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2ª FASE – Futurismo/Sensacionalismo
Nesta fase, Álvaro de Campos celebra o triunfo da máquina, da energia mecânica e da
civilização moderna. Sente-se nos poemas uma atração quase erótica pelas
máquinas, símbolo da vida moderna. Campos apresenta a beleza dos “maquinismos
em fúria” e da força da máquina por oposição à beleza tradicionalmente concebida.
Exalta o progresso técnico, essa “nova revelação metálica e dinâmica de Deus”. A
“Ode Triunfal” ou a “Ode Marítima” são bem o exemplo desta intensidade e totalização
das sensações. A par da paixão pela máquina, há a náusea, a neurastenia provocada
pela poluição física e moral da vida moderna.
Futurismo
Dissolução do “eu”
A dor de pensar
Conflito entre a realidade e o poeta
Cansaço, tédio, abulia
Angústia existencial
Solidão
Nostalgia da infância irremediavelmente perdida (“Raiva de não ter trazido o
passado roubado na algibeira!”, Aniversário)
NOTAS:
Álvaro de Campos surge quando “sente um impulso para escrever”.
A sensação é tudo. O sensacionismo torna a sensação a realidade da vida e a base
da arte. Álvaro de Campos é quem melhor procura a totalização das sensações, mas
sobretudo das perceções conforme as sente.
Há a vontade de ultrapassar os limites das próprias sensações, numa vertigem
insaciável, que o leva a querer “ser toda a gente em toda a parte”.
Mas, passada a fase eufórica, o desassossego de Campos leva-o a revelar uma fase
disfórica, a ponto de desejar a própria destruição.
Depois de exaltar a beleza e da força da máquina por oposição à beleza
tradicionalmente concebida, a sua poesia revela um pessimismo agónico, a dissolução
do “eu”, a angústia existencial e uma nostalgia da infância irremediavelmente perdida.
Assunto:
Estrutura Interna:
Podemos dividir o poema em três partes:
» Introdução (1.ª estrofe):
Características:
A temporalidade unificada
Aniversário:
Está presente na terceira fase poética do escritor.
Breve análise:
No passado, o sujeito poético sentia-se feliz, porque era amado pela sua família, que o
fazia sentir-se acarinhado e importante. No presente, sente-se amargurado, por ter
perdido as pessoas e a felicidade da sua infância. Hoje, o eu lírico sente-se só e
infeliz, desesperando-se pela consciência de que não poderá recuperar a felicidade
que sentia no passado. O passado é associado à vida e o presente é conotado
negativamente, correspondendo à morte; ao primeiro momento associa-se uma
inconsciência feliz, que se opõe à consciência do horror do presente.
Na primeira estrofe do poema, o sujeito poético recorda com saudades a sua infância.
Na segunda estrofe, manifesta a consciência do seu presente angustiante. Em
seguida, entre as estrofes três e seis, é revelada a sua profunda desilusão face à sua
vida atual, ampliada pela consciência de que não poderá recuperar o passado perdido.
Na penúltima estrofe do poema, o sujeito poético mostra o seu desespero, que se
configura na expressão da falta de um objetivo para a vida. Finalmente, são expressas
as suas saudades do passado, de uma forma já conformada.
O poema pode ser dividido em 2 partes: