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- 1ª LISTA DE EXERCÍCIOS -

CURSO: PISM III CONTEÚDO: LITERATURA


PROFª.: WALDILENE S. MIRANDA

1) (UFJF) – MÓDULO III do PISM (triênio 2002-2004)


Leia, com atenção, o poema “Ao desconcerto do mundo”, de Camões, para responder às
questões de 1 a 3.

AO DESCONCERTO DO MUNDO
“Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só para mim
Anda o mundo concertado.”
CAMÕES, Luís Vaz de. Lírica. São Paulo: Editora Cultrix, s.d, p. 90.

De acordo com o poema, é CORRETO afirmar que:


a) é sempre premiada a bondade dos homens na terra.
b) pode-se ter esperança de alcançar recompensas.
c) constrói-se o sentido da vida apenas com boas ações.
d) há uma oposição entre os bons e os maus.
e) busca-se a felicidade na convivência harmoniosa.

2) O título do poema REFERE-SE ao fato de:


a) o mundo precisar de sentido.
b) o mundo se manter em equilíbrio.
c) o mundo buscar a justiça.
d) o poeta buscar a felicidade.
e) o poeta sentir-se injustiçado.
3) O sentimento que MELHOR traduz o estado de espírito do poeta, no poema, é:
a) alegria.
b) indiferença.
c) emoção.
d) entusiasmo.
e) insatisfação

UFJF - MÓDULO III (triênio 2001-2003)


Leia, com atenção, o soneto 78, de Luís Vaz de Camões, para responder às questões
de 4 e 5:
78
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;


É um solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;


É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com que nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
CAMÕES, Luís. Redondilhas, Canções, Sonetos. Rio de Janeiro: Real Gabinete
Português de Leitura, 1980. p. 299.

4) O poema, acima, trata da:


a) busca do amor.
b) ilusão sobre o amor.
c) satisfação com o amor.
d) recusa do amor.
e) definição do amor.
5) Baseado na leitura do soneto, pode-se afirmar que o amor é marcado por:
a) êxtase e irritação.
b) mistério e felicidade.
c) ilusão e desesperança.
d) alegria e satisfação.
e) contradição e sofrimento.

UFJF – MÓDULO III DO PISM – TRIÊNIO 2013-2015

Leia os textos abaixo para responder às questões de 6 a 8.

TEXTO I
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,


Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,


Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,


Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.
(CAMÕES, Luís de. Rimas: Primeira parte, Sonetos. In: Obra completa. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 2003. p. 284.)

TEXTO II
XXXII
Se os poucos dias, que vivi contente,
Foram bastantes para o meu cuidado,
Que pode vir a um pobre desgraçado,
Que a ideia de seu mal não acrescente!

Aquele mesmo bem, que me consente,


Talvez propício, meu tirano fado,
Esse mesmo me diz, que o meu estado
Se há de mudar em outro diferente.

Leve pois a fortuna os seus favores;


Eu os desprezo já; porque é loucura
Comprar a tanto preço as minhas dores:

Se quer, que me não queixe, a sorte escura,


Ou saiba ser mais firme nos rigores,
Ou saiba ser constante na brandura.
(COSTA, Cláudio Manoel da. In: A poesia dos inconfidentes. Org. Domício Proença
Filho. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 65)

6) Na última estrofe do soneto de Camões (texto I), o eu-lírico constata que:


a) a mudança cotidiana de valores gera espanto.
b) tudo se transforma diariamente no mundo.
c) o bem e o mal deixam marcas eternas.
d) o próprio processo de mudança é instável.
e) o tempo converte o verde em neve e o canto em choro

7) No soneto XXXII de Cláudio Manoel da Costa (texto II), o eu-lírico se queixa


principalmente:
a) por ter tido poucos dias felizes na vida.
b) porque a inconstância lhe veta a plenitude.
c) porque a sorte escura lhe traz apenas dores.
d) porque a ideia de seu mal não lhe acrescenta.
e) por saber que o tirano fado é firme nos rigores.

8) Quanto à conclusão, em que diferem os textos I e II?


a) enquanto o eu-lírico do texto I demonstra resignação, o do texto II reclama.
b) enquanto o eu-lírico do texto I demonstra apatia, o do texto II se rebela.
c) enquanto o eu-lírico do texto I demonstra impaciência, o do texto II espera.
d) enquanto o eu-lírico do texto I demonstra tristeza, o do texto II se alegra.
e) enquanto o eu-lírico do texto I demonstra fé, o do texto II duvida.

UFJF– MÓDULO III DO PISM – TRIÊNIO 2012-2014


Leia o texto abaixo e responda às questões 9 e 10.

Soneto 168
O tempo acaba o ano, o mês e a hora,
A força, a arte, a manha, a fortaleza;
O tempo acaba a fama e a riqueza,
O tempo o mesmo tempo de si chora;

O tempo busca e acaba o onde mora


Qualquer ingratidão, qualquer dureza;
Mas não pode acabar minha tristeza,
Enquanto não quiserdes vós, Senhora.

O tempo o claro dia torna escuro


E o mais ledo prazer em choro triste;
O tempo, a tempestade em grão bonança.

Mas de abrandar o tempo estou seguro


O peito de diamante, onde consiste
A pena e o prazer desta esperança.
CAMÕES, Luís de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Agular, 2003, p. 545.
9) Explique em que consiste a “esperança” do eu-lírico, mencionada no último verso do
“Soneto 168”, de Camões.

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10) A posição da mulher em relação ao eu-lírico, no “Soneto 168”, de Camões, baseia-


se em uma tradição poética que também encontra ecos no Romantismo. Explique, com
base nessa afirmação, como a figura feminina é retratada no texto.
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GABARITO

1) C
2) B
3) B
4) C
5) A
6) D
7) B
8) A

09) A esperança mencionada no texto consiste na crença do eu-lírico de que, no futuro, sua
amada corresponda ao seu amor. Segundo ele, a passagem do tempo, que é capaz de alterar
o estado das coisas mundanas, será também responsável por abrandar a dureza do coração
da sua Senhora e por promover a reciprocidade de seu sentimento.

10) De acordo com a tradição poética do classicismo português, o poema retrata a figura
feminina de forma idealizada e distante, segundo as convenções do amor cortês, que coloca o
eu-lírico em posição servil.

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