O aconselhamento psicológico originou-se nos Estados
Unidos e nas universidades deste país encontrou espaço para o seu pleno desenvolvimento;
Por volta de 1910 foram fundados nos EUA Centros de
Orientação Infantil e Juvenil, incitando o desenvolvimento do campo do Aconselhamento Psicológico; Em Boston, também no mesmo período fundou-se o Serviço de Orientação Profissional, limitado apenas à orientações de caráter profissional;
As universidades norte-americanas possuem Centros ou
Serviços de Aconselhamento Psicológico;
Da década de 20 até a década de 60 as técnicas de
psicodiagnóstico dominavam o campo. A história do Aconselhamento Psicológico no Brasil Historicamente, o campo do Aconselhamento Psicológico foi uma das áreas de atuação que, juntamente com o diagnóstico psicológico e à orientação profissional, garantiu a prática profissional do psicólogo em 1962, com a Lei 4.119. Aconselhamento Psicológico inicialmente compreendido como prática profissional restrita à solução de problemas de ajustamento, constituiu-se dirigido a instituições de ensino, instituições e organizações sociais e empresariais. Sofreu grande influência dos processos de diagnósticos que ofereciam subsídios para a orientação do “bom conselheiro”. No Brasil, o campo do Aconselhamento Psicológico começou a se desenvolver por volta da década de 70. Houve uma forte tendência no Brasil de associar, no âmbito acadêmico, o Aconselhamento Psicológico à Psicoterapia, principalmente à de orientação rogeriana. Histórico do Aconselhamento no Brasil – São Paulo (onde se iniciou, expandindo-se posteriormente a outros Estados) 1946 – foi criada a Orientação Educacional no Colégio Estadual de Taubaté – título de bacharel e licenciatura em Pedagogia. Vivenciou dificuldades para ater-se apenas à orientação dos alunos nos estudos e na escolha da profissão. 1950 – “ Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Instituto Sedes Sapientiae” com Madre Cristina – título de catedrática de Psicologia – instituiu o Aconselhamento Psicológico. Atendimento gratuito de pessoas necessitadas de algum tipo de ajuda psicológica. Histórico do Aconselhamento no Brasil – 1951 – Ruth Scheeffer – UFRJ – atendimento a alunos universitários. 1953– Madre Cristina inaugurou um curso de Especialista em Psicologia Clínica. Supervisionava o atendimento realizado pelas alunas. 1960 – Faculdade de Pedagogia do Sedes Sapientiae Atendimento psicológico gratuito a alunas. 1960 – Criação dos cursos de Psicologia – Aconselhamento Psicológico no currículo. 1963 – Aconselhamento Psicológico na PUC – SP – introduzido por Efraim Rojas Boccalandro. Histórico do Aconselhamento no Brasil – 1970 – USP – Oswaldo de Barros Santos- Tese de doutoramento. Inaugurou o Serviço de Aconselhamento Psicológico na USP.
1972– USP – Rachel Rosenberg – Responsável pela disciplina Aconselhamento
Psicológico e continuidade ao SAP e, posteriormente, Henriete T.P. Morato.
1972 – USP – Forghieri – tese de doutoramento
1984 – USP – Elcie Salzano Masini – Livro - tese de doutoramento. Aconselhamento
Escolar: proposta de Atendimento ao aluno difícil
1987 – Rachel Rosenberg– livro Aconselhamento Psicológico centrado na pessoa
(1987).
2007 –Yolanda C. Forghieri – livro Aconselhamento Terapêutico.
2009 – MORATO, H.T.; BARRETO, C. L..T.; NUNES, A.P. Aconselhamento
Psicológico numa Perspectiva Fenomenológica Existencial. DEFINIÇÕES DE ACONSELHAMENTO Garrett(1942): “uma conversa profissional”. Rogers (1941): “uma série de contatos diretos com o indivíduo com o objetivo de lhe oferecer assistência na modificação de suas atitudes e comportamento”.
Scheeffer (1976): “uma relação face a face de duas pessoas, na
qual uma delas é ajudada a resolver dificuldades de ordem educacional, profissional, vital e a utilizar melhor os seus recursos pessoais.” ACONSELHAMENTO E PSICOTERAPIA Autores encontram dificuldades em diferenciar aconselhamento e psicoterapia, pois têm a mesma finalidade: “pretendem ajudar o indivíduo a obter um nível mais elevado de desenvolvimento pessoal e social.” Rogers (1941) “diferença é apenas de terminologia. Aconselhamento: usado no meios educacionais.Psicoterapia nos meios psicológicos e clínicos (por psicólogos clínicos, assistentes sociais e psiquiatras). Ambos representam uma série de contatos com alguém que visa a oferecer assistência na obtenção de uma modificação de atitudes ou de comportamento. Há uma tendência para se usar o termo aconselhamento em entrevistas mais superficiais, enquanto que a psicoterapia se refere a um contato mais duradouro e intensivo, objetivando uma reorganização mais profunda da personalidade.” ACONSELHAMENTO E PSICOTERAPIA
Diferenças apontadas por Forghieri, 2007, a partir de sua prática
profissional, estudos e pesquisas.
“No Aconselhamento o foco principal encontra-se nos aspectos
saudáveis do cliente. Há o pressuposto de que, por mais doente que ele esteja, sempre mantém alguma saúde existencial. A partir da atualização dessa saúde, o cliente recomeça a crescer e a adquirir estímulo e coragem para descobrir suas deficiências ou dificuldades e então resolvê-las, se isto for possível. Se os seus limites impedirem que tal aconteça, ao reconhecê-las e aceitá-las, o cliente poderá superar essas dificuldades partindo para outros objetivos ou escolhas, dentro de suas próprias possibilidades. ACONSELHAMENTO E PSICOTERAPIA
Além disso, neste tipo de terapia, as dificuldades, os conflitos e os
problemas analisados são aqueles que estão acontecendo na situação presente do cliente, pois há também o pressuposto de que, basicamente, eles se repetem no decorrer da existência. Por esses motivos, o processo terapêutico costuma ser mais curto ou bem menos prolongado do que na psicoterapia. Por outro lado, na psicoterapia o foco principal encontra-se nos aspectos patológicos do paciente. Há o pressuposto de que é preciso analisá-los para chegar às suas origens, pois só assim eles poderão ser resolvidos ou superados. Somente a partir daí é que o paciente poderá começar a enfrentar seus conflitos e dificuldades que foram surgindo no decorrer de sua vida e, então, recomeçar o seu processo de crescimento e amadurecimento”. (FORGHIERI, 2007, P. 44 -45). EVOLUÇÃO DOS MÉTODOS DE ACONSELHAMENTO Método Autoritário: ordenar, proibir, repreender, ameaçar. Método exortativo: termo de compromisso e promessas formais como estímulo para modificação de atitudes. Método sugestivo: repreensão de problemática através de encorajamento e suporte. Catarse: verbalização de problemas e de vivências emocionais conscientes e inconscientes a alguém que proporcione aceitação e compreensão. EVOLUÇÃO DOS MÉTODOS DE ACONSELHAMENTO
Método diretivo: o orientador dirige a entrevista, seleciona os
tópicos, define os problemas, sugere soluções e planos de ação, baseia-se na orientação médica. Método interpretativo: esclarecimentos a respeito das motivações (às vezes inconscientes) do comportamento e atitudes. Método não-diretivo: o orientando dirige a entrevista, visa o amadurecimento emocional e não apenas solução de problemas, focaliza o conteúdo emocional expresso pelo cliente, proporciona atmosfera propícia para autodeterminação por parte do orientando. Método eclético: emprega os vários métodos, de acordo com a natureza do problema e a necessidade do cliente. Referências Bibliográficas
Fundamentos e Prática. São Paulo: Thomson Learning, 2007 FORGHIERI, Yolanda Cintrão. O aconselhamento terapêutico na atualidade. Rev. abordagem gestalt., Goiânia , v. 13, n. 1, p. 125- 133, jun. 2007 b. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1809- 68672007000100009&lng=pt&nrm=iso . MORATO, H. T. P. (Coord.). Aconselhamento psicológico numa perspectiva fenomenológica existencial: uma introdução. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. – (Fundamentos de psicologia). SCHEEFFER, R. Aconselhamento Psicológico: teoria e prática, 6ª edição. São Paulo: Atlas, 1976.. SCHEEFFER, R. Evolução dos Métodos de Aconselhamento. In ________Aconselhamento Psicológico. São Paulo: Atlas, 1976, p. 19-25.