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À G.'. D.'. G.'. A.'. D.'. U.'.

Trabalho da 6ª Instrução do Grau de Aprendiz – 1º Gr.'.

O título de Aprendiz significa em qualquer dos ritos, “um que aprende”. Eis
porque os Irmãos desse Grau não têm direito de discutir e votarem os assuntos em
debate dentro da Loja, salvo os que referirem à admissão de profanos, filiações ou
regularizações de outros Irmãos. Enquanto não alcançar a plenitude dos seus
direitos, a missão do Aprendiz resume-se em estudar, ouvir, ver e calar.

Citada tantas vezes, ”desbastar a Pedra Bruta”, de grande e elevado significado,


consiste em trabalhar no desbastamento das arestas da mesma para adquirir
conhecimentos do simbolismo e da respectiva interpretação filosófica orientados
pelos nossos Mestres, que no uso de seu avental característico, mostra o respeito
às regras, condutas e princípios da ordem, buscando seu crescimento espiritual.

As três colunas de nossa Loja, Sabedoria, Força e Beleza, são a nossa orientação e
a sustentação perante todas as dificuldades apresentadas no dia-a-dia.
Paralelamente, irmanadas do mesmo espírito de divindade, encontramos três
palavras de grande significado moral: Fé, Esperança e Caridade que devem ornar o
espírito e o coração de qualquer ser humano e principalmente dos maçons, cujos
ensinamentos de moral, de amor ao próximo, de fraternidade, devem ser
espalhados aos quatro ventos da Terra.. A sinceridade, a coragem e a
perseverança, deverão ser companheiros inseparáveis do maçom.

O Pavimento de Mosaico formado de ladrilhos quadriláteros, alternados em branco


e negro, símbolo de relevante importância. O significado simbólico compreende
várias interpretações, sendo a mais comum a mistura das raças, das condições
sociais do dualismo em todos os aspectos exotéricos e esotéricos. Os Irmãos das
suas colunas observam frontalmente esse pavimento para ter sempre presente o
simbolismo do dualismo. O dualismo impõe uma escolha; não se pode abarcar ao
mesmo tempo a presença e a ausência, o dia e a noite.

Trabalhar para a emancipação humana é tarefa primorosa, vejo sempre em minha


mente, através de uma imaginação substantiva que procura determinar com a
razão, apoiada pela subjetividade do sentimento, a glória de uma sociedade livre
das paixões, dos vícios, que possa transparecer a humanidade tão buscada pelo
iluminismo, mais compreendida superficialmente.

Nosso templo maçônico é sustentado por 12 colunas que representam os 12 signos,


assim, fica claramente demonstrado o quanto que simbolicamente o nosso Templo
representa o Universo. Temos também as romãs, que mostram os bens produzidos
pela influência das estações, representam as Lojas e os maçons espalhados pela
superfície da terra; suas sementes intimamente unidas nos lembram a fraternidade
e a união.

Uma humanidade que exponha toda sua manifestação e que seja capaz de trazer a
tona o super homem, não o de Nietzsche, mais aquele de consciência cósmica, o
homem integral, qual a proposta da dialética de conhecer a verdade pela totalidade
que se determina no conhecimento pleno da identificação do ser, traduz sua
liberdade pela felicidade de usufruir do conhecimento e de sua plenitude de
conduta, é senhor de si e interage com outra lógica social que determina no ser a
supremacia, em detrimento do ter.
Na 1ª instrução, vimos que a maçonaria faz uso da simbologia e que tem por
finalidade preservar de curiosos ou profanos seus desígnios, só sendo revelados aos
iniciados, destacando que estes devem desbastar a pedra bruta, ou seja, começar
urgentemente seu trabalho de aprimoramento moral.

 A régua possui a simbologia do aproveitamento de nossas horas, possuindo


o homem como destino, a perfeição, nada deve nos afligir em demasia,
assim, o tempo deve ser utilizado de forma proveitosa e com parcimônia, a
fim de que possamos fazer um bom proveito dele de forma racional,
atendendo as necessidades do descanso e da elevação física e espiritual.
 O Malho remete a harmonia entre a habilidade que é a técnica, a vontade
que é a determinação de agir e a razão que se baseia na pré-ideação nata a
todos os homens; de posse dessa harmonia, o pensamento projetado pela
análise de realização que caracteriza a razão e a vontade, supera a
concepção das coisas a priori e determina na ação a realização da ideação.
Neste sentido o Maço representa a ação consciente do homem que age e
sente os frutos benéficos de suas ações.

 Com o cinzel veremos a necessidade de sermos perseverantes na construção


de nossa elevação, tal qual um material in natura, necessitamos de vários
polimentos para alcançarmos a iluminação, experiências diversas para a
construção da sabedoria e a constante prática de bons costumes, a fim de
que possamos determinar um hábito na prática da virtude.

Na segunda instrução, explicando a simbologia contida no painel da loja,


apresenta inicialmente alguns fatos históricos que clarificam a existência da ordem
Maçônica; determina ao aprendiz a sua tarefa de reforma axiológica, informando-o
que só após sua construção balisar, poderá descansar os instrumentos de
burilamento ou de desbastamento das imperfeições ou vícios, passando a
construções mais elevadas.

O caminho contido simbolicamente no painel da loja deve ser compreendido a fim


de que possa o aprendiz galgá-lo com firmeza. Neste sentido, o templo é tão
grande quanto à necessidade suprema e universal da caridade, que não poderá ser
compreendida como assistencialismo, mais sim como dever de colaboração para
com o progresso do próximo.

O templo é o universo a criação do G.'. A.'. D.'. U.'., e nós somos obreiros,
devemos ter em nós as bases ou colunas que sustentam essa grande obra, que são
a sabedoria, a força e a beleza. A primeira deve nos conduzir no caminho reto da
virtude, a segunda nos encorajar diante das dificuldades, dos problemas do
cotidiano, das perseguições, etc, e a terceira coluna deve transparecer límpida em
nossos atos, pois tudo o que é criação do G.'. A.'. D.'. U.'. é belo e expõe sua
grandiosidade e harmonia.

Não obstante a grandeza das colunas em sua simbologia de sustentação da obra da


criação universal sucederá ainda, que nossa individualidade imprima singular
relevância na grandiosa obra social e é indispensável que assim seja, para
podermos participar com nossa força, beleza e sabedoria de forma direta e
personalíssima na construção da G.'. D.'. G.'. A.'. D.'. U.'..

Os degraus do painel nos revelam a caminhada pelas virtudes que deveremos


desenvolver na construção de nossa perfeição moral, devendo estabelecer o cultivo
da Fé no G.'. A.'. D.'. U.'., esperança na arquitetura e realização ou seja ação
pela caridade que deve ser da amplitude do sol representado no painel, o mosaico
nos determina que existe ‘ordo ab chao’, a orla representa a humanidade unida em
prol de uma única causa, a felicidade e o progresso ou seja a G.'. D.'. G.'. A.'.
D.'. U.'.; as borlas representam as virtudes que nossos IIr.'. sempre cultivaram e o
livro da Lei é a dimensão deontológica apoiada na fé que nos aponta o caminho ao
telos aspirado. Esse simbolismo motiva um terreno de retidão que deveremos nos
permitir sempre em suas dimensões sem transpor seus limites, teremos êxito, ou
seja, com virtude e moral seremos luzes.

A terceira instrução nos apresenta um entendimento pacífico entre os maçons


que é a existência do G.'. A.'. D.'. U.'., estabelecendo que a razão nos apresenta
a distinção do certo e do errado, além de apresentar à maçonaria como sistema
apropriado e prático para a construção desse entendimento.

A liberdade além de ser cobrada para pertencimento à ordem é compreendida


além da matéria, deve, portanto o maçom ser livre por inteiro, ser senhor de si na
mais profunda exatidão do termo, além do cultivo de virtude que advém da
compreensão de que sua construção não se baliza nas posses materiais.

Esta instrução ainda faz alusão à cerimônia de iniciação quando o neófito é levado a
contemplar desde a origem dos homens até sua elevação, passando pela
purificação que são os despojos das avarezas e paixões materiais, lembrando o
juramento de auxilio aos IIr.'., e de segredo dos ensinamentos.

A quarta instrução reclama como forma de prática e de confraternização das


virtudes o culto da Maçonaria, determina como base à crença em Deus e como
princípios a Liberdade além das virtudes como a caridade, cabendo ao Maçom
honrar o G.'. A.'. D.'. U.'., e respeitar o próximo como a si próprio.
Confere a forma de reconhecimento do Maçom pelo S.'., T.'. e P.'..

Explica os sentidos do reconhecimento do Maçom, onde o sinal representa o


testemunho do juramento, o toque para pedir a palavra sagrada e a palavra que
não é pronunciada pelo aprendiz devido a sua condição mesma de aprendiz, ensina
ainda a composição da loja com no mínimo três mestres e num total de pelo menos
sete obreiros, a forma correta de adentrar no templo com três pancadas
significando a caminhada e vida do Maçom, - bati e sereis atendidos – pedi e
recebereis – procurais e encontrareis.

Para conseguir a luz o homem deve desvencilhar-se das trevas, respeitar a obra
divina, pois esta se faz sagrada, a busca por círculos de convivência infinitos com
base na retidão, o número de aprendiz simboliza os orientes recuados que iniciaram
o cultivo das ciências, além das purificações na viagem simbólica do neófito e sua
idade a idade de aprendiz, pois era o tempo necessário que este utilizava nos
antigos templos para trabalhar a pedra bruta das suas imperfeições. A harmonia é
representada pela romã que possui nas sementes a união da família maçônica e a
duração dos trabalhos de aprendiz se reporta a uma homenagem a Zoroastro que
neste horário reunia seus discípulos para os trabalhos.

Na quinta instrução ficou claro que temos nas reuniões uma demonstração
simbólica de conivência no mundo, o templo demonstra o mundo em sua
universalidade, as construções históricas da humanidade também são pontos de
simbolismo como é o caso da cultura e sabedoria e suas origens, assim também é o
templo, com o caminhar do Oriente ao Ocidente, todos os obreiros possuem
singular significado na loja e devem atuar de forma decisiva para a harmonia para
que os trabalhos decorram justos e perfeitos trabalhos, assim como deverá ocorrer
no mundo profano.
O combate a chagas fundamentais da sociedade também é propósito dessa
instrução, que enxerga na ignorância uma mácula grande que perturba a paz social
e o progresso, além do fanatismo que é derivação da ignorância, onde distorce os
conceitos e determina a falência dos povos e por fim declama contra a superstição
como fantasma da razão que impele o indivíduo ao oceano da ignorância.

A sexta instrução, além de apresentar a simbologia da loja ou do templo,


algumas já decifradas neste trabalho nas outras instruções, veremos como
significativo o entendimento do mundo espiritual (Oriente) e o mundo material ou
visível (Ocidente), a pedra polida que representa o homem após a sua devia
lapidação o Compasso e o Esquadro símbolos de uma construção sólida que nos
permitirá enquanto construtores sociais e com a devida retidão e prática das
virtudes estabelecermos solidamente uma axiologia de harmonia e uma construção
relevante de convivência social.

O nível e o prumo como símbolos da igualdade e da justiça, somos originários da


mesma fonte e, portanto iguais além de termos o dever de agirmos com justiça, o
que inclui a prática da indulgencia e do perdão para com nossos semelhantes.

O Malho e o Cinzel como instrumentos da inteligência e da razão, capaz de libertar


o homem no saber do bem e do mal. O Mosaico e a Orla Dentada que representam
além de outros episódios a unidade na diversidade.

O que nos tem chamado a atenção é a necessidade de apreensão da simbologia,


para podermos viver o culto Maçônico em sua total amplitude, pois a mim tem se
demonstrado, salvo engano, que cada reunião é uma vivência de conduta Maçônica
nos moldes que deveriam ocorrer no mundo profano, guardada as proporções
ritualísticas, porém é impressionante essa percepção e de uma grandiosidade
ímpar; parece-me então que compreendido e absorvido em sua totalidade, o rito se
transforma na prática em media rés do aprimoramento ético e moral e em um
fortalecimento constante para a vivência virtuosa no mundo profano.

Convém se ter em vista o lema principal da Ordem, definido em três palavras


inspiradoras de três princípios: Liberdade, Igualdade, Fraternidade, que dão luz à
caminhada onde o aprendiz deverá ultrapassar as paixões e a matéria para
estabelecer-se como ser pleno no plano espiritual para o desenvolvimento da
humanidade.

Ir.'. Aprendiz – Cleverson G. G. Oliveira e Ir.'. Aprendiz – Ronivon Pereira Machado

A.'. R.'. L.'. S.'. Obreiros de São João batista Nº 122


GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO ESTADO DA BAHIA
Oriente de Presidente Dutra – BA – 2010

Livro: Maçonaria – 100 Instruções de Aprendiz Maçom – Raymundo Delia Junior – 2009.

Ven.'. Mestre – Éden Vespaziano


MM.'. AA.'. LL.'. E AA.'.
A.'. R.'. L.'. S.'. União e Trabalho Nº 12
GRANDE LOJA MAÇÔNICA DE PERNAMBUCO - Oriente: Recife – PE - 2009

Valdemar Sansão – M.’.M.’. <vsansão@uol.com.br>

Fonte de Consulta – Obra “Benvindo à Maçonaria” - Valdemar Sansão


(aguardando publicação).

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