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TEMPO DE ESTUDOS

Assunto: O LIVRO DA LEI

Ao ingressarmos na vida maçônica, tomamos ciência de que embora não


seja a maçonaria uma religião, necessária se faz a crença em um Princípio
Criador, denominado de o Grande Arquiteto do Universo.
E que por isso, torna indispensável, no Altar, estar o Livro da Lei.
A sua leitura é feita em todas as sessões, independente do grau, e tem
por finalidade, embora seja certa a onipresença de Deus, invocar a benção do
Grande Arquiteto do Universo para os trabalhos a serem executados,
propiciando a fraternidade e o amor entre os irmãos.
Na loja maçônica a abertura do Livro Sagrado marca o início real dos trabalhos,
e é considerado liturgia de grande importância, no qual simboliza a presença
efetiva da palavra do G.A.D.U.
Em nosso ritual o V. M.: solicita ao M.:CCer.: para conduzir o Ir.:Orad.: ao Altar
do Juramentos e, ele lê o Salmo.

A abertura do livro da lei não é um ato singelo ** ou seja, mas uma repetição
simbólica da construção do ser humano, o que vale dizer da construção do
templo humano.

Quando o Orador abre o livro da lei, ele está abrindo o Universo e, ao ler em voz
alta o Salmo, oferece seu sopro, iniciando com sua vibração os mistérios ocultos
da Maçonaria, espiritualizando os símbolos que nos cercam. Todos devem
acompanhar o cerimonial com atenção, porque participam dos resultados,
desaparecendo o homem profano, para que, numa perfeita união, as palavras
do Salmista possam penetrar no íntimo de cada um, transformando as
dificuldades da vida em momento de extrema paz.
Em uma boa parte das lojas maçônicas, a abertura do livro sagrado- dá-se no
Salmo 133, que é o Salmo da Fraternidade, onde David enaltece a fraternidade
citando Arão no contexto dos Montes Sião e Hermon.
A leitura do Salmo 133 já era adotado, desde 1128, pelos Cavaleiros Templários,
nas suas cerimônias de iniciações.
"Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união - / - É como
o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de
Arão, e que desce sobre a gola de suas vestes. Como o orvalho de
Hermon, que desce sobre os Montes de Sião, porque ali o senhor ordena
a benção e a vida para sempre."
A expressão ”…quão bom e quão suave” passa o sentido de um significado que
expressa o agradável prazer e sensação recompensadora. Ele faz referência a um ‘viver
em união’, diferente de estar reunidos, como estamos aqui. Ele qualifica esta ‘vida’ em
união de boa e suave - / - Mais para frente ele cita o óleo, porque os sacerdotes eram
ungidos com óleo como símbolo de benção e missão cumprida, naquela época não
estar ‘ungido’ representava tristeza profunda. E por isso, o salmista compara o povo que
vive em união e harmonia, como aqueles que foram abençoados por Jesus.
No último versículo cita sobre as bençãos de Deus perante nossa vida, onde assim
como o orvalho de Hermom, também somos abençoados por Ele.

Num caráter geral, O Livro da Lei é para o maçom especulativo sua verdade
espiritual e constitui a sua regra e guia de conduta, num sentido mais amplo, é a
denominação dada às revelações inspiradas por Deus, transcritas por seus
escolhidos.
No mundo ocidental, o Livro da Lei utilizado é a Bíblia Sagrada, No Egito, o Livro
dos Mortos, no Budismo o Tripitaka, já no islamismo o Alcorão e o Antigo
Testamento no judaísmo, entre outros.
A utilização de outros livros que não seja a bíblia, como os que eu acabei de
citar, tem gerado polêmica entre estudiosos da cultura maçônica.
A Grande Loja da Inglaterra, considerada a Loja Mãe da Maçonaria Universal,
recomenda a utilização da Bíblia e não de qualquer outro livro porque a
Maçonaria tem sua origem nas antigas corporações de mestres pedreiros
construtores igrejas e catedrais formadas sob a influência da Igreja na Idade
Média.
É certo que muitos estudos demonstram que os rituais e lendas maçônicas, as
Palavras Sagradas e de Passes, a doutrina e a Moral Maçônica em todos os
graus do Rito Escocês Antigo e Aceito estão profundamente ligadas a história do
povo israelita no Antigo Testamento e ao ministério de Jesus Cristo no Novo
Testamento, que unidos formam a Bíblia Sagrada.
Entretanto existem muitos os que defendem ser possível a utilização de qualquer
deles, respeitando-se a religião do iniciado, pois é a maçonaria tolerante e aberta
aos homens, independente de sua. Como a nossa querida loja!
Os Maçons reúnem-se, fora do mundo profano, em Lojas onde estão sempre
expostas as três grandes luzes da Ordem: O Livro da Lei, o Esquadro e o
Compasso (O Esquadro e o Compasso que se acham sobre o livro da lei
representam a medida justa que deve encontrar em todos os atos e ações, as
quais não podem afastar da justiça e da retidão, que regem todos os atos de um
verdadeiro Maçom).

Os Maçons prestam os seus juramentos sobre o LIVRO DA LEI, a fim de lhes


dar um caráter solene e sagrado, indispensável à sua eternidade. O Livro da
Lei é o símbolo de Lei moral que cada Maçom deve respeitar e seguir; representa
a filosofia que cada um adota ou a Fé que anima e governa os homens.
Não restam dúvidas que é a parte sagrada de uma Loja, alí o neófito deixará,
quando de seu juramento, todos os seus vícios e paixões.

Vou fazer agora uma associação entre palavras do Livro da Lei e a Maçonaria:

A Iniciação
Está escrito em Isaías, cap. 42, vers. 16: “Encami-nharei os cegos para a estrada
que não sabes. Fá-los-hei andar por veredas que sempre ignoraram. Mudarei as
trevas diante deles em luz e os caminhos tortuosos em direitos”.

O Iniciado Nem Nú, Nem Vestido


Está escrito em Êxodo, cap. 03, vers. 05: “Deus continuou: Não te chegues para
cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra Santa”

A Necessidade de Sete IIr.·. para uma Loja Perfeita


Está escrito em Provérbios, cap. 09, vers. 01: “A sabedoria edificou a sua casa
e lavrou as suas sete colunas”.

Então, para finalizar este trabalho, eu deixo uma última frase a vocês: A Loja
Maçônica não seria justa e nem regular sem a presença do Livro da Lei em
suas sessões.
Bibliografias:
1. GOMES, Pinharanda A Regra Primitiva dos Cavalheiros Templários, Lisboa,
Hugin, 1990, páginas 81 e 149
2. ↑ Traduzindo os “Cânones do Ritual da Recepção na Ordem do Templo”,
número 678, de A Regra Primitiva dos Cavalheiros Templários.
3. ↑ Revista A Trolha, ago. /97 p.30
4. ↑ http://www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_content&view=article
&id=97
5. ↑ Revista A Trolha, mar. /97 p.31

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