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13/12/2019 Estudando o Liber Null #06 – Liber Lux: Evocação e Servidores - Magickando

Estudando o Liber Null #06 – Liber Lux: Evocação e


Servidores
by Marcos Keller 2 anos ago one comment

Hail!

Praise the Sun e o que funciona folks!!!

Magickando Estudando o Liber Null chegou!

Se quiser (e você quer, eu sei) ler as partes anteriores dessa coluna, clique para ver a introdução AQUI, sobre os
exercícios do Liber MMM AQUI,

Hoje falaremos sobre Evocação! Parta do pré suposto de que é possível o contato com entidades, sejam elas
alienígenas à psiquê humana ou um desdobramento com aparente individualização para melhor interação com o
consciente.

Ah! O Vinícios da Penumbra Livros, vulgo Sor Penumbra, tem um texto ótimo sobre Servidores, e o ponto de vista
exposto por ele ali é muito semelhante ao que pretendo abordar, vários conceitos expostos por ele lá são abordados
aqui também (aliás, os textos do Blog da Penumbra são muito bons!).

A palavra vem do latim “evocare” e significa “mandar chamar”, no caso para fora do seu corpo, sendo uma
manifestação que se presume externa e em alguma instância independente do Evocador. Aqui são válidos tanto o ato
de chamar, quanto o ato de criar.

O QUE SÃO E QUANDO USAR?


Servidores são algo como ideias autônomas/entidades/ações parcialmente ou totalmente independentes do magista.
Seus usos são múltiplos e limitados pela criatividade de quem os emprega, é habitual que um mago possua
servidores pessoais de Defesa, Ataque, Saúde e Financeiro, que são como magias autônomas ou parcialmente
autônomas que ficam sempre ativas e cuidando e desenvolvendo essas áreas enquanto o mago esta vivendo a vida
comum e banal, mas existem servidores para uso em estudos, como armadilha para inimigos, como companhia, para
conseguir companhia, sexo, e uma infinidade de possibilidades.

Um servidor é especialmente útil graças a permanência e autonomia, por não precisar ser esquecido como o Sigilo,
penso que o Sigilo se alimenta do “vazio” na sua mente, por jogá-lo no inconsciente, o Servidor já se alimenta da
lembrança, quase como uma obsessão em miniatura, a atenção dá força a ele. Depois de devidamente alimentado e
trazido a vida, ele mantem sua ação até ficar sem energia, ser destruído pelo mago criador ou se for especificado em
sua criação para adormecer após a realização da tarefa.

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TIPOS DE ENTIDADES
Pete simplifica em três fontes de entidades, as Descobertas, as Categorizadas e as Autorais, não é esse os termos que
ele usa, mas prefiro assim. Mas antes… preciso dar umas explicações aqui, termos como “tulpa” podem ser usados
para outras definições, como um termo genérico para projeções mentais, mas aqui neste post estamos nos referindo a
entidades. E recentemente rolou uma polêmica sobre o uso do nome, sinceramente, foda-se. Outra coisa, a definição
abaixo é a minha definição pessoal atual, é o que tem funcionado para mim, não é a regra-canônica-ad-aeternum-
lê-olah-amém, é só um parâmetro, use essa ou tenha a sua ou não tenha nenhuma, resista a assaltos, coma verduras e
leia a p.00060 do Principia Discórdia. E na dúvida pau-no-seu-cu.

Entidades Descobertas – Normalmente por Clarividência, são entidades que tem um estatus de “pré-existentes”,
podem até ser fruto de criação autoral de um povo ou coletivo àgrafo, cujo registro vem de uma tradição oral/não
escrita.
Elementais: Forças naturais normalmente selvagens e amorais. Gnomos, Silfos, etc;
Totens: Semi-divindades, em sociedades tribais costumam ser “descobertas” e alimentada por “seguidores”, pela
sua semelhança com egrégoras podem ser criadas também, uma característica importante que o Sr Penumbra
lembra em seu texto é o ato de “devorar” e assimilar outros totens em especial de povos derrotados que algumas
dessas “entidades” possui, Levi Strauss tem um livrão chamado Pensamento Selvagem que desenvolve um pouco
dessa ideia;
Deuses ágrafos: Egrégoras antigas reveladas pela vivência, muitas vezes baseadas em algum heroi mítico que
pode ou não ter existido materialmente, são facilmente reconhecidas e percebidas, possuem muito poder
acumulado, podem possuir “elementos que as acompanham” e em certa medida as “definem”. Os deuses de
origem africana como Ogun, Exu e Oxum ou entidades indígenas como Jaci, Tupã, Nhagá, etc..
Entidades Categorizadas – Oriundas de Grimórios.
Egrégoras: Entidades criadas pelo pensamento e intento coletivo de um grupo, possui função específica mesmo
que não tenha uma “forma clara”. Como o Hue BR e a baleia azul e dependendo da sua percepção, os Goétios;
Tulpas: São como servidores mas não possuem funções especificas, sendo mais genéricos, versáteis e com maior
área de atuação, normalmente trabalham em troca de aumento de inteligência e consciência de sí próprio, tendem
a ser bastante poderosas com o tempo. Criaturas ficcionais que ultrapassaram seus autores, como Sherlock
Holmes, Superman e James Bond são bons exemplos de Tulpas nesse sentido. No Discordianismo são os Santos
de 1º Classe, Santos Imaginários, por serem “humanos” ideais e assim muito melhores que os reais;
Deuses Revelados: Egrégoras antigas reveladas e representadas em escritos, e por meio destes “grimórios”
podem ser conhecidas e invocadas, são facilmente reconhecidas e percebidas, possuem muito poder acumulado e
tendem a possuir também uma “representação”, uma imagem cristalizada de si. As muitas representações do
Deus Cristão, Krishna, Ishtar, Odin, Zeus e qualquer outra divindade;

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Humanos Divinizados: Pessoas que já viveram (as vezes que ainda vivem, é mais raro mas acontece) e atingiram
status de divindade, por receberem adoração e reconhecimento. Jack Kirby, Crowley, Spare, John Lennom, etc.
São os Santos de 2ª Classe no Discordianismo, os Santos Reais (de que foram reais, não sendo essa uma
expressão de qualidade).
Autorais.
Servidores: Criados pessoais com funções especificas alimentados pelo mago;
Atavismos: como definidos na visão de Austin Osman Spare.

Existem também uma galera difícil de definir, ou que podem ter duas ou três definições, como dito anteriormente a
proposta acima é um parâmetro, mas por exemplo, tenho pouca experiência com magia Enochiana, simplesmente
não sei se os encaixo como Elementais, Tulpas ou Deuses. Ou os daemons Goétios, dependendo da sua relação e
experiência com eles podem considera-los outra coisa que não egrégoras, que é a percepção que tenho deles e de
suas capacidades. Enfim, é um parâmetro apenas, e uma discussão de anos, assim como a questão de serem
entidades externas (inteligências transhumanas), internas (arquétipos psicológicos), ou ambos. Vamos discutir.

FAZENDO O SEU SERVIDOR

Elemental simples segundo o Liber Null

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1. Junte um apanhado de símbolos que sejam significantes para


você e que demonstrem a função do servidor.
2. Componha os símbolos como em um sigilo.
3. Banimento antes do ritual.
4. Quando estiver satisfeito com o símbolo, entre em gnose e
visualize a doação de energia para o símbolo, ativando suas
propriedade e com ele tomando vida. Um ritual que simule
um nascimento ou uma fecundação pode ser útil, como
descrito pelo Pete na tradição Ofídica (p.42, 2ºp), ou mesmo
através de estímulo sexual solitário (a famosa
punheta/siririca).
5. Guarde o Sigilo
6. Banimento para voltar a consciência Konsensual.
7. Utilizando um Servidor de Outra Fonte
8. Encontre o Sigilo do Servidor que pretende usar.
9. Estude sobre ele, conheça seu nome, leia sobre, entenda a
razão do seu símbolo e nome e use a leitura de tarot para
sacar qualé da entidade (abaixo).
10. faça um espaço específico para a manifestação do servidor, o
método da Goétia é interessante, você em um círculo e o ser
invocado em um triângulo a uma certa distância de você, isso
reforça que ambos são distintos em espaços distintos.
11. Banimento antes do ritual.
12. Entre em gnose, invoque e visualize a sua vinculação com o
Servidor.
13. Banimento para voltar a consciência Konsensual.

Outras forma de trazer um servidor a existência é através do que Pete chama de Teurgia, que seria longas orações e
cerimoniais, um problema é que quanto mais complexo o cerimonial, mais distrações são acrescentadas. Em rituais
longos é aconselhado na minha opinião, que outra pessoa cuide da parte operacional e você se preocupe em sentir e
viver o momento.

Sobre a Goécia Pete lembra que existe uma característica adicional na experiência com esse segmento de espíritos,
o Terror, usado para paralisar funções periféricas da mente e deixar o Kia trabalhar. Se você conseguir deixar o Kia
trabalhar.

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Pete também fala sobre o uso de sangue em ritos, sangue é uma representação da energia que da a vida, usá-lo é uma
manifestação física do ato de dar energia em gnose. Podemos arriscar uma discussão sobre o sangue ter propriedades
mágicas intrínsecas ou se é a consciência e o Kia que atribuem e relacionam propriedades mágicas a um objeto
inerte que é o sangue, dependendo da sua experiência e tradição sua visão sobre isso pode ser diferente. De toda
forma usar seu sangue costuma ser mais eficaz que o dos outros. Eu particularmente NÃO aconselho você a colocar
seu sangue em NADA que não seja feito por você, e as vezes nem isso, ou, nas palavras do autor “o poder de
controlar sacrifícios de sangue normalmente traz consigo a sabedoria de evita-los, favorecendo outros métodos”.

Depois de criado o servidor, utilize seu símbolo, seu nome em uma gnose leve para conversar com ele. Em minha
experiência pessoal, servidores recém criados podem não “conversar” com o mago, mas com o tempo rola a
sensação de uma “certeza de que foi ouvido” ou até uma “voz em eco no fundo da cabeça”.

DESTRUINDO SEU SERVIDOR


Caso queira se livrar de um servidor que esteja causando problemas (e servidores mal feios podem sim causar
problemas) ou que já tenha cumprido sua função, você pode desativa-lo ou destruí-lo. Em ambos os casos a
destruição do sigilo inicial é uma parte importante seguido da visualização da sua energia dada ao sigilo sendo
devolvida ao seu corpo, reabsorvida. Para a destruição, depois de destruído o sigilo e reabsorvido a energia, esqueça
o símbolo, servidores dependem da lembrança. Para desativar, salve uma cópia do sigilo em um livro de espíritos e
reinvoque quando precisar.

SERVIDORES COLETIVOS
Esse é um tema bastante polêmico, e ao longo de 2017 parecem ter ganhado uma maior força nas comunidades de
magos do caos brasileiras, particularmente, não tenho nada contra servidores coletivos, em especial quando feitos
em um grupo de magos amigos e conscientes da criação, entidades assim tendem a ser bastante eficientes e
poderosas. Porém quando você não conhece o mago é meio arriscado, uma vez que você não tem acesso ao
“material original da criação”, o delineamento original do Servidor, sua função, e pode rolar vampirismos ou até
coisas mais complicadas.

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A própria lógica dos servidores coletivos é meio estranha se você pensar. O Pete ensina como montar um servidor
para você através de uma combinação de símbolos que te façam sentido e que corroborem com a ação que o
Servidor deva desempenhar, se você tem alguma experiência com runas, é a mesma mecânica do Runebind, não me
admire que a origem possa ser a mesma inclusive, pois então, partindo disso, dependendo de como foi a combinação
para montar o servidor feito por outro, você nem consegue perceber quais foram os símbolos empregados, talvez
eles nem te façam sentido.

Como o servidor funciona então? Pode-se pensar que já que você desconhece o sentido original do símbolo, e
utilizar o servidor lhe deu alcance e resultados semelhantes a outros é um indicativo de que o servidor possua
alguma dimensão de existência não restrita ao ambiente psicológico individual, ou que existe um grua de divinação
para a compreensão dessas coisas sutis. De toda forma, normalmente é preciso testar. Mas fica esperto em o que
testa e faça as defesas necessárias, se não é tipo colocar pendrive de origem duvidosa no seu PC sem passar um
antivírus, aqui vale outra boa máxima da magia:

Se você não sabe o que ta fazendo, não faça!

Ou faça, mas não reclame!

Ou reclame, mas resolva!

Ou não.

Confesso que dou uma testada de leve em vários servidores, sempre com o máximo de segurança, porém para uso
cotidiano e contínuo, particularmente penso em fazer eu mesmo um com funções próximas e que se encaixam em
minha necessidade.
Outro cuidado é que costumo passar servidores alheios por um processo de divinação com o Tarot para perceber
qual é a do servidor, perguntando a origem, função, prós e contras.

Leitura de tarot para sacar qualé a do servidor

Coloque o Sigilo/Símbolo/Nome do Servidor na mesa, e


disponha as cartas em Cruz, começando do meio (1), seguindo
para a direita (2), baixo (3), esquerda (4) e acima (5).

Carta 1 – Qual a função do servidor/A função descrita é a que


ele executa?

Carta 2 – Qual a Origem/Necessidade que trouxe vida ao


Servidor?

Carta 3 – Qual o “Temperamento” do Servidor?

Carta 4 – Qual/Existe uma “Função Oculta” no Servidor?

Carta 5 – O que o Criador quer/ganha com o Servidor?


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