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SEMELHANÇAS DIFERENÇAS

Alberto Caeiro  Aurea mediocritas  Caeiro: panteísmo


 Carpe diem  R.Reis: neopaganismo
Ricardo Reis  Epicurismo(prazer do momento)
 Caeiro: versos simples e irregulares
 R.Reis: ode e vocabulário erudito

Alberto Caeiro  Sensacionismo  Caeiro: poeta da Natureza


 Versos irregulares  A. Campos: poeta da modernidade
Álvaro de Campos 
 Caeiro: pacífico
 A. Campos: violento

 Caeiro: feliz
 A. Campos: cansaço de viver

Álvaro de Campos  Infância ₌ felicidade  A.Campos: felicidade perdida


 aceitação do destino  R. Reis: felicidade relativa
Ricardo Reis  ode

3 heterónimos  equilíbrio entre o sentir e o


pensar
 Infância ₌ como espaço de
felicidade

 Aurea mediocritas: é uma designação latina que expressa a ideia de que só é feliz e vive
tranquilamente quem se contenta com pouco ou com aquilo quem tem sem aspirar a
mais. Carácter efémero da vida, no prazer, Especificamente nestes assuntos o autor
procurou demonstrar a conveniência do seguimento de um ideal de Mediania Sensata
(Aurea Mediocritas), extremamente vantajoso para que se possa alcançar a felicidade
SÍNTESE

Fernando Pessoa  Fingimento poético: intelectualização das emoções e dos sentimentos; a


poesia é fruto da elaboração mental; sinceridade vs.fingimento.
ortónimo  A dor de pensar: consciência vs.inconsciência; condenado a ser lúcido.
 Nostalgia da infância; de um bem perdido; infância como espaço de felicidade

Alberto Caeiro  Sensacionismo: poesia das sensações, das impressões visuais; aquilo que é
captado pelos sentidos)
 Poesia da Natureza, da comunhão com a natureza; a ruralidade.
 Poesia do presente, do real objetivo; epicurismo
 Estilo quase infantil, vocabulário simples, discurso poético com características
oralizantes.
 A poesia não é pensada; é espontânea e involuntária; recusa do pensamento.
 Panteísmo

Ricardo Reis  Neopaganismo: referência aos Deuses da antiguidade.


 Epicurismo: aceitar sem preocupações o prazer do momento; carpe diem;
aceitar o destino.
 Estoicismo: aceitação das leis do destino, autodisciplina; prazer moderado; não
ceder a impulsos dos instintos;
 Aurea mediania horaciana
 Busca da ataraxia (tranquilidade)
 Intelectualização dos sentimentos
 Fugacidade da vida.

Álvaro de  3 fases: decadentista; futurista e sensacionista; intimista.


 Decadentista: tédio, cansaço, enfado, náusea.
Campos
 Futurista e sensacionista .- excesso de sensações.
 Intimista, abúlica- angústia existencial, frustração, cansaço.
 Linguagem impetuosa e excessiva.
 Triunfo da máquina e da civilização moderna.
Comparação entre Heterónimos
Comparação entre Alberto Caeiro e Ricardo Reis: A nível de conteúdo estes dois
heterónimos aproximam-se principalmente pelo modo como tentam encarar a vida: tanto Caeiro
como Reis, além de considerarem que a felicidade só se alcança através de uma vida serena e
em comunhão com a natureza (aurea mediocritas), defendem a vivência plena do presente,
sem preocupação nem com o passado nem com o futuro (carpe diem, desfrutar de cada
momento).No entanto, pode verificar-se que são grandes as diferenças entre eles.
Enquanto que Reis é caracterizado pela intelectualização das emoções e pelo medo
perante a morte, Caeiro é exatamente o poeta das sensações, considerando o pensamento como
uma entrave à observação da natureza, e é o poeta que não se preocupa com a passagem do
tempo. Outra grande diferença é que Caeiro acredita (num só) Deus enquanto elemento da
natureza (tudo é divino), ao passo que Ricardo Reis crê em vários deuses pois identifica-se com
a civilização grega. A nível formal estes dois heterónimos são o oposto: de um lado temos Caeiro
com a sua linguagem simples e familiar, a sua despreocupação a nível fónico, a sua
irregularidade estrófica, métrica e rítmica e as suas frases essencialmente coordenadas; e, de
outro, temos Ricardo Reis com toda a sua complexidade – estrofes e métrica regulares,
predomínio da subordinação e linguagem erudita, cheia de simbolismos clássicos.

Comparação entre Alberto Caeiro e Álvaro de Campos: Não é de estranhar que estes
dois poetas não tenham muito em comum, uma vez que um é o poeta natural e pacífico, e o
outro é o poeta da modernidade, da técnica e é caracterizado por um certa violência e
agressividade. No entanto, apesar destes contrastes, têm alguns pontos em comum,
considerando a 2ªfase de A. Campos: ambos são poetas solitários, rejeitam a subjetividade da
lírica tradicional, tentando ser objetivos na observação do real, e neles predominam as
sensações visuais. As maiores divergências, a nível temático, verificam-se na conceção do
tempo (para Caeiro só existe o presente, para Campos o presente é a concentração de todos os
tempos), no objeto da sua poesia (Caeiro exulta as qualidades da natureza e Campos, na 2ªfase,
exulta as da civilização moderna), e na atitude perante a vida (enquanto Caeiro é feliz, Campos
– na 3ªfase – é um homem sem identidade e cansado de viver, pois a vida nunca lhe trouxe nada
de bom).A nível formal, apesar de ambos se caracterizarem pela irregularidade estrófica, métrica
e rítmica, verifica-se que, enquanto Caeiro utiliza uma linguagem simples e com poucos artifícios,
Campos distingue-se pelo recurso a um grande número de figuras de estilo (que tornam a
compreensão da mensagem mais difícil), e por uma exuberância que choca evidentemente com
a simplicidade e serenidade dos versos do mestre Caeiro.

Comparação entre Álvaro de Campos e Ricardo Reis: Álvaro de Campos foi um poeta
que, pelo seu estilo eufórico e, mais tarde, disfórico, se afastou dos outros heterónimos, já que
estes procuravam a serenidade, que Campos também procurava, de uma forma mais tranquila.
Assim, são poucas as semelhanças entre Ricardo Reis e Campos: tanto Campos (na 3ªfase)
como Reis se angustiam perante a efemeridade da vida, consideram a infância como momento
de maior felicidade e aceitam o seu destino (conformismo). No entanto, neste último ponto, os
motivos para essa aceitação são diferentes: enquanto que Reis o aceita pois considera que essa
é a melhor forma de ser feliz, Campos fá-lo numa atitude de resignação perante a vida, não
deixando de se sentir infeliz por aquilo que ela lhe reservou. A nível formal tanto um como outro
apresentam versos brancos, embora Reis seja regular a nível estrófico e métrico. Pode verificar-
se que Álvaro de Campos, na 2ªfase, utiliza a ode como forma de expressão, tal como Ricardo
Reis. Nestes dos heterónimos pode encontrar-se grande riqueza a nível estilístico,
nomeadamente no que respeita à assonância e aliteração, e uma utilização frequente do modo
imperativo. .

Características comuns aos três: encontram-se, nos heterónimos, dois fatores comuns a
todos eles. Primeiro, a descoberta de um equilíbrio entre o sentir e o pensar: Caeiro encontra-se
através da natureza; Reis encontra-se através do equilíbrio entre a dor e o prazer; e Campos não
se encontra. Em segundo lugar, verifica-se que todos associam à infância o momento em que
foram verdadeiramente felizes – porque eram ingénuos e inocentes. No entanto, enquanto que
Reis e Caeiro acreditam poder voltar a ser felizes como foram em criança, Campos considera
essa felicidade perdida, pois só é feliz se se for inconsciente, o que só aconteceu na sua infância,
na pré-consciência.

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