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Lição nº 4 Administração portuguesa em Moçambique de 1505 a 1675

1. Relacione os interesses comerciais e a administração implantada pelos portugueses.

1R: Os portugueses ao fazerem a sua expansão não tinham nos planos interesse de administrar
Moçambique, mais sim vinham com interesse de desenvolver o comércio com os chefes dos
impérios ou Estados da África Oriental, região em que Moçambique faz parte, onde foram
atraído pela existência de ouro que era um produto importante para a compra das especiarias do
Oriente, concretamente na Índia.

No início Os portugueses criaram feitorias na costa oriental de África (a partir de 1500), em 1502
a de Moçambique e em 1505 a Fortaleza de Sofala e a feitoria de Quiloa (FRITZ HOPPE, 1970)
para controlarem o comércio. Mas depois viu a necessidade de expandir-se para o interior do
território mas os avanços nem sempre foram pacíficos, pois os indígenas sentiam-se ameaçados
pela supremacia dos portugueses. Para além do ouro procedia-se à extracção de cobre e prata e à
comercialização do marfim; estas trocas comerciais resultariam na criação de uma feitoria na
zona da cidade de Lourenço Marques nos finais do século XVI. Moçambique continuava a
depender administrativamente da Índia (Goa).

O controlo do comércio contribuiu na implantação da administração portuguesa na medida em


que os capitães obtinham ganhos particulares ao reforçar o controlo sobre o comércio. Dai que
Portugal viu a necessidade de criar uma estrutura administrativa para defender os seus interesses,
pois antes os capitães estavam focados em tirar ganhos privados em detrimento dos interesses da
coroa portuguesa.

2. Com base em leituras complementares, caracterize a relação administrativa entre


Moçambique e Goa.

R: A região de Moçambique era subordinada administrativamente ao Estado da Índia. Que era


uma região, inserida em uma extensa rede de trocas comerciais, na qual também era intenso o
trânsito de homens, ganhou autonomia em relação aos administradores sediados em Goa. Desde
Portugal, Brasil, Angola e outras partes do Atlântico, comerciantes, soldados, clérigos e
administradores circulavam pelos portos de Sofala, Quelimane e Moçambique. Do mesmo modo,
outros tantos homens de Diu, Damão, Goa, Macau e Timor deslocavam-se em direcção à África
Oriental, que tornou-se numa região importante dentro do conjunto do Império Marítimo
Português.

Nos primeiros 250 anos da presença portuguesa na África Oriental, os portugueses dependiam de
Goa, onde estava o vice-reinado que governava a talassocracia portuguesa no oceano Índico. Os
governantes portugueses na Ilha de Moçambique se reportavam ao vice-rei e, dessa forma, toda a
correspondência oficial ia para Goa antes de ser mandada para Lisboa. Além disso, como todas
as outras formas de remessa no oceano Índico, as comunicações entre Moçambique e Goa eram
reguladas pelas monções. A Carreira da Índia, como a frota real era denominada, não somente
conectava Moçambique a Portugal e à Índia, mas também a outros postos avançados da
administração portuguesa no mundo índico (BOXER, 1961, p. 95-132; MATOS; THOMAZ,
1998). Um efeito peculiar dessa realidade, ao menos para historiadores, é que havia uma agitação
anual todo mês de agosto, quando a frota portuguesa se preparava para zarpar da Ilha de
Moçambique para Goa, assim a correspondência oficial costuma ter a mesma data em diferentes
cartas. O impacto mais significativo era o desembarque regular da frota portuguesa, o qual podia
dobrar a população da ilha, criando grande tensão nos seus escassos recursos (NEWITT, 2004, p.
17).

Lição nº 5

Auto-avaliação

1. Com base nas actividades tidas ao longo do texto, faça uma síntese sobre esse comércio.

O comércio do ouro

A exploração de ouro iniciou no seculo XI e era feita pelos camponeses e de seguida vendiam o
em feiras.

Com a crescente procura pelo ouro o Estado de Monomotapa controlava as regiões auríferas,
tendo despertado o interesse dos muçulmanos e mais tarde dos portugueses.

Para entrar no território do Imperio os mercadores pediam guia e ao levar o ouro para a costa
pagavam impostos em tecido, de algodão, missangas, colares, e outros adornos.
O comércio do ouro na Africa Oriental envolvia Sofala, Quíloa, Madagáscar, Mombaça e outros
postos. Era condicionado pelas monções; entre Outubro e Março (viagem de Golgo e India para
Africa Oriental), entre Abril e Setembro (regresso a Golfo e India).

Os principais entrepostos comerciais na Costa de Africa Oriental

Quíloa era o intermédio entre Comores a Norte e Sofala a Sul.

Mombaça, Melind, Domoni (Comores) foram centros comerciais internacionais, responsáveis


pela criação das pequenas cidades comerciais, fundação dos feudos e contradições nas famílias
reinantes.

Zanzibar produzia goma, tecelagem de cordas e tapetes em fibra de coco e tecelagem de tecido.

Ilha de Moçambique era centro de construção de embarcações.

Importância de Sofala para o comércio de ouro

 Sofala fazia ligação entre o interior e a costa. Para além do ouro, outros produtos
comercializados eram: marfim, perola, carapaças de tartaruga.
 Localmente trocava-se sal, alimentos, algodão, bebidas e outros.
 Desenvolveu-se a produção de embarcações de grande porte, Zambucos, Pangaios ou
Bangwas e Luzios.

Consequências imediatas desse comércio

 Surgimento de novos povoamentos e centros comerciais devido ao incrimento do


comércio de ouro. (Angoxe, Quelimane, Ilha de Moçambique).
 Crescimento das feiras de ouro criando disputas entre os chefes locas e entre portugueses
e muçulmanos pelo controle do comércio.
 Criação do posto de capitão das feiras pelas autoridades portuguesas.
 Conflitos entre portugueses e muçulmanos pelo monopólio de comercio de ouro,
levando-o a sua decadência e primazia pelo comercio de marfim.

2. Em leituras adicionais veja o papel do ouro na economia mercantil.


R: O Ouro contribuiu para a acumulação de capital na Europa, em particular em Portugal e na
Inglaterra. Segundo Godinho, a "Revolução Industrial (...) deve certamente muito ao ouro"
(Godinho, 1950, p. 87). Uma das características do mercantilismo era acumular o ouro para ser
usado como moeda na compra das especiarias. O ouro contribuiu para o enriquecimento da da
Europa.

3. Qual era a importância das feiras para o comércio de ouro?

R: As feiras para o comércio do ouro contribuíram para aumentar a concorrência pelo Sofala
pelos mercadores árabes e mais tarde portugueses que buscavam pelo ouro, tendo assim se
tornado num dos maiores e mais importante entreposto comercial na região de Africa Oriental.

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