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A INSTALAÇÃO DE UM MESTRE
Não por acaso os publicamos naquele período, pois ocorre que no âmbito do Grande
Oriente do Brasil (GOB), Obediência à qual estamos filiados, a maioria das Lojas1 nos
anos ímpares realizam em maio eleições para as Administrações e para Orador,
ocorrendo a posse dos Veneráveis Mestres em junho, sejam Veneráveis que já eram
Mestres Instalados, que neste caso passam pela cerimônia de Reassunção e Posse,
sejam aqueles Mestres que ainda não tinham sido instalados, que passam pelo
cerimonial de Instalação e Posse.
1
As Lojas que praticam o Rito de York (ou trabalho de Emulação) realizam eleições anualmente.
Existem Lojas de outros Ritos que também adotam o período anual para as administrações, o que
geralmente consta no Estatuto da Loja.
reunidas em regime confederativo na CMSB2), cuja nova Obediência, de então,
buscou reconhecimento na Maçonaria dos Estados Unidos da América do Norte,
mesmo sendo esta também de origem anglo-saxônica e baseada nos
autodenominados "Antigos" ingleses de 1751 (para aqueles que se interessarem
sugerimos ler a história das duas Grandes Lojas na Inglaterra, que em determinada
época eram rivais).
Foi dessa maneira que surgiu na Maçonaria Brasileira, em princípio nas Grandes Lojas
Estaduais, cerimônias que não eram do REAA, dentre elas a de se instalar o Mestre
Maçom eleito para exercer o cargo de Venerável Mestre no trono ou cadeira de
Salomão. Após a instalação este Mestre passou a ter a condição de Mestre Instalado,
denominação que foi adotada para o ex-Venerável Mestre ao encerrar o seu
Veneralato.
No âmbito do GOB até 1968 não existia a prática de se instalar o Mestre eleito. Mas,
nesse ano, o então Grão-Mestre Geral do GOB, Irmão Moacyr Arbex Dinamarco,
solicitou ao Irmão Nicola Aslan, que era egresso das Grandes Lojas e havia sido
regularizado no GOB, a elaboração de um Ritual de Instalação. O Irmão Nicola Aslan
cumpriu a missão que recebera, compilando um texto que se transformou no citado
Ritual, dando início a uma nova cerimônia no GOB e, consequentemente, o
surgimento da figura do Mestre Instalado, até então, existente somente nas Grandes
Lojas.
Dessa forma, a partir daquele ano (e antes da cisão de 1973) a Instalação passou a
ser comum às duas Obediências, consideradas regulares, existentes no Brasil.
Contudo, não é demais salientar, uma vez mais, que historicamente no REAA não
existia a figura do Mestre Instalado, assim como a expressão inglesa “Past Master”
utilizada para os ex-Veneráveis, sendo que para o último ex-Venerável Mestre, no
Rito de York (ou trabalho de Emulação) é utilizada a sigla PMI, que significa “Past
Master Imediato”.
Com a segunda grande cisão no GOB, em 1973, ocorreu a criação dos denominados
Grandes Orientes Estaduais Independentes, reunidos em Confederação na COMAB3,
que é a sucessora do Colégio de Grão-Mestres, que adotou, desde a fundação, a
cerimônia de Instalação e a figura do Mestre Instalado.
Rizzardo da Camino5:
“Instalação – Origina-se do latim: “in” e “stallum”, significando colocar na cadeira; a
Instalação pode ser em um cargo (instalar o Venerável Mestre em seu Trono) ou
sacramentar a escolha de uma Administração.
A Instalação é uma prática antiga maçônica que perdura até os nossos dias; existem
Rituais de Instalação, designando o Grão-Mestre um “mestre instalador” que preside as
cerimônias.
Nas Lojas, ano após ano, os Veneráveis Mestres eleitos e que deixam o cargo após o
período estatutário, formam um Conselho.
Esse Conselho de Mestres Instalados, pela experiência de seus membros, dá orientação
aos novos dirigentes e em caso de “crise” administrativa, são chamados para ocupar todos
os cargos da Administração. É a garantia de que a Loja não abaterá Colunas.
A Maçonaria Moderna compôs um Ritual específico de Instalação.”
4
Dicionário de Maçonaria. 2ª Edição (revista e ampliada. São Paulo. Editora Pensamento, 1974.
Veja que este maçonólogo escreve o que foi dito, ou seja, que a Instalação de um Venerável Mestre
ocorria nos Ritos anglo-saxônicos.
5
Dicionário Maçônico. 2ª Edição. Rio de Janeiro. Editora Aurora, 1991.
É de bem ressaltar que no âmbito do GOB não existe a prática, citada pelo Irmão Rizzardo da Camino,
de os ex-Veneráveis Mestres formarem um Conselho que orienta os novos dirigentes, Conselho este
que poderia intervir na Loja em casos de “crise” administrativa e ocupar os cargos da Administração.
6
Dicionário Maçônico Cristão. 1ª Edição. João Pessoa. Ideia Editora Ltda., 2011.
O cerimonial de consagração, ou seja, a cerimônia de Instalação de um Mestre
Maçom, processa-se na presença do Conselho de Mestres Instalados, com base num
Ritual específico, o qual somente Mestres Instalados podem ter acesso, e a
solenidade se desenvolve em Sessão Magna de Instalação e Posse de Venerável. Este
citado Conselho é constituído de três ou mais Mestres Instalados, nomeados
conforme a jurisdição da Loja, pelo Grão-Mestre Geral ou Grão-Mestre Estadual ou
do Distrito Federal.
Finalizando este DIÁLOGO MAÇÔNICO, para que seja efetuado o registro da condição
de Mestre Instalado e expedido o Diploma, Medalha e Ritual por parte do Grande
Oriente do Brasil, o Presidente da Comissão Especial de Instalação e Posse deve
comunicar à Grande Secretaria-Geral da Guarda dos Selos, por intermédio do Grande
Oriente Estadual ou do Distrito Federal (nos referimos à estrutura organizacional do
GOB), a realização da cerimônia, o que deve ser devidamente consignado em Ata
específica.