SEGUNDA INSTRUCÃO DO COMPANHEIRO MAÇOM

Inicialmente começamos com a seguinte definição: “Que é ser companheiro? É o

obreiro reconhecido apto para exercer sua arte, e consciente de sua energia de
trabalho, cujo dever é realizar praticamente o plano teórico traçado pelos mestres,o
trecho acima deixa claro que não é suficiente o trabalho, mas este deve ser
desempenhado com energia, pois o Companheiro trouxe para a sua coluna, a “força’
adquirida na coluna de onde proveio; transformando o plano traçado pelos mestres
em práticas.

Em seguida, o companheiro relata o por que consentistes em ser recebido como

companheiro e logo responde: “ Por que tinha desejo de conhecer os mistérios da
natureza e da ciência, bem como o significado da letra YOD, que corresponde á nossa
letra G”, observamos que não é a curiosidade que move o maçom e sim a fome
(representado pelo desejo) de conhecimento, que é o alimento intelectual para seu
crescimento. A partir desse momento, iniciamos uma profunda e profícua viagem
sobre os significados da letra G, a qual inicialmente possui como simbologia as
seguintes palavras: GEOMETRIA, GERAÇÃO, GRAVIDADE, GÊNIO E GNOSE.

A Geometria se refere a construção universal; a quem pode criar, ou seja, GADU; só

por meio de sua obra é que se podem extrair os conhecimentos para dar polimento ao
homem. “Polir”, aqui, significa tornar o homem de tal forma receptivo que possa
“refletir” a luz recebida. Será o refletor da vontade do Grande Geômetra, Deus;
somente então poderá o Companheiro ocupar um lugar no edifício social, porque
nessa sociedade, dos herméticos, todos refletem a luz divina.

A Geração faz com que lembremos o conhecimento socrático do conhece-te a ti

mesmo; quando o homem conhecer a sua natureza, conhecerá o todo o Universo;
conhecer-se a si mesmo, deduzir de si mesmo, da fome permanente, eterna, universal,
que se situa dentro de si, seja em sua mente, em sua consciência, onde for, constitui o
realizar a obra de vida, pondo assim, em ação a energia vital que sempre existiu no
homem.

A Gravidade, ou melhor, a atração universal, que tende a aproximar os corpos da

ordem física, corresponde, na ordem social, a uma força misteriosa análoga que tende
á reunião, e mesmo á fusão das almas. Corresponde á força que une os corações, que
assegura a solidez do edifício maçônico, cujos materiais são seres vivos, indissolúveis
pela profunda afeição que sentem uns pelos outros.

Gênio é a exaltação fecunda de nossas faculdades intelectuais e imaginativas. Desde

que o espirito, calculadamente, adquira a posse de si mesmo, não saindo dos limites
do talento que possa conter. Importante frisar que a palavra Gênio não significa uma
mente excepcional com um Q.I superior ao normal. Significa o resultado obtido pelo
companheiro de ter chegado ao “conhecimento de si mesmo”.

Por fim, mas não menos importante, temos a palavra Gnose, a qual nos remete ao
conhecimento e ao surgimento de um novo homem a partir da busca pelo
conhecimento.

A passagem entre os graus também é comtemplada por essa instrução, a qual nos
remete a seguinte lição: de nunca nos afastarmos do nosso aprendizado, mantendo-
nos com a mesma disciplina, como Companheiro deverá exercitar a sua “imaginação” e
desenvolver a sua sensibilidade. Depois, estará capacitado a dirigir o seu pensamento
ás raízes de todos os fenômenos, mistérios e hermetismos da ordem Maçônica. Para
essa viagem de conhecimento será necessário o uso dos instrumentos preciosos do
grau para que possamos polir nossa pedra bruta, os quais são: maço, cinzel, régua,
compasso, alavanca e esquadro.

O reconhecimento do Companheiro Maçom se faz por um sinal, duas palavras (

sagrada e de passe) e um toque. O Sinal nos remete o compromisso de amar
fervorosamente e dedicadamente nossos irmãos e recorda o juramento prestado e
que preferimos arrancar nossos corações a falhar com nosso juramento. As palavras de
passe e sagrada tem a origem e a significância, o qual é de fartura e abundancia para a
palavra de passe e Estabilidade e Firmeza para a palavra sagrada.

As colunas são citadas como obeliscos egípcios e como deposito do tesouro oculto, o
qual seria o conhecimento adquirido pela doutrina iniciatica, cujo conhecimento está
reservado aos que não param na superfície e sabem aprofundar-se. O conhecimento
adquirido em nosso grau é muito amplo, e nós companheiros podemos colher a
verdade por todas as partes, entretanto, devemos lembrar-nos de sempre manter uma
linha reta ( régua) de raciocínio, muito bem representada pelos passos do Grau.

Os ornamentos de uma loja de companheiro, são: pavimento mosaico, orla dentada e

estrela Flamejante. Daremos destaque a estrela Flamejante, a qual está entre o sol e a
lua, formando assim um triângulo e nos remetendo ao testemunho da obra de luz, ela
estará sempre com a ponta única voltada para cima, formando a Estrela Hominal dos
pitagóricos, porque nela se inscreve a figura de um homem, simbolizando a alta
espiritualidade humana. A loja maçônica de grau dois é constituída por joias moveis
(Esquadro, Nível e prumo) e imóveis (pedra bruta, pedra cúbica e painel da loja), além
disso, nosso templo possui três janelas (oriente, sul e ocidente), pelas quais emergem
a luz.

Para completar os ensinamentos do Grau de Companheiro é necessário a idade de 5

anos, a qual faz com que refletíssemos sobre a quintessência, concebida como espirito
universal das coisas ou como um quinto principio, reduzindo á unidade o quaternário
dos elementos.
A instrução do segundo grau é o fato de fazermos refletir sobre o autoconhecimento, e
como podemos atingir ele em nossa jornada maçônica, encerro com a frase do Filosofo
Inglês Francis Bacon: “ Triste é o homem que morre conhecido por todos, mas
desconhecido de si mesmo”.

A∴ R∴ L∴ S∴ Pioneiros do Nordeste, nº 86

Guanhães, 10 de Outubro de 2023

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Ir∴Stênio Freitas Aguiar

CIM: 24.381