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Ágape maçônico.

Um ágape maçônico não pode nem deve ser deturpado, dado ser a continuação da sessão, não
se devendo faltar ao mesmo, cabendo ao Irmão Hospitaleiro averiguar o motivo, pelo qual, um
irmão não compareceu.

Agora voltando ao objeto da peça: o ágape na maçonaria não é uma exclusividade da atual
maçonaria especulativa, ele é muito mais antigo, cuja gênese se perde nas brumas do tempo,
portanto é muito anterior a maçonaria operativa, entretanto sempre utilizado no final de uma
reunião em que nela tenham sido incorporados mais integrantes na associação em epígrafe,
portanto não foi criado pela maçonaria, tanto que Cristo usou a parte superior da casa do hoje
São Marcos para fazer o seu último ágape ao quê, denominamos Santa ceia, pintada por
Leonardo Da Vince que aliás a pintura não condiz com contido na bíblia em atos dos apóstolos
9,36-43.

Entretanto, o modo como o ágape vem sendo conduzido pela atual maçonaria especulativa
está cada vez mais distante do verdadeiro sentido do ágape, para uma ordem iniciática, tal
como é o caso da nossa instituição, porque corriqueiramente este ato ritualístico vem sendo
conduzido como uma mera confraternização entre os irmãos, após as sessões, assim como no
mundo profano, onde os convivas se reúnem pelos mais diversos motivos para comer e beber.

Os maçons não podem conduzir o ágape como uma mera reunião de comes e bebes entre
amigos, esquecendo-se do carácter solene que deve haver na maçonaria, pois a maçonaria é
sagrada e o sagrado deve gerar o sagrado, assim como o profano gera o profano, portanto o
ágape na maçonaria não deve ser uma mera confraternização entre irmãos, mas sim o que
sempre foi, uma solenidade para a qual existe um ritual a ser cumprido.

Para facilitar o entendimento do que é sagrado eu vou defini-lo: A palavra sagrado é um


substantivo que se refere a algo que merece veneração ou respeito, porque tem uma
associação com a divindade ou com objetos considerados divinos.

Há quem diga que o ágape maçônico é uma mera reunião de homens que se juntam para
comer e beber, pois essa afirmação não está em absoluto desqualifica se considerarmos que a
atual maçonaria especulativa vê o ágape como uma mera confraternização entre os irmãos
após as sessões com o fim de estreitar os laços fraternos.

Que fique bem claro, estou falando do ágape ritualístico, realizado nas ocasião solsticiais, pois
as demais reuniões são meros comensais e esta palavra comensais significa comida habitual
sem base ritualística e sem pratos específicos.

A maçonaria preza pela fraternidade, mas a obrigação ritualística deve, sempre ser obedecida
e estar acima dos interesses pessoais e transitórios, tanto que o objetivo do maçom é
perpetuar a ordem através da obediência incondicional às leis maçônicas e à ritualística, por
essa razão os ágapes devem seguir rigidamente o que determinam nosso regulamentos e neles
não podem ser inclusos profanos, tal como é permitido nos comensais de confraternizações
destinados a agregar via de regra os familiares dos irmãos.

Os Iniciados da antiguidade participavam do ágape como parte do ritual, tal como ocorre
nestes dias, tanto pela consciência como pela importância da alimentação, entretanto hoje,
apesar de ser costumeira a confraternização a título de celebrar o recebimento de um novo
irmão, as formalidades são diminuídas, porém ainda hesitem, ainda que de forma mais amena,
onde são por exemplo dispensadas as libações e as oblações.
Os ágapes não solsticiais como é o caso dos realizados para confraternizar a chega de um novo
integrante na comunidade, não são revestidos de tantas formalidades, porém elas existem e
são prevista no ritual para esse fim, porém são formalidades amenas, tanto que nestes casos
são dispensadas as alfaias, tais como aventais, luvas e afins, todavia são considerados atos
maçônicos, portanto precisam obedecer certos critérios com assuntos religiosos políticos ou
esportivos que podem desagregar a irmandade pelo fato de a maçonaria permitir o livre
arbítrio desde que não venha ferir o ato em curso.

Interessante é a origem deste vocábulo Ágape, vindo do grego para o latim com a mesma
grafia e significava reunião amorosa, ou tudo que era feito com amor, deste um encontro
entre pessoas fraternas até junções para confraternizações onde a base da reunião era um
banquete.

O termo em si, é um verbo agapaó, muito usado na bíblia septuaginta, vinda do termo
hebraico que significa afeição, para designar a família e amigos com afinidades, porém é
possível que esta palavra tenha sido incorporada ao grego vinda de alguma língua semita.
No novo testamento são fornecidos um número de definições e de exemplos de ágape que
geralmente expandem aos usados nos textos antigos, denotando o amor entre irmãos, o
amor de Deus para todos os povos, portanto o uso cristão de ágape vem diretamente
dos evangelhos e com isso não significa simplesmente banquete, pois este sim foi
acrescentado para coroar o evento.

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