Você está na página 1de 13

DA MAIS ALTA JANELA DA MINHA CASA

Alberto Caeiro

ALBERTO CAEIRO


Nasceu em 1889, aps Fernando Pessoa ter escrito mais de trinta poemas num s dia; O seu nvel de escolaridade o ensino primrio; Poeta ligado Natureza; Defende que pensar obstruir a viso: pensar estar doente dos olhos; Viveu grande parte da vida no campo; Escreveu o Guardador de Rebanhos; considerado o poeta da Natureza; Morre em 1915, vtima de tuberculose.

      

TEMAS


Objectivismo: - Poeta da Natureza; Sensacionismo: - Predomnio das sensaes visuais e auditivas; Antimetafsico: - Recusa do pensamento. Pantesmo Naturalista: - Deus est em todo o lado.

Da mais alta janela da minha casa Com um leno branco digo adeus Aos meus versos que partem para a Humanidade. E no estou alegre nem triste. Esse o destino dos versos. Escrevi-os e devo mostr-los a todos Porque no posso fazer o contrrio Como a flor no pode esconder a cor, Nem o rio esconder que corre, Nem a rvore esconder que d fruto. Ei-los que vo j longe como que na diligncia E eu sem querer sinto pena Como uma dor no corpo. Quem sabe quem os ter? Quem sabe a que mos iro? Flor, colheu-me o meu destino para os olhos. rvore, arrancaram-me os frutos para as bocas. Rio, o destino da minha gua era no ficar em mim. Submeto-me e sinto-me quase alegre, Quase alegre como quem se cansa de estar triste. Ide, ide de mim! Passa a rvore e fica dispersa pela Natureza. Murcha a flor e o seu p dura sempre. Corre o rio e entra no mar e a sua gua sempre a que foi sua. Passo e fico, como o Universo. Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XLVIII"

O sujeito potico pensa que os seus versos tm de ser vistos pela humanidade.

Da mais alta janela da minha casa Com um leno branco digo adeus Aos meus versos que partem para a Humanidade.

O poeta escreveu com objectivo de toda a gente ler:

Escrevi-os e devo mostr-los a todos

Alberto Caeiro tem uma relao simblica com a natureza e, nos seus poemas esto sempre mencionados elementos da natureza.

FLOR

RIO

RVORE

FRUTO

MAR

GUA

Como a flor no pode esconder a cor, Nem o rio esconder que corre, Nem a rvore esconder que d fruto.

Comparao com a natureza para enfatizar a ideia que no pode escond-lo do mundo.

Quem sabe quem os ter? Quem sabe a que mos iro?

Estas interrogaes tm como objectivo mostrar o estado de esprito do sujeito potico, que se mostra confuso e com dvidas.

Rio, o destino da minha gua era no ficar em mim. Submeto-me e sinto-me quase alegre, Quase alegre como quem se cansa de estar triste.

O sujeito potico acaba por se resignar com a partida dos seus poemas para a humanidade

SIMBOLISMO

LENO BRANCO

FLOR

RIO

- Paz

- Beleza

- Sentimentos

Passo e fico, como o Universo.

Mesmo que o sujeito morra, as suas obras permanecem.

FIGURAS DE ESTILO
Comparao: Porque no posso fazer o contrrio Como a flor no pode esconder a cor; Anfora: Nem o rio esconder que corre, Nem a rvore esconder que d fruto.; Interrogao Retrica: Quem sabe quem os ter? Quem sabe a que mos iro?;

Você também pode gostar