Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AO DESCONCERTO DO MUNDO
“Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só para mim
Anda o mundo concertado.”
CAMÕES, Luís Vaz de. Lírica. São Paulo: Editora Cultrix, s.d, p. 90.
TEXTO I
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
TEXTO II
XXXII
Se os poucos dias, que vivi contente,
Foram bastantes para o meu cuidado,
Que pode vir a um pobre desgraçado,
Que a ideia de seu mal não acrescente!
Soneto 168
O tempo acaba o ano, o mês e a hora,
A força, a arte, a manha, a fortaleza;
O tempo acaba a fama e a riqueza,
O tempo o mesmo tempo de si chora;
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
GABARITO
1) C
2) B
3) B
4) C
5) A
6) D
7) B
8) A
09) A esperança mencionada no texto consiste na crença do eu-lírico de que, no futuro, sua
amada corresponda ao seu amor. Segundo ele, a passagem do tempo, que é capaz de alterar
o estado das coisas mundanas, será também responsável por abrandar a dureza do coração
da sua Senhora e por promover a reciprocidade de seu sentimento.
10) De acordo com a tradição poética do classicismo português, o poema retrata a figura
feminina de forma idealizada e distante, segundo as convenções do amor cortês, que coloca o
eu-lírico em posição servil.