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1 ASA Teste Global 12.ºano (Fernando Pessoa ortonimo

+Cesario) 2
Português (Ensino Médio - Portugal)

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P ORTUGUÊS 12.O ANO – TESTE DE AVALIAÇÃO GLOBAL

ESCOLA:

12.º ANO DE ESCOLARIDADE EDUCAÇÃO LITERÁRIA │ LEITURA │ GRAMÁTICA │ ESCRITA

NOME: | N.º:
| TURMA:

EDUCAÇÃO LITERÁRIA (GRUPO I) ………..

TOTAL ______ /200
LEITURA (GRUPO II) …………………………
CLASSIFICAÇÃO TOTAL ______ /200
GRAMÁTICA (GRUPO II) ……………………
TOTAL ______ /200
ESCRITA (GRUPOS I e III) …………………..
TOTAL ______ /200

DATA: | PROFESSOR:
| ENC. DE EDUCAÇÃO:

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GRUPO I

EDUCAÇÃO LITERÁRIA e ESCRITA

PARTE A

Leia atentamente o poema de Fernando Pessoa e apresente as suas respostas de forma bem
estruturada.

A nuvem veio e o sol parou

A nuvem veio e o sol parou.

Foi vento ou ocasião que a trouxe?
Não sei: a luz se nos velou
Como se luz a sombra fosse.

5 Às vezes, quando a vida passa

Por sobre a alma que é ninguém,
A sensação torna-se baça
E pensar é não sentir bem.

Sim, é como isto: pelo céu

1 Vai uma nuvem destroçada
0 Que é véu, mau véu, ou quase véu,
E, como tudo, não é nada.
10-9-1934

Novas poesias inéditas, in Fernando Pessoa

(direção, recolha e notas de Maria do Rosário Marques
Sabino e Adelaide Maria Monteiro Sereno), Lisboa, Ática,
1973 (4.ª ed., 1993), p. 114.

1. Demonstre que o sujeito poético parece não ter certezas.

2. Explicite a aproximação que o eu lírico estabelece entre a nuvem e a vida.

3. Complete as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.

No poema de Fernando Pessoa acima apresentado, é possível percecionar a temática

pessoana _____a)_____ bem como a utilização de vários recursos expressivos,
nomeadamente a _____b)_____, como em “Como se luz a sombra fosse.” (v. 4) ou
“E, como tudo, não é nada.” (v. 12), e o recurso a estrofes curtas, concretamente
_____c)_____. A regularidade métrica, estrófica e rimática permite inserir este poema na
vertente _____d)_____ do poeta.

a) b) c) d)
1. fingimento poético 1. antítese 1. a quintilha 1. modernista
2. dor de pensar 2. metáfora 2. o terceto 2. tradicional
3. nostalgia da infância 3. personificação 3. a quadra 3. futurista

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PARTE B

Leia atentamente o poema de Cesário Verde e apresente as suas respostas de forma bem
estruturada. Consulte as notas de vocabulário, se necessário.

Contrariedades

A Coelho de Carvalho

Eu hoje estou cruel, frenético, exigente;

Nem posso tolerar os livros mais bizarros.
Incrível! Já fumei três maços de cigarros
Consecutivamente.

5 Dói-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:

Tanta depravação nos usos, nos costumes!
Amo, insensatamente, os ácidos, os gumes
E os ângulos agudos.

Sentei-me à secretária. Ali defronte mora

1 Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;
0
Sofre de faltas de ar, morreram-lhe os parentes
E engoma1 para fora.

Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas!

Tão lívida! O doutor deixou-a. Mortifica.
Lidando sempre! E deve a conta na botica2!
1
Mal ganha para sopas...
5

O obstáculo estimula, torna-nos perversos;

Agora sinto-me eu cheio de raivas frias,
Por causa dum jornal me rejeitar, há dias,
Um folhetim de versos.
2 “Contrariedades”, in Cesário Verde – Obra completa
0 (prefácio, organização e notas de Joel Serrão), Lisboa, Livros Horizonte,
1963 (6.ª ed., 1993), p. 108.

______________
1
passar a roupa a ferro; 2 farmácia.

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1. Descreva o estado de espírito do sujeito poético, indicando dois sentimentos evidenciados

e comprovando-os com elementos textuais.

2. Registe dois aspetos que comprovem as injustiças sociais relevadas pelo sujeito poético.

3. Complete as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada

espaço.

Ao longo do excerto, são visíveis características da poesia cesárica, que explora diversos
recursos expressivos. Logo no primeiro verso da primeira quadra, destaca-se a _____a)_____
para caracterizar o estado de espírito do eu poético, que também está inserido _____b)_____,
comprovando que a poesia de Cesário Verde parte ______c)_____.
Por isso, denuncia as injustiças de que são vítimas alguns grupos sociais, como é o caso, neste
poema, _____d)_____.

a) b) c) d)
1. metáfora 1. no espaço citadino 1. da transformação do real 1. do médico
2. hipálage 2. no espaço rural 2. do real observado 2. da secretária
3. adjetivação 3. num ambiente sereno 3. da subjetividade 3. da engomadeira

PARTE C

4. Cesário Verde e Eça de Queirós são autores que denunciam a imoralidade e/ou as
injustiças sociais.

Baseando-se na sua experiência de leitura quer do romance queirosiano quer do excerto

do poema “Contrariedades”, escreva uma breve exposição sobre o modo como os dois
autores denunciam a realidade que observam no quotidiano lisboeta oitocentista.

A sua exposição deve incluir:

 uma introdução ao tema;
 um desenvolvimento no qual explicite uma denúncia presente em cada um dos
autores, ilustrando a resposta com a referência a uma situação pertinente de cada
obra;
 uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

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GRUPO II
LEITURA E GRAMÁTICA

Leia o seguinte texto e responda às questões em seguida. Nas respostas aos itens de escolha
múltipla, selecione a opção correta.

O seu, o meu, o nosso poder contra a pobreza e desigualdade

Uma em cada seis pessoas em Portugal encontra-se em risco de pobreza. E nos

últimos dois anos, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mundial diminuiu
sucessivamente, apagando os ganhos do quinquénio 1 anterior.
É neste cenário, local e global, que lançamos um estudo que o/a interpela sobre os
5 seus sentimentos em relação à pobreza. Já alguma vez se questionou sobre o motivo por
que existem pessoas pobres no mundo e o que significa a pobreza para elas? Ou se teria
alguma influência ou algum poder para fazer algo no campo das desigualdades?
Pretendemos sublinhar a centralidade da reflexão crítica e o despertar para a ação.
Chamámos-lhe “A urgência de ler o mundo”.
10 Não é novidade que os últimos tempos têm sido particularmente desafiantes e que,
após dois anos de pandemia, agravaram as desigualdades entre e dentro dos países,
agudizando a existência de “mundo” a vários ritmos; a falta de entendimento da
sociedade sobre a forma como as interdependências globais estiveram na base da crise de
saúde continua a ser notória. Observamos uma sociedade fraturada, dividida por
15 polarizações que reforçaram incertezas, estereótipos, discursos de ódio e disparidades.
Os desafios globais nunca foram tão evidentes e estes obrigam a soluções igualmente
globais – que nos interpelam a todos. Que paradoxo é este de 52% do rendimento
mundial ser detido pelos 10% da população mais rica? Perpetuam-se níveis de pobreza
indignos, não obstante décadas de estudos, estatísticas, políticas, programas e projetos
20 para a combater e mitigar.
As Organizações da Sociedade Civil, que procuram fazer face aos diversos desafios
globais através da Educação para o Desenvolvimento e Cidadania Global (EDCG), olham
com consternação para estes dados, e preocupam-se com a fraca consciência coletiva e a
débil mobilização dos cidadãos e cidadãs neste domínio.
25 Desde a década de 80 que a EDCG assume um papel educativo. Muitas organizações
têm trabalhado afincadamente para sensibilizar a sociedade, mas o seu alcance pode ser
muito maior, e essa mudança pode começar aqui, com este novo estudo, quando
entendermos que “a pobreza e as desigualdades, enquanto problemas estruturais, são
uma responsabilidade coletiva que exige o comprometimento de todos, individual e,
30 sobretudo, coletivamente: entidades governamentais a nível local, nacional e
internacional; setor empresarial; órgãos de comunicação social; organizações da
sociedade civil; sociedade em geral”.
Temos de refletir e atuar criticamente rumo à transformação social, porque as
desigualdades e a pobreza também são combatidas com conhecimento, com informação,
35 com a forma como eu vivo/existo no mundo, e com a influência e o poder que cada
cidadão e cidadã (global) tem.

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É hora de reforçar a capacidade individual e coletiva de reflexão crítica sobre as

implicações dos assuntos globais na vida de todos nós a fim de atenuar e erradicar
desigualdades. É preciso arriscar com ética e uma solidariedade sem fronteiras. O que é
40 verdadeiramente difícil em tempos como estes, mas urgente. Acompanha-nos nesta
“urgência de ler o mundo”?

Cármen Maciel, “O seu, o meu, o nosso poder contra a pobreza e desigualdade”,

in https://www.dn.pt/ (texto adaptado, consultado em 18.10.2021).

______________
1
período de cinco anos.

PARTE A
LEITURA

Nos itens 1. a 5., selecione a opção que completa corretamente cada afirmação.

1. Os dois últimos anos

(A) criaram um fosso superior ao do último quinquénio entre ricos e pobres em Portugal.
(B) aumentaram o IDH a níveis superiores aos do último quinquénio em Portugal.
(C) agravaram tanto os índices de pobreza que anularam os lucros dos últimos cinco anos.
(D) não interferiram nos rendimentos dos portugueses mais do que o último quinquénio.

2. O estudo “A urgência de ler o mundo” (l. 9)

(A) pretende alertar para a necessidade de refletir e agir sobre a pobreza.
(B) é dirigido só aos grupos sociais com mais dificuldades financeiras.
(C) aplicar-se-á ao resto do mundo, mas não à realidade portuguesa.
(D) pretende divulgar as ações que ajudaram a classe mais pobre.

3. Os dois anos de pandemia contribuíram para

(A) melhorar os índices de riqueza no interior de cada país.
(B) a erradicação definitiva das desigualdades no país, mas não entre países.
(C) fraturar a sociedade a vários níveis, mas não na área da saúde.
(D) criar divisões sociais e fomentar discursos de ódio.

4. Perante o fosso entre ricos e pobres cada vez mais profundo,

(A) a sociedade civil apenas lamenta essas desigualdades, o que é de censurar.
(B) as instituições civis sentem desalento pela ausência de consciência do problema.
(C) a população em geral lamenta a ausência de programas e projetos para o combater.
(D) os governos têm pedido ajuda a instituições da sociedade civil para resolver a situação.

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5. O estudo referido
(A) pretende desencadear um maior envolvimento de todos no combate à pobreza.
(B) promove o envolvimento da comunicação social no combate à pobreza.
(C) desconsidera tanto a pobreza como as desigualdades problemas estruturais.
(D) virá a ser desenvolvido exclusivamente por entidades governamentais.

6. Transcreva,
a) do quarto parágrafo, uma frase que comprove a desagregação da sociedade.

b) do sexto parágrafo, um sinónimo de “desalento”.

c) do penúltimo parágrafo do texto, uma enumeração.

7. Complete as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada

espaço.

No segundo parágrafo, o autor informa _____a)_____ da existência de um estudo sobre a

pobreza e, através de um conjunto de frases _____b)_____, sugere que é urgente a _____c)_____ de
todos para resolver o problema. Já no parágrafo seguinte _____d)_____.
a) b) c) d)
1. o leitor 1. exclamativas 1. gestão da situação 1. esclarece os objetivos
2. o povo português 2. interrogativas 2. colaboração fundamentais desse estudo
3. a classe pobre 3. declarativas 3. impassibilidade 2. realça que a reflexão de todos
é o tema central do estudo
3. apresenta as razões que
justificam o nome do estudo

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PARTE B

GRAMÁTICA

Nos itens 1. a 5., selecione a opção que completa corretamente cada afirmação.

1. A oração “que reforçaram incertezas, estereótipos, discursos de ódio e disparidades.” (l. 15) é
(A) substantiva relativa.
(B) adjetiva relativa explicativa.
(C) adjetiva relativa restritiva.
(D) adverbial consecutiva.

2. A relação que se estabelece entre “Os desafios globais” (l. 16) e “estes” (l. 16) exemplifica o mecanismo de
coesão
(A) gramatical referencial.
(B) lexical por substituição.
(C) gramatical frásica.
(D) gramatical interfrásica.

3. O constituinte “dos cidadãos e cidadãs” (l. 24) desempenha a função sintática de

(A) sujeito.
(B) complemento direto.
(C) complemento do nome.
(D) modificador do nome restritivo.

4. Os “que” destacados nas linhas 17 e 28 são

(A) ambos pronomes relativos.
(B) ambos conjunções subordinativas.
(C) um pronome e uma conjunção, respetivamente.
(D) uma conjunção e um pronome, respetivamente.

5. O referente do pronome relativo “que” (l. 29) é

(A) “uma responsabilidade coletiva” (l. 29).
(B) “a pobreza” (l. 28).
(C) “problemas estruturais” (l. 28).
(D) “a pobreza e as desigualdades” (l. 28).

6. Indique a modalidade e o valor modal configurados na frase “É hora de reforçar a capacidade individual
e coletiva de reflexão crítica sobre as implicações dos assuntos globais na vida de todos nós a fim de
atenuar e erradicar desigualdades.” (ll. 37-39).

7. Indique a função sintática desempenhada pelos constituintes seguintes.

a) “com a fraca consciência coletiva e a débil mobilização dos cidadãos e cidadãs neste domínio.” (ll. 23-
24).
b) “nos” (l. 40).

8. Classifique as orações sublinhadas.

a) “quando entendermos que a pobreza e as desigualdades, enquanto problemas estruturais, são uma
responsabilidade coletiva” (ll. 27-29).
b) “que exige o comprometimento de todos, individual e, sobretudo, coletivamente” (ll. 29-30).

9. Reescreva o segmento “É hora de reforçar a capacidade individual e coletiva de reflexão crítica” (l. 37),
substituindo o complemento direto pelo pronome pessoal adequado.
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GRUPO III
ESCRITA

Num texto bem estruturado, com um mínimo de 200 e um máximo de 350 palavras, faça a apreciação
crítica da pintura apresentada abaixo.

O seu texto deve obedecer às seguintes orientações:

• introdução:
– identificação do objeto em apreço, assumindo uma posição valorativa sobre o mesmo;

• desenvolvimento:
– descrição da imagem, destacando elementos significativos da sua composição, bem como a
relação que estabelecem entre si, tendo como referência a temática abordada;
– comentário crítico, fundamentando devidamente a apreciação e utilizando um discurso
valorativo;

• conclusão:
– fecho do texto, adequado ao ponto de vista desenvolvido, sintetizando a informação essencial.

In https://www.libex.eu/fr/2018/03/13/18-concours-international-pour-la-liberte-
de-la-presse/ (consultado em novembro de 2022).

FIM

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COTAÇÕES

Grupos Cotação (em pontos) Total

(em pontos,
Parte A Parte B Parte C
Educação Literária (EL) Educação Literária (EL) Educação Literária (EL) por
+ + +
domínio)
Escrita (E) Escrita (E) Escrita (E)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. (EL)
(EL) (EL) (EL) (EL) (EL) (EL) (EL)
32 32 20 32 32 20 32 200
I *A
1. 2. 4. 5. 7. contabilizar
(E + CL) (E + CL) (E + CL) (E + CL) (E + CL) no domínio
12* 12* 12* 12* 12* da Escrita
Parte A (L)
Leitura (L)
1. a 5. 6. 7.
125 45 30 200
II (5 x 25 pontos) (3 x 15 pontos)
Parte B (GR)
Gramática (GR)
1. a 5. 6. 7. 8. 9.
90 18 36 38 18 200
(5 x 18 pontos) (2 x 18 pontos) (2 x 19 pontos)
Escrita (E) (E)
III Resposta restrita do Grupo I (60 pontos)*
Resposta extensa do Grupo III (140 pontos) 200

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