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LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE

Ir. Maurilo Humberto, M.’.M.’.

ARLS MARREY JR – 01 AGOSTO DE 2017

Foi o lema da Revolução Francesa. O slogan sobreviveu à revolução, tornando-se


o grito de ativistas em prol da democracia liberal ou constitucional e da derrubada de
governos opressores à sua realização. O slogan é citado na Constituição francesa
de 1946 e 1958.
Embora seja impossível apontar um autor, um dia, uma hora, e termos de
apontar o seu aparecimento como sendo sobretudo criação coletiva dessa conturbada
época, quem na verdade se refere a esta trilogia primeiro parece fora desse contexto
revolucionário. Ela pertence ao humanista cristão Étienne de La Boétie, amigo
de Montaigne e colaborador de Michel de l´Hôpital, que a escrevera, já por volta
de 1550, no seu "Discours de la servitude volontaire" ("Discurso da servidão
voluntária")[1].
Em seguida, encontramos os três princípios nas obras de alguns
autores católicos do século XVII com igual propósito, nomeadamente em Antoine
Arnauld que propõe, em 1644, uma tradução do "De moribus ecclesiæ catholicæ",
de Santo Agostinho no qual se lê que: a Igreja reúne os homens em fraternidade, que
os religiosos vivem a igualdade por não terem propriedades, que os fiéis “vivem
na caridade, na santidade e na liberdade cristã”[2].
Só muito mais tarde, em Maio de 1791, vemo-lo num discurso inflamado de René
Louis de Girardin, marquês de Vauvray, dirigido aos membros do Clube dos Cordeliers,
no qual, pela primeira vez, foi proposta o lema “Liberdade, igualdade,
fraternidade”[3] que a partir daí se tornaria a da República Francesa e por "simpatia" ou
"incorporação" o da francomaçonaria que a apoiava[4].
Liberdade, igualdade, fraternidade ou a morte!
A sua fidelização. enquanto divisa simbólica, surgirá reforçada logo em 1793 com
o hebertista Antoine-François Momoro ordenando aos seus cidadãos, de Paris, a
pendurarem nas suas casas, em grandes caracteres, as seguintes palavras: "Unidade,
Indivisibilidade da República, Liberdade, Igualdade, Fraternidade, ou a Morte”[5] e que
estava dentro do seu espírito ateu e grande divulgador do Culto da Razão.
Durante a ocupação alemã na França durante a II Guerra Mundial o lema foi
substituído na área do governo de Vichy com a frase Travail, famille, patrie (trabalho,
família e pátria) para evitar possíveis interpretações subversivas e desordenadas.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Libert%C3%A9,_%C3%A9galit%C3%A9,_fraternit%C3%A9

LIBERDADE
“Há duas liberdades: a falsa, em que cada um é livre de fazer o que lhes apraz, e a
verdadeira, em que é livre de fazer o que deve”
Kingsley

“Subordinar-se aos preceitos da razão, eis a verdadeira liberdade”


Plutarco

Sem liberdade, não haverá Maçonaria. Aquela é o clima desta, ou seja; o seu sol
vivificado. Isso porque a Liberdade é um dos três princípios que compõem o lema
emancipador e regenerador da Maçonaria.
Quando a Liberdade se afasta de um povo, a tirania dele se apodera, roubando-
lhes as prerrogativas mais naturais, como o próprio dever de pensar.
A Liberdade é um direito inerente a humana natureza e que concede aos homens
a faculdade de agir segundo os ditames de sua consciência, pelo qual é dono e
responsável de seus atos.
A Liberdade tem a Natureza por princípio, a Justiça por regra e por salvaguarda
a Lei. Seus princípios morais estão compreendidos na sublime máxima que a Maçonaria
coloca sempre em primeiro termo:
- “O que não queres para ti, não queiras para outros”
- “Liberdade para toda a humanidade”
Este é o lema das sociedades que se propõem à abolição da escravatura, seja ela
física ou mental.
Nobre a tarefa que encerra um dos mais belos ideais maçônicos, o de apagar esse
padrão de desonra e que envergonha a época moderna.
Liberdade! É a senda que seguem os maçons que se tornam livres, prefeitos e
fraternos.
A Liberdade que buscam os maçons não é a liberdade de fazer exatamente o que
lhes venha na vontade, senão a liberdade apoiada na Ordem e na Lei. Liberdade de
pensamento, liberdade de palavra falada ou escrita, liberdade de trabalho e liberdade
de seguir, ante Deus e ante os homens, dentro dos preceitos do amor.

IGUALDADE
“A primeira sensação que experimento ao encontrar-me na presença de uma
criatura humana, por mais humilde que seja a sua condição, é da igualdade originária
da espécie. Uma vez dominado por esta ideia, preocupa-me muito mais do que ser-lhe
útil ou agradável, o não ofender nem ao de leve a sua dignidade”
Alexis de Tocqueville (1805-1859)

A doutrina da Igualdade é esposada pela Maçonaria como base dos direitos


naturais do homem. É o princípio jurídico de que não deve existir privilégios de castas,
ou de indivíduos, porque todos se originam de uma mesma Fonte Criadora, Deus.
É a segunda das três palavras que formam o lema maçônico. Traduz-se pela
conformidade absoluta, pela ausência completa de todo privilégio, de toda distinção de
casta e classes ante os homens, colocando todos os cidadãos em uma mesma categoria,
no conceito dos direitos e dos bens.
O sentido desta palavra somente se encontra claramente determinado nas
ciências positivas, nas quais se expressa a relação que existe entre duas quantidades,
uma não excedendo de outra. Mas nas ciências morais e políticas, ainda que se
empregue com frequência, esta palavra não foi rigorosamente definida. Nem a
antiguidade nos oferece nada que seja aplicável ao presente, nem os legisladores de
nosso século puderam encontrar ainda a fórmula para estabelecer essa igualdade tão
necessária como difícil, se não de impossível realização.
“A igualdade é a coisa mais natural e, ao mesmo tempo, mais quimérica” – Voltaire
“A igualdade é uma lei divina, uma lei anterior à todas as leis, da qual todas devem se
derivar” – Larousse
“A igualde natural dos homens, primeira base de seus direitos, é o fundamento de toda
verdadeira moral” – Condorcet
“A igualdade está na liberdade moral – Franklin
“A primeira igualdade é a equidade” – Victor Hugo
A Maçonaria cobre a todos debaixo do manto da mais doce igualdade; a todos
une debaixo do carinhoso título de Irmão.

FRATERDADE

“Fraternidade é a elevação dos sentimentos humanos à sua quintessência; a harmonia


travestida de amizade, para a felicidade da vida; a luz espiritual que ilumina os
caminhos da humanidade, para o transito da paz; a fé que alimenta o amor, para a
realização do bem; a bússola que indica o norte eterno”
A.A.K. (Helvécio de Resende Urbano Jr)

O terceiro ponto do triangulo sócio-filosófico-maçônico chama-se Fraternidade.


A Maçonaria é uma doutrina de fraternidade. Para os maçons, a fraternidade é um laço
simbólico que une a todos por igual, na superfície da terra. Pela Fraternidade “Um por
todos e todos por um”, que é o sábio pensamento conciso da porta dos templos
maçônicos e é a razão de ser no concerto universal.
A Loja onde essa tocha tenha, por ventura, perdido o seu brilho, é Loja morta,
pedra de escândalo para a Instituição. Demonstra que seu nível mental baixou a zero,
ou os seus “operários” se acham abastardados de egoísmo, inflados de errônea e
lamentável vaidade.
A prova da verdadeira Maçonaria, isto é, do cumprimento de sua missão entre
os homens, está, justamente, no ensinamento e prática dessa sublime virtude, a
fraternidade.
Por isso, “o seu terceiro princípio social é o que, para os maçons, constitui a
dignidade e a prosperidade da Família, da Sociedade e da Humanidade, em geral”.
A Fraternidade, na ordem social, constitui um princípio para mitigar os pesares e
para poder alcançar a verdadeira felicidade, e distribuir, durante a curta viagem pelo
caminho da vida, os benefícios que a existência há inspirado o maçom dentro de
ensinamentos simbólicos.
A Maçonaria é, não há como negar, a grande Escola de Fraternidade. Na nudez
imutável dos seus símbolos está o grande livro, o Magno ensinamento para todos os
seus adeptos, porque ela considera o “Amai-vos uns aos outros”, Lei Suprema da Vida.

Bibliografia

Este capítulo pertence ao livro Arsenium, o simbolismo maçônico, kabbala, gnose e filosofia – de Helvécio de Resende
Urbano Junior, Ali A’l Khan; M.’.I.’. Gr 33; G.’.I.’.G.’. do Sup.’. Cons.’. do Gr.’. 33 do R.’.E.’.A.’.A.’.

Mitigar - verbo & transitivo direto e pronominal


tornar(-se) mais brando, mais suave, menos intenso (ger. dor, sofrimento etc.); aliviar, suavizar, aplacar.

Apotegma - substantivo masculino


ret dito ou palavra memorável, lapidar, proferida por personagem célebre; máxima, aforismo ☞ f. não
pref.: APOFTEGMA.

herbetistas, partidários de Jacques René Hébert - foi um político francês e um jornalista francês.Redator do Père
Duchesne, exerceu preponderante influência na Comuna de Paris. Chefe da facção ultra revolucionária, da extrema-
esquerda jacobina, entrou em luta com Robespierre, este mandou aprisioná-lo. Subiu ao cadafalso com seus
partidários, chamados hebertistas. Jacques Hébert, também foi responsável por propor na França , no período de
Terror, o processo de Descristianização .

Alexis de Tocqueville (1805-1859) foi um pensador político e estadista francês. Foi considerado um dos grandes
teóricos sobre a democracia americana.
Marie Jean Antoine Nicolas de Caritat, Marquês de Condorcet, normalmente referido como Nicolas de Condorcet, foi
um filósofo e matemático francês.

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