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WAYNE T.

ADAMS
Ex-Grão-Mestre da Grand Lodge of Maine (Anciente,
Free and Accepted Masons), USA.

O MANUAL DE HIRAM

Um Guia para o Venerável Mestre

Tradução e Anotação do original “Hiram’s Handbook –


A Presiding Master’s Ready Reference” por
Antonio Conehero Júnior

2005
WAYNE T. ADAMS

NOTA PRELIMINAR

Navegando pelos websites das Grandes Lojas


dos Estados Unidos da América verifiquei a
preocupação de muitas delas no sentido de capacitar
e habilitar aqueles Irmãos que pretendem assumir a
direção de Lojas Maçônicas. As Obediências Norte-
Americanas têm plena convicção de que cabe a elas
cuidar para que suas Lojas sejam conduzidas por
Maçons bem preparados para o difícil exercício do
cargo de Venerável Mestre. Assim, além de exigir
dos candidatos a Venerável Mestre conhecimento
maçônico e domínio do ritual e da legislação, as
Obediências promovem cursos e editam manuais
visando a dar noções básicas de liderança,
gerenciamento, organização financeira, e a
apresentar modelos e exemplos práticos de como
manter os Irmãos motivados e fazer com que a Loja
seja não apenas um local agradável de convivência
fraterna, mas também um importante núcleo de
atividades em benefício das comunidades onde estão
inseridas.
É com essa finalidade que a Grande Loja do
Maine (A. F. & A. M.) mantém disponível em seu
website o presente manual escrito pelo Respeitável
Irmão Wayne T. Adams, ex-Grão-Mestre daquela
Grande Loja. “Hiram’s Handbook – A Presiding
Master’s Ready Reference” foi feito para os Maçons
daquela Grande Loja, mas fornece preciosas lições
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O MANUAL DE HIRAM

aplicáveis a qualquer Loja Maçônica do Mundo. Na


literatura maçônica brasileira não existem muitas
obras sobre esse importante assunto, de modo que os
Irmãos que assumem o primeiro malhete em suas
Oficinas quase sempre exercem o cargo baseados em
pura intuição, tendo muitas vezes como únicos
parâmetros para suas decisões somente as próprias
experiências pessoais e a experiência daqueles que
os antecederam. Tamanha dose de empirismo nem
sempre produz resultados satisfatórios. Quase nunca
há o estabelecimento de objetivos e metas para as
Lojas. Dificilmente se vê a elaboração prévia de um
calendário de eventos, a aplicação de regras básicas
de administração e de controle de qualidade, e não
há planejamento financeiro consistente. Falta
comunicação. Muitos Oficiais e membros das
Comissões, por não receberem instruções adequadas
que levem ao conhecimento de seus deveres,
simplesmente deixam de atuar, ou atuam mal e
falham na execução de suas funções. Muitas Lojas
sofrem quando são mal geridas. Uma Loja pode até
mesmo abater colunas por não suportar uma
prolongada sucessão de Veneráveis Mestres
despreparados.
Vendo esse triste quadro decidi traduzir o
Manual do Irmão Wayne Adams. Fui prontamente
atendido pelo Irmão Hollis Dixon, Eminente Grande
Secretário da Grande Loja do Maine, que me colocou
em contato com o autor, o Irmão Wayne Adams.
Este se mostrou muito interessado na possibilidade
de uma edição brasileira de seu livro e não apenas
concedeu imediatamente a permissão para a
tradução e edição de seu Manual, como também

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WAYNE T. ADAMS

redigiu o prefácio da edição brasileira que o leitor


encontrará logo à frente.
No trabalho de tradução procurei preservar ao
máximo as expressões e a forma de construção do
pensamento do autor. Sempre que julguei necessário
dar alguma explicação ou informação adicional, o fiz
por meio das notas de rodapé. Portanto, todas as
notas de rodapé existentes ao longo do texto são
notas do tradutor. Assim agi tanto para não incorrer
na crítica muitas vezes dirigida aos tradutores –
traduttore, traditore (tradutor, traidor) – quanto
para fazer com que o Manual de Hiram, além de
cumprir a missão para a qual foi originariamente
escrito, também proporcionasse ao Maçom brasileiro
uma visão da Maçonaria nos Estados Unidos da
América.
Sinceramente esperamos que “O Manual de
Hiram – Um Guia Para o Venerável Mestre” possa
ser uma ferramenta útil aos Irmãos brasileiros, que
nos ajude a melhorar nossas Lojas e que desperte o
interesse pela busca do conhecimento da Maçonaria
nos inúmeros países nos quais ela pode ser
encontrada na atualidade.

Antonio Conehero Júnior


Tradutor.

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O MANUAL DE HIRAM

PREFÁCIO DA EDIÇÃO BRASILEIRA

Festa de São João


Junho de 2005

Irmãos,

Há muitos anos eu via a necessidade de um


livro de consulta simples que fornecesse aos
Veneráveis Mestres das Lojas a informação básica de
que precisavam para dar resposta rápida e efetiva às
situações que certamente enfrentariam durante seu
mandato. “O Manual de Hiram” foi desenhado para
lhes dizer como fazer muitas das coisas que eles
deveriam executar para melhorar a administração
de suas Lojas.
Este simples manual foi distribuído aos
Veneráveis Mestres de cada uma das 193 Lojas do
Estado do Maine. Ele foi bem recebido, e nosso
Grão-Mestre, subseqüentemente, decidiu que o
manual todo seria posto no website de nossa Grande
Loja, para que estivesse disponível a todos.
Eu fiquei surpreso e um pouco lisonjeado
quando o Irmão Antonio Conehero pediu permissão
para traduzir “O Manual de Hiram” para o
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WAYNE T. ADAMS

Português. A permissão, prontamente concedida, foi


seguida de uma animada troca de correspondência,
por meio da qual o Irmão Conehero se empenhava
para compreender o alcance de muitos dos termos e
costumes que são específicos de nossa Constituição
do Maine, e se esforçava para adaptá-los e torná-
los relevantes para a Maçonaria Brasileira.
Agradeço ao Irmão Conehero por seu trabalho
e espero que sua tradução e adaptação possam ser
úteis aos Veneráveis Mestres das Lojas Brasileiras,
em seus esforços para conduzir homens bons das
trevas para a luz.
Sempre a serviço da Arte Real,

Wayne T. Adams
Ex-Grão-Mestre dos Maçons no Maine

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O MANUAL DE HIRAM

“O MANUAL DE HIRAM – Um Guia para o


Venerável Mestre”

Ir. Wayne T. Adams


Loja Arundel n. 76
1997

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a todas as pessoas que


me ajudaram na preparação deste Manual. Algumas
seções como “Como Manter Novos Membros
Envolvidos” são somente minhas. Outras seções
vieram inteiramente de outros, como a carta para as
esposas de novos Maçons que foi escrita pelo Ir. Alan
J. Morgan. Todos esses itens estão adaptados para o
Maine e para nosso uso, mais particularmente a
série de itens escrita pelo Ir. Thomas Ard da Grande
Loja da Califórnia. Agradeço aos Irs. Walter
Macdougall, Brian Paradis e Norris Dwyer por suas
sugestões que muito melhoraram este manual. E
finalmente, eu agradeço a minha secretária, Karen
Schiegel, que silenciosamente vai se instruindo sobre
a Maçonaria no Maine.

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WAYNE T. ADAMS

INTRODUÇÃO

Este Manual é parte de um projeto do Comitê


de Educação Maçônica e Serviço das Lojas para
disponibilizar à Ordem tanto novos materiais quanto
materiais que foram publicados no passado, mas se
tornaram obsoletos. “O MANUAL DE HIRAM – Um
Guia para o Venerável Mestre” é um complemento
para “O BOLETIM DE HIRAM DRUMMOND”. O
“Boletim” é um guia de planejamento para os
Primeiros Vigilantes se prepararem para seu ano no
Oriente. Este livro, por sua vez, é uma ferramenta
especialmente preparada para o Venerável Mestre
que pretende ser um líder inspirado e um eficiente
administrador. Uma vez que cada Loja é diferente e
que cada Venerável Mestre é único, o material aqui
apresentado não foi projetado como um modelo a ser
imposto, mas como uma sugestão para consideração
e adaptação, estudo e reflexão. Compartilhe-o com
seus Oficiais. Mantenha-o sempre à mão em sua
pasta de documentos.

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O MANUAL DE HIRAM

CONTEÚDO

Seção 1 – Como ser um bom líder


Seção 2 – Como estabelecer suas metas e objetivos
Seção 3 – Como organizar os recursos financeiros de sua Loja
Seção 4 – Como preparar o orçamento de sua Loja
Seção 5 – Como formar uma equipe
Seção 6 – Como fazer para que seus Oficiais trabalhem com
instruções adequadas (Sugestões de deveres para os Oficiais da
Loja)
Seção 7 – Como ter novos membros envolvidos em sua Loja
Seção 8 – Como se comunicar de modo eficiente
Seção 9 – Como escrever uma boa carta
Seção 10 – Como tornar seu boletim mais interessante
Seção 11 – Como montar um plano de alerta telefônico
Seção 12 – Como fazer uma boa reunião
Seção 13 – Como receber o Delegado Distrital
Seção 14 – Como preparar programas interessantes
Seção 15 – Como organizar as atividades da Loja
Seção 16 – Como realizar um bom evento
Seção 17 – Como organizar uma “Noite da Amizade”
Seção 18 – Como recorrer à Fundação Maçônica de Auxílio
Seção 19 – Como conduzir pompas fúnebres maçônicas

APÊNDICES

A – As Regras de Ordem de Robert


B – Lista de checagem
C – Recursos para programas
D – Modelo de orçamento

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WAYNE T. ADAMS

SEÇÃO 1

COMO SER UM BOM LÍDER

INTRODUÇÃO

“Eu agora declaro devidamente instalados os


Oficiais da Loja Boaz n. 59”. As palavras da
cerimônia de instalação ainda soam em seus ouvidos.
Você terá dito que a honra, reputação e utilidade de
sua Loja dependem de sua habilidade para
administrá-la. Você está preparado? Nos anos
seguintes sua fotografia na sala dos passos perdidos
trará à mente o trabalho de um líder ou a memória
de um incompetente zelador?
Você tem uma oportunidade de deixar um
exemplo para outros seguirem. A escolha é sua.
Tenha em mente que sua Loja não é governada por
um manual de instruções: somente o Venerável
Mestre possui tal autoridade e essa pessoa é você.
Faça valer cada momento e que todos a seu redor
tenham sucesso. Este é o seu ano. Como ele será
lembrado?

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O MANUAL DE HIRAM

PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO

Organizações grandes e pequenas,


governamentais e privadas, fraternais e
corporativas, operam com sucesso tão somente
porque dão atenção às necessidades, aspirações e
interesses das pessoas. Organizações bem
sucedidas, sejam fraternais ou corporativas, trilham
seu sucesso de forma diretamente proporcional à
quantidade de interesse que demonstram pelas
pessoas a quem servem.
Quando foi a última vez que você voltou a um
restaurante que tenha proporcionado um serviço
ruim ou servido uma refeição abaixo do padrão,
considerando o alto preço que você pagou? Você
voltaria a um estabelecimento comercial que tenha
demonstrado falta de interesse por seu negócio ou
lhe vendido um produto de qualidade inferior? O
mesmo vale para sua Loja. A atenção que você dará
ao “cliente” – os Irmãos, suas famílias e a
comunidade –, irá dizer se sua gestão será um
sucesso ou um fracasso.

- Suas refeições são bem preparadas,


atrativas e servidas pontualmente?
- Sua Loja é limpa e arrumada, e reflete a
beleza que nosso ritual prescreve?
- Cada Irmão e sua família são recebidos de
um modo que reflita o amor fraterno que
deve imperar em nossa Ordem?
- Você e sua Loja estão preenchendo as
necessidades e aspirações de cada Irmão?

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WAYNE T. ADAMS

Se a resposta é não, então você não está


cuidando daquele importante aspecto de toda
organização bem-sucedida – o “serviço ao cliente”.
Você agora é o proprietário de um negócio há muito
constituído. Pense por um momento – quais serviços
você e sua empresa podem proporcionar para atrair
atuais e futuros clientes de volta a seu
estabelecimento comercial?
Muitas vezes nos esquecemos de que as
pessoas fazem as organizações. Não são os trabalhos
escritos, o bonito ritual, a apresentação de gráficos
caprichados, ou elaborados organogramas. Os
princípios de administração deste capítulo auxiliarão
você a administrar sua Loja com adequado
gerenciamento de pessoas.

AUTORIDADE vs. LIDERANÇA

Há somente um Venerável Mestre numa Loja,


somente uma autoridade e somente um líder. A
Constituição e regulamentos da Grande Loja do
Maine expressamente delegam plena autoridade ao
Venerável Mestre para governar a Loja de acordo
com as Leis. Noutras palavras, meu Irmão, você é o
chefe, o líder e o gerente. Mas espere!
Nossa Constituição e regulamentos, e nossos
usos e costumes, integram nossa estrutura de
liderança. Pela Lei Maçônica e pelos costumes nós
outorgamos ao Venerável Mestre especial autoridade
e grande respeito. O Venerável Mestre sensato não
deixará que isto lhe suba à cabeça. Ele sabe que não
pode usar seu malhete de forma arbitrária, mas deve
trabalhar constantemente para inspirar e encorajar

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O MANUAL DE HIRAM

sua equipe, unindo-a em torno de uma meta, e


ajudando-a a atingi-la.
A liderança existe em toda Loja. Em alguns
casos a liderança é exercida pelo Venerável Mestre.
Noutros, ao contrário, o Venerável Mestre recua e
não exerce sua liderança, permitindo que outros,
como os Ex-Veneráveis ou Secretários, empunhem
um malhete invisível. Em Lojas bem-sucedidas o
Venerável Mestre faz sua parte. Nas Lojas
malsucedidas, outros preenchem o vácuo. Como será
durante seu ano? Você fará sua parte ou se sentará
regiamente no Oriente, apenas empunhando o
malhete e permitindo que outros assumam a
legítima autoridade que você abandonou? O símbolo
do poder está em suas mãos. Empunhe-o com
discrição, cortesia, e acima de tudo, com amor
fraterno. Nunca se esqueça de que você tem em suas
mãos a oportunidade de liderar os Irmãos de sua
Loja e de administrar os negócios desta. A forma
como você aproveitará essa oportunidade
determinará o sucesso ou fracasso de seu ano no
Oriente. E é indesculpável que permita que um
vácuo de liderança venha a ocorrer.

A RESPONSABILIDADE É TODA SUA

Harry S. Truman 1, ex-Grão-Mestre do


Missouri, orgulhosamente exibia uma placa em sua
mesa no Escritório Oval que de modo sucinto
descrevia o termo ‘responsabilidade’. Nela se lia “a

1 Harry Truman também foi presidente dos EUA.


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WAYNE T. ADAMS

responsabilidade para aqui” 2. Aquela placa


mundialmente famosa é, de forma simbólica,
permanentemente exibida a todos os Irmãos,
silenciosamente postada sobre o podium do
Venerável Mestre, em frente ao Trono de Salomão.
Você não pode fugir dela; ela não pode ser jogada
fora; ela não pode ser destruída, ou posta nas mãos
de qualquer outro Irmão. Não importa que você se
esforce muito para se livrar dela, “a responsabilidade
para aqui” é aquela sombra proverbial que nunca
desaparecerá. Ela é sua e somente sua.
Muitos se dispõem a receber o mérito por
aumentar o número de membros, por uma
ritualística excelente, uma bela Loja e uma boa
participação dos Irmãos em todas as atividades.
Porém, poucos partilharão a responsabilidade pelas
falhas. Você, como Venerável Mestre, não poderá
fugir da responsabilidade por aquilo que ocorrer
durante seu ano. Os Irmãos sabem disso. Eles têm
ouvido o Venerável Mestre dizer: “Eu gostaria de
agradecer aos Irmãos pela confiança que
depositaram em mim. A autoridade do primeiro
malhete está em minhas mãos durante este ano
Maçônico. Eu assumo total responsabilidade pela
liderança e gerenciamento desta Loja. Eu recebo o
crédito para as coisas que virão, e eu levarei o peso
da culpa por tudo aquilo que não correr bem. Meus
Irmãos, eu sei que ‘a responsabilidade para aqui’ ”.

MONTANDO SUA EQUIPE

2 “The buck stops here” era a expressão escrita na placa, em


oposição a “to pass the buck”, que pode ser entendida como
“passar a responsabilidade a outra pessoa”.
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O MANUAL DE HIRAM

“Dar aos Oficiais instruções adequadas para o


trabalho”. Quantas vezes você escutou esse dever
essencial do Venerável Mestre ser proclamado na
abertura e no encerramento de cada sessão? 3
Aquelas não são meras palavras vazias exigidas pelo
ritual. Elas descrevem uma função de liderança
essencial para o sucesso de sua Loja.
Nenhum homem pode, sozinho, executar cada
tarefa necessária à construção de uma Loja vibrante
e progressista. A montagem da equipe é o processo
em que você, como Venerável Mestre, monta, molda
e dirige um grupo de participantes trabalhando em
diferentes tarefas que visam a uma meta comum e
bem definida.
Os Oficiais da Loja e os demais membros do
Quadro são sua equipe. Muitos membros estão em
casa, na condição de reserva inativa. Outros
membros integram a reserva ativa, sentada nas
linhas laterais, aguardando, prontos para se
envolver no trabalho. Os Oficiais, sua “linha de
frente”, estão na trincheira do dia a dia. A equipe
bem-sucedida emprega cada uma dessas categorias
de participantes de forma plena. Os times
malsucedidos deixam de lado muitos jogadores e,
assim, não importa quão hábil seja o atacante,
sofrem as consequências. Revise sua equipe,
enumere os serviços que são necessários, e peça a
cada um de seus membros para se desincumbir de
uma atribuição. Então, dê a eles “instruções

3 Tanto o referido dever quanto a abertura e o encerramento


ritualístico dizem respeito ao ritual da Grande Loja do
Maine.
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WAYNE T. ADAMS

adequadas para o trabalho” e deixe-os prosseguir em


suas tarefas.
Cada jogador e cada membro da reserva ativa,
e mesmo aqueles da reserva inativa, devem estar
completamente informados sobre o que é preciso
fazer (cruzar a linha do gol); como será feito (o jogo);
e como será o trabalho (quem bloqueia e quem
conduz a bola). Para que o jogo seja um sucesso,
cada participante deve conhecer o objetivo, concorrer
para se atingir a meta e ter ciência dos deveres e
responsabilidades de cada membro da equipe.
Como atacante você pode fazer muitos gols,
mas nunca se esqueça de, simbolicamente, levar seus
reservas para jantar e de mostrar a eles seu apreço
por seus esforços. As fotos dos reservas poderão
nunca chegar às capas das revistas de esportes, mas
eles ficarão satisfeitos com seu sucesso e estarão
sempre prontos a contribuir com mais.

COMO DELEGAR

A delegação de autoridade e responsabilidade


para completar tarefas é um princípio de
administração que assegura que todas as tarefas,
grandes ou pequenas, serão concluídas de acordo
com o planejamento. Como Venerável Mestre você
deve utilizar ao máximo os recursos humanos
disponíveis: a reserva inativa, a reserva ativa e a
linha de frente.
A perfeita e eterna frase “Pedi e vos será dado;
buscai e achareis; batei e vos abrirão” é a que melhor
expressa o princípio da delegação. Peça a um Irmão
que cumpra uma tarefa; dê a ele a autoridade e os

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O MANUAL DE HIRAM

recursos necessários para cumprir sua missão, faça-o


se sentir responsável por um bom resultado e
mantenha supervisão constante para ter certeza de
que ele está no caminho certo. Se ele procede
conforme o plano, deixe-o sozinho. Se ele não está
realizando a tarefa, dê a ele alguma ajuda ou
encontre outra pessoa para conduzir a bola.
Aqui vão alguns elementos essenciais para
serem lembrados quando você delegar:
A – Você pode delegar autoridade, mas, como
Venerável Mestre, será o responsável pelo produto
final. Você não pode apontar o dedo e dizer “mas eu
pedi a ele para fazer isso”. Os Irmãos da reserva
ativa simplesmente balançarão suas cabeças. Eles
sabem quem é o responsável e quem não cuidou dos
detalhes.
B – Seja breve e facilite as coisas: Explique em
termos simples o que precisa ser feito. Talvez você
possa dar algumas ideias, mas respeite a habilidade
dos outros para o trabalho. As pessoas podem se
ressentir quando recebem uma tarefa e lhes dizem
exatamente como deve ser executada. Logo estarão
pensando “se queria que fosse feito do seu jeito, por
que não fez ele mesmo”.
C – Discuta o projeto e suas especificações para
determinar quais recursos humanos, materiais e
financeiros serão necessários para completar
adequadamente a tarefa. Cada tarefa a ser
executada exige recursos. Alguns trabalhos não
poderão ser executados sem ferramentas adequadas.
Então, converse com sua equipe, providencie as
ferramentas apropriadas, e coloque-a para trabalhar.

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WAYNE T. ADAMS

D – Estabeleça limites de tempo realistas para cada


fase da tarefa. Você não deve esperar que tarefas
complexas sejam concluídas “ontem”, mas também
não pode permitir que o trabalho se estenda
indefinidamente. Lembre-se de que o trabalho deve
ser executado conforme o tempo disponível. Então
seja razoável, mas também firme, com a quantidade
de tempo que você reservará para uma tarefa. A
natureza humana exige o estabelecimento de prazos
finais. De outro modo a procrastinação o levará às
dificuldades de última hora e à possibilidade de
falha.
E – Supervisione continuamente a execução da
tarefa delegada para verificar seu progresso ou
eventuais problemas que possam surgir. Se esperar
até o último dia você corre o risco de se ver sem
tempo para completar a tarefa de forma adequada.
Elogie e dê reconhecimento público a todos
aqueles que tenham completado com sucesso as
tarefas que lhes foram designadas. Não importa que
se trate de uma tarefa pequena. Todos gostam de
ser reconhecidos por sua contribuição. Os que
receberem reconhecimento adequado logo serão
voluntários novamente, e aqueles que presenciaram
os elogios desejarão um pouco de ação. Lembre-se: o
mel, não o vinagre, atrai as abelhas operárias.

SUPERVISÃO

Como Venerável Mestre você desenvolverá


metas e objetivos, formulará planos e delegará sua
execução a outros. Entretanto, exercer controle
sobre esses esforços é indispensável para garantir

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O MANUAL DE HIRAM

sucesso. As pessoas a quem você delega tarefas são


como um grupo de cavalos puxando uma carroça
cheia de coisas. Se todo o projeto for levado somente
por aqueles que puxam a carroça, sua carga (as
metas) pode chegar a um destino diferente, sofrer
atrasos ou jamais deixar a cocheira onde os cavalos
permaneceram comendo aveia. Todo projeto requer
um líder (o Venerável Mestre) que segure as rédeas,
use a espora, e faça a carroça virar à esquerda, à
direita, ou parar quando necessário. O Venerável
Mestre deve, continuamente, verificar se os cavalos
são fortes o bastante e se estão em número suficiente
para puxar a carga. Além disso, quando os
problemas surgirem, ele deve saber quando
desmontar, colocar seus ombros na roda e ajudar a
empurrar a carroça pelo morro íngreme.
Cada projeto exige um líder que use seu
prestígio e autoridade, quando necessário, para
manter a carroça na trilha. As rédeas estão em suas
mãos. Use-as somente quando necessário. Se seu
projeto tem problemas ou desviou-se da trilha, puxe
suavemente as rédeas levando-o de volta à estrada.
Nunca use seu chicote ou empurre de modo áspero,
pois sua equipe pode se frustrar e interromper a
marcha. Expedir instruções apropriadas no início e
regularmente supervisionar por contato pessoal ou
por telefone, é tudo o que você precisa para controlar
sua equipe e determinar se você tem bons cavalos e
se eles são fortes o bastante para levar a carga.

TREINANDO SEUS OFICIAIS

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WAYNE T. ADAMS

“Ontem eu não sabia soletrar ‘Venerável


Mestre’ e hoje o Venerável sou eu”. Esta simples
afirmação lamentavelmente ilustra o dilema em que
muitas Lojas se encontram quando o líder eleito
negligencia ou falha ao expor e treinar os Oficiais
mais novos no que diz respeito aos deveres e
responsabilidades que terão quando chegar a hora de
cada um deles assumir o primeiro malhete. A
Maçonaria atrai “homens bons de todos os níveis
sociais”, “o alto e o baixo, o rico e o pobre”. De um
lado, as diferentes origens de nossos membros
proporcionam uma rica mistura de diversas
experiências e opiniões. De outro, poucos, sem
prévio treinamento e orientação, possuem
conhecimento e experiência para ter sucesso no
Trono de Salomão.
Enfrentando a crítica realidade de que poucos
de nós estão previamente qualificados para ocupar o
cargo de Venerável Mestre, devemos dar a
oportunidade de se iniciar o longo processo de
preparação, treinamento e orientação, necessário
para qualificar nossos Oficiais para a liderança
futura.
“Eu me sinto como um cogumelo! Mantido no
escuro com bastante fertilizante”. Esta atitude
comum, que tem prevalecido entre nossos Oficiais
mais novos, você deve entender, atacar e eliminar.
Cada Loja e todos os membros devem considerar o
fato de que, entre os que ingressam na linha de
sucessão4 não há quem se encontre totalmente
preparado para assumir o primeiro malhete.

4 A linha de sucessão é o meio empregado pela Maçonaria nos


EUA para o provimento dos cargos em Loja. A linha de
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O MANUAL DE HIRAM

Um bom Venerável Mestre treinará seus


Oficiais tanto para a liderança quanto para a
ritualística. A frase sempre repetida – “quando você
finalmente aprender o trabalho, seu ano como
Venerável Mestre terá terminado” – deve ser
retirada de uso. Os benefícios desse treinamento
serão substanciais para você e sua Loja.
Como em toda profissão, aqueles que são
adequadamente treinados executam suas tarefas
num nível crescente de competência, resultando em
desenvolvimento da Loja e satisfação dos Irmãos.
Além disso, o treinamento adequado pode
encorajar alguns reservas a fazer uma transição,
passando das linhas laterais para as cadeiras dos
Oficiais.
De quem é a responsabilidade? Não é da
Grande Loja. Também não é responsabilidade do
Delegado Distrital5 ou dos ex-Veneráveis. Cada

sucessão começa pelo cargo de Segundo Mordomo, que


representa seu primeiro degrau, e termina no cargo de
Venerável Mestre, passando pelos cargos de Primeiro
Mordomo, Segundo Diácono, Primeiro Diácono, Segundo
Vigilante, e Primeiro Vigilante, nessa ordem. Em geral, o
Irmão que aceita o cargo de Segundo Mordomo passará ao
cargo de Primeiro Mordomo no próximo ano, e de ano em
ano ocupará os cargos seguintes da linha de sucessão, desde
que se saia bem no desempenho do cargo anterior, até
chegar a Venerável Mestre de sua Loja. Não é comum haver
disputa por cargos. Os cargos aqui mencionados são do
“American Rite”, uma variação do “Emulation Ritual”,
adotado como rito único para as Lojas Simbólicas de uma
Grande Loja norte-americana.
5 A Grande Loja do Maine subdivide aquele Estado em
Distritos Maçônicos, designando um Delegado do Grão-
Mestre (Delegado Distrital) para atuar em cada um deles.
21
WAYNE T. ADAMS

Venerável Mestre é inteira, total e completamente


responsável por assegurar que os Oficiais serão
preparados para assumir com competência os
deveres e responsabilidades dos cargos que
ocuparão, antes de serem instalados no Trono. Em
termos simples, você e seus Oficiais deverão estar
em forma para o momento em que a primeira bola
for arremessada.
Seguem algumas sugestões úteis para um
programa de treinamento dos Oficiais:
1. Prepare e distribua aos Oficiais a descrição dos
deveres e responsabilidades de cada cargo. Marque
datas limites para que cada Oficial desempenhe suas
funções com proficiência.
2. Faça, com frequência, reuniões com os Oficiais,
informando os métodos e as razões de todas as suas
decisões e ações, e peça o apoio deles.
3. Use a tática do “Big Brother” ou “Mentor”,
delegando a cada Oficial a responsabilidade de
treinar nos deveres de seu cargo aquele que o
ocupará no próximo ano.
4. Peça a cada Oficial, aos presidentes de comissões,
ao Tesoureiro e ao Secretário que expliquem as
funções de seu cargo e o modo como eles executam
suas tarefas.
5. Permita que cada Oficial efetivamente exerça os
deveres de seu próximo cargo 6 quando estiver
qualificado.
6. Obtenha, distribua e discuta o material de
instrução disponibilizado pela Grande Loja e faça

Há, ainda, um Delegado Geral do Grão-Mestre com


jurisdição sobre o todo o território da Grande Loja do Maine.
6 Segundo a linha de sucessão (v. nota supra).
22
O MANUAL DE HIRAM

com que seus Oficiais frequentem as aulas de


treinamento da Academia de Liderança e do Comitê
de Educação Maçônica 7.
7. Organize uma visita dos Oficiais e demais
membros do Quadro à sede da Grande Loja. Se sua
Loja ficar a uma distância razoável, use o dia não
somente para ver o bonito templo, mas também para
conhecer os amplos recursos disponíveis, que podem
ser usados por você, seus Oficiais e sua Loja. Se você
vem de muito longe, aproveite a ocasião da Reunião
Anual 8 para essa experiência educativa. Os
funcionários são amigáveis, corteses, e sempre
dispostos a ajudar você de toda maneira possível.
8. Prepare seus Oficiais para ocupar o próximo
cargo não somente no tocante à ritualística, mas
também nas demais responsabilidades.
9. Dê conhecimento de seu programa de treinamento
de Oficiais aos demais membros do Quadro. Um
Irmão que de outra forma poderia estar relutante em
assumir uma posição de liderança pode dar um passo
à frente ao ver que há um programa para melhorar
suas habilidades, e que não estará sozinho se
assumir maiores responsabilidades. Lembre-se
sempre daqueles importantes princípios que nós
previamente apontamos. Planejar, organizar,
informar, delegar e supervisionar são vitais na

7 Órgãos da Grande Loja do Maine que têm por finalidade


treinar os Irmãos para bem administrar suas Lojas, e
incentivar o estudo da Maçonaria. As Obediências
brasileiras já deveriam ter notado a absoluta necessidade de
se seguir esse exemplo.
8 Reunião anual da Grande Loja.
23
WAYNE T. ADAMS

implementação de um programa de treinamento de


Oficiais.

FAÇA SUA LOJA SER CONHECIDA

“Os Maçons se reconhecem por certos...”


Internamente, nós temos um conjunto muito
bom de sinais de reconhecimento, alfinetes de lapela,
anéis, etc. Entretanto, não temos feito um bom
trabalho para nos tornar conhecidos nas
comunidades onde vivemos. Durante nossos
melhores anos, entre 1940 e 1950 9, isso era fácil. A
maior parte dos líderes cívicos, profissionais e de
negócios eram membros de nossa fraternidade.
Lamentavelmente, este não é mais o caso. Devemos
fazer um esforço sólido e concentrado para divulgar
nossos princípios e pontos de vista nas comunidades
onde vivemos. Ninguém fará isso por nós. Cada
comunidade é única e, portanto, diferentes
estratégias devem ser empregadas. Simplesmente
não há desculpa por nos isolarmos em nossos
templos enquanto a comunidade rodopia a nossa
volta.
Uma de suas metas deve ser a de melhorar o
conhecimento público acerca de sua Loja e da
fraternidade Maçônica. Os meios de que você dispõe
para alcançar essa meta são limitados apenas por
sua imaginação. Veja o calendário de sua
comunidade e decida como você e sua Loja poderão

9
Nesse período a Maçonaria nos EUA atingiu seu ápice em
número de membros, registrando a impressionante marca
de 4.103.161 Obreiros ativos no ano de 1959. Atualmente há
cerca de 2.000.000 de Maçons ativos nos EUA.
24
O MANUAL DE HIRAM

se tornar parte vital das atividades planejadas. Sua


única limitação consiste em solicitar à comunidade
fundos para uso interno da Loja. Barracas de
informações em festivais, participação em desfiles,
comparecimento em igrejas locais, grupos
comunitários e clubes de serviço são apropriados.
Cada vez que você for a um desses locais, convide
alguém para vir à Loja como visitante ou para fazer
uma palestra. Estes são apenas alguns exemplos
dentre milhares de possibilidades. Sua primeira
tarefa será fazer sua equipe pensar e trabalhar num
programa para aumentar o conhecimento público a
nosso respeito.

GERENCIANDO SEU ATIVO MAIS


VALIOSO: O TEMPO

Agora o chapéu está bem firme em sua


cabeça 10, o malhete em sua mão, e você está pronto
para governar a Loja durante seu ano Maçônico 11.
365 dias, 8760 horas e 585.600 minutos estão
disponíveis para seu uso. Suas comissões estão
formadas, a programação preparada e os Oficiais e
membros aguardando no Templo. A questão
persiste: “Como poderei completar tudo aquilo que
necessariamente deve ser feito no curto espaço de
tempo de um ano?”. O tempo, seu mais valioso
recurso, pode ser desperdiçado sem esperança de

10 Nas Lojas Simbólicas dos EUA o Venerável Mestre sempre


usa uma cartola de topo baixo ou médio.
11 O mandato do Venerável Mestre, nos EUA, é de um ano.

25
WAYNE T. ADAMS

recuperação, ou administrado eficientemente e


efetivamente usado.
Se de um lado é necessário tempo para
completar as tarefas de seu mandato Maçônico, i.é,
as sessões da Loja, as iniciações, elevações,
exaltações, etc, de outro você pode exercer pleno
controle sobre seu tempo. Tenha em mente que a
cada hora desperdiçada você tem uma hora a menos
para atingir suas metas. E cada hora efetivamente
utilizada é um degrau a mais para melhorar sua
Loja. A escolha é sua. Como você administrará seu
recurso mais valioso?

A. Seja Mestre de sua agenda.

Tenha em vista que é o seu tempo que você


está gastando, e que você tanto pode mandar nele
quanto deixar que ele mande em você. Seu ano
poderá ser uma experiência gratificante, ou uma
exaustiva provação. A diferença está no modo como
você administrará seu tempo. A seguir temos
algumas ideias úteis que o ajudarão a transformar
seu tempo e a concluir suas metas com êxito.

B. Economizadores de tempo

Cada um de nós tem compromissos valiosos


com a família e o trabalho, e que devem ser
previamente satisfeitos de modo a restar tempo para
a Loja. Para tirar plena vantagem de cada hora é
essencial que você avalie suas rotinas de trabalho e
elimine aquelas atividades que são improdutivas e
desperdiçam seu valioso tempo. Elimine os

26
O MANUAL DE HIRAM

desperdícios de tempo e utilize as dicas seguintes


para incrementar sua produtividade.
1. Reserve uma parte de cada dia estritamente para
tratar dos negócios da Loja. Nessas horas
previamente agendadas você produzirá mais do que
em horas aleatoriamente empregadas.
2. Escolha um lugar tranquilo para trabalhar e não
atenda a telefonemas, não receba visitas, nem
permita outros tipos de interrupção. Peça a sua
mulher que mantenha as crianças em silêncio, que
atenda o telefone e anote os recados. Proteja seu
tempo.
3. Informe a seus Oficiais e aos membros da Loja
sobre sua agenda, para que não o incomodem quando
estiver ocupado. Eles também poderão cooperar
reduzindo o potencial de interrupções durante seu
período de trabalho.
4. Reserve um dia para listar as tarefas importantes
num bloco de anotações do tipo “coisas para fazer
hoje”, que pode ser comprado em qualquer papelaria.
Durante aquele horário diário que você reservou,
comece pela tarefa número 1 e concentre-se nela até
que tenha terminado. Revise suas prioridades e
então inicie a tarefa número 2. Faça disso um hábito
de trabalho diário e você atingirá metas que
pareciam fora de seu alcance, e ainda terá tempo
extra para outras importantes tarefas.
5. Todos os seus telefonemas devem ser breves; vá
direto ao ponto, e trate exclusivamente de negócios.
Use outro tempo para conversar com os amigos ao
telefone. Sua agenda prescreve somente trabalho
para esse período.

27
WAYNE T. ADAMS

6. Não deixe para amanhã o que você pode fazer


hoje. Aqueles que habitualmente procrastinam
estão propensos a interrupções. Pegue uma tarefa
difícil, estabeleça as prioridades e o limite de tempo,
e mantenha o foco no problema até que ele esteja
resolvido.
7. Não seja perfeccionista: se esperar até que esteja
absolutamente seguro sobre todos os aspectos, você
nunca terminará coisa alguma.
8. Aprenda a dizer não. Você não pode fazer tudo
para todos. Muitas atividades estão na categoria
“boas de fazer, mas não essenciais”. Não perca
tempo em esforços estranhos a seus objetivos. É
muito mais fácil dizer apenas não do que desperdiçar
tempo em atividades improdutivas.
9. Decida! Adiar uma decisão não facilitará a
solução. Enfrente o problema, tome sua decisão e
parta para outro assunto. Não perca tempo
relutando em tomar uma decisão.
10. Uma atitude do tipo “eu mesmo faço isso” levará
você a perder tempo em tarefas menores, que
poderiam ser bem executadas por outros. Decida o
que é importante que você faça e o que pode ser
delegado a outros. Como Venerável Mestre não
perca tempo com coisas menos relevantes. As coisas
importantes serão suficientes para você.
11. Preserve os compromissos. Não permita que
reuniões não agendadas ocorram durante o tempo
que você tem para confraternizar com os Irmãos.
Esses momentos devem ser usados para relaxar e
cultivar a amizade, e não para tratar de negócios. Se
você se sentir pressionado, simplesmente reconheça
que o Irmão tem uma questão importante e marque

28
O MANUAL DE HIRAM

uma reunião para, juntos, tratar do assunto, ou


apenas converse com ele depois, por telefone. Isso
fará com que ele se sinta prestigiado, e você não
perderá o tempo que havia destinado aos outros.

12. Avalie constantemente seu modo de usar o


tempo. A maioria dos especialistas em administração
de tempo recomenda a manutenção de um registro
das atividades para que se possa avaliar exatamente
como seu tempo vem sendo usado, e então promover
os ajustes necessários a um aumento da
produtividade. Seus hábitos atuais devem se
amoldar a suas novas responsabilidades, pois do
contrário você nunca terá tempo suficiente para
cumprir adequadamente as tarefas que lhe serão
exigidas.
Nosso ritual 12 eloqüentemente aponta a
importância da administração do tempo. “Devemos
empregar oito horas para servir a Deus e a um digno
Irmão angustiado, oito horas para nossas atividades
profissionais, e oito horas para o lazer e o descanso”.
Essa a instrução dada ao neófito. Siga esse exemplo,
distribuindo seu tempo em benefício de sua Loja e de
seus Irmãos. Você pode fazer com que seu trabalho
consuma tempo e seja extremamente difícil, ou que
ele seja leve e agradável. Tudo vai depender da
maneira como você administrará seu tempo.

12 O ritual da Grande Loja do Maine.


29
WAYNE T. ADAMS

SEÇÃO 2

COMO ESTABELECER SUAS METAS E


OBJETIVOS

Nenhuma organização, seja fraternal ou


privada, pode ter sucesso a longo prazo sem
estabelecer metas e objetivos bem definidos, que
direcionem seus membros. As metas concebidas e
executadas com a participação e o apoio dos
membros são alcançadas com sucesso. É da natureza
humana se esforçar somente para atingir a meta que
30
O MANUAL DE HIRAM

for bem definida, compreendida e aceita. Ninguém


se esforçará se não tiver ideia da finalidade de seu
trabalho. Uma Loja sem metas definidas e aceitas
será uma Loja desprovida de membros empenhados
e entusiasmados. Definir metas para sua Loja deve
ser um processo coletivo que envolva todo o Quadro.
Naturalmente, alguns membros, como seus Oficiais,
são mais importantes e devem integrar o processo
desde o início, com participação, ideias e suporte
final. Outros, da reserva ativa e da inativa, devem
ser informados dos resultados de seu trabalho e
convidados a contribuir. Assim, todos estarão cientes
dos problemas existentes e da maneira pela qual eles
são resolvidos. O que nós vamos fazer, quando será
feito e como será executado. Inicie o processo de
estabelecer metas para sua Loja seguindo este
simples procedimento coletivo:
A. Reúna seus Oficiais, e talvez alguns outros
membros interessados, num local apropriado, que
ofereça bem-estar e conforto. Utilize um quadro
grande e uma porção de canetas coloridas. Também
providencie alguma coisa para comer e beber, de
modo a manter a disposição dos Irmãos.
B. Designe alguém para fazer as anotações no
quadro e comece perguntando a cada um,
individualmente, qual é, no seu ponto de vista, o
maior problema existente na Loja. Permitindo que
cada participante dê apenas uma resposta por vez,
prossiga até que todos tenham respondido. Repita a
operação quantas vezes for necessário, até que todos
os problemas apontados tenham sido anotados na
lista. Lembre-se de que as pessoas são diferentes e
que cada uma tem uma visão particular sobre quais,

31
WAYNE T. ADAMS

realmente, são os problemas. Todas as respostas


devem ser respeitadas. Ridicularizar o ponto de
vista de alguém resultará em seu definitivo
afastamento do processo e garantirá sua definitiva
oposição.
C. Listados todos os problemas o grupo deverá rever
o trabalho e começar a organizar a lista por ordem
de prioridade. Feito isso, você terá uma lista dos
problemas presentes em sua Loja. Alguns problemas
menores podem ser facilmente resolvidos por
decisões imediatas. Outros podem ser maiores,
exigindo planejamento e trabalho para serem
solucionados.
D. As soluções para a lista de problemas poderá ser a
base para as metas finais que serão estabelecidas
pela liderança de sua Loja. Permita que seu grupo
renove os problemas e estabeleça algumas metas que
possam ser atingidas com êxito, a curto e a longo
prazo. Então informe suas metas e planos de ação
aos demais membros do Quadro, para que os
aprovem e também colaborem.
E. Permaneça na trilha, mantenha a informação
sobre suas metas, e anuncie todo progresso e/ou
problemas que possam ser encontrados.
O que você terá feito até então? Pense por um
momento. Você montou uma equipe, informou-a por
meio de um processo coletivo, esboçou o necessário
para executar e concluir com êxito um “pacote” para
as lideranças e para os membros do Quadro, do
presente e do futuro. Todos agora sabem, por
escrito, qual direção você e os futuros Veneráveis
Mestres de sua Loja estarão trilhando. E mais, eles

32
O MANUAL DE HIRAM

estarão cientes do que terão de fazer para concluir as


presentes tarefas.
A seguir você encontrará um exemplo de como
ajustar adequadamente as metas e objetivos para
sua Loja: durante suas reuniões, você e sua equipe
concluíram que a base financeira para sua Loja foi
corroída nos últimos anos e a equipe está
determinada a fazer algo para corrigir essa
deficiência. Então, em grupo, você fixou a seguinte
meta: incrementar os recursos financeiros da Loja
em $ 10.000 em três anos.
Objetivo A – Rever as despesas atuais para
garantir que todos os recursos serão agora
empregados de modo eficiente.
Objetivo B – Revisar o padrão histórico de
receitas e despesas para apurar como se chegou aos
níveis atuais.
Objetivo C – Verificar todas as fontes de
receitas de sua Loja: mensalidades, doações,
rendimentos, jantares, eventos sociais, etc.
Objetivo D – Determinar qual despesa atual
pode ser reduzida para ajudar a atingir a meta.
Objetivo E – Determinar quais taxas podem
ser elevadas e a que níveis, para alcançar a meta.
Objetivo F – Informar as conquistas de sua
equipe aos demais Irmãos, por meio do boletim da
Loja, por informativos especiais, e em todas as
sessões.
Objetivo G – Desenvolver um plano de ação
com prazos específicos para implantar aumentos na
mensalidade e/ou redução das despesas que possam
levar à meta que sua equipe fixou.

33
WAYNE T. ADAMS

Objetivo H – Submeter a meta e os objetivos à


Loja para ampla discussão e aprovação pelo voto dos
Irmãos. O trabalho de sua equipe agora é uma meta
oficial da Loja, totalmente aprovada, e aguardando
implementação.
Objetivo I – Revisar continuamente o plano de
ação e atualizá-lo segundo as necessidades surgidas,
certificando-se de que você e os futuros líderes estão
cumprindo as metas de sua Loja.
Demos acima apenas um exemplo dentre as
muitas metas e objetivos que sua Loja pode desejar
adotar. A importante lição a ser aprendida é que sua
Loja e seus Irmãos necessitam de uma direção
específica para que sejam interessados e ativos. Não
vacile: faça o que deve ser feito.

PLANEJAMENTO: A CHAVE DO SEU SUCESSO

O magnífico templo construído pelo Rei


Salomão não foi concluído sem planos detalhados e
precisos, com o esboço de todas as tarefas
necessárias, quando o construiriam e quem faria o
trabalho. Planejamento apropriado leva a uma
execução concisa, resulta num melhor desempenho,
e, em última análise, em satisfação do destinatário
do trabalho. Por isso é indispensável que você
elabore um plano geral para todo o seu mandato, que
inclua, em separado, planos detalhados para cada
uma das atividades e programas.
O processo de planejamento pode ser visto
como desnecessário, uma perda de tempo. Essa, no
entanto, é uma visão limitada, que em muitos casos
resultará em severo declínio da qualidade do “serviço

34
O MANUAL DE HIRAM

ao cliente” fornecido por uma Loja. Temos toda sorte


de planos: alguns se referem a períodos curtos, como
a programação para uma noite específica, e outros, a
períodos mais longos, que podem se estender por
alguns anos. O importante é que você e sua Loja
tenham planos específicos para cada atividade, tanto
de longo quanto de curto prazos. A montagem da
equipe e o estabelecimento de metas e objetivos na
forma acima esboçada constituem o início do
processo de planejamento. Agora você tem seus
Oficiais e os demais Irmãos reciprocamente
informados do propósito de melhorar sua Loja.
Chegou a hora de dar início ao processo de
preparação dos planos que serão executados.
Antes de se aventurar em alguma tarefa,
sabia primeiro onde você está. Então, e somente
então, planeje quais as estradas que você tomará e
com que veículo você chegará ao destino desejado. É
fácil se reunir, discutir problemas e estabelecer
algumas metas e objetivos. A parte dura do processo
consiste em efetivar esses objetivos e metas. Você
pode falar um dia inteiro sobre a viagem que fará.
As dificuldades começarão quando chegar a hora de
decidir aonde ir, como ir, e quanto isso lhe custará.
Os resultados das reuniões com seus Oficiais para
compartilhar problemas e estabelecer metas são o
ponto de partida para o processo de planejamento.

DIREÇÃO

A direção é mais que fixar metas e objetivos ou


desenvolver extensos planos. A direção é uma
combinação disso com liderança específica na

35
WAYNE T. ADAMS

consecução de tarefas e na supervisão do trabalho.


Leve em consideração nossa sociedade atual e o fato
de que uma Loja é um conjunto de voluntários, e que
nela a direção deve ser exercida com cuidado. É fácil
gritar ordens de modo autoritário. Todavia, desse
modo pouco será realizado, porque os Irmãos logo
voltarão para suas casas e encontrarão algo mais
agradável para fazer. De outro lado, a falta de
direção pode criar um vácuo de liderança e
absolutamente nada será feito.
Cada tarefa numa Loja exige direção
adequada para que o trabalho seja concluído
conforme o planejado. Quando der uma tarefa a um
Irmão diga a ele, de forma despretensiosa e afável, o
que você deseja que seja feito. Solicite sua
cooperação, decida qual o caminho a seguir e
acertem o que deve ser feito. Se um
desentendimento surgir a respeito desse processo,
elogie as idéias dele, mas sustente o modo como você
gostaria que a tarefa fosse executada. Use palavras
como “É uma grande idéia, mas se você não se
importar eu realmente gostaria que fosse feito de
outro modo”. Em todo caso, quando exercer a
direção, pense sobre a melhor maneira de se abordar
um Irmão e obter sua ajuda. Cortesia e boas
maneiras são “o mel que atrai as abelhas operárias”.
A direção também pode se efetivar por meio de
uma detalhada explanação sobre quais são os
deveres de cada cargo numa Loja. Você deu a seus
Oficiais e aos presidentes das comissões uma
descrição dos deveres e responsabilidades de seus
cargos? Descrições verbais muitas vezes são
insuficientes para proporcionar direção adequada.

36
O MANUAL DE HIRAM

Marque uma reunião com sua equipe e reveja cada


uma das tarefas da Loja, apontando a quem cabe sua
execução. A Seção 6 deste Manual contém
excelentes exemplos de descrição das funções dos
Oficiais e comissões. Use-as quando for apropriado,
ou modifique-as para que reflitam as tradições de
sua Loja, mas acima de tudo, consigne por escrito as
rotinas e deveres exigidos de cada oficial e de cada
membro das comissões. Finalmente, distribua esse
material a todos os envolvidos, assegurando-se de
que compreenderam o que será exigido deles.

SEÇÃO 3

COMO ORGANIZAR OS RECURSOS


FINANCEIROS DE SUA LOJA

37
WAYNE T. ADAMS

Toda organização necessita de um adequado


fluxo de fundos para viabilizar suas metas e
objetivos. Sua Loja está em paz com a demanda
financeira, as expectativas da vida moderna e a
inflação? Suas instalações são um local confortável
para os líderes de nossas comunidades se reunirem
em atividades sociais? Seus eventos sociais são
organizados de modo a assegurar a qualidade que
deve distinguir a fraternidade Maçônica das demais
organizações? Infelizmente, a resposta a estas
importantes questões, na grande maioria das Lojas,
é não.
Olhe de modo realista para você, sua Loja,
suas metas e objetivos. Você pode alcançar todos os
itens de sua lista de metas e objetivos prioritários
com os recursos atualmente disponíveis?
Provavelmente não. Sendo assim, é hora de agir. A
demora no estabelecimento de um sólido alicerce
financeiro apenas agravará a situação, criando um
grande problema para os próximos anos. Você pode
estar pensando, “Eu não quero ficar conhecido como
o Venerável Mestre que aumentou as contribuições”
ou “Nós temos o suficiente para este ano, e alguém
terá de fazer algo para o próximo”. Sendo esta a
situação em sua Loja, decida que você deve ser parte
da solução e não parte do problema.
Uma abordagem positiva visando ao
estabelecimento de uma sólida base financeira
produzirá um resultado também positivo.
Orgulhe-se do fato de que você e seus Oficiais
enxergaram o problema, estudaram as alternativas,
fixaram metas financeiras e se moveram em busca
de uma solução. Os Maçons são generosos e

38
O MANUAL DE HIRAM

amoldáveis por natureza. Se eles têm os fatos e um


plano de ação, responderão de modo positivo.
Sempre haverá quem reclame do mais
insignificante aumento de qualquer taxa. Porém, se
sua lição de casa foi bem feita, os descontentes serão
silenciados pelo amplo apoio que você terá angariado
entre seus Oficiais e demais Irmãos. Você deve se
orgulhar pela honra de ter levado sua Loja à trilha
da estabilidade financeira.
A expressão “Você pode guiá-los até a água,
mas não pode fazê-los beber” é apropriada neste
caso. Seu trabalho é guiar o membros de sua Loja
até a água. Se você não fizer, quem o fará?
Chegando à fonte, explique a importância da água.
Se forem espertos, como são em sua maioria, logo
aproveitarão para um mergulho. Se não forem, logo
conhecerão a alternativa. De qualquer maneira,
você teve a coragem e a percepção para levá-los na
direção certa.

A. A NECESSIDADE DE UM ORÇAMENTO

Uma das mais conhecidas e respeitadas regras


de ação em matéria de administração é a preparação
de um orçamento. Pense em um orçamento como seu
mapa rodoviário para planejar a programação e
atividades de sua Loja para o ano todo. Como
Venerável Mestre, esqueça as facilidades financeiras
disponíveis em seu orçamento pessoal. O orçamento
de uma Loja não inclui cartões de crédito ou a
possibilidade de saques a descoberto. Ainda que
todas as suas transações possam ser feitas por meio

39
WAYNE T. ADAMS

de cheques, o princípio é muito simples: somente o


dinheiro que entra pode sair. Você só pode gastar o
que tiver obtido. Assim funciona um orçamento.
A preparação de um orçamento para a Loja é
um processo simples. Não importa a existência ou
não de orçamento anterior em sua Loja. O processo
do orçamento deve ser iniciado com antecedência 13
se você pretende, efetivamente, administrar de
forma adequada os fundos de sua Loja. Ele começa
não com uma revisão das finanças da Loja, mas com
metas e objetivos.

1. O orçamento e a Comissão de Finanças


O orçamento que é submetido à aprovação dos
membros da Loja deve ser mais que um simples
documento preparado pelo Venerável Mestre para
sua gestão. Para obter amplo apoio para seu plano
de despesas é preciso que você envolva um número
apropriado de Irmãos respeitados e cultos,
assegurando que os diversos interesses da Loja
sejam levados em conta. Uma ativa Comissão de
Finanças e Orçamento, que conte com a participação
de seus Oficiais e de Irmãos adequadamente
escolhidos, lhe proporcionará uma valiosa força
adicional, bem como informações para a tomada de
decisões sobre o orçamento que serão aceitas e
apoiadas pelos demais Irmãos.

2. Envolvendo os Irmãos

13 Nas Lojas do Grande Oriente do Brasil a proposta de


orçamento para o ano seguinte deve ser apresentada pelo
Tesoureiro no mês de novembro de cada ano, para discussão
e votação nesse mesmo mês.
40
O MANUAL DE HIRAM

O orçamento, documento ajustado para refletir


as receitas, despesas e economias, deve ser publicado
no boletim de sua Loja para ampla informação aos
Irmãos. Em sua primeira sessão, distribua cópias
adicionais a todos os presentes e promova uma
discussão completa sobre o assunto. Responda às
questões eventualmente surgidas de forma franca e
honesta. Quando o orçamento é aprovado pela Loja,
ele passa a ser o plano de despesas dela, e não seu.
O que importa é que todos tenham a oportunidade de
discutir esse plano e que compreendam plenamente
quais são os recursos necessários para sua
implementação.

B. COMO CUMPRIR O ORÇAMENTO

A monitoração dos gastos para verificar se as


despesas estão dentro dos limites previstos é vital
para a integridade de seu orçamento. Se você pode
adicionar, subtrair, e dizer “não”, você efetivamente
controla o orçamento da Loja. No início de sua
gestão peça ao Secretário e ao Tesoureiro que lhe
encaminhem, antes do início de cada sessão, um
balanço atualizado do montante de receitas obtidas e
uma lista de todas as despesas, segundo as
categorias previstas no orçamento. Comparando-os
com o orçamento aprovado você terá um quadro
atual de sua situação financeira. Se estiver no
vermelho, você deve dizer não aos gastos adicionais.
Se o saldo é positivo, então é possível continuar
implementando seu plano de despesas. É simples.

1. Planeje os gastos futuros

41
WAYNE T. ADAMS

Seja extremamente cuidadoso para não se


entusiasmar se você encontrar um superávit
orçamentário logo no início do ano. Saiba que o que
pode parecer um excesso de receitas no início do ano
se deve ao recebimento antecipado das contribuições
dos membros. Não faça despesas extras contando
com tal superávit. Planeje para o futuro e siga seu
sistema de gastos ordinários que assim você se
manterá solvente durante toda sua gestão.

2. Lidando com despesas inesperadas


Durante cada ano sempre surgirão algumas
novas despesas que não foram previstas, e que se
mostram vitais para a Loja, de modo que não podem
ser adiadas. Quando isso ocorrer, e se ocorrer, seja
extremamente cauteloso, assegurando-se de que a
despesa inesperada está de acordo tanto com seu
plano de gastos quanto com as expectativas dos
membros da Loja.
A primeira coisa a ser feita é reunir sua
Comissão de Finanças e revisar as receitas e
despesas para preparar um parecer para a Loja. Se
a nova despesa puder ser atendida com o uso de
algum saldo decorrente de contas que tenham ficado
aquém do previsto, ou com o uso de eventuais
receitas excedentes, a comissão deve recomendar à
Loja que se faça uma retificação no orçamento.

3. Limites orçamentários
Cada item dentro do orçamento deve,
necessariamente, ter um limite. Alguns ajustes
podem ser feitos entre categorias que apresentem
despesas efetivas inferiores às inicialmente

42
O MANUAL DE HIRAM

previstas, e aquelas categorias que se mostrem


deficitárias em decorrência de despesas
extraordinárias ou circunstâncias imprevistas.
Assegure-se de que os limites estabelecidos são
razoáveis, além de cuidadosamente monitorados.

4. Despesas autorizadas
Assegure-se de que seu plano de despesas
obedece tanto às exigências da Grande Loja quanto
ao orçamento aprovado por sua Loja. Cada
Venerável Mestre deve cuidar para que a Loja gaste
somente aquilo que foi autorizado.
Reveja a Constituição da Grande Loja, seu
Regulamento, e o Regimento Interno de sua própria
Loja para garantir que as despesas que pretende
realizar estão conforme a letra e o espírito da lei.

5. Contribuições e arrecadação
Agora que você já decidiu como gastar o
dinheiro de sua Loja, é hora de determinar o valor
das contribuições devidas pelos membros e o modo
como serão arrecadadas.

C. AUMENTO NAS CONTRIBUIÇÕES – COMO


VENDER ESSA IDÉIA
As mensalidades ou anuidades são, na maioria
das Lojas, a única fonte de receita. Daí a
importância de se estabelecer, com alta prioridade,
um programa de aumento do valor daquelas
contribuições, se necessário. As sugestões seguintes
o ajudarão nessa importante tarefa:

a. A Comissão de Finanças e Orçamento

43
WAYNE T. ADAMS

Cuide para que a Comissão de Finanças seja


composta por Irmãos respeitados pela Loja por sua
integridade e responsabilidade. Seus relatórios e
recomendações serão submetidos aos Irmãos para
ratificação. Se os Irmãos acreditam que a Comissão
está observando fielmente os melhores interesses da
Loja, a proposta provavelmente será acolhida.

b. Comunicação com os Irmãos


Mantenha os Irmãos informados sobre a
situação financeira da Loja. Se todas as categorias
de despesas foram cuidadosamente monitoradas e se
as fontes de renda disponíveis foram consideradas, e
houver a necessidade de um aumento no valor das
contribuições, você deverá ser franco e informar esse
fato aos Irmãos.
Exponha continuamente essa questão nas
sessões da Loja e também em seu boletim. Informe
os Irmãos sobre a situação financeira da Loja e
obtenha o apoio deles. Você pode ouvir alguma
reclamação, mas com informação correta e
amplamente distribuída, os Irmãos vão entender e
cooperar.
Lembre-se de que o aumento no valor das
contribuições exige que se emende o Regimento
Interno de sua Loja 14, e também requer a aprovação
do Grão-Mestre 15. Notifique por escrito os membros
da Loja acerca de sua intenção, enviando pelo correio
uma mensagem pessoal a cada um deles.

14 Se no Regimento Interno houver a indicação expressa do


valor da mensalidade ou anuidade.
15 No caso específico da Grande Loja do Maine.

44
O MANUAL DE HIRAM

c. Os Oficiais
Obtenha a ajuda e o apoio dos Oficiais da Loja,
especialmente daqueles que ocupam cargos na linha
de sucessão 16, para essa importante empreitada. Se
os Oficiais apoiarem seu esforço e se dispuserem a
auxiliá-lo com os Irmãos, será muito difícil para
estes não levar em conta o impacto dessa ação
conjunta.

D. DETERMINANDO A TAXA DE INICIAÇÃO

A taxa de iniciação, devida pelo privilégio de


se tornar um Maçom, tem sido uma fonte de recursos
excessivamente negligenciada pela maioria das
Lojas. Muitas Lojas mantêm taxas de iniciação que
não levam em conta o verdadeiro valor de se tornar
um Maçom ou os custos atuais decorrentes da sessão
de iniciação e do suporte administrativo ao novo
membro. Veja as seguintes importantes questões:
1. Há quanto tempo nossa taxa de iniciação está no
nível atual?
2. O que ela representa hoje, considerando o impacto
da inflação desde a última revisão?
3. Qual é o custo atual de uma iniciação, i.é, o uso do
Templo (energia elétrica), avental, exemplares do
ritual, Constituição e legislação entregues ao novo
Irmão, presentes, etc?
4. De que modo um aumento na taxa ajudará a
equilibrar nosso orçamento ou melhorar a qualidade
dos programas e serviços?
5. O que o mercado razoavelmente suportaria?

16 Sobre a linha de sucessão, confira nota na Seção 1.


45
WAYNE T. ADAMS

Muitas vezes nos esquecemos de que aquilo


que é barato não é respeitado. Reveja suas taxas, e
se um aumento for apropriado, prepare-se para
alterar o Regimento Interno da Loja, de modo a
refletir o aumento dos custos e o verdadeiro valor de
ser recebido Maçom.

1. Determinando o montante das contribuições


O valor das contribuições devidas à Loja
depende inteiramente dos membros e do nível de
gastos que você precisa efetuar. Uma Loja rica, como
são algumas, pode não precisar de uma grande
quantia para atender a seus programas porque suas
receitas são suficientes para suas necessidades. A
maioria das Lojas, contudo, não tem grandes
recursos financeiros, e as contribuições pagas pelos
membros constituem a única categoria de receita.
Nestes casos, quando as contribuições são pequenas,
a programação e os serviços prestados aos membros
refletem a situação daquelas receitas. Para
determinar contribuições apropriadas considere o
seguinte:
O primeiro passo é tomar seu plano de
atividades e os custos da Loja, e compará-los com os
recursos financeiros que são necessários para sua
implementação. O orçamento resume seus planos
para as atividades que você pretende executar
durante sua gestão. Nada mais, nada menos.
Reúna sua Comissão de Finanças e Orçamento e
revisem cada categoria de receitas e despesas. Cada
um deve entender como o dinheiro entra, como ele
sai e o que é preciso fazer para economizar.

46
O MANUAL DE HIRAM

Agora, analise este importante passo para as


metas deste e dos anos futuros. A resposta à
próxima questão pode ser dura. Nós podemos pagar
por isso? Se existem fundos suficientes não há
problema. E se os fundos não são suficientes, você
tem apenas quatro alternativas:
1. Eliminar ou reduzir a extensão do plano.
2. Reduzir outras despesas.
3. Elevar os fundos para cobrir custos adicionais.
4. Combinar as alternativas anteriores.
A escolha cabe a você e à sua equipe. Qual
plano financeiro você apresentará a sua Loja? Não é
preciso ser um experiente administrador de
orçamentos para se concluir, por exemplo, que uma
meta de aumento de 10 membros da Loja por ano
resultará em maiores despesas. Isso se deve à maior
ocupação do Templo, aventais adicionais, boletins,
etc, etc. Tudo tem um custo. Seu orçamento deve,
portanto, ser ajustado para comportar suas
atividades e programas, seja pela redução de
despesas ou por um incremento das receitas.
Após a equipe ter decido sobre o dinheiro
necessário para cada categoria de despesas do
orçamento, segundo suas metas para o ano, você
deve dar atenção à aplicação das receitas. “Como
vamos pagar por isso?”. As receitas devem ser
superiores às despesas em um mínimo de 10 a 15%.
O excedente é necessário para formar uma reserva
de emergência e uma proteção contra a inflação.
Receitas no mesmo valor das despesas geram perda
de dinheiro a longo prazo. As contribuições devem
ser fixadas num patamar suficiente para pagar sua
programação.

47
WAYNE T. ADAMS

2. Modos de cobrar contribuições vencidas


A falta de pagamento de contribuições é um
problema permanente do Venerável Mestre e
certamente do Secretário, que responde pelo
“recebimento de todo dinheiro dos Irmãos” 17. Para
amenizar o problema da falta de pagamento,
considere o seguinte:
a. Certifique-se de que cada Irmão tenha sido
notificado, em tempo hábil, de sua responsabilidade
pelo pagamento da anuidade 18. Cuide para que a
notificação seja enviada à residência de cada irmão
no máximo até Novembro de cada ano. Não fique
esperando os Irmãos se lembrarem de pagar suas
anuidades à Loja. Muitos deles pagam suas contas
mensalmente, e podem não se lembrar dessa
obrigação anual. Portanto, envie a conta a cada um
deles. A grande maioria dos Irmãos pagará
prontamente.
b. Cada Loja precisa de uma Comissão para cuidar
das contribuições atrasadas, revendo a cada
trimestre o volume das entradas, arrolando aqueles
que ainda não pagaram e notificando o Secretário 19,
que remeterá o aviso de falta de pagamento aos
devedores. Não se intimide ao ter de notificar um
Irmão que não cumpre suas obrigações. Muitos

17 A situação diversa daquela a qual estamos acostumados. No


Grande Oriente do Brasil, e nas demais Obediências locais,
o recebimento de dinheiro é tarefa do Tesoureiro da Loja.
18 Entre nós, com a cobrança mensal de contribuições, não há

razão para essa notificação, salvo para os membros


inadimplentes.
19 No caso das Lojas brasileiras uma comissão criada com essa

finalidade enviaria seu relatório ao Tesoureiro.


48
O MANUAL DE HIRAM

apenas se esqueceram ou fizeram vista grossa para


suas responsabilidades. Certifique-se de que a carta
seja um simples lembrete, sem ser abrupta ou
ríspida.
c. Antes de notificar um Irmão sobre a possibilidade
de sua suspensão por falta de pagamento, faça um
contato pessoal, verificando se ele enfrenta ou não
alguma dificuldade. O aviso de suspensão por falta
de pagamento pode ser muito perturbador para
quem o recebe. Então, seja especialmente cuidadoso
e faça o contato pessoal antes de iniciar o
procedimento de suspensão.

E. INVESTIMENTOS E MAXIMIZAÇÃO DE
RECURSOS

Você tem a obrigação de assegurar à Loja e


aos Irmãos que o dinheiro arrecadado obterá o
máximo retorno em benefício da Loja. É comum que
as Lojas deixem seus fundos onde é mais
conveniente e fácil, em vez deixá-los onde possam
produzir rendimentos. A Comissão de Finanças e o
Tesoureiro devem rever como estão sendo investidos
os fundos e qual a taxa de retorno. Veja estas
sugestões:
1. Em conta corrente mantenha apenas os fundos
necessários ao pagamento das obrigações mensais.
Assegure-se de que a conta tenha o maior benefício,
ou menor custo, dentre as opções disponíveis em sua
cidade.
2. Numa aplicação com liquidez diária, mantenha
valores suficientes para cobrir despesas de
emergência.

49
WAYNE T. ADAMS

3. Invista o restante dos fundos em aplicações que


proporcionem o melhor retorno do modo mais seguro
possível.

50
O MANUAL DE HIRAM

SEÇÃO 4

COMO PREPARAR O ORÇAMENTO DE


SUA LOJA

Toda Loja Maçônica deve ter seu orçamento.


Você pode não ter pensado sobre isso, mas todos nós
usamos orçamentos de um jeito ou de outro. Isso é
verdadeiro em cada aspecto da vida, desde o atleta
que poupa energia para usar nos minutos finais do
jogo, até o motorista que reduz a velocidade do
veículo para poder alcançar o posto de gasolina antes
que seu tanque fique vazio.
Usar um orçamento é essencial para alcançar
suas metas e para manter seus planos no campo da
realidade. Isso requer uma avaliação sistemática
das receitas estimadas e das despesas, avaliando os
fundos que estarão disponíveis para seus programas,
atividades, e para a manutenção do prédio.

A. RECURSOS

O primeiro passo na elaboração de um


orçamento é estimar as receitas que a Loja obterá.
Todos os orçamentos devem indicar os recursos ou
receitas disponíveis. Estes recursos são
determinados pelo perfil dos membros da Loja, pelo
montante dos rendimentos dos investimentos, e
51
WAYNE T. ADAMS

outras fontes. Todavia, este não é, como veremos


mais tarde, o aspecto mais importante do processo de
elaboração do orçamento. Os recursos das Lojas
normalmente correspondem a um ou mais dos
seguintes:
1) Contribuições
2) Juros e dividendos
3) Venda de ações ou debêntures
4) Receitas de aluguéis
5) Doações
6) Outros
Consulte seu Secretário e Tesoureiro para
saber quanto dinheiro há disponível em todas as
contas mantidas pela Loja, e determine o montante
das receitas anuais que pode ser esperado em cada
conta. Os fundos disponíveis para sua Loja podem
ser estimados pelo preenchimento do formulário de
orçamento contido no Apêndice D.

B. CUSTOS FIXOS OU DESPESAS NÃO-


DISCRICIONÁRIAS

O segundo passo consiste em determinar os


custos relativos à Loja, sem os quais ela não pode
funcionar. Estes são os custos fixos, e devem ser
relacionados em separado dos custos flutuantes ou
despesas discricionárias. Custos fixos incluem o
seguinte:
1) Aluguel e/ou manutenção
2) Utilidades
3) Salários e encargos
4) Impressão e postagem de boletim
5) Telefone

52
O MANUAL DE HIRAM

6) Per capita
Esta lista é apenas uma sugestão. Os itens
que verdadeiramente compõem o custo fixo somente
podem ser determinados a partir da situação
específica de cada Loja.

C. DESPESAS FLUTUANTES OU
DISCRICIONÁRIAS

Identificados e catalogados os recursos e as


despesas fixas, tem início a elaboração do orçamento
propriamente dita. Depois da identificação de todas
as receitas e apuração dos totais, você terá uma boa
idéia do montante de dinheiro disponível para seus
programas especiais. Este é o ponto em que os
sonhos se tornam realidade; aqui suas idéias para
Loja começam a tomar a forma de programas reais.

D. SELEÇÃO DE PROJETOS E PROGRAMAS

Após apurar o que seu orçamento permite


fazer, você poderá selecionar projetos e programas.
Estes tanto podem ser muito caros quanto de custo
irrisório. Tudo depende de quais são seus planos e
como os executará. O custo dos vários projetos e
programas deve ser cuidadosamente estimado se
você pretende elaborar um orçamento que reflita a
realidade. Os itens seguintes podem ser
considerados em sua estimativa:
1) Custos de impressão (boletins, folhetos especiais,
programas, ingressos, etc.)
2) Postagem

53
WAYNE T. ADAMS

3) Custos de entretenimentos (músicos, artistas,


cenários e objetos para uma apresentação, etc.)
4) Decoração
5) Refeições
Você pode não ter todos os detalhes para cada
um de seus programas, mas quanto mais detalhada
for a estimativa, melhor será seu orçamento.

E. COMBINANDO OS CUSTOS E RECURSOS


DISPONÍVEIS

Tão logo tenha determinado o que seu


orçamento permite, e quanto custarão os projetos e
programas propostos, tome a dura decisão sobre
quais são os programas viáveis e quais serão
descartados. Os benefícios de possíveis programas
não são facilmente avaliados, mas podem ser
considerados se você oferecer à sua Loja um
interessante plano de atividades. É preciso que a
escolha recaia sobre programas que possam ser
aproveitados pela maioria dos membros e que
possam ser bem prestigiados. Os pontos seguintes
poderão ajudá-lo no processo de decisão:
1) É provável que ocorra o comparecimento da
maioria dos membros? (A maior parte dos Irmãos
tem interesse nesse tipo de programa ou ele é muito
específico. O que despertaria maior interesse, um
torneio de bilhar ou um torneio de cartas, por
exemplo?).
2) As pessoas que comparecerem pagarão alguma
quantia adicional? (Se o custo está além das
possibilidades da média dos membros de sua Loja
você não deve esperar um comparecimento muito

54
O MANUAL DE HIRAM

bom. Além disso, pessoas com mais idade quase


sempre têm renda limitada, e seus recursos não
permitem que participem de eventos caros).
3) O local do evento fica muito longe para a maioria
dos Irmãos? (Um ônibus ou outro transporte pode ser
providenciado?).
4) O evento será muito tarde para a maioria dos
Irmãos? (Pessoas de idade mais avançada podem não
gostar de ir a eventos no final da noite, mas podem
estar dispostos a comparecer a atividades realizadas
em dias úteis).
5) O local onde o evento será realizado tem acesso
difícil? (terreno acidentado ou grande número de
degraus podem estragar a diversão dos membros
mais idosos ou incapacitados).
Finalmente, você deve estimar o valor ou
benefício que o programa proposto trará aos Irmãos,
e relacioná-lo com o custo do programa. O benefício
relativo de um programa deve ser avaliado à luz do
custo deste. Os melhores programas são aqueles que
rendem o maior benefício pelo menor custo para sua
Loja.

F. RECURSOS ALTERNATIVOS PARA OS


PROGRAMAS

Nem todos os programas devem depender


inteiramente das receitas da Loja. Uma parte
significativa dos custos relacionados a alguns tipos
de programas pode ser suportada por aqueles que
deles participarão. Por exemplo, num programa
noturno para a família que envolva um jantar com a
apresentação de um mágico, aqueles que

55
WAYNE T. ADAMS

comparecerem podem fazer uma doação tanto para o


jantar quanto para todo o evento 20. Nestes casos é
recomendável que a quantia com a qual a Loja
contribuirá para o programa seja previamente
fixada, e que a parte do custo a ser coberta pelos
participantes seja informada com antecedência por
meio do boletim da Loja. Determine que os
interessados façam reservas, fixando data limite
para recebê-las. Também pode ser necessário exigir
algum depósito no ato da reserva. Isso terá o efeito
de reduzir o número de ausências e ainda
proporcionará capital de giro para o evento. Em
muitos casos os programas podem ter custos baixos e
ainda serão de grande interesse. Exemplos desses
incluem passeios a prédio público ou privado, como
uma grande barragem ou usina elétrica, um moinho
ou fábrica, um museu histórico, um museu de trens
ou de automóveis, ou... Olhe ao redor em sua região e
use sua imaginação. A Associação Comercial de sua
cidade pode ser uma grande fonte para pesquisar
locais apropriados em sua região.
Há, também, escritórios de relações públicas
em muitas empresas e agências públicas, que têm
por função tornar conhecidos seus serviços e
estabelecer bom relacionamento com o público em
geral. Eles costumam receber bem para visitas
guiadas. Aproveitar as vantagens desses serviços
pode reduzir os custos de seus programas e ao
mesmo tempo proporcionar um evento interessante.

20 Entre nós tem sido cada vez mais freqüente a realização de


eventos em que o custo é rateado entre os participantes. São
os chamados eventos “por adesão”, forma alternativa de
realizar programas sem onerar os fundos da Loja.
56
O MANUAL DE HIRAM

Em alguns casos eles podem proporcionar, acima de


tudo, um bom programa. Um excelente programa
não precisa ser caro.

G. FINALIZANDO O PLANO

Vá agora para a melhor parte do processo de


elaboração do orçamento. O processo de avaliação do
projeto ou programa foi concluído e você tem
conhecimento dos recursos disponíveis para cada
item. Em alguns casos você determinou que, em
razão dos benefícios que pode garantir, um programa
em particular será totalmente coberto pelos fundos
da Loja. Noutros, os participantes responderão
integral ou parcialmente pelos custos do programa.
Para outros, ainda, você pode ter decidido que a Loja
atualmente não tem os recursos necessários,
acolhendo a idéia de um dos Vigilantes no sentido de
deixar aquele programa para ocasião futura. Agora
você está pronto para finalizar seu plano e
correlacionar o orçamento a seu calendário anual de
eventos. Sua proposta preliminar de orçamento e
seu calendário de eventos devem ser levados à
Comissão de Finanças e Orçamento para revisão e
parecer.
A proposta final de orçamento será preparada
pela Comissão de Finanças e, após, analisada e
aprovada pela Loja. Depois da aprovação do
orçamento pela Loja, seu plano está pronto para ser
implementado.
Lembre-se, seu orçamento é um plano e como
tal está sujeito a mudanças. Não hesite em fazê-las,
com aprovação da Loja, quando for necessário.

57
WAYNE T. ADAMS

EXEMPLO DE ORÇAMENTO DA LOJA

LOJA BOAZ n. 59, M. L. A. & A.


02 de janeiro de 1997

PARECER DA COMISSÃO DE FINANÇAS E


ORÇAMENTO PARA 1997
A Comissão de Finanças e Orçamento reunida em 31
de Dezembro de 1996 para preparar a Proposta de
Orçamento para 1997, recomenda o seguinte:

Orçamento proposto para 1997


1996 1997
RECEITAS ESTIMADAS
Contribuições 7.410,00 7.410,00
Receitas de jantares 2.240,00 2.000,00
Lucros de investimentos 300,00 300,00
Juros em conta remunerada 15,00 10,00
Diversas 320,00 0,00
$ 10.285,00 $ 9.860,00

DESPESAS PROPOSTAS
Despesas de Secretaria 1.100,00 1.175,00
Aluguel 4.200,00 4.200,00
Aventais 150,00 180,00
Correio 385,00 400,00
Água/esgoto 300,00 425,00
Energia elétrica 485,00 500,00
Salários 800,00 800,00
Per capita 1.852,50 1.852,50
$ 9.272,50 $ 9.532,50

58
O MANUAL DE HIRAM

Resumo das considerações da Comissão na


preparação da proposta do orçamento de 1997:

Contribuições $ 7.410,00. As contribuições foram


estimadas com base em 247 membros obrigados ao
pagamento de $ 30,00.

Taxas de iniciação e filiação. Seguindo a política


estabelecida há muitos anos, não contamos com as
receitas incertas dessas taxas na elaboração do
orçamento da Loja.

Despesas de Secretaria e impressos $ 1.175,00.


Estes montantes foram estimados como segue:
Boletins 240,00
Salário da secretária 500,00
Suprimentos e envelopes 200,00
Cartões p/ membros 150,00
Diversos 85,00
TOTAL $ 1.175,00

Aventais $ 180,00. Foi estimado que compraremos


seis aventais para os candidatos.

Correio $ 400,00. As despesas postais foram


estimadas como segue:
Guias postais 60,00
Boletins 250,00
Cartões de aniversário 50,00
Diversos 40,00
TOTAL $ 400,00

59
WAYNE T. ADAMS

Per capita $ 1.852,50. A taxa per capita total foi


calculada em $ 7,50 para cada um dos 247 membros.

Respeitosamente submete a exame, a


COMISSÃO DE FINANÇAS E ORÇAMENTO

SEÇÃO 5

COMO FORMAR UMA EQUIPE

A decisão mais importante a ser tomada por


um Venerável Mestre para sua gestão é a seleção das
pessoas que vão ajudá-lo durante o ano. Em muitos
casos a decisão é tomada sem muito cuidado,
resultando numa performance inferior. O Venerável
Mestre bem-sucedido seleciona e designa somente
aqueles que estão dispostos a sacrificar o tempo e a
energia necessários para se atingir as metas
estabelecidas pela Loja. De outro lado, o Venerável
Mestre mal sucedido geralmente mantém as
designações do último ano com pequena reflexão
quanto aos resultados anteriores 21.
Considere suas próprias experiências
profissionais e então estabeleça os requisitos para a

21 A despeito da existência da linha de sucessão, nada impede


que um Oficial que não tenha cumprido adequadamente
suas obrigações seja substituído por outro Irmão.
60
O MANUAL DE HIRAM

escolha daqueles que exercerão os cargos na Loja. A


montagem da equipe de uma corporação ou
companhia privada não se faz ao acaso. As posições
são criadas, as descrições das tarefas de cada função
são formuladas, padrões de emprego são escritos, e
então as pessoas são recrutadas segundo suas
habilidades para cumprir os requisitos apontados.
Há alguma razão para se proceder de forma diversa
em relação aos vários cargos em sua Loja?
O Venerável Mestre deve ser prudente ao
designar todos os presidentes das comissões 22 e os
membros destas, bem como os Oficiais que ocuparão
os cargos que independem de eleição. Use esse poder
com sensatez e leve em consideração aquilo que você
deseja realizar durante sua gestão. Simplesmente
copiar quem o antecedeu será um desserviço a você,
a sua Loja e a seus Irmãos. É a sua vez de
impregnar sua Loja com novas idéias e renovado
entusiasmo.

A. OFICIAIS

Ao designar Oficiais você essencialmente


determina quem herdará as posições de liderança na
Loja nos anos seguintes 23. Com o apoio dos atuais

22 No Grande Oriente do Brasil as comissões permanentes são


presididas pelo membro mais antigo entre aqueles que as
integram.
23 Nas Grandes Lojas dos EUA não é comum – mas também
não é proibido – haver disputa por cargos nas eleições, pois
em geral a linha de sucessão é respeitada. Contudo, o futuro
Venerável Mestre tem a liberdade de substituir os Irmãos
da linha de sucessão por outros. A “herança” de liderança
apontada no texto também ocorre entre nós, pois, muitas
61
WAYNE T. ADAMS

Oficiais da Loja, discuta amplamente as capacidades


de cada candidato em potencial para cumprir os
requisitos de seus cargos, atuais ou futuros.
Examine amplamente com cada candidato em
potencial quais serão, exatamente, seus deveres e a
magnitude do compromisso que se espera deles e de
suas famílias, agora e no futuro. Finalmente, tome
cada decisão cuidadosamente e com plena
consideração dos requisitos obrigatórios para a
direção bem sucedida da Loja durante os anos
seguintes. Seria muito melhor deixar uma posição
vaga do que designar alguém incapaz de se
desincumbir dos importantes deveres que aguardam
aqueles que ascendem ao Oriente.

B. RECRUTAMENTO

Muitos acreditam que é difícil encontrar


Irmãos que preencham os requisitos para os cargos e
que um Irmão qualquer é melhor que nenhum.
Tenha em mente que você oferecerá ao candidato a
um cargo a dupla oportunidade, de aperfeiçoamento
e de servir à sua Loja. As organizações atingem o
sucesso em decorrência de diligente atenção aos
requisitos para o preenchimento de cargos. Você
deve fazer o mesmo para construir uma Loja bem-
sucedida. Seguem algumas sugestões úteis para o
recrutamento de Oficiais:

vezes, os Vigilantes, o Orador ou o Secretário, são vistos


como candidatos naturais ao primeiro malhete para a
próxima gestão.
62
O MANUAL DE HIRAM

1. Avalie continuamente todos os membros da Loja,


procurando identificar aqueles que apresentam
potencial de liderança.
2. Discuta previamente o assunto com aqueles que
compartilham sua visão para o futuro da Loja.
3. Envolva-os nas reuniões em que serão fixadas as
metas e objetivos da Loja.
4. Solicite a ajuda deles na solução dos vários
problemas que podem ser identificados na Loja. Eles
já sabem quais são os problemas, então apenas
conversem sobre como podem ser resolvidos.
5. Crie expectativa sobre as perspectivas de sua
gestão e do futuro da Loja. Instile entre os Irmãos
que você pretende recrutar o desejo de ser parte de
sua equipe vencedora, e, finalmente, transforme-se
no técnico dessa equipe. O ser humano,
lamentavelmente, só apóia os vencedores. Então,
não perca isso de vista ao escolher sua equipe, fixar
suas metas, e preparar um time vencedor para esta
temporada e para os próximos anos.
6. Mantenha uma atitude positiva sobre todos os
aspectos da liderança da Loja. Uma atitude do tipo
“eu posso fazer e farei”, em vez de “não posso fazer e
não farei”, atrai muitos interessados. Todos querem
fazer parte de um time vencedor e ninguém gosta de
um perdedor.
7. Exponha, em termos concretos, o que será
realizado durante o próximo ano e qual o papel de
cada um na obtenção do sucesso. Saliente que a
construção de uma Loja bem-sucedida não é um
processo para um único ano, e que vai requerer
excelente liderança nos anos seguintes. Restarão

63
WAYNE T. ADAMS

muitos projetos interessantes para serem


desenvolvidos nas próximas gestões.
8. Se eles concordarem em se juntar a sua equipe,
comprometa-se a ajudá-los a alcançar as metas e
objetivos que traçarão para a Loja quando, no futuro,
vierem a ocupar o Trono de Salomão. O
recrutamento para sua equipe começa com a
designação para linha progressiva de Oficiais. Se
esperar até o último momento, você colocará em
campo um time de substitutos em vez da necessária
primeira linha.

C. COMISSÕES

Comece com uma lousa limpa. Decida quais


comissões serão necessárias para implementar seu
programa para o ano 24. Fale com os Irmãos sobre as
qualidades que são necessárias para a realização das
tarefas projetadas. Selecione os Irmãos que
manifestarem interesse, designando-os para as
comissões. Faça um resumo dos requisitos exigidos
para cada cargo nas comissões. Uma vez
selecionadas as equipes para as diferentes
comissões, descreva por escrito os deveres e
responsabilidades de cada comissão, e apresente um
modelo preliminar do tempo que você considera
razoável para a execução das tarefas atribuídas a
cada uma delas.

24 Nas Lojas do Grande Oriente do Brasil são obrigatórias as


comissões permanentes de: a) Justiça; b) Finanças; c)
Admissão e Graus; d) Beneficência; e) Ação Paramaçônica; e
f) Ritualística.
64
O MANUAL DE HIRAM

D. A FAMÍLIA MAÇÔNICA

Uma fonte inesgotável de recursos humanos


em muitas Lojas é a Família Maçônica, i. e., as
esposas e os filhos dos Irmãos, aos quais devem ser
somados os integrantes dos Corpos Anexos e
Concordantes 25. Desenvolva relações positivas com
toda sua família Maçônica e use seus recursos para
desenvolver não apenas sua Loja, mas a Família
Maçônica como um todo. Você necessita dela e, o que
é mais importante, ela necessita de uma Loja bem-
sucedida para que possa crescer e atingir suas
metas. Uma coisa é certa: quanto mais pessoas se
envolverem em suas atividades, maior será o sucesso
de sua Loja.
Verifique quais são os Corpos Anexos e
Concordantes de sua região para incluí-los em seu
processo de planejamento. Faça reuniões freqüentes
com as lideranças desses Corpos e envolva-as, bem
como a seus membros, na realização das metas e
objetivos de sua Loja. É muito melhor pedir que eles
participem e colaborem do que ignorar seus
problemas específicos e criar ressentimento.

25 Os Altos Corpos do Rito Escocês Antigo e Aceito e do Rito de


York, a “Antiga Ordem Árabe Nobres do Santuário
Místico”(“Shriners”), a “Ordem da Estrela do Oriente”, o
“Santuário Branco de Jerusalém”, a “Ordem do Amaranto”,
a “Ordem Internacional DeMolay”, a “Ordem Internacional
Filhas de Jó”, e a “Ordem Internacional do Arco Íris” são
alguns exemplos dos chamados Corpos Anexos e
Concordantes da Maçonaria nos EUA.
65
WAYNE T. ADAMS

SEÇÃO 6

COMO FAZER PARA QUE SEUS OFICIAIS


TRABALHEM COM INSTRUÇÕES
ADEQUADAS (sugestões de deveres para os
Oficiais da Loja)

A. INTRODUÇÃO

Por suas condutas, trajes, frequência,


entusiasmo, proficiência no trabalho, e por suas
atitudes, os Oficiais ditam o tom de todo o
funcionamento da Loja. Cada Oficial pode transmitir
aos candidatos e a todos os Irmãos a seriedade, a
beleza e a honradez da Maçonaria, bem como a
66
O MANUAL DE HIRAM

diversão e a amizade. Os deveres contidos nas


páginas seguintes fornecem as linhas de conduta
para se atingir estas metas.

B. LINHAS GERAIS

Os tópicos seguintes se aplicam à operação de


todas as Lojas 26.

1. O PONTO

Somente um dos presentes a uma sessão de


iniciação, elevação ou exaltação deve estar
autorizado a funcionar como ponto 27. A presença de
vários membros atuando como ponto, mesmo que
bem intencionados, resultará em confusão,
estragando o efeito do ritual. O Oficial encarregado
deverá atuar como ponto ou indicar alguém para
fazê-lo. Todos os demais deverão permanecer
quietos. O Oficial encarregado de atuar como ponto
deve ser designado juntamente com os Oficiais da
linha progressiva. Se o Instrutor de Ritualística
estiver presente, ele deverá ser o ponto.

2. DEVERES ESPECIAIS DAS LUZES DA LOJA

Estes deveres são referentes ao Venerável


Mestre, nos casos de sessões ordinárias e das

26 Grande Loja do Maine.


27 Na maior parte das Grandes Lojas dos EUA é proibido o uso
de rituais escritos durante as sessões, exceto por um dos
presentes, para funcionar como ponto de referência. Os
demais membros da Loja devem memorizar o ritual.
67
WAYNE T. ADAMS

exaltações; ao Primeiro Vigilante para a elevação ao


segundo Grau; e ao Segundo Vigilante para as
iniciações 28. Cada um deles deve tomar todos os
cuidados para as sessões a seu cargo, respondendo
pessoalmente pelo seguinte:

a. Preparar uma lista dos Irmãos designados para


ocupar cada cargo durante a sessão. Informá-los
com antecedência acerca da função que
desempenharão, dando-lhes tempo para revisar o
ritual antes da sessão.
b. Ver se o Cobridor domina o ritual e sabe o nome
do candidato, para que esteja adequadamente
informado quando receber visitantes.
c. Ser responsável, tanto dentro quanto fora do
Templo, pelo decoro, pelo conforto dos visitantes e
pelas apresentações.
d. Se um visitante for trabalhar durante a sessão,
certificar-se de que ele é razoavelmente proficiente
na função que ocupará.
e. Quando se preparar para fechar a Loja, cuide para
que os Irmãos que não dominam a ritualística do
encerramento sejam removidos das posições que
ocuparam durante a sessão, para que não fiquem
embaraçados 29.

C. PROMOÇÃO

28 No Grande Oriente do Brasil, a instrução e o pedido de


aumento de salário dos AAp. e CComp. incumbem ao
Primeiro e Segundo Vigilantes, respectivamente.
29 Isso porque nas Lojas das Grandes Lojas dos EUA não são
usados rituais escritos.
68
O MANUAL DE HIRAM

A preparação dos Oficiais para avançar para o


próximo cargo na linha de sucessão deve ser feita até
a metade do ano. A linha de sucessão nas Lojas não
é oficial. Assim, cada membro com direito a voto
também pode ser eleito Oficial de uma Loja. No
entanto, muitas Lojas estabelecem uma linha de
sucessão a ser seguida pelos Oficiais em seu
progresso de um cargo a outro. Os deveres dos
Oficiais da Loja esboçados neste capítulo são
baseados na seguinte linha de sucessão: Segundo
Mordomo – Primeiro Mordomo – Segundo Diácono –
Primeiro Diácono – Segundo Vigilante – Primeiro
Vigilante – Venerável Mestre 30.
Essa linha de progressão e os respectivos
deveres em cada posição vão preparar o Oficial para
a posição administrativa de Venerável Mestre, se ele
evoluir completamente por toda a linha. Cada
Oficial terá deveres que proporcionarão desafios e
experiências, preparando-o para o cargo de
Venerável Mestre.
Todo Oficial tem o potencial de servir sua Loja
como Venerável Mestre. Assim, é muito importante
que você não convide para servir como Oficial um
Maçom do qual você não se orgulhará de tê-lo com
seu Venerável Mestre. Os deveres abaixo poderão
ser modificados e adaptados por cada Loja, como o
Venerável Mestre entender melhor. Devem ser
usados apenas como um esboço e uma sugestão para
a operação de uma Loja.

30
Os cargos mencionados são do “American Rite”, uma
variação do “Emulation Ritual”, adotado como rito único
para as Lojas Simbólicas de uma Grande Loja norte-
americana.
69
WAYNE T. ADAMS

D. SUGESTÃO DE DEVERES PARA OS OFICIAIS


DA LOJA

Uma sugestão, somente isso e nada mais. Um


Venerável Mestre tem um amplo horizonte para
distribuir deveres. Na distribuição de deveres entre
seus Oficiais você deverá ter em mente algumas
limitações: (a) O interesse de nossa Grande Loja 31 ;
(b) O Regimento Interno de sua Loja; e (c) A especial
utilidade de cada um de seus Oficiais.
O que segue é um modelo, como sugestão. Ele
precisará ser adaptado para atender às necessidades
específicas de sua loja e as diferentes habilidades de
cada Oficial. Seu valor está na utilidade que ele terá
para cada Oficial.

SUGESTÃO DE DEVERES PARA O VENERÁVEL


MESTRE

O Venerável Mestre tem poderes para:


A. Convocar a Loja quando julgar necessário;
B. Publicar, ou determinar que se publique, toda
convocação ou notícia que possa ser necessária;
C. Desempenhar todas as funções executivas da
Loja; e,

31 No Grande Oriente do Brasil, o Regulamento Geral da


Federação estabelece os deveres do Venerável, dos
Vigilantes, do Orador, Secretário, Tesoureiro, Chanceler, e
dos demais Oficiais. Nada impede que deveres adicionais
sejam fixados no Regimento Interno das Lojas.
70
O MANUAL DE HIRAM

D. Praticar todos os atos, segundo os antigos usos de


seu cargo, permitidos pela Constituição e
Regulamentos da Grande Loja.

Deveres gerais
São deveres do Venerável Mestre:
A. Presidir todas as reuniões da Loja;
B. Conferir ou fazer conferir todos os Graus em
estrita conformidade com o ritual aprovado pela
Grande Loja;
C. Dar as preleções relativas a cada Grau, a tempo
de que sejam conferidos conforme o ritual;
D. Indicar os Oficiais, como estipulado pelo
Regimento;
E. Autenticar, em cada sessão da Loja, todas as atas
ou registros de procedimentos na forma como
aprovados em tais reuniões da Loja;
F. Supervisionar os atos de todos os Oficiais de sua
Loja e cuidar para que seus respectivos deveres
sejam desempenhados de forma adequada;
G. Cuidadosamente prevenir qualquer infração,
pelos membros de sua Loja, ao Regimento Interno ou
à Constituição e Regulamentos da Grande Loja;
H. Preparar-se para a eleição de seu sucessor.

Deveres específicos
1. Preparar a Programação Anual da Loja.
2. Preparar o Orçamento Anual da Loja.
3. Preparar os artigos do Venerável Mestre para o
Boletim.

71
WAYNE T. ADAMS

4. Agendar a data para a visita Oficial do Delegado


Distrital32.
5. Nomear os Irmãos da comissão de investigação 33
como exigido.
6. Ser responsável por todas as comissões da Loja.
7. Comparecer à Grande Loja e votar as
recomendações de sua Loja nas resoluções 34.
8. Preparar a ordem do dia para cada sessão.
9. Designar os membros das seguintes comissões
para a Loja:

Comissões 35
1. Orçamento e finanças
2. Edifício
3. Telefone
4. Boas vindas
5. Cuidados e Participação
6. Educação Maçônica
7. Prêmio do Grão-Mestre
8. Prêmio Raymond Rideout
9. História da Loja

Quanto ao Ritual em geral

32 Na Grande Loja do Maine, o Delegado Distrital do Grão-


Mestre deve fazer uma visita oficial por ano à cada Loja de
seu Distrito.
33 Essa comissão é encarregada das sindicâncias dos
candidatos à iniciação.
34 Nas obediências constituídas sob a forma de Grande Loja
Maçônica, o Venerável Mestre de cada Loja é também
membro da Grande Loja, onde tem direito a voto na reunião
anual.
35 São comissões existentes nas Lojas da Grande Loja do
Maine.
72
O MANUAL DE HIRAM

Estar qualificado para os trabalhos e para dar,


ou cuidar para que sejam dadas, as preleções do
Primeiro, Segundo e Terceiro Graus 36; e ser
completamente proficiente quanto aos tópicos da
Constituição e Regulamentos da Grande Loja que
estão relacionados ao governo de uma Loja.

Quanto ao Ritual em particular


1. Dominar o ritual para condução de sessões
ordinárias;
2. Dominar o ritual para a recepção de
representantes da Grande Loja (Grão-Mestre,
Delegado Distrital, etc.);
3. Conduzir serviços de pompas fúnebres;
4. Conduzir práticas dos Graus para todos os Oficiais
da Loja;
5. Notificar o Secretário acerca da data de iniciação
dos candidatos;
6. Responsabilizar-se por todo o trabalho do Terceiro
Grau;
7. Comparecer às reuniões de instrução 37;
8. Providenciar para que os novos Mestres Maçons
apresentem trabalhos em Loja aberta.

SUGESTÃO DE DEVERES PARA O PRIMEIRO


VIGILANTE

36 As preleções constituem tópicos extensos dos rituais de


iniciação, elevação e exaltação, e devem ser inteiramente
memorizadas, dada a vedação do uso de rituais escritos
durante as sessões.
37 Sem as reuniões de instrução, que são freqüentes, não seria
possível a realização de sessões litúrgicas sem o uso de
rituais escritos.
73
WAYNE T. ADAMS

Deveres gerais
É dever do Primeiro Vigilante auxiliar o
Venerável Mestre no cumprimento de seus deveres, e
se desincumbir de todos os deveres que os antigos
costumes atribuem a seu cargo. Substituir o
Venerável Mestre na ausência deste, respondendo
por todos os seus poderes e obrigações.

Deveres específicos
1. Preparar os itens do Boletim da Loja que lhe
sejam atribuídos pelo Venerável Mestre;
2. Presidir a Comissão de Orçamento 38;
3. Preparar o calendário para seu futuro ano como
Venerável Mestre;
4. Preparar uma estimativa de orçamento para seu
futuro ano como Venerável Mestre (baseada no
calendário acima referido);
5. Analisar Irmãos que possam ser designados para
a linha de sucessão durante seu ano como Venerável
Mestre, perguntando-lhes se gostariam ou não de
exercer cargos. Discuta possíveis escolhas com o
atual Venerável Mestre e com o Segundo Vigilante;
6. Analisar Irmãos para designá-los como
presidentes e membros das comissões durante seu
futuro ano como Venerável Mestre, consultando-os a
esse respeito;
7. Comparecer à Reunião Anual da Grande Loja;

38 No Grande Oriente do Brasil, por força de dispositivo


constitucional, é incompatível o exercício de qualquer dos
cargos dentre aqueles que constituem as Dignidades da
Loja, e o exercício de outro cargo maçônico, em Loja ou fora
dela.
74
O MANUAL DE HIRAM

8. Comparecer a todas as atividades da Loja (Sessões


ordinárias e especiais, eventos com as famílias, etc.);
9. Planejar sua instalação como Venerável Mestre;
10. Comparecer às reuniões da Associação Distrital
de Oficiais;
11. Comparecer às reuniões de instrução.

Quanto ao Ritual em geral


1. Estar qualificado para o trabalho e as preleções do
Primeiro e Segundo Graus;
2. Estar instruído acerca dos dispositivos da
Constituição e Regulamentos da Grande Loja
relativos ao governo de uma Loja.

Quanto ao Ritual em particular


1. Dominar o trabalho e preleção do Terceiro Grau,
se possível, e o ritual exigido para se qualificar como
Venerável Mestre;
2. Estar qualificado para o trabalho como Primeiro
Vigilante no Terceiro Grau;
3. Ser responsável por todo o trabalho do Segundo
Grau;
4. Comparecer a todos os trabalhos dos graus
conforme designação do Venerável Mestre;
5. Examinar todos os candidatos, para ver se estão
adequadamente preparados;
6. Revisar com os candidatos ao Segundo e Terceiro
Graus, antes do início dos trabalhos, todos os sinais,
toques e palavras dos graus antecedentes.

SUGESTÃO DE DEVERES PARA O SEGUNDO


VIGILANTE

75
WAYNE T. ADAMS

Deveres gerais
1. Auxiliar o Venerável Mestre no cumprimento de
seus deveres, e se desincumbir de todos os deveres
que os antigos costumes atribuem a seu cargo.
Substituir o Venerável Mestre na ausência deste e
do Primeiro Vigilante, respondendo por todos os seus
poderes e obrigações.
2. Intentar processo contra Maçom acusado de
conduta antimaçônica 39.

Deveres específicos
1. Ser responsável por todos os jantares realizados
na Loja 40;
2. Manter registradas as despesas e receitas dos
jantares;
3. Manter registro de presença dos Irmãos aos
jantares;
4. Trabalhar com os Mordomos 41 em todas as
funções dos jantares;
5. Preparar um sumário das contas mensais e
apresentá-lo ao Secretário ao menos uma semana
antes da sessão ordinária;

39 No Grande Oriente do Brasil, por força de dispositivo


constitucional, todo Maçom tem o dever de comunicar à Loja
qualquer comportamento irregular de Irmão, no mundo
profano ou maçônico. E compete ao Orador, como membro
do Ministério Público Maçônico, promover processo contra os
infratores.
40 Na maioria das Lojas no Brasil, onde predomina o Rito
Escocês Antigo e Aceito, a responsabilidade pelos jantares e
festividades é atribuída ao Mestre de Banquetes, ou a
comissão especialmente designada pelo Venerável Mestre.
41 O Primeiro e Segundo Mordomos atuam como Mestres de
Banquetes.
76
O MANUAL DE HIRAM

6. Funcionar como presidente da Comissão de


Cuidados e Participação;
7. Preparar os artigos do Segundo Vigilante para o
Boletim da Loja, como solicitado pelo Venerável
Mestre;
8. Atuar como membro da Comissão de Orçamento;
9. Comparecer a todas as atividades da Loja (Sessões
ordinárias e especiais, eventos com as famílias, etc.);
10. Comparecer à Reunião Anual da Grande Loja;
11. Dar início ao planejamento do calendário para
seu futuro ano como Venerável Mestre;
12. Começar a considerar Irmãos para designá-los
para a linha de sucessão em seu futuro ano como
Venerável Mestre;
13. Iniciar a coleta de artigos e informações para
usar em seu Boletim durante o futuro ano como
Venerável Mestre;
14. Comparecer às reuniões de instrução;
11. Comparecer às reuniões da Associação Distrital
de Oficiais.

Quanto ao Ritual em geral


Estar qualificado para o trabalho e preleções
do Primeiro Grau.

Quanto ao Ritual em particular


1. Dominar o trabalho e preleções do Segundo Grau e
o ritual exigido para se qualificar como Primeiro
Vigilante;
2. Estar qualificado para o trabalho como Segundo
Vigilante no Segundo Grau;
3. Estar qualificado para o trabalho como Segundo
Vigilante no Terceiro Grau;

77
WAYNE T. ADAMS

4. Ser responsável por todo o Primeiro Grau;


5. Comparecer a todos os trabalhos dos graus
conforme designação do Venerável Mestre.

SUGESTÃO DE DEVERES PARA O TESOUREIRO

Deveres gerais
1. Receber e manter em segurança o dinheiro,
propriedades e todos os outros ativos da Loja.
Despender ou transferir os recursos, sob ordem do
Venerável Mestre, devidamente atestado pelo
Secretário, com a aprovação da Loja;
2. Manter um livro, ou livros, em que as contas de
todas as receitas e despesas sejam correta e
detalhadamente indicadas, computadas por fontes de
receitas e despesas;
3. Apresentar relatório na Reunião Anual, na forma
prescrita pela Grande Loja;
4. Executar outros deveres, concernentes a seu
cargo, segundo o Regimento Interno ou determinação
da Loja.

Deveres específicos
1. Atuar na Comissão de Orçamento 42;
2. Comparecer a todas as atividades da Loja.

Quanto ao Ritual em particular


1. Estar qualificado para o trabalho do Tesoureiro
no Primeiro Grau;
2. Comparecer às reuniões de instrução.

42 Segundo a Constituição do Grande Oriente do Brasil, o


exercício do cargo de Tesoureiro é incompatível com o
exercício de cargo na Comissão de Finanças ou de Contas.
78
O MANUAL DE HIRAM

SUGESTÃO DE DEVERES PARA O SECRETÁRIO

Deveres gerais
A. Registrar, por escrito, todos os procedimentos de
cada sessão, sob direção do Venerável Mestre, e
transcrevê-los num livro de atas, e, na sessão
seguinte, proceder à leitura da ata em Loja, e após
aprovada, apresentá-la ao Venerável Mestre para
sua assinatura;
B. Preparar e transmitir uma cópia de tais registros,
ou de parte deles, para a Grande Loja, quando
requisitado;
C. Coletar e receber todo dinheiro devido à Loja e
repassá-lo ao Tesoureiro;
D. Manter o selo da Loja e lançá-lo com sua
assinatura em todo papel emitido sob sua autoridade
ou em obediência às exigências da Constituição e
Regulamentos da Grande Loja 43;
E. Transmitir ao Grande Secretário um Certificado
de Eleição, com os nomes dos novos Oficiais,
imediatamente após cada eleição na Loja;
F. Enviar relatório mensal e anual ao Grande
Secretário, na forma prescrita;
G. Enviar ao Grande Secretário relatório anual com
os nomes, datas de iniciação, elevação e exaltação, e
datas do óbito de todos os membros permanentes da
Grande Loja;
H. Relatar ao Grande Secretário, imediatamente
após sua ocorrência, todas as rejeições para os

43 No Grande Oriente do Brasil o Chanceler da Loja é o


responsável pela guarda do selo e do timbre, lançando-os nos
documentos expedidos pela Loja.
79
WAYNE T. ADAMS

Graus, expulsões, suspensões, e regularizações, na


forma prescrita;
I. Prontamente notificar por escrito um candidato
rejeitado, e restituir todas as taxas e contribuições
pagas à Loja;
J. Remeter as notificações relativas à falta de
pagamento de contribuições 44;
K. Manter, na forma estabelecida, os seguintes livros
da Loja:
1. Um livro de atas, para registrar por escrito todas
as atividades da Loja em suas sessões;
2. Um livro para as assinaturas dos membros,
segundo a ordem de sua admissão, cuidando para
que cada membro assine seu nome por extenso;
3. Um livro para o rol dos Irmãos, no qual registrará
em páginas dispostas em ordem alfabética:
a. O nome completo de todos os membros da Loja,
b. Datas de iniciação, elevação, exaltação ou filiação,
com o nome, número e endereço das Lojas de onde
vieram;
c. Idade e ocupação na data em que foram admitidos
na Loja;
d. Datas de retirada, expulsão, suspensão, morte ou
regularização;
4. Um conjunto de livros de contas 45 necessário para
apresentar com clareza:
a. As contas de cada membro com a Loja;

44 No Grande Oriente do Brasil, a cobrança de contribuições em


atraso é atribuição do Tesoureiro da Loja.
45 No Grande Oriente do Brasil, compete ao Tesoureiro a
manutenção de escrituração contábil da Loja.
80
O MANUAL DE HIRAM

b. As receitas da secretaria, proporcionando um


registro claro e permanente de todo dinheiro
recebido e sua origem;
c. Seus pagamentos ao Tesoureiro;

Deveres específicos
1. Atuar na Comissão de Orçamento 46;
2. Comparecer a todas as atividades da Loja;
3. Comparecer às reuniões de instrução para
secretários, agendadas pelo Grande Secretário.

Quanto ao Ritual em particular


1. Estar qualificado para o trabalho do Secretário no
Primeiro Grau;
2. Comparecer às reuniões de instrução.

SUGESTÃO DE DEVERES PARA O PRIMEIRO


DIÁCONO

Deveres gerais
Exercer os deveres conforme os usos da Ordem
e pertinentes ao cargo de Primeiro Diácono, tal como
especificado pelo Regimento ou determinado pelo
Venerável Mestre.

Deveres específicos
1. Pessoalmente recepcionar os visitantes e
introduzí-los no Templo;
2. Atuar como presidente da Comissão de Exame de
Visitantes 47;

46 Cargos incompatíveis nas Lojas do Grande Oriente do Brasil,


por força de dispositivo da Constituição desta Obediência.
47 Que é uma Comissão de Telhamento.
81
WAYNE T. ADAMS

3. Atuar na Comissão de Educação Maçônica;


4. Atuar na Comissão de Orçamento;
5. Comparecer a todas as atividades da Loja;
6. Comparecer às reuniões da Associação Distrital de
Oficiais.

Quanto ao Ritual em geral


1. Estar qualificado para o trabalho como Primeiro
Diácono em todos os Graus e para a preleção do
Segundo Grau;
2. Dominar o trabalho ritualístico do Venerável
Mestre no Primeiro Grau;
3. Estar qualificado para o trabalho como Segundo
Vigilante na primeira parte do Primeiro Grau;
4. Estar qualificado para o trabalho como Segundo
Vigilante na primeira parte do Segundo Grau;
5. Estar qualificado para o trabalho como Segundo
Vigilante na primeira e segunda partes do Terceiro
Grau;
6. Comparecer a todos os trabalhos dos graus
agendados pelo Venerável Mestre.

SUGESTÃO DE DEVERES PARA O INSTRUTOR


DE CANDIDATOS 48

Não há, oficialmente, o cargo de “instrutor de


candidatos”. O Primeiro Vigilante tem a
responsabilidade de instruir todos os candidatos,
porém ele pode designar outro Irmão para exercer
essa função; daí a razão para o título “instrutor de

48 Aprendizes candidatos a Companheiro, e Companheiros


candidatos a Mestres.
82
O MANUAL DE HIRAM

candidatos”. Todavia, mesmo atribuindo a tarefa a


outro Irmão, o Primeiro Vigilante não afasta sua
responsabilidade pessoal.

Deveres Gerais
1. Manter uma lista de todos os candidatos, registrar
o progresso de cada um no aprendizado em todos os
graus, e informar a esse respeito o Primeiro
Vigilante e o Venerável Mestre;
2. Cuidar para que cada candidato seja assessorado
por um Irmão mais experiente;
3. Cuidar para que os Irmãos mais experientes que
acompanharão os candidatos possuam um exemplar
do Manual do Instrutor;
4. Certificar-se de que todos os candidatos estão
qualificados em suas lições antes de levá-los à exame
em Loja aberta;
5. Estar qualificado para dar ao candidato lições em
todos os Graus.
6. Estar preparado para examinar os candidatos em
Loja aberta.

SEÇÃO 7

COMO MANTER NOVOS MEMBROS


ENVOLVIDOS EM SUA LOJA

83
WAYNE T. ADAMS

Para que nossos novos membros tomem parte


ativa na vida da Loja devemos dar a eles, no mínimo,
uma introdução à Maçonaria. O Ritual, não importa
quão bom ele seja, não é suficiente tornar o Maçom
um instruído membro ativo da Loja. Para obtermos
um homem que acredita na Maçonaria, um homem
que seja um membro ativo, temos que usar nosso
tempo para mostrar, ensinar e guiar o novo Irmão a
um claro entendimento acerca dos princípios de sua
vida como Maçom. Em resumo, nós não podemos
apenas iniciar um candidato e em seguida abandoná-
lo.
Devemos começar fazendo com que nós
mesmos tenhamos uma atitude positiva. A
Maçonaria tem muito a oferecer. Ela tem sido uma
fonte de sabedoria e satisfação pessoal para milhões
de bons homens. Hoje em dia, seus princípios e seus
benefícios estão tão disponíveis e são tão oportunos
quanto sempre foram. Mas somos confrontados por
essa questão: Por que os jovens de hoje estão cada
vez menos interessados em se unir a nós e participar
de nossa fraternidade?
Muitos acreditam que os candidatos que nós
queremos são ativamente orientados. Nós queremos,
preferivelmente, aqueles que “farão”, e não aqueles
que simplesmente “serão”. Olhemos para algumas
das atividades da comunidade que disputam o tempo
dos jovens. Os clubes de serviço estão crescendo.
Eles expõem seus projetos comunitários e como
levantarão dinheiro para custeá-los. São hábeis em
exibir um empenhado grupo de pessoas fazendo algo
com impacto positivo em suas comunidades.
Mostram aos jovens a finalidade de suas atividades.

84
O MANUAL DE HIRAM

Mostram seus equipamentos e programas de


treinamento, e exibem um empenhado grupo de
membros absorto a fazer algo para aperfeiçoar suas
habilidades. Clubes sociais, geralmente centrados
em esportes como o golfe, tênis, caça ou pesca, não
têm problemas para manter seus membros. São
hábeis em mostrar às pessoas suas instalações, suas
agendas de eventos e atividades. Também são
peritos em mostra um grupo de apaixonados por seu
esporte fazendo algo para melhorar sua
performance.
Novos membros têm se juntado às Lojas
porque querem fazer algo. Querem se tornar mais
efetivos naquilo que fazem. Querem se envolver com
outros, tomar parte em seus esforços, e compartilhar
metas.
O que a Maçonaria lhes oferece? Devemos
começar com a amizade fraterna, a solidariedade e a
verdade. Os elementos da amizade fraterna são
nossos pontos perfeitos: a obrigação de deixarmos
nosso próprio caminho para servir a um Irmão
merecedor; a obrigação de sempre nos lembrarmos
de nosso Irmão em nossas meditações; a obrigação de
manter o sigilo; a obrigação de ajudar um Irmão e de
proteger seu bom nome; e, finalmente, a obrigação de
prevenir um Irmão da presença de um perigo. Nós
oferecemos essa obrigação moral àquele que estiver
disposto a manter reciprocidade.
A solidariedade não corresponde,
necessariamente, à ajuda material. Ela pode ser
uma mãozinha ou um ouvido amigo, um favor ou
uma palavra encorajadora. O compromisso
subjacente é o de uma disposição de ajudar a outro

85
WAYNE T. ADAMS

Maçom, ou sua família, com o mesmo nível de


consideração que seria demonstrado em relação a um
irmão natural. Nós podemos oferecer esse
compromisso àquele disposto a manter
reciprocidade.
A verdade é um valor e uma medida de valores
que nos é confiada. Cada um dos três graus da
Maçonaria Simbólica ensina, por preceitos, alegorias
e símbolos, as virtudes da justiça, fidelidade,
temperança, coragem, e prudência, tudo o que temos
para sermos verdadeiros – verdadeiros hoje,
verdadeiros ontem, e verdadeiros amanhã. Nós
estamos dispostos a compartilhar as lendas, e as
alegorias e símbolos que as ilustram, com aqueles
que estiverem dispostos a praticar as virtudes que
elas representam.
Amizade fraterna, solidariedade e verdade
exigem atividade e compromisso pessoal. Temos que
fazer algo para colocá-las em prática. A Maçonaria
pode dar aos homens uma oportunidade de fazer algo
para melhorar a si mesmos na busca daquelas
verdades.
Nossas lendas nos ensinam que antigamente
os aprendizes e companheiros aprendiam a melhorar
suas habilidades sob a direção e tutela dos Mestres.
Isso era verdadeiro na Maçonaria Operativa. E pode
se tornar verdadeiro em sua Loja. Não permita que
um candidato simplesmente receba os três graus.
Devemos demonstrar-lhe que os princípios
maçônicos oferecem um modo de pensar e um modo
de viver. Aqui vai um plano de aprendizado com
doze pontos, para manter novos membros envolvidos,
para dar-lhes algo para fazer; doze tarefas que estão

86
O MANUAL DE HIRAM

intimamente relacionadas com os princípios de nossa


atividade como Maçom.

Primeiro, vamos considerar a Amizade


Fraterna. O novo membro precisa conhecer seus
novos Irmãos. Veja o que um Venerável Mestre pode
fazer:

Tarefa 1. Faça com que o padrinho do novo membro


o apresente a todos Irmãos na noite em que ele for
iniciado. Temos visto com freqüência um novo Irmão
sentado sozinho numa sala, onde um grupo de
Maçons está conversando, sem que alguém o tenha
apresentado aos demais ou tenha o cuidado de se
apresentar a ele.

Tarefa 2. Solicite que o candidato e seu padrinho


permaneçam na porta recebendo os Irmãos nas
noites de sua elevação e exaltação. É uma boa
oportunidade para que ele converse com os Irmãos
que já conhece, e para se encontrar com outros
membros que compareçam naquelas noites.

Tarefa 3. Convide o novo Irmão para ajudar nos três


primeiros jantares após sua iniciação. Lembre-se,
ele se tornou membro da Loja porque queria fazer
algo. Envolvê-lo nas atividades da Loja fará com que
ele se sinta parte dela.

Vejamos agora a Solidariedade. Cada novo


Maçom precisa conhecer logo alguns dos aspectos da
solidariedade Maçônica.

87
WAYNE T. ADAMS

Tarefa 4. Convide o novo Maçom para trabalhar na


primeira atividade para as mulheres que for
realizada imediatamente após sua iniciação, e deixe
que ele receba pessoalmente várias delas.

Tarefa 5. Nas datas comemorativas, inclua o novo


Maçom na equipe que entregará flores, cestas ou
outro objeto que a Loja possa preparar para as
viúvas e Irmãos idosos.

Tarefa 6. Convide-o para acompanhá-lo numa visita


a um Irmão que se encontre hospitalizado, ou a um
Irmão doente.

Tarefa 7. Convoque-o para comparecer ao primeiro


serviço de pompa fúnebre Maçônica que ocorrer após
sua iniciação, para testemunhar a consideração que
nossa fraternidade tem em relação à família de um
Irmão falecido.

Nosso terceiro princípio é a Verdade. O novo


Maçom espera obter uma familiaridade básica com
as lendas e símbolos que ilustram as verdades que
nós valorizamos.

Tarefa 8. Faça com que o novo Irmão tire proveito


das quatro sessões de instrução contidas em nosso
Manual do Instrutor. Você estará enganando
seriamente alguém se torná-lo membro de sua Loja,
mas falhar em dar-lhe um conhecimento básico do
ritual, que é o coração de nossa fraternidade.

88
O MANUAL DE HIRAM

Tarefa 9. Faça com que o novo Irmão visite outra


Loja, por três vezes, durante sua jornada do
Primeiro ao Terceiro Grau, cada uma das vezes para
assistir a uma sessão do grau colado recentemente.
Isso dará a ele um melhor entendimento acerca do
grau. E também mostrará que ele é parte de uma
ampla fraternidade, com a qual poderá contar em
qualquer lugar aonde vá. Além disso, deverá estar
acompanhado de seu padrinho ou de Irmãos que ele
conheça bem.

Tarefa 10. Convide o novo Maçom a exercer um


cargo que não exija conhecimento do ritual, durante
um mês ou dois, ou mesmo por uma única sessão,
após sua exaltação. Pode ser que ele nunca mais
queira fazer isso novamente, mas é importante que
exerça um cargo pelo menos uma vez, tendo a
oportunidade de tomar parte da sessão.

Tarefa 11. Providencie para que o novo Irmão


receba sua instrução do Terceiro Grau, sozinho ou
com outros Irmãos que tenham ingressado
recentemente na Ordem, dentro do tempo
estabelecido. Temos muitos Maçons novos que
sentem que falharam em relação a algo que
deveriam ter feito. Eles não falharam. Você falhou se
disse a eles que esperava que fizessem alguma coisa,
mas nunca os supervisionou. Amizade fraterna,
solidariedade e verdade são os princípios de nossa
vida como Maçons. Outra característica dos Maçons
é serem tão antigos quanto a história de nosso

89
WAYNE T. ADAMS

país 49. Cada comunidade neste país é o melhor


lugar para se viver devido ao trabalho dos Maçons
que, por centenas de modos, fazem suas
comunidades e seu país progredirem. Eles
colaboram atuando como bombeiros voluntários,
membros de esquadrões de resgate, técnicos de
times, diáconos nas igrejas e professores em escolas
dominicais, como membros dos quadros de hospitais
e bibliotecas, e de muitas outras maneiras. Os
Maçons são o alicerce de cada comunidade neste
país.

Tarefa 12. Diga a cada novo Irmão que você gostaria


de vê-lo envolvido em alguma atividade cívica, da
comunidade ou da igreja, onde ele possa aplicar
algumas das lições que aprendeu em sua Loja.

Doze pontos. Você ainda pode dizer àquele


que tenha revelado interesse pela Maçonaria o que
se espera que ele faça ao se tornar um Maçom. Você
poderia dar-lhe um panfleto contendo este plano de
aprendizado, e ele entenderia antecipadamente o
que é, os motivos de suas palavras, e como isso o
beneficiará. Isso poderia desencorajar uns poucos
que simplesmente querem ser conhecidos como
Maçons; mas, aqueles que realmente querem fazer
algo são atraídos por organizações que manifestam
claramente seus princípios, que os convidam a
assumir um compromisso, e que relacionam aqueles
princípios com um plano específico de atividades.
Você, como Venerável Mestre, pode prestar um

49 O que é verdadeiro tanto em relação aos EUA quanto no


tocante ao Brasil.
90
O MANUAL DE HIRAM

grande serviço à Maçonaria, a sua Loja, e aos novos


Irmãos: basta dar a cada um destes algo para fazer.

Nós somos a maior fraternidade do Mundo,


fundada nos mais nobres princípios. Mas não se
esqueça de que isto não é o bastante para formar um
Maçom. Nossa fraternidade crescerá de modo
proveitoso, nossas Lojas prosperarão, e nossos
Irmãos crescerão como bons Maçons, somente se nós
focarmos nossos pensamentos e esforços, e os
pensamentos e esforços dos novos membros, na
Maçonaria como uma filosofia e modo de vida, em
que a fraternidade é o caminho, a missão e a meta.

91
WAYNE T. ADAMS

SEÇÃO 8

COMO SE COMUNICAR DE MODO


EFICIENTE

Quantas vezes você já ouviu a velha desculpa


dos ex-veneráveis: “Bem, se eles leram o boletim,
estão sabendo disso”, ou “Eu coloquei isso no boletim
e ainda anunciei em nossa última sessão”. Na
sociedade atual, você deve se comunicar de modo
eficiente se pretende atingir os objetivos e metas que
estabeleceu para você mesmo e para sua Loja. A
confiança em técnicas tradicionais e apenas
parcialmente bem-sucedidas deixará você com uma
Loja vazia e com Irmãos que não se empenham.
Você deve se comunicar de modo eficiente com
os membros da Loja se sua meta é a de construir
uma Loja ativa e progressista. Há muitos tipos de
comunicação: verbal, escrita, corporal, da aparência
e da escuta. Cada uma é importante para a
comunicação dos três principais pontos da
Maçonaria: amizade fraterna, solidariedade e
verdade.

A. COMUNICAÇÃO VERBAL

Falar em público de modo eficiente é uma


necessidade para o Venerável Mestre e seus Oficiais,
para promover comunicação adequada com os
92
O MANUAL DE HIRAM

Irmãos e suas famílias. Muitos Veneráveis Mestres


negligenciam o desenvolvimento dessa importante
habilidade, e quando são postos em frente ao público,
falham na comunicação de suas metas e programas.
Eles falham em reconhecer que a liderança requer
comunicação verbal eficiente e persuasiva. Você
seguiria um líder cujas palavras não o inspirassem
para um grande esforço? O que você pensaria de um
Venerável Mestre que gagueja e murmura quando
está em frente a um grupo de pessoas? A resposta é
óbvia. Você balançaria sua cabeça com pena, e
aguardaria a próxima gestão. Não deixe que aquela
pessoa seja você.
Recitar o ritual durante nossas sessões
ajudará você a desenvolver algumas habilidades de
oratória. No entanto, o ritual é apenas um exercício
de memorização, treinado em sua própria mente, e
repetido durante os trabalhos dos graus. Falar em
público exige habilidades diferentes que podem ser
desenvolvidas com treinamento e prática.
Pouquíssimos no mundo podem ser
classificados como oradores natos. Em quase todas
as vezes em que ouvimos alguém falar em público de
forma efetiva, essa pessoa gastou tempo e energia
para se preparar para se comunicar de modo
eficiente.
Lembre-se de que todos começam por baixo,
cada um tem seus problemas com o ato de falar em
público, e todos podem se beneficiar com a prática e
a instrução. Você pode não vir a ser o melhor orador,
mas certamente se aperfeiçoará. Prepare seu tempo
e se esforce para desenvolver suas idéias, para
anotar, rascunhar e pensar sobre isso até que tenha

93
WAYNE T. ADAMS

encontrado as palavras certas. Você nunca se


arrependerá do tempo e esforço despendidos, e seus
Irmãos, colaboradores e amigos certamente
apreciarão sua nova habilidade.

B. COMUNICAÇÃO ESCRITA

Pode não ser possível se comunicar


verbalmente com todos os membros da Loja. Conte
com a escrita para dar sua mensagem e ser
entendido por aqueles que você deseja alcançar. A
qualidade e o estilo de sua comunicação escrita
determinará se suas mensagens serão ou não
realmente lidas.

1. O boletim da Loja

Reflita sobre os anos anteriores. Você lia o


boletim mensal da Loja? Se não, por que não? O que
é relevante para as atividades atuais de sua Loja?
Pare para rever as matérias que atualmente são
incluídas no boletim. Elas são necessárias? Os
conteúdos são interessantes e estimulam a leitura?
Se a resposta é “não”, então você deve fazer algo
sobre isso, porque a resposta dos demais Irmãos será
a mesma. Seguem algumas sugestões úteis para a
publicação de um boletim mais interessante.

1. Elimine o excesso. Algumas informações não


precisam ser repetidas mês a mês, ano após ano.
Selecione apenas as matérias que as pessoas
realmente apreciarão.

94
O MANUAL DE HIRAM

2. Escolha um formato que possa atrair o interesse


do leitor. Letras miúdas, de leitura difícil, podem
reduzir o custo de impressão, mas também
garantirão que o boletim rapidamente encontrará
seu destino final, junto com a correspondência
imprestável, no cesto de lixo mais próximo.

3. Quando possível, utilize recursos gráficos para


atrair a atenção do leitor e para acentuar o propósito
do autor do texto.

4. Dê destaque ao que é positivo! Todas as


mensagens e artigos podem levar o leitor a querer
tomar parte dos bons tempos pelos quais sua Loja
está passando. Fale de modo positivo sobre as
atividades já realizadas, sobre aquelas que estão em
andamento, e sobre as futuras. Ninguém quer se
juntar ou tomar parte de uma Loja mal conduzida.

5. Verifique o produto final. Papel, gráficos e


produção de baixa qualidade o levarão direto à cesta
de lixo.

6. Planeje seu ciclo de produção mensal para


assegurar que os leitores terão o material em mãos
no mínimo duas semanas antes do próximo evento
programado. Um boletim que chega atrasado é o
mesmo que boletim nenhum.

7. Peça aos Irmãos que enviem artigos para


publicação, em diferentes áreas de interesse.

2. Correspondência especial

95
WAYNE T. ADAMS

O boletim pode não ser um veículo adequado


para aquelas informações que devem, realmente, ser
lidas e compreendidas pelos membros da Loja. Veja
os exemplos de meios alternativos de comunicação
escrita que você pode empregar:

a. Eventos especiais
Visitas do Grão-Mestre, recepções, eventos
para arrecadação de fundos, comemorações, etc.,
exigem um tipo especial de notificação para os
Irmãos. Um folheto especial com gráficos divertidos
atrairá atenção para seu evento social ou de
arrecadação de fundos, que de outro modo poderia
ficar esquecido se informado apenas num boletim
publicado há algum tempo.

b. Metas e Objetivos
Utilize uma correspondência especial, que
inclua todo o pacote de resultados dos esforços de sua
equipe, para fazer com que cada membro seja
informado sobre as metas e objetivos estabelecidos
para a Loja. Os Irmãos poderão ler um material
bem produzido, em forma de carta.

c. Placas e Cartazes
Todos que entrarem em sua Loja devem se
deparar imediatamente com placas ou cartazes
anunciando algum acontecimento especial já
agendado ou eventos sociais planejados pela Loja.
Não desperdice uma oportunidade. Lembretes
publicados no boletim da Loja, cartas e cartazes
efetivamente promoverão suas atividades e ajudarão

96
O MANUAL DE HIRAM

na obtenção do sucesso, não só para sua Loja, mas


para você como Venerável Mestre.

C. COMUNICAÇÃO PESSOAL

Toda pessoa também envia mensagens a


outras pelo modo como se veste, por seus atos e por
sua aparência. Tenha o cuidado de verificar se você
está transmitindo a mensagem correta àqueles que
deseja influenciar. Aproveite estas dicas úteis:

1. Verbalmente

A natureza humana garante que cada Irmão


será sempre informado, positiva ou negativamente,
sobre suas ações como Venerável Mestre. A arte
está em “acentuar o que é positivo”, por meio da
comunicação. Agindo assim você prepara o clima
para que outros façam o mesmo.
Em toda Loja e toda organização sempre
haverá uma parcela de membros que não têm nada a
dizer. Se você der ouvidos àqueles que demonstram
uma atitude negativa, também será contaminado
com esse comportamento e toda a Loja sofrerá com
isso. Primeiro, dissemos a você que discuta os
problemas da Loja e, ao mesmo tempo, queremos que
você “acentue o que é positivo”. Estas duas diretrizes
são compatíveis ? Na maioria das vezes certamente
que sim.
A discussão de problemas põe todas as coisas
na mesa. Não há uma necessidade maior de discutir
os aspectos negativos de sua Loja. Basta a discussão
sobre suas metas e objetivos, juntamente com seus

97
WAYNE T. ADAMS

planos de ação. Procurar soluções para seus


problemas é o melhor caminho para “acentuar o que
é positivo”. Se você se comunicar de forma positiva,
encontrará todos os Irmãos falando dos aspectos
positivos de sua Loja.
Pensar positivamente leva outros a uma
atitude positiva. Mesmo aqueles que não freqüentam
a Loja regularmente ficarão orgulhosos de suas
realizações. Nossa fraternidade é, essencialmente,
uma organização social destinada a promover a
felicidade e a amizade fraterna. Se o pensamento
negativo surgir em sua Loja, elimine-o. Uma Loja
bem-sucedida é uma Loja positiva, que segue
adiante. Aja imediatamente, e faça com que toda
comunicação verbal seja positiva.

2. A comunicação corporal

A comunicação vai além da palavra escrita ou


falada. Muitas vezes nossa aparência e nossos atos
dizem muito sobre nós. Emoções como irritação,
desapontamento e frustração, tomarão conta da
atmosfera da Loja se forem notadas pelos Irmãos nas
mensagens que você transmite com seu corpo e
expressões faciais. Igualmente, se você transmite
por seus atos confiança, satisfação, e fraterna
amizade, estas emoções positivas também tomarão
conta dos Irmãos. Quem seguiria um líder cujas
palavras mandam avançar, mas cuja aparência e
comportamento indicam que está batendo em
retirada?
É fácil dizer que vai mudar sua linguagem
corporal. Difícil é fazer isso. Para se sair bem, você

98
O MANUAL DE HIRAM

deve considerar continuamente o modo pelo qual


suas atitudes e ações afetarão seus Irmãos. Todo
Venerável Mestre tem problemas e frustrações. O
fato é que sua carga se tornará mais pesada, e a
resposta dos Irmãos diminuirá, se você transmitir
desapontamento e frustrações.
Se vai levar as tropas para fora das
trincheiras e morro acima, você deve informar a elas
que está no comando e que o morro não é assim tão
alto. Ao liderar considere o seguinte:

a. Deixe sua tristeza em casa


Suas dificuldades e frustrações devem ficar
com você. Ao se preparar para ir à Loja, sente-se
sozinho por alguns minutos, dispersando todos os
seus problemas, e concentrando-se em tudo o que há
de positivo em sua Loja. Pense sobre como você
receberá seus Irmãos e sobre as coisas boas que tem
para dizer. É importante que você se prepare
emocionalmente antes de entrar em qualquer
reunião de sua Loja.

b. Abra um sorriso
Quando você estiver dirigindo até a Loja,
adote uma atitude positiva e harmoniosa. Estacione
seu carro, apanhe sua pasta, anime-se, coloque uma
expressão de felicidade no rosto e, apressando seu
passo, cumprimente seus Irmãos com alegria e
amizade fraterna. Você pode até estar infeliz, mas
esse mal não contaminará os demais.

c. Cumprimente cada um pessoalmente

99
WAYNE T. ADAMS

Cada pessoa que entrar pela porta da frente


deve sentir que sua presença e participação são
vitais para o sucesso da Loja. Cada Oficial e cada
Irmão deve cumprimentar os demais com alegria e
entusiasmo. Um Irmão que não é cumprimentado e
bem recebido se sentirá desprezado e indesejado, e
esta é a pior emoção possível.
Como Venerável Mestre, deixe para outros a
preparação rotineira da sessão e permaneça em
frente à porta, cumprimentando pessoalmente
àqueles que entrarem. Se um novo membro ou
visitante chegar, tenha alguém pronto para
pessoalmente apresentá-lo aos demais. Faça com
que todos se sintam em casa.

d. A ‘panelinha’ inclui todos


Todos devem se sentir bem-vindos a participar
e atuar em cada evento da Loja. O ser humano tem
necessidade de participar de um grupo social
organizado, tal como uma Loja Maçônica, no qual
cada membro ou cada visitante possa se sentir parte
integrante daquele grupo. Nunca deixe alguém se
sentir um estranho em sua Loja. Seja verdadeiro em
seus convites, não somente por suas palavras, mas
por suas ações.
Não importa o evento, se em Loja ou talvez
uma reunião seguida de uma conferência, convide a
todos para participar. Muito provavelmente nem
todos os convidados virão, mas não se sentirão
excluídos. E podem ser levados a participar mais.
Lembre-se do que sentiu quando foi excluído de um
grupo importante para você. Os excluídos vão
procurar um outro lugar. E os incluídos retornarão.

100
O MANUAL DE HIRAM

3. Aparência

Sua aparência pessoal e a de seus Oficiais


informa a maneira como você dirige a Loja. Olhe
com calma para você e seus Oficiais. Você está, por
sua aparência e modo de se vestir, silenciosamente
transmitindo aos Irmãos a mensagem de um estilo
de liderança que reflete sua Loja e a fraternidade
Maçônica? A linguagem corporal da roupa e da
aparência tem sido sempre importante para todas as
organizações bem-sucedidas. O velho ditado “Se isso
se parece com um pato, anda como um pato e grasna
como um pato, então isso realmente deve ser um
pato”, é absolutamente verdadeiro. Se quiser ser um
líder, você deve agir, falar, e ter a aparência de um
líder. Os Irmãos não aceitarão nada menos que isso.
As tradições históricas da Maçonaria determinam
que nossas reuniões e nosso ritual sejam executados
de modo digno e formal. Você e sua Loja preservam
esse padrão de excelência ou fazem sua maneira de
vestir refletir o padrão dos clubes e organizações
menos formais? Os Irmãos apreciarão o visual e a
sensação de um distinto corpo de Oficiais, e reagirão
do mesmo modo. Uma aparência descuidada
resultará em liderança e ritualística também
descuidadas. Lembre-se da mensagem que você
deseja transmitir aos Irmãos: liderança e
competência.

4. Ouvir

101
WAYNE T. ADAMS

Comunicar-se sem fazer uso da palavra é, às


vezes, a mais eficiente habilidade que um Venerável
Mestre pode utilizar para atingir suas metas. Uma
comunicação positiva somente se dá quando duas ou
mais pessoas são capazes de trocar, de forma
honesta e completa, seus pontos de vista sobre
alguma coisa. Quantas vezes em sua vida privada
ou profissional você encontrou alguém que “gosta de
gritar ordens, mas se recusa a ouvir”? Seja aberto,
paciente e compreensivo com seus Irmãos.
Esteja pronto para continuamente falar com
os Irmãos, e não apenas falar para os Irmãos. Todos
sentirão que você tem a mente aberta e ouvirão suas
idéias ou queixas. Seja paciente e use seu tempo
para ouví-los até o fim. Se um problema pode ser
facilmente resolvido, resolva-o. Se não, explique as
razões pelas quais você não pode resolvê-lo. O
importante é que você ouça e comunique sua decisão.
Todos podem deixar uma discussão sentindo-se bem
pela troca de idéias e pela compreensão da posição
dos demais.
Se a visão de um Irmão é oposta a suas metas
e objetivos, tente resumir para ele a direção que você
e seus Oficiais estabeleceram e peça sua colaboração.
Em toda Loja haverá alguma resistência. Seu
desafio é alcançar suas metas e tentar, por meio de
contínua persuasão, trazer os opositores de volta ao
rebanho. Pode ser que você nunca conclua essa
tarefa. Alguns poderão ficar na beira da estrada;
mas outros, que estão sentados na cerca, ficarão
impressionados com sua abordagem e oferecerão
ajuda.

102
O MANUAL DE HIRAM

SEÇÃO 9

COMO ESCREVER UMA BOA CARTA

Você não precisa ser um escritor para redigir


uma boa carta. Basta usar alguns modelos, como os
apresentados neste capítulo, que podem ser postos
num editor de textos e modificados em dois ou três
minutos, por você, seu Secretário ou outro Irmão
disposto a ajudar.
O pouco tempo despendido com estas
correspondências acrescentará um toque muito
pessoal, e tornará claros seus desejos e expectativas.
Estes são os modelos de cartas que você pode
adaptar para sua Loja:
1. Comissão de sindicância
2. Secretário para o candidato aprovado
103
WAYNE T. ADAMS

3. Venerável Mestre para o candidato aprovado


4. Venerável Mestre para a esposa do candidato
5. Venerável Mestre para o novo Aprendiz
6. Venerável Mestre para a esposa do novo Aprendiz
7. Venerável Mestre para o novo Companheiro
8. Venerável Mestre para o novo Mestre Maçom
9. Segundo Vigilante para o novo Mestre Maçom
10. Venerável Mestre para o novo filiado à Loja
11. Secretário para o novo filiado à Loja
12. Secretário para o novo filiado, que não deixará a
Loja anterior
13. Venerável Mestre para membro em atraso com
suas contribuições
14. Venerável Mestre para a viúva de um Irmão

MODELO DE CARTA n. 1: COMISSÃO DE


SINDICÂNCIA 50

LOJA BOAZ, n. 59
02 de Janeiro de 1997
Resp. Ir. Jones:

Aqueles que requerem ingresso numa Loja


Maçônica, tanto para iniciação quanto para filiação,
devem ser cuidadosamente selecionados. Como
Venerável Mestre da Loja Boaz, nomeei você,
Donaldo Gardner e Robert Damon, como membros

50 Nas Lojas da Grande Loja do Maine, o processo de


sindicância dos candidatos à iniciação é conduzido por uma
comissão. Bem diferente do que ocorre entre nós, onde a
tarefa é desempenhada por sindicantes que atuam de modo
independente, sem conhecer os nomes dos demais Irmãos
designados para a mesma tarefa.
104
O MANUAL DE HIRAM

da Comissão de Sindicância para o requerente


indicado na proposta em anexo. Você deverá
completar sua investigação em 20 dias, devolvendo
seu relatório ao Ir. Secretário, em envelope fechado
Para concluir adequadamente a investigação,
você deverá entrevistar o requerente em sua casa, na
presença da esposa dele, de modo que cada um possa
ficar completamente ciente do tempo que será
exigido dele em sua vida maçônica, na progressão
pelos três graus, no cumprimento dos requisitos de
proficiência e nas sessões de orientação Maçônica
com a Comissão de Educação da Loja. Eles devem
ser encorajados a perguntar sobre a Maçonaria, e
suas dúvidas devem ser esclarecidas, desde que as
resposta sejam aquelas que um Maçom pode dar a
um profano. Por favor, reveja os inclusos livretos “O
que um Maçom pode dizer a um profano” e
“Investigação de candidatos”.
O proponente e outras fontes de referências
também devem ser contactados, para que você fique
familiarizado com o candidato e possa avaliá-lo
melhor.
Como nenhuma outra ação pode ser tomada
em relação a um requerimento ou proposta até que
os relatórios da Comissão de Sindicância tenham
retornado, é imperativo que você complete a
investigação na forma requerida. Se não está em
condições de fazê-lo, avise-me imediatamente. A
sindicância de um candidato é uma das mais
importantes funções na Maçonaria, e é crucial para a
operação da Loja que ela seja feita de forma rápida,
eficiente, e cuidadosa. Espero ouví-lo em breve sobre
este assunto.

105
WAYNE T. ADAMS

Fraternalmente,
Hiram Drummond
Venerável Mestre

MODELO DE CARTA n. 2: SECRETÁRIO PARA O


CANDIDATO APROVADO

LOJA BOAZ, n. 59
Prezado Sr. Greenleaf:

Como o Sr. deve saber agora, os Irmão da Loja


Boaz votaram unanimemente por seu ingresso na
Maçonaria. O Sr. será avisado quando uma data
especial for agendada, e receberá de antemão outras
informações.
Enquanto isso, nós providenciaremos para
bem recebê-lo em nossa fraternidade.
Atenciosamente,
John Anagnostis
Secretário

MODELO DE CARTA n. 3: VENERÁVEL MESTRE


PARA O CANDIDATO APROVADO

LOJA BOAZ, n. 59
Prezado Sr. Greenleaf:

É com prazer que lhe envio, juntamente com a


notificação oficial do Secretário, esta carta pessoal de
congratulações por sua aprovação para ingressar na
Maçonaria. Ao longo do tempo, os homens livres de
todo lugar têm aspirado se tornar membros desta
grande ordem fraternal, e os mistérios da Maçonaria

106
O MANUAL DE HIRAM

somente têm se revelado depois que eles


compreendem totalmente a honra que lhes foi
conferida.
O espírito com que receber sua experiência
Maçônica determinará o que isso significará para
você. Uma busca egoísta por recompensa material
lhe proporcionará pouco benefício. Já com “um
sincero desejo de servir a seus semelhantes”, como
expresso em seu requerimento – “assim ingressando
com a intenção de me entregar ao serviço, sacrifício e
amizade” – certamente você colherá cem vezes mais.
Venha para sua iniciação preparado para uma
cerimônia tradicional e memorável. Tire de sua
mente qualquer daquelas piadas inócuas que você
deve ter ouvido sobre “montar num bode” 51 e outras
do gênero. Ao bater à porta desta venerável
Instituição, entre apenas com uma prece em seu
coração, aquela que achar digna.
Por favor, convide qualquer parente ou amigo
que saiba ser Mestre Maçom para assistir a sua
Iniciação. Eles serão afetuosamente acolhidos. Na
Maçonaria se considera uma honra estar presente
quando algum conhecido recebe um dos graus.
Eu desejo que o Sr. tenha sucesso em seu
trabalho Maçônico, e verdadeira felicidade em seus
novos relacionamentos. Como estaremos juntos na
estreita amizade da Loja, sinta-se livre para me ligar
a qualquer hora para alguma informação ou ajuda
que eu possa lhe dar.

51 Também nos EUA há a associação dos Maçons ao bode. Lá


também se usa a expressão “montar num bode” (riding the
goat).
107
WAYNE T. ADAMS

Em nome de todos os Oficiais e membros da


Loja Boaz, lhe estendo cordiais boas vindas e todos
os bons votos.
Atenciosamente,
Hiram Drummond
Venerável Mestre

MODELO DE CARTA n. 4: VENERÁVEL MESTRE


PARA A ESPOSA DO CANDIDATO

LOJA BOAZ, n. 59
Prezada Sra. Greenleaf:

Nós sabemos que a Sra. pode ter algum receio


quanto à intenção de seu marido de se juntar à nossa
fraternidade. Ao se tornar um membro ele terá de se
ausentar de casa nas noites de reunião. A Sra. deve
ter refletido sobre esse novo interesse de seu marido.
Talvez existam algumas questões não respondidas
sobre a Maçonaria. Nós compreendemos seus
sentimentos e podemos ajudá-la sob esse aspecto.
Um dos ideais da Maçonaria é fazer com que sua
influência sobre seus membros possa torná-los mais
afetuosos, atenciosos e bondosos com aqueles em sua
casa e em sua comunidade. Aqueles que respondem
à influência da Maçonaria provavelmente crescerão
nas qualidades que as esposas apreciam. Esse
crescimento não pode ser garantido, mas é nosso
objetivo.
Sinceramente esperamos que a Sra. possa
trocar uma ausência noturna ocasional por um
marido cada vez mais devotado, em razão de sua
filiação à Maçonaria. Também esperamos que, no

108
O MANUAL DE HIRAM

futuro, tenhamos o prazer de sua companhia em


nossas sessões públicas e noutros programas da Loja
especialmente planejados para as esposas dos
Maçons. Sempre que precisar de ajuda, nós
esperamos que a Sra. se lembre de que aqui há um
grupo de Maçons de prontidão.
Em breve marcaremos uma reunião para dar
à Sra. e a seu marido uma visão geral da Maçonaria
e dos três graus que ele receberá. A Sra. será muito
bem-vinda a essa reunião e nós aguardamos
ansiosamente sua presença.
Atenciosamente,
Hiram Drummond
Venerável Mestre

MODELO DE CARTA n. 5: VENERÁVEL MESTRE


PARA O NOVO APRENDIZ 52

LOJA BOAZ, n. 59
Prezado Ir. Greenleaf:

Agora que você foi iniciado Aprendiz Maçom,


eu o cumprimento por ter dado o primeiro passo em
direção à plenitude como membro da Loja Boaz. Por
ser uma nova experiência para você, a seguinte lista
de cinco pontos pode ser interessante e útil.
1. Você participou de uma cerimônia tradicional, o
ritual Maçônico do Primeiro Grau. Espero que tenha
compreendido a completa e obrigatória exigência de
total segredo no tocante ao nosso ritual. Ainda que

52 A remessa de uma carta semelhante esta aos novos


Aprendizes me parece de extrema utilidade, e a prática
deveria ser adotada por nossas Obediências.
109
WAYNE T. ADAMS

tenhamos sinais, palavras e toques secretos, que


usamos como meio de reconhecimento, não somos
uma sociedade secreta. O local de nossas Lojas pode
ser encontrado na lista telefônica. Muitos de nossos
membros usam símbolos maçônicos abertamente,
indicando que são Maçons e que pertencem a uma
Loja Maçônica. Nem é secreta a filosofia que nós
defendemos – Amizade Fraterna, Solidariedade e
Verdade; e a irmandade dos homens.
2. Antes de ser elevado ao Grau de Companheiro,
você deve primeiro empenhar-se em memorizar uma
parte das preleções do Primeiro Grau. Não se atrase
nesse trabalho. Não é uma tarefa tão difícil, mas
quanto mais esperar, mais duro será o aprendizado.
Além disso, a agenda dos Graus da Loja presume
que você prosseguirá rapidamente para o próximo
degrau.
3. Lembre-se de que os ensinamentos Maçônicos têm
sido transmitidos ao longo do tempo verbalmente,
com a ajuda de uma cifra 53. Seu Irmão Sênior 54 é
um Maçom dedicado, que voluntariamente lhe
comunicará essas lições, para que você trabalhe para
progredir. Ele é responsável por ajudá-lo a se tornar
proficiente na preleção do Grau de Aprendiz Maçom
e a se preparar para ser examinado antes chegar ao
grau seguinte.

53 A maioria das Grandes Lojas dos EUA, entre elas a Grande


Loja do Maine, adotam rituais impressos cifrados. Alguns
são inteiramente compostos por cifras – em geral
representadas pela primeira letra de cada palavra do texto,
ou por até três letras de cada palavra – enquanto que outros
apresentam uma combinação de cifras e de palavras.
54 Um Irmão mais experiente, designado para dar instruções
ao Aprendiz.
110
O MANUAL DE HIRAM

4. Seu Irmão Sênior é o Irmão John P. Jones (Rua


Principal, 111, Centerville, Maine 04046, 207-943-
2331). Entre em contato com ele se tiver alguma
pergunta ou precisar de ajuda em sua lição.
5. Seus direitos e privilégios na Loja são limitados
até que se torne um Mestre Maçom. Como Aprendiz
Maçom você não poderá freqüentar a sessão da
primeira quinta-feira de cada mês, porque as sessões
ordinárias são abertas no Terceiro Grau, o de Mestre
Maçom 55. Será bem-vindo a todas as atividades da
Loja não restritas aos Mestres Maçons. Você não
pode visitar qualquer outra Loja, salvo para assistir
a uma Iniciação. Sua presença será aguardada em
nossa Loja sempre que houver uma Iniciação, mas
não quando houver sessões do Segundo ou Terceiro
Graus. Leia o boletim da Loja que lhe será enviado, e
compareça pontualmente nas datas apropriadas.
6. Como já sugeri anteriormente, lembre-se de
convidar amigos e parentes que saiba serem Mestres
Maçons para visitar a Loja Boaz, especialmente nas
noites em que você colará um grau. Nós recebemos
cordialmente os visitantes, e todo Maçom considera
uma cortesia ser convidado quando alguém que ele
conhece vai colar um grau.
7. Finalmente, entenda que todas as regras e
regulamentos, tal como as que me referi, foram
estabelecidas com uma finalidade, e que todos os
Maçons que o antecederam se sujeitaram aos
mesmos procedimentos. Não hesite em fazer as
perguntas que possam surgir – a seu Irmão Sênior, a

55 Nos EUA as Lojas somente funcionam nos Graus de


Aprendiz e Companheiro para as sessões de iniciação e
elevação. Os interstícios, contudo, são bastante breves.
111
WAYNE T. ADAMS

qualquer Oficial ou a qualquer membro da Loja –


mas, acima de tudo, lembre-se de que estou a seu
lado, no telefone mais próximo, e sempre disponível
para consultas e conselhos.
8. Muito em breve você será convidado para
comparecer a uma revisão e discussão informal sobre
seu Grau. Por favor, sinta-se à vontade na reunião
para levantar qualquer questão sobre a Maçonaria
ou sobre o Grau de Aprendiz Maçom.
Boa sorte em seu progresso no trabalho
Maçônico. Aguardo ansiosamente a ocasião em que
poderei apertar sua mão como um Mestre Maçom, e
recebê-lo como membro pleno da Loja Boaz.
Fraternalmente,
Hiram Drummond
Venerável Mestre

MODELO DE CARTA n. 6: VENERÁVEL MESTRE


PARA A ESPOSA DO NOVO APRENDIZ

LOJA BOAZ, n. 59
Prezada Senhora Greenleaf:

Seu marido recebeu seu Primeiro Grau na


Fraternidade Maçônica. Agora ele é um Aprendiz
Maçom e a Sra. a mulher de um Maçom. Ainda que
a Sra., pessoalmente, não seja parte de nossa
organização, aqui estão certas informações que
poderão ser úteis no futuro. Ao mesmo tempo, são
assuntos de interesse geral sobre a Maçonaria, e
pensamos que gostaria de ser informada sobre eles.
QUANDO E COMO COMEÇOU?

112
O MANUAL DE HIRAM

A Fraternidade dos Maçons Livres e Aceitos é


a mais antiga, maior e mais amplamente conhecida
organização fraternal do mundo. Ela tem suas
raízes na antiguidade e é descendente direta das
associações dos “maçons operativos”, os construtores
das catedrais da Idade Média, que viajavam pela
Europa empregando suas habilidades em sua arte.
A organização, tal como a conhecemos hoje, teve
início na Inglaterra, em 1717, quando a construção
de catedrais estava em declínio e os “maçons
operativos”, ou “pedreiros livres”, como são
conhecidos, passaram a aceitar membros que não
exerciam o ofício de pedreiro, chamando-os de
“maçons especulativos” ou “maçons aceitos”.
A Maçonaria foi trazida para os Estados
Unidos por nossos primeiros colonizadores 56. Hoje,
existem 194 Lojas Maçônicas no Maine, com um
total de 28.000 membros. Ao redor do mundo são
aproximadamente cinco milhões de Maçons, sendo
que perto de três milhões deles se encontram nos
Estados Unidos.
QUAL É O PROPÓSITO DA MAÇONARIA?
O propósito básico é “tornar ainda melhores os
homens bons”; melhores pais, melhores maridos,
melhores irmãos e filhos. Tentamos dar ênfase ao
indivíduo pelo fortalecimento de seu caráter,
melhorando sua perspectiva moral e espiritual, e
ampliando seus horizontes. Tentamos construir um
mundo melhor, construindo homens melhores para
trabalhar em suas comunidades.

56 O mesmo ocorreu no Brasil.


113
WAYNE T. ADAMS

O ingresso está limitado aos homens adultos


que possam reunir reconhecidas qualificações e
padrões de caráter e reputação.
A MAÇONARIA É UMA ORGANIZAÇÃO SECRETA
OU UMA RELIGIÃO?
A resposta é não. Uma organização secreta é
aquela que oculta seus membros, que se reúne em
locais secretos, e que esconde do público sua
organização e seus princípios. Essa descrição não se
aplica à Maçonaria. Nossos segredos são muito
poucos e dizem respeito a métodos de
reconhecimento pessoal, alguns detalhes de nossos
Graus, e à privacidade do voto de cada membro.
A Maçonaria não é uma religião, ainda que
tenha algum caráter religioso. Cada candidato ao
ingresso na Maçonaria deve expressar sua crença e
f’é em Deus. A Maçonaria não toma o lugar da
religião. Ela acentua o compromisso pessoal e o
envolvimento de cada membro na comunidade
religiosa escolhida por cada um.
O QUE SÃO OS GRAUS?
A lições na Maçonaria são dadas em nossas
Lojas Maçônicas em três estágios separados. Os
Graus, em ordem, são: Aprendiz Maçom (primeiro
grau), Companheiro Maçom (segundo grau), e
Mestre Maçom (terceiro grau). Cada um deles
contém a moral e a filosofia Maçônicas numa lição
única, incomparável, planejada para produzir forte
impacto e influência no homem que recebe o grau.
O QUE SÃO OS AVENTAIS MAÇÔNICOS?
O avental simbólico era usado pelos maçons
operativos para protegê-los das pedras ásperas e das
ferramentas. Atualmente ele é um emblema de

114
O MANUAL DE HIRAM

distinção fraternal. Ele representa a pele branca do


cordeiro, um símbolo da inocência. O avental pode
ser decorado, designando um cargo ou
reconhecimento especial. Todos são, no entanto,
uma honrosa demonstração de que seu portador é
membro de nossa Fraternidade mundial.
O QUE SIGNIFICAM OS SÍMBOLOS
MAÇÔNICOS?
O símbolo Maçônico mais amplamente
conhecido é aquele formado por um esquadro e um
compasso sobrepostos, com uma letra G no centro. O
Maçom o usa para se lembrar de sua obrigação em
relação às lições aprendidas em sua Loja, e para
demonstrar sua condição a outros Maçons e a todas
as pessoas. Os símbolos Maçônicos têm vários
significados, alguns diretamente relacionados às
ferramentas usadas pelos Maçons Operativos e
outros, representam a necessidade de ordem e
direção na vida. A letra G representa Deus 57, o
Supremo Arquiteto do Universo.
QUANDO TÊM LUGAR AS REUNIÕES?
As Lojas se reúnem em sessões mensais
regulares, chamadas sessões “ordinárias” ou
“econômicas”, e em outros dias em que seja
necessário para a condução de seus negócios. Ainda
que a presença de cada Maçom seja seriamente
solicitada, nada é planejado de modo que a Loja
possa interferir em seu trabalho ou em suas
obrigações para com sua família ou sua religião.

57 Para ingleses e norte-americanos esse é o significado mais


evidente da letra G. Todavia, esta letra também tem outros
significados, como Geometria, Gnose, etc.
115
WAYNE T. ADAMS

Seu marido investiu tempo e dinheiro para se


juntar à nossa Fraternidade. Ele terá o melhor com
a participação freqüente em nossas deliberações e
eventos.
Esperamos que a Sra. aprove e o encoraje a
comparecer regularmente, e esperamos ainda que
também se junte a nós, sempre que possível, para as
atividades abertas aos convidados.
EU POSSO CONTATAR ALGUÉM SE MEU
MARIDO ESTIVER DOENTE OU
HOSPITALIZADO?
Se algum membro de nossa Loja adoecer, nós
queremos ficar sabendo. A Sra. pode telefonar para o
Venerável Mestre ou para o Secretário desta Loja.
Seu marido integra uma organização que quer
ajudá-lo, e a Sra. também, quando for necessário, e
nós precisamos de sua colaboração para fazer isso.
COMO POSSO PARTICIPAR?
São muitas as oportunidades de participação
ativa e de associação a qualquer das numerosas
organizações femininas ligadas à Maçonaria. A Sra.
será encorajada a participar de muitas atividades da
Loja. Amigos e familiares não ligados à Maçonaria
também podem participar de muitos de nossos
programas.
Esperamos que se sinta orgulhosa por seu
marido ter se tornado um membro da mais antiga e
melhor fraternidade mundial. Seja bem-vinda como
“Senhora de um Maçom” 58.
Sinceramente,
Hiram Drummond

58 Entre nós, por força de um costume que não existe nos EUA,
as mulheres dos Maçons são chamadas de “cunhadas”.
116
O MANUAL DE HIRAM

Venerável Mestre

MODELO DE CARTA n. 7: VENERÁVEL MESTRE


PARA O NOVO COMPANHEIRO

LOJA BOAZ, n. 59
Prezado Ir. Greenleaf:

Agora que foi elevado ao grau de Companheiro


Maçom, novamente tenho o prazer de
cumprimentá-lo por seu progresso na Maçonaria.
Somente mais um passo será necessário até que você
atinja a plenitude como membro da Loja Boaz.
Como você sabe, nosso instrutor de candidatos
é o Ir.: John P. Jones. Entre em contato com ele e
agende já sua instrução do Segundo Grau,
aliviando-o assim da responsabilidade de cuidar que
você se envolva com esse necessário trabalho.
Com respeito à freqüência, você está
convidado, agora, para comparecer à Loja em todas
as sessões do Primeiro e do Segundo Graus. Não
ainda, é claro, para as sessões do Terceiro Grau.
Você será bem-vindo às sessões ordinárias quando
receber o Grau de Mestre Maçom. Espero que
aproveite cada uma dessas ocasiões para se
familiarizar com os membros de nossa Loja.
Lembre-se de minhas sugestões sobre
convidar parentes, colegas de trabalho e amigos que
saiba serem Mestres Maçons, especialmente na noite
em que receberá o Terceiro Grau. Será um fato
marcante para seus convidados, e no futuro, quando
olhar para trás, significará muito para você.

117
WAYNE T. ADAMS

Por fim, deixe-me salientar que o Primeiro e o


Segundo Graus, ainda que impressionantes,
simplesmente ajudam a prepará-lo para o grande
passo – a cerimônia em que será elevado ao Sublime
Grau de Mestre Maçom. Aguardamos, juntos, essa
memorável ocasião.
Fraternalmente,
Hiram Drummond
Venerável Mestre

MODELO DE CARTA n. 8: VENERÁVEL MESTRE


PARA O NOVO MESTRE MAÇOM

LOJA BOAZ, n. 59
Prezado Ir. Greenleaf:

Esta é a última da série de cartas que eu


remeto a cada novo Irmão por seu progresso através
dos graus Maçônicos. Novamente lhe ofereço minhas
congratulações e lhe dou boas-vindas como Mestre
Maçom e membro da Loja Boaz.
Agora é hora de considerar o futuro de suas
ações na Maçonaria. Como você sabe, a Maçonaria é
uma ciência progressiva, que lhe reserva muitas
outras lições inspiradas, que serão reveladas ao
longo dos anos de sua atividade na Loja. O privilégio
de servir como Venerável Mestre me trouxe novas
experiências, e com elas um profundo conhecimento
da Maçonaria. Esta é uma contínua e enriquecedora
filosofia.
Primeiro, é claro, prepare-se para seu exame
final de proficiência no Grau de Mestre Maçom.
Sugiro que inicie logo a memorização do trabalho do

118
O MANUAL DE HIRAM

grau, o que é mais fácil de se fazer enquanto ele está


fresco em sua mente.
Em segundo lugar, dê uma olhada nos muitos
caminhos que levam à participação nas atividades da
Loja Boaz, encontrando as áreas que mais lhe
agradam.
Aqui estão muitos dos meios de servir e
ajudar: um período de trabalho na Comissão dos
Mordomos, servindo os Irmãos que serviram você;
aprendendo a participar dos vários aspectos dos
trabalhos dos graus; ajudando a Loja com sua
freqüência às sessões ordinárias e especiais;
visitando um Irmão doente; trazendo sua esposa,
familiares e amigos a nossas atividades sociais;
estudando e pesquisando sobre a Maçonaria; e, o que
é de especial importância, compartilhando a boa
amizade entre os Irmãos, proporcionada pela Loja.
Espero que marque sua carreira Maçônica
com sabedoria e humildade, e que possa
experimentar as recompensas que merecer.
Fraternalmente,
Hiram Drummond
Venerável Mestre

MODELO DE CARTA n. 9: SEGUNDO VIGILANTE


PARA O NOVO MESTRE MAÇOM

LOJA BOAZ, n. 59
Prezado Ir. Greenleaf:

Gostaria de cumprimentá-lo novamente, por


ter se tornado Mestre Maçom. Como você já sabe,
em nossa Loja isso o coloca automaticamente na

119
WAYNE T. ADAMS

Comissão do Segundo Vigilante. Não se trata apenas


de uma obrigação, mas de uma oportunidade. Por
seu trabalho nessa Comissão você se familiarizará
com os membros da Loja, e estes o conhecerão
melhor.
Assim que três novos Irmãos se tornarem
Mestres Maçons você deixará a Comissão. Imagino
que tenha outras obrigações e que nem sempre
estará disponível. Gostaria que me telefonasse
nessas ocasiões, e em especial, nas noites das sessões
da Loja, onde contamos com sua presença.
Espero vê-lo sempre.
Fraternalmente,
Reddy Meals
Segundo Vigilante

MODELO DE CARTA n. 10: VENERÁVEL


MESTRE PARA O NOVO MESTRE FILIADO À
LOJA

LOJA BOAZ, n. 59
Prezado Ir. Curtis:

É com sincero prazer que lhe dou boas-vindas


à família da Loja Boaz, como novo filiado. Com esta
carta lhe estendo a mão da amizade e o convido a
tomar parte de todos os negócios e atividades de sua
nova Loja.
Como já deve ter descoberto, a Loja Boaz é
forte pelos laços entre seus membros, e sei que você
encontrará muitas recompensas por sua
participação, tanto no Templo quanto fora dele.

120
O MANUAL DE HIRAM

Sinta-se sempre à vontade para me ligar por


alguma ajuda que eu possa lhe dar, e espero que não
hesite em me oferecer qualquer conselho ou
sugestão. A Loja cresce pela contribuição pessoal de
cada membro.
Novamente, em nome dos Oficiais e membros,
seja bem-vindo.
Fraternalmente,
Hiram Drummond
Venerável Mestre

MODELO DE CARTA n. 11: SECRETÁRIO PARA O


NOVO MESTRE FILIADO À LOJA

LOJA BOAZ, n. 59
Prezado Ir. Curtis:

Tenho a satisfação de informá-lo que seu


requerimento de filiação foi deferido pela Loja Boaz
n. 59, em sessão ordinária do dia 13 de maio de 1997.
O próximo passo consiste em sua assinatura em
nosso Regimento Interno. Assim que isso ocorrer
você será oficialmente um membro da Loja Boaz, e
receberá o cartão das taxas do corrente ano. Nossa
próxima sessão será no dia 10 de junho de 1997, às
19:30 horas. Nessa oportunidade você poderá
subscrever o Regimento Interno. Eu, então, enviarei
a carta de demissão à Loja Retângulo n. 73, de
Niantic, Connecticut.
A Loja Boaz realiza suas sessões econômicas
na segunda quinta-feira de cada mês, exceto em
julho e agosto. Mais uma vez, seja bem-vindo, e
realmente espero que aproveite a vida de nossa Loja.

121
WAYNE T. ADAMS

Sinceramente,
John Anagnostis
Secretário

MODELO DE CARTA n. 12: SECRETÁRIO PARA O


NOVO MESTRE FILIADO, QUE NÃO DEIXARÁ A
LOJA ANTERIOR

LOJA BOAZ, n. 59
Prezado Ir. Ridlon:

Tenho a satisfação de informá-lo que seu


requerimento de filiação foi deferido pela Loja Boaz
n. 59, em sessão ordinária do dia 13 de maio de 1997.
O próximo passo consiste em sua assinatura em
nosso Regimento Interno. Assim que isso ocorrer
você será oficialmente um membro da Loja Boaz, e
receberá o cartão das taxas do corrente ano. Nossa
próxima sessão ocorrerá no dia 10 de junho de 1997,
às 19:30 horas. Nessa oportunidade você poderá
subscrever o Regimento Interno.
A Loja Boaz realiza suas sessões econômicas
na segunda quinta-feira de cada mês, exceto em
julho e agosto. Mais uma vez, seja bem-vindo, e
realmente espero que aproveite a vida de nossa Loja.
Sinceramente,
John Anagnostis
Secretário

MODELO DE CARTA n. 13: VENERÁVEL


MESTRE PARA MEMBRO EM ATRASO COM
SUAS CONTRIBUIÇÕES

122
O MANUAL DE HIRAM

LOJA BOAZ, n. 59
Prezado Ir. Oweing:

Nosso Secretário me comunicou que suas


contribuições para 1995 e 1996 estão em atraso.
Preciso falar com você sobre isso. A falta de
pagamento das contribuições cria um problema para
nossa Loja.
Espero que não tenha perdido o interesse.
Nós o valorizamos como Irmão e como membro da
Loja Boaz. Se estiver em dificuldade, nós podemos
discutir o assunto. Por favor, entre em contato
comigo.
Fraternalmente,
Hiram Drummond
Venerável Mestre

MODELO DE CARTA n. 14: VENERÁVEL


MESTRE PARA A VIÚVA DE UM IRMÃO

LOJA BOAZ, n. 59
Prezada Sra. Greenleaf:

Escrevo para lhe agradecer por ter pedido aos


Irmãos da Loja Boaz que conduzissem o funeral de
nosso Irmão Simon. Seu marido foi um valoroso
membro em nossa Loja. Seu chamado para o funeral
teve grande significado. Queremos que saiba que a
Sra. estará sempre em nosso pensamento nas
próximas semanas e meses. Se pudermos fazer
alguma coisa pela Sra., sinta-se à vontade para me
telefonar.
Sinceramente,

123
WAYNE T. ADAMS

Hiram Drummond
Venerável Mestre

SEÇÃO 10

COMO TORNAR SEU BOLETIM MAIS


INTERESSANTE
124
O MANUAL DE HIRAM

A comunicação é necessária para uma vida


bem-sucedida e para uma Loja bem-sucedida. Para
ser efetivo, um empregador deve se comunicar
claramente com seus empregados, um pai com suas
crianças, e um Venerável Mestre com seus Oficiais e
membros de sua Loja. O boletim é a ferramenta de
comunicação essencial para o Venerável Mestre. Ele
atinge 100% dos membros, tanto aqueles que são
ativos e participam das atividades da Loja, quanto
aqueles que não comparecem a qualquer das
atividades. Para muitos membros é o único contato
que eles têm com sua Loja e que os faz se sentir como
membros ativos.

A. A APARÊNCIA DO BOLETIM

O boletim projeta a imagem da Loja a seus


membros e, talvez o que possa ser mais importante,
àqueles que não integram seu quadro de Irmãos.
Nunca se sabe quem pegará uma cópia de seu último
boletim, e após lê-lo, seguirá com uma impressão da
Maçonaria e de sua Loja. Essa impressão pode ser
favorável ou desfavorável, dependendo da qualidade
dos textos e da aparência geral do boletim.
Como é o visual de seu boletim? Como ele
pode ser melhorado? Lance um olhar crítico a seu
boletim atual. Ele é grande ou pequeno? Ter um
boletim grande significa que mais coisas podem ser
colocadas nele. Mas, ao mesmo tempo, o conteúdo
dos artigos fica prejudicado quando se tem de

125
WAYNE T. ADAMS

preencher aqueles grandes espaços. De outro lado,


um formato grande dá a oportunidade de usar letras
maiores – o que facilita a leitura para seus Irmãos
mais velhos. Gostaria de usar fotografias no boletim?
Isso custa mais dinheiro, mas há o velho ditado:
“uma imagem vale mais que mil palavras”.
Qualquer que seja sua decisão faça com que seu
boletim tenha apelo visual e não se esqueça de que
ele projeta a imagem de sua Loja. Conserve-o bem
escrito.

B. IDÉIAS PARA ARTIGOS

Existem muitas fontes disponíveis – quase em


todo lugar para onde você olhar! Boletins anteriores
de sua própria Loja ou de outras; algum periódico ou
o boletim de sua Obediência; revistas; seleções de
Reader’s Digest; jornais locais; e outras, que podem
fornecer inspiração. Publicações dos Corpos Anexos
e Concordantes, como a Jurisdição Norte do Rito
Escocês Antigo e Aceito 59, ou os Cavaleiros
Templários do Rito de York, etc., também são
excelentes fontes de idéias. Livros Maçônicos de sua
biblioteca pessoal, da biblioteca local ou da biblioteca
da Grande Loja são outras fontes possíveis. Além
destas, há, ainda, as Lojas de Pesquisas, que todo
mês publicam muito material em livros que você
pode comprar ou emprestar, e que podem ser usados
sempre. As anotações que você pode fazer durante
suas atividades maçônicas e não-maçônicas são uma

59 Nos EUA funcionam dois Supremos Conselhos do Rito


Escocês Antigo e Aceito, o da Jurisdição Norte e o da
Jurisdição Sul.
126
O MANUAL DE HIRAM

fonte menos óbvia. Olhe a sua volta que certamente


encontrará muitas outras fontes 60.
Para copiar um artigo ou parte dele você deve
obter permissão do autor, e em muitos casos também
do editor. Provavelmente você terá facilidade para
obter permissão de autores Maçons. Mesmo assim,
peça a permissão deles. E se isso não for possível?
Bem, você não precisa usar o artigo diretamente. Ao
invés disso, use a idéia do artigo. Não é necessário
ter permissão para usar a mesma idéia quando você
o faz com suas próprias palavras. Então, reescreva o
artigo usando apenas a idéia nele contida. Este
método pode ser usada de muitas maneiras. Use sua
imaginação. Lembre-se: para usar citações diretas
você deve ter permissão; para usar suas próprias
palavras, não.

C. QUANDO COMEÇAR A COLECIONAR IDÉIAS

Quando você deve começar a colecionar artigos


e idéias para seu boletim? O mais rápido possível.
Inicie quando você for Segundo Vigilante, ou antes.
Por que? Alguns artigos que você pode querer usar
costumam ser publicados em épocas certas. Podem
surgir muito tempo após a data em que você precisou
deles. Por exemplo, artigos sobre o aniversário de
George Washington61 normalmente aparecem
somente uma vez por ano, em fevereiro. Se você
esperar até o ponto de precisar desse artigo, ele não
será publicado em seu boletim de fevereiro, que

60 Experimente a internet e os websites maçônicos.


61 O líder da independência dos EUA, e seu primeiro
Presidente, também foi Maçom ativo.
127
WAYNE T. ADAMS

deverá ser escrito e enviado ao editor do boletim no


mês de janeiro. Colecione antecipadamente e tenha
o cuidado de juntar duas ou três vezes a quantidade
que você realmente usará. Algumas idéias não lhe
parecerão tão boas quando forem revistas.

D. ORGANIZAÇÃO

O melhor caminho para organizar os itens


para os artigos de seu boletim é recortar e colar os
artigos de jornais e revistas em fichas. Para os livros
ou revistas que você não quer ou não pode recortar,
primeiro faça uma cópia, e então a recorte e cole na
ficha. Se levar algumas fichas quando for a uma
atividade maçônica, tome notas diretamente nelas, e
poderá usar essas notas quando voltar para casa.
Arquive suas fichas por tópicos ou por temas.
Por exemplo, o aniversário de George Washington,
Dia dos Namorados, Dia da Independência, Ordem
Paramaçônica para jovens, artigos de educação
Maçônica, etc. Logo após a Reunião Anual da Grande
Loja, quando você tiver completado seu
planejamento anual como Primeiro Vigilante, comece
a preparar suas idéias para os artigos dos próximos
boletins.
Separe os artigos e idéias que você colecionou
em arquivos mensais, montados conforme os temas
mensais estabelecidos em seu plano anual. Por
exemplo, se para o mês de fevereiro você planejou
um jantar dançante, artigos ou idéias sobre os
namorados podem ser publicados no boletim daquele
mês. Em maio, se você decidiu homenagear os

128
O MANUAL DE HIRAM

fundadores, artigos sobre a história da Loja ou da


cidade podem ser apropriados. Se em junho haverá
uma ida a um estádio de futebol e você não é um
cronista esportivo, será uma boa hora para usar
artigos sobre Educação Maçônica – tais como “de
onde veio a expressão ‘encontre-me no nível’”, ou
“’porque o Venerável Mestre usa um chapéu alto’”62 ?
E ter uma boa idéia que não estava nos planos
também ajudará na escolha de seus artigos.
Quando terminar de escolher os artigos e
idéias que colecionou, você terá muito mais do que
precisa. Passe os arquivos excedentes a seu Segundo
Vigilante ou Segundo Diácono. Estes artigos o
ajudarão a dar início a sua própria coleção, e em
pouco tempo a Loja possuirá um expressivo arquivo
de pesquisas.

E. A MENSAGEM DO VENERÁVEL MESTRE

Os Veneráveis Mestres tem dado diferentes


prioridades à redação da “Mensagem do
Venerável” . Alguns a encaram como uma
63

oportunidade de manter contato com os membros da


Loja e de lhes apresentar suas idéias. Outros
sentem que isso é a pior coisa que lhes poderia ter
acontecido, e passam a tarefa de escrever seus
artigos ao Secretário da Loja ou a outro Irmão. Não
há nada de errado em usar um Editor ou uma
Comissão para editar e escrever o boletim, mas o

62 Nas Lojas Simbólicas dos EUA, o Venerável Mestre sempre


usa chapéu.
63 Coluna do boletim da Loja redigida pelo Venerável Mestre.
129
WAYNE T. ADAMS

Venerável Mestre deve escrever pessoalmente sua


coluna. Essa tarefa não pode ser delegada. O
Venerável Mestre tem a obrigação de se comunicar
com sua Loja.
Então, se não há outro jeito, o que você pode
fazer para facilitar as coisas? O parágrafo acima –
Organização – já lhe deu algumas idéias que podem
ser usadas para tornar mais fácil seu trabalho.
Seguem algumas idéias adicionais:
1. Para o primeiro boletim use seu planejamento
anual. Mostre seus planos para o próximo ano.
Deixe todos verem o que você planejou, até mesmo as
datas marcadas. Use seu planejamento anual,
também, para obter novas idéias para o mês, como
sugerido acima.
2. Você pode escrever sobre importantes eventos que
a Loja realizará, como uma noite em homenagem às
mulheres, ou sobre o “Prêmio Maçom do Ano” 64. Ou,
ainda, sobre a homenagem aos ex-Veneráveis. Mas
deixe para outros a narrativa dos eventos mensais
da Loja.
3. Homenageie Irmãos que prestam serviços
comunitários, por exemplo, aquele que foi líder dos
escoteiros por muitos anos, o presidente do Rotary
Club local, ou o Irmão que lidera a Ordem do Arco
Íris ou a Ordem DeMolay.
4. Preste homenagem aos jovens líderes da Ordem
DeMolay ou da Ordem do Arco Íris. Apresente uma
biografia dos líderes e uma história daquele grupo de
jovens.

64 Prêmio dado anualmente pelas Lojas da Grande Loja do


Maine a um Irmão do Quadro.
130
O MANUAL DE HIRAM

5. Esclareça os Irmãos com alguma educação


Maçônica. Escreva um artigo do tipo “O que é isso?”,
ou “De onde veio isso?”. Por exemplo, de onde vem o
“azul” na expressão “Loja Azul”? As possibilidades
são infinitas.
6. Use artigos apropriados para a época. Por
exemplo, o aniversário de George Washington, o Dia
da Independência, Dia dos Namorados, Dia das
Mães, ou as Eleições (Você não deve falar sobre
quem está concorrendo, mas pode encorajar os
leitores a votar. Lembre-os de que votar é um
privilégio e uma obrigação). Mas, em tudo o que
escrever, seja otimista, entusiasta e informativo.
Não há um caminho mais rápido para espantar os
Irmãos do que bombardeá-los mês a mês, com uma
nota de culpa pela falta de frequência à Loja. Diz o
velho ditado, “O mel atrai mais abelhas do que
qualquer vinagre”.

F. COLABORADORES PARA O BOLETIM

Como Venerável Mestre você pode escrever


sozinho todo o boletim, mas estaria melhor se
recrutasse alguma ajuda. Dois auxiliares naturais
são o Primeiro e o Segundo Vigilantes. É uma boa
experiência que lhes dará alguma preparação para
quando chegar a vez deles de dirigir a Loja. Cuide
para que suas atribuições sejam claras: não será se
cada um deles escrever sobre o mesmo tópico.
O Primeiro Vigilante pode escrever sobre os
graus que serão conferidos no próximo mês ou dar
uma descrição resumida do mais novo Mestre
Maçom. O Segundo vigilante pode escrever sobre a

131
WAYNE T. ADAMS

programação do mês anterior, dando uma breve


visão geral dos eventos e mencionando como foi bom
poder dar boas-vindas novamente àqueles Irmãos
(cujos nomes deve mencionar) que estavam um pouco
ausentes da Loja. Também pode falar sobre a
programação do próximo mês, no tocante às
festividades ou aos jantares.
Se os Vigilantes também atuarem como
presidentes de alguma Comissão, é uma boa
oportunidade para relatar a todos os Irmãos o que
sua comissão tem feito.
O Secretário também pode escrever alguns
artigos relativos aos membros, obrigações
pecuniárias, e informações a título de lembretes. Ele
também pode escrever uma “coluna do Secretário”,
falando sobre os membros da Loja que se mudaram
para outras localidades ou estão viajando.
Também valem artigos variados sobre saúde,
obituários, calendário mensal de eventos, uma
descrição resumida de seus Oficiais (somente uma
vez, por favor), e uma relação semestral de suas
atividades. Esta lista de artigos é interminável.

G. DETERMINAÇÃO DE DATA LIMITE PARA A


IMPRESSÃO

Este é um ponto crítico para que o boletim


chegue aos membros da Loja no tempo certo. Se
chegar após os eventos terem ocorrido você frustrará
os leitores e terá desperdiçado tempo, esforços e
dinheiro valiosos. Fixar data limite é uma forma de
garantir a chegada oportuna de seu boletim. Veja
aqui o desenvolvimento de um cronograma:

132
O MANUAL DE HIRAM

1. Relacione as tarefas envolvidas na produção e


distribuição do boletim. Estas tarefas podem incluir
a redação dos artigos, organização do conteúdo,
impressão, preparação para remessa ao correio, e a
entrega do boletim pelo correio aos destinatários em
tempo de ser lido antes das atividades nele referidas.
2. A seguir, determine quantos dias cada tarefa
exigirá. Então, comece com a primeira sessão do
próximo mês, e trabalhe retroagindo. Por exemplo,
se a primeira sessão do mês seguinte ocorrerá no dia
6 de março, o cronograma terá esse dia como data
final, e você deverá contar retroativamente os dias
no mês de fevereiro.
3. Demarque os dias que cada tarefa exigirá,
começando pela última, indo até a primeira. No
exemplo acima, poderá ser necessário iniciar a
redação dos artigos do boletim no dia 3 de fevereiro.
Todos os artigos deverão estar terminados e prontos
para serem organizados até 10 de fevereiro, e assim
sucessivamente com a demais tarefas. Você, é claro,
deve estabelecer seu próprio cronograma.

SEÇÃO 11

COMO MONTAR UM PLANO DE ALERTA


TELEFÔNICO
133
WAYNE T. ADAMS

Muitas vezes o Venerável Mestre precisa se


comunicar rápida e diretamente com os membros da
Loja. Essas ocasiões incluem funerais, um jantar
público, ou algum outro evento da Loja sobre o qual
ele gostaria de informar pessoalmente cada Irmão.
Pode não ser possível manter contato pessoal com
cada membro, mas com um bom plano de alerta
telefônico ele poderá fazê-lo. Estes são os passos:
Primeiro, identifique os membros que residem
na cidade, que gostariam de ser chamados e que têm
condições de comparecer aos eventos.
Segundo, escolha um presidente para a
comissão de alerta telefônico.
Terceiro, relacione um membro da comissão
para cada dez Irmãos que você gostaria que fossem
contatados.
Quarto, dê a cada membro da comissão de
alerta uma lista dos dez Irmãos a quem deverá
telefonar. Cada membro deverá manter essa lista
em sua carteira.
Veja o esquema do plano:
Venerável Mestre
|
presidente da comissão
|
____________________________________
| | | |
membro membro membro membro
| | | |
10 nomes 10 nomes 10 nomes 10 nomes

134
O MANUAL DE HIRAM

Como forma de controle, para verificar se cada


membro da comissão está fazendo seu trabalho
regularmente, mantenha um dos oficiais ou Irmão
com freqüência regular na lista de cada membro da
comissão. Se ele não receber seu telefonema em
tempo, poderá avisar o Venerável Mestre ou o
presidente da comissão de alerta telefônico.
O Venerável Mestre recebe dados de seus
Vigilantes, Secretário e dos presidentes das várias
comissões da Loja, e a partir deles determina o que
será informado por telefone. Ele passa essa
informação ao presidente da comissão de alerta
telefônico, que ligará para cada membro da
comissão; estes, por sua vez, telefonarão aos Irmãos
de sua lista.
Informações dos Irmãos, tais como uma
doença, a necessidade de transporte para uma
reunião, futura mudança de endereço, etc., podem
ser dadas ao presidente da comissão, que a
repassará ao Venerável Mestre ou ao Secretário.
O esquema do plano acima pode ser ampliado
ou reduzido conforme o tamanho de sua Loja. O
presidente da comissão de alerta telefônico pode ser
um dos oficiais da Loja.

SEÇÃO 12

COMO FAZER UMA BOA REUNIÃO


135
WAYNE T. ADAMS

Reuniões, reuniões e mais reuniões, isso é


tudo o que tenho de fazer como Venerável Mestre? É
função primária do Venerável Mestre solicitar o
apoio e a deliberação de seus Oficiais e demais
Irmãos, numa reunião adequadamente
administrada. Não é necessário dizer que sua
efetividade no Oriente será muito intensificada se
você gerenciar suas reuniões de forma apropriada.
Ao contrário, sua Loja sofrerá se você falhar na
execução desse importante elemento de sua
responsabilidade como líder.
São muitos os tipos de reuniões. Algumas
pequenas, com pessoas ou comissões, e outras
grandes, como as sessões econômicas (ou ordinárias)
e as sessões magnas dos graus. Os princípios de
gerenciamento de reuniões, entretanto, não variam.
Comece na hora marcada, prepare e siga uma
agenda, seja imparcial e tome as decisões
necessárias, conforme a Constituição, o Regimento
de sua Loja, e as regras de ordem, e finalmente,
sempre termine na hora prevista. Uma reunião
adequadamente planejada e executada produz boa
participação. Uma reunião que não preencha esses
requisitos levará ao resultado oposto. Para o
propósito desta discussão, as reuniões serão
divididas em três categorias: sessões econômicas (ou
ordinárias), sessões magnas para a colação dos
graus, e reuniões das comissões.

136
O MANUAL DE HIRAM

A. SESSÕES ECONÔMICAS 65

A sessão econômica é o fórum primário para a


condução dos negócios da Maçonaria. Você pode
tomar decisões, as comissões podem se reunir e
deliberar sobre determinado assunto, mas nada
estará definitivamente resolvido até que seja
apreciado e votado pelos Irmãos numa sessão
econômica. Então, e somente então, é que as
decisões podem ser consideradas como política e
prática da Loja. Um Venerável Mestre inteligente
conseguirá exergar os limites de sua autoridade e
buscará aprovação, pelo voto dos membros da Loja,
ante de proceder a qualquer nova política ou prática.
Mesmo que se trate de um assunto insignificante, os
Irmãos se sentirão ofendidos se não forem
consultados. Suas sessões econômicas são de suma
importância. Se usá-las a seu favor, você será
bem-sucedido.

65 A legislação maçônica e o vigente Ritual do Grande Oriente


do Brasil falam em “sessão ordinária”. Sobre o assunto
refere José CASTELLANI: “Erro pior desse Ritual foi fazer
concessão à ‘enormidade’ que a Assembléia Federal
Legislativa cometeu, de passar a denominar ‘ordinárias’ as
Sessões Econômicas, já que este é o título tradicional, pois,
nestas Sessões, as Lojas tratam de sua economia interna, ou
seja, de sua parte administrativo-financeira. Alguns
‘luminares’ legisladores, crendo numa demonstração de
incomensurável ignorância, que ‘econômico’ refere-se apenas
a metais, cometeram esse erro crasso. E o Ritual,
lamentavelmente, acompanhou.” (“Consultório Maçônico
IX”, p. 137, Ed. A Trolha, 2004). Por ser tradicional na
Maçonaria brasileira, mantivemos na tradução a expressão
“Sessões Econômicas”.
137
WAYNE T. ADAMS

1. A Sessão Econômica como um Evento


Uma simples linha no boletim, “Sessão
Econômica – Quinta-feira, 6 de julho, às 19:30 hs”, é
totalmente inadequada para inspirar os Irmãos a
comparecer e participar. Cada sessão econômica
deve ser promovida como um evento que não será
esquecido. Algo importante, interessante e excitante
são os ingredientes para um bom programa noturno.
Planeje e desenvolva noites interessantes e as
promova amplamente. Você pode pensar em
designar um presidente e uma pequena comissão
para cada sessão econômica. Isso dará a outros um
senso de envolvimento e, se a incumbência couber a
um dos Oficiais mais novos, isso lhe dará
treinamento e experiência vitais.
Comece com um jantar para os Irmãos, suas
famílias e mesmo algum convidado 66. Uma boa
refeição a um preço razoável sempre atrai mais
membros. Complete seu jantar com um programa de
atividades, por exemplo, palestrantes convidados,
prêmios, etc. Sempre haverá algum programa que
atrairá o interesse ou encorajará outros a sentirem a
obrigação de comparecer. Todos sentirão que devem
comparecer, não se esquecerão e não deixarão de
tomar parte de alguma coisa importante. Prossiga
com seu programa, passe para o Templo, mas
providencie atividades adicionais para as mulheres e
convidados que ficaram no salão de festas.

2. Planejando uma Sessão Econômica

66 Os americanos, normalmente, jantam cedo. Assim, em


muitas Lojas, há jantar antes do início das sessões.
138
O MANUAL DE HIRAM

Antes de cada sessão econômica, planeje sua


agenda para os assuntos que serão tratados. Não
deixe o planejamento da agenda para outros, como o
Secretário por exemplo. As sessões econômicas são
suas e devem ser planejadas e executadas por você,
pessoalmente, com o auxílio de outros. Delegar essa
responsabilidade permitirá que outros estabeleçam
as prioridades dos negócios, reduzindo severamente
sua autoridade. Você é o chefe.
Organizada a agenda, publique os tópicos dos
assuntos da próxima sessão no boletim, para atrair o
interesse dos Irmãos. Deixe que conheçam os
assuntos que serão tratados, quais decisões serão
tomadas, e talvez, isso desperte interesse e os faça
comparecer. Outro importante item a ser
considerado: deixe cópias de sua agenda na entrada
do Templo para que cada Irmão tenha uma para
referência. Todos agora estão informados da ordem
dos trabalhos e podem se sentir envolvidos.

3. Comece na hora marcada e termine no tempo


certo
O Regimento de sua Loja estabelece o horário
de início das sessões econômicas. O horário de início
é específico. Uma reunião não deve ser iniciada
nem antes nem depois do horário marcado.
Reuniões que começam na hora certa terminam em
tempo. Reuniões que começam com atraso, também
terminam atrasadas ou os assuntos são apressada e
pobremente discutidos. Se as reuniões começarem
com atrasos, você pode contar com um declínio na
freqüência. Quando o relógio indica a hora marcada,
o malhete deve soar.

139
WAYNE T. ADAMS

4. Não abandone a agenda


A ordem dos trabalhos está claramente
esboçada no Manual dos Oficiais 67 – siga-a. Conduza
seus assuntos na seqüência fixada, e verá que as
decisões serão tomadas e ainda sobrará tempo para
um convívio informal após a reunião. Os Irmãos
poderão ir embora num tempo razoável. Uma
reunião que demore aproximadamente uma hora
pode ser suficiente para se tratar dos assuntos
pendentes 68. Qualquer coisa prolongada, de forma
rotineira, resultará em redução na participação.

B. SESSÕES MAGNAS

As sessões magnas de iniciação, elevação e


exaltação têm vital importância para o sucesso ou
fracasso de sua Loja. A primeira impressão que você
e sua Loja deixam a um candidato é aquela que
decorre do modo pelo qual são conferidos os graus da
Maçonaria. Ante os propósitos desta publicação,
não nos estenderemos sobre o ritual. Contudo, você
bem sabe da importância da execução apropriada do
ritual para dar uma primeira impressão positiva e
permanente. Essa primeira impressão durável pode
ser enormente ampliada pela proficiente

67 No Brasil, com exceção do Emulation Ritual, a ordem dos


trabalhos está prevista no ritual.
68 No dia-a-dia de nossas Lojas perdemos muito tempo com
assuntos de menor interesse, meras comunicações que
poderiam ser feitas por escrito, através do boletim da Loja
ou de uma correspondência especial.
140
O MANUAL DE HIRAM

organização, planejamento e execução daquelas


sessões de sua Loja:

1. Orientação
A orientação de um novo Maçom começa após
sua iniciação em nossa fraternidade. Uma simples
carta ou uma conversa é suficiente para dar a ele e
sua família as informações necessárias sobre o que
se espera dele durante o processo em que se tornará
um membro pleno de sua Loja. Após a aprovação e
antes de sua iniciação, marque uma reunião com o
candidato e sua família para discutir exatamente o
que vai acontecer com ele e quais são as expectativas
de sua Loja.
Ele deverá ser inteiramente informado sobre o
processo, seus requisitos de proficiência, e a conduta
e vestimenta adequadas para a Loja. Um candidato
embarassado por um erro trivial é um candidato que
pode jamais retornar. Após a reunião inicial e depois
da cerimônia de iniciação, o treinador do candidato
deverá instruí-lo, completando a educação do novo
membro. Há muita informação disponível na
Grande Loja para auxiliá-lo nesse esforço. Use-a.

2. Agendamento consistente
Freqüentar a Loja é um dever que precisa
estar entranhado nos Irmãos. A constância no
agendamento de datas para as sessões magnas é
desejável, havendo candidatos disponíveis, ou, ao
menos uma prática, em dias selecionados, se não
houver tantos candidatos. “Se é quinta-feira, deve
haver uma sessão”. Esse deve ser o sistema de
agendamento em cada Loja. Marcar sessões em

141
WAYNE T. ADAMS

noites e prazos diferentes confundirá os Irmãos e


resultará em menor freqüência. Estabeleça um
sistema e não o abandone, exceto em circunstâncias
especiais. Seja sempre consistente! Ainda que nem
sempre seja possível adotá-lo em todas as Lojas,
segue um exemplo desse sistema:
Primeira quinta-feira, Sessão Econômica
Segunda quinta-feira, Iniciação
Terceira quinta-feira, Elevação
Quarta quinta-feira, Exaltação
Se para determinado grau não houver sessão
agendada para um mês em particular, deixe a noite
vaga ou agende uma atividade adicional 69. Se
houver necessidade de realizar mais de uma sessão
em algum grau, utilize a noite vaga. Mantenha sua
agenda e os membros de sua Loja saberão o que
esperar.

3. Desempenhe seu papel em conjunto


A primeira coisa a ser acertada com seus
Oficiais a respeito das sessões magnas é que eles
deverão lhe informar com antecedência, sempre que
não puderem comparecer a uma sessão específica.
Para a Loja é indesculpável quando o candidato já
está aguardando e não estão presentes todos os
Oficiais necessários para conferir adequadamente
um grau. Montar rapidamente uma equipe para
conferir um grau, imediatamente antes da sessão,

69 Nos EUA, em geral, cada Loja realiza uma única sessão


econômica ou ordinária por mês. Nos outros dias são
realizadas as sessões magnas, e as reuniões de treinamento,
indispensáveis, uma vez que não usam rituais escritos
durante os trabalhos das Lojas.
142
O MANUAL DE HIRAM

certamente fará o candidato duvidar da qualidade de


sua organização.
Os Oficiais não poderão estar presentes em
todas as sessões. Reconheça esse fato da vida e se
prepare para o inevitável. Mantenha uma lista de
Irmãos que possam executar o ritual em cada cargo
da Loja 70. Telefone antes de cada sessão e confirme
pessoalmente com os Irmãos de sua lista se estarão
presentes e prontos para participar.
Os Oficiais deverão comparecer sempre e
somente o avisarão quando isso não for possível.
Você precisa manter uma lista dos membros que
podem trabalhar no ritual em cada grau. Se ocorrer
uma ausência, preencha-a com sua lista. Execute
essa tarefa sempre antes de chegar à Loja.

4. Acolha seu novo Irmão


Um cuidado especial deve ser tomado para
garantir que o novo membro será pessoalmente
recebido e apresentado a cada Irmão que estiver
presente. Delegue essa tarefa de modo permanente
a um de seus Oficiais. Seu Instrutor de Candidatos
pode ser uma boa escolha para essa tarefa. O novo
membro deve se sentir entre irmãos, e não no meio
de estranhos.

5. Não se esqueça da família


O dia da iniciação também é uma excelente
oportunidade para a mulher do candidato se
encontrar com os demais integrantes da Família
Maçônica à qual estão se juntando. Faça dessa

70 No Brasil temos os Oficiais adjuntos, o que nem sempre


resolve o problema da ausência do titular.
143
WAYNE T. ADAMS

ocasião um evento completo, promovendo, noutro


local, uma reunião com as mulheres de todos os
Irmãos. Após a sessão, convide os Irmãos para irem
até aquele local, para que eles também possam se
encontrar e confraternizar com o novo membro e sua
mulher. Eles poderão apreciar os novos amigos e, o
mais importante, aprender as práticas e costumes da
Loja e da Família Maçônica. Tente – tanto você
quanto o novo membro e a mulher dele ficarão
satisfeitos com os resultados.

6. Cumpra sua agenda


As sessões magnas podem ser tão curtas
quanto previsto no ritual, ou longas, se você permitir
que se arrastem cansativamente. O segredo para
uma sessão magna bem-sucedida é (de novo)
começar na hora marcada. Em segundo lugar, faça
com que as pausas previstas no ritual sejam curtas,
mas adequadas, para que os Irmãos possam
descansar e conversar brevemente. Finalmente,
mantenha os comentários, ao final da sessão,
pertinentes à situação. Alguns comentários devem
ser deixados para o salão de festas, durante o jantar.
Se você fizer uma sessão magna ordenada e eficiente,
os Irmãos a apreciarão, e a freqüência refletirá seus
esforços.

7. Providencie um jantar
Use o tempo e esforços necessários para fazer
com que o jantar, ou alguma refeição mais rápida,
seja uma ocasião agradável. Jantares pobremente
preparados, com uma apresentação desleixada, num
ambiente desordenado, proporcionam uma

144
O MANUAL DE HIRAM

impressão negativa ao novo membro e também aos


demais Irmãos. Não há desculpa para um jantar de
qualidade inferior. O Segundo Vigilante tem
responsabilidade específica para essa tarefa 71. Ele
deve fazer seu trabalho. Se não o fizer, cabe a você
corrigir essa situação. No mínimo deverão estar
presentes os seguintes padrões:
a. As mesas devem ser postas de maneira
organizada, com toalhas, arrumadas e prontas para
o uso.
b. Os Mordomos ou a Comissão de Banquetes
deverão ser dispensados antes de se fechar a Loja,
para que o jantar esteja servido, aguardando a
chegada dos Irmãos.
c. Os Mordomos ou a Comissão de Banquetes
aguardarão para atender às necessidades dos
presentes. Não deverão tomar assento até que todos
tenham se servido e nenhuma outra tarefa seja
necessária.
d. Conduza um programa curto: apresentações,
comentários, etc. Seja breve e vá direto ao ponto,
para que os Irmãos possam ir embora em tempo
oportuno.

8. Acompanhamento imediato
A noite da iniciação não terá terminado até
que o novo membro tenha sido apresentado a seu
instrutor e providências tenham sido tomadas para
instruí-lo na preleção do candidato 72. O instrutor

71 No Brasil, na maioria das Lojas e segundo o rito por elas


adotado, essa responsabilidade é do Mestre de Banquetes.
72 Parte do ritual de Aprendiz do Rito Americano que deve ser
memorizada pelo neófito.
145
WAYNE T. ADAMS

designado deve comparecer à sessão magna e, antes


do final da programação da noite, deve tratar de
estabelecer dia e lugar para sua primeira lição de
proficiência. Comece imediatamente e suas chances
de sucesso serão enormemente intensificadas.

C. REUNIÕES COM COMISSÕES OU COM


OFICIAIS

Seguem algumas idéias úteis para o


planejamento e a condução de suas reuniões com as
Comissões ou com os Oficiais.

1. Agendamento
No planejamento de seu mandato a
preparação de um calendário de eventos para o ano
todo é fundamental para o adequado agendamento e
informação aos membros sobre suas atividades.
Antes do início de seu ano você terá formado as
comissões e escolhido os presidentes destas, bem
como designado os Oficiais da Loja. Agora é a hora
apropriada para agendar datas e horários para suas
reuniões com cada comissão. Certamente é mais
fácil cancelar uma reunião pré-agendada do que
convocar os Irmãos, apressadamente, para uma
reunião que não tenha sido previamente agendada
ou programada.
Algumas comissões devem se reunir
frequentemente, enquanto que outras não.
Determine antecipadamente a freqüência que você
deseja que cada comissão se reúna e designe, para
todo o ano, as datas e horários em sua agenda.
Notifique os membros de cada comissão, por escrito,

146
O MANUAL DE HIRAM

acerca das datas, hora e local de cada reunião


agendada. Nunca se esqueça de que um
agendamento de última hora resultará em baixo
comparecimento, pequeno interesse e resultado
pobre. É importante que as reuniões das comissões
entrem o mais rápido possível no calendário dos
membros, antes que eles se comprometam com
outras atividades.

2. Notificação
Lamentavelmente, as pessoas se esquecem,
outras perdem seus calendários, e poucas tem
habilidade para criar as maiores desculpas do
mundo para justificar sua ausência a uma reunião.
Você não pode garantir presença total em suas
reuniões, mas certamente pode aumentar a diferença
a seu favor utilizando o seguinte sistema de
lembretes:
a. Publique as reuniões das comissões no Boletim da
Loja, juntamente com os demais eventos.
b. Rotineiramente publique pequenos artigos no
Boletim com os resultados das reuniões anteriores e
os itens atualmente em discussão.
c. Providencie e forneça a cada presidente de
comissão uma quantidade de cartas pré-impressas e
selos, para que eles apenas preencham os espaços em
branco com as datas e horários das reuniões.
Delegue a eles a responsabilidade pela postagem das
cartas a cada membro da comissão, com pelo menos
duas semanas de antecedência.
d. Um acompanhamento por telefone, pelo
presidente da comissão, no final de semana anterior
à data da reunião, reforçará a importância da

147
WAYNE T. ADAMS

participação dos membros. Você terá feito, assim,


tudo o que é possível para garantir que todos
participem. Se não obtiver sucesso, a única
alternativa será substituir aqueles que não
compareceram por outros que se disponham a tanto.
Um membro de comissão que não comparece não é
útil à sua administração.

3. Procedimentos para as reuniões das comissões


As reuniões das comissões podem ser breves,
diretas ao ponto, e muito produtivas se seus
presidentes seguirem umas poucas regras simples.
Faça um planejamento de reuniões com cada
presidente de comissão e discuta o modo pelo qual
todas as reuniões deverão ser conduzidas. Troque
idéias seguindo o conteúdo deste capítulo e cuide
para que todos eles sigam o mesmo procedimento.
Os presidentes das comissões deverão, no mínimo,
cumprir o seguinte:
a. Estar familiarizado com suas metas e objetivos
para as comissões. Reunir-se com você poucos dias
antes da reunião da comissão e preparar uma
agenda do trabalho a ser desenvolvido.
b. Chegue com 45 minutos de antecedência. Arrume
a mesa e os móveis, distribua a pauta, ligue a
cafeteira, e fique pronto para receber os Irmãos e
começar sua reunião. Não desperdice o valioso
tempo da comissão com assuntos estranhos ao objeto
da reunião.
c. Comece no horário marcado. A espera por
retardatários certamente incomodará aqueles que
chegaram em tempo. A mensagem tácita que a
espera transmite é a de que não é necessário chegar

148
O MANUAL DE HIRAM

em tempo porque as reuniões nunca começam na


hora marcada. Se atrasos são admitidos, eles
passarão a integrar as futuras reuniões.
d. Inicie cada reunião com uma rápida visão geral da
pauta, de quais assuntos gostaria de tratar e as
metas que deseja atingir ao final da reunião.
e. Designe um Irmão para redigir a ata da reunião e
preparar o relatório com as conclusões que serão
apresentadas à Loja, para deliberação desta, quando
necessário.
f. Siga a agenda. Não permita qualquer discussão
paralela até que todos os assuntos da pauta tenham
sido discutidos.
g. Observe as “Regras de Ordem”. (Uma breve
apresentação das regras de ordem pode ser
encontrada no Apêndice A)
h. Se o tempo foi insuficiente para apreciar todos os
assuntos você tem três opções: suspender a discussão
até a próxima reunião já agendada; marcar uma
reunião extra; ou prolongar a reunião por um tempo
específico. Se isso ocorrer (e não ocorrerá se você
fizer seu trabalho direito), veja a vontade e a
disposição da comissão e acate a decisão da maioria.

149
WAYNE T. ADAMS

SEÇÃO 13

COMO RECEBER O DELEGADO


DISTRITAL 73

Seu Delegado Distrital vai visitá-lo várias


vezes durante seu mandato. Em suas visitas não
oficiais, pergunte previamente a ele se gostaria de
sentar-se a seu lado no Oriente. Muitos Delegados
declinam dessa prerrogativa em visitas não oficiais.
E seria bom se mais Delegados Distritais aceitassem
esse convite, pois as visitas não oficiais muitas vezes
têm feito os Veneráveis se sentirem menos
confortáveis do que nas visitas oficiais.

73 A Grande Loja do Maine tem jurisdição sobre todo o território


daquele Estado, e o divide em Distritos Maçônicos,
nomeando um Delegado Distrital para cada um deles. O
presente capítulo deste Manual, ao descrever uma parte do
ritual das Lojas Simbólicas do Maine, nos dá uma
interessante visão ritualística, bastante diferente dos
procedimentos com os quais estamos acostumados.
150
O MANUAL DE HIRAM

É sempre importante apresentar ou


reconhecer um Delegado Distrital quando ele faz
uma visita não oficial. Muitos Delegados declinam
de grandes honras quando fazem visitas não oficiais,
porém, em muitos Distritos há o costume de se
receber com todas as formalidades o novo Delegado
Distrital em sua primeira visita a uma Loja. A um
Delegado Distrital deve ser dada a oportunidade de
falar por último, mesmo nas visitas não oficiais,
exceto quando o Grão-Mestre ou o Delegado do
Grão-Mestre também estiverem presentes.
Para uma visita oficial ou inspeção é exigida
formalidade muito maior. Apresento aqui um
protocolo para recepção 74 do Delegado Distrital.
Você poderá pedir a atuação do Grande Mestre de
Cerimônias 75 antes da reunião, se o Delegado
Distrital não fizer alguma mudança no formato
seguinte:
Abra sua Loja até o ponto em que o Segundo
Diácono informa que a Loja está coberta e o
Venerável Mestre diz “Obrigado Irmão Segundo
Diácono.”
(O Grande Mestre de Cerimônias bate à porta
do Templo).
V.M.: “Ir. Primeiro Diácono (este se levanta e
saúda o Venerável) “verifique quem bate”.
P.D.: (com seu bastão, vai até a porta, bate
como Aprendiz, abre a porta e diz) “Quem está aí?”

74 Nas Lojas do Grande Oriente do Brasil as autoridades


maçônicas são recebidas segundo as regras do Protocolo de
Recepção de Autoridades.
75 O Grande Mestre de Cerimônias é um dos Oficiais da Grande
Loja.
151
WAYNE T. ADAMS

Gr. M. CCerim.: “O Grande Mestre de


Cerimônias com uma comunicação.”
P.D.: (vai até o altar, saúda e diz) “Venerável
Mestre, o Grande Mestre de Cerimônias aguarda
com uma comunicação.”
V.M.: “Ir. P.D. informe ao Grande Mestre de
Cerimônias que ele tem permissão para entrar.”
P.D.: (faz a saudação, volta à porta do Templo,
e abrindo-a e diz) “Ir. Gr. M. CCerm. Você tem
permissão para entrar.” (P. D. permanece na porta)
Gr. M. CCcerm.: (vai até o altar, faz a
saudação e diz) “Venerável Mestre, o Mui Venerável
Delegado Distrital do Grão-Mestre para o 19.o
Distrito Maçônico e sua comitiva aguardam para ser
recebidos.”
V.M.: “Ir. Gr. M. CCerim., podeis informar ao
Mui Venerável Delegado Distrital do Grão-Mestre
que uma comissão está aguardando por ele.
(O Gr. M. CCerim. saúda e deixa o Templo. O
P.D. abre e fecha a porta e volta a seu lugar).
V.M.: “Ir. M. CCerm., forme uma comissão
composta pelo Primeiro e Segundo Mordomos e pelo
Primeiro e Segundo Diáconos, e dê ingresso a nosso
Mui Venerável Delegado Distrital do Grão-Mestre e
sua comitiva.
(A comissão deixa o Templo. O M.CCerim., P.
e S. Mordomos e P. e S. Diáconos formam em frente
à comitiva).
(O cortejo ingressa no Templo. O M. CCerim.
da Loja avança o suficiente para deixar espaço para
os Mordomos e Diáconos. Entram os Mordomos,
parando antes do M. CCerim., abrindo à esquerda e

152
O MANUAL DE HIRAM

à direita, e cruzando seus bastões ao alto. Os


Diáconos param ao lado dos Mordomos
Gr. M. CCerim.: “O Mui Venerável Delegado
Distrital do Grão-Mestre.”
V.M.: (dá as pancadas com o malhete, se
levanta e retira seu chapéu)
O Gr. M. CCerim.: (conduz o Delegado
Distrital até o altar, saúda e diz) “Venerável Mestre,
tenho o prazer de lhe apresentar o Venerável Irmão
James Smith, Mui Venerável Delegado Distrital do
Grão-Mestre para o 19.o Distrito Maçônico do
Maine.”
V.M.: “Ir. Gr. M. CCerim., podeis acompanhar
o Mui Venerável Delegado Distrital do Grão-Mestre
ao Oriente.”
(Venerável Mestre desce ao piso do Oriente. A
comissão para e os integrantes vão diretamente a
seus lugares).
V.M.: “Mui Ven. Ir. Smith, em nome dos
oficiais, membros e convidados desta Loja, eu lhe dou
boas vindas. Você gostaria de ocupar o Oriente?”
“Irmãos, tenho o prazer de lhes apresentar o
Ir. James Smith, Mui Venerável Delegado Distrital
do Grão-Mestre para o 19.o Distrito Maçônico do
Maine. Juntem-se a mim para conceder-lhe a grande
honra. (A Loja se levanta, com o sinal de ordem). E
agora, Mui Venerável Ir., tenho o prazer de lhe
entregar o malhete da Loja Boaz, para que possa
prosseguir apresentando sua comitiva.
(Del. Dist. passa a apresentar sua comitiva e,
depois, devolve o malhete ao V.M.)
V.M.: “Mui Ven. Ir. Smith, convido-o a tomar
assento no Oriente.”

153
WAYNE T. ADAMS

(V.M. dá uma pancada, para que os Irmãos


voltem a se sentar, e então retoma a abertura da
Loja).

SEÇÃO 14

COMO PREPARAR PROGRAMAS


INTERESSANTES

Apresento aqui um procedimento passo a


passo que pode lhe servir de ajuda na preparação de
um programa para sua Loja. Esse procedimento
pode ser usado para qualquer evento. Usei como
exemplo o programa “Maçom do Ano” 76. Fale com
os vários Grandes Secretários para que o ajudem
com qualquer programa que você queira aplicar em
sua Loja. Muitos deles têm programas planejados
que podem se ajustar a sua necessidade.

76 Prêmio dado anualmente pelas Lojas do Maine a um dos


Irmãos de seu Quadro que tenha se destacado por sua
atividade maçônica.
154
O MANUAL DE HIRAM

A. Forme uma comissão para o evento. A comissão


pode ser uma das já existentes. Por exemplo – a
comissão de confraternização – pode preparar um
jantar dançante, enquanto que a comissão de
beneficência poderia planejar uma noite dos
veteranos. Para o propósito deste exemplo,
convencionamos que a Comissão “Maçom do Ano” já
escolheu o candidato e uma outra comissão foi
designada para planejar e executar o programa.

B. Passe à comissão algumas tarefas específicas que


você deseja executar. Por exemplo, você pode
determinar à comissão de confraternização que
planeje um programa para, numa data específica,
trazer as viúvas da Loja, homenageá-las e
apresentar algum entretenimento que possa
interessar a todos os membros.

C. Deixe que a comissão planeje o evento. Os planos


da comissão deverão estar concluídos em 60 ou 90
dias antes da data do evento e deverão incluir o
seguinte:
1. LOCAL. Se o salão de festas de sua Loja é muito
pequeno para receber as pessoas que deverão
comparecer ao evento, não hesite em procurar um
lugar maior. No entanto, uma das vantagens de
realizar o programa na Loja consiste em poder
receber convidados e apresentar o local àqueles que
não conheçam a Maçonaria ou sua Loja em
particular. Isso lhe dará uma excelente oportunidade
de mostrar sua Loja a convidados profanos.
2. MENU. O cardápio para um evento especial,
como o do “Prêmio Maçom do Ano”, deve ser especial,

155
WAYNE T. ADAMS

mas sem perder de vista seu custo. Se o jantar for


muito caro, você pode ter alguns membros que
gostariam de participar, mas que não poderão por
causa do preço.
3. PUBLICIDADE. Artigos poderão ser inseridos no
Boletim da Loja a partir de dois meses antes do
evento. Além disso, especialmente para um grande
evento, a comissão poderá publicar um artigo no
jornal local (Peça modelos de artigos à Comissão de
Relações Públicas da Grande Loja e solicite ajuda
para essa publicidade). Para qualquer programa em
homenagem a um membro de sua Loja, tal como o
“Prêmio Maçom do Ano”, uma medalha de 50 anos
ou outros, leve em conta todo relacionamento do
homenageado com pessoas que não pertençam à
Maçonaria, convidando-as para o evento.
4. FOTOGRAFIAS. Um fotógrafo experiente deve
ser contratado para o programa. Ele deverá
fotografar as atividades no salão de festas. Cópias
das fotos devem ser dadas ou postas à disposição do
homenageado. Fotos com um bom contraste em
preto e branco podem ser enviadas ao jornal local e à
revista da Grande Loja, com um pequeno artigo
sobre o homenageado e seu prêmio.
5. ENTRETENIMENTO. O principal evento do
programa “Maçom do Ano” é a entrega do prêmio ao
homenageado. No entanto, você poderá preparar
previamente alguns Irmãos ou amigos do candidato
para falarem sobre ele. Dependendo do tempo em
que ele está na comunidade ou integra o quadro da
Loja, separe os oradores para falar sobre épocas
distintas, como o tempo em que o homenageado era
estudante, recordações de seus primeiros dias como

156
O MANUAL DE HIRAM

Mestre Maçom, seu envolvimento com sua profissão,


suas atividades em favor dos jovens, suas atividades
em sua igreja ou sinagoga, e, é claro, aquilo que ele
tem feito pela Loja. Diga a cada orador que fale
somente por cinco minutos. É muito chato ficar
ouvindo alguém que não para de falar sobre coisas
do passado. Às vezes, é claro, pode ser interessante
dar mais tempo a um orador dinâmico e engraçado.
6. MESTRE DE CERIMÔNIAS. O mestre de
cerimônias deve ser dinâmico e divertido, além de
77

ser alguém que os membros da Loja admirem. Se


possível, ele deverá conhecer pessoalmente o
homenageado, para que possa comentar as histórias
contadas pelos oradores.
7. DECORAÇÃO. O salão de festas e o prédio da
Loja devem ser decorados para o evento. Essa
atividade representa uma oportunidade para
envolver no programa outros membros e suas
esposas. (Se os oradores foram divididos para falar
sobre épocas distintas da vida do homenageado, você
pode usar elementos decorativos que lembrem
aqueles vários períodos).
8. ARRUMAÇÃO E LIMPEZA. A comissão dos
Mordomos pode ser usada na arrumação, e, após o
evento, na limpeza das mesas e do salão de festas.
Isso fará os membros da comissão sentir que estão
ajudando a Loja, e também levará outras comissões
a fazerem alguma coisa.
9. GARÇONS. Chame os jovens de alguma
organização paramaçônica para ajudar a servir o

77 O mestre de cerimônias do evento, que não precisa ser,


necessariamente, o Mestre de Cerimônias da Loja.
157
WAYNE T. ADAMS

jantar. Eles também se sentirão parte do programa.


Os Mordomos deverão supervisionar o serviço.
10. RESERVAS. Sugiro que as reservas para o
jantar sejam feitas até uma semana antes do evento.
Desse modo você poderá planejar adequadamente o
jantar, e os membros da Loja assumirão o
compromisso de comparecer ao evento. Se não
marcar uma data limite para as reservas, você não
saberá para quantas pessoas preparar o jantar. Pior
ainda, se surgir algum programa melhor – um show
na TV ou uma partida de futebol – os Irmãos não se
sentirão comprometidos com o programa da Loja e
provavelmente ficarão em casa ou irão ao jogo. As
reservas poderão ser recebidas pelo Primeiro
Mordomo.
11. CERTIFICADO DO “PRÊMIO MAÇOM DO
ANO”. A comissão de seleção do prêmio deverá
providenciar um certificado, placa, ou cartão de
metal.
12. ROTEIRO. A comissão deverá preparar um
roteiro para o evento, esquematizando-o passo a
passo, desde a entrada dos oficiais da Loja antes do
jantar até a apresentação do prêmio. Segue um
modelo de roteiro 78 :
a) 18:30 – Entrada dos Oficiais da Loja no salão de
festas.
b) 18:35 – O Venerável Mestre põe todos de pé e pede
ao Capelão que faça uma invocação.

78 Os horários deste modelo indicam um programa noturno que


se inicia muito antes dos horários com que estamos
acostumados no Brasil, pois seguem o costume americano de
jantar logo no início da noite.
158
O MANUAL DE HIRAM

c) 18:40 – O jantar é servido (A mesa principal


primeiro. Nela estarão o homenageado, o Venerável
Mestre, o Mestre de Cerimônias, alguma autoridade
visitante e o Capelão. Os Vigilantes e outros oficiais
também poderão ocupar essa mesa se o tamanho do
salão permitir).
d) 19:30 – O Venerável Mestre apresenta as pessoas
da mesa principal e os oficiais da Loja. (Isso pode ser
feito logo após a sobremesa. Se desejar poderá
apresentar, também, os ex-veneráveis presentes).
e) 19:40 – O Venerável Mestre convida a todos para
se dirigirem até o Templo, onde o restante do evento
será realizado.
f) 20:00 – O Mestre de Cerimônias passa a palavra
ao Venerável Mestre, que dará as boas vindas aos
membros e seus amigos. (Se for usar um sistema de
microfones, verifique antes se estão funcionando
adequadamente).
g) 20:05 – O Mestre de Cerimônias pede que a
bandeira americana seja conduzida até o altar. Este
é outro bom momento para envolver os jovens das
organizações paramaçônicas. A bandeira é então
levada até seu lugar no Oriente.
h) 20:10 – O Mestre de Cerimônias apresenta,
individualmente, cada um dos oradores da noite e,
conforme são apresentados, convida-os a fazer uso da
palavra. (Seis oradores, no máximo, são suficientes.
Mais que isso pode comprometer o programa).
i) 20:30 – O Mestre de Cerimônias apresenta o
representante da Grande Loja.
j) 21:00 – O representante da Grande Loja entrega o
certificado ao Venerável Mestre que fará a
apresentação e entrega ao homenageado. Após a

159
WAYNE T. ADAMS

entrega do certificado ao homenageado, o Venerável


Mestre pede a todos os ganhadores anteriores do
prêmio que se levantem para serem saudados.
k) 21:10 – O Venerável Mestre pergunta ao
homenageado se tem alguma observação a fazer.
l) 21:30 – Após as palavras do homenageado, o
Venerável Mestre agradece a todas as comissões que
tornaram possível a realização do evento, e a todos
os presentes, e pede ao Capelão que dê uma benção,
com o que o programa é encerrado.

Este procedimento pode ser adaptado para a


preparação de qualquer tipo de programa que você
queira realizar. Substitua os oradores por outro
tipo de entretenimento. Para deixar a noite menos
formal, não faça as apresentações dos Oficiais da
Loja e da bandeira, ou prepare uma refeição trivial
em vez de um jantar especial. Em qualquer hipótese
lembre-se dos cinco “P”s: Planejar Previamente
Previne Performance Pobre.

160
O MANUAL DE HIRAM

SEÇÃO 15

COMO ORGANIZAR AS ATIVIDADES DA


LOJA

A. ATOS VITAIS

As atividades são o coração de uma Loja


bem-sucedida. Se um membro acha que ir à Loja é
interessante e agradável, ninguém precisará
solicitar sua presença. Ele virá. Os profanos devem
ser encorajados a comparecer às atividades e sessões
públicas da Loja. Os programas devem ser
planejados de modo a atrair tanto os Maçons quanto
161
WAYNE T. ADAMS

as pessoas que não pertencem à Maçonaria. Cada


reunião de sua Loja deve ser vista como uma
atividade, seja uma sessão econômica, uma sessão
magna, uma instalação, iniciação, uma visita de
outra Loja ou de um membro da Grande Loja, ou
algum outro programa especial.

B. EDUCAÇÃO MAÇÔNICA

Nossa Grande Loja incentiva a educação


maçônica. O Venerável Mestre deve implementá-la
agendando programas educativos. Poucos homens
aprendem algo sobre a Maçonaria pela simples
colação dos graus maçônicos. As Lojas de Pesquisas
estão aptas a fornecer valiosa ajuda a esse respeito.
O que se deseja e espera é que as Lojas de Pesquisas
possam estimular o interesse pelo conhecimento
entre os membros das Lojas de sua jurisdição.
Pesquisa significa educação, particularmente
educação Maçônica, e você, como Venerável Mestre,
deve promover a educação Maçônica em sua Loja.

C. PLANEJANDO UMA ATIVIDADE

Não existem regras rígidas a serem seguidas


ao se considerar e planejar uma atividade. Por
exemplo, sua Loja pode desejar promover uma
atividade restrita aos Mestres Maçons; ou receber
familiares e amigos que não sejam Maçons.
Reuniões e atividades produzem melhores
resultados quando planejadas e agendadas com
antecedência, encorajando os membros a convidar
seus amigos e vizinhos. Informe a programação com

162
O MANUAL DE HIRAM

antecedência para que as pessoas possam planejar


suas agendas e incluir as atividades da Loja. Crie
interesse sobre os eventos futuros usando seu
Boletim, cartas, cartazes, comunicados nas sessões, e
seu plano de alerta por telefone. Infelizmente
muitos membros não lêem muito bem o Boletim, de
modo que você deve dar destaque às principais
atrações dos próximos eventos para chamar a
atenção sobre eles.
Nem todas as atividades precisam ser
desenvolvidas na Loja. Algumas atividades
importantes são executadas noutros locais – uma
viagem de trem ou ônibus, uma noite para as
mulheres num restaurante, ou um almoço no campo.
Há muito mais. Seja criativo! A associação comercial
local provavelmente poderá sugerir muitas
atividades que você nunca imaginou.
Para programar atividades interessantes
observe os interesses dos membros de sua Loja.
Verifique quais são seus hobbies e não faça vista
grossa àqueles membros com interesses ou profissões
incomuns. Considere os seus próprios interesses
também; se está interessado em determinada coisa,
são boas as chances de você promover com
entusiasmo uma atividade correlata. Lembre-se de
que o entusiasmo é contagioso.

D. SUGESTÕES PARA PROGRAMAS

A lista seguinte contém algumas sugestões


para programas. São categorias gerais apresentadas
como sugestões para favorecer o surgimento e
desenvolvimento de novas idéias. É o que se espera.

163
WAYNE T. ADAMS

Algumas destas sugestões podem ajudar sua Loja a


aumentar o interesse e a freqüência; outras servem
para promover o contato de profanos com a Loja.
Considere a possibilidade de combinar idéias. Veja
as sugestões:
Com os jovens – convide o Capítulo DeMolay local
para uma partida de futebol.
Teatro – planeje uma ida ao teatro com as famílias e
amigos, e levem também as viúvas.
Filmes – filmes de eventos ou viagens dos membros
da Loja; slides; etc.
Grande Loja – convide um Oficial da Grande Loja
para comparecer a uma de suas reuniões para falar
sobre algum assunto de que ele goste ou domine.
Visita a lugar histórico – promova uma visita à sede
da Grande Loja, a um Museu Maçônico, ou a algum
outro lugar histórico.
Palestrante de Loja de Pesquisas – História
maçônica, lojas clandestinas, mulheres na
Maçonaria, o desenvolvimento da Maçonaria em seu
Estado, etc.
Eventos esportivos – partidas de futebol, baseball,
basquete.
Festa de Natal ou Páscoa – comemore essas datas
com as organizações paramaçônicas para jovens, com
crianças carentes ou internadas em hospitais.
Trabalho voluntário – escolha uma casa modesta,
necessitando de uma limpeza e pintura (talvez a
casa da viúva de um Maçom); limpeza de um parque
ou praça, etc.
Almoço no campo – incentive os Irmãos a levarem
seus amigos e vizinhos.

164
O MANUAL DE HIRAM

Jantares triviais – promova-os antes de sua “noite da


família” e convide seus amigos e vizinhos. Jantares
temáticos tornam a noite menos comum.
Viagem misteriosa – escolha um local e mantenha-o
em segredo; se usar transporte público ou fretado,
não diga nada a ninguém até a chegada; usando
veículos próprios, marque dois ou três pontos de
encontro onde o novo destino é informado em cada
parada.
Torneio de golfe – incluindo as mulheres.
Para profanos – faça com que os Irmãos convidem
seus amigos e vizinhos profanos, e dê a eles ampla
informação sobre a Maçonaria.
Prêmio Maçom do Ano – Aproveite também esta
noite para convidar profanos.
Para a família:
Concerto ou apresentação de escola local.
Quartetos, bandas, cantores.
Reconhecimento público a pessoas que se destacam
na comunidade.
Esperançosamente este capítulo trouxe
algumas idéias para ajudá-lo a planejar seus
programas. São muitas as atividades possíveis;
somente você poderá decidir quais delas melhor
atendem às necessidades de sua Loja. É evidente
que um Manual como este não pode apresentar
programas completos e detalhados – nem deveria
fazê-lo. Isso poderia limitar as Lojas a um conjunto
esteriotipado de atividades que tenderia a diluir a
riqueza de qualidade, única em cada Loja. Selecione
e escolha, use as comissões de sua Grande Loja ou
uma biblioteca para ter outras idéias, mas acima de
tudo, pense sobre programas que ajudarão a

165
WAYNE T. ADAMS

estimular a participação e a aumentar o interesse


pela Ordem.
Por fim, deixe que o Delegado Distrital e os
Veneráveis de outras Lojas tomem conhecimento de
seu progresso. Se você tem outras idéias, ou se
tentou algo que não deu certo, também deixe que
eles saibam para que possam se beneficiar com sua
experiência.

SEÇÃO 16

COMO REALIZAR UM BOM EVENTO

I – O QUE É UM BOM EVENTO?

A. ELE ESTÁ VOLTADO ÀS SUAS METAS.


1. Para medir o sucesso de um evento, você deve ter
uma meta, expressa ou implícita.
166
O MANUAL DE HIRAM

2. Para controlar um evento, você deve fixar a meta.

B. AS METAS DO VENERÁVEL MESTRE PODEM


SER BOAS OU MÁS PARA A LOJA.
1. O Venerável Mestre pode querer apenas que o ano
passe logo.
2. Ele pode promover um certo número de eventos
com pouca qualidade ou efeito para a Loja.
3. Pode querer superar a programação do Venerável
Mestre anterior, naquilo em que este não tenha
alcançado sucesso.
4. Pode querer se qualificar para o Prêmio de
Realização do Grão-Mestre.
5. Pode pretender agradar membros e visitantes
com:
a) Entretenimento de boa qualidade.
b) Ampla informação.
c) Variedade em relação aos anos anteriores.
6. Pode querer executar determinada atividade:
a) Lançamento de pedra fundamental.
b) Iniciações, elevações e exaltações.
c) Resgate de hipoteca.
7. Pode querer:
a) Homenagear as viúvas.
b) Premiar o Maçom do Ano.
c) Homenagear os ex-veneráveis.
d) Deixar que os Irmãos que não exercem cargos
dirijam a Loja por uma sessão.
8. Pode querer aumentar a freqüência:
a) Nos eventos sociais.
b) Nas sessões econômicas e magnas.

II. PLANEJAMENTO

167
WAYNE T. ADAMS

A. NENHUM EVENTO É BEM-SUCEDIDO POR


ACASO.
1. Planejamento é o segredo.
2. Planejamento Prévio Previne Performance Pobre.
3. Todo evento é especial.
4. O “sucesso” está nos detalhes.

B. COMO PREPARAR OS DETALHES DE SEU


PROGRAMA?
1. Consulte os experientes ex-veneráveis.
2. Consulte o Delegado Distrital.
3. Leia o Manual dos Oficiais da Loja.
4. Peça ajuda às comissões da Grande Loja.

C. FORME UMA COMISSÃO PARA O EVENTO.


1. Escolha um presidente dinâmico, motivado e
entusiasmado.
2. Ele pode presidir sempre ou apenas em certos
eventos.
3. Trabalhe com o presidente na seleção dos
membros da comissão.

D. DEFINA OS DEVERES DA COMISSÃO.


1. Esquematize seus propósitos e responsabilidades.
2. Estabeleça uma pauta específica.
3. Enfatize a importância e o valor de seu trabalho.
4. Dê instruções claras sobre o que você quer.

E. ESTABELEÇA PRAZOS FINAIS.


1. Fixe datas de conclusão para cada tarefa.

F. DIVULGUE.

168
O MANUAL DE HIRAM

1. Noticie amplamente em seu Boletim.


2. Pense num cartão ou bilhete para as reservas.
3. Use seu plano de alerta telefônico.

G. SUPERVISIONE.
1. Enquanto você, como Venerável Mestre, responde
pelas falhas, deixe que sua comissão seja
reconhecida pelo sucesso.
2. Como Venerável Mestre você não pode delegar sua
responsabilidade final.
3. Acompanhe cada detalhe e cada prazo final.
4. Exercite o autocontrole quando delegar:
a) Evite executar pessoalmente as tarefas.
b) Veja se encontra algum grande problema.
c) Elogie o progresso de sua comissão, mas
acompanhe as tarefas ainda não concluídas.
d) Identifique aqueles que perderam os prazos
limites, ou converse com eles reservadamente.

H. AVALIE O EVENTO APÓS SUA REALIZAÇÃO.


1. Pode ser útil para eventos futuros.
2. Pode ser útil para o planejamento dos futuros
líderes.
3. Faça uma lista do que funcionou bem.
4. Faça uma lista do que não deu muito certo.
5. Enumere o que precisa ser melhorado ou
modificado.
6. Enumere o que deve ser eliminado.
7. Enumere o que deve ser acrescentado.
Lembre-se de planejar seu trabalho e de trabalhar
seu plano.

169
WAYNE T. ADAMS

III – ELEMENTOS BÁSICOS PARA EXECUTAR


UM EVENTO

A. ELE DEVE SER PARTE DE SEU PLANO


ANUAL.
1. Não pode ser feito casualmente.
2. Os programas devem ser distribuídos ao longo do
ano.

B. COMECE E TERMINE NA HORA CERTA.


1. Um atraso de cinco ou dez minutos pode matar um
programa.
2. Duas horas de duração também podem liquidar
um bom programa.

C. O MESTRE DE CERIMÔNIAS DEVE SER


EXPERIENTE.
1. Poucos Mestres são oradores experientes.
2. Qualquer um que esteja falando deve ser ouvido.
3. Verifique o sistema de som antes do evento, e a
tempo de corrigir problemas.
4. Fale ao microfone:
a) Nunca mova a cabeça quando estiver falando, a
não ser que esteja usando um microfone portátil.
b) Não permita que outros falem fora do microfone.
c) Defina um roteiro para o mestre de cerimônias
seguir:
1) não inclua piadas.
2) não improvise com oradores inexperientes.
3) O mestre de cerimônias é um facilitador, que faz
as coisas funcionarem.
4) O mestre de cerimônias deve saber que ele não é a
atração da noite.

170
O MANUAL DE HIRAM

D. EVITE PRELIMINARES MAÇANTES.


1. Faça com que os agradecimentos aos
colaboradores sejam breves e dirigidos somente a
grupos de pessoas.
2. Somente anúncios breves.
3. Seja objetivo ao apresentar os componentes da
mesa principal:
a) Conheça o protocolo.
b) Controle os aplausos.
4. Limite o entretenimento que antecede um orador
ou outra atração, a 20 minutos.
5. Se o entretenimento for o programa, limite-o a no
máximo 40 minutos.

E. APRESENTAÇÃO DO ORADOR.
1. Pronuncie o nome do orador corretamente.
2. Anuncie o assunto de um modo interessante.
3. Ressalte as credenciais do orador:
a) Não leia uma biografia cansativa. Mesmo que o
orador a apresente a você, selecione aquilo que
interessa à sua platéia.
b) Não seja redundante ou adulador.

F. EQUIPAMENTOS
1. Verifique a ventilação.
2. Verifique a iluminação. Evite qualquer luz que
possa ofuscar a platéia.
3. Antes do programa verifique:
a) Projetor de slides ou filmes.
b) Videocassete, aparelhos de som, caixas acústicas,
etc.
4. Em eventos da Grande Loja:

171
WAYNE T. ADAMS

a) O espaço nas mesas deve ser suficiente para


evitar que as cadeiras fiquem presas umas nas
outras.
b) Se o Grão-Mestre for andar pelo local, lembre-se
de que quando as pessoas se levantam os espaços
entre as mesas desaparecem.

G. TERMINE EM TEMPO.
1. Não deixe o programa se arrastar.
2. Não repita os agradecimentos aos colaboradores;
se desejar, faça isso com uma carta.
3. Quando o evento chega ao fim, acabou: deixe que
seja assim.

SEÇÃO 17

COMO ORGANIZAR UMA “NOITE DA


AMIZADE”

172
O MANUAL DE HIRAM

Os homens são freqüentemente atraídos para


a Maçonaria por uma pessoa da família ou por um
amigo, que é Maçom e a quem eles respeitam. Na
maioria das vezes ingressam na Ordem baseados
somente naquela relação de amizade, acreditando
que homens bons não pertenceriam a uma
instituição que não fosse digna.
Mas será que aqueles que não têm qualquer
conexão familiar ou amigos maçons não deveriam
receber explicações sobre a Maçonaria e seus
propósitos? Esta questão tem sido enfrentada por
muitos Veneráveis Mestres que sabem que muitos
homens em sua comunidade poderiam ser bons
Maçons, e que poderiam ingressar na Ordem se
soubessem mais sobre ela. Muitos Maçons se sentem
inseguros em falar sobre a Maçonaria para aqueles
que não são maçons.
Respondendo a esse problema, o Grão-Mestre
George Pulkkinen organizou uma série de “Noites da
Amizade” com o propósito de explicar Maçonaria a
profanos. Durante certo tempo, ele e o Mui
Venerável Brian Paradis verificaram aquilo que
despertava interesse nos profanos e desenvolveram
um formato que tem sido bem-sucedido em todo
lugar onde é empregado. As Lojas ou Distritos estão,
é claro, livres para tentar algo diferente. Se você
quer algo testado e aprovado, e que produz
resultados, siga a fórmula abaixo.

ONZE PASSOS SIMPLES (mas essenciais) PARA


ASSEGURAR O CRESCIMENTO DA

173
WAYNE T. ADAMS

FRATERNIDADE MAÇÔNICA PELO


PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DE UMA
BEM-SUCEDIDA NOITE DA AMIZADE.

1. Ajude os Irmãos a compreender que os candidatos


são necessários para a sobrevivência da Loja e para o
crescimento e difusão do bom trabalho da Maçonaria
(As Lojas devem aumentar o número de membros em
5% a cada ano, para que em 20 anos tenham reposto
os membros que atualmente têm mais de 64 anos de
idade).
2. Selecione um líder dos membros para a Loja. Ele
deve ser um Irmão que entenda a necessidade de se
aumentar a base do Quadro da Loja em 5% ao ano. E
também deve ser um homem capaz de fazer as
coisas.
3. Ajude cada Irmão a identificar dois amigos ou
parentes com quem gostaria de compartilhar a
Maçonaria. Sugira que os Irmãos pensem a respeito
de seus filhos, irmãos, genros, primos, seus parceiros
de pescarias, golfe ou boliche, ou alguém de sua
igreja. Apenas dois nomes, porque os Irmãos terão a
responsabilidade de trazê-los como convidados para
a reunião; e dois convidados (mais suas mulheres)
podem ser encontrados facilmente.
4. Escreva os nomes e endereços dos escolhidos
numa ficha de convidados, entregando-a ao líder dos
membros da Loja.
5. Escolha uma data para a “Noite da Amizade” (que
exige de 8 a 10 semanas para ser adequadamente
preparada!).
6. O líder dos membros da Loja deverá enviar
convites aos nomes selecionados. Todos os convites

174
O MANUAL DE HIRAM

devem ser postados na mesma data, cerca de duas


semanas antes do evento.
7. Três ou quatro dias após a remessa dos convites
cada Irmão deverá entrar em contato com seus
convidados, dizendo a eles que irá buscá-los (e a suas
esposas) às 18:00 horas. E realmente deverão fazer
isso. Nós estamos convidando profanos para uma
noite de amizade. Estaríamos fora da realidade se
esperássemos que alguém viesse sozinho a um lugar
estranho. E também não seria uma conduta muito
educada. Lembre-se, o convidado não saberá de
quem partiu o convite até receber o telefonema de
seu amigo – nosso Irmão.
8. Dois ou três dias antes da data marcada, o Irmão
deverá ligar novamente a seus convidados para
lembrá-los do evento e de que passará para levá-los.
9. As noites da amizade funcionam bem com um
jantar servido às 18:30 horas, seguido da reunião às
19:30 horas, com todos a caminho de casa às 21:00
horas.
10. O programa deve ser simples, com um foco firme.
A mensagem deverá ser “Maçonaria: O que é, o que
ela faz, e por que”. É importante ter em mente que
muitos dos nossos convidados provavelmente nada
sabem sobre nossa Fraternidade e sua estrutura, ou
seus corpos anexos e concordantes 79. Tente não falar
sobre muitas coisas, evitando uma reunião confusa,
com uma mensagem truncada. Parte da grande
beleza da Maçonaria é ser simples, com verdades

79 Por exemplo, as Obediências Filosóficas, a Ação


Paramaçônica Juvenil, a Ordem DeMolay, a Fraternidade
Feminina Cruzeiro do Sul, etc.
175
WAYNE T. ADAMS

eternas. Haverá tempo suficiente para falar sobre


outros assuntos mais tarde.
11. Lembre-se! A equipe de sua Grande Loja está
pronta para ajudá-lo com sua Noite da Amizade.
Podemos lhe passar o programa completo se assim
desejar. Outro fato importante: as 23 Noites da
Amizade já realizadas pela equipe atingiram índice
de sucesso entre 65 e 100%. Isso significa que de 6 a
10 de cada 10 convidados solicitaram um formulário
para o requerimento de ingresso na Loja.

SEÇÃO 18

176
O MANUAL DE HIRAM

COMO RECORRER À FUNDAÇÃO


MAÇÔNICA DE AUXÍLIO 80

Durante seu ano como Venerável Mestre


alguns membros de sua Loja, ou a viúva de algum
membro, podem precisar de ajuda. Você poderá
solicitar auxílio financeiro, em quantias moderadas,
à Fundação de Caridade Maçônica 81.
Como primeiro passo, obtenha o formulário do
requerimento.
O segundo passo consiste em entrevistar o
beneficiário de modo a obter as informações
necessárias para preencher o formulário.
Para avaliar e decidir sobre o nível apropriado
da ajuda a ser dada, a Fundação observa o seguinte:
1. Requerimento. Seu requerimento terá uma
resposta rápida se você o enviar completamente
preenchido e com contas que reflitam as obrigações a
pagar.
2. Uma narrativa. A Fundação não conta com meios
independentes para avaliar um requerimento.
Assim, é sempre útil a inclusão de uma carta dando
uma idéia da situação em que se encontra o
requerente.
3. Participação da Loja. Não é necessário, mas
acrescenta credibilidade a um requerimento de ajuda

80 Fundação Maçônica beneficente da Grande Loja do Maine.


81 A Maçonaria brasileira ainda tem muito a construir. Uma
fundação maçônica como a referida neste capítulo seria de
grande utilidade.
177
WAYNE T. ADAMS

demonstrar o quanto a Loja tem feito para aliviar o


infortúnio de um Irmão ou de pessoa de sua família.
4. Negociação. Muitos requerimentos indicam
obrigações que vão além das possibilidades de ajuda
da Fundação. Muitas Lojas exercem papel ativo na
assistência ao Irmão para negociar ou resolver suas
obrigações. Num caso recente, um Irmão tinha
despesas médicas excessivas, de $41.000,00. O
Irmão e sua Loja negociaram muito habilidosamente
e reduziram a dívida em mais de $6.000,00, de modo
que ele, sua Loja e nossa Fundação puderam pagar
todo o débito.
5. Alocação. Quando um requerimento está completo,
acompanhado de informações sobre a situação do
requerente, todas as outras fontes esgotadas, e a
obrigação reduzida ao nível mais baixo possível, a
Fundação dará resposta rápida, levando em
consideração os fundos disponíveis e as necessidades
de outros requerentes.

SEÇÃO 19

178
O MANUAL DE HIRAM

COMO CONDUZIR POMPAS FÚNEBRES


MAÇÔNICAS

Uma das maiores responsabilidades do


Venerável Mestre surge na hipótese de morte de um
membro de sua Loja. O Venerável Mestre, como
líder da Loja do Irmão falecido, tem certos deveres,
entre os quais se destacam:
1. Telefonar imediatamente à viúva ou à família do
Irmão falecido, e expressar condolências pela perda.
2. Oferecer a assistência dos Oficiais e Irmãos da
Loja.
3. Verificar se a família do falecido deseja ou
pretende a realização de serviço de pompas fúnebres
maçônicas.
4. Certificar-se de que você, ou outro Irmão
plenamente qualificado, estará disponível para
executar o serviço de pompas fúnebres.
5. Providenciar o comparecimento de Oficiais e
Irmãos ao serviço de pompas fúnebres.
6. Manter contato com a viúva, e dar toda assistência
necessária durante o período de adaptação após o
funeral.
Tenha em mente os seguintes pontos relativos
ao serviço de pompas fúnebres para assegurar o
respeito devido ao Irmão falecido, sua viúva, sua
Loja e à Maçonaria em geral.
Primeiro, seja fiel no cumprimento dos
deveres listados.

179
WAYNE T. ADAMS

Segundo, providencie a melhor execução


possível para o serviço de pompas fúnebres. Isso é
imperativo não apenas para confortar a família, mas
também para o bom nome da Maçonaria, tal como
nas demais ocasiões públicas.
Terceiro, leve em consideração o serviço em si
mesmo, mantendo continuidade ininterrupta do
início ao fim; atenda a qualquer pedido da família
que seja razoável e não contrarie nossos costumes e
instruções; e coopere com qualquer sacerdote que
esteja executando o funeral religioso em conjunto
com nosso serviço maçônico.
Quarto, cuide para que as instruções contidas
no Manual Maçônico do Maine sejam seguidas na
íntegra.
Quinto, forme uma comissão encarregada de
telefonar aos Irmãos para que compareçam. Uma
boa presença de membros da Loja é importante.
Sexto, tenha à mão um avental e ramos de
acácia para o serviço, e aventais brancos, em número
suficiente para os Irmãos que comparecerem.
Sétimo, se um discurso em louvor do falecido
foi solicitado pela família como parte do serviço
fúnebre, ou se for considerado apropriado,
assegure-se de que o Irmão que fará o elogio esteja
bem preparado e informado para esse fim. Um
discurso curto é apropriado, quando bem feito, como
parte de um serviço de pompas fúnebres maçônicas.
Oitavo, tenha em mente que existem dois tipos
de serviço de pompas fúnebres maçônicas; são eles
(1) o Funeral Maçônico; e (2) a Sessão de Pompas
Fúnebres. Esta última também pode ser executada
no momento do sepultamento. Observe as instruções

180
O MANUAL DE HIRAM

para cada tipo de serviço. O Funeral Maçônico é


usado muito raramente e apenas quando solicitado
pela família.

APÊNDICE A

181
WAYNE T. ADAMS

AS REGRAS DE ORDEM DE ROBERT


(Simplificadas)

A sociedade civilizada tem reconhecido, por


mais de quinhentos anos, que a adoção de um
procedimento padronizado para a condução de
negócios faz a diferença entre a ordem e o caos. Por
séculos, as sociedades têm criado regras para a
condução de suas reuniões. Do Parlamento Inglês
vieram as regras de ordem que governaram nossa
primeira assembléia. Após o estabelecimento da
Constituição dos Estados Unidos, o presidente do
Senado, Vice-presidente Thomas Jefferson, foi mais
longe no refinamento das regras de ordem,
escrevendo seu Manual de Prática Parlamentar.
Esse manual foi adotado por ambas as casas do
Congresso e pelas Assembléias Estaduais então
existentes.
Em poucas décadas, a organização de
sociedades de vários tipos – políticas, culturais,
científicas, beneficientes, religiosas e fraternais – fez
surgir a necessidade de outras regras além daquelas
usadas pelos legisladores. Para atender a essa
necessidade, Luther S. Cushing, um funcionário da
Casa de Representantes de Massachusetts, escreveu,
em 1845, o Manual de Prática Parlamantar: Regras
Procedimentais para Debates em Assembléias
Deliberativas. Em 1871, o Major Henry M. Robert
verificou que as sociedades, em todos os níveis,
precisavam de um conjunto de regras. Major Robert

182
O MANUAL DE HIRAM

se convenceu da necessidade de um novo tipo de


manual parlamentar, “baseado, em princípios gerais,
nas regras áridas praticadas pelo Congresso, e
adaptadas em seus detalhes, para o uso das
sociedades comuns”. Em 1876 as Regras de Ordem
de Robert foram impressas, e a partir dessa data,
edições revisadas tem sido o alicerce para o modo
como nós conduzimos os negócios das sociedades,
incluindo a fraternidade Maçônica.
O propósito desta seção é rever brevemente as
regras de ordem que você seguirá quando conduzir
os importantes negócios de sua Loja. Seria
impossível, para o objetivo deste Manual, tratar
completamente de todo o conteúdo das 594 páginas
das edições revisadas das Regras de Robert.
Entretanto, cada Loja deveria manter uma cópia no
Oriente, e você deveria rever esse material para se
familiarizar com seu conteúdo e rapidamente
localizar as seções aplicáveis quando surgir uma
necessidade.
Apresento uma breve explicação das razões
básicas e dos princípios que regem a maneira como
você deverá governar sua Loja:

1. Proteção para os membros.


As regras de ordem se destinam a proteger os
direitos da maioria, da minoria contra a maioria, de
cada membro individualmente, dos membros
ausentes às reuniões, e de todos esses grupos em
conjunto.

2. Modelo de formalidade

183
WAYNE T. ADAMS

Para assegurar a paz e harmonia entre os


Irmãos, é de vital importância insistir para que
todos os membros da Loja, incluído o Venerável
Mestre, observem as regras do seguinte modo formal
de tratamento e de comportamento:
a) Sempre insista no uso dos títulos formais e do
termo “Irmão” para falar em Loja.
b) Todos os membros deverão dirigir suas palavras
somente ao Venerável Mestre. Se a manifestação
disser respeito a outro Irmão, deverá ser conduzida a
ele por intermédio do Venerável Mestre.
c) Para falar, um membro deve se levantar, pedir a
palavra ao Venerável Mestre e aguardar a
autorização deste.
d) Siga o padrão de ordem dos trabalhos contido em
seu Manual.
e) Nunca permita que algum Irmão seja atingido por
aquele que está falando. Cada Irmão deve ser
considerado honrado e seguidor dos melhores
interesses da fraternidade.
Quando terminar com uma categoria de
assunto, anuncie a seguinte para que os Irmãos
possam conhecer o fluxo da reunião. Você é o
Venerável Mestre da Loja e o modelo de formalidade
é governado apenas pela maneira com que você
maneja o malhete. Insista na manutenção do decoro
adequado e você aumentará a paz e harmonia que
devem prevalecer dentro do Templo.

3. Fazendo uma moção.


É importante lembrar que os assuntos
somente podem ser levados à apreciação dos
membros em forma de moção ou proposta, a não ser

184
O MANUAL DE HIRAM

que se trate de uma tarefa rotineira tal como a


leitura da ata da sessão anterior. O processo de
condução de um assunto em Loja é o seguinte:
a) Um Irmão deve se levantar e obter permissão do
Venerável Mestre para falar. No caso de um parecer
de comissão, o Irmão será chamado pelo Venerável
Mestre para ler o parecer.
b) O Irmão, então, fará a moção ou lerá o parecer da
comissão e apresentará a moção desta. Em seguida
ele se senta. Moções longas ou complicadas podem
ser feitas por escrito e imediatamente enviadas ao
Venerável Mestre. Do mesmo modo, umas poucas
palavras introdutórias podem ser ditas antes da
apresentação de uma moção, mas não permita
diálogos e deixe os comentários para o debate.
c) Se uma moção estiver em desacordo com a ordem
dos assuntos, o Venerável Mestre deverá declarar:
“eu declaro essa moção fora de ordem”. Nunca diga
“você está fora de ordem” ou “sua moção está fora de
ordem”.
d) O propósito da exigência de um apoio é o de
assegurar que não se perderá tempo quando apenas
um membro está interessado num determinado
assunto. Um apoio a uma moção significa que o
assunto deve ser levado à Loja. Nenhuma
autorização específica é necessária para se declarar
um apoio. E mais, um apoio apenas reflete a
intenção de levar o assunto à Loja, e não significa
que outro Irmão já aderiu à proposta. Se nenhum
apoio for declarado, descarte a moção e prossiga com
outros assuntos.
e) Quando surgir uma moção e um apoio, o
Venerável Mestre colocará a moção em discussão.

185
WAYNE T. ADAMS

4. Discussão ou Debate.
O assunto agora está em Loja para debate e
decisão. Se nenhum Irmão se levantar para falar,
proceda à votação. Se um Irmão pedir a palavra,
conduza o debate utilizando o procedimento
seguinte:
a) O Irmão autor da moção tem prioridade para usar
da palavra.
b) Se dois ou mais Irmãos se levantarem, aquele que
o fez primeiro tem o direito de falar. O Irmão
autorizado a falar não pode ser interrompido a não
ser que ele viole as regras de ordem ou o decoro. Ele
mantém a palavra até se sentar. Ninguém poderá se
levantar para falar antes que aquele que tem a
palavra tenha se sentado.
c) Se não houver alguma modificação à proposta, o
Venerável Mestre deverá repetir a moção e
perguntar se há alguma questão a ser feita.
d) Nenhum Irmão, exceto aquele que tiver alguma
pergunta, poderá falar a partir de então. Esta regra
poderá ser dispensada pelo Venerável Mestre se ele
achar adequado.
e) Cada orador deverá restringir seus comentários ao
mérito da moção. Ele dirigirá seus comentários ao
Venerável Mestre e não promoverá ataques pessoais,
alusões aos motivos de outrem, ou mencionará
nomes.
f) O Venerável Mestre deve, a todo tempo, se manter
distante e imparcial. Cuide para que todos os lados
sejam ouvidos e considerados, tanto quanto possível,
proporcionando ampla oportunidade a ambos os
lados da questão, alternando-os, se necessário.

186
O MANUAL DE HIRAM

g) O Venerável Mestre pode falar a qualquer tempo.


O Irmão que faz uso da palavra deverá ser sentar
enquanto o Venerável Mestre estiver falando, salvo
se ele faz observações relacionadas diretamente
àquilo que o Irmão está dizendo. O Venerável
Mestre não entrará no debate. Entretanto, se surgir
essa necessidade, ele deverá passar o comando da
sessão a um Vigilante ou ex-venerável, deixar o
trono e fazer seus comentários.
h) O debate não pode ser encerrado ou a questão
adiada, salvo havendo regra especial ou o voto de 2/3
dos presentes, até que todos os membros tenham a
oportunidade de falar.
i) Existem outras classes de moções que podem ser
interpostas neste ponto para ajudar a tratar ou
dispor sobre a moção principal. Estas serão
discutidas mais tarde neste capítulo.

5. Votação.
Após o final do debate, o Venerável Mestre
novamente pergunta se há alguma questão a ser
feita, repete a moção e chama para a votação. Se
houver alguma confusão ou dúvida sobre a moção, o
Venerável Mestre deverá explicá-la e descrever os
efeitos de sua aprovação e de sua rejeição.
a) O procedimento de votação em Lojas Maçônicas é
feito, usualmente, pelo erguer das mãos, por
declaração verbal, ou com os membros se levantando.
Excetuam-se as votações no pedidos de iniciação,
filiação, regularização e nas objeções após a
iniciação. Nesses casos há escrutínio secreto, com
uma urna. Também se excetuam as eleições dos

187
WAYNE T. ADAMS

oficiais com mais de um candidato, quando votos por


escrito poderão ser usados.
b) O Venerável Mestre colocará a proposta em
votação dizendo que levantem a mão direita todos
aqueles que forem a favor da moção. Sempre coloque
em votação, não importando quão esmagador possa
ser o resultado positivo. Nesse caso, o Venerável
Mestre simplesmente anuncia o resultado da
votação.
c) Se um membro se levantar para requerer a
repetição da votação acate o pedido, a menos que o
resultado da votação seja óbvio ou se a tática estiver
sendo utilizada para atrasar a reunião.
d) Se uma votação não for conclusiva, então é
conveniente repetí-la. Ao anunciar cada resultado,
informe o número de votos favoráveis e contrários.
e) A maioria simples vence salvo quando requerido
outro quórum pela Constituição, Regimento Interno,
ou regras de ordem, como segue:
1. Uma votação de 2/3 é exigida para emendas ao
Regimento Interno, para mudança do local de
reuniões, e para decidir sobre alguma objeção após
uma iniciação.
2. Também se exige aprovação de 2/3 para a fusão de
Lojas.
3. Votação unânime é necessária para a aprovação
de pedido de providências ao Grão-Mestre.
f). O Venerável Mestre vota apenas em caso de
empate (exceto no escrutínio de candidatos).
g) O voto não é definitivo e um membro pode mudar
de idéia até que o Venerável Mestre anuncie o
resultado.

188
O MANUAL DE HIRAM

h) Certos assuntos, como a leitura de atas ou quando


aparentemente houver unânime consenso, podem ser
resolvidos dizendo “Se não houver alguma
objeção...”e “Não havendo, a moção está adotada”.
i) Após anunciar o resultado da votação, passe para
outro assunto.
A autoridade do Trono do Oriente está em
suas mãos. A Grande Loja não espera que você seja
um expert, mas que tenha familiaridade com o
procedimento parlamentar. Você deve saber, em
termos gerais, o procedimento adequado a ser
utilizado e como usar o material de referência.

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WAYNE T. ADAMS

APÊNDICE B

LISTA DE CHECAGEM DA SESSÃO ECONÔMICA

I. Critério
A. Ela é organizada.
B. Ela é curta.
C. Ela é vale a pena.

II. Sessões Econômicas Organizadas


A. Prepare uma agenda antecipadamente.
B. Verifique antes da reunião quais comissões estão
prontas para apresentar parecer e sobre o que.
Quando possível, obtenha pareceres escritos.
C. Verifique com o Secretário, antes da sessão, os
assuntos que ele apresentará.
D. Planeje as atividades da Loja antes das reuniões e
anuncie os preparativos. Não planeje os detalhes de
uma atividade durante uma sessão econômica.

III. Sessões econômicas curtas

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O MANUAL DE HIRAM

A. Chegue cedo e verifique se o Templo está em


ordem.
B. Comece no horário marcado.
C. Veja se a ata do Secretário é concisa, breve, e
cobre todos os aspectos do debate.
D. Pareceres das comissões.
1. Devem ser breves, concisos e por escrito.
2. Devem dizer quando, onde, quem, por que, e
quanto.
3. Devem apresentar todas as alternativas: prós e
contras.
4. Os membros da comissão deverão estar
preparados para responder a todas as questões.
E. Elimine a leitura da correspondência
desnecessária, quando apropriado.
F. Vise a uma sessão econômica de 60 minutos.

IV. Sessões que valem a pena


A. Faça-as interessantes e amigáveis:
1. Acrescente um jantar.
2. Inclua familiares e convidados para o jantar.
3. Providencie algum entretenimento no salão de
festas para os familiares e convidados durante a
sessão.
4. Use recepcionistas, na porta, na chegada e saída
das pessoas. Ajude aqueles que precisem de auxílio
para sair e voltar a seus automóveis.
5. Todo mundo sorrindo! Faça cada um se sentir
benvindo, particularmente visitantes, novos
membros e aqueles que não tenham vindo à Loja
recentemente.
B. Educativas:
1. Todos os presentes podem aprender algo novo.

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2. Tenha alguém para apresentar informações


maçônicas por 5 minutos em cada sessão econômica.

APÊNDICE C

Aqui estão alguns recursos que você pode usar


para os programas de sua Loja.
I. CÍVICOS
Gabinete do Chefe da Polícia
Gabinete do Chefe dos Bombeiros
Associação Comercial
Companhias de gás, água e energia
Companhia telefônica
II. NEGÓCIOS
Escritórios de turismo e centros de convenções
Corretores de imóveis
Empresários
Agentes de viagens
Profissionais de aeroportos ou Iate Clube (sucessos e
falhas); linhas aéreas e rotas marítimas
Lojas de departamentos
III. ESCOLAS
Coordenador pedagógico de Universidade

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O MANUAL DE HIRAM

Administrador de escola
Diretor ou vice-diretor
IV. ESPORTES
Time ou atleta profissional
Relações públicas; diretor esportivo
Técnico; escritor esportivo
Atleta (colegial ou universitário)
V. ENTRETENIMENTO
Cantores
Mágicos; atores
Hipnotizador; quartetos musicais
Comediantes; grupos de dança
VI. ESPECIAL
Personalidades da TV ou rádio; editor de jornal
Fotógrafos ou clubes (filmes, slides); hobbies (trens,
selos, moedas, pedras, etc);
Chefes de cozinha (demonstrações)
VII. MEDICINA
Especialista em administração hospitalar
Custos de cuidados com a saúde; programas de
exercícios
Seguros ou planos de saúde
VIII. FRATERNIDADE
Noite para leigos; orador de Loja de Pesquisas
Orador de outros Ritos

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APÊNDICE D

LOJA BOAZ N. 59
Caixa postal 356
Centerville, Maine

ORÇAMENTO ANUAL

1. RECEITAS ESTIMADAS
A. Mensalidades $
B. Taxas $
C. Jantares $
D. Outras $
TOTAL DAS RECEITAS ESTIMADAS $

2. DESPESAS ESTIMADAS
A. Taxa ‘per capita’ $
B. Suprimentos secretaria $

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O MANUAL DE HIRAM

C. Despesas bancárias $
D. Taxas de secretaria/tesouraria $
E. Manutenção da Loja $
F. Eletricidade $
G. Telefone $
H. Seguro $
I. Correio $
J. Gráfica $
K. Outras $
TOTAL DAS DESPESAS ESTIMADAS $
SUPERAVIT (DEFICIT) $

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