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A Psicologia Positiva: uma mudança de perspectiva

Autor:  Roberto da Silva Melo | Publicado na Edição de:  Abril de 2015


Categoria:  Psicologia Positiva

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Resumo: Neste artigo buscou-se apresentar a psicologia positiva, uma psicologia que se interessou
em tratar as características positivas do ser humano, que tornam a vida digna de ser vivida, muitas vezes
deixadas de lado pela psicologia de modo geral. Ainda, fazer um levantamento sobre alguns dos estudos
recentes de algumas destas características, mostrando os seus fatores promotores e os adversos.
Palavras-chave: Psicologia Positiva, Qualidade de Vida, Afetos, Resiliência.

1. Introdução
A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1998) define saúde não mais apenas como ausência de
doença e sim com um estado de bem-estar físico, psíquico, social e espiritual. A partir desta concepção,
o papel das ciências da saúde não é apenas a prevenção e a cura, mas a promoção de saúde. Desta
maneira, torna-se necessário o entendimento mais completo do ser humano, que abranja não só a
patologia, mas também inclua suas virtudes e potenciais, para se entender o significado de promoção de
saúde. Neste cenário, a psicologia se inseriu buscando estudar as características positivas dos seres
humanos, promotoras de saúde e bem-estar.

2. A Psicologia Positiva
Em 1998, o psicólogo Martin Seligman assumiu a presidência da Associação de Psicologia
Americana (APA), e partir de então, passou a proferir discursos e escrever artigos em favor de uma
psicologia que olhasse para o lado positivo do ser humano, olhando potenciais e virtudes, denunciando
que a psicologia negligenciava esse aspecto da existência humana, preferindo sempre compreender o
homem como neurótico e patológico.
Em 2000, em um artigo intitulado: “Psicologia Positiva: uma introdução”, Seligman e
Csikszentmihalyi denominaram de psicologia positiva, o conjunto de trabalhos e esforços da psicologia
interessados em estudar os fenômenos positivos da existência humana. A partir deste impulso dado por
Seligman e Csikszentmihalyi houve o aumento de incentivos nesses estudos, não apenas nos EUA, mas
no mundo inteiro; conferências, cursos, financiamentos e prêmios oferecidos a pesquisadores,
mostrando que o movimento da psicologia positiva esta em pleno desenvolvimento (PALUDO e
KOLLER, 2007).  Isso ocasionou um crescente aumento nos campos de estudo que tivessem esse olhar
ao ser humano: bem-estar subjetivo ou felicidade, resiliência, qualidade de vida, altruísmo, etc. (Schultz
e Schultz, 2005). Atualmente, a psicologia positiva se encontra em crescente consolidação, em 2006 foi
criado o seu primeiro periódico oficial, com o nome: Journal of Positive Psychology (CALVARETTI,
MULLER e NUNES, 2007).
Seligman e Csikszentmihalyi (2000) definiram psicologia positiva como o estudo dos traços positivos,
das emoções positivas e das instituições positivas. A psicologia positiva busca, então, compreender
como, porque e sob quais condições as positivas emoções, positivas instituições e positivos traços
aparecerem (SELIGMAN, STEEN, PARK e PETERSON, 2003). Portanto, a psicologia positiva não é um
sistema psicológico de pensamento, mas um convite a psicólogos de diversas orientações a estudar o
lado positivo do ser humano (SIMOTON e BAUSMEISTER, 2005 apud COSTA e PASSARELI, 2007),
porém parte do pressuposto que os seres humanos são capazes de viver de maneira virtuosa e com
felicidade (SELIGMAN, STEEN, PARK e PETERSON, 2005).
De maneira que a intenção não é acabar ou substituir os estudos sobre as patologias e neuroses
humanas e sim, complementar e oferecer uma visão mais completa do ser humano, que o abranja de
suas virtudes até suas franquezas (SELIGMAN, et al, 2003).
O discurso e ideais desses psicólogos em muito lembram os dos psicólogos humanistas e para
muitos, os grandes precursores (SCHULTZ e SCHULTZ, 2005).
Seligman, Steen, Park e Pertenson (2003) destacam o pioneirismo de Rogers e Maslow em estudar
a saúde mental e o bem-estar, sendo inclusive Maslow o primeiro a usar o nome psicologia positiva, em
um capítulo de seu livro: “Motivação e Emoção” de 1954, que tinha como título: “Para uma Psicologia
Positiva” (GONÇALVES, 2006).
Outra característica comum se refere à concepção de personalidade, como coloca Vianna (2005),
para a psicologia positiva, o homem é capaz de ser auto-organizado, autodirigido e adaptável. Esta
concepção vai de encontro com as noções de personalidade de Maslow e Rogers, psicólogos
humanistas. Paludo e Koller (2007) afirmam que houve um resgate dos conceitos e objetivos da
psicologia humanista, havendo importantes discussões entre as relações entre a psicologia positiva e a
psicologia humanista, com os psicólogos humanistas se dividindo em dois grupos, os que aceitam as
ideias de Seligman (RESNICK e SERLIN, 2002, TAYLOR, 2001) e os que a rejeitam (PAVAREM, 2001 e
SOLODOD, 2000).
Porém Seligman e Csikszentmihalyi (2000) apontam que a falta de rigor metodológico e resultados
inconsistentes determinaram a decadência da psicologia humanista, o que constitui algumas das
diferenças entres ambas as psicologias, pois a psicologia positiva apresenta um método sistemático e
cientifico. Csikzentmihalyi (1999) afirma ainda, como diferença entre as duas, a ingenuidade presente na
psicologia humanista que considerava a realização humana se daria apenas de forma positiva, o mesmo
afirma que o homem pode se realizar de com resultados péssimos e destrutivos aos outros e si próprio.
O fluxo é uma fonte de energia psíquica que concentra a atenção e motiva a ação. Como as outras formas de
energia ele é neutro, pode ser usado para finalidades construtivas ou destrutivas. O fogo pode ser usado para nos
aquecer em uma noite gelada ou para incendiar uma casa. O mesmo é verdade quanto à eletricidade ou à energia
nuclear. Tornar a energia disponível para uso humano é uma realização importante, mas aprender a usá-la bem é
pelo menos igualmente essencial (Csikszentmihalyi, 1999, p. 135).

Guzzo (2006) coloca em evidência o perigo da psicologia positiva servir de alicerce da ordem social
dominante, legitimando suas práticas de dominação. Ao contrário, a psicologia positiva deve usar seu
conhecimento para promover as virtudes e assim estimular o senso crítico e a busca por uma vida mais
digna e mais justa para todos. É importante ressaltar que é uma questão é inerente a qualquer
descoberta científica; o uso que se faz destas descobertas, pois apenas o avanço científico não garante
que seu uso seja benéfico aos seres humanos, sendo necessária sabedoria e ética na aplicação deles,
como afirma o filósofo Bertrand Russel (1956), não sendo diferente das descobertas feitas pela
psicologia positiva.
A preocupação que está presente em Guzzo (2006) é de que a psicologia positiva crie a concepção
de um ser humano invulnerável e super poderoso, que é capaz de sozinho ser feliz e superar todas as
adversidades. Esta preocupação é respondida pelos psicólogos que seguem esta orientação, pois em
nenhum momento é negligenciado o fato dos seres humanos também terem patologias e fraquezas e a
importância do meio sociocultural para a superação de adversidades e promoção de felicidade
(SELIGAMN e CSIKSZENTMIHALYI, 2000).
A psicologia tradicionalmente se mostra avessa às visões positivas de homem.  Guzzo (2006)
aponta a necessidade do rigor metodológico para o estudo das potencialidades e virtudes humanas, pois
a falta de um conhecimento anterior na área e o desejo de romper com o viés negativo presente da
tradição psicológica aponta para a necessidade de superar a cientificidade presente nesta tradição.
Somente este rigor metodológico, juntamente com os resultados empíricos, dará credito os postulados
positivos, podendo então fazer a psicologia a obter uma visão positiva de homem (SELIGAMN e
CSIKSZENTMIHALYI, 2000).
Seligman at al (2003) afirmam que os resultados de suas pesquisas podem apresentar algo de
universal sobre a natureza humana, como as seis virtudes que foram encontradas em quase todas as
culturas ao redor do mundo; sabedoria, coragem, humanidade, justiça, temperamento e transcendência.
De maneira que, tais características são tão importantes, que a existência destas é necessária para que
haja sociedade entre os seres humanos. 
O papel principal da psicologia é ajudar as pessoas a serem felizes (Seligman, 2004), pois como
colocam Seligman e Ciskszentmihalyi (2000) as pessoas buscam uma vida rica e com significado, o que
é muito maior do que apenas viver livre de patologias.
Nossa mensagem é lembrar que o campo da psicologia não é somente o estudo da patologia, fraqueza e danos; é
também o estudo da força e virtude. Tratamento não é somente consertar o que está quebrado; é alimentar o que é
melhor. Psicologia não é somente uma filial da medicina preocupada com saúde e doença; é muito mais. É sobre
trabalho, educação, amor, crescimento; e viver (SELIGAMN e CSIKSZENTMIHALYI, 2000, p.7).

Em artigo publicado em 2003, Seligman, Steen, Park e Peterson procuram, através de um estudo
em empírico, verificar a eficácia da psicologia em promover felicidade individual. Neste estudo, foram
testadas seis intervenções psicológicas, das quais três mostraram eficácia em ocasionar felicidade
individual e ao mesmo tempo, regredir sintomas como a depressão.
Haase, Lacerda, Lima e Lana-Peixoto (2005) em um artigo que teve como referência a psicologia
positiva mostraram a eficácia desta como abordagem compensatória em pacientes com esclerose
múltipla, superando as abordagens que apenas objetivavam apenas restituição funcional. As abordagens
compensatórias, ao contrário, objetivam a promoção de bem-estar e qualidade de vida ao paciente. Os
pacientes numa abordagem positiva compensatória adquirem autonomia e senso de controle e assim,
aumentando seus índices bem-estar subjetivo e qualidade de vida (HAASE et al, 2005).
Tanto nas abordagens usadas no estudo de Seligman et al (2003), quanto na usada por Haase at al
(2005), empregou se o uso de uma agenda positiva para os pacientes, estimulando o insight. O trabalho
de Haase et al (2005) evidencia a tendência postulada pela psicologia positiva, de que pessoas desejam
explorar suas potencialidades e viverem com felicidade, pois tais pacientes, que eram portadores de
esclerose múltipla, não lutavam apenas para retornar a seu estado inicial e sim, para retomar o curso de
seu desenvolvimento.
Portanto, a tendência da psicologia positiva para a promoção de uma vida virtuosa, se alinha à
concepção de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS, 1998), segundo a qual, saúde é um
estado de bem-estar físico, psíquico, social e espiritual. Ao desenvolver as forças e virtudes do ser
humano, esta se proporcionando a possibilidade uma vida mais saudável (LEMOS e CAVALCANTE,
2006) e com os resultados das investigações da psicologia positiva sobre estes fatores abre-se a
possibilidade do trabalho do psicólogo no planejamento de saúde pública (CALVETTI, MULLER e
NUNES).

2.1 Qualidade de Vida


A qualidade de vida é um dos constructos que tem despertado o interesse dos pesquisadores da
psicologia positiva, entre os psicólogos Seligman (2004), Csiskzentmihalyi (1999) e Diener (1984), entre
outros. Ela apresentou um “bomm” nas pesquisas na década de 50, com o interesse da Organização das
Nações Unidas (ONU) em estudar fenômenos relativos a ela (Pereira, 1997). O campo ainda é confuso,
não há uma delimitação exata do que é qualidade de vida, sendo ela estudada de diferentes formas por
diferentes ciências e ainda não existindo um consenso para sua definição teórica (SOUZA e
CARVALHO, 2003).
O meio social é então o que define o que é qualidade de vida, da mesma maneira que define o que é
uma boa qualidade de vida (GONÇALVES, 2006). Procurando um entendimento amplo da qualidade de
vida, que abrangesse múltiplos fatores, a OMS usa cinco dimensões para compreendê-la; 1) saúde
física, 2) saúde psicológica, 3) nível de independência (em aspectos de mobilidade, atividades diárias,
dependência de medicamentos e cuidados médicos e capacidade laboral), 4) relação social e 5) meio
ambiente (SOUZA e CARVALHO, 2003).
A qualidade de vida, portanto, não pode ser estudada apenas em níveis materiais e quantitativos,
como feito em grande proporção em outra época (SOUZA e CARVALHO, 2003). Antigamente se
acreditava que os índices do produto nacional bruto (PNB) representavam o nível de desenvolvimento
social de uma nação, mas estes índices se revelaram insuficientes para revelar tal desenvolvimento.
Campbell (1976) exemplifica este fato mostrando que nas décadas de 60 e 70, os Estados Unidos
apresentaram um crescimento econômico sem igual na história do país até então, mas junto com o
crescimento econômico, cresceram os índices de criminalidade, violência, abuso de drogas,
fragmentação das famílias, entre outros, notando se a desigualdade entre o PNB e os índices sociais. 
Então o estudo da qualidade de vida se apresentou como uma possibilidade de um estudo mais
apropriado sobre o nível desenvolvimento social de uma nação (CAMPBELL, 1976, PEREIRA, 1997).
Apesar disso, não se deseja a exclusão do estudo de fatores econômico ao falar-se da qualidade de
vida. Os fatores econômicos representam parte das condições objetivas da vida de uma nação ou
pessoa, não se podendo esquecer as percepções e os pensamentos das pessoas sobre estas
condições. Desta maneira a qualidade de vida é dividida em dois componentes; as condições objetivas,
as estudadas como índices de bem-estar objetivo (BEO) e as percepções destas condições, referindo
aqui, ao bem-estar subjetivo (BES) (PEREIRA, 1997). Portella, Bastos e Pereira (2005) em sua pesquisa
com idosos observaram que uma série de fatores ajuda a promover o BES e a qualidade de vida, entre
eles: saúde física e mental, satisfação, senso de auto-eficácia, controle cognitivo, competência social,
renda e continuidade de papéis sociais.
Segundo Mihaly Csikszentmihalyi (1999), a aquisição de uma boa qualidade de vida envolve vários
aspectos; um deles é o investimento do tempo que a pessoa mantém em suas atividades diárias e a
qualidade que se consegue obter nessas atividades. Ele divide as atividades em três tipos: manutenção,
produção e de lazer. As de manutenção são as quais as pessoas fazem para se cuidar: cuidar de si, da
casa, etc; as de produção são as relacionadas ao trabalho; e o lazer é o que se faz no tempo livre,
quando não se está nem produzindo, nem se cuidando.
Sobre os efeitos qualitativos, ele diz que: “Os efeitos psicológicos das atividades não são lineares,
mas dependem de sua relação sistêmica com tudo que fazemos (CSIKSZENTMIHALYI, 1999, p. 41)”.
Isto significa que não existem atividades que obrigatoriamente causam prazer e satisfação, mas que
estas atividades estão ligadas a circunstâncias do momento em que são realizadas, por exemplo: o ato
de comer já foi visto em pesquisas que traz bom humor e satisfação, mas isso ocorre apenas se
gastamos um determinado tempo comendo (5% do tempo desperto), se comêssemos o dia inteiro ou
apenas mais do que sentimos vontade, isso já não traria felicidade e bom humor. Cuidados pessoais
costumam serem atividades neutras.

2.1.1 Trabalho

A maneira como se encara o trabalho é fundamental para se entender a qualidade de vida, pois o
trabalho, geralmente, ocupa um terço do tempo disponível para atividades de uma pessoa. Então, a
maneira como o trabalho é experienciado se torna algo que não pode ser ignorado no entendimento da
qualidade de vida. Porém, o trabalho é uma experiência ambígua, tanto levando em consideração o
relato das pessoas, quanto os pensamentos de grandes filósofos e pensadores (CSIKSZENTMIHALYI,
1999).
Se pensarmos no entendimento do trabalho pela filosofia, veremos que os filósofos gregos não
atribuem nenhum valor ao trabalho, colocando que o verdadeiro valor humano só poderia ser alcançado
no ócio, onde as pessoas poderiam investir o tempo em atividades criativas e alcançar a excelência do
espírito. Esse raciocínio filosófico grego pode ser melhor compreendido se observamos que na época
grega, o trabalho era realizado pelos escravos e o objetivo da vida do homem de posses era conquistar
terras para que não precisasse trabalhar. O pensamento sobre o trabalho foi mudando, assim como a
atitude das pessoas em relação a ele e a forma como ele era executado (CSIKSZENTMIHALYI, 1999).
Na contemporaneidade, o trabalho pode levar uma pessoa a obter a realização pessoal, sentimentos
de bem-estar e prazer (Csikszentmihalyi, 1999), mas apesar disto não podemos negligenciar as
dificuldades contemporâneas para a obtenção de satisfação no trabalho; o trabalho é sempre
momentâneo, as pessoas estão sempre em um trabalho passageiro para aumentar sua qualificação para
a busca do próximo trabalho. Desta maneira, não estabelece uma relação afetiva com o seu fazer no
trabalho e nem um vinculo afetivo, com as pessoas neles, pois estão sempre de passagem, obtendo ao
invés disso, relações de competição com tais pessoas (HELOANI e CAPITÃO, 2003).
Apesar de tais contingências, o trabalho também pode ser uma atividade prazerosa, algumas
características foram vistas que causam bem estar no trabalho: metas claras, feedback não ambíguo,
senso de controle, desafios de acordos com a habilidade do trabalhador. É comum que no trabalho, as
pessoas alcancem as experiências mais positivas de seu dia, isso acontece porque nele as pessoas
enfrentam desafios e estabelecem metas e por isso, durante a atividade, se encontram altamente
concentrados, usando o máximo de sua atenção (CSIKSZENTMIHALYI, 1999).
Observa se que um grande número de pessoas bem sucedidas não atribui ao trabalho um peso e o
colocam como uma parte integrante de seu dia - dia. Mas, também seria fácil observar um grande
número de pessoas bem sucedidas insatisfeitas com o trabalho, o que deixa claro que não são
condições externas apenas que determinam o grau de satisfação com o trabalho e sim a maneira como
a pessoa experimenta-o, portanto constata-se o grau de responsabilidade individual, estando em jogo, as
escolhas e o modo como o qual o indivíduo se relaciona com o trabalho. Porém, por mais satisfatório que
seja o trabalho, uma melhor qualidade de vida não é alcançada somente com experiências nele. Deve se
atentar para as atividades de lazer e os relacionamentos pessoais, que o ocupam o chamado tempo livre
(CSIKSZENTMIHALYI, 1999).

2.1.2 Lazer

Lazer é a atividade que realizamos voluntariamente, no tempo livre, sem o objetivo de produção.
Csikszentmihalyi (1999) o divide em lazer ativo (esportes, artes, hobbys) e lazer passivo (ver televisão,
ler livros sem desafios, somente ficar com os amigos, etc). Os estudosrelacionados a atitudes sobre o
lazer são poucos, um dos motivos é falta de instrumentos de medida validados para verificar estas
atitudes (FREIRE e FONTE, 2007).
Por incrível que pareça administrar o tempo livre é uma tarefa difícil, que muitas pessoas não
conseguem realizar, sendo então durante esse momento comum experienciar sentimentos negativos
como: tédio e depressão.
No entanto, os sinais sugerem o oposto: é mais difícil desfrutar o tempo livre do que o trabalho. Ter lazer a sua
disposição não melhora a qualidade de vida, a menos que a pessoa saiba usá-lo de maneira eficaz; o lazer não é de
modo algum algo que a pessoa aprenda a fazer automaticamente (CSIKSZENTMIHALYI, 1999, p. 670).

 Porém também é comum que pessoas experimentem os melhores sentimentos durante o lazer,
principalmente no lazer ativo. Visto que se podem experimentar tanto os sentimentos mais positivos
quanto os mais negativos no lazer, a administração do tempo livre para uma apreciação dele é
fundamental para uma boa qualidade (CSIKSZENTMIHALYI, 1999).
Nas pesquisas realizadas se verificou que o lazer ativo é o maior provedor de sentimentos positivos
(Csikszentmihalyi 1999), isso ocorre porque durante as atividades esportivas, artísticas e outras, se
alcança à experiência de fluxo, ou seja, uma experiência de total atenção e concentração na atividade,
com isso produzindo uma sensação de bem estar completa, de maneira a não permitir a ocorrência de
sentimentos negativos. Ao contrário, o lazer passivo: ficar com amigos, ver televisão e ler romances
superficiais é um grande provedor de sentimentos negativos como tédio, pensamentos depressivos,
apatia e raramente produzem fluxo. Isso não quer dizer que essas atividades são ruins e
obrigatoriamente produziram esses sentimentos.
Como nos outros ingredientes da vida, o que importa é a dosagem. O lazer passivo torna se um problema quando
uma pessoa o usa como principal – ou única – estratégia para ocupar o tempo. A medida que esses padrões se
transformam em hábitos, começam a ter efeitos definidos na qualidade de vida como um todo
(CSIKSZENTMIHALYI, 1999, p. 71).

Pois na verdade todos precisam desses momentos de total relaxamento, para poder descansar sua
energia psíquica, e se preparar para as novas atividades do dia a dia. O excesso de lazer passivo é que
tende a produzir esses sentimentos negativos, além disso, influenciar outros momentos da vida da
pessoa, com o aumento de sua apatia, atrapalhar seus relacionamentos sociais e habilidade criativa
(CSIKSZENTMIHALYI, 1999).
Porque, então, as pessoas consomem demasiadamente o lazer passivo, visto que um cidadão
comum, em pesquisas americanas, passa várias horas em frente à televisão, mesmo não tendo
sentimentos positivos em relação a isso? Acontece que a comodidade leva ao consumo do lazer
passivo, já que essas atividades amenizam a ansiedade e não se despende trabalho para realizá-las
(CSIKSZENTMIHALYI, 1999).

2.1.3 Relacionamentos sociais

O ser humano é um ser gregário, esse fato parece um consenso dentro da psicologia, deste modo
procura por relacionamentos sociais, ou seja; estar com o outro. O resultado da díade eu e outro é o
objeto de estudo da psicologia; de maneira mais especifica o que esta díade produz em cada um
(GONÇALVES, 2006). Visto estas afirmações, a relação social é intrínseca ao homem e a maneira como
esta é conduzida e o que vai se produzir dela pode levar tanto a felicidade e ao crescimento psicológico
como a infelicidade e a estagnação psíquica (CSIKSZENTMIHALYI, 1999).
Então, os relacionamentos sociais, tanto podem ser uma fonte de prazer, quanto gerar ansiedade,
tédio e outros sentimentos negativos. Além disso, a inserção no meio é algo que estar para além de
qualquer escolha individual, pois desde que nasce o homem é colocado no meio social e dele precisa
pra sua formação e proteção (CSIKSZENTMIHALYI, 1999).
Muito se tem dito sobre como o ser humano pode obter bons relacionamentos sociais. Segundo
Csikszentmihalyi (1999) existem duas regras básicas para se obter um relacionamento produtivo: a
existência de compatibilidade de metas e a disponibilidade para investir na meta do outro. De acordo
com sua pesquisa, as experiências mais positivas das pessoas são quando elas estão com os amigos. O
que é facilmente explicado, pois as amizades oferecem uma possibilidade de estímulos emocionais
positivos e uma possibilidade de desenvolvimento do potencial humano, através de estímulos
emocionais que provocam um movimento interno. Gonçalves (2006) mostra através de pesquisas
empíricas que pessoas com uma grande rede de relacionamentos sociais apresentam um índice de
felicidade maior do que as que têm pouco ou não têm relacionamentos sociais.
Um grupo de amigos também pode ser maléfico ao desenvolvimento psicológico humano, podendo
promover o congelamento da auto-imagem. Isso acontece em relações superficiais, como algumas nos
grupos do condomínio ou do trabalho, pois estas relações acabam caindo em rotinas e se tornando
“lugares seguros” onde as pessoas podem se acomodar, assim não oferecendo estímulos para o
crescimento pessoal. “Em vez de promover crescimento as amizades muitas vezes oferecem um casulo
seguro onde nossa auto-imagem pode ser preservada sem precisar mudar” (CSIKSZENTMIHALYI,
1999, p. 83).
O mesmo acontece nos relacionamentos sociais entre pais e filhos, ambientes socialmente
favoráveis serve entre outros, como grande promotor de resiliência para crianças (YUNES, 2003,
CYRULNIK, 2004). Os pais que se relacionam bem com os filhos promovem uma rede de apoio social
fundamental para a resiliência (YUNES, 2003), e um ambiente socialmente favorável no início da vida
serve como estimulador para a formação de uma personalidade resiliente, e o contrario também,
relacionamentos ruins entre pais e filhos na primeira infância tende a formar personalidades neuróticas
(CYRULNIK, 2004).
Então a relação com o outro, que é inerente ao ser humano, não podendo o homem  fugir dela, é
decisiva para a qualidade de vida e o desenvolvimento humano. Dela podem surgir os aspectos mais
positivos da existência, quanto os mais negativos, visto que bons relacionamentos são promotores de
bem-estar e resiliência e maus relacionamentos , destruidores de tais características.

2.2 Bem-Estar Subjetivo


O bem-estar subjetivo (BES) vem sendo objeto de estudo de vários teóricos da psicologia. Os
estudos nesta área começaram nos EUA e Inglaterra e se expandiram pelo mundo, despertando o
interesse de vários pesquisadores em diferentes países como: Brasil, Alemanha, França, Israel,
Espanha, Finlândia, etc. No Brasil e no mundo, o estudo do bem-estar subjetivo cresceu bastante a partir
do ano 2000, são mais de cinquenta periódicos científicos que contam com artigos sobre o bem estar
subjetivo (PEREIRA, 1997).
Este fato está provavelmente ligado com o esforço de cientistas como Seligman e Csiskszentmihalyi
em implantar a psicologia positiva que pode ser datada a partir do ano 1998, onde ocorreu a eleição de
Seligman para a APA (Associação de Psicologia Americana) e, após isso, ele proferiu discursos em
congressos e simpósios e fez publicações em favor de uma psicologia positiva que coloca em foco os
potencias e virtudes humanas, o mesmo fez Csiskszentmihalyi e outros, o que provocou grande
entusiasmo entre os psicólogos e uma crescente valorização dos estudos de aspectos positivos, no qual,
aparece o bem-estar subjetivo, talvez, como o principal estudo da psicologia positiva (SCHULTZ e
SCHULTZ, 2004), o que Seligman (2004) afirma também. O estudo do bem-estar subjetivo permite um
entendimento do funcionamento das potencialidades humanas, de como estas se processam, colocando
em foco o lado positivo do ser humano (PASSARELI e SILVA, 2007) e entender o que diferencia as
pessoas felizes das infelizes (DIENER, 1984).
Seligman (2004) afirma que o termo bem-estar subjetivo e termo felicidade podem ser usados como
sinônimos para a psicologia, ambos tem o mesmo significado, sendo o objetivo maior da psicologia
positiva o estudo do que proporciona bem-estar subjetivo ou felicidade. Diener, Oishi e Lucas (2003 apud
Costa e Pereira 2007) explicam melhor esta concepção, afirmando que a felicidade, prazer ou satisfação
seria um entendimento do senso comum para o que a psicologia classifica como bem-estar subjetivo.
Vianna (2005) diferencia as duas coisas, afirmando que felicidade é um estado onde predominam os
afetos positivos sobre os negativos e bem-estar subjetivo é um estado de conforto e harmonia, assim
uma pessoa com alto nível de bem-estar subjetivo experimenta em sua vida satisfação e emoções de
contentamento e alegria (afetos positivos) com frequência e tristeza e angustia (afetos negativos) com
baixa frequência e o inverso acontecendo com pessoas com baixos índices de bem estar subjetivo.
Existe uma série de divergências sobre o bem-estar subjetivo (COSTA e PEREIRA, 2007), que vão
desde as definições até uso de escalas. Diener (1984) divide em três grupos as definições de bem-estar
subjetivo e felicidade; primeiro uma definição baseada nos critérios aristotélicos, que se baseia em
critérios externos como virtudes e santidade, o segundo é o critério geralmente usado por cientistas
sociais que é focado nas questões que levam a evolução da vida das pessoas e o terceiro grupo, o mais
usado por psicólogos e em estudos individuais, é a preponderância dos afetos positivos sobre os afetos
negativos.
Um exemplo deste critério é a definição de adotada por Vianna (2005), ela usa o termo bem-estar
subjetivo como o que as pessoas sentem e pensam sobre sua própria vida, a partir do próprio ponto de
referência. Então nesse modelo, o que é valorizado nas pesquisas do BES é o relato da pessoa.
Albuquerque e Tróccoli (2004) argumentam que condições externas como saúde, conforto, virtude, não
devem fazer parte das definições de BES, pois este seria uma experiência interna individual
(CAMPBELL, 1976), mas os autores não excluem tais fatores dos estudos, colocando que eles
influenciam o BES.
O conceito de bem-estar subjetivo tem sido mais comumente explorado através dos componentes:
satisfação com a própria vida, afeto positivo e afeto negativo, componentes estes que foram propostos
por Andrews e Withey (1974 apud Vianna 2005), e ainda, como cita Pereira (1997), o componente de
fatores psicossociais da saúde: auto-estima, timidez, lócus de controle, alienação, desamparo,
desesperança, estresse, ansiedade, apatia, otimismo, desesperança, motivação, entre outros.  Refere-se
a como as pessoas avaliam sua qualidade de vida, a partir de seus próprios referenciais, suas próprias
crenças.
A avaliação é feita com o foco na experiência interna da pessoa, valorizando seu relato como
elemento principal, portanto as crenças individuais sobre seu próprio estado subjetivo são essenciais
para a pesquisa. Esta avaliação leva em conta aspectos emocionais e cognitivos, pois a pessoa faz uma
avaliação racional de satisfação com a vida em relação ao trabalho, casamento, lazer e também usa de
seu estado humor para fazer essa avaliação, levando em consideração estados subjetivos de longa
duração e não aspectos passageiros de sua experiência (DIENER, SUH, OISHI, 1997 apud Vianna
2005).
Diener (1984) afirma que pessoas que identificam a vida de maneira positiva contribuem para um
melhor bem-estar subjetivo e pessoas que avaliam negativamente suas experiências, contribuem
negativamente para seu bem-estar subjetivo, colocando que bem-estar subjetivo e personalidade estão
fortemente interligados. Seligman (2004) enumera uma série de vantagens das pessoas otimistas em
relação as pessimistas, as pessoas otimistas têm menor predisposição à depressão, maior rendimento
do seu potencial escolar, no trabalho e nos esportes, além das pessimistas apresentarem uma saúde
pior.
As principais teorias e modelos explicativos do bem-estar subjetivo vêm sendo apresentados,
historicamente, em dois grandes blocos opostos denominados bottom-up versus top-down. As teorias
iniciais de bem-estar subjetivo estavam preocupadas em identificar como os fatores externos, as
situações e as variáveis sócio-demográficas afetavam a felicidade. As teorias de bottom-up referem se
as circunstâncias que entorno do BES, se busca conhecer os aspectos externos que influem na
felicidade, o que torna as pessoas mais felizes (GONÇALVES, 2007). Estas abordagens mantêm como
base o pressuposto de que existem necessidades humanas universais e básicas, e que a satisfação, ou
não, destas viabiliza a felicidade. Outros fatores associados por essas teorias são as experiências de
eventos prazerosos diários estando relacionados ao afeto positivo, assim como o oposto, eventos
desprazerosos associados a afetos negativos. Mais ainda, a satisfação e a felicidade resultariam do
acúmulo desses momentos específicos, dessas experiências felizes (DIENER, SANDVIK e PAVOT,
1991 apud GIACOMONI).
As teorias de Top-Down tentam compreender como processos internos influenciem no BES,
processos como: genética, traços de personalidade ou valores pessoais (Gonçalves, 2006). Um exemplo
de pesquisas com teorias de Top-Down são as sobre as diferenças do BES entre pessoas individualistas
e pessoas coletivistas. De acordo com as pesquisas, os individualistas tendem a experimentar
sentimentos de bem-estar mais intensos, o que se explica por sua tendência a seguir seus desejos e
buscar sua auto-realização, porém estes apresentam um maior número de deprimidos e taxas de
suicídios, o que se explica por estes se isolarem mais e os coletivistas apresentam menor BES, porém
apresentam menor número entre os deprimidos, o que pode ser explicado por sua estrutura mais segura
(TAYLOR e ARMOR, 1996 apud ALBUQUERQUE e TRÓCCOLI, 2004). 
Várias relações são feitas com o bem-estar subjetivo, ele pode ser relacionado com a felicidade,
satisfação, afeto positivo, afeto negativo, anomia, estresse, desesperança, desamparo entre outros, além
disso, se busca o estudo do BES nos grupos; de adolescentes, jovens, adultos, idosos, religiosos, não
casados, casados, solteiros e condições sociais, familiares e financeiras, etc (PEREIRA, 2007).
Pereira (1997) faz uma ressalva, e separa bem-estar subjetivo e bem-estar objetivo, sendo bem-
estar objetivo as circunstâncias que cercam a pessoa, com a renda, a saúde e família e o bem-estar
subjetivo como as pessoas interpretam essas circunstâncias.
Uma busca constante é relacionar o BES com a saúde, como não poderia ser diferente, já um
elemento importante da psicologia positiva é relacionar estados subjetivos à saúde (PALUDO e KOLLER
2008) e a própria Organização Mundial de Saúde define saúde como “um estado completo, bem-estar
físico, mental e social, e não consiste somente em ausência de doença ou enfermidade” (OMS, 1998).
Diener, Suh e Oishi (1997 apud Vianna 2005) enfatizam que, bem-estar subjetivo e saúde mental
não são a mesma coisa, para exemplificar eles colocam que uma pessoa pode estar em delírio, longe de
um bom estado de saúde mental, mas se sentindo extremamente bem. Portanto BES e saúde não são
sinônimos, mas o BES é necessário para estar bem com a vida, no entanto não sendo o único fator
(ALBUQUERQUE e TROCCÓLI, 2004).
Seligman (2004) mostra as emoções positivas são bons indicadores de saúde e longetividade, não
especificando qual é causa e qual é consequência, se uma boa saúde causa um bom bem-estar
subjetivo, ou ao contrário, um alto bem-estar subjetivo causa uma boa saúde ou ainda, se existe um
efeito circular, ambos sendo causa e consequência. Uma explicação para esse fato é que o afeto
positivo estaria mais presente em pessoas com bom funcionamento biológico, ou seja, com uma saúde
favorável (STEPTOE, WADLE e MARMOT, 2005 apud PASSARELI e SILVA, 2007).  De acordo com
essa hipótese, as pessoas estariam inclinadas a ter um alto BES porque tem boa saúde e não ao
contrário.
Algumas pesquisas corroboram com isso, como Chatters (1988 apud GUEDEA et al, 2006) que
enfatizou que idosos com boa saúde tendem a avaliar melhor o BES do que idosos com saúde ruim.
Outros pesquisadores sugerem a outra hipótese, Taylor (2000 apud COSTA e PEREIRA, 2007) afirma
que pessoas otimistas, que conseguem usar seus recursos psicológicos para encontrar sentido em suas
experiências conseguem retardar o curso de doenças, como o a AIDS.
Esse raciocínio pode ser aplicado a outros elementos de pesquisa do BES, como por exemplo, de
acordo com pesquisas, o grupo de casados apresenta maior bem-estar subjetivo que solteiros
(PEREIRA, 1997), porém não se pode concluir se as pessoas permanecem casadas por terem alto BES
ou por permanecerem casadas possuem alto BES, é provável que aja um causa cíclica, estando um
influenciando no outro constantemente, pois como observa Csikszentmihalyi (1999) a causalidade no
desenvolvimento humano é cíclica.
Outra pesquisa constante é compreender a influência financeira sobre o bem estar subjetivo.
Algumas pesquisas apontam para uma elevada superioridade do BES entre pessoas de países ricos em
relação às pessoas de países pobres (DIENER, DIENER e DIENER1995 apud ALBURQUERQUE e
TROCCÓLI, 2004).
Ao reparar falhas nesses modelos, alguns teóricos (DIENER, 1996, FEIST, 1995, e brief 1993, apud
COSTA e PEREIRA, 1997) proporam uma teoria bidirecional do BES, que propõem uma intersessão
entre as teorias de top down e de bottom up, com um modelo de causas bidirecionais, onde a
personalidade e circunstâncias externas interfeririam no BES, por haver sempre a pessoa que interpreta
as circunstâncias da vida (BRIEF, 1993, apud COSTA e PEREIRAB, 2007), não havendo um
determinismo nem da personalidade, nem das circunstâncias da vida em relação ao BES e sim os dois
fatores conjuntamente agindo.
O BES é composto do afeto positivo, do afeto negativo, da satisfação com a vida e felicidade, que é
a maior presença de afetos positivos em relação a negativos (GONÇALVES, 2007).

2.2.1 O Afeto Positivo e o Afeto Negativo

Segundo Watson, Clark e Tellegem (1998, apud Vianna 2005), afeto é a junção de humores e
emoções, que seriam o nível inferior da estrutura hierárquica dos afetos, estes, corresponderiam ao nível
superior dessa estrutura. O afeto positivo diz respeito principalmente ao nível de entusiasmo, atividade e
atenção, e o afeto negativo, por sua vez, designa o nível de angústia e insatisfação, onde estão incluídos
sentimentos como: raiva, culpa, desgosto, medo, entre outros. Logo, altos níveis de afeto positivo
representam um estado de satisfação e alta energia, e altos níveis de afeto negativo representam
tristeza e letargia.
Pesquisas mostram que de acordo com a intensidade, as pessoas que experimentam alto nível de
emoções positivas, também experimentariam alto nível de emoções negativas, proporcionalmente
(DIENER, LARSEN, LEVINE e EMMOUNS, 1985, LARSEN e DIENER (1987) e SCHIMMACK e
DIENER, 1997 apud GONÇALVES, 2006), porém em relação a freqüência, essa relação é inversamente
proporcional, quanto mais uma pessoa experimenta afetos positivos, menos experimenta afetos
negativos, o que faz da frequência um melhor instrumento na avaliação do BES.
Desde o estudo de Bradburn, em 1960, que concluiu que afeto positivo e negativo são relativamente
independentes um do outro, a relação entre os dois componentes tem sido controversa. Entretanto,
atualmente, há extensa evidência mostrando que níveis proporcionais de afeto negativo e positivo são
dependentes, mesmo quando diferentes instrumentos de medidas são usados (DIENER, 1984).

2.2.2 A satisfação

A satisfação é o julgamento feito pelo indivíduo a partir de seu quadro referencial, acerca de sua
qualidade de vida, sua satisfação com a própria vida de uma forma geral, ou seja, de acordo com Lucas,
Diener e Suh (1996 apud Gonçalves, 2007) o processo de avaliação se dá quando a pessoa examina
aspectos reais, considerando aspectos bons e aspectos ruins e chega a uma conclusão geral de sua
qualidade de vida, levando em conta o mínimo de conteúdo emocional. Campbell (1976) ressalta ainda
que a satisfação é a parte cognitiva do BES. Essa avaliação varia de acordo com as crenças, o que lhe é
importante, vai depender das experiências prévias que cada um teve, das expectativas e valores.
Segundo Glazter (1987), a satisfação pode ser entendida em níveis diferentes, como: a satisfação
com todo um domínio da vida (ex. satisfação com a vida afetiva), satisfação com a vida em geral,
satisfação com determinados aspectos de um domínio (VIANNA, 2005). Ela estaria ainda influenciando
as emoções, dependendo do que se pensa pode-se estar diminuindo ou aumentando as emoções
positivas e negativas (DIENER; SUH; OISHI, 1998, citado por PEREIRA, 2007). O mesmo autor ainda
afirma que a satisfação pode ser proporcional com os objetivos de vida do indivíduo, desse modo,
pessoas com projetos de vida com previsão de recompensa em longo prazo estariam mais insatisfeitas
que pessoas com objetivos menos difíceis de alcançar.
Há ainda quem chame atenção para a diferença entre a satisfação associada ao objetivo alcançado
e a satisfação relativa ao objetivo não alcançado e resignado (STRUMPEL apud PEREIRA, 2007).
Pereira (2007) ressalta que estas pessoas se sentem satisfeitas, mas os sentimentos relacionados são
diferentes, enquanto uma tem a satisfação da vitória, do sucesso, a outra tem satisfação pela
resignação. Existe relação entre felicidade e satisfação, mas a satisfação pode existir sem a felicidade e
vice-versa. Pessoas infelizes e satisfeitas são resignadas perante a vida, apresentando esperança em
relação ao futuro, enquanto pessoas felizes e satisfeitas apresentam sentimentos de realização e já as
pessoas infelizes e insatisfeitas sentem se frustradas.

2.3 Resiliência
O Termo resiliência vem da física, sendo comumente usada em engenharia, para indicar a
propriedade de um material de retornar ao estado inicial após abalo. De uns 30 anos para cá, a
psicologia pegou emprestado o termo e vem usando como a capacidade de superação de adversidades
(YUNES, 2003). Notou-se que as pessoas apresentam reações diferentes a experiências negativas,
algumas declinando e não retomando o seu desenvolvimento psicossocial e espiritual e outras
conseguindo crescer com tais experiências (CASSOL e de ANTONI, 2006). A partir de então,
pesquisadores criaram interesse a entender tais mecanismos, que passaram a serem conhecidos como
resiliência. 
A psicologia ainda não especificou o constructo resiliência, sendo que ela apresenta variações em
seu uso. Pode se dizer que a primeira vez que a resiliência foi estudada foi pelo psiquiatra E. J. Anthony,
que estudou crianças com competências e saúde inabaladas, apesar de estarem sobre condições
adversas e estressantes, mas o termo usado não foi resiliência e sim, invulnerabilidade (WENER e
SMIYH, 1992, p. 4 apud YUNES, 2003).
Logo surgiram críticas ao termo usado por Anthony, por dar a falsa idéia que essas crianças não
sofreriam com as circunstâncias do meio, com isso psicólogos arguiram que o termo mais apropriado
seria resiliência, por ser mais condizente com a realidade humana de estar em constantes trocas com o
meio ambiente, de maneira que esta não tem sinonímia com invulnerabilidade (ZIMMEMAN e
ARUNKMAR 1994 apud YUNES, 2003), pelo contrário o sofrimento faz parte do desenvolvimento de
qualquer pessoa (CYRULNIK, 2004). A resiliência conta a história de pessoas que enfrentam
adversidades e conseguem fazendo uso de suas forças e do que se encontra de positivo em seu meio
ambiente e do contexto de sua vida seguir adiante e construir sua história (POLLETTTO e KOLLER,
2006).
O Manual de Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais IV (DSM-IV) diferencia eventos
traumáticos de outros eventos estressores da vida, existindo uma gravidade necessária para a
caracterização do trauma (Oliveira, 2007). Alguns autores (CYRULNIK, 2002 e PERES, MERCANTE e
NASELLO, 2005) se referem à resiliência normalmente como a superação de traumas; trauma, que
segundo a origem da palavra significa uma lesão causada por um agente externo (PEREZ,
MERCADANTE e NASELLO, 2005). Porém, de uma maneira geral, a resiliência é estudada como um
enfrentamento de qualquer tipo de adversidade, incluindo além do trauma, dificuldades de enfrentamento
diário como: pobreza, orfandade, maus tratos, entre outros (POLETTO e KOLLER, 2006).
É comum o desenvolvimento de transtornos psicopatológicos após um evento traumático. Pesquisas
mostram que 60% a 90% das pessoas sofrem um evento traumático ao longo da vida, destes numero
8% a 9%  desenvolvem o Transtorno de evento pós traumático (TEPT) (Kessler, Sonnega, Bromet,
Hugles e Nelson 1995 apud Borges, Kristensen, Dell`Aglio, 2006). O TEPT, de acordo com o DSM IV, é
caracterização pelos sintomas de evitação, revivescência e hiperexcitabilidade (Oliveira, 2007), o que
causa um sofrimento significativo e um prejuízo funcional (Borges, Kristensen e Dell´Aglio, 2006). 
Alguns autores (Borges, Kristensen e Dell`Aglio, 2006, Peres, Mercante, Nasello, 2005) buscam
compreender a atuação resiliente de pessoas nestas contingências, tanto na compreensão de porque
algumas pessoas desenvolvem o TEPT e outras não, como nos fatores que auxiliam sua superação.
Indivíduos inseguros, com falta de controle pessoal e alienação são mais prováveis a desenvolver o
TEPT. Peres, Mercante e Nasello (2005) afirmam que a recuperação da memória de eventos
traumáticos, em situações como psicoterapia, ocasiona uma reestruturação cognitiva e emocional
perante o trauma, de maneira que, o paciente pode resignificar o evento traumático.
A resiliência é comumente estudada na interação de fatores de risco e proteção, juntamente com a
invulnerabilidade. A palavra risco foi inicialmente usada na economia, na antiguidade, ao se referir a
possíveis perdas marítimas, que eram reduzidas ao valor dos custos da mercadoria. Após isso passou a
ser utilizada pela epidemiologia e pela medicina, e chegando a saúde mental, através da avaliação as
formas de risco psicossocial (CASSOL e de ANTONI, 2006). O risco apresenta diferentes formas
dependendo das características individuais e contextuais (YUNES, 2003).
Os fatores de risco facilitam o desenvolvimento de problemas emocionais, físicos e/ou sociais
(CASSOL e de ANTONI, 2006, p. 180).  Os fatores de proteção são os que servem para amenizar os
efeitos dos eventos estressores e de risco Esses fatores podem ser de origens individuais ou ambientais,
podendo ter características biológicas ou adquiridas, de acordo com a experiência de vida de cada um,
também podem se originar de fatores ambientais, aí se encontrando a importância do meio social e
familiar. A família pode prover uma rede de apoio e proteção social e o meio ambiente prover proteção
através das políticas publicas de educação, moradia, saúde e outras. (De Antoni, Barone, Koller, 2006).
A origem e significado do termo invulnerabilidade dentro dos estudos de resiliência foram discutidas no
segundo parágrafo deste tópico, porém atualmente os termos vulnerabilidade e invulnerabilidade vêm
sendo usados de maneira um pouco diferente da inicial, se referindo à características individuais que
predispõem a pessoa a maior ou menor possibilidade ao desenvolvimento de problemas emocionais,
psíquicos ou comportamentais (RUTTERES, 1987 apud CASSOL e de ANTONI, 2006).
Existe afinidade nos estudos sobre resiliência ao se afirmar à capacidade humana de adaptação em
contexto de adversidades e riscos significativos (Polleto e Koller, 2006). De acordo com Moraes e
Rabinovich (1996 apud Polletto e Koller, 2006), resiliência é manter o desenvolvimento normal em
situações diversas, Cyrulnik (2004) problematiza essa questão, afirmando que a resiliência não é o
mesmo que adaptação, a adaptação pode ser maléfica, uma vez que o indivíduo adaptado pode ser
aquele subserviente às normas sociais, rígidos e dominado pela cultura e que a resiliência se referiria a
uma superação de adversidades, em direção à uma maior autenticidade, espontaneidade e criatividade
do sujeito.
As crianças diante do trauma não podem deixar de se adaptar. Mas a adaptação nem sempre é um beneficio: a
amputação, a submissão, a renúncia a torna-se si mesmo, a busca da indiferença intelectual, o esfriamento afetivo,
a desconfiança, a sedução do agressor certamente constituem valores da adaptação, defesas não resilientes
(CYRULNIK, 2004, p 129).

Uma das grandes questões que apareceu quando se fala de resiliência é: qual o método deve ser
utilizado na pesquisa? A proposta metodológica para o estudo da resiliência deve estar de acordo com o
modo em que a resiliência é concebida, pois a resiliência é um conceito que vem sendo entendido de
várias formas, não havendo consenso e gerando vários questionamentos, se ela é inata ou adquirida, se
é permanente ou circunstancial, se é uma adaptação ou uma superação das adversidades e uma
questão mais ampla, se é um traço individual ou um processo circunstancial interelacional entre pessoa
e ambiente (LIBÓRIO, CASTRO e COELHO, 2006).
Martineu (1999 apud Yunes, 2003) acredita que existem hoje três formas que orientam as pesquisas
sobre resiliência. Uma delas refere se ao estudo dela como resistência, buscando traços de
personalidade comuns às pessoas resilientes e condições em que tais traços aparecem ou surgem, onde
a pesquisa faz uso de rigorosos estudos psicométricos, com análise estatística dos dados obtidos. O
outro é o discurso experiencial, o foco das pesquisas é a história de vida das pessoas e por ultimo o
discurso da resiliência como algo em constante construção (LIBÓRIO, CASTRO e COELHO, 2006).
Os autores brasileiros e os mais usados como referências em suas pesquisas normalmente estudam
a resiliência como um processo dinâmico, isso implica no uso de uma metodologia preocupada em
compreender como os fatores protetivos como: família, traços positivos de personalidade e ambiente
interagem e fornecem os resultados positivos. Assim, privilegia-se uma avaliação mais qualitativa do que
quantitativa. Nestas pesquisas são levadas em consideração, não apenas os fatores de risco em si, mas
a interpretação que as pessoas fazem desses fatores (LIBÓRIO, CASTRO e COELHO, 2006).
Cecconello e Koller (2003 apud Libório, Castro e Coelho 2006) usaram como método a inserção
ecológica, um estudo longitudinal, no qual se acompanhou famílias em situações de risco: pobreza e
moradias situadas em comunidades violentas, no qual conversou-se, observou-se e entrevistaram-se as
famílias para a coleta dos dados de pesquisa. Yunes (2001) usou com método a entrevista reflexiva. Em
pesquisas européias, Boris Cyrulnik (2004, 2007) tem acompanhado longitudinalmente o
desenvolvimento de crianças vítimas de trauma.
Outra questão também bastante controvérsia é sobre a personalidade; existe um tipo personalidade
mais resiliente do que outros? Esta questão apresenta inúmeras respostas, porém Boris Cyrulnik (2004)
responde de maneira clara. Segundo este autor existe a formação de uma personalidade mais resiliente;
sendo esta mais criativa e com maior capacidade para amar, mas isso não é estático, podendo
apresentar variações ao longo da vida de cada pessoa. Para esta formação da personalidade resiliente,
o fator mais importante seria no início da vida, em qual ambiente o bebê é criado. O bebê percebe as
respostas sensoriais que o meio dá a seus comportamentos, a partir destas respostas vai criando sua
personalidade, os seus traços mais fortes, que o guiaram em sua conduta diante da vida. Porém, tais
traços de personalidade, não se referem a características fixas, como: timidez ou extroversão, e sim; a
autenticidade, criatividade e espontaneidade diante as circunstâncias.  No fim, é certo é que a resiliência
é sempre construída na relação do indivíduo com o meio ambiente (ASSIS, PESCE, AVANCI e NJAINE,
2005).
O estudo das emoções também vem contribuindo para o entendimento da resiliência. Seguindo uma
tendência biológica evolucionista, o modelo de Broaden and Build Theory é um exemplo de como a
biologia vem sendo usada. Segundo o Broaden and Build Theory, as emoções negativas e positivas são
complementares em relação à adaptação, as emoções negativas (medo, raiva, ódio) estruturam as
possibilidades de respostas a um evento, permitindo uma resposta rápida e a emoções positivas ao
contrário ampliam a possibilidade de respostas, possibilitando a construção de recursos pessoais, então,
a resiliência é um desses recursos construídos (PALUDO e KOLLER, 2006). O humor também é uma
estratégia para o enfrentamento psíquico de adversidades (CYRULNIK, 2002).
Apesar disso, o estudo de resiliência associado a processos biológicos ainda é escasso, mas o
campo biológico é extenso para estudos na área, pois já é sabido que o organismo apresenta
capacidade de uma resposta a situações estressoras, se defendendo destas. Além disso, estudos de
neurociências apresentam a neuroplasticidade como característica dos processos resilientes (BORGES,
KRISTENSEM e DELL´ALGIO, 2006). A neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de modificar sua
estrutura e função de acordo com a experiência. Apesar de haver divergências sobre como acontece o
processo da neuroplasticidade, é certo que qualquer processo resiliente só é possível devido a ela
(HASSE e LACERDAD, 2004).
A psicoterapia é um grande promotor de resiliência. O vínculo terapeuta e paciente promove uma
experiência emocional significativa e um ambiente seguro para a promoção de resiliência (Borges,
Kristensem e DEll´ Algio, 2006; Habigzang e Koller, 2006, Peres, Mercante e Nasello, 2005)). Então, o a
função do psicoterapeuta na promoção de resiliência não é meramente um trabalho intelectual e, além
disso, um trabalho de suporte emocional.
Aprender e crescer a partir de experiências positivas e negativas de vida e desenvolver a capacidade de lidar com
adversidades severas são aspectos cruciais a serem trabalhados em psicoterapia. Entretanto, os psicoterapeutas
não devem dizer intelectualmente aos pacientes “como fazer isso”, e sim facilitar através da vivência terapêutica, a
autocompreensão sobre a possibilidade de escolher dinâmicas psicológicas preditoras de melhor qualidade de vida
(PERES, MERCADANTE e NASELLO, 2005, p. 136).

Apesar de nestes estudos o enfoque terapêutico usado ser o cognitivo-comportamental, tal


afirmação leva aos estudos do potencial humano da psicologia humanista, quando nas décadas de 50 e
60. Rogers (1961) afirmava que o papel do terapeuta era criar um ambiente favorável para que o cliente
retomasse o seu crescimento psicológico, quando este interrompido. 
A resiliência é um dos constructos que fazem parte desse novo campo de estudos da psicologia; a
psicologia positiva, pois enfatiza aspectos virtuosos, saudáveis e positivos das pessoas no enfretamento
e superação de adversidades, para o estabelecimento de uma vida igualmente virtuosa e significativa
(YUNES, 2003). Os estudos sobre a resiliência cresceram com a psicologia positiva (PALUDO e
KOLLER, 2006), hoje pesquisadores antigos, no campo como o inglês Rutters, continuam a produzir
bastante e a partir do início deste século um grande número de trabalhos e pesquisas no campo
começaram a emergir, como o do etólogo, neurocientista e psicanalista Boris Cyrulnik, que a partir das
décadas de 80 e 90 começou uma intensa investigação na Universidade de Paris com crianças vítimas
de trauma de guerra. No Brasil, destacam-se os grupos de pesquisadores da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Instituição de ensino de pós-graduação no Rio de Janeiro: Fiocruz.
Além, de alguns outros vários pesquisadores, espalhados por diversas instituições no Brasil.
Sobre o Autor:
Roberto da Silva Melo - psicólogo, pos-graduando em Psicologia Clínica - Humanista, Fenomenológica
e Existencial - UNIARA

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