Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
5º Ano
Universidade Pedagógica
Maputo
2022
5Ano
ii
Universidade Pedagógica
Maputo
2022
Índice
1. Introdução.................................................................................................................................1
1.1. Objectivos..............................................................................................................................1
1.2. Metodologia...........................................................................................................................1
2.3.1. Os Clássicos.......................................................................................................................6
3. Considerações finais................................................................................................................10
4. Referência Bibliográfica.........................................................................................................12
iii
1. Introdução
De acordo com (Vesentini, 2008, pag.26): actividade industrial modifica o espaço geográfico.
Ela incentiva o desenvolvimento da tecnologia, produz novas máquinas e equipamentos, aumenta
o consumo de energia, amplia as trocas entre as regiões e os países, desenvolvendo, assim o
comércio e os meios de transporte.
1.1. Objectivos
1.2. Metodologia
Segundo Gil (1999, p. 39), este procedimento técnico serve para sustentar teoricamente o estudo
recorrendo à consulta de “livros de leitura corrente, livros de referência e publicações
periódicas”. Portanto, a pesquisa bibliográfica auxiliou, especificamente, na identificação, análise
e compreensão de dados considerados úteis para o desenvolvimento e argumentação do estudo,
mediante a consulta de livros.
1
2. A problemática da localização das indústrias:
Segundo Woiler & Mathias (1996, p. 125) “o problema de encontrar a localização óptima
corresponde, em termos de empresa, achar a localização que dê a maior diferença entre receitas e
custos”. De maneira sintética, as organizações procuram se estabelecer em locais em que
consigam maximizar as receitas e minimizar as despesas, ampliando desta forma seus resultados
finais. Uma boa localização tem influência directa na capacidade competitiva da empresa.
Woiler & Mathias (1996) destacam que o problema de localização para as organizações tem
natureza dinâmica, ou seja, a decisão de localização deve ser constantemente revisada e alterada
caso necessário, pois ao longo do tempo pode ocorrer a necessidade de expandir ou subcontratar.
Considerando os custos associados a cada etapa de produção, a decisão de localização do
empreendimento torna-se extremamente importante.
Uma organização pode incorrer em diversos tipos de custos, como os custos de aquisição de
matéria-prima e factores de produção, bem como custos de processo, ou seja, custos relacionados
à forma de produção e custos de saídas, que são aqueles relacionados ao processo de distribuição
da produção para o mercado consumidor.
Factor de localização entende-se como tudo aquilo que de alguma forma pode influenciar na
escolha do local para o desenvolvimento das actividades produtivas. Esses factores podem ser de
natureza económica ou não. De maneira geral, a indústria determinará sua localização com vistas
à máxima rentabilidade do capital a ser investido.
2
Para Kon (1994, pp. 158-159):A localização industrial observa critérios que levam à maior
redução do investimento inicial requerido para a entrada em operação das unidades de produção,
porém esta economia inicial é confrontada com a eficiência operacional da empresa ao longo de
sua vida útil. A rentabilidade nas actividades económicas da empresa será analisada sob os
aspectos de custos e benefícios para a determinação da macro localização. Na maior parte das
vezes é possível criar boas condições de localização ao se construir meios de acesso, ou superar
problemas climáticos pela tecnologia.
Kon (1994, p. 159) aponta alguns factores económicos e técnicos que devem ser considerados
pelas indústrias no momento de se definir a melhor localização:
d) Custo da terra - no caso das plantas industriais, que necessitam de grandes áreas para
sua implantação, o custo da terra pode consistir em um factor decisivo nos cálculos de
localização. As áreas situadas mais próximas dos grandes centros urbanos apresentam um
3
custo da terra proporcionalmente mais elevados, que se relaciona directamente à
disponibilidades de infra-estrutura e serviços.
i) Elementos intangíveis - estes elementos intangíveis são aqueles de caráter subjetivo, que
influenciam os processos produtivos ou de distribuição do produto, como, por exemplo,
os hábitos tradicionais de uma determinada região, mas cuja mensuração é mais difícil de
ser realizada.
Vale ressaltar que os factores de localização industrial, estão directamente ligados ao tipo de
indústrias, por exemplo para as indústrias extractivas, outrora e ainda hoje acompanhadas por
condições de trabalho difíceis, mas também as indústrias de produtos semielaborados que ao
fornecerem lingotes metálicos e depois produtos químicos, são a base de todo o processo
industrial, alimentando grande parte das indústrias de transformação.
Casarotto Filho (2010) apresenta alguns outros factores de localização. Estes factores podem ser
quantitativos ou qualitativos. Os factores quantitativos mais relevantes segundo este autor são:
i) Factores que tornam a localização dependente das entradas: pode ocorrer quando o
método de produção exige matérias-primas volumosas ou pesadas;
ii) Factores que tornam a localização dependente das saídas: nesse caso o mercado
consumidor da empresa é o factor mais importante;
iv) Impostos, factores legais e incentivos. Esta é uma forma sintética de visualizar os
factores determinantes da localização industrial já apontados por Kon (1994).
Existem três tipos vitais de fatores de produção, são eles: terras, o trabalho e o capital. Sem esses
é praticamente impossível o andamento eficiente de uma cadeia produtiva. Atualmente, temos
também como alguns dos principais fatores o gerenciamento, máquinas, materiais e mão-de-obra.
Terra: é considerado como um factor de produção primário e representa, em sentido lato, a terra
utilizada na produção agrícola e pecuária, a terra para implantação de edifícios e outras
construções, os recursos minerais e outros tais como o ar e a água;
5
Trabalho: tal como a Terra, é considerado como um factor de produção primário; representa não
apenas o tempo de trabalho humano dispendido na produção, mas também as capacidades e
conhecimentos das pessoas utilizados na produção; este factor produtivo é geralmente
considerado como a chave do desenvolvimento económico;
Capital: inclui todos os bens duráveis produzidos com o fim de produzirem ou apoiarem na
produção de outros bens ou serviços; podem ser incluídos neste tipo de factores produtivos as
máquinas industriais, os equipamentos informáticos, os equipamentos de telecomunicações, os
equipamentos de transportes, as instalações, entre diversos outros
2.3.1. Os Clássicos
Para Clemente e Heigachi (2000), a indústria e considerada um sector dinâmico por excelência,
porque exerce fortes efeitos sobre as demais actividades económicas. Esses efeitos são também
denominados de ligações, são exercidos tanto com as actividades a jusante quanto sobre as
actividades a montana.
A localização é uma das primeiras decisões do estabelecimento de uma empresa, sendo ainda
mais importante pelo facto de ser bastante difícil voltar atrás, se a escolha vier a gerar
insatisfação.
6
a) Teoria de Alfred Weber
A base desta teoria esta na existência uma quantidade limitada e, consequentemente de um preço
mais elevado do factor terra quando este esta localizado mais próximo das cidades. A medida que
esse dista do ponto central, seu preço torna se menor. O preço pago pela terra assume
característica de renda de localização. Adistancia do mercado possui papel fundamental na
determinação da renda, esta denomina se renda de situação/ localização. Na agricultura as
características topográficas e a fertilidade afectam o rendimento da terra enquanto a distancia
influência o preço do produto comercial e industrial, bem como os custos de deslocamento dos
consumidores.
O geógrafo Alemão Walter Christeller influenciado por Von Thunen, elaborou a teoria de lugares
centrais em 1933 para o sudeste de Alemanha. Segundo ele as localidades apresentam
determinadas funções centrais que atraem os consumidores do entorno, dependendo do custo de
deslocamento. As localidades centrais controlam determinadas interlandias ou regiões
complementares com alcance espacial máximo e alcance espacial mínimo. Cada produto tem um
alcance espacial específico. No primeiro caso tem se um raio a partir da localidade central até
onde os consumidores se deslocam para obter determinados bens e serviços. No segundo caso
tem se a área mínima para que determinada função central possa se instalar lucrativamente.
7
d) Teoria de polos de Crescimento
François Perroux elaborou a teoria dos polos de crescimento em 1955 quando estudou a
concentração industrial na França em torno de Paris, e na Alemanha ao longo do Vale de ruhr
(Perroux, 1977).
O polo de crescimento tem uma forte identificação geográfica, porque é produto das economias
de aglomeração geradas pelos complexos industriais, lideradas pelas industrias motizes.
Complexo industrial e um conjunto de actividades ligadas por relações de insumo-produto e
forma um polo de crescimento quando for liderado por uma ou mais industrias motrizes.
August Losh (1906-1945) critica as posições de Weber (demanda constante e ponto de custo
mínimo) e centra a sua análise na disputa por mercados. A empresa terá mais lucros se
diversificar seus produtos e conseguir manter exclusividade de mercados. Losh fala ainda de a
formação de regiões económicas polarizadas por uma cidade central, unificando assim as teorias
de localização anteriores. Ele concebe uma planície em áreas hexagonais de mercado cujo
tamanho varia em função dos custos de transporte e onde as empresas procuram explorar
adequadamente o cone de demanda.
Segundo Castells (1999), a facilidade de comunicação entre as empresas de todo o globo vem
proporcionando um modelo de localização cuja característica concentra-se na divisão espacial
internacional do trabalho.
Na década de 80, Philippe Aydalot começou a despertar interesse nos grupos europeus com suas
idéias inovadoras, foi através delas que eles passaram a desenvolver seus estudos teóricos e
empíricos sob o desenvolvimento da escolha certa da localidade associada à criação de novas
tecnologias e da construção de novos territórios. A teoria é de que haja algo localizado em nível
regional, o qual permite que a região em questão se sobressaia sobre as outras, sendo mais
dinâmica (ANDRADE, 2007).
Segundo Aydalot (1984 apud Breitbach, 1992, p. 695), chama-se de foot-losse as atividades
industriais inovadoras, porque além do custo de transporte ser menor, se trata de empresas
multinacionais que não têm vínculo com nenhum território específico, embora isso não queira
dizer que ela possa ser instalada em qualquer lugar, e sim, que os fatores abordados na tomada de
decisão de sua localidade devem ser diferentes.A partir do momento que novos "savoir-faire"
(paradigma tecnológico) são ajudados ou contribuídos pela cooperação (paradigma
organizacional) por intermédio dos agentes localizados na mesma região (paradigma territorial),
se potencializa o processo de inovação (Andrade, 2007).
Segundo Montgomery & Porter (1998), as indústrias vêm concentrando-se em localidades que
apresentam vantagens competitivas por possuírem como característica a qualidade do ambiente
para execução de elevados níveis de produtividade para uma área específica de atuação.
De acordo com Perrin (1986 apud AMARAL FILHO, 2001), hoje em dia, do ponto de vista
estratégico, a competitividade é muito importante para a sustentabilidade do desenvolvimento
endógeno. A realidade atual mudou, e a competitividade que antes pertencia somente ao mundo
das empresas, passa agora a pertencer ao mundo das regiões também.
9
Ao demonstrar que o fator polarizante não é o tipo de atividade industrial, e sim a sua capacidade
de evoluir, a sua complexidade e a natureza das tecnologias que incorpora, Perrin (1983 apud
MATOS, 2000) acabou contribuindo para a teoria da polarização, afirmando que as atividades
quaternárias (serviços especializados, investigação, gestão de empresas) podem gerar
polarizações duráveis, enquanto as atividades de fabricação são o oposto das de transformação
(indústria do aço) capazes de criar uma polarização real. Existem quatro aspectos que em
conjunto definem o crescimento, inovação e produtividade de uma determinada localidade: i)
condições de fatores (insumo); ii) contexto para estratégia e rivalidade; iii) as condições de
demanda; e iv) os setores correlativos e de apoio. Esses fatores, que no conjunto, Montgomery &
Porter (1998) denominam de diamante, buscam explicar porque as empresas situadas em um
local são capazes de inovar e aprimorar de forma constante suas estratégias competitivas.
3. Considerações finais
Factor de localização entende-se como tudo aquilo que de alguma forma pode influenciar na
escolha do local para o desenvolvimento das actividades produtivas. Esses factores podem ser de
natureza económica ou não. De maneira geral, a indústria determinará sua localização com vistas
à máxima rentabilidade do capital a ser investido.
De um modo geral, trata-se de indústrias pesadas, cujas matérias-primas são de difícil transporte,
pelo que, na maior parte dos casos, importa fazer a sua utilização no próprio local de produção ou
em áreas próximas.
10
Assim, se explica que grandes concentrações Siderúrgicas se situem nas proximidades de
importantes bacias hulhíferas, onde o ferro chegue com facilidade por existir nas vizinhanças, ou
por ser transportado através de vias de comunicação adequadas.
Assim pode se dizer que os factores de localização das Indústrias de Base ou Pesadas tem haver
com a localização das matérias-primas e de vias de circulação (marítima, fluvial e lacustre), por
isso muitas unidades fabris se localizam nos litorais e nas margens de rios.
11
4. Referência Bibliográfica
MATOS, O. C. Econometria básica: teoria e aplicações. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 2000.
12