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TÉCNICA DE

ENTREVISTA E
ACONSELHAMENTO
PSICOLÓGICO
Entrevista no
processo de pesquisa
e investigação
científica
Anna Rita Maciel Simião

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Distinguir pesquisa qualitativa de pesquisa quantitativa.


> Identificar tipos de entrevistas e de análise de dados produzidos.
> Descrever pesquisas sobre entrevista clínica.

Introdução
Em termos gerais, a pesquisa científica começa com uma ideia, com o interesse
que desperta o pesquisador a fazer ciência e a descobrir e produzir novos conhe-
cimentos. Para fazer ciência, o pesquisador precisa de um desenho de pesquisa,
ou seja, um delineamento que vai nortear o projeto e seus respectivos contornos.
Uma pergunta, ou item a ser pesquisado, encaminhará a investigação para alcançar
os objetivos traçados. Assim, um bom projeto depende de um bom desenho de
pesquisa.
Para desenhar um projeto de pesquisa, além de empenho e cuidado com as
questões éticas e teóricas da profissão, é preciso conhecimento científico ade-
quado e a escolha de uma metodologia. Entre a etapa de desenho de pesquisa
e a etapa de trabalho de campo para entrevistar os participantes, existe um
2 Entrevista no processo de pesquisa e investigação científica

longo caminho metodológico para o profissional terminar com uma investigação


científica recompensadora.
Neste capítulo, você verá como traçar esse caminho, os tipos de pesquisas
existentes e os tipos de entrevistas empregados na investigação científica.

Pesquisa qualitativa e pesquisa


quantitativa
Os desenhos de pesquisas seguem de maneira bem estruturada a ideia da
circularidade do método científico: cada estudo se estrutura a partir de
uma hipótese, ou seja, uma proposição a ser testada durante o experimento
(ANJOS, 2005). Assim, o enunciado da pesquisa — a pergunta central ou a ideia
geral que será testada — deve ser definido. Os objetivos que vão nortear a
pesquisa para obter seus resultados devem ser claros e bem delimitados.
Nessa primeira fase, são colhidas e selecionadas as referências sobre tra-
balhos da área que vão fazer parte da introdução e da justificativa a partir
de pesquisa bibliográfica.
Posteriormente, ocorre o planejamento da pesquisa. Esse momento da
investigação científica envolve a definição da metodologia, o que é fundamental
para todos os tipos de pesquisa. Como aponta Anjos (2005, documento on-line),
“um experimento planejado incorretamente pode resultar na invalidade das
informações obtidas e consequentemente invalidar as conclusões, além da
perda de recursos”. Já a metodologia de pesquisa corresponde à forma pela
qual ela será empreendida. A palavra grega méthodos é composta pelos radicais
meta e hódos, que são traduzidos interpretativamente como caminho através
do qual — no caso da metodologia científica, o caminho pelo qual se faz ciência,
o caminho pelo qual se obtém o conhecimento científico (BAILLY, 1950).
Nessa fase da investigação, é definido o tipo de pesquisa a ser empre-
endido —qualitativo, quantitativo, filosófico, de revisão bibliográfica — e as
estratégias de experimentação, incluindo a definição do grupo amostral a ser
pesquisado, os métodos de coleta de dados, o método de análise de dados,
a definição de variáveis, a necessidade ou não de treinamento do grupo de
pesquisa, cronogramas de aplicação de questionários, testes, entrevistas,
além das autorizações necessárias para empreendimento da pesquisa, como
a autorização de conselhos de ética em pesquisa.
A metodologia deve estar bem explicada no projeto de pesquisa e todas
as estratégias oriundas dela devem estar de acordo com o tipo de abordagem
metodológica escolhido. A partir do material colhido na pesquisa bibliográ-
Entrevista no processo de pesquisa e investigação científica 3

fica, o pesquisador deve embasar teoricamente as razões pelas quais o tipo


específico metodologia foi definido e por qual razão ele é o mais adequado
para o desenho de pesquisa em questão (ANJOS, 2005).

Cuidado para não confundir pesquisa de revisão bibliográfica com


pesquisa bibliográfica. A primeira é um tipo de abordagem de pesquisa
com metodologia própria que pretende explicar um problema a partir de referências
teóricas reconhecidas e importantes publicadas anteriormente. A segunda é uma
parte da metodologia comum a todas as pesquisas, responsável pelo levantamento
da bibliografia existente sobre o enunciado para justificar e embasar a pesquisa.

Após a aprovação do projeto e da metodologia, a próxima fase da pesquisa


é a experimentação propriamente dita, em que o pesquisador e/ou grupo
de pesquisa inicia o trabalho de campo para coleta de dados. Como aponta
Anjos (2005), uma vez que os dados são coletados e o trabalho de campo é
finalizado, a análise de dados é empreendida, incluindo a verificação das
hipóteses. Em seguida, o pesquisador interpreta os resultados. A análise
de dados deve seguir a metodologia e apresentar grande rigor científico,
pois é essa análise que vai definir a confiabilidade e a ética na condução do
pesquisador ao entregar os resultados e o teste da hipótese inicial.
Os resultados são apresentados pelo pesquisador por meio de artigos
em periódicos científicos, comunicações em eventos e publicações de livros
e textos em mídias digitais e escritas. Em conjunto com os resultados, é
apresentada a resposta para o enunciado de pesquisa, confirmando ou ne-
gando a hipótese inicial. Por último, o pesquisador elabora suas conclusões
finais com as impressões sobre todo o processo de pesquisa e, se aplicável,
desenvolve a teoria pretendida.
As possibilidades de pesquisas científicas são muitas e costumam ter algumas
variações para cada área de conhecimento. Dentro das possibilidades metodoló-
gicas de pesquisa em ciências sociais, humanas e da saúde, podemos destacar as
pesquisas de abordagem qualitativa e quantitativa. Bryman (2012) define a pesquisa
quantitativa como uma estratégia de pesquisa que enfatiza a quantificação na
coleta e análise dos dados. Na pesquisa quantitativa, os dados e resultados são
de natureza empírica lógica e numérica, com uma questão ou problema sobre
tendências observáveis e quantificáveis, como hábitos, incidências de eventos
em determinada população e atitudes. As conclusões versam sobre a amostra
que estatisticamente representa um grupo a partir dos indicadores observados.
As pesquisas quantitativas nas ciências psicológicas e sociais se concen-
tram em aspectos do comportamento social que podem ser quantificados e
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medidos de maneira estatística. Payne, G. e Payne, J. (2004, p. 180) afirmam que


os métodos quantitativos “buscam regularidades da vida humana, separando
o mundo social em componentes empíricos chamados variáveis, que podem
ser representadas numericamente como frequências ou taxas”.
De acordo com Serapioni (2000), é possível destacar as seguintes carac-
terísticas gerais da pesquisa quantitativa:

„ são orientadas à busca da magnitude e das causas dos fenômenos


sociais;
„ apresentam pouco interesse pela dimensão subjetiva;
„ empregam procedimentos controlados;
„ são objetivas e o pesquisador está distante dos dados (perspectiva
externa, outsider);
„ são orientadas para verificação e com viés hipotético-dedutivo;
„ assumem uma realidade estática;
„ são orientadas para os resultados, que são replicáveis e generalizáveis.

Na pesquisa quantitativa, a coleta de dados costuma ser feita pela apli-


cação de questionários e entrevistas estruturadas, e, em alguns casos, não
exigem o contato direto com o participante da pesquisa, possibilitando uma
análise apenas com dados documentais sobre os participantes.
Entre as vantagens das pesquisas quantitativas, é possível destacar:

„ permitem um maior grupo de participantes;


„ têm menos chances de serem afetada pela subjetividade do pesquisador;
„ apresentam um bom custo-benefício;
„ os dados são facilmente analisados, já que podem contar com progra-
mas estatísticos para esse fim.

Entre as desvantagens pode-se destacar: rigidez estrutural, dificuldade


em captar emoções, mudanças de comportamentos e outras subjetividades
dos participantes e ausência de uma razão conclusiva para a existência de
uma correlação entre duas variáveis (QUEIROS et al., 2017).
A pesquisa qualitativa, por sua vez, trabalha com a investigação de conceitos
de caráter mais subjetivo, como crenças, sentimentos, impressões e opiniões
de determinado grupo sobre determinado assunto, com uma estratégia de
análise mais exploratória e menos estatística. Autores como Ritchie et al (2013)
destacam que definir a pesquisa qualitativa é uma tarefa difícil. De fato, a
pesquisa qualitativa apresenta um escopo de possibilidades aumentado e os
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métodos e práticas nem sempre são tão óbvios e diretos quando comparados
à pesquisa quantitativa. Flick (2014) define a pesquisa qualitativa como uma
abordagem metodológica interessada em analisar o significado subjetivo ou
a produção social de questões, eventos ou práticas, coletando dados não
padronizados, análise de textos ou imagens, em vez de números e estatísticas.
Dentro do contexto da pesquisa em ciências sociais, ciências da saúde
e ciências humanas, que trazem um desafio para o pesquisador — uma vez
que o próprio objeto de estudo dessas áreas envolve especificidades, abs-
trações e singularidades que o diferenciam das outras áreas das ciências
— a pesquisa qualitativa tem uma boa inter-relação, pois permite investigar
cientificamente subjetividades psicológicas e constructos sociais abstratos
dentro de determinados grupos. De acordo com Serapioni (2000), podemos
destacar como características principais das pesquisas qualitativas:

„ analisam o comportamento humano do ponto de vista do agente,


utilizando um tipo de observação não controlada;
„ são subjetivas e o pesquisador está próximo aos dados (perspectiva
de dentro, insider);
„ são voltadas ao descobrimento, pois são exploratórias, descritivas
e indutivas;
„ são orientadas ao processo;
„ assumem uma realidade dinâmica;
„ são holísticas e não generalizáveis.

A pesquisa qualitativa tem por costume utilizar entrevistas, relatos trans-


critos e acervo pessoal como meios de coleta de dados. Na maioria dos
casos, envolve contato direto com o participante. Suas análises de dados não
priorizam dados numéricos e estatísticos, e sim as traduções e interpretações
dos dados coletados.
Entre as vantagens das pesquisas qualitativas, é possível destacar:

„ foco no descobrimento, a partir de uma estrutura flexível;


„ ênfase na relevância do contexto social;
„ adequação para obter informações mais detalhadas sobre determinado
grupo social.

Entre as desvantagens, destaca-se a maior possibilidade de tendenciosi-


dades e interferências dos pesquisadores, uma vez que eles estão envolvidos
de maneira mais direta na coleta de dados. Além disso, por exigir entrevistas
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e contato com os pesquisadores, há dificuldade para contar com a adesão


de participantes e também de generalização dos dados para abranger um
grupo maior de participantes (QUEIROS et al., 2017).
Para melhor sintetizar as diferenças entre pesquisas qualitativas e quan-
titativas, o Quadro 1, a seguir, apresenta uma esquematização dos conceitos.

Quadro 1. Diferenças entre as metodologias qualitativas e quantitativas

Pesquisa Pesquisa
Dimensão quantitativa qualitativa

Foco em entender o contexto Menor Maior


do problema

Dimensão dos grupos Menor Maior


estudados

Proximidade do pesquisador Menor Maior


com o problema estudado

Escopo temporal do estudo Imediato Longo prazo

Ponto de vista do pesquisador Externo Interno

Estrutura teórica e hipótese Bem estruturadas Menos estruturadas

Flexibilidade e exploração das Menor Maior


análises

Fonte: Adaptado de Queiros et al. (2017).

Embora representem abordagens bem distintas, tanto a pesquisa quan-


titativa quanto a pesquisa qualitativa são extremamente válidas dentro das
pesquisas de ciências humanas, sociais e da saúde. Os dois métodos, se bem
aplicados, geram desenhos de pesquisa bem delineados, confiabilidade dos
resultados e verificação acurada da hipótese. O melhor método entre os dois
deve ser pensado e justificado de acordo com a pergunta inicial da pesquisa
e com as possibilidades do pesquisador.

Coleta e análise de dados


No âmbito da metodologia científica, a coleta de dados representa outro
momento importante da experimentação e pesquisa de campo. A coleta de
dados define como a pesquisa de campo vai ser conduzida de modo a obter
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as informações relevantes para responder o enunciado da pesquisa. Para


que uma pesquisa seja conduzida com padrão de excelência, o modo como
os dados serão coletados deve ser integrado e adequado com a metodologia
escolhida e estar de acordo com a justificativa usada pelo pesquisador.
No contexto das metodologias qualitativas e quantitativas, a coleta de
dados apresenta algumas estratégias principais, que serão examinadas a
seguir.

Questionário
Também chamados de surveys, os questionários são um conjunto de perguntas
estruturadas a serem respondidas pelos participantes da pesquisa. Os ques-
tionários podem ser criados pelos pesquisadores para atender ao desenho
de pesquisa de determinado enunciado, ou podem ser usados questionários
psicológicos criados e certificados por outros profissionais. É um método
fácil de aplicar e capaz de abranger muitos sujeitos na pesquisa, tornando
o grupo amostral bem abrangente. É recomendável que o pesquisador e
seus associados passem por um treinamento de aplicação do questionário
(BARBOSA, 1999).

Análise documental
Para a análise documental, o pesquisador utiliza os documentos de registro
da instituição examinada para coletar informações sobre os participantes.
Esses documentos podem ser prontuários médicos, relatórios do RH da orga-
nização, entrevistas do RH de desligamento ou admissão, etc. É um método
de fácil aplicabilidade e que não exige treinamento prévio nem contato direto
do pesquisador com os participantes (BARBOSA, 1999).

Grupos focais
Um grupo focal é um grupo de discussão com o propósito de obter informa-
ções sobre os participantes. Pessoas com alguma característica comum entre
si são convidadas a participar da discussão sobre determinado assunto. O
pesquisador age como moderador do grupo e incentiva os participantes a
conversar entre si, trocando experiências, relatando suas necessidades e
expectativas. O objetivo principal de qualquer grupo focal é revelar as per-
cepções dos participantes sobre os tópicos em discussão. Os grupos focais
tendem a envolver no máximo 12 pessoas por aproximadamente 90 minutos.
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Sua condução exige treinamento do moderador, para que consiga estimular


os participantes a falar, mas mantendo os assuntos-foco em pauta (GOMES;
BARBOSA, 1999).

Observação direta
Na observação direta, o pesquisador age como um observador, coletando
informações a partir do exame atento dos comportamentos e ações dos par-
ticipantes da pesquisa em determinada situação. O pesquisador deve então
relatar com fidelidade o que viu e percebeu. Exige um treinamento muito
específico para o observador, incluindo competências como habilidades de
observação e de registro. O observador não interage com os participantes,
nem com a situação, funcionando como um agente externo (BARBOSA, 1999).

Entrevista
Um elemento importante dos métodos de coleta é a entrevista. No âmbito da
pesquisa e investigação científica, principalmente de pesquisas nas ciências
sociais, humanas e da saúde, a entrevista é um dos métodos de investigação
mais empregados.
Stewart e Cash (2017) definem a entrevista como um processo de comu-
nicação interacional entre duas partes, em que pelo menos uma delas tem
um propósito predeterminado e claro que envolve os atos de perguntar e
responder.
A entrevista é um processo complexo que demanda compromisso do pes-
quisador, já que a pesquisa nas ciências sociais, humanas e de saúde sempre
corresponde a uma prática que também contém uma dimensão reflexiva e
de descoberta, para além da testagem de conceitos e teorias. Essa dimensão
é a da comunicação e da relação entre as pessoas.
Nesse contexto, a entrevista como coleta de dados se torna um método
interpretativo e uma situação social que consegue dar voz às muitas plura-
lidades que fazem parte das diversas etapas de uma investigação científica,
incluindo a própria singularidade do pesquisador, que passa a ser um agente
interno e ativo, que está envolvido em todos os momentos da pesquisa.
Autores como Garret (1981) e Seidman (1991) afirmam que o próprio ato
de entrevistar envolve o interesse na história e argumentações do outro,
baseando-se nas artes de ouvir, conversar e perguntar. O propósito da en-
trevista não é somente fornecer respostas a perguntas específicas, nem
mesmo testar hipóteses ou avaliar um conceito específico. O propósito da
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entrevista em pesquisa é buscar tentativas de compreender a experiência de


outras pessoas e os significados que elas atribuem para essas experiências
(CÔRTES MIGUEL, 2010).
As entrevistas no âmbito da pesquisa quantitativa e especialmente da
pesquisa qualitativa — em que podem ser mais alinhadas como método
de coleta — também encontram variações metodológicas para atender da
melhor maneira os mais variados tipos de pesquisa, como abordaremos nos
tópicos a seguir.

Entrevista estruturada
Na entrevista estruturada, o pesquisador segue um roteiro previamente
estabelecido de perguntas abertas ou mesmo um questionário de múltipla
escolha. Não é permitido adaptar, inverter ou elaborar novas perguntas
para as determinadas situações que surgirem durante o experimento. Esse
estilo de entrevista é o muito usado em pesquisas quantitativas, que tem
um foco menos vago e mais definidos que pesquisas qualitativas (FRASER;
GONDIM, 2004).

Entrevista não estruturada


A entrevista não estruturada, ou entrevista aberta, tem como finalidade
proporcionar ao pesquisador uma postura mais exploratória sobre o assunto
da pesquisa. O pesquisador apresenta um tema ou pergunta e o entrevistado
tem liberdade para explanar sobre o tema proposto. É muito usada para
pesquisas que têm por objetivo compreender especificidades culturais e
descrever casos individuais. A entrevista não estruturada tem características
diferentes da entrevista clínica. Uma entrevista aberta e totalmente dirigida
pelo pesquisador é difícil de ser realizada na pesquisa científica, pois a
investigação é dirigida por um problema científico, impondo certo limite à
liberdade da fala do entrevistado (FRASER; GONDIM, 2004).

Entrevista semiestruturada
As entrevistas semiestruturadas combinam elementos das entrevistas es-
truturadas e abertas. O pesquisador conta com um roteiro previamente
estabelecido, mas o contexto da conversa permite que o participante tenha
liberdade para discorrer sobre as questões. Assim como as abertas, são
muito usadas em pesquisas qualitativas, pois são desencadeadas por um
processo de trocas verbais e não verbais entre pesquisador e entrevistado
(FRASER; GONDIM, 2004).
10 Entrevista no processo de pesquisa e investigação científica

Boni e Quaresma (2005) mencionam outros tipos de entrevista que


podem ser utilizados nas pesquisas de ciências humanas e sociais.
Na entrevista projetiva, o entrevistador recorre a técnicas visuais, exibindo
cartões, filmes e fotos para perceber as impressões do entrevistado. Essa
técnica aprofunda informações sobre um grupo ou local. Já nas entrevistas com
grupos focais, o pesquisador apresenta a pequenos grupos de participantes uma
questão a ser discutida entre eles. Em algumas pesquisas, esse modelo é utilizado
para complementar as informações das entrevistas individuais. Por sua vez, no
modelo de entrevista conhecido como história de vida, um método qualitativo,
o entrevistador examina em relatos transcritos, diários, entrevistas gravadas
ou entrevistas regulares informações sobre a experiência do entrevistado com
algum fato ou evento que ocorreu em sua vida.

Seja qual for o método de entrevista, o entrevistador deve lembrar que


muito do que será extraído depende também de sua própria postura. Para
isso, o entrevistador precisa ter em mente que a entrevista deve configurar
uma experiencia positiva para o entrevistado, pois “O pesquisador não pode
esquecer que cada um dos pesquisados faz parte de uma singularidade, cada
um deles têm uma história de vida diferente, têm uma existência singular”
(BONI; QUARESMA, 2005, documento on-line).

Análise de dados
Uma vez que os dados tenham sido coletados, o próximo momento da pesquisa
é a análise de dados. Nessa etapa, o pesquisador deve interpretar os dados da
pesquisa para, a partir deles, tentar responder as perguntas do enunciado. Por
terem objetivos muito distintos, a análise de dados de pesquisas qualitativas
e de pesquisas quantitativas diferem bastante entre si.
Na pesquisa quantitativa, a análise de dados gira em torno do conceito de
variáveis. As variáveis são as características a serem medidas pela pesquisa. São
variadas e podem ser codificadas em números. Reis, E. e Reis, I. (2002) definem
e separam as variáveis em variáveis quantitativas, ou seja, características
que apresentam valores numéricos que fazem sentido natural matemático,
e variáveis qualitativas, que são as características que não possuem valores
quantitativos que fazem sentido, pois representam uma classificação dos
indivíduos. Além disso, as variáveis podem ser nominais (sexo, cor dos olhos,
religião, etc.) ou ordinais (escolaridade, estágio de uma doença, etc.).
As análises em pesquisa quantitativa são descritivas, pois buscam explicar
as relações estatísticas entre as variáveis e a população pesquisada. As análises
em relação às variáveis podem ser, de acordo com Freitas e Mascarola (2002),
Entrevista no processo de pesquisa e investigação científica 11

univariadas, bivariadas ou multivariadas. As análises univariadas são as mais


simples e examinam as respostas para cada uma das perguntas, variável por
variável. Já a análise bivariada busca saber quais são as relações entre a resposta
fornecida por uma variável e a resposta fornecida por outra variável. Por fim, a
análise multivariada, mais complexa,analisa globalmente um conjunto de variáveis.
As análises das pesquisas quantitativas geralmente são feitas por progra-
mas estatísticos específicos para esse fim, como o SPSS Statistics e o Excel.
Tais programas permitem a construção de tabelas e gráficos mais simples ou
mais complexos, e são capazes de fazer os cálculos necessários e traduzi-los
em valores numéricos para a análise do pesquisador.
Por sua vez, a análise de dados nas pesquisas qualitativas é mais complexa,
tendo em vista que são mais variadas e adaptáveis. Lüdke e André (1986, p.
45) afirmam que analisar os dados qualitativos “significa ‘trabalhar’ todo o
material obtido durante a pesquisa, ou seja, os relatos das observações, as
transcrições de entrevistas, as análises de documentos e as demais infor-
mações disponíveis”.
As análises de dados na pesquisa qualitativa podem ser feitas em conjunto
com a coleta de dados, devido ao maior dinamismo da abordagem metodo-
lógica. A análise varia de acordo com o instrumento de coleta utilizado. O
primeiro passo mais comum é a transcrição das entrevistas. Nela, o pesqui-
sador transcreve os áudios das entrevistas, palavra por palavra, de maneira
exata como o diálogo ocorreu. Posteriormente, o pesquisador deve conferir
a fidedignidade da transcrição ao escutar novamente a entrevista e ao fazer
a conferência concomitante com o texto que foi transcrito.
Uma maneira de analisar as entrevistas é segmentar a fala dos entrevis-
tados em unidades de significação. Essas unidades podem ser separadas em
categorias de análise como “lembranças da adolescência” ou “opiniões sobre
a escola”. O pesquisador inicia então um procedimento de interpretação des-
sas unidades, objetivando formular hipóteses explicativas do enunciado de
pesquisa. A interpretação de entrevistas abertas ou semiestruturadas pode
ser feita por meio de análise temáticas. Nesse caso, pode-se tomar o conjunto
de informações recolhidas junto aos entrevistados e organizá-las em eixos
temáticos, para posteriormente relacionar os eixos com um cruzamento da
fala dos entrevistados. Essas análises são feitas à luz do referencial teórico
coletado na pesquisa bibliográfica. O pesquisador deve, por fim, analisar se
as falas dos entrevistados, com todas suas repetições e diferenças entre si,
confirmam ou rejeitam as hipóteses iniciais do desenho de pesquisa (DUARTE,
2004). A partir daí, os resultados podem ser apresentados pelo pesquisador
e a pesquisa chega ao ponto das conclusões finais de seu ciclo.
12 Entrevista no processo de pesquisa e investigação científica

Pesquisa em entrevista clínica


As ciências humanas, sociais e da saúde englobam invariavelmente as muitas
dimensões do sujeito na sociedade, uma vez que os profissionais dessas
áreas têm como foco de trabalho principal o outro, seja ele o sujeito ou a
própria comunidade. Desse modo, o pesquisador, para além de seu trabalho
acadêmico em investigação científica, é antes de tudo um profissional e,
como tal, tem um poder transformador na sociedade. A pesquisa científica,
assim como as atuações profissionais, também tem um papel de modificar,
investigar e agir na sociedade e em seus sujeitos. Mediante a investigação
científica, em suas múltiplas facetas, o pesquisador busca solucionar pro-
blemas que afetam a sociedade, busca conhecer os sujeitos que formam a
sociedade, seus hábitos e características, e busca formar teorias sobre esses
achados, que posteriormente vão ajudar as gerações futuras de profissionais
a melhor entender os processos sociais e subjetivos de seus pares para, por
fim, melhorar a qualidade de vida desses sujeitos dentro do contexto social.
A pesquisa e suas metodologias científicas não precisam ficar confinadas
a um olhar estritamente teórico sobre o mundo, e a prática profissional do
pesquisador tem o sentido de somar ao arcabouço teórico do fazer científico.
É nesse sentido que a surge a pesquisa clínica em suas variantes centradas
no paciente, real ou potencial, isolado ou em grupo (ZAGO, 2004). A pesquisa
clínica conserva todo o rigor da metodologia científica para execução de
projetos científicos, mas nunca dissociada da prática do profissional de saúde.
Tanto a prática do profissional de saúde quanto a pesquisa clínica de
modelo centrado no paciente têm como objetivo fazer com que o paciente fale
e apresente suas impressões, expectativas e opiniões para que o profissional
examine essas demandas, estimulando o paciente a participar das decisões.
A entrevista clínica é uma prática conjunta do método clínico centrado na
pessoa e das abordagens acadêmicas.

O método clínico centrado na pessoa surgiu de estudos sobre medi-


cina centrada na pessoa conduzidos pelos canadenses Moira Stewart
e Ian McWhinney e pelo sul-africano Joseph Levenstein (STEWART et al., 2017). Os
autores estavam pesquisando os motivos que levavam as pessoas a procurar
atendimento clínico menos focado em diagnosticar e “medicalizar” uma questão
e mais em contemplar de maneira integrada as necessidades, expectativas e
preocupações dos pacientes. Os componentes explorados pelos pesquisadores
envolviam abordar a doença e a vivência da pessoa com ela, entender o paciente
como um ser integral e elaborar um projeto comum de manejo com a participação
do paciente e o fortalecimento da relação médico–paciente (STEWART et al., 2017).
Entrevista no processo de pesquisa e investigação científica 13

Nesse contexto, o meio de entrada para todo o processo centrado na


pessoa se dá pela entrevista clínica, em que o profissional e o paciente se
comunicam diretamente. Essa comunicação iniciará a cadeia de eventos da
atuação em saúde. Tavares (2000) propõe definir a entrevista clínica como
um conjunto de técnicas de investigação dirigidas por um entrevistador
treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos numa relação profissional,
com o objetivo de conhecer e descrever os aspectos sociais relacionais e
sistêmicos para promover um processo de encaminhamento e intervenção
em benefício da pessoa entrevistada.
A entrevista clínica abre portas para a pesquisa clínica, tanto como
objeto de estudo quanto como um método. A pesquisa em entrevista
clínica representa uma tendência dentro das investigações científicas
médicas. Como aponta Carrió (2014) a pesquisa em entrevista clínica
surgiu nos anos 1930 nos Estados Unidos e nas décadas iniciais se con-
solidaram três linhas:

a) os efeitos sobre a saúde e a satisfação de determinados comportamentos do


profissional, trabalhos que originam, por sua vez b) o desenvolvimento de instru-
mentos validados, os quais, além disso, apoiam c) o desenvolvimento e a validação
de novos enfoques nas propostas de formação (CARRIÓ, 2014, p. 277).

A bibliografia mais recente da área tem dedicado um grande esforço para


avaliar os benefícios das estratégias centradas no paciente e no discente. Os
temas mais estudados correspondem à informação/educação para pacientes,
o estresse profissional e a entrevista psicológica. A seguir são listadas as
principais possibilidades de pesquisa em entrevista clínica (CARRIÓ, 2014).

„ Estudo de validação:
■  métodos de codificação para descrever ou qualificar a atividade
verbal e/ou não verbal;
■  o paciente (real ou simulado) como juiz da qualidade relacional e
técnica.
„ Estudos observacionais:
■  Os pacientes estão satisfeitos, bem informados?
■  Por quem?
■  Raciocínio do clínico: como acontece, o que o favorece ou dificulta?
■  Qualidade da história clínica: até que ponto corresponde à realidade
daquilo que o paciente traz para a consulta?
■  Compreensão do paciente sobre a informação recebida.
14 Entrevista no processo de pesquisa e investigação científica

■  Impacto dos sistemas de saúde (pressão assistencial, tempo desig-


nado para a consulta, sistemas de pagamento, etc.) sobre a relação
assistencial.
■  Fatores relacionados com o estresse profissional.
■  Qualidade de vida profissional e burnout.
■  Pacientes e profissionais difíceis: quem são e o que os caracteriza?
„ Estudos observacionais analíticos:
■  avaliação de habilidades concretas do profissional e seu impacto
sobre resultados (satisfação, cumprimento, morbimortalidade, pa-
râmetros biológicos ou psicológicos);
■  avaliação do estilo do profissional e resultado em saúde(estilo
centrado no paciente);
■  impacto da informática sobre a relação assistencial.
„ Estudos experimentais:
■  paciente ativo (treinado para perguntar) e resultados em saúde;
■  efetividade de determinadas propostas curriculares docentes ou
de técnicas docentes concretas sobre os hábitos do profissional
ou sobre os resultados em saúde;
■  efetividade de uma técnica comunicacional concreta sobre resul-
tados em saúde.

Como qualquer pesquisa, as possibilidades da investigação científica em


entrevista clínica exigem rigor metodológico e que suas áreas e abordagens
estejam de acordo com desenhos de pesquisa confiáveis e éticos.

Áreas de desenvolvimento e abordagens


metodológicas
No âmbito da pesquisa em entrevista clínica, como aponta Carrió (2014), as
áreas em que podem ser desenvolvidas as atividades de campo se dividem
em observacionais e experimentais. Nos estudos observacionais, que têm por
propósito descrever e analisar características de uma intervenção ou técnica,
os participantes são convidados para o estudo por apresentarem certa repre-
sentatividade, como fazer parte de uma comunidade, ser portador de alguma
comorbidade, entre outros. Nesses estudos, o pesquisador não exerce interfe-
rência alguma sobre a amostra. Os estudos observacionais podem ser de tipo
observacional analítico, que se caracterizam por contrastar uma hipótese junto a
um grupo de intervenção, que recebe a influência de uma variável e de um grupo
de controle, que não recebe influência. Também envolvem estudos de maior
Entrevista no processo de pesquisa e investigação científica 15

complexidade metodológica, como o duplo-cego, em que os grupos de controle


e intervenção são definidos aleatoriamente e o profissional responsável pela
intervenção e coleta de dados não sabe quais pacientes estão em cada grupo.
Já os estudos que testam a idoneidade de determinada intervenção são
quase experimentais, cujos delineamentos de pesquisa não têm distribuição
aleatória dos sujeitos nem contam com grupos de controle. Assim, a com-
paração entre as condições de intervenção e não intervenção deve ser feita
com grupos não equivalentes.
Por fim, nos ensaios clínicos randomizados controlados, o padrão-ouro
nos estudos clínicos médicos de testagens de fármacos e terapias em saúde,
o grupo de intervenção, escolhido aleatoriamente, faz uso de uma terapia
ou exposição e é comparado ao grupo controle, também escolhido alea-
toriamente, que não faz uso dessa terapia. Os pacientes e os médicos não
sabem qual participante pertence a cada grupo. Em contrasta com os estudos
observacionais duplo-cego, em que o pesquisador não interfere na exposição,
nos randomizados o pesquisador planeja e intervém ativamente nos fatores
que influenciam a amostra (CARRIÓ, 2014).
Por serem metodologias importantes nas ciências humanas e da saúde,
os métodos de pesquisas qualitativas e quantitativas têm muito a contribuir
para as pesquisas em entrevistas clínicas. Os estudos em pesquisa clínica
de metodologia qualitativa geralmente são baseados em grupos de pessoas
selecionadas por seus atributos de representatividade em determinado grupo.
Seguem o modelo metodológico-padrão e são pesquisas em que se pedem
opiniões, impressões ou sentimentos desses sujeitos sobre determinados
aspectos da relação assistencial de saúde. O formato das perguntas oscila
de questões gerais, como aspectos de apreço ou desapreço por determinado
profissional, a questões mais concretas, como a respeito da confiança nas
informações prestadas pelos profissionais de saúde (CARRIÓ, 2014). Nas pes-
quisas clínicas qualitativas, as sessões de entrevista podem ser gravadas em
vídeo ou áudio e posteriormente transcritas para análise de dados, definida
de acordo com os métodos e objetivos da metodologia qualitativa.
Os estudos em metodologia quantitativa medem e quantificam desafios
surgidos em atendimentos e entrevistas preliminares psicológicas, além da inci-
dência de eventos, e se baseiam em instrumentos de coletas para fazer a medição
desse espectro. Questionários bem estabelecidos ou montados pelo pesquisador
podem ser utilizados de acordo com a metodologia definida pelo pesquisador,
e instrumentos estatísticos são usados para análise de dados (CARRIÓ, 2014).
A dimensão das pesquisas, como pode ser observado neste capítulo,
convoca o profissional a se atentar para todo o rigor da teoria e da meto-
16 Entrevista no processo de pesquisa e investigação científica

dologia de seu projeto. A pesquisa em ciências humanas e da saúde pode


aprimorar a dimensão de prática do profissional, pois pesquisar as pessoas
implica em lidar com essas pessoas, em escutar as demandas do outro. Cada
entrevista representa, além de uma coleta de dados, um momento em que o
pesquisado pode ter voz e, principalmente, ser ouvido. O pesquisador precisa
estar preparado para pensar em sua hipótese e ao mesmo tempo acolher
as demandas que surgem no ato de fazer ciência. Pesquisa e prática são,
portanto, duas instâncias complementares da formação de todo profissional.

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