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1)
“Ouvimos com frequência que o ‘colonialismo está morto’. Não nos deixemos enganar ou mesmo ser
tranquilizados por isso. Eu lhes digo, o colonialismo ainda não está morto. Como podemos dizer que está morto
enquanto grandes áreas da Ásia e da África não forem livres?
E lhes peço que não pensem em colonialismo apenas na forma clássica que nós da Indonésia e nossos irmãos
em diferentes partes da Ásia ou da África conhecemos. O colonialismo tem também uma roupagem moderna, sob a
forma de controle econômico, controle intelectual, controle físico real por uma comunidade pequena, porém
estrangeira, dentro de uma nação. É um inimigo hábil e determinado, que aparece sob diversas formas. Não desiste
facilmente de sua presa.
[...] Não há muito tempo, afirmamos que a paz era necessária para nós porque a eclosão de uma luta em nossa
parte do mundo colocaria em perigo a nossa preciosa independência, há tão pouco tempo obtida a tão alto preço.”
(SUKARNO, Ahmed. Discurso de abertura da Conferência Afro-Asiática de Bandung, 1955)
A Conferência de Bandung realizou-se em abril de 1955, na Indonésia, com a presença de representantes de 29 países
da África e da Ásia, entre eles líderes que haviam participado da luta pela independência de seus países, como o orador
(primeiro presidente da Indonésia independente), Nehru (da Índia) e Nasser (do Egito).
Cite dois princípios adotados por essa Conferência em sua declaração final.
2)
“À meia-noite de 15 de agosto de 1947, quando Nehru anunciava ao mundo uma Índia independente, trens
carregados de hindus e muçulmanos, que associavam a religião às causas de uma ou outra comunidade, cruzavam a
fronteira entre a Índia e o novo Paquistão, em uma das mais cruéis guerras civis do século XX. Gandhi, profundamente
comovido, começava um novo jejum, tentando a conciliação. Mais tarde, já alcançada a Independência, foram as
diferenças entre hindus e muçulmanos que levaram Nehru, primeiro-ministro da Índia, a separar religião e Estado, para
que as minorias religiosas, como os muçulmanos, não fossem vitimadas pela maioria hindu. “
(Adaptado de Cielo G. Festino, "Uma praja ainda imaginada: a representação da Nação em três romances indianos de língua inglesa".
São Paulo: Nankin/Edusp, 2007, p.23.)
a) De acordo com o texto, que razões levaram Nehru a separar religião e Estado, após a Independência da Índia?
b) Quais os métodos empregados por Gandhi na luta contra o domínio inglês na Índia?
3)
"Um empreendimento de colonização nunca é filantrópico, a não ser em palavras. Um dos objetivos de toda
colonização, sob qualquer céu e em qualquer época, sempre foi começar por decifrar o território conquistado, porque
não se semeia a contento nem em terreno já plantado, nem em alqueive. É preciso primeiro arrancar do espírito, como
se fossem ervas daninhas, valores, costumes e culturas locais, para poder semear em seu lugar os valores, costumes e
cultura do colonizador, considerados superiores e os únicos válidos. E que melhor maneira de alcançar este propósito
do que a escola?"
(BÂ, Amadou Hampâté. "Amkoullel, o menino fula". São Paulo: Palas Athena/Casa das Áfricas, 2003.)
No trecho apresentado, um dos mais reconhecidos estudiosos dos povos da savana da África Ocidental faz uma
análise dos males da escolarização promovida pelos colonizadores europeus no século XX. No entanto, a história da
descolonização africana e asiática também mostra uma outra face desse processo, em que o mesmo instrumento de
dominação, a escola, foi usado em benefício dos colonizados.
Justifique a ideia de que a escola de modelo ocidental também contribuiu para criar condições favoráveis à luta
pela independência das colônias europeias na Ásia e na África.