber: Isso não significa apenas o ato de se estufar a mente com fatos e imagens.
Somente isso não ajudará a ascensão mágica do estudante. Na verdade, o tipo de conhecimento
que é importante ao mago aspirante é aquele ganhado pelo estudo combinado com a prática.
Como qualquer estudante sério de Alquimia lhe informará, somente o estudo teórico não torna
alguém um Alquimista. É apenas colocando em prática o que alguém aprendeu com o estudo que
o verdadeiro conhecimento surge. Isso é o que leva à Compreensão e, com o tempo, à Sabedoria.
Querer: O Querer não se refere apenas ao poder da vontade mágica de se triunfar sobre
todos os obstáculos, mas também à habilidade de se invocar a sensação de absoluta certeza de que
a vontade é concreta. Isso é especialmente importante quando se usam afirmações e a imaginação
plástica. O Querer aumenta com a prática – é algo que pode ser cultivado. Com uma forte
vontade, muitas portas que permanecem fechadas à pessoa comum se abrem para o mago.
Contudo, nunca a vontade do mago deveria ser algo violento que destroça uma barreira de modo
inconsequente. O tipo de vontade que o mago possui é como a força inegável da água corrente –
ela penetra obstáculos ao contorná-los, e não ao obliterá-los.
Ousar: Isso se refere a uma vontade corajosa de se enfrentar quaisquer obstáculos e
encarar qualquer desafio que confronta o mago. Na origem da coragem se encontra a habilidade
de se controlar o medo e ultrapassar os limites. Isso não significa que se deveria ignorar o medo,
porque é uma parte natural e importante de nosso mecanismo de autopreservação. Tudo que Ousar
significa é que, quando o medo surge, ele deveria ser tratado como um pedaço de informação de
valor e, quando apropriado, ser ignorado. Exceto em situações de risco de morte verdadeiro, o
mago não permite que o medo se torne uma barreira ao progresso. Esse aspecto do Ousar se
manifesta ao estudante iniciante especialmente no que diz respeito ao trabalho de introspecção e
automudança. Frequentemente, vemos coisas em nós mesmos que levam coragem para encarar e
triunfar sobre. Uma boa meditação para se aumentar a coragem é se considerar exatamente quais
as consequências de uma situação marcada pelo medo podem ser. Exceto por morte ou
desmembramento, as consequências da maioria das situações são menores e são normalmente
exageradas, por causa do próprio medo. Existem também outros métodos para se aumentar a
coragem. Por exemplo, eu tenho um medo inato de altura, e, portanto, eu escolhi, por um curto
tempo, me tornar um lavador de janelas. Isso requeria que eu subisse umas escadas bastante altas,
mas, ao praticar a minha precaução, eu fui capaz de ir além do meu medo. Eu ainda tenho um
medo inato de altura, mas agora eu sei que meu medo excede o perigo real e ele não mais me
impede de eu testar meus limites.
Calar: Este é provavelmente o menos compreendido dos quatro pilares. Alguns tomam
essa declaração como se significasse que absolutamente nenhuma palavra sobre magia ou a
experiência de alguém com ela deveria ser proferida, mas isso não é o caso. Se fosse para ser
assim, porque, por exemplo, Bardon teria escrito e ensinado como ele fez? Na sua origem, o Calar
se dirige a duas preocupações: ao ego pessoal e à santidade das experiências mágicas. A parte do
nosso ego humano que requer aprovação de outros deve ser contida pelos estudantes de magia.
Aqui, silêncio sobre a natureza e a extensão das experiências mágicas e das habilidades é muito
proveitosa. Se começamos a bradar sobre como todo-poderosos nós somos, alimentamos essa
necessidade de ego e nos tornamos distraídos de nosso propósito superior. Ao mantermos nosso
silêncio a esse respeito, evitamos inflar essa parte de nosso ego e fazemos com que seja muito
mais fácil para nós mesmos a enfrentarmos. Também vale a nota de que experiências mágicas são
de uma natureza muito íntima e pessoal. Sua intimidade é facilmente violada quando falamos
sobre os detalhes dessas experiências com os outros. Tal violação sutilmente diminui a
importância dessas experiências e faz um desserviço ao estudante. Particularmente, eu não tenho
problema em discutir os rudimentos da magia, mas eu nunca falo sobre os detalhes íntimos de
minhas experiências. Eu considero isso uma vantagem à minha própria ascensão e recomendo
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essa tática também para você. Essa forma de silêncio constrói uma carga muito poderosa de
intimidade em suas experiências, a qual é inalcançável em quaisquer outras maneiras.
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cada detalhe, ouça cada som e sinta cada sensação. Olfato e paladar podem também ser
adicionados à visualização.
Uma vez que você tenha dominado esta técnica com seus olhos fechados, prossiga ao
experimento com seus olhos abertos. Você a terá dominado quando for capaz de alcançar a mesma
qualidade de envolvimento na sua cena do mesmo modo que fez com seus olhos fechados.
Em sequência, vem um exercício onde você monta uma cena não familiar ao seu redor.
Trabalhe com ela como antes, com o máximo de sentidos que lhe parecer apropriado. Comece
com seus olhos fechados e então, quando o exercício for dominado, mude para o trabalho com os
olhos abertos. Trabalhar com uma cena que não é familiar a você requer um grau maior de
inventividade e esse é, essencialmente, o objetivo dessa variação.
Agora, nos voltamos à visualização de vários animais, usando muitos sentidos. Comece
com animais estacionários e domine a visualização deles com os seus olhos fechados e então com
olhos abertos. [Nota: Isso é uma projeção, não uma cena ao seu redor.]
Em seguida, ponha esses animais em movimento e trabalhe primeiramente com os olhos
fechados, e depois com os olhos abertos. Como anteriormente, comece com animais que são
familiares a você e então passe para animais não familiares.
Os exercícios finais desta seção contêm a visualização de seres humanos. Comece com
humanos familiares e projete a imagem deles, sem som ou cheiro ou movimento, primeiro com os
olhos fechados e então com os olhos abertos. Então passe para o mesmo exercício com humanos
não conhecidos.
Isso completa a Instrução Mágica do Espírito para o Grau III. No fim desses exercícios,
suas habilidades com visualização criativa devem ficar bem treinados. Você deve ser capaz de se
colocar dentro de qualquer cena que você deseje, por quanto tempo que deseje, enchê-la de
quaisquer animais e humanos que você deseje, e ser capaz de empregar qualquer um dos sentidos
que deseje.
Perguntas e Respostas
No fim, elas deveriam ser tão reais que, quando você se aproxima para tocá-las, você fica
surpreso que elas não possuem substância física. O seu grau de detalhe deveria ser tão exato que
você não pode separá-las visualmente dos artigos genuínos.
2) Por que eu preciso trabalhar primeiro com os meus olhos fechados e então com os
meus olhos abertos?
Essas são ambas habilidades de valor para o mago praticante. Começamos primeiro com
os seus olhos fechados, porque isso é geralmente uma forma mais fácil de se aprender o exercício
básico. Uma vez que ele tenha sido dominado com os olhos fechados, então é relativamente mais
fácil dominar o exercício com os olhos abertos. A mesma qualidade da visualização de vários
sentidos deveria ser alcançada com os olhos abertos e do mesmo modo que com os olhos
fechados.
3) Qual é a diferença entre uma visualização que flutua no ar à minha frente e uma na
qual eu entro?
Essas são duas habilidades valiosas para o mago praticante. Um exemplo da visualização
“que flutua no ar” é a imaginação de um relógio fazendo tique-taque que se encontra numa
parede. Aqui, existe pouco envolvimento direto com a própria visualização.
Um exemplo da visualização do tipo multissensorial “entre no meio dela” é a imaginação
de uma sala inteira ao seu redor. Aqui, existe um envolvimento íntimo com a visualização e você
pode empregar todos os cinco dos seus sentidos ao mesmo tempo.
Os exercícios começam com o tipo “que flutua no ar” de visualização multissensorial
porque esse é um modo mais fácil de aprender a técnica básica e torna a transição ao tipo “entre
no meio dela” muito mais fácil.
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Quando essa fase de inalação e de contemplação for concluída, você deve então expirar
magicamente (com a respiração pelos poros através do corpo inteiro) a mesma quantidade do
Elemento que você inspirou. A ideia aqui é a de que você deveria se livrar de todo o excesso do
Elemento que você já tinha inspirado. Use o mesmo número de expirações e inspirações, mas se
assegure de que você expirou exatamente a mesma quantidade que você inspirou.
Isso é importante porque é prejudicial à saúde permanecer com um excesso do Elemento
por um período extenso de tempo após o seu exercício. Do mesmo modo, é pouco saudável ir ao
extremo oposto e tirar do seu corpo a quantidade normal de um Elemento. Em outras palavras,
expire nem menos nem mais do Elemento que você inspirou.
Domine esse exercício primeiro com os seus olhos fechados, e então domine-o com os
seus olhos abertos. Nunca negligencie esse hábito de se trabalhar com os olhos fechados e então
com os olhos abertos, porque ele se tornará uma habilidade importante depois no treinamento,
quando você aplicar essa técnica em sua prática diária.
Quando você tiver dominado a inspiração e a expiração mágica do Elemento Fogo e
aumentou a sua capacidade até trinta inspirações, passe para o trabalho com o Elemento Ar. Não
trabalhe com o Elemento Ar um dia e o Elemento Ar no outro etc. Em vez disso, domine um
Elemento por vez e trabalhe na ordem que Bardon recomenda. Esse sequenciamento é importante
e o estudante é aconselhado a segui-lo exatamente.
A Instrução Mágica da Alma do Grau III está completa quando você conseguir inserir
cada um dos quatro Elementos em seu corpo com facilidade igual e com seus olhos abertos ou
fechados.
Perguntas e Respostas
2) As direções dizem para aumentar devagar as minhas inspirações. Isso significa que
eu estou “dinamicamente” acumulando os Elementos? Como isso é diferente do
exercício do Grau IV?
Nos exercícios do Grau III de respiração dos Elementos, existe um grau de acumulação e
ele se torna dinâmico (radiante), mas não há a verdadeira condensação dos Elementos. A
“condensação” dos Elementos acontece no Grau IV. Mais sobre essa diferença se segue.
A sua sensação de cada Elemento deveria ser muito nítida. Você não precisa pegar um
termômetro e medir a sua temperatura corporal, mas deveria progredir ao ponto onde você sente,
de forma definida, um aumento na temperatura geral do seu corpo. Do mesmo modo, você deveria
sentir os atributos de cada um dos Elementos como uma coisa física. Com a Água, você deveria
sentir o seu corpo se tornar mais frio; com o Ar, mais leve; e com a Terra, mais pesado.
Primeiro, esses fatores lhe ajudam a entrar em contato com o próprio Elemento.
Segundo, a formação da imagem (cor e forma) e a sensação associada com uma coisa é uma
grande parte da prática posterior. Com o tempo, você aprenderá a formar não apenas a imagem e a
sensação, mas também o tom musical e o significado de qualquer força que você pretende projetar
magicamente. Depois em CVA e especialmente CVQ Bardon fala de uma “concentração de três
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sentidos” e uma “ação quadripolar” baseada nas correspondências elementais. Esses exercícios do
Grau III formam a base para essas habilidades mágicas futuras.
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Esse exercício será completo quando você for capaz de acumular uma carga dinâmica de
trinta respirações da força vital dentro de seu corpo inteiro e então for capaz de expirar a mesma
quantidade de força que você acumulou.
O próximo exercício só deveria ser experimentado depois de você ter dominado o
exercício acima. Esse exercício envolve a liberação explosiva da energia vital acumulada
diretamente de volta para o universo. A expiração é evitada e esse é um método muito mais rápido
de se liberar uma acumulação. Mas essa prática requer um certo grau de resistência, porque pode
ser prejudicial a um corpo não acostumado com o dinamismo de uma acumulação da força vital.
Para iniciar, acumule a força vital através da respiração pelos poros do corpo inteiro.
Quando você estiver pronto para soltar a força vital, faça isso de uma vez só. Pode ajudar amarrar
essa expulsão a uma única expiração, mas se uma única expiração não for suficiente no início,
então expire a força vital que resta. Com a prática, você se tornará capaz de expulsar a inteira
acumulação em uma só explosão completa.
O exercício final dessa seção é aprender a acumular e soltar a força vital de cada um dos
seus órgãos e partes do corpo. [Nota: é aconselhável que você não acumule a força vital no seu
cérebro ou no seu coração (especialmente se você tiver qualquer doença do coração).
Simplesmente respirar a força vital para dentro e para fora desses dois órgãos é muito benéfico,
mas acumular a força vital neles não é benéfico nem necessário. Isso se deve à natureza elétrica
de sua função.]
Comece acumulando sete respirações da força vital para dentro da parte do corpo ou
órgão (aumentando por uma inspiração com cada exercício) e siga, expirando o mesmo número de
respirações da força vital que você inspirou. Quando isso tiver sido dominado com todas as partes
e órgãos do corpo, passe para o trabalho com a expulsão explosiva da força vital acumulada. A
técnica é a mesma da expulsão de corpo inteiro, mas você precisará de maior cuidado para não
abusar de seus órgãos individuais. Trabalhe primeiro com a expulsão explosiva de pequenas
quantidades de energia acumulada e, na medida em que sua plasticidade aumenta, passe para
acumulações maiores, mais dinâmicas.
Perguntas e Respostas
1) Bardon parece usar a palavra “acumulação” para definir duas coisas diferentes.
Por favor, explique.
Isso não é tão difícil quanto possa soar, se você dominou a disciplina mental dos Graus
anteriores. O melhor método é pegar um mapa dos órgãos internos, e com isso como seu guia,
faça o melhor para achar a localização de cada órgão. Continue tentando localizar seus órgãos até
que você consiga sentir cada um deles.
A base dessa técnica é a “transposição da consciência” descrita em detalhe maior no
material do Grau IV. Esse trabalho do Grau III serve como uma introdução aos aspectos mais
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No fim do Grau III, você deveria ser capaz de sentir cada órgão e cada parte do corpo
com grande clareza. Por cada órgão ser diferente, cada um será sentido de um modo um pouco
diferente – alguns você sentirá muito intimamente, e outros menos. Eu não posso predizer
exatamente o que você sentirá com cada órgão, portanto depende de você decidir se você o sentiu
o suficiente.
Por você estar movendo seu próprio corpo mental para uma parte do seu próprio corpo
físico, é relativamente fácil que você conecte a sua consciência à matriz astral em particular do
órgão ou parte do corpo e sentir o que essa parte sente. É por isso que as lições na transposição da
consciência começam com seu próprio corpo e ENTÃO progridem, no Grau IV, para a
transferência da sua consciência para objetos externos e seres. Uma vez que você tenha dominado
essa técnica dentro de seu próprio corpo, é mais fácil fazer o mesmo tipo de projeção para corpos
externos.
4) Por que é aconselhado que eu não acumule dinamicamente nem condense a força
vital no meu coração e cérebro?
A natureza elétrica da força vital é tal que interfere com o funcionamento elétrico do
coração e do cérebro. Portanto, não é sábio acumular uma energia ou Elemento neles. Uma
acumulação passiva ou um banho desses órgãos são seguros, porque não existe uma acumulação
verdadeira da energia / Elemento. Dessa maneira, é seguro acumular uma carga dinâmica na
cabeça inteira ou na área do peito, porque não há acumulação no cérebro ou no coração
individualmente – em outras palavras, a acumulação se espalha pela região e não se particulariza
somente no órgão.
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Leia essa seção com cuidado e planeje sua própria maneira de usar as faculdades mágicas
pelas quais você se esforçou tanto. As opções disponíveis a você são quase ilimitadas, e fazer uso
de suas habilidades só as melhorará. Seja criativo e inventivo e se lembre de SEMPRE aderir ao
seu código moral.
Perguntas e Respostas
Isso depende do propósito da sua impregnação e do tipo de objeto que você está
impregnando. Se a sua impregnação é feita para afetar a saúde de um ser vivo, use a força vital
dourada. Se a sua impregnação é feita para transferir uma ideia específica, então você está se
apoiando apenas no princípio do Akasha da força vital e importa pouco que tipo você usa. Se você
está impregnando um objeto inanimado, como uma esfera de cristal, então o tipo de força que
você usará dependerá do seu objetivo – se o seu propósito é afetar outros objetos inanimados, use
o tipo de força branco, mas se é para afetar matéria viva, use o tipo de força dourado. Isso pode
soar meio confuso, mas, realmente, com a prática, se tornará claro.
Não, você não PRECISA, mas eu lhe contarei agora que você fará bem em, pelo menos,
se familiarizar com essas técnicas. Como você usa a sua magia está inteiramente nas suas mãos.
Contudo, essas são técnicas valiosas que você precisará dominar antes de progredir nos Graus
seguintes. Uma vez que você as tenha dominado, importa pouco se você decide usá-las
constantemente na sua prática mágica – a única coisa que importa nesse momento é que você as
domine.
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