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história

Módulo

16
capítulo 1

FIM DOS IMPÉRIOS


COLONIAIS NA ÁFRICA E NA ÁSIA
história Módulo 16 Fim dos impérios
capítulo 1 coloniais na África e na Ásia

Condições que impulsionaram a luta


anticolonial
Fatores externos Fatores internos
n Após a Segunda Guerra, n Consolidou-se o
a Europa, enfraquecida sentimento nacional nas
economicamente, perdeu o colônias.
protagonismo global.

n As elites locais frustraram-


n Os Estados Unidos -se com a marginalização
e a União Soviética, em empregos subalternos.
que emergiram como
Guerra Fria superpotências, apoiaram
a descolonização Exigiam
por enxergar uma n Percebeu-se a postos
oportunidade de ampliar desvantagem da colônia políticos.
suas áreas de influência. em relação à metrópole na
exploração colonial.

A conquista de autonomia política pelos países na África e na Ásia foi


acompanhada de crises e problemas sociais herdados da época colonial.
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capítulo 1 coloniais na África e na Ásia

Contradições coloniais e anticolonialismo


n A descolonização deve ser compreendida com base em uma série de fatores
cumulativos, relacionados não apenas à conjuntura internacional da Guerra
Fria, mas principalmente à dinâmica interna das colônias.

n Primeira Guerra Mundial: as colônias forneceram soldados e mantimentos


aos Aliados, mas não receberam as contrapartidas prometidas pelos
colonizadores.

n Período entreguerras: fortaleceu-se nas colônias o nacionalismo, que


se somou à frustração pelas promessas não cumpridas e pelo aumento
da exploração colonial por conta da crise de 1929. Resultado:
movimentos de independência.
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capítulo 1 coloniais na África e na Ásia

Resistência ao colonizador
n Movimentos que antecederam a descolonização.

• Á frica Setentrional: entre o final do século XIX e o começo do século XX,


ocorreram revoltas movidas por sentimentos nacionalistas e por ideias
religiosas no Sudão, no Egito e na Somália.

• Senegal: ocorreu a rebelião de Mamadou Lamine (1898-1901).


Islâmicos voltaram-se contra o domínio europeu.

• Í ndia: foi fundado, em 1885, o Partido do Congresso Indiano (PCI), que


lideraria o processo de independência no século XX.

• Ásia: com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, eclodiam


movimentos pela emancipação em países dominados pelos japoneses,
como a Indochina e a Coreia.

Durante a Guerra Fria, China, Vietnã e Coreia


opuseram-se ao capitalismo.
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capítulo 1 coloniais na África e na Ásia

Pan-africanismo e movimento da negritude

1900 1919 1934 1945


Primeira Primeiro Congresso Fundação da revista V Congresso
Conferência Pan-Africano, O Estudante Negro Pan-Africano,
Pan-Africana, em Paris: defesa e lançamento em Manchester:
em Londres. da emancipação do conceito de repúdio ao sistema
gradual das colônias negritude, em colonial europeu
e da ampliação Paris, por Léopold e propostas
dos direitos Senghor, Aimé concretas para
civis dos negros Césaire e Léon a independência
estadunidenses e Damas, que política dos países
conclamação dos buscavam traduzir africanos.
afrodescendentes os valores culturais
para imigrar para da África negra.
a África.
Aproximação entre
as elites africanas
Movimento criticado por e as massas
ignorar o caráter multicultural populares em prol
das sociedades africanas. da emancipação.
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Processos de independência política na África


Pan-africanismo Independência política na África
Lutas por

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


emancipação
20° L
EUROPA

colonial.
MAR
I. Madeira MED
TUNÍSIA IT ER
RÂNEO
Nacionalismo
MARROCOS
Is. Canárias

ÁSIA
ARGÉLIA
SAARA LÍBIA
OCIDENTAL EGITO

MA
Em algumas colônias, como

R
n

VE
CABO
MAURITÂNIA

RM
VERDE

E
MALI

Gana, a transição ocorreu de

LH
SENEGAL NÍGER O
GÂMBIA CHADE
GUINÉ-BISSAU BURKINA
FASSO SUDÃO

forma pacífica, conduzida pelas


GUINÉ DJIBUTI
SERRA LEOA COSTA NIGÉRIA
DO GANA REP. ETIÓPIA
LIBÉRIA MARFIM CENTRO -AFRICANA

elites locais; porém, em outras,


CAMARÕES
TOGO BENIN GUINÉ SOMÁLIA
EQUADOR EQUATORIAL UGANDA QUÊNIA

como a Argélia, a independência


GABÃO

O
SÃO TOMÉ RUANDA

G
N ZAIRE
E PRÍNCIPE CO BURUNDI
OCEANO CABINDA

foi conquistada por meio de 710 km


ATLÂNTICO TANZÂNIA
SEYCHELLES
COMORES

movimentos organizados que foram 1936-1955


1956-1957
ANGOLA
ZÂMBIA
MALAWI

reprimidos com violência pelos


MOÇAMBIQUE
1958-1960 ZIMBÁBUE
MADAGASCAR
NAMÍBIA MAURÍCIO
1961-1970
BOTSUANA

colonizadores, desencadeando
1971-1976
1977-1990
SUAZILÂNDIA
OCEANO

guerras.
Territórios dependentes
ÁFRICA LESOTO
DO SUL ÍNDICO
Territórios não colonizados

Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse,


2003. p. 219.
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Gana
n 1957: Kwame Nkrumah proclamou a independência de Gana. Defendia a
unidade política e econômica da África contra as potências imperialistas.
n Outros movimentos foram desencadeados nas colônias francesas e belgas.

Os novos países, em geral, alinharam-se ao bloco capitalista ou ao


socialista.
n Os planos de fundação dos Estados Unidos da África não se concretizaram.

Argélia
n Entre outubro e novembro de 1954, jovens da Frente de Libertação
Nacional (FLN) se levantaram contra a dominação francesa. Foram
reprimidos pelo governo francês, que reforçou seu exército na colônia.
n Somaram-se oito anos de conflitos marcados por divisões entre argelinos e

franceses, com diferentes propósitos. Saldo de 1 milhão de argelinos


mortos e êxodo de cerca de 900 mil colonos.
n 1962: o Acordo de Evian estabeleceu um cessar-fogo e um referendo.

A maioria dos argelinos votou pela independência, e o país foi emancipado.


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Fim do Império Português na África


n Em abril de 1974, a Revolução dos Cravos derrubou o regime de Salazar,
abrindo caminho para a independência das colônias portuguesas.

Guiné-Bissau Moçambique Angola


O Partido Africano A Frente de Libertação de Em 1961, três grupos lutaram
pela Independência da Moçambique (Frelimo), pela emancipação do país: o
Guiné e Cabo Verde de orientação comunista, Movimento pela Libertação de
(PAIGC), liderado por liderou a luta armada a Angola (MPLA), ligado ao bloco
Amílcar Cabral, iniciou partir de 1964. Com a soviético, a Frente Nacional
uma guerra contra conquista da independência de Libertação de Angola
os colonizadores no em 1974, teve início uma (FNLA), ligada aos Estados
começo dos anos guerra civil entre a Frelimo Unidos, e a União Nacional pela
1960. Em 1973, após o e a Resistência Nacional Independência Total de Angola
assassinato de Cabral, Moçambicana (Renamo), (Unita), ligada inicialmente à
o PAIGC proclamou que durou até 1992, quando China e depois à África do Sul.
a independência da os grupos assinaram um Após a independência, o MPLA e
colônia. acordo de paz. a Unita iniciaram uma sangrenta
guerra civil pelo controle do
país, que durou até 2002.
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África do Sul e o regime do apartheid

1948 1950 1962


Descendentes de colonos O Congresso Nacional Nelson Mandela, líder
britânicos e holandeses, Africano (CNA) reagiu do CNA, foi preso e
conhecidos como africânderes, ao apartheid. condenado à prisão
estabeleceram o apartheid perpétua.
(separação).

Os não brancos (em sua maioria negros) foram impedidos de participar da vida
política, de possuir terras, e foram obrigados a viver separados dos brancos.

1984 1991 1994


Diante de uma revolta A comunidade Foi Nelson
popular, o governo internacional e decretado Mandela
racista da África do Sul a ONU reagiram o fim do foi eleito
decretou a lei marcial à medida, e a lei apartheid. presidente da
contra os negros. marcial foi revogada. África do Sul.
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Fronteiras do continente africano


n As potências imperialistas, ao realizar a partilha da África, ignoraram a
diversidade cultural, linguística, religiosa e geográfica do continente.
Grupos étnicos foram separados por fronteiras e grupos rivais passaram a
conviver em um mesmo território.
n O grande número de regimes ditatoriais estabelecidos na África pós-

-independência esteve relacionado às disputas envolvendo atores locais,


antigas potências imperialistas e os protagonistas da Guerra Fria (Estados
Unidos e União Soviética), que estimularam conflitos no continente para
aumentar suas áreas de influência. Exemplo: genocídio em Ruanda.
n As violentas guerras civis que se seguiram à independência de algumas

colônias geraram um fluxo migratório interno e externo, que teve efeitos


em muitos lugares do mundo. Nova diáspora africana.

Segundo dados divulgados pela ONU, em 2013 havia no Brasil cerca de 5.200
refugiados, de oitenta nacionalidades diferentes, reconhecidos pelo governo.
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Fronteiras do continente africano


África: fronteiras políticas África: línguas e etnias

ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL


EUROPA

ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL


EUROPA MAR
ESTR. DE Ceuta (ESP) Argel Annaba
Túnis
Is. da Madeira GIBRALTAR
Tanger Melilla Constantina Susa
(POR) (ESP)
Orã MAR ME
Casablanca Batna
TUNÍSIA
Sfax MED DITER
Rabat Fez
ITERRÂ
NEO
RÂ NEO
CO
Safi Gabes
S

Ghardaia El Beida

RRO Trípoli Bérbere


Is. Canárias Marrakech
Bechar Misurata Bengasi Alexandria
MA
Port Said
(ESP)
Cairo EGITO
El Aaiún ARGÉLIA
El Giza
(PARTE ASIÁTICA)
Suez

El Aaiún
SAARA LÍBIA Asiut
Á r a b e
Sabha
TRÓPICO D OCIDENTAL ÁSIA TRÓPICO ÁSIA
M

M
E CÂNCER EGITO DE CÂNCER
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Tamanrasset
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Nouadhibou
MAURITÂNIA
Atar
CABO Mouro Tuaregue Bedja

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CABO Porto Sudão
Bambara
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M
VERDE Nuakchott VERDE
HO
MALI Tibu

EL
Tombouctou NÍGER Atbara
Hauças

HO
Praia SENEGALKaédi Gao
Cartum ERITREIA
Agadez
CHADE Omdurman
n
Dacar
Thiès Áde
Kaolack Kayes BURKINA Niamei Abéché SUDÃO Kassala Asmara de Fulbe
Banjul GÂMBIA Bamaco Maradi Zinder
fo
FASSO Wad Medani Gondar ol Mossi
Bissau DJIBUTI G
GUINÉ- Ndjamena Fulbe

Am
El Obeid
Kano I. Socotra
Uagadugu Nyala Dese
Djibuti Fulbe Hauças

Ma
-BISSAU KindiaGUINÉ
Bobo Dioulasso (IEM)
BENIN

NIGÉRIA Fon Nuere

ha
Dire Dawa Berbera
GANA

Conacri
TOGO

Kankan
COSTA DO Hargeisa

li n
Abuja Ewe

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Freetown Bo Garoua Moundou Malakal Adis-Abeba
MARFIM ue

a
Ogbomosho Sarh REPÚBLICA Wau
SERRA LEOA IB L SUDÃO Achanti

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Buaké
É YamoussoukroKumasi Ibadã
CENTRO-AFRICANA DO SUL ETIÓPIA Ioruba Hauças Banda
Porto
Lagos
Galla
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Monróvia Porto
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Novo HarcourtCAMARÕES Ibo i
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Douala

Malabo Iaundê O m
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GUINÉ EQUATORIAL UGANDA Mogadíscio


EQUADOR
Bata SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE Kikuyu
São Tomé Libreville
Kisangani
Campala KisumuQUÊNIA
Mbale Merca

EQUADOR Fang Kikongo
Nakuru 0°
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE Porto GentilGABÃO CONGO REPÚBLICA RUANDAL. Vitória
Nairóbi
DEMOCRÁTICA KigaliMwanza Pigmeu Hutu
Brazzaville SEYCHELLES
DO CONGO Bukavu

Bujumbura
BURUNDI
Mombasa SEYCHELLES OCEANO Pigmeu Tutsi
Pointe-Noire KinshasaKananga Tanga
Cabinda
Matadi Kalemie Vitória
ATLÂNTICO OCEANO
OCEANO (Angola)
Mbuji-Mayi Dodoma
Zanzibar Suaíli
I. Ascensão
(RUN) ATLÂNTICO
Luanda
TANZÂNIA ÍNDICO
COMORES
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Lubumbashi COMORES
Lobito
Benguela ANGOLA
Huambo
Moroni
A

Kitwe
LAW

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Ndola
Lubango
Z Â M B I. Mayotte
Lilongue (FRA) Khoisan Tonga
I

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Lusaka Blantyre
I. Sta. Helena Harare
Nampula
AR Línguas
B

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ÍCIO
(RUN) M

GREENWICH
Ondangua
A
C

Antananarivo 730 km Ovambo

lga
Ç Quelimane Bosquímano
AS

ZIMBÁBUE Toamasina
Semita

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730 km NAMÍBIA
MO

AG

Beira

Ma
Bulauaio
MAURÍCIO Herero

MA
BOTSUANAFrancistown Camita
MAD

Port Louis
PRICÓRNIO
Walvis Bay Serowe
Windhoek Gaborone
Fianarantsoa Zulu TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
TRÓPICO DE CA I. Reunião
Sudanês
Pretória Maputo (FRA)
Hotentote

DE
Johanesburgo
Soweto
Mbabane SUAZILÂNDIA Banto

MERIDIANO
Bloemfontein Maseru Malaio-polinésia
ÁFRICA LESOTO
Durban OCEANO Línguas europeias Africânder
Cidade do Cabo
DO SUL
East London
ÍNDICO (africânder, inglês,
Port Elizabeth francês, português etc.)
0º 30º 0°

Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço
mundial. São Paulo: Moderna, 2010. p. 83. mundial. São Paulo: Moderna, 2010. p. 81.
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Independências na Ásia
Índia

Em meados do A revolta contra Em 1906, foi Após a Primeira Guerra


século XIX, a a dominação criada a Liga Mundial, Mahatma
Índia tornou- britânica levou Muçulmana, que Gandhi emergiu
-se colônia à formação defendia a divisão como referência
britânica. Com do Partido do da Península do movimento
a imposição Congresso Indiano Indiana em dois anticolonial,
dos produtos (PCI), controlado Estados: um defendendo a
industrializados pela elite hindu. islâmico e outro resistência não
britânicos, a hindu. violenta ao colonizador
produção têxtil (satyagraha): greves,
indiana entrou boicotes, jejuns,
em colapso. não pagamento
de impostos e
substituição de tecidos
britânicos por indianos.
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capítulo 1 coloniais na África e na Ásia

Marcha do Sal e independência

1930: Marcha Após a Segunda Configurou-se Desde então,


do Sal. Guerra Mundial, a uma divisão iniciaram-se disputas
Grã-Bretanha se político- entre Índia e Paquistão
enfraqueceu e a -religiosa após a pela região da
Índia conquistou independência: Caxemira (também
a independência Índia, de reivindicada pela
(1947). maioria hindu, China).
e Paquistão, de
maioria islâmica.
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capítulo 1 coloniais na África e na Ásia

Índia independente
n Durante a Guerra Fria, a Índia aproximou-se da União Soviética, da qual
recebeu importantes investimentos.
n A partir dos anos 1980, com a globalização, a Índia passou a receber

capitais de diversos países. Era mercado consumidor e fonte de mão


de obra barata e de reservas naturais.
n A partir de então, o país obteve um crescimento acelerado. Formação
de cientistas e de mão de obra altamente especializada.
n Apesar do desenvolvimento tecnológico, o país vive uma situação de

extrema desigualdade social, assim como de violência contras as mulheres


e as crianças.
• Recentemente, teve início um movimento de combate a esse tipo de
violência no país.

De acordo com dados divulgados pelo Escritório Nacional de


Registros de Crimes da Índia, em 2012, em cada intervalo de
21 minutos, uma mulher era estuprada no país.
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capítulo 1 coloniais na África e na Ásia

Independência da Indonésia
No século XVII, Em 1942, o Japão, Em 1945, com A Holanda, apoiada
a Companhia que já cobiçava os a fragilidade por Estados Unidos e
das Índias recursos naturais do Japão após Grã-Bretanha, tentou
Orientais da região do a explosão das restabelecer o controle
holandesa Pacífico desde sua bombas atômicas do território.
estabeleceu industrialização em Hiroshima e
um núcleo no século XIX, Nagasaki, líderes
comercial na invadiu a Indonésia nacionalistas
Indonésia, e ocupou suas proclamaram a
interessada na refinarias de independência da Após quatro anos
negociação de petróleo. Indonésia. de combates, a
especiarias. Holanda reconheceu
a independência da
Indonésia.

n Atualmente, o país é a maior economia do Sudeste Asiático e uma das


maiores do mundo (décima, em 2014), e comporta a maior população
mundial de muçulmanos (mais de 200 milhões, a maioria sunita).
n Na Indonésia, há também a presença das culturas hindu e chinesa.
história

Módulo

16
capítulo 2

GOVERNOS POPULISTAS
NA AMÉRICA LATINA
história Módulo 16 Governos populistas
capítulo 2 na América Latina

Populismo e política de massas


n Populismo: termo utilizado para designar as políticas, implantadas a
partir da década de 1930, de aproximação dos governantes com a classe
trabalhadora por meio de uma prática assistencialista e da dependência do
povo em relação ao Estado.

n A historiografia mais recente valoriza a ideia de política de massas,


caracterizada pelo(a):

• fortalecimento das relações entre governo e trabalhadores, por meio do


atendimento de algumas reivindicações das classes populares;

• criação, por parte do governo, de mecanismos de indução e controle, tais


como a propaganda político-ideológica.

n No Brasil, os governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João


Goulart são identificados com uma política populista.
história Módulo 16 Governos populistas
capítulo 2 na América Latina

Populismo no México e na Argentina

Exemplos de governos
populistas hispano-americanos

México – cardenismo Argentina – peronismo


(1934-1940) (1946-1955 e 1973-1974)
Lázaro Cárdenas investiu em Nas décadas de 1940 e 1950, Juán
educação popular, reforma agrária e Domingo Perón modernizou os
nacionalizou a exploração de petróleo. setores de energia, agricultura
O Partido da Revolução Mexicana, do e transporte e atrelou o aparato
qual era integrante, chegou a manter sindical ao Estado. Tal atrelamento
controle completo sobre organizações ainda se faz presente na Argentina.
de trabalhadores de todo o país.
história Módulo 16 Governos populistas
capítulo 2 na América Latina

Redemocratização do Brasil e o
governo Dutra (1946-1951)
n O general Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente do Brasil após a queda
de Vargas e o fim do Estado Novo, em 1945.
n 1946: foi promulgada uma nova Constituição, estabelecendo autonomia
dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de eleições diretas e
obrigatórias.
n A pouca intervenção na economia esgotou as reservas de capital do país.
Dutra passou, então, a restringir a importação de bens de consumo para
favorecer a industrialização e a produção.
n O general controlava a classe trabalhadora, proibindo greves e intervindo
em sindicatos.
n No contexto da Guerra Fria, Dutra aproximou-se dos Estados Unidos,
rompeu relações diplomáticas com a União Soviética e colocou o Partido
Comunista na ilegalidade.
história Módulo 16 Governos populistas
capítulo 2 na América Latina

Segundo governo Vargas (1951-1954)


Governo Vargas

Expansão da indústria Meios para Medidas Polarização da


nacional: colocar as nacionalistas: sociedade:
n Investimento na relação metas em n Proposta Nacionalistas – defendiam
entre Estado e empresários. prática: de criação da o desenvolvimento
n Empresas públicas n Empréstimos e Eletrobras, industrial do país, tendo
ganharam prioridade de financiamentos para ampliar o Estado como condutor,
investimento no setor externos. a oferta e o distanciamento dos
industrial. n Captação de energia Estados Unidos.
n Fundação do de recursos elétrica.
Banco Nacional de aumentando n Criação da Entreguistas – favoráveis
Desenvolvimento o imposto Petrobras, ao alinhamento do
Econômico (BNDE). de renda de empresa Brasil à política dos
n Instituição da Comissão pessoas com estatal com Estados Unidos, à
de Desenvolvimento rendimentos monopólio abertura da economia ao
Industrial. elevados. da exploração capital externo e à não
n Integração da agricultura do petróleo interferência do Estado na
à indústria pesada. nacional. economia.
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capítulo 2 na América Latina

Crise e fim do governo Vargas

1953 1954
O governo decretou uma lei que proibiu a organização Aumento do salário mínimo, que
de comícios, greves e manifestações sem a autorização quase se equiparou ao salário
da polícia. Indiferentes à proibição, 500 mil pessoas dos oficiais do exército, gerando
participaram da manifestação Panela Vazia, contra o protestos de empresários e da
alto custo de vida no país. Houve greve geral em São imprensa.
Paulo por aumento salarial e pelo controle da inflação.

Fevereiro de 1954 5 de agosto de 1954 24 de agosto de 1954


Manifesto dos Coronéis Atentado da Rua Isolado, Vargas cometeu
Militares publicaram uma Tonelero contra Carlos suicídio, deixando uma
carta em que criticaram Lacerda, o principal carta-testamento.
Vargas por aumentar o inimigo político de Vargas. O vice-presidente, Café
salário mínimo e ignorar O presidente foi acusado Filho, assumiu o governo.
necessidades do exército. de ser o mandante. Seguiu-se um período de
muita instabilidade política.
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capítulo 2 na América Latina

Governo Juscelino Kubitschek (1956-1961)


n Economia dependente com forte presença Lema: “Cinquenta anos de progresso
do capital estrangeiro e das multinacionais. em cinco anos de governo”.

n Plano de Metas: modernizar a economia nacional investindo nos setores


de energia, transporte, indústria de base, alimentação e educação.
• Estímulo à produção de bens de consumo, com a expansão da indústria de
bens duráveis, tais como setor automobilístico e de eletrodomésticos.
• Construção e inauguração de Brasília, nova capital do Brasil, que contou
com a força de trabalho dos candangos.

n Criação da Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste


(Sudene) na tentativa de promover o crescimento econômico dessa região.
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capítulo 2 na América Latina

Resultado da política desenvolvimentista


n Aumento da dívida externa do país e da inflação.

n Nas cidades, aumentou o custo de vida.


• A população via com euforia os tempos de consumo, associados à
modernidade, e adotava novos hábitos.

n Na área rural, trabalhadores sofreram o impacto da industrialização: a


mecanização provocou desemprego e redução de salários.
• Fundação das Ligas Camponesas, em 1955, para defender interesses dos
trabalhadores do campo.
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capítulo 2 na América Latina

Governo Jânio Quadros (1961)


n Jânio Quadros assumiu o governo em janeiro de 1961, depois de uma
campanha populista centrada no combate à corrupção e na figura simbólica
da vassoura.

n Desenvolveu uma política econômica antipopular de combate à inflação,


com redução do déficit público, congelamento de salários e restrição do
crédito.

n Adotou uma política externa independente, com relações comerciais


tanto com os governos socialistas da China, de Cuba e da União Soviética,
quanto com os países capitalistas, como os Estados Unidos.

n Combateu o colonialismo português na África e na Ásia e apoiou a


Revolução Cubana.

n Criticado por suas medidas polêmicas e pela política ambígua no contexto


da Guerra Fria, Jânio Quadros renunciou em agosto de 1961.
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Governo João Goulart (1961-1964)


n Com a renúncia de Jânio, o Congresso Nacional aproveitou a viagem do
vice, João Goulart, à China comunista e nomeou o presidente da Câmara
para a presidência da república em caráter provisório.
n Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul e cunhado de Jango,
encabeçou a campanha legalista, pelo cumprimento da Constituição e
pela posse de Goulart.
n O Congresso Nacional estabeleceu o regime parlamentarista.
n Setembro de 1961: Jango assumiu o governo sob forte pressão dos setores
conservadores, que o identificavam como simpatizante do comunismo.
n Plano Trienal: projeto de governo de Jango para promover o crescimento
econômico, combater a inflação e reduzir o déficit público, por meio da
desvalorização da moeda e da redução das importações.
n 1963: plebiscito decide pela volta do presidencialismo no Brasil.
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capítulo 2 na América Latina

Reformas de base e golpe civil-militar


n Com o apoio da esquerda e de grupos nacionalistas, Jango lançou as
reformas de base: conjunto de iniciativas que incluíam as reformas
bancária, fiscal, urbana, administrativa, agrária e universitária. Também
previa maior intervenção do Estado na economia.

n Impasse entre as forças conservadoras, contrárias às reformas, e os setores


progressistas, favoráveis a elas.

n 13 de março de 1964: no grande Comício da Central do Brasil, no Rio de


Janeiro, Jango defendeu as reformas e acirrou o clima de radicalização
política no país.

n Reação conservadora de empresários, burocratas e militares contra o


governo Goulart.

n Golpe civil-militar e deposição de João Goulart em 31 de março de 1964.


Início da ditadura civil-militar no país.

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