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As Luvas Brancas na Maçonaria

À G∴D∴G∴A∴D∴U∴

A∴R∴L∴S∴ Thomas Morus 4006

As luvas brancas têm sido usadas pelos irmãos maçons como marca
de distinção e pureza. Porém, percebe-se que a utilização desse símbolo
está caindo em desuso entre os maçons.

No Ritual do Grau de Aprendiz Maçom podemos ler:

Obedecendo a uma antiga tradição, ofereço-vos dois pares de luvas.

Uma é para vós; pela sua alvura vos recordará a candura que deve
reinar no coração dos Maçons e, ao mesmo tempo, vos avisará de que nunca
devereis manchar as vossas mãos nas impurezas do vício e do crime;

O outro será para oferecerdes àquela que mais estimardes e que mais
direito tiver ao vosso respeito, a fim de que ela vos recorde constantemente os
deveres que acabais de contrair para a Maçonaria.

Embora acolhendo os significados do texto acima -, atrela-se a


realidade da homenagem “a virtude de uma mulher” que, mãe, esposa,
irmã ou filha, que sempre de corações afetivos, trazem consolações e
comodidades nas horas felizes da família, como nas atribulações e nos
desfalecimentos da vida e de seu esposo.

A luva branca que o iniciado recebe, revela por sua brancura, que
nunca deveis manchá-las, incólumes as vossas mãos, das águas sujas do
vício.







Registros dão conta de que: dos 2 (dois) pares de luvas, um será


destinado ao uso pelo irmão em reuniões (específicas). Sendo o outro par
entregue àquela que mais direito tiver a vossa estima e ao vosso afeto.

Segundo Wirth:

“As luvas brancas, recebidas no dia de sua iniciação, evoca ao maçom a


recordação de seus compromissos. A dama que lhes mostrará as luvas se tiver
a ponto de fracassar, lhe aparecerá como sua consciência viva, como a
guardião de sua honra. Que missão mais elevada poderia ele confiar à dama
que mais ele ama?”

A Maçonaria tem as luvas brancas como o símbolo do amor e do


carinho para com a mulher.

Conceitos antigos

Possivelmente, sua origem remonta ao século X. Uma crônica relata


que, no ano 960, os monges do Monastério de São Albano, em Mogúncia
na Alemanha, ofereciam um par de luvas ao bispo, em sua investidura. Na
oração, que se pronunciava na cerimônia da investidura, implorava-se a
Deus que vestisse, com pureza, as mãos de seu servente.

Na Idade Média, os dignitários eclesiásticos como o Papa, cardeais e


bispos, usavam luvas para os atos litúrgicos.

A maçonaria chamada operativa, utilizava as luvas para proteger as


mãos dos seus pedreiros nos campos de trabalhos ou construções. Ação
que se distende até os dias de hoje – trazendo consigo um lema “Como
representação simbólica de proteção das mãos contra as impurezas
morais”.

Durandus de Mende (1237-1206 a. C) interpretava as luvas como


símbolo de modéstia, já que as boas obras executadas com humildade
devem ser mantidas em segredo. Na investidura dos reis da França, estes
recebiam um par de luvas, tal como os bispos. As mãos ungidas e








consagradas do rei, assim como as de um bispo, não deviam ter contato


com coisas impuras.

Depois da cerimônia, o Hospitaleirio queimava-as, para impedir que


pudessem ser utilizadas para usos profanos.

No ano 1322, em Ely (cidade inglesa, onde se levanta uma grande


catedral), o Sacristão comprou luvas para os maçons ocupados na “nova
obra”; em 1456, no Colégio Eton, destaca-se que cinco pares de luvas foram
entregues aos pedreiros que edificavam os muros, “como é obrigação por
costume”.

Também, há um documento que precisa que, no Colégio Canterbury,


em Oxford, o Mordomo anotou, em suas contas, que se deram vinte
“pence” como “Glove Money” (dinheiro de luva) a todos os maçons
ocupados na reconstrução do Colégio”. Em 1423, em York (Inglaterra) dez
pares de luvas foram subministrados aos pedreiros “setters”, com um custo
total de dezoito “pence”. Também na Inglaterra, nas épocas Isabelina e
Jacobina (1558-1625), as luvas tinham um prestígio difícil de compreender
na atualidade. Tratava-se de um artigo de luxo, possuidor de muito
simbolismo, e constituíam um presente apreciado. A luva significava,
então, um profundo e recíproco vínculo entre quem a dava e quem a
recebia.

Marco de uso na Maçonaria

As luvas lembram proteção. No passado serviam para proteger as


mãos contra o frio, o fogo, as impurezas e no trabalho.

Antigamente a nossa Ordem eram compostas por pedreiros “Maçons


Operativos” que eram (Construtores de Catedrais, Castelos e Mausoléus
etc.) que as transformava em belas peças de arquiteturas.

A construção destes eram traçados e planejados pelos maçons


Operativos em reuniões e o resultado dos projetos definidos era mantido
em sigilos.








No entanto, com advento da tecnologia, os maçons antigos foram


paulatinamente integrados à Maçonaria especulativa passando o talhar da
pedra bruta. Baliza que o Edifício que se constrói (hoje) é simbolicamente
o Edifício (social, moral e ético), através do exemplo de ação, que simboliza
o crescimento da humanidade, edificando conceitos de liberdade,
igualdade e fraternidade, com o aprimoramento do caráter.

Como usar a luva branca?

Não existe uma forma padronizada e recomendada pela Maçonaria.


Porém, popularizou-se o costume de orientar a “Cunhada” a ter sempre
consigo o seu par de luvas, pois em momentos de dificuldades,
discretamente deixa a luva em exibição, não se preocupando com a
configuração da apresentação.

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Roberto Machado - M∴M∴


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