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A∴ R∴ L∴ S∴ DEUS, HUMANIDADE E LUZ – 0506

Jurisdicionada ao Grande Oriente do Estado de Minas Gerais


Federada ao Grande Oriente do Brasil
Rito Escocês Antigo e Aceito

TRABALHO MAÇÔNICO

“ÁGAPE”

Ir∴ Eduardo de Rezende Bastos Pereira, Apr∴ M∴


CIM: 238054
Data da Iniciação: 13 de setembro de 2006
Data de conclusão deste trabalho: 29 de agosto de 2007
Bibliografia: citada em notas de rodapé e ao fim do trabalho

INTRODUÇÃO

A legislação maçônica (Constituição do Grande Oriente do Brasil, RGF – Regulamento


Geral da Federação e o RITUAL), nada fala acerca de “Ágape”.

A maioria dos autores maçônicos, por outro lado, traz alguma menção a “Ágape”,
porém, o faz tratando quase que exclusivamente do “Banquete Ritualístico”.

O Regimento Interno1 da A∴R∴L∴S∴ Deus Humanidade e Luz - 0506, Loja-Mãe do


autor deste trabalho, faz, em seu Anexo 07, páginas 1 e 2, menção a Ágape da forma
como o queremos tratar neste trabalho.

Mas, afinal, o que é “Ágape”?

E mais especificamente, o que é “Ágape” no jargão da maçonaria e qual a importância


dele para o Maçom?

A importância do “Ágape”, na visão de um Apr∴ M∴, é o objeto deste trabalho


maçônico.

1
REGIMENTO INTERNO DA A∴R∴L∴S∴ Deus, Humanidade e Luz – 0506, Anexo 07.
A∴ R∴ L∴ S∴ DEUS, HUMANIDADE E LUZ – 0506
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Rito Escocês Antigo e Aceito

1. ÁGAPE

Segundo o Novo Dicionário Eletrônico Aurélio2, “Ágape” provém da palavra grega


agápe, que quer dizer “afeto”, “amor”, “refeição de confraternização”.

Na Língua Portuguesa “Ágape” possui os seguintes significados: a) refeição que os


primitivos cristãos tomavam em comum; b) banquete, almoço ou outra refeição de
confraternização por motivos políticos, sociais, comerciais, etc.

JOAQUIM GERVÁSIO DE FIGUEIREDO 33º, em seu Dicionário de Maçonaria3, traz


o mesmo significado que o dicionário supracitado. Esclarece, contudo, que a Maçonaria
manteve o “Ágape” nos “Graus Capitulares”. Remete-nos, ainda, ao verbete “banquete”
(página 71), mas o significado que ali se encontra é, como dito acima, o do “Banquete
Ritualístico”.

Da mesma forma, refere-se a “Ágape” como “Banquete Ritualístico”, pelo menos em


parte, o Ir∴ RIZZARDO DA CAMINO, em seu Simbolismo do Primeiro Grau4:

“Os maçons realizam dois tipos de banquetes: os


litúrgicos, que são um complemento à Iniciação, e os
festivos, dos quais participam profanos, denominados
de festas brancas, quando ocorrem confraternizações,
comemorações patrióticas ou festividades sociais”.

Certamente, dentro de sua visão sábia e serena, os autores maçônicos já citados


conferem a “Ágape” a melhor interpretação.

Sem discordar deles, contudo, traço, a seguir, a minha visão de “Ágape” e, ao mesmo
tempo, teço alguns comentários sobre a importância deste meio de convívio fraterno,
que tem muito significado na minha caminhada maçônica até o momento.

2. O “ÁGAPE” NA VISÃO DE UM APRENDIZ MAÇOM

O Ir∴ M. J. OUTEIRO PINTO, em seu Do meio-dia à meia noite5, traz a visão de


“Ágape” que quero comentar:

2
DE HOLANDA, Aurélio B. NOVO DICIONÁRIO ELETRÔNICO AURÉLIO VERSÃO 5.0. Positivo
Informática Ltda: 2004.
3
DE FIGUEREDO 33º, Joaquim Gervásio. Dicionário de Maçonaria: seus mistérios, seus ritos, sua
filosofia, sua história. 4 ed. São Paulo: Editora Pensamento, 1989-90.
4
DA CAMINO, Rizzardo. Simbolismo do primeiro grau. 2 ed. São Paulo: Madras, 2005.
5
PINTO, M. J. Outeiro. Do meio-dia à meia-noite: compêndios maçônicos do primeiro grau. São Paulo:
Madras, 2007. op. cit. p. 63.
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“Desde o meu ingresso dentro da Ordem, venho


participando, mui prazerosamente, de reuniões
familiares entre os Irmãos, seja aos fins de semana ou
ao término dos trabalhos de nossas Oficinas, às
segundas-feiras.
A prática dessa freqüente fraternidade na Sublime
Ordem levou-me a refletir junto à minha família, e
também com alguns Irmãos, a importância desses
encontros, alguns com intuitos puramente festivos,
outros com a simples e importante intenção de carinho
e união entre os Irmãos, cunhadas, sobrinho(as),
amigos, entre outros”.

O RITUAL6 traz, na página 80 – Sessão Magna de Iniciação, a Declaração de Princípios


da Maçonaria Universal, cuja leitura na citada Sessão compete ao Orador, valendo a
transcrição: “Seus fins supremos são: LIBERDADE, IGUALDADE E
FRATERNIDADE”.

Assim, somando-se a impressão do Ir∴ M. J. OUTEIRO PINTO, transcrita acima, com


a minha caminhada até o momento na Maçonaria, tenho que Ágape é a vivência de um
de seus fins supremos, qual seja, a FRATERNIDADE.

Em nossas Sessões nos acostumamos com a leitura do Salmo 133, ode o L∴ da L∴ é


aberto.

Ouvir não basta. É necessário que o Ir∴ se deixe penetrar por sua primeira parte, que de
forma bastante simples e objetiva propugna:

“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os Irmãos!”.

O Ir∴ JAYRO BOY DE VASCONCELLOS, em seu A fantástica história da


maçonaria7 traz a seguinte interpretação para esta primeira parte do Salmo 133:

“Ele fala do grande valor da união fraternal e explica


como é boa e assaz agradável a união, porquanto traz
ordem ou perpetuidade e progresso.
Qualquer associação precisa, para ser forte e ter longa
duração, de que seus associados sejam fraternos, caso
contrário, é como o próprio Cristo ensinou: ‘uma casa

6
RITUAL: Rito Escocês Antigo e Aceito. Elaborado, aprovado e adotado pelo GOB. Brasília: Grande
Oriente do Brasil: 2001.
7
DE VASCONCELLOS, Jayro B. A fantástica história da maçonaria: analisada por um evangélico à luz
da Bíblia Sagrada. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1999. op.cit. p. 164.
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dividida contra si, não subsistirá’” (grifos do


original).

Em outro trabalho maçônico que apresentei à Loj∴ tive oportunidade de mencionar o


que aprendi e vivi em minhas visitas maçônicas, mas certamente não consegui
transmitir o carinho e a atenção com que os IIr∴ de outros OOr∴ me receberam. É que
a Fraternidade do Ágape se vivencia.

Esta é a visão que quero trazer para os IIr∴ acerca do Ágape: é um momento de
fraternidade vivenciado.

3. OBSERVAÇÕES FINAIS

A vivência da Fraternidade através do Ágape foi o que tentei traduzir no presente


trabalho.

É importante salientar que Fraternidade em Maçonaria não se vive exclusivamente


através de festas, de reuniões fraternais, de Ágapes. Estes últimos têm o condão de
aproximar os IIr∴ e seus familiares e amigos, fato que me chamou a atenção e que
valeu esta minha impressão, traduzida no presente trabalho maçônico.

Os Princípios da Maçonaria Universal, dentre eles a Fraternidade, certamente comporão


tema de um outro trabalho maçônico, numa outra oportunidade.

A título de conhecimento, ou mesmo de esclarecimento, destaca-se que o Regimento


Interno da A∴R∴L∴S∴ Deus Humanidade e Luz – 0506 traz, em seu Anexo 7,
muitos dos Ágapes proporcionados pela Comissão de Eventos, devendo ser destacados:
a) as festividades comemorativas de aniversário da LOJA, que acontece no dia 01 de
junho, e; b) a tradicional “Festa de Fim de Ano” da LOJA.

Além destes, tive oportunidade de participar de comemorações pelo dia das mães, das
festividades do dia dos pais, e de muitos outros Ágapes ao fim das sessões ordinárias,
mas nem por isso menos importantes para se vivenciar “Como é bom e agradável
viverem unidos os Irmãos!”.
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REFERÊNCIAS

1. Livros

DA CAMINO, Rizzardo. Simbolismo do primeiro grau. 2 ed. São Paulo: Madras, 2005.

DE FIGUEIREDO 33°, Joaquim Gervásio. Dicionário de Maçonaria: seus mistérios,


seus ritos, sua filosofia, sua história. 4 ed. São Paulo: Editora Pensamento, 1989-90.

DE VASCONCELLOS, Jayro B. A fantástica história da maçonaria: analisada por um


evangélico à luz da Bíblia Sagrada. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais,
1999.

PINTO, M. J. Outeiro. Do meio-dia à meia-noite: compêndios maçônicos do primeiro


grau. São Paulo: Madras, 2007.

2. Livro Eletrônico

DE HOLANDA, Aurélio B. NOVO DICIONÁRIO ELETRÔNICO AURÉLIO


VERSÃO 5.0. Positivo Informática Ltda: 2004.

3. Legislação

REGIMENTO INTERNO DA A∴R∴L∴S∴ Deus, Humanidade e Luz – 0506.


RITUAL: Rito Escocês Antigo e Aceito. Elaborado, aprovado e adotado pelo GOB.
Brasília: Grande Oriente do Brasil: 2001.

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