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O título de Aprendiz significa em qualquer dos ritos, “um que aprende”. Eis
porque os Irmãos desse Grau não têm direito de discutir e votarem os assuntos em
debate dentro da Loja, salvo os que referirem à admissão de profanos, filiações ou
regularizações de outros Irmãos. Enquanto não alcançar a plenitude dos seus
direitos, a missão do Aprendiz resume-se em estudar, ouvir, ver e calar.
As três colunas de nossa Loja, Sabedoria, Força e Beleza, são a nossa orientação e
a sustentação perante todas as dificuldades apresentadas no dia-a-dia.
Paralelamente, irmanadas do mesmo espírito de divindade, encontramos três
palavras de grande significado moral: Fé, Esperança e Caridade que devem ornar o
espírito e o coração de qualquer ser humano e principalmente dos maçons, cujos
ensinamentos de moral, de amor ao próximo, de fraternidade, devem ser
espalhados aos quatro ventos da Terra.. A sinceridade, a coragem e a
perseverança, deverão ser companheiros inseparáveis do maçom.
Uma humanidade que exponha toda sua manifestação e que seja capaz de trazer a
tona o super homem, não o de Nietzsche, mais aquele de consciência cósmica, o
homem integral, qual a proposta da dialética de conhecer a verdade pela totalidade
que se determina no conhecimento pleno da identificação do ser, traduz sua
liberdade pela felicidade de usufruir do conhecimento e de sua plenitude de
conduta, é senhor de si e interage com outra lógica social que determina no ser a
supremacia, em detrimento do ter.
Na 1ª instrução, vimos que a maçonaria faz uso da simbologia e que tem por
finalidade preservar de curiosos ou profanos seus desígnios, só sendo revelados aos
iniciados, destacando que estes devem desbastar a pedra bruta, ou seja, começar
urgentemente seu trabalho de aprimoramento moral.
O templo é o universo a criação do G.'. A.'. D.'. U.'., e nós somos obreiros,
devemos ter em nós as bases ou colunas que sustentam essa grande obra, que são
a sabedoria, a força e a beleza. A primeira deve nos conduzir no caminho reto da
virtude, a segunda nos encorajar diante das dificuldades, dos problemas do
cotidiano, das perseguições, etc, e a terceira coluna deve transparecer límpida em
nossos atos, pois tudo o que é criação do G.'. A.'. D.'. U.'. é belo e expõe sua
grandiosidade e harmonia.
Esta instrução ainda faz alusão à cerimônia de iniciação quando o neófito é levado a
contemplar desde a origem dos homens até sua elevação, passando pela
purificação que são os despojos das avarezas e paixões materiais, lembrando o
juramento de auxilio aos IIr.'., e de segredo dos ensinamentos.
Para conseguir a luz o homem deve desvencilhar-se das trevas, respeitar a obra
divina, pois esta se faz sagrada, a busca por círculos de convivência infinitos com
base na retidão, o número de aprendiz simboliza os orientes recuados que iniciaram
o cultivo das ciências, além das purificações na viagem simbólica do neófito e sua
idade a idade de aprendiz, pois era o tempo necessário que este utilizava nos
antigos templos para trabalhar a pedra bruta das suas imperfeições. A harmonia é
representada pela romã que possui nas sementes a união da família maçônica e a
duração dos trabalhos de aprendiz se reporta a uma homenagem a Zoroastro que
neste horário reunia seus discípulos para os trabalhos.
Na quinta instrução ficou claro que temos nas reuniões uma demonstração
simbólica de conivência no mundo, o templo demonstra o mundo em sua
universalidade, as construções históricas da humanidade também são pontos de
simbolismo como é o caso da cultura e sabedoria e suas origens, assim também é o
templo, com o caminhar do Oriente ao Ocidente, todos os obreiros possuem
singular significado na loja e devem atuar de forma decisiva para a harmonia para
que os trabalhos decorram justos e perfeitos trabalhos, assim como deverá ocorrer
no mundo profano.
O combate a chagas fundamentais da sociedade também é propósito dessa
instrução, que enxerga na ignorância uma mácula grande que perturba a paz social
e o progresso, além do fanatismo que é derivação da ignorância, onde distorce os
conceitos e determina a falência dos povos e por fim declama contra a superstição
como fantasma da razão que impele o indivíduo ao oceano da ignorância.
Livro: Maçonaria – 100 Instruções de Aprendiz Maçom – Raymundo Delia Junior – 2009.