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A partilha de África
Os Tratados: Afro-europeus
No âmbito das tentativas de explicar a questão da partilha sobressaem quatro teorias ou grupos de
teorias, nomeadamente a teoria económica, as teorias psicológicas, as teorias diplomáticas e a
teoria da dimensão africana. Esta última a mais aceitável, razoável e que melhor explica a partilha
da África.
a. A teoria econômica,
Eminentemente retrata a perspectiva economicista. De facto, tal teoria não se pode anula-la.
Visto que o principal interesse europeu sobre o continente africano, a nosso ver, fora suas
riquezas materiais, recursos minerais etc. Esta teoria está relacionada com a expansão do
imperialismo econômico. Sua formulação clássica remonta ao autor John Aktison Hobson (1902).
Para ele, a raiz econômica do imperialismo seria, grosso modo, a estratégia de expansão política
com vistas a se apossar de novos territórios. Outros autores, contemporâneos, como Rosa
Luxemburgo e Lênin (1916) reformularam a questão do Imperialismo. Em contrapartida, reduzir
a complexidade do fenômeno, não explica como a partilha foi possível.
b. As teorias psicológicas,
O cristianismo evangélico sustentava que a partilha fora parte do impulso missionário. Com
objectivo de “regenerar” os povos africanos. Ou seja, imposição de sua crença.
c. Teorias Diplomáticas
Este grupo de teorias dá uma explicação política da partilha e oferece suporte específico e
concreto às teorias psicológicas, pois permitem ver os egoísmos nacionais dos Estados europeus.
Teoria do Equilíbrio de forças - Defende que o desejo de paz e de estabilidade dos Estados
europeus foi a causa principal da partilha da África. Segundo esta teoria desde que em 1878 os
estadistas europeus pararam com os conflitos em solo europeu, os motivos de conflito passaram
para África e Ásia.
Porém, quando os conflitos de interesses na África começaram a ameaçar a paz na Europa, as
potências europeias decidiram partilhar a África. Era o que se impunha para salvaguardar o
equilíbrio diplomático europeu estabilizado nos anos de 1880.
Estratégia global - Considera que a partilha da África foi determinada por uma estratégia
global. Segundo esta teoria a influência dos movimentos proto nacionalistas na África que
ameaçavam os interesses estratégicos globais das nações europeias é que esteve na origem da
partilha. Portanto, foram as lutas desses movimentos que forçaram os estados europeus, até então
satisfeitos pelo controlo discreto do continente, a partilhar e conquistar a África contra a vontade.
Portanto, a África teria sido partilhada porque ameaçava os interesses globais das nações
europeias.
Todas as teorias expostas até aqui referem-se a África no contexto da história europeia. Impõe-se
contudo, analisar a partilha da África também na perspectiva da História africana. Nesse
contexto, surgiu a teoria da dimensão africana segundo a qual a partilha de África foi resultado do
longo período de roedora do continente iniciada no século XV. Portanto a partilha mais não seria,
senão o culminar do longo processo de delapidação do continente iniciada com a chegada dos
primeiros europeus a África.