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Monte Líbano, nº 1666


Sob os Auspícios do Grande Oriente do Brasil
Federada ao Grande Oriente do Estado do Rio de Janeiro

“Pedra Polida”

C... M... Marcos Vinícius Fernandes de Sousa


CIM 238.469

Outubro 2008
“Pedra Polida”
Confesso que, quando li o t‚tulo, fiquei preocupado. Pela importƒncia do simbolismo, que „ a base filos…fica de
nossa institui†‡o.
O polimento da pedra „ simplesmente a raz‡o, o motivo da nossa existˆncia, „ o conhecimento adquirido
quando, em nossa inicia†‡o, fazemos nosso juramento. Quando batemos por trˆs vezes com o ma†o e cinzel sobre a
pedra bruta, temos a obriga†‡o de transforma-la em pedra polida. A compreens‡o, o entender consciente do significado
daquele simbolismo „ o que vai determinar no iniciando de ser ma†om ou estar ma†om.
Em nossos ensinamentos, temos que a Pedra simboliza o Ma†om.
Antes vamos entender como a desbastar a tal “Pedra”, perguntamos qual ser‰ esta pedra?
O dicion‰rio Aur„lio, diz o seguinte:

“Pedra - 1. Mat•ria mineral dura e s‚lida, da natureza das rochas;


2. Material, usado para um fim particular;
3. Pedaƒo de qualquer subst„ncia s‚lida e dura;”

“Polida - 1.Tornado lustroso, friccionado; brunido, lustrado;


2. Ser civilizado;
3. Acabado, foi polido, delicado, cort†s; educado;
4. Superf‡cie lustrada (pedra, madeira, metal, etc.) com o fim de remover-lhe as asperezas e
tornˆ-la lisa e brilhante;
5. Perfeito, primoroso; aperfeiƒoado, aprimorado;”
ou seja, em s‚ntese;

“Pedra Polida - Material Perfeito.”

O que seria?

1. Pedra Cubica ou Polida?


A Pedra Polida pode ser lapidada qualquer que seja o seu formato, oval, esf„rico ou outro qualquer, ficando
livre das arestas. Neste caso, a Pedra Polida n‡o apresentar‰ a retid‡o e os ƒngulos necess‰rios para ser considerada
acabada.
A Pedra CŠbica „ livre de arestas, pois por ser cŠbica, sua retid‡o foi aferida pelo Esquadro da Moral, e suas
medidas, feitas pelo Compasso, de forma a verificar se est‰ adequadamente pronta para ser encaixada ‹ obra.
Portanto, esta n‚o „ uma rela†‡o de equivalˆncia, ou seja, nem toda Pedra CŠbica „ considerada pronta a ser
Polida. Isto „, nem toda Pedra Polida „ Pedra CŠbica. Podemos estarmos polido a pedra ainda com imperfei†Œes,
influenciadas pelas ansiedades da sociedade, sem o seu devido aperfei†oamento, aqui formamos e egocentrismo.
Pois ent‡o, antes de mais nada devemos trabalhar no aprimoramento de n…s mesmos, combatendo os v‚cios e
glorificando o direito e a virtude, em benefƒcio da sociedade, o que simbolicamente denominamos constru†‡o de
Templos „ Virtude.

2. A caminhada
significado:
Pedra Bruta – Imperfei†‡o, pedra na qual se exercitam os Aprendizes;
Pedra CŠbica – Pedra sobre a qual se exercitam os Companheiros;
Pedra Polida – Pedra “trabalhada” pelos Mestres.

Havendo o Aprendiz trabalhado na Pedra Bruta como Malho e o Cinzel, transformando-a num cubo perfeito,
caber ao Companheiro, polir este cubo com o aux‚lio do Esquadro, do N‚vel e do Prumo, tornando-a finalmente em
pedra polida.
Desbastadas as rudes arestas da personalidade, ainda quando Aprendiz, cabe agora, ao Companheiro
disciplinar suas a†Œes atrav„s do conhecimento adquirido realizando contornos e nuances delicadas em seu car‰ter,
fazendo ent‡o, do seu "eu", um cubo perfeito, a ser polido, que assim estar‰ apto a ser utilizada na constru†‡o do
edifico do Templo, isto „, a humanidade Perfeita.

Nesta caminhada tomemos como figura de linguagem trechos do poema do irm‡o M .’. I .’. Pedro Neves
retirado do Livro Análise Do Ritual De Aprendiz Maçom, 2005;
“...O pavimento de mosaico com a sua altern•ncia de cores est‚ sempre a
mostrar a dualidade na vida, amor e ƒdio, belo e feio, rico e pobre.
„ o caminho que o iniciado deve trilhar, entre o preto e o branco,
uma linha muito fina.
O livro da lei … o cƒdigo de moral da institui†‡o.
O malhete … o sˆmbolo do poder.
A espada representa o espˆrito ou a palavra do Supremo ‰rbitro dos Mundos,
a espada flamejante simboliza a espada de fogo que foi usada
pelos querubins do paraˆso,
sƒ o conhecimento elevado nos permite segura-la.
O seu fogo extermina no profano o que existe de mal e faz
nascer um novo homem...
...O aprendiz tenta despertar a for†a da palavra no sinal gutural, nele
a mat…ria sobrepŠe o espˆrito.
O companheiro j‚ come†a a sentir que o espˆrito se faz presente
sobre a mat…ria querendo sobrepuj‚-la, tenta receber as for†as do
alto para direcion‚-las ao cora†‡o.
O mestre n‡o se importa que lhe dividam o corpo, pois sabe que o seu
espˆrito dominou a mat…ria, ele … imortal...

3. A pratica
De nada vale a assimila†‡o de toda uma filosofia de vida, se s… a utilizada em raros momentos, para dar vaz‡o
a uma ret…rica vazia e divorciada da realidade. A‚ reside a maior dificuldade do Ma†om. O resultado, infelizmente, „ a
ausˆncia de sinceridade, de humildade, de tolerƒncia, de esp‚rito de fraternidade e de outras tantas virtudes que
acabam, quando muito permanecendo emba†adas no car‰ter do Ma†om.
A quest‡o da necessidade de aperfei†oamento nem chega a ser um problema, pois „ um consenso que, como
seres humanos, somos todos imperfeitos. Todos temos defeitos, alguns mais evidentes, outros menos. Nesse aspecto,
h‰ um reconhecimento praticamente expl‚cito.
Mas h‰ um reconhecimento tamb„m de que somos, igualmente, todos perfeitos, com as mesmas
possibilidades de atingir um ideal de perfei†‡o que nos diferencie efetivamente dos demais seres considerados
inferiores, cujos instintos, pr…prios da sua natureza, n‡o permitem uma evolu†‡o como a humana. N‡o se trata de nos
tornarmos seres sobre-humanos ou criaturas iguais a deus, mas pessoas de reto pensar e de conduta condizente com
os elevados ideais e princ‚pios proclamados pela Ordem ‹ qual pertencemos.
Para atingir este estado ideal de perfei†‡o, tal como a formula†‡o proposta na alegoria da Pedra CŠbica, al„m
do reconhecimento da nossa natureza inferior e da possibilidade de sua transmuta†‡o, „ preciso um prop…sito firme de
aperfei†oamento, de supera†‡o dos entraves que impedem nossos desenvolvimentos interiores, morais e espirituais.
Aliado a isto „ necess‰rio um constante auto-exame e a aplica†‡o pr‰tica, sincera e honesta, no nosso dia-a-
dia, dos ensinamentos assimilados no plano intelectual. Em conseq•ˆncia, sobressaltar‡o a beleza e a perfei†‡o
observadas na Pedra CŠbica e a Sabedoria inerente ao verdadeiro Ma†om.

Um pouco mais do poema de Pedro Neves;


“...Com o trabalho praticamente concluˆdo, a pedra polida por base, este
… o local escolhido para se colocar o templo interior construˆdo, o
“homem-pedra”. No seu nŒcleo est‡o escondidas as virtudes que foram
cultivadas durante o desenvolvimento espiritual do ser.
Ent‡o ele pode sentir que … justo e perfeito.”

4. O objetivo
A Pedra CŠbica, ou Pedra Polida deve ser sempre o objetivo do Ma†om e dever‰ ser a busca ao qual todos
n…s deveremos buscar em nossas vidas, ‹ partir de agora.
O homem deve ser como a pedra polida, que surge como uma pedra bruta, irregular, multi-angulada, inst‰vel, e
que ao ser lapidada revela toda a beleza contida que existe em todas as coisas da natureza. O ser, enquanto n‡o for
tamb„m lapidado n‡o ser‰ aceito no Castelo da Perfei†‡o.

5. A recompensa
Bom neste objetivo acima citado, cujo solo tem origem Divina, ser‰ a recompensa de uma vida de entrega,
desapego e trabalho na constru†‡o de Templos ‹ Virtude e Masmorras ao V‚cio e ‹s Trevas, que infelizmente,
permeiam nossas vidas, ser‡o sempre vencidas, quando em contato com a Luz e a Grandiosidade do G.’.A.’.D.’.U.’.

6. Bibliografia:

 Reflexo da Senda Ma†•nica - Robson Rodrigues da Silva, Ed. EV, 2005.


 Site do Grande Oriente do Brasil; 2008.
 Revista Superinteressante, Ed. Abril; 2008.
 A Ma†onaria - Ralph Beck, Ed. Planeta, 2005.
 Site da A.'.R.'.L.'.S.'. PEDRA CINTILANTE, 60, Or.’. de Itaperuna, 2008
 Site do Oriente de Porto Alegre - Rio Grande do Sul, 2008
 Maçonaria e Igreja Católica - Benimeli, Caprile e Alberton, Paulus, 2003.

“...Os conhecimentos maƒ‰nicos devem ser direcionados pelo


Companheiro para o campo prˆtico, para os embates de sua vida
diˆria, sob pena de tornarem um mero exemplo de intelectualismo.
Os conhecimentos, por si s‚, nŠo t†m qualquer utilidade, se nŠo
forem postos em pratica, testados e, sobretudo, vivenciados...”

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