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1.

A partilha de África

Vias utilizadas: os tratados e a via militar

Os Tratados: Afro-europeus

 Tratados comerciais ou ligados ao tráfico de escravos - que originaram a intervenção


política europeia em África.
 Tratados políticos - através dos quais os chefes africanos faziam concessões aos
europeus em troca da protecção.

Os Tratados Bilaterais - assinados entre as potências europeias - assinados a seguir à


delimitação das áreas de influência pelas potências tinham por finalidade afixar as áreas de
influências de cada potência. As áreas de influência eram frequentemente contestadas pelo que
quase sempre foram necessários tratados para resolver as disputas territoriais.

2. Teorias Sobre a Partilha de África

No âmbito das tentativas de explicar a questão da partilha sobressaem quatro teorias ou grupos de
teorias, nomeadamente a teoria económica, as teorias psicológicas, as teorias diplomáticas e a
teoria da dimensão africana. Esta última a mais aceitável, razoável e que melhor explica a partilha
da África.

a. A teoria econômica,

Eminentemente retrata a perspectiva economicista. De facto, tal teoria não se pode anula-la.
Visto que o principal interesse europeu sobre o continente africano, a nosso ver, fora suas
riquezas materiais, recursos minerais etc. Esta teoria está relacionada com a expansão do
imperialismo econômico. Sua formulação clássica remonta ao autor John Aktison Hobson (1902).
Para ele, a raiz econômica do imperialismo seria, grosso modo, a estratégia de expansão política
com vistas a se apossar de novos territórios. Outros autores, contemporâneos, como Rosa
Luxemburgo e Lênin (1916) reformularam a questão do Imperialismo. Em contrapartida, reduzir
a complexidade do fenômeno, não explica como a partilha foi possível.

b. As teorias psicológicas,

As teorias psicológicas entretanto, são as concepções clássicas de racismo, eugenia e imposição


de concepção religiosa. São: darwinismo social, cristianismo evangélico e atavismo social. Seus
adeptos acreditaram na supremacia da “raça branca”.

Para darwinismo, a justificativa da conquista estava na interpretação errônea da seleção natural,


em que o forte domina o fraco na luta pela existência: “A força prega sobre o direito”.

O cristianismo evangélico sustentava que a partilha fora parte do impulso missionário. Com
objectivo de “regenerar” os povos africanos. Ou seja, imposição de sua crença.

O atavismo social é o mais sádico: Dominar o próximo pelo prazer de domina-lo.

c. Teorias Diplomáticas

Este grupo de teorias dá uma explicação política da partilha e oferece suporte específico e
concreto às teorias psicológicas, pois permitem ver os egoísmos nacionais dos Estados europeus.

Teoria do prestígio nacional - Sustenta que o imperialismo era um fenómeno nacionalista


movido por um forte desejo de afirmação de prestígio nacional. Para os defensores desta teoria,
após consolidar e redistribuir as cartas diplomáticas no seu continente, os europeus eram
incitados por uma força obscura, atávica, que se exprimia por um desejo de manter ou de
restaurar o prestígio nacional.

Teoria do Equilíbrio de forças - Defende que o desejo de paz e de estabilidade dos Estados
europeus foi a causa principal da partilha da África. Segundo esta teoria desde que em 1878 os
estadistas europeus pararam com os conflitos em solo europeu, os motivos de conflito passaram
para África e Ásia.
Porém, quando os conflitos de interesses na África começaram a ameaçar a paz na Europa, as
potências europeias decidiram partilhar a África. Era o que se impunha para salvaguardar o
equilíbrio diplomático europeu estabilizado nos anos de 1880.

Estratégia global - Considera que a partilha da África foi determinada por uma estratégia
global. Segundo esta teoria a influência dos movimentos proto nacionalistas na África que
ameaçavam os interesses estratégicos globais das nações europeias é que esteve na origem da
partilha. Portanto, foram as lutas desses movimentos que forçaram os estados europeus, até então
satisfeitos pelo controlo discreto do continente, a partilhar e conquistar a África contra a vontade.
Portanto, a África teria sido partilhada porque ameaçava os interesses globais das nações
europeias.

d. Teoria da Dimensão Africana

Todas as teorias expostas até aqui referem-se a África no contexto da história europeia. Impõe-se
contudo, analisar a partilha da África também na perspectiva da História africana. Nesse
contexto, surgiu a teoria da dimensão africana segundo a qual a partilha de África foi resultado do
longo período de roedora do continente iniciada no século XV. Portanto a partilha mais não seria,
senão o culminar do longo processo de delapidação do continente iniciada com a chegada dos
primeiros europeus a África.

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