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Novos fundamentos para a psicanálise:

Teoria da feminilidade generalizada


Márcio Peter de Souza Leite

• Argumento
• Objetivo
• Proposta da pesquisa

Argumento

Nestes tempos onde se anuncia o fim da psicanálise é necessário reinventá-la. O lugar da psicanálise na
cultura mudou, e o viés da abordagem analítica do sintoma psiquiátrico se esgotou. A clínica confirma,
como sempre, a visão da psicanálise da condição humana, que é procurar no outro o que lhe falta, como
mostra o amor de transferência. Daí a observação, feita por Lacan, da psicanálise ser uma erotologia.

É necessária a psicanálise voltar onde sempre esteve, deixando de lado a ordenação psiquiátrica do
sofrimento, e perseguir sua própria clínica, fundada na diferença sexual, produzindo a constatação da
existência de formas diferentes de amor no homem (fetichista) e na mulher (erotomaníaco).
A partir disso se poderia falar em inconsciente masculino diferente de um inconsciente feminino?

Objetivo

Reconsiderar, desde a prática e teoria analítica atual, as questões clínicas que são conseqüências do fato do
animal humano, por ser atravessada pela linguagem, ser desnaturalizado, e por isso, não ter um objeto
sexual predeterminado.

Proposta da pesquisa

1 - Seqüência do pensamento sobre a feminilidade em Freud (mulher freudiana) e Lacan (mulher


lacaniana).

Em Lacan se pode considerar um primeiro momento da reflexão sobre o feminino, desenvolvido a partir do
Seminário III, quando a sexualidade é pensada como determinada pelo simbólico, livre da noção de
desenvolvimento, reflexão que se completa no texto "A significação do falo", e principalmente no texto
"Idéias diretivas para um congresso sobre a sexualidade feminina", cujas idéias estão resumidas no esquema
abaixo:

Noções que marcam este período de Lacan:


- A Mascarada feminina
- A mulher como objeto de desejo
- A mulher que falta aos homens (ser-ter o falo)
- Forma erotomaníaca de amor para as mulheres e convergência entre desejo e objeto
- Forma fetichista de amor para os homens e divergência entre desejo e objeto

Um segundo período no pensamento de Lacan ocorre quando, nos anos 70, pricipalmente no Seminário
XX inscrever-se como homem ou mulher já não é mais uma questão de identificação e sim de sexuaçao,
quer dizer de escolha de gozo:

A conseqüência desta escolha é que masculino e feminino se repartem segundo o modo de gozar da
castração na relação ao outro sexo: um modo fálico e outro não-toda.

Marcam este período da reflexão de Lacan sobre o feminino, as noções :


- A mulher não toda
- A mulher não existe
- A verdadeira mulher
- A mulher sintoma do homem

2 - Sexuação
Para a psicanálise a diferença sexual não é a diferença anatômica.
Justamente por issso o termo usado por Lacan, sexuação, opõe-se a pensar a sexualidade como condicionada
pelo gênero. A sexuação se dá em três tempos (G. Morel):
a - Diferença anatômica natural
b - Discurso sexual ( o sexo e um dizer)
c - Sexuação

3 - Consequências da sexuação lado mulher


a - Clínica
- Masoquismo feminino
- Homossexualidade feminina
- Frigidez
- Bulimia
- Anorexia
- Gozo vaginal / gozo outro
- Capricho feminino
- Verdadeiro parceiro de uma mulher
- Parceiro sintoma
- Ciúmes femininos
- Devastação
- Histeria e feminilidade

b - Figuras
- a mulher fatal
- a mulher pobre

c - Fantasias femininas
- Dom Juan
- Amante castrado
- Homem morto

d - O que é uma mulher para um homem


- Falo
- Objeto
- Sintoma

4 - Conseqüências da sexuação lado homem

a - Clínica
- Forma fetichista de amor
- Homem sem ambiguidades (verdadeiro homem?)
- Degradação geral da vida erótica
- Disfunção erétil
- Homossexualidade masculina
- Fetichismo
- Empuxo à mulher

b - Figuras
- Dandy

c - Fantasias masculinas
d - O que é uma mulher para um homem

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2008 - Marcio Peter de Souza Leite - Todos os direitos reservados

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