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CONGO:
Com um território oitenta vezes maior
do que o da Bélgica e situado no coração
da África, o Congo foi inicialmente
propriedade particular do rei belga
Leopoldo II (1865-1909); depois, passou à
administração da Bélgica.
Rico em cobre, zinco, manganês, urânio e diamante, o Congo atraiu poderosas
companhias internacionais, como a Unilever e a Companhia Mineira do Alto Katanga,
que exploravam suas riquezas em troca de baixíssimos salários pagos aos congoleses.
A administração belga era autoritária e racista; os congoleses não tinham liberdade
de expressão, nem de representação, e só podiam frequentar escola por 4 anos.
Para lutar contra a opressão e a discriminação racial, os congoleses criaram em
1956, a Abako, Associação do Baixo Congo, chefiada por J. Kasavubu e, no ano
seguinte, o Movimento Nacional Congolês, liderado por Patrice Lubumba. Sob a
liderança de Lumumba, os congoleses organizaram uma série de manifestações de rua
e greves pela independência.
Pressionados pela resistência congolesa, os belgas se retiraram e, em 30
de junho de 1960, o Congo tornou-se independente; o primeiro chefe de
governo foi o próprio Patrice Lumumba.
Mas o projeto de Lumumba de unir os
congoleses em torno de um Estado nacional
não prosperou. Com o apoio dos Estados
Unidos, a rica província de Katanga moveu
uma guerra separatista contra as forças de
Lumumba, que, por sua vez, receberiam ajuda
da União Soviética.
A guerra civil terminou com a vitória do
coronel Joseph-Desiré Mobutu, aliado dos
estadunidenses, que assumiu o poder em
1961; Lumumba foi preso e assinado em
circunstâncias misteriosas, o que levou a ONU
a intervir no país para assegurar a
independência.
-Angola, Moçambique e Guine-Bissau-
Na África sob domínio português, a vida dos africanos também era marcada por
intensa exploração. Os angolanos, por exemplo, trabalhavam para os portugueses
nas plantações (de cana-de-açúcar, milho, café, amendoim), nas minhas (de
diamantes) e nas cidades, em troca basicamente de roupas e comida, já que os
melhores empregos eram reservados aos portugueses vindos da metrópole.
Em 1930, angolanos pressionaram o governo português por melhores
condições de trabalho e obtiveram uma conquista: o sistema de contrato. Por meio
dele, o governo português prometia pagar um salário aos trabalhadores africanos e
respeitar seus costumes e valores.
Mas, no interior, isso pouco adiantou, pois a autoridade eram os próprios
colonos portugueses. Além disso, a Pide, a polícia política do governo português,
liberado pelo ditador António de Oliveira Salazar, reprimia à bala toda e qualquer
manifestação popular angolana.
A violência do governo português provocou um aumento da
consciência política e da resistência africana, dentro e fora da África. Em
Lisboa (1951), um grupo de universitários vindos da África fundou o
Centro de Estudos Africanos.
Essa geração de militantes africanos - conhecida como “geração de
50” – usou a poesia como arma de combate ao colonialismo. Muitos deles
continuaram a luta por seus ideais nos movimentos de libertação que se
formaram em seus países.
-A revolução dos cravos-
Em Portugal, os gastos com a guerra na
África (certa de 40% do orçamento
nacional) e a morte de milhares de jovens
soldados portugueses geraram forte
descontentamento, o que contribuiu para a
eclosão da Revolução dos Cravos (25 de
abril de 1974).
Liberada por jovens oficiais das Forças
Armadas portuguesas e contato com amplo
apoio popular, a Revolução dos Cravos
derrubou a ditadura salazarista, que
vigorava em Portugal havia 42 anos.
Vitorioso, o novo governo português adotou o seguinte lema:
“Democracia em nosso país, descolonização na África”. E, depois de
dissolver a polícia política portuguesa, encaminhou o reconhecimento das
independências africanas.