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2023-2024
Parte A
Não sei ser triste a valer
Nem ser alegre deveras.
Acreditem: não sei ser.
Serão as almas sinceras
5 Assim também, sem saber?
1 Explicita o significado dos três primeiros versos, tendo em conta a globalidade do poema.
3 Demonstra a relevância do dístico final do poema, enquanto conclusão das reflexões do sujeito
poético.
Parte B
XXXIV
5 Explicita o valor das interrogações retóricas utilizadas na última estrofe, relacionando-as com o
sentido do último verso, enquanto conclusão do poema.
Neste poema de Alberto Caeiro, são percetíveis várias características da escrita deste
heterónimo pessoano. De facto, o discurso poético pauta-se pelo uso de um tom (a) ,
recriando uma linguagem (b) de artifícios, que se harmoniza com a (c)
comunicativa das ideias apresentadas.
Parte C
7
O apreço pela vida do campo é uma característica que aproxima Caeiro de Cesário Verde. Para
este último é a alternativa saudável à vida na cidade.
Escreve uma breve exposição sobre a forma como Cesário Verde perspetiva a cidade.
A tua exposição deve incluir:
– uma introdução ao tema;
– um desenvolvimento no qual explicites a posição do sujeito poético relativamente à cidade,
fundamentando a tua apresentação com, pelo menos, dois exemplos significativos;
– uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
7
Nos poemas ortónimos de Fernando Pessoa, o «eu» revela-se incapaz de conciliar opostos.
Escreve uma breve exposição sobre a tensão sentir/pensar na poesia ortónima de Fernando
Pessoa.
A tua exposição deve incluir:
– uma introdução ao tema;
– um desenvolvimento no qual explicites a dicotomia sentir/pensar na poesia ortónima,
fundamentando as características apresentadas com, pelo menos, dois exemplos significativos;
– uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
Grupo II
A vida quotidiana
Valoriza-se pouco a vida quotidiana. Sentimo-nos aprisionados pelas rotinas, num rame-rame
monocórdico capaz de nos fazer hibernar a nós e ao universo. Ou vemo-nos então num vórtice
ofegante de tarefas para as quais só temos esforço, aceleração e cansaço, e não respostas.
O quotidiano muitas vezes se parece a um campo fechado, a uma arena baça onde travamos, a
5 custo, a luta pela sobrevivência (e apenas essa), no meio dos obstáculos e contrastes que o tempo
(esse lutador mais exímio do que nós) nos vai lançando. «Quando penso no quotidiano, o infinito
parece-me uma coisa mais distante» – confidenciou-me, um dia, uma amiga. E ela queixava-se de
como o dia a dia pode ser disfuncional, ensurdecedor, áspero e dissonante; de como, sendo nossa, a
existência diária também nos despersonaliza e torna maquinais mesmo aqueles gestos onde
1 quereríamos tanto estar inteiros. É comum ouvir testemunhos desta dilaceração, como se
0 estivéssemos condenados a descobrir o quotidiano como um domicílio afinal estranho e equívoco,
uma porta familiar que nos resiste, e que as nossas chaves abrirão sempre com maior dificuldade.
Ou, pior ainda, quando dos nossos quotidianos passamos a anotar, com ressentimento, só o
cinzentismo uniforme e nervoso, o pulsar descontente, a energia medíocre e incompleta, o que nos
parece ser a sua insuportável banalidade, o seu embotamento penoso, uma gaguez não de palavras,
1 mas de entusiasmo e de amor.
5 E, contudo, sem desmentir esta exigência que é também real, sem negar o seu peso que
amiúde nos vence, precisamos de nos reconciliar com o quotidiano. Pois, na sua forma
vulnerável e até contraditória, ele é o lugar das aprendizagens mais amplas, dos encontros
mais decisivos, das experiências mais profundas e iluminantes. A vida, se olharmos bem, não
é igual todos os dias. Os dias, se os abraçarmos bem, não são uma antologia de momentos
2 opacos e quebradiços. Os instantes não são lampejos ocasionais sem sentido, nos quais não
0 devemos confiar. O quotidiano é o barco e a viagem. É o barro e a obra a construir. É o
espelho turvo, de que São Paulo fala no célebre hino da Carta aos Coríntios, mas é também o
lugar onde a promessa da visão nítida se tateia. Por isso, em vez de sonolência, ele pede-nos
que abramos verdadeiramente os olhos. Em vez de indiferença e recusa, ele espera de nós
empenho, fidelidade e esperança.
2
MENDONÇA, José Tolentino, 2019. «A vida quotidiana». E (Expresso), n.º 2452, 26 de outubro de 2019 (p. 92)
5
Grupo III
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas
e cinquenta palavras, defende uma perspetiva pessoal sobre o impacto do progresso técnico na
qualidade de vida do ser humano no futuro.
No teu texto:
– explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois
argumentos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
– utilize um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).
Observações:
Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em
branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/).
Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos que o
constituam (ex.: /2018/).
Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre duzentas e trezentas e cinquenta
palavras –, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do
texto produzido;
− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos