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Nesta unidade você vai poder aprender sobre a problemática da localização das
indústrias. Nela vai aprender os principais aspectos a levar em conta na discussão e
debate em volta da tentativa de identificar os factores com maior peso na tomada de
decisão para a localização da actividade industrial.
Objectivos da unidade
Ao terminar esta unidade você será capaz de:
✓ Explicar a problemática da localização industrial;
✓ Identificar os factores de localização industrial;
✓ Explicar as teorias de localização industrial.
LICÃO 4.1. ESTRUTURA E FORMAS DA ACTIVIDADE INDUSTRIAL
Caro Estudante!
2º O nº e tipos de emprego
A avaliação da qualidade industrial é muitas vezes feita em termos de emprego, a
questão é quantas pessoas podem ter emprego na fabrica? É uma das preocupações
fundamentais e imediata na comunidade onde se localiza. Ela representa o impacto
social da presença da actividade Industrial. O emprego potencial da Industria tem sido
a principal preocupação dos governantes desde que as fabricas passaram drenarem
trabalhadores em larga escala de áreas rurais para urbanas, mas recentemente o
emprego potencial tem sido preocupação de interesses locais que desejam atrair as
industrias para as áreas que o desemprego é elevado.
Na abordagem relativa ao impacto social da industria, é preciso ter presente que o
seu estabelecimento não significa necessariamente uma garantia de existência de
empregos, pois os industriais estão atentos relativo as formas de substituir os
empregados por maquinas que são mais eficientes porque não adoecem, não fazem
greves, nem tem problemas sociais. O desenvolvimento da industria poderá significar
redução da procura da mão-de-obra.
Ademais tão importante como o numero de empregos é o tipo de empregos que as
industrias oferecem. Assim, por exemplo, uma industria que oferece apenas um tipo
ou nível de emprego, não pode satisfazer o tipo de balança de empregos que a
comunidade necessita.
As industrias têxteis providenciam abundante emprego para as mulheres, com baixos
níveis de salário, mais oferecem pouco trabalho para os homens. Por outro lado a
proporção de lugares para os não qualificados tende a diminuir-se e com ela as
possibilidades de renda para os sem formação e educação apropriada.
Em termos económicos a tendência é evidente a substituição do homem pelas
maquinas que fazem trabalhos mais pesados, significa que cada trabalhador produz
mais.
4º O impacto Ambiental
Algumas indústrias são vizinhas pouco desejáveis pelos fumos, barulho ou
desperdícios gerados pelos processos de transformação. Elas tendem por isso a
repelirem da sua vizinhança tudo excepto outras indústrias como elas e em
residências das classes mais pobres.
As indústrias que usam a energia eléctrica como processo, em que se verifica o
mínimo de unidade e de pressão localizam-se sem problemas nas áreas residenciais.
Esta segregação das indústrias prejudiciais ao ambiente é actualmente muito ampla,
mas infelizmente nem sempre foi, assim não simplesmente não foi como também não
poderá ser. A ausência de qualquer forma de transporte local mantinha a
interdependência entre as fábricas e os trabalhadores.
Actualmente não é visto como suficiente a segregação da industrias inimigas do
ambiente, diz-se o mesmo em relação as fabricas de explosivos devem localizar-se
em campos abertos e afastados de refinarias de petróleos, mais ainda que se devem
empreender esforços no sentido de se eliminarem as emissões de resíduos
prejudiciais, sólidos, líquidos ou gasosos mesmo que isso aumente os encargos para
os empresários.
No passado, o tratamento dos resíduos era largamente deixada a responsabilidade e
a consciência do industrial. Actualmente, percebe-se que consciência apenas não é
suficiente e que a compulsão é necessária. O impacto ambiental é um factor a ter em
conta na decisão da localização de uma industria pela limitação dos locais disponíveis
para a sua fixação e também nos custos da industria pelos acréscimos necessários
para os processos de purificação.
O Transporte
A Mão-de-Obra
«Depois da Segunda Guerra Mundial este factor teve um papel muito importante na
Europa Ocidental e afirma – se mesmo que a localização de muitas unidades fabris
novas foi guiada pela existência na correspondente região de uma corrente contínua
de trabalhadores disponíveis. Importa, em primeiro lugar, a quantidade de mão-de-
obra, sobretudo em industrias como as eléctricas, as de confecção ou de fabrico de
sapatos, muito exigentes, industrialização de zonas rurais enfrenta, porem algumas
dificuldades, dando-se preferência a localização pelo menos junto de centros
menores, com um mínimo de condições de recepção das unidades mesmo se é
necessário desencadear e organizar migrações pendulares de trabalhadores de
residência rural.
«Nos países de certo nível técnico o factor energia dilui – se na apreciação das
despesas de transporte e das escalas de consumo, pois é a industrialização que faz
descer o preço da energia e não o baixo preço desta que provoca a industrialização.
O que é importante para a indústria é poder dispor de energia em quantidade e
qualidade. Mas a solidariedade técnica das indústrias não se limitas ao domínio
energético: a aglomeração das unidades díspares e independentes faz baixar o
correspondente preço das diversas infra- estruturas que as servem, pela sua utilização
em comum. Noutros casos, a aglomeração envolve unidades especializadas em
produções que entram nos fabricos de outras unidades próximas: divisão de tarefas
traduz-se em trocas constantes de produtos semi- trabalhados e de informações.
Importa por fim sublinhar a instabilidades do efeito de atracção dos diferentes factores
e sua interferência sempre combinada com a de outros, que o podem reforçar ou
apagar. Nenhum dos factores deve, pois ser estudado isoladamente e de forma
independente dos factores vizinhos». Um exemplo característico do nosso país são
as indústrias de S. João de Madeira, ligadas ao fabrico de calçado.
A Inércia Geográfica
«A inércia geográfica consiste numa resistência ao declínio que é em muitos casos,
um factor extremamente forte de preservação duma localização industrial. Uma área
pode ter-se tomado um centro industrial importante graças a existência próxima de
matérias-primas, de fontes de energia ou por ser o ponto de custo mínimo de
transporte; os factores responsáveis pela implantação inicial da indústria em questão
naquele ponto podem ter perdido importância ou até mesmo ter desaparecido e, no
entanto, o centro industrial mantem-se. Nem todas as localizações que perderam a
sua razão de ser continuam contudo, a florescer. Por outro a Europa Ocidental os
«sítios» industrias junto dos moinhos de água encontram-se muitas vezes ocupadas
por ruinas de pequenas fabriquetas. Mas as regiões em que o desenvolvimento
industrial se deu em larga escala tem grandes possibilidades de manter a sua
actividade, mesmo quando as vantagens locativas iniciais desapareceram.
As razões que explicam esta inercia podem ser consideradas em dois grupos. Em
primeiro lugar, a relativa imobilidade do capital-equipamento (edifícios e maquinas),
que é muitas vezes de grande durabilidade e que representa um investimento pesado,
procurando os seus proprietários mante-lo em actividade, mesmo que também é mais
barato expandir a capacidade industrial já existente do que construir novas fábricas
em diferentes regiões. Em segundo lugar, as vantagens induzidas por um centro
industrial antigo podem compensar as suas desvantagens: é caso da existência duma
certa reputação, da presença das facilidades económicas e sociais e da existência de
interdependência técnica entre as várias indústrias ai instaladas.
A inércia geográfica é mais intensa nas regiões de indústrias pesadas, como são os
casos das siderurgias de Pisttburgh (EUA) e Sheffiel (R.U.) e industria têxtil»; é o caso
da Covilhã, cuja matéria- prima actual é muito diferente da que lhe deu origem.
A Tecnologia
A tecnologia é uma variável geográfica, porque é muito pouco provável que novos
progressos tecnológicos surjam em todas as regiões ao mesmo tempo ou á mesma
velocidade. As regiões irão diferir entre si conforme o saber técnico, a capacidade de
invenção, a eficácia dos canais de comunicação intra-regionais (que afectam da
difusão e troca de ideais), os recursos humanos e naturais disponíveis para a
investigação e desenvolvimento, a dimensão das firmas, e as condições da
concorrência (em geral as firmas de grande dimensões despendem maiores somas
com a investigação e desenvolvimento e concorrência estimula os seu esforços), e o
apoio governamental (quantidade e tipo de investigação e desenvolvimento exigido
pelo estado). Por aqui se vê como o progresso tecnológico é mais favorecida numas
regiões do que noutras.
Tanto a investigação como as inovações são de vital importância para uma região
industrial amadurecida. De entre os melhores exemplos de regiões amadurecidas,
contam-se a Inglaterra e nova Inglaterra.
Com a utilização do petróleo, a localização das indústrias torna-se mais flrxível e livre,
devido à sua maior facilidade de transporte, que r em camiões-tanques quer,
principalmente, por oleodutos com centenas ou milhares de quilómetros, 18; de
qualquer modo, muitas indústrias de petroquímica e refinarias ainda preferem a sua
localização junto aos portos de abordagem dos grandes petroleiros, ou nas suas
proximidades e o mesmo se passa com o gás natural.
Com a electricidade, de fáci; transporte até cerca de 3000 km (além dos quais as suas
perdas em linha começam a ser consideráveis), a localização das indústrias também
se torna diminuta, apenas com relativo peso nas indústrias electroquímicas e
electrometalúrgicas, grandes consumidoras de electricidade, que ainda preferem a
sua localização nas proximidades de centrais produtoras.
Proximidades De Matéria-Prima
Os Capitais
Agua
Espaço
O Espaço constitui uma componente central na localização da produção industrial,
pois toda a indústria precisa de um espaço para a sua instalação. A viabilidade
económica da localização da indústria num determinado espaço entra em jogo no
processo da localização. O Espaço influência de forma vária dependendo do tipo de
indústria, por exemplo as indústrias pesadas precisão de grandes áreas para a sua
operação considerando o grande volume das matérias-primas e produtos acabado,
diferentemente das ligeiras.
Actividade
Considere as indústrias abaixo indicadas. Para cada uma delas identifique o factor
principal que orienta a sua localização. Justifique a resposta.
a) Conserva de pescado;
b) Indústria de explosivos;
c) Conserva de tomate;
d) Indústria Panificadora.
Comentários da Actividade
Resumo
Auto-avaliação
1º Justifique a grande dispersão da indústria ligeira ou de bens de consumo
comparativamente a indústria pesada ou de bens de equipamento. Ilustre por
exemplos concretos em Moçambique.
2º Os países do chamado terceiro mundo têm exercido ultimamente uma grande
atracção sobre as grandes sociedades multinacionais.
a) Mencione as razões que explicam essa atracção.
b) Explique, até que ponto, a fixação de multinacionais tem contribuindo para a
alteração da posição desses países na economia mundial.
Comentários da Auto-avaliação
Para responder a questão 1º, deve ter em consideração os tipo de indústrias indicadas e os
factores que influem na dispersão relativamente as outras que se mostram pouco dispersas.
Os factores são eles que explicam essa dispersão das industrias ligeiras e d bens de
consumo, e também a relativa pouca dispersão das industrias pesadas e/ou de bens de
equipamentos.
Com relação a pergunta 2º, na alínea a) seria identificar os factores que estão por de trás
dessa atracão das multinacionais (conjunto de factores atractivos), pois as multinacionais
estabelecem as suas indústrias considerando o jogo de factores. Na alínea b) deves olhar
para um pais do 3º Mundo, como Moçambique se posiciona ou esta posicionada no mercado
mundial com seus produtos. Observar também a contribuição do ponto de vista da economia
Nacional o ponto de vista de benefícios económicos.
Leituras Complementares
BRADFORD, M. G. & KENT, W. A.. Geografia Humana, Teoias e suas Aplicações. Lisboa,
Gradiva, 1987.
DERRUAU, Max. Geografia Humana. Vol. 2. presença. 1973.
GEORGE, Pierre. Geografia Económica. Difel, 1983.
LOPES, A. Simões. Desenvolvimento Regional. 4ª ed.. Lisboa, FCG. 1987