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O ENCONTRO QUE DECIDIU A ÁFRICA PARTILHANDO OS
CONTINENTE EM 50 PAÍSES
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mais precisam de assistência no país. Uma coincidência de datas e também de valores,
se levarmos em contas as estimativas do diplomata Belga e historiador, Jules Marchal,
que estimou, em 1998, em mais de 1 bilhão de dólares americanos os ganhos do Rei
Leopoldo II, durante o reinado de 23 anos no Congo (entre 1885 e 1908).
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O objetivo declarado era o de "regulamentar a liberdade do
comércio nas bacias do Congo e do Níger, assim como novas ocupações de territórios
sobre a costa ocidental da África". É de realçar a participação de estados que não
possuíam colónias ou territórios em África na conferência, como os países escandinavos
ou os Estados Unidos.
Esta Conferência foi uma das mais importantes realizadas na segunda metade do
século XIX, visando, entre outras questões, regular o Direito Internacional Colonial,
sendo que na conferência, entre outros temas, foram discutidos e estabelecidos
princípios relativos à navegação de rios internacionais, a liberdade de comércio ao
longo da bacia do Zaire, e também o estabelecimento de “regras uniformes nas relações
internacionais relativamente às ocupações que poderão realizar-se no futuro nas costas
do continente africano”. Adicionalmente, o tráfico de escravos, e a escravatura no geral
constituíram.
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Durante a conferência, Portugal apresentou um projeto, o famoso "mapa cor-de-
rosa", que consistia em ligar Angola a Moçambique, criando uma comunicação entre as
duas colônias, de modo a facilitar o comércio e o transporte de mercadorias. Sucedeu
que, apesar de todos concordarem com o projeto, mais tarde a Inglaterra, à margem
do Tratado de Windsor, surpreendentemente recusou o projeto, dando um ultimato a
Portugal, ameaçando declarar-lhe guerra se a proposta não fosse retirada. Portugal, com
receio de colocar em causa o tratado de amizade e cooperação militar mais antigo do
mundo, cedeu às pretensões inglesas, retirando o projeto do mapa cor-de-rosa.
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territórios onde não tinham qualquer tipo de presença. Apesar de algumas potências,
nomeadamente o Reino Unido, defenderem que este princípio se deva aplicar a todo o
continente africano, na declaração final de Berlim o princípio de “uti possidetis jure”
restringe-se às áreas costeiras do continente. Surge assim o imperativo de alargamento
da ocupação efetiva ao interior do continente através da definição de “esferas de
influência” e que no caso português foi consubstanciado no projeto conhecido como
“Mapa Cor-de-Rosa”.
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Para Portugal acrescia ainda a questão da escravatura, que serviu frequentes
vezes de pretexto para ingerências das potências estrangeiras. A Inglaterra, após abolir o
tráfico em 1807, e com interesses coincidentes com a França nesta questão, pretendia
estender a abolição da escravatura aos restantes países europeus; sendo que a totalidade
do tráfico escravo só veio a ser abolida em todos os territórios portugueses em 1869,
apesar de datarem do século XVIII os primeiros decretos que viriam a abolir a
instituição da escravatura no território metropolitano português. A questão da
escravatura viria a marcar a política portuguesa durante o século XIX, sendo que o
primeiro decreto de abolição do tráfico nos domínios portugueses é da lavra do Marquês
de Sá da Bandeira, publicado em 10 de dezembro de 1836. Este decreto proibia o tráfico
de escravos em todos os territórios portugueses a sul do Equador. No entanto, muito
pressionado pelo governo inglês para não só abolir o tráfico, mas também para ajudar na
sua repressão, o Governo de Lisboa foi tentando escalonar no tempo e no espaço, as
ações a desenvolver de modo a não criar roturas e não prejudicar a economia.
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
Bibliografia
MAGNOLI, Demetrio. História da Paz. São Paulo: Editora Contexto, 2008. 448p. ISBN
85-7244-396-7-32
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historia-135-anos-depois-uma-nova-conferencia-para-o-congo