Você está na página 1de 4

O Segundo Estatuto de William Schaw (1599)

Introdução

Sabemos muito pouco sobre William Schaw (1549-1602), Mestre das Obras para a coroa da
Escócia de 1583. Sucessor de Sir Robert Drummond Carnock, ele teve que lidar com a
construção, reparação e manutenção de castelos e campos do Stuart Rei James VI, até sua
morte. Ele também tinha a responsabilidade como um Supervisor Geral de todos os maçons
(pedreiros) que viviam na Escócia. William Schaw produziu um estatuto para regular as
práticas dos maçons em 28 de dezembro de 1598, conhecido como o Primeiro Estatuto de
William Schaw. No ano seguinte, fez estatutos complementares para os pedreiros escoceses,
seguindo as reivindicações expressas tanto pela Loja de Edimburgo como pela Loja de
Kilwinning, esta última se declarando firmemente sua precedência, como a primeira loja
maçônica criada na Escócia. Por este motivo, entende-se a causa do segundo estatuto de
William Schaw não ter sido incluído nos arquivos da Loja de Edimburgo. Podem, no entanto,
ser encontrados na Loja de Kilmarnock, fundada em 1734 pela Loja de Kilwinning.

O TEXTO (TRADUÇÃO LIVRE POR LUCIANO R. RODRIGUES)

Em Edimburgo, 28 de dezembro de 1599.

1 – É estabelecido que o vigilante dentro dos limites de Kilwinning e outros lugares


subordinados à sua loja, será escolhido e eleito anualmente por uma maioria dos mestres da
referida loja, no vigésimo dia de dezembro, no interior do templo de Kilwinning como a
principal e segunda loja da Escócia, que depois disso o Vigilante Geral será avisado,
anualmente, quem é o escolhido como vigilante da loja, imediatamente após sua eleição.

2 – É considerado necessário e oportuno, por meu Lorde Vigilante Geral, que cada loja na
Escócia deve ter, no futuro, suas antigas liberdades como antes, e em particular, que a loja de
Kilwinning, segunda loja da Escócia, terá seu vigilante presente na eleição dos vigilantes dentro
do limite do Distrito de Nether de Clydesdale, de Glasgow, de Ayr e de Carrick; Com o dito
vigilante e diácono de Kilwinning tendo o poder de convocar os vigilantes restantes e diáconos
dentro dos limites acima mencionados, quando eles tiverem qualquer necessidade importante
de fazê-lo, para ser julgado pelo vigilante e diácono de Kilwinning, sempre que lhes convier
convocar, quer em Kilwinning ou em qualquer outra parte do oeste da Escócia e dos limites
acima referidos.
3 – É considerado necessário e oportuno, por meu Lorde Vigilante Geral, que Edimburgo seja
em todos os tempos futuros, como antes, a primeira e principal loja na Escócia, e que
Kilwinning será a segunda loja, como foi notoriamente demonstrado em nossos antigos
escritos, e que Stirling será a terceira loja, de acordo com os antigos privilégios da mesma.

4 – É considerado oportuno, que os vigilantes de cada loja sejam responsáveis perante os


Presbíteros [tribunais da igreja] dentro da jurisdição do seu xerife, para os maçons
subordinados às suas lojas, com relação a todas as ofensas que qualquer deles cometa, e um
terço da parte das multas pagas serão utilizadas para os uso de caridade da Loja onde qualquer
ofensa for cometida.

5 – Que haverá julgamentos feitos anualmente, pelos vigilantes e mestres mais velhos de cada
loja, estendendo-se a seis pessoas, que julgarão todas as ofensas, para que a punição possa ser
executada em conformidade com a equidade e justiça, e boa consciência e a antiga ordem.

6 – É estabelecido pelo meu Lorde Vigilante Geral, que o vigilante de Kilwinning, segundo na
Escócia, selecione e escolha seis dos pedreiros mais dignos e perfeitos, dentro de seus limites,
para testar a qualificação de todos os maçons dentro dos limites acima mencionados, de sua
arte, ofício, ciência e memória antiga, de modo que o vigilante e o diácono, possam ser
responsáveis daqui por diante para com as pessoas que são de responsabilidade deles, dentro
de seus limites e jurisdição.

7 – Autoridade é dada ao vigilante e ao diácono de Kilwinning, como a segunda loja, para


excluir e expulsar da sociedade e da corporação, todas as pessoas que desobedecerem a
igreja, ofício, conselho e outros estatutos e atos a serem feitos a seguir para a boa ordem.

8 – É estabelecido pelo meu Lorde Vigilante Geral, que o vigilante e o diácono, com seus
mestres da loja, selecionarão, escolherão e constituirão um tabelião qualificado, como um
escrivão e que o tabelião escolhido ocupará o cargo, e que todos os contratos, quitações e
outros escritos, relativos ao Craft, só serão escritos pelo secretário, e que nenhum tipo de
registro, nem título, nem qualquer outro documento oficial, será usado pelo referido vigilante
e diácono antes mencionado, a menos que seja feita pelo dito secretário e por ele escrito.

9 – É estabelecido pelo meu Lorde Vigilante Geral, que todos os antigos atos e estatutos,
previamente feitos pelos predecessores dos maçons de Kilwinning, devem ser observados
fielmente e mantidos pelo Craft, em todos os tempos vindouros e que nenhum aprendiz ou
artífice, em qualquer momento, será admitido ou aceito, exceto dentro do templo de
Kilwinning, como sua paróquia e segunda loja, e que todos os banquetes para a entrada de
aprendizes, de companheiros de ofício, sejam feitos dentro da referida loja de Kilwinning.

10 – É estabelecido que todos os companheiros de ofício, em sua entrada, paguem aos livros
comuns da loja, a soma de dez libras em dinheiro, com dez xelins de luvas antes de ser
admitido, e isso incluirá a despesa para o banquete, e ele não será admitido sem um teste
suficiente e prova de memória e arte de ofício pelo vigilante, diácono e um quarto dos mestres
da loja, sob a supervisão do formador e responsável perante o Vigilante Geral.
11 – Que todos os aprendizes a serem admitidos não serão admitidos até que primeiramente
tenham pago ao banco comum, acima mencionado, a quantia de seis libras em dinheiro, para
pagar o banquete para todos os membros da loja e seus aprendizes.

12 – É estabelecido que o vigilante e os diáconos da segunda loja da Escócia, Kilwinning,


prestem juramento, fidelidade e verdade de todos os membros e companheiros de ofício,
dentro de todos os limites que lhes são confiados anualmente, que não terão associação com
Cowans ou trabalharão com eles, nem qualquer um de seus servos ou aprendizes, sob a pena
que os antigos atos lhes impõem e multas.

13 – É estabelecido pelo vigilante geral, que o vigilante da loja de Kilwinning, sendo a segunda
loja na Escócia, irá testar todos os companheiros do ofício e cada aprendiz, sobre a arte da
memória e ciência, de acordo com suas vocações, e no caso de terem perdido qualquer ponto
exigido deles, eles devem pagar a penalidade da seguinte maneira por sua preguiça, isto é,
cada companheiro do ofício, vinte xelins, cada aprendiz, dez xelins, a ser pago ao caixa para o
bem comum, anualmente, e em conformidade com o uso comum e prática das lojas neste
reino.

E para o cumprimento, observação e guarda destes estatutos e de todos os outros atos e


estatutos anteriormente feitos e a serem feitos, os vigilantes, diáconos e intendentes das lojas
mencionadas, por boa ordem, mantendo-se em conformidade com a equidade, a justiça e a
antiga ordem, para a elaboração e colocação do mesmo, o Vigilante Geral deu seu poder e
autoridade ao referido vigilante e aos acima escritos, para estabelecer e fazer atos em
conformidade com as regras acima.

E, em sinal e prova disso, eu, Vigilante Geral da Escócia, estabeleci e fiz escrever estes atos e
estatutos, e assinei o mesmo com a minha mão, atestando deste lado e do outro lado.

Dando conhecimento ao vigilante, ao diácono e aos mestres da Loja de Kilwinning, que


Archibald Barclay, nomeado encarregado para a dita loja, apareceu em Edimburgo nos dias 27
e 28 de dezembro, onde o dito Archibald, na presença do Vigilante Geral e os mestres da loja
de Edimburgo, produziu sua incumbência, e comportou-se honestamente e com muito
cuidado para a execução das coisas que lhe foram cometidas, mas por causa da ausência de
Sua Majestade por estar fora da cidade, e porque não haver mestres, exceto os da loja de
Edimburgo, convocada neste momento, não pudemos obter qualquer ordem estabelecida
(como os privilégios do Craft exige) neste momento , mas depois, quando a ocasião nos
oferecer, obteremos o mandado de Sua Majestade tanto para autorizar os privilégios da loja,
como para qualquer penalidade estabelecida para as pessoas desobedientes e perturbadores
de toda boa ordem.

Sendo assim, considero ser bom para mostrar a todos os irmãos da loja, que em testemunho
disso, eu assinei este presente documento com a minha mão em Holyrood House no dia 28 de
dezembro, do ano de Deus 1599.
William Schaw, Mestre do Trabalho,

Vigilante dos Maçons.

Você também pode gostar