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Tratamento para Mutismo Seletivo.

16 de novembro, 2018.

Todos os tratamentos que comprovadamente ajudam no tratamento do Mutismo


Seletivo dependem de um grupo multidisciplinar, envolvendo pelo menos o psicólogo,
a escola e casa.

Técnicas Comportamentais
Pequenas mudanças causam grandes efeitos.

Seguem abaixo algumas mudanças de comportamento, principalmente para serem


usadas na escola que podem ajudar a criança a superar o Mutismo Seletivo:
Primeiro e mais importante, tire a pressão sobre a fala da criança, pois quanto mais
pressão ela tiver, maior será sua ansiedade;
Não coloque como meta fazer a criança falar, pois ela já sabe falar. O importante
aqui é fazer com que ela diminua a sua ansiedade nas atividades da classe;
Todos devem permitir que a criança se comunique não-verbalmente no início, para
que depois ela passe a utilizar a comunicação oral;
Pode-se convencionar com ele algum tipo de código ou placa para ações
importantes, como por exemplo, ir ao banheiro, hora do lanche, estar com sede, etc.
Mostre a placa, mas diga-lhe que, quando se sentir confortável, ele pode falar
também;
Se a criança sussurrar, aceite no começo e repita em bom tom, o que ela falou;
Aceite qualquer tipo de comunicação como gestos, placas, ou movimentos da
cabeça, até evoluir para sussurros, para depois falar baixo até conseguir falar em tom
normal, são ações que facilitam gradativas melhoras, sem maiores traumas. O
importante e não regredir. Se ele já faz sussurros, não aceite gestos, ou volte a usar
placas, e assim atingir novas etapas gradativamente.

Não faça perguntas diretas, evitando assim contato olho no olho;


Não permita que outros amigos respondam pela criança, pois ela deve responder,
mesmo que seja por gestos;
Se possível, coloque a disposição das mesas em forma de pequenos grupos;
Evite deixar a criança em posição central, pois ela sente que todos estão olhando
para ela;
Reforce e recompense positivamente interações sociais, faladas ou não;
Encoraje-a, sempre que possível, a fazer pequenas solicitações ou cumprimentos a
outras pessoas, tais como pegar ou entregar material fora de sala, chamar ou avisar
alguém, etc.;
Incumbir a criança como ajudante para distribuição de material entre os alunos;
Os professores devem, sempre que possível, tentar iniciar conversas fora da
presença de outros alunos, devem tentar também não colocar a criança como o centro
das atenções;
Não permitir que os demais colegas o insultem, intimidem ou riam dele;
Muitas vezes, a criança começa a falar somente com um amigo da classe, Se isso
acontecer, aceite. Não tente ouvir ou mostrar que ouviu a conversa, pois isto pode
fazer com que a criança se intimide e pare de falar.
Encoraje a criança a fazer pequenos sons, como por exemplo: ao contar uma história
fazer o barulho do trovão e pedir para as crianças fazerem este barulho. Fazer o
barulho da escada (“toc toc toc”) e do escorregador (“chuaaaa”); imitar animais e etc..

Evite fazer perguntas diretas, como: o que é isto no seu desenho? Ao invés disso,
simplesmente comente: que desenho lindo, também gosto desta cor, não sei o que é
isto, mas parece… será que é mesmo? Converse sem olhar diretamente para o olho
da criança, sem esperar uma resposta, e de forma bem pausada, dando a chance da
criança falar ou não, se ela quiser, sem nenhuma pressão.

Quando fizer isto, cuidado para não ficar tentando ler a mente, por exemplo, se ela
empilhou alguns blocos, não diga: “Que lindo castelo” e sim pense alto: “Gostei dos
blocos empilhados desta maneira, o que será que é?”
Se for fazer perguntas, faça perguntas simples, como por exemplo: “Você quer o papel
azul ou o amarelo?”,ou uma pergunta fechada: “Qual a cor do papel que você quer?”
Espere pelo menos 5 segundos pela resposta. Isto pode parecer muito tempo, mas
este tempo serve para a criança enfrentar a ansiedade e responder. Nunca insista
para que ela responda.

O que você deve fazer é diminuir a pressão da pergunta. Se fez uma pergunta aberta,
deu 5 segundos e ele ainda não respondeu, mude para uma pergunta fechada, e
depois para: Sim ou Não.

Outra estratégia se ele não responder é perguntar para ele se ele quer responder
depois, e depois de um tempo volte a mesma pergunta para ele, não se esquecendo
de agradecer por ele ter respondido.

Se a criança respondeu, não faça festa, mas sim confirme em tom normal: “Você quer
a cor azul. Muito obrigada por responder. Estou muito feliz por isto”.

Se a criança somente faz sinais, diga: “Você apontou para a carta X, ótimo. Sua
resposta está certa”, ou: “Eu também gosto da carta X”. Confirme e verbalize a
resposta dela.

Quando perceber que a criança está angustiada, por precisar comunicar algo, tente
ficar sozinha com ela e sem ninguém por perto, peça para ela falar bem baixinho, pois
você não vai contar para ninguém. A vontade de falar a ocorrência pode ser mais forte
do que a ansiedade, quando vocês estiverem sozinhos. Este momento pode ser muito
importante, para se criar um laço de confiança com a criança, minimizando o MS.

Não use e não deixe ninguém usar expressões nocivas, tais como: “O gato comeu sua
língua”, ou: “Ele não sabe falar”, ou: “Ele é muito tímido”, pois isto só aumenta a
pressão. Lembre-se que a criança sabe falar, mas somente precisa vencer a
ansiedade para tanto.

Se perguntarem para a criança porque ela não fala, a resposta deve ser:”Ela sabe
falar e irá falar quando estiver a vontade para falar”.
Você pode responder que a criança fala normalmente com os pais e com ciclano e
fulano, e que a criança está cada vez falando com mais pessoas, e que daqui a pouco
ela vai estar falando com o todo mundo. É importante que todos saibam que a criança
sabe falar.

Promova jogos de imitação, primeiro somente com movimentos, depois com sopro,
sons simples, vogais, sílabas, e assim gradativamente. O ideal é fazer isto em
pequenos grupos.

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