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ABERTURA DO LIVRO DA LEI NO GRAU DE COMPANHEIRO

Ir.’. Geraldo Valentin Toledo, C.’. M.’., Or.’. de Ibitinga, 08 de junho de 2.000.

“ISTO ME MOSTROU O SENHOR: O SENHOR ESTAVA DE PÉ SOBRE UM


MURO A PRUMO, COM UM PRUMO NA MÃO. QUE VÊS TU AMÓS? UM PRUMO, EIS QUE
VOU PASSAR AO PRUMO O MEU POVO DE ISRAEL”.

Neste trecho de Amós, observamos dois momentos: o primeiro quando vê, o


segundo quando ouve. Ambos versam sobre calamidade na esfera da religião e da política. O
tecido inteiro da nação estava tão apodrecido que o colapso final era inevitável. O próprio
Deus colocara o prumo. Israel fora medido, fora pesado, e fora achado em falta. Tão conven-
cido estava o profeta da inevitabilidade do julgamento, que nem ao menos pode orar pedindo
um adiamento.

Os lugares sagrados da Palestina, geralmente usados por Israel para uma mistu-
ra entre os ritos pagãos originais com adoração a Deus, tornar-se-iam desolados; assim tam-
bém sucederia aos santuários oficiais em Betel, Gilgal, etc. Os pilares, que sustentavam o edi-
fício religioso de Israel, foram encontrados totalmente tortos pela linha de medir de Deus e a
tempestade do julgamento haveria de derrubar a todos pôr terra. O mesmo se aplicava à estru-
tura política; estava irreparavelmente torta e instável e inevitavelmente cairia, no dia em que
Deus se levantasse contra a casa de Joroboão.

O fio de prumo é representado fixado no centro de um arco de abóboda. É sím-


bolo da Coluna do Sul e, segundo Ragon, significa que devemos possuir a retidão de julga-
mento que nenhuma ligação de interesse ou de parentesco seja capas de perturbar; Wirth,
acrescenta: o Segundo Vigilante contrasta com o Primeiro Vigilante pôr sua doçura.

Ele compreende tudo e sabe desculpar o que é desculpável, constrangido a con-


fessar um erro. O iniciante dirige-se a ele com confiança, adivinhado que qualquer erro pode
ser reparado sob a égide da perpendicular ou fio de prumo. Esse instrumento determina a
vertical, que incita o espírito a descer e a subir. Aprofundando, descobrindo nossos defeitos
nos elevamos acima da plenitude geral, desculpando os defeitos alheios.

O fio de prumo dá a direção do centro da terra; é o símbolo da profundidade e


do conhecimento e de sua retidão; ele previne qualquer desvio oblíquo.
O fio de prumo incita o Irmão, impulsiona-o num plano superior ao das mes-
quinharias, onde a luxúria, a vaidade, o ódio ocupam inadequadamente o pensamento. O ho-
mem deve conhecer o valor das coisas, conhecer o que não tem valor algum, mas que para
tantos, constitui o objetivo de suas pobres vidas.

O desprezo às coisas vãs é resultante do esforço realizado para que o Maçom se


coloque com técnica de vida, numa posição superior, no sentido moral, sem desprezar os seus
semelhantes, mas influenciá-los pela palavra e pelo exemplo.

A máxima socrática do conheça-te a ti mesmo tem, ao lado, a máxima do Grau:


conhece o valor das coisas.

Quanto mais a injustiça se espalha numa sociedade, mais obtuso se torna e


mais se enfraquece o sentido moral e perde-se a capacidade de autocriticar-se. Quanto mais se
mergulha na injustiça, mais se corrompe a consciência. Amós convida-nos a sair do próprio
egoísmo de três maneiras: 01- Olhar realisticamente para si mesmo; 02- Praticar a Justiça; 03-
Procurar sinceramente a Deus.

Amós mostra um interesse especial pôr esta dupla: Justiça e Direito. Direito é a
prática efetiva da justiça na vida cotidiana, nos negócios, na política, no culto e nas questões
jurídicas. Justiça é a virtude do justo, cujo comportamento edifica a comunidade em
suas relações sociais, econômicas, políticas e religiosas.

De maneira particular, devemos possuir e praticar o direito e justiça protegendo


os mais fracos como as viúvas, e os órfãos. O que Amós proclamou não é uma nova ideologia
ou praxe política, e sim as exigências de Deus, que pede justiça, igualdade, liberdade e digni-
dade para todos. Devemos encontrar em nós o prumo que será nossa garantia na construção
perfeita de nosso templo interior.

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Bibliografia:

- Abertura do Livro da Lei dos Graus 1 ao 33 – Marcus Moraes de Jesus – Editora Maçônica
“A Trolha” Ltda.

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