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O PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO
Maisa S. Rigoni
Samantha Dubugras Sá

ste capítulo abordará o processo de reali​zação de um psicodiagnóstico,

E apresentando os passos recomendados para a sua execução. Também serão


apresentados os diferentes modelos e objetivos dessa prática, realizada
exclusivamente pelo psicólogo, que represen​ta, como sintetiza Barbieri (2010), um
marco distintivo da identidade desse profissional. A Lei Federal nº 4.119, de 27 de
agosto de 1962, que dispõe sobre a formação em psicologia e regulamenta a profissão
no Brasil, define que a prática de diagnóstico psicológico, bem como a realização de
um psicodiagnóstico, é atribuição exclusiva do profissional da psicologia (Brasil,
1962).
O psicodiagnóstico é um dos tipos de avaliação psicológica realizada com
objetivos clínicos, portanto, não abrange todas as formas de avaliação psicológica.
Atualmente, a avaliação psicológica é entendida como um processo que permite
descrever e compreender a pessoa em suas diferentes características, investigando tanto
aspectos da personalidade quanto aspectos ​cognitivos, abordando possíveis sintomas,
questões do de​senvolvimento, questões neuropsicológicas, características adaptativas e
desadap​tativas, entre outros, permitindo, assim, que se chegue a um prognóstico e à
melhor estratégia e/ou à abordagem ​terapêutica necessária.
De modo geral, pode-se afirmar que o psico​diag​nóstico é um processo bipessoal
(psicólo​go – avaliando/grupo familiar), de duração li​mitada no tempo, com um número
aproxima​damente definido de encontros, que procura descrever e compreender as
forças e as ​fraquezas do funcionamento psicológico de um indivíduo, tendo foco na
existência ou não de uma psicopatolo​gia (Cunha, 2000). Assim, o psicodiagnóstico
pode ser entendido como um processo com início, meio e fim, que utiliza entrevistas,
técnicas e/ou testes psicológicos para compreender as potencialidades e as
dificuldades apresenta​das pelo avaliando, tendo por base uma teoria psicológica e
buscando, assim, coletar dados mais substanciais para a realização de um encami​nha​-
mento mais apropriado. Então, possibilita descrever o funcionamento atual, confirmar,
refutar ou modificar impressões; realizar diag​nóstico diferencial de transtornos mentais,
comportamentais e cognitivos; ​identificar necessidades terapêuticas e recomendar a
intervenção mais adequada, levando em conta o prog​nóstico (Witternborn, 1999).
Cabe salientar que, como bem lembra Cunha (2000), o psicodiagnóstico derivou
da psi​cologia clínica em torno de 1896, ​quando surgiram os primeiros testes mentais. ​-
Nessa época, o psicólogo se limitava a aplicar um ou outro teste solicitado por outros
profissionais, e trabalhava com um modelo médico de atendimento, mantendo certo
distanciamento do avaliando, buscando não perder a objetividade em seu trabalho. Não
havia um procedimento em que o avaliando fosse atendido de forma integrada e
compreensiva. Esse cenário começou a ser modificado com o surgimento da psicanálise
e com o desenvolvimento das ​técnicas projetivas, o que permitiu que se pudesse ter
uma compreensão mais profunda e abrangente do sujeito avaliado (Carrasco & Sá,
2010; Werlang & Argimon, 2003). Uma das atividades do psicólogo clínico é
identificar e ​compreender, na singularidade do indivíduo, suas caracte​rís​ticas, seus
sintomas e seu funcionamento psíquico, e, assim, explicitar diagnósticos. A pa​lavra
“diagnóstico” origina-se do grego diagnõstikós e significa discernimento, faculdade de
conhecer. No sentido amplo do termo, a ação de diagnosticar é inevitável, já que,
sempre que se explicita a compreensão de um fenômeno, reali​za-se um dos possíveis
diagnósticos. Mas, no campo da ciência, esse termo refere-se à possibilidade de
conhecimento por meio da utilização de conceitos, noções e teorias científicas
(Ancona-Lopez, 1984).
Pensando no conceito de psicodiagnóstico, palavra também de origem grega
(psique = mente, dia = atráves, gnosis = conhecimento), Sendín (2000) entende que se
trata da expressão mais antiga e que melhor reflete, etimologicamente, o caráter
processual da tarefa de diagnosticar, pois se refere a um conhecimento dos aspectos
mais relevantes do funcionamento psíquico. Embora na contemporaneidade se entenda o
psicodiagnóstico como um processo de avaliação amplo, esse termo ainda está
associado à sua procedência do campo médico, com enfoque diagnóstico estritamente
classificatório. Em função disso, alguns psicólogos rechaçam esse termo e defendem
sua substituição pela expressão avaliação psicológica. Entretanto, Cunha (1993)
esclarece que essa expressão é um conceito muito amplo, enquanto “psicodiagnóstico”
explicita uma avaliação psicológica com propósitos clínicos. A autora salienta, ainda,
que o termo “testagem” se refere a um tipo de recurso da avaliação psicológica,
enquanto o “psicodiagnóstico” pressupõe a utilização de outros
instrumentos/procedimentos que vão além do emprego de testes, a fim de abordar os
dados psicológicos de forma mais sistemática, científica e orientada para a re​solução
de problemas.
Diante dessa situação, surgiu a necessida​de de um enquadramento que atendesse às
características específicas do psicodiagnóstico, por se tratar de um processo limitado
no tempo e que utiliza técnicas e/ou testes psicológicos, po​dendo, assim, ter vários
objetivos. Esses objetivos podem ser referentes a uma classificação simples, a uma
descrição ou até mesmo a uma classificação nosológica, entre outros, conforme o que
foi abordado no Capítulo 2.
Nessa perspectiva, Arzeno (1995) refere que o psicodiagnóstico contempla
algumas finalidades, como:

1. Investigação diagnóstica: tem como objetivo ex​plicar o que acontece


além do que o avaliando consegue expressar de forma consciente – e isso
não significa rotulá-lo.
2. Avaliação do tratamento: visa avaliar o anda​mento do tratamento. Seria
o “reteste”, no qual se aplica novamente a mesma bateria de testes
usados na primeira ocasião ou uma bateria equivalente.
3. Como meio de comunicação: procura ​facilitar a comunicação e, em
consequência, a ​tomada de insight.
4. Na investigação: com o intuito de criar novos instrumentos de
exploração da ​personalidade e, também, de planejar a investigação para
o estudo de uma determinada patologia, etc.

Ampliando os conceitos de Arzeno (1995), acreditamos que, além do que foi


exposto anteriormente, um psicodiagnóstico pode ter um alcance ainda maior. Embora
não seja sua ​principal finalidade, pode ser terapêutico, uma vez que o vínculo
estabelecido entre avaliador e avaliado, assim como os resultados obtidos e
comunicados, pode contribuir para uma decisão mais assertiva por parte do avaliado
quanto à ​escolha entre um ou outro tratamento, à mudança de um estilo de vida, ou
mesmo quanto ao rumo que dará às recomendações do avaliador. Outro ponto relevante
diz respeito ao uso ou não de uma bateria de testes e “retestes”, isto é, entendemos que
os testes psi​cológicos e as técnicas são recursos disponíveis, mas que em nenhum
momento substituem ou são mais ​importantes do que a escuta e o olhar clínico do
avaliador, pois nem sempre será necessária a utilização des​sas ferramentas.
Quando se opta pelo uso de testes psicológicos, Ocampo, Arzeno e Piccolo
(2005), Arzeno (2003) e Trinca (1984) inferem que a escolha das estratégias e dos
instrumentos a serem empregados é feita sempre de acordo com o ​referencial teórico,
com a finalidade e com o objetivo (clí​nico, profissional, educacional, forense, etc.) do
psicodiagnóstico. Arzeno (1995, p. 10) refere que “. . . as conclusões de todo o
material obtido são discutidas com o interessado, com seus pais, ou com a família
completa, conforme o ca​so e o sistema do profissional”. Dessa forma, a entrevista de
devolução visa informar os resultados, mas nela podem surgir, de ​maneira involuntária,
efeitos terapêuticos, ​denominados de psicodiagnóstico interventivo, que ​equivale a uma
avaliação terapêutica, caracterizada pela realização de intervenções como
assinalamentos, in​terpretações, entre outros, durante as entrevistas e as aplicações de
técnicas projetivas (Barbieri, 2010). Salientamos, assim, a ​existência de estudos que
consideram o psicodiagnóstico uma possibilidade de intervenção terapêutica, e não
apenas diagnóstica (Carrasco & Sá, 2010). No que diz respeito ao psicodiagnóstico
interventivo, ele será mais bem analisado no Capítu​lo 15.
Entretanto, “diagnosticar” alguém é algo se​​cundário, caso se pense que, ao
identificar as forças e as fraquezas do avaliando, estamos ​ten​tan​do entender o que se
passa com ele nesse mo​​mento de sua vida e de quais recursos dispõe pa​ra que seja
possível formular recomenda​ções te​rapêuticas ade​quadas (terapia breve e prolon​gada,
individual, sistêmica, de grupo, entre ou​tras; frequência; tratamento ​medicamentoso;
etc.). Mesmo quando é de​tectada a presença de algum transtorno ​mental, o objetivo
maior do psicodiagnóstico é encaminhar o indivíduo para o tratamento mais adequado.
O processo tem início no ​encaminhamento, que é o que justifica a sua realização.
Vários são os profissionais que podem solicitar a ​avaliação psicológica, como
neurologistas, psiquiatras, pedagogos, entre outros. No entanto, ​muitas vezes o
encaminhamento é vago, cabendo ao psi​cólogo o seu esclarecimento prévio, para en​tão
ter certeza de que a indicação é, de fato, para um psicodiagnóstico. E como se realiza
um psi​codiagnóstico?
Para Ocampo e colaboradores (2005), o pro​cesso envolve quatro etapas. A
primeira principia no contato inicial, estendendo-se até a primeira entrevista com o
avaliando; a ​segunda consiste na aplicação de testes e técnicas psicológicas; a terceira
diz respeito à conclusão do processo, com a devolução oral ao ​avaliando (e/ou aos
pais); e a última refere-se à elaboração do informe escrito (laudo/relatório) para o
solicitante e para o avaliando (e/ou aos pais). Propomos, de forma mais detalhada, oito
etapas (ver Quadro 3.1).

QUADRO 3.1
Passos de um processo de psicodiagnóstico
Passos Especificações
1. Determinar os motivos da consulta e/ou do encaminhamento e levantar dados sobre a história pessoal
(dados de natureza psicológica, social, médica, profissional, escolar).

2. Definir as hipóteses e os objetivos do processo de avaliação. Estabelecer o contrato de trabalho (com o


examinando e/ou responsável).
3. Estruturar um plano de avaliação (selecionar instrumentos e/ou técnicas psicológicas).

4. Administrar as estratégias e os instrumentos de avaliação.

5. Corrigir ou levantar, qualitativa e quantitativamente, as estratégias e os instrumentos de avaliação.

6. Integrar os dados colhidos, relacionados com as hipóteses iniciais e com os objetivos da avaliação.

7. Formular as conclusões, definindo potencialidades e vulnerabilidades.

8. Comunicar os resultados por meio de entrevista de devolução e de um laudo/relatório psicológico. Encerrar


o processo de avaliação.

Vejamos o passo a passo: uma vez de posse do encaminhamento, cabe ao


psicólogo ampliar o motivo, elencando as principais queixas e sofrimentos psíquicos
apresentados pelo avaliando. O psicodiagnóstico pode ser realizado em consultórios
privados, clínicas ​psicológicas ou psi​quiá​tri​cas, instituições, postos de ​saúde ou hospi​-
tais. Dependendo do local onde irá ocorrer o ​pro​cesso, poderá haver certa ​urgência na
avaliação. Por exemplo, em um ambiente de internação, geralmente sua realização
ocorre de forma mais ​breve, pois, muitas vezes, a conclu​são e a emissão do laudo serão
determinantes para a adequação de alguma medicação ou mesmo para a alta e futuro
tratamento ambulatorial. Já em uma avaliação em uma clínica, cujo fun​cionamento
costuma ser ambulatorial, há mais tempo para a realização do processo; no entanto, o
mesmo tende a durar, em média, dois meses, podendo ter uma frequência ​semanal maior
ou menor, dependendo do caso, totalizan​do, aproximadamente, 6 a 12 encontros, no
máximo.
Seja qual for o local, em um primeiro mo​​mento deve-se realizar a primeira
entrevista (en​trevista inicial) para que se esclareça o encami​nhamento. Ocampo,
Arzeno e Piccolo (2009, p. 29) referem que, “. . . No motivo de consulta deve-se
discriminar entre o motivo manifesto e motivo latente”. O motivo manifesto diz
respeito ao que levou à solicitação do psicodiagnóstico, e é o que, de fato, preocupa, a
ponto de tornar-se um sinal de alerta; já o motivo latente diz ​respeito ao que não é tão
óbvio, às hipóteses subjacentes elaboradas pelo psicólogo en​quanto escuta e reflete
sobre o que é manifes​to. Ainda nesse ​primeiro encontro, é preciso que fiquem bem
definidos os papéis do psicólo​go, dos familiares e do avaliando. O primeiro deve
coletar o máximo de informações possível para que se possa conhecer exaustivamente a
pessoa a ser avaliada e extrair da entrevista da​dos para a formulação de hipóteses,
viabilizan​do, assim, o planejamento da avaliação; aos demais cabe não sonegar in​-
formações ao profissional. Se não tivermos os objetivos bem claros e acordados entre
o avaliador e a pessoa que solicitou o psicodiagnósti​co, o processo dificilmente será
satisfatório (Urbina, 2007). Também nesse primeiro contato, após se esclarecer como o
processo ocorrerá, sugerimos que se proceda à assinatura de um termo de
consentimento livre e esclarecido, em que a pessoa a ser avaliada ou o seu responsável
legal autorizará a realização da avaliação. É importante salientar que, no caso de
crianças, a primeira entrevista precisa ser feita com os pais ou responsáveis; já no caso
de adultos, nem sempre é necessário entrevistar algum familiar. Em alguns casos, torna-
se relevante a inclusão de en​trevistas com membros da família que possam estar
implicados na demanda do avaliando (Ancona-Lopez, 2002).
No que diz respeito ao psicodiagnóstico de adolescentes, a primeira entrevista
poderá ser realizada com os pais/responsáveis ou com o próprio adolescente,
dependendo de seu caso e/ou idade. Ainda assim, salientamos que o contato com os
pais/responsáveis é imprescindível, uma vez que eles precisam autorizar o processo de
avaliação, já que se trata de um menor de idade.
Muitas vezes, em caso de avaliandos crianças e adolescentes, embora seja
solicitado que em um primeiro momento compareçam ​somente os pais ou responsáveis,
os avaliandos acabam por vir junto. Nesses casos, é de suma importância que o
psicólogo tenha muito cuidado com o que será abordado na primeira entrevista,
procurando preservar o avaliando, evitando expor questões mais delicadas. É
fundamental que, ao final desse primeiro encontro, fique agendado um próximo
momento somente com os pais ou responsáveis, devendo-se explicar para o avaliando
que isso ocorrerá uma vez que não é necessária sua presença, pois serão ​coletadas
informações que ele não teria condições de fornecer. Com o intuito de manter um
vínculo com o avaliando, agenda-se um horário somente com ele, dando início à escuta
privativa, procurando valorizar esse espaço ao demonstrar a importância de escutá-lo.
Para que o psicólogo tenha clareza do que deverá ser investigado, bem como para
que tenha dados suficientes para construir a ​história de vida do avaliando, podem ser
realizadas quantas entrevistas forem necessárias. Ainda assim, o profissional dispõe de
um tempo limitado, pois tanto a duração excessiva do ​processo como o seu
abreviamento podem ser prejudiciais. Ao longo dessas entrevistas, o psicólogo
naturalmente elenca algumas hipóteses, e, dessa forma, define que tipo de instrumentos
preci​sará utilizar e em que ordem deverá aplicá-los.
A partir do que foi coletado nas ​primeiras entrevistas, o psicólogo terá condições
de ela​borar o plano de ação. O plano inicia com as pri​meiras entrevistas, e, ao longo
delas, se constrói o contrato de trabalho, em que são ​previstos os papéis de cada parte;
a questão de sigilo e privacidade; o número aproximado de encontros, incluindo-se as
primeiras entrevistas; a bateria de testes que será utilizada, se necessário; as entrevistas
de devolução; e a forma como serão pagos os honorários (caso se trate de ​consultas
particulares ou em uma instituição paga). Esse plano é construído nos primeiros
encontros, podendo sofrer variações ao longo do processo. Por exemplo, ao ser feita
uma hipótese inicial, decide-se, então, pela aplicação de alguns testes, mas pode
ocorrer que, em um segundo teste, se obtenha uma resposta para a ​demanda. Assim,
deve-se abrir mão da aplicação de outros instrumentos planejados a priori, pois ela
não será mais necessária, e, com isso, o número de en​contros diminui. O inverso
também pode ocorrer, uma vez que se pode acrescentar outros métodos, testes ou
técnicas, o que ​acarretaria um número maior de entrevistas para que se tenha uma
compreensão mais exata do caso. Por meio do instrumental utilizado no
psicodiagnóstico, é possível alcançar uma compreensão da demanda, incluindo os
problemas, os sintomas e as queixas apresentados pelo avaliando, com mais brevidade
do que o necessário com outros métodos (González, 1999).
Um exemplo: em uma avaliação ​psicológica em que o avaliando veio encaminhado
por seu psiquiatra com suspeita de déficit intelectual, ve​rificamos, durante a testagem,
que seus resultados no WAIS-III foram todos superiores à média estimada para sua
faixa etária, ​mudando, assim, o rumo da investigação. Em ​decorrência disso, tornou-se
necessária a utilização de ou​tros testes que focassem no funcionamento da
personalidade e não no intelecto. Logo, o plano de avaliação deveria contemplar todo o
processo e servir de orientação ao profissional; ou seja, é o passo a passo do que será
realizado.
Quanto à duração do processo, cabe ressaltar que, quando o profissional abrevia o
tempo, corre o risco de deixar hipóteses em aberto, o que acaba resultando na
precariedade dos resultados por um déficit de informação, independentemente dos
recursos utilizados (Ocampo et al., 2009), e, com isso, compromete o encaminhamento.
Já o oposto, isto é, o ​prolongamento do processo, pode ocasionar um vínculo inade​-
quado para o psicodiagnóstico, fazendo o ava​liando confundir o processo com uma
psicoterapia, o que dificulta o fechamento e também compromete o encaminhamento.
Um bom exemplo disso seria quando o avaliando não busca o tratamento indicado,
argumentando desejar um seguimento com o profissional que o avaliou. No entanto,
muitas vezes o ​profissional trabalha exclusivamente com avaliação psicológica, e,
nesses casos, ao final do processo, realizam-se os devidos encaminhamentos; outros
psicólogos preferem iniciar seus ​atendimentos com um psicodiagnóstico e, a partir
disso, iniciar ou não um processo psicoterapêutico, dependendo dos achados ao longo
do processo.
Ainda sobre os passos do ​psicodiagnóstico, pode-se incluir a aplicação de testes
e/ou técnicas psicológicas, que constituem ​ferramentas auxiliares no trabalho do
psicólogo. Tais ferra​mentas podem ser um meio para se alcançar um fim, porém nunca
um fim em si (Urbina, 2007). Dessa maneira, “. . . como outras ferramen​tas, os testes
psicológicos podem ser ​extremamente úteis – e até mesmo insubstituíveis – quando
usados de forma apropriada e hábil” (Urbina, 2007, p. 14). Então, em um segundo
momento, define-se a bateria a ser utilizada. O planejamento deve levar em
consideração as características do caso (idade, sexo, escolaridade, ocupação/pro​-
fissão, condições físicas, etc.), a sequência (ordem de aplicação) e o ritmo (número de
en​trevistas previstas para a aplicação dos testes se​lecionados).
Os testes psicológicos (psicométricos ou projetivos) refinam a capacidade do ​-
profissional de captar e compreender indivíduos, grupos e fenômenos psicológicos
(Urbina, 2007; Werlang, Villemor-Amaral, & Nascimento, 2010). Contudo, para que os
resultados alcançados sejam válidos, além de seguir à risca as instruções e o sistema de
levantamento e ​interpretação do instrumento, é fundamental também garantir condições
básicas no ambiente físico, certifi​car-se dos estados físico e psicológico do exami​nado,
bem como gerenciar o contexto clínico em que será desenvolvida a avaliação (Werlang
& Argimon, 2003). As condições físicas e psicológicas do examinado devem estar
preservadas pa​ra que a tarefa a ser desenvolvida seja compreen​dida de forma correta,
sendo essenciais a motivação, o interesse e o desejo de se submeter ao processo de
avaliação. Em situações especiais, como em casos de internação psiquiátrica, é
fundamental considerar o estado mental e até mesmo a possibilidade de impregnação
por medicamentos que possam diminuir a motivação para o trabalho e alterar os
resultados da testagem. No caso de avaliação forense, em que o periciado não se
submete por livre vontade ao processo psicodiagnóstico, mas por imposição judicial, a
resistência a responder aos testes, a não cooperação e a distorção consciente e
intencional das respostas certamente irão repercutir na validade dos achados. Em
situações especiais, o psicólogo deve contar com sua sensibilidade clínica para
manejar a situação com propriedade, atenuando os obstáculos, observando e analisando
todos os indícios comportamentais de modo a isentar as variáveis que possam
prejudicar o processo de avaliação.
Quando pensamos na ordem de aplicação da bateria de testes selecionada, é
recomendável que os primeiros testes sejam os menos ansiogê​nicos para a pessoa a ser
avaliada, justamente para que não se desenvolva alguma resistência an​te o processo.
Dito de outra forma, o teste que mo​biliza o motivo manifesto para a realização do
psicodiagnóstico nunca deve ser o ​primeiro a ser administrado. Assim, por exemplo,
em uma criança encaminhada para avaliação ​cognitiva, jamais se deve iniciar a bateria
de testes pelo WISC-IV.
Fica evidente, então, que o primeiro objeti​vo diz respeito à formação do vínculo
entre o profissional e seu avaliando, a fim de garantir o bom andamento do processo, o
que justifica a não utilização, em um primeiro momento, de testes que mobilizem uma
conduta que corresponda ao sintoma. Tais testes devem ser deixados para um segundo
momento.
Habitualmente, os testes gráficos tendem a ser os mais apropriados, uma vez que ​-
abarcam aspectos mais dissociados, são mais ​econômicos quanto ao tempo e envolvem
materiais mais simples e familiares ao avaliando, ​propiciando, dessa forma, o
estabelecimento de um vínculo favorável para a continuidade do processo. Em grande
parte dos casos, desenhar é uma tarefa conhecida e que o avaliando já realizou em
algum outro momento da vida, utilizando lápis e papel. Obviamente, essas tarefas não
são recomendáveis para avaliandos que tenham, por exemplo, alguma dificuldade de
motricidade fina, devendo-se optar, então, por algum teste psicométrico que não
provoque ansiedade.
Em seguida, pode-se usar os testes que abor​dam, de certa forma, o conflito ou a
pro​blemática que originou o processo. No caso da necessidade de se verificar as ​-
características da personalidade, é interessante que seja acrescentado um teste
projetivo e outro psicométri​co, que devem chegar a conclusões aproximadas,
objetivando uma intervalidação de resultados. Na sequência, pode-se dar continuidade
com a utilização de testes que avaliam as questões cognitivas, tendo sempre o cuidado
de fechar a bateria com um teste que não eleve a ansiedade, pois isso pode prejudicar o
momento da devolução, com a recusa do avaliando a comparecer à entrevista de
devolução.
A questão dos testes já foi bastante discutida ao longo da profissão de psicólogo,
mas acreditamos que seu uso é extremamente útil para que se tenha mais objetividade e
para que não se tenha um olhar subjetivo em relação à história e às reações do
avaliando. Urbina (2007) refere dois motivos para a utilização de testes psicológicos.
O primeiro seria a eficiência, já que contemplam tempo e custo reduzidos, uma vez que,
em certas situações, como, por exemplo, para a determinação de um diagnóstico
diferencial visando a definição do uso de medicação, não é oportuna a realização de
observações e intera​ções prolongadas com quem está sendo avaliado. O segundo
motivo seria a objetividade, pois os testes seguem padrões de fidedignidade e validade
que asseguram quem está aplicando; porém, os dados observados são organizados de
modo não sistemático, o que pode levar a julgamentos pouco precisos. Ainda assim,
nenhum teste isolado substitui o olhar clínico acurado do profissional durante as
entrevistas e a condução do psicodiagnóstico, ou seja, o psicólogo não é meramente um
“testólogo”, mas um profissional habilitado e capaz de integrar os achados da testagem
e das entrevistas, denotando um olhar mais amplo e compreensivo em relação ao
avaliando.
Contudo, antes de aplicar qualquer teste, cabe ao profissional estar habilitado para
usá-lo, isto é, o psicólogo deve ter domínio ​quanto à aplicação, ao levantamento e à
interpretação dos testes por ele escolhidos. Deve também consultar o Sistema de
Avaliação de Testes Psicológi​cos (Satepsi) – disponível no site do Conselho Federal
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de Psicologia (CFP) –, a fim de certificar-se que o teste escolhido apresenta parecer
favorável para o uso profissional, contendo estudos de validade, fidedignidade,
normatização e padronização para a população brasileira (CFP, 2003a).
É dever do psicólogo manter-se atualizado quanto à literatura da sua área de
atuação, e, no que tange à avaliação psicológica, é imprescindível que esteja atualizado
quanto às pesquisas mais recentes realizadas com os instrumentos que utiliza.
Recomendamos que o ​profissional busque informações além daquelas ​fornecidas nos
manuais, lembrando que esses fornecem informações básicas, não tendo como abarcar
todos os dados da literatura já publicados (Alves, 2004).
Cabe relembrar a importância da ​Resolução 002/2003 (CFP, 2003a), um marco
fundamental na profissão do psicólogo no Brasil, que determinou os requisitos mínimos
e obrigatórios que os instrumentos psicológicos devem atender para o seu uso adequado
(Noronha, Primi, & Alchieri, 2004). A partir dela, o CFP passou a recomendar somente
o uso dos testes avaliados com parecer favorável da Comissão Consultiva; os demais,
com parecer desfavorável ou ainda não avaliados, continuam tendo seu uso permitido
apenas em pesquisa.
Dando continuidade ao processo de psicodiagnóstico, após a aplicação, o
levantamento e a interpretação dos resultados obtidos, espera-se que o profissional
chegue a uma conclusão que responda à demanda que o originou. ​Diante disso, deve
comunicar os resultados ​encontrados, visando um encaminhamento adequado para o
avaliando. A transmissão dessa informação é, sem dúvida, o objetivo primordial dessa
avaliação, que culmina em uma entrevista final, posterior à aplicação do último teste
(Ocampo et al., 2009).
Essa comunicação ocorre em duas vias: escrita e oral. A primeira é realizada por
meio de um laudo/relatório, devendo conter uma linguagem clara, concisa, inteligível e
precisa, adequada ao requerente, conforme orientação do CFP (2003b) por meio da
Resolução 007/2003, restringindo-se às informações que se fizerem necessárias. A
segunda trata da ​comunicação verbal, que pode ser realizada na forma de uma ou mais
entrevistas de devolução. Uma boa devolução inicia com um aprofundado conhecimento
do caso, que proporcionará uma base sólida para que se proceda com eficácia
(Ocampo et al., 2009).
Mais uma vez, é fundamental que o psicólogo conheça e siga as recomendações
contidas na Resolução 007/2003 (CFP, 2003b), que insti​tui o Manual de Elaboração de
Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo, decorrentes da avaliação psicológica.
Essa resolução serve de orientação ao profissional no momento de redigir qualquer
documento que se torne necessário durante e/ou ao final do psicodiagnóstico. Deve ser
evita​da a elaboração de laudos/relatórios de pouca qualidade técnico-científica, que
contenham universalidades e ambiguidades, assim co​mo a elaboração de
laudos/relatórios sofisti​cados (excessivamente técnicos), sendo mais adequado um
estilo que ressalte a individualidade e a objetividade, usando uma linguagem correta,
simples, clara e consistente, que facilite a comunicação clínica.
Objetivando o término do processo, as en​​tre​vistas de devolução podem ocorrer de
forma sistemática ou assistemática. A forma sistemáti​ca é a entrevista mais habitual,
que tem como objetivo a devolução dos resultados e a en​trega do laudo. Já a forma
assistemática é co​mumente utili​zada nos casos em que há o pre​domínio de uma
ansiedade mais elevada por parte do avaliando e/ou do seu responsável, em que se
considera pertinente o fornecimento de pequenos feedbacks ao longo do andamento do
processo, visando a dirimir essa ansiedade. Outra situação em que se faz necessária a
devolução assistemática é em casos graves ou de risco de suicídio.
Ainda no que tange à entrevista de devolu​ção, recomenda-se que se inicie
abordando os aspectos mais sadios, adaptativos e/ou preservados da dinâmica de
funcionamento do avaliando, para, em seguida, comunicar aqueles que requerem maior
cuidado, na medida e no ritmo em que possam ser compreendidos e tolerados pelo
avaliando e/ou seus responsáveis, já sugerindo os encaminhamentos apropriados. Se
realizado dessa forma, acreditamos que o processo favorecerá a compreensão e a
aceitação das indicações terapêuticas sugeridas pelo profissional.
Essas entrevistas devem ser realizadas dentro do contexto global do processo e
serão de res​ponsabilidade única e exclusiva de quem rea​lizou o psicodiagnóstico. Mas,
uma vez que não há um jeito de saber como será acolhido ou não o encaminhamento
recomendado, torna-se arriscado mobilizar, no avaliando e/ou em seus responsáveis,
mais do que suas possibilidades egoicas lhes permitem entender ou suportar. Outra
questão diz respeito à escolha da linguagem mais apropriada para o momento. É
fundamental que o profissional seja claro, não utilize uma terminologia técnica, evite
termos ambíguos e utilize, na medida do possível, a mesma linguagem do avaliando
e/ou de seus responsáveis, como bem salientam Ocampo e colaboradores (2009).
Na devolutiva, é importante salientar a linguagem a ser empregada. No caso de ​-
devolução para colegas psicólogos, pode-se usar termos técnicos, inclusive fazendo
referência aos recursos utilizados e discutindo de forma aprofunda​da os achados mais
primitivos, regressivos e ma​duros do avaliando. Porém, quando a devolutiva for
dirigida a outros profissionais, é im​prescindível ater-se apenas às informações re​-
levantes, respondendo à demanda e preservando o sigilo e a confidencialidade (Pellini
& Leme, 2011).
No decorrer deste capítulo, não nos aprofundamos na questão dos honorário, mas
este é um aspecto essencial. O profissional deverá levar em consideração que, no ​-
psicodiagnóstico, seu trabalho vai muito além das sessões com o avaliando. Além de
todo o planejamento do processo, o avaliador precisa integrar os dados obtidos,
estudar o caso em questão e refletir sobre os encaminhamentos mais adequados. Nessa
linha de raciocínio, pensamos que cada profissional precisa definir seu valor, isto é, os
honorários que fazem jus a seu trabalho. Cada profissional é livre para dispor sobre
seus honorários, mas sugerimos que, no contrato inicial, verbal ou escrito, fique claro
ao avaliando e/ou aos seus responsáveis de que valor se trata. Mediante essa
comunicação e aceitação por ambas as partes, o profissional poderá definir a forma de
pagamento, se integral ou parcelada.
O objetivo deste capítulo foi abordar de forma sintética o processo de ​-
psicodiagnóstico, seus passos e sua conclusão. Esses aspectos serão retomados de
forma detalhada nos próxi​mos capítulos. Aproveitamos para destacar a importância do
processo de psicodiagnóstico, uma vez que esse tipo de avaliação é exclusivo e
privativo da profissão de psicólogo, como assinala Patto (2000, p. 68) ao referir que a
avaliação psicológica com “. . . fins psicodiagnósticos é, por lei, privativa destes
profissionais (os psicólogos)”. Cabe reiterar que o psicólogo usa testes psicológicos e
outras técnicas por meio de uma abordagem mais sistemática dos dados psicológicos,
com objetivos bem definidos e orienta​dos para a resolução de problemas, permitindo
dar atenção não só às inadequações, mas, também, às potencialidades, visando, assim,
o melhor encaminhamento e a realização de avaliações mais completas. Não só o
instrumento ou a técnica utilizada são cruciais, mas também a formação, a sensibilidade
clínica e a postura ética do profissional da psicologia.
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