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Abílio António Chilaúle

António Justino Machava

João João Pedro

José Manuel Chirindja

José Manhiça

Lázaro Armando Mondlane

Luísa Gilda Almeida Manhiça

Nélia Paulino Julai

Vanda Moiasse Henriques Mudaca

Faculdade de Ciências Sociais e Filosóficas

“Consequências da escravatura em África”

Universidade Pedagógica

UP-SEDE

Maputo, 2020
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Abílio António Chilaúle

António Justino Machava

João João Pedro

José Manuel Chirindja

José Manhiça

Lázaro Armando Mondlane

Luísa Gilda Almeida Manhiça

Nélia Paulino Julai

Vanda Moiasse Henriques Mudaca

Faculdade de Ciências Sociais e Filosóficas

“Consequências da escravatura em África”

Trabalho para avaliação à cadeira


de Historia de África do século
XVI a XVIII, regime EAD, 2˚
ano, 2020.

Docente: Adolcido Matine

Universidade Pedagógica

UP-SEDE

Maputo, 2020
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Índice

1. Introdução………………………………………………………………………. …………4

2.Objectivos………………………………………………………………………….…. ……5

2.1. Objectivo Geral…………………………………………………………………… …. …5

2.2. Objectivos Específicos…………………………………………………………... ………5

3. Metodologia………………………………………………………………………...………5

4. A escravatura em África……………………………………………………………………6

5. As consequências da escravatura em África………………………………...……………6,7

5.1. Consequências socioeconómicas………………………………………………………….7

5.2. Consequências demográficas…………………………………………………. …………8

5.3. Consequências Politicas………………………………………………………. …………8

5.4. Consequências Culturais e Ideológicas………………………………………...…………8

6. Aspectos positivos da escravatura em África……………………………………… ………9

7. Conclusão………………………………………………………………………………….10

8. Bibliografia………………………………………………………………………...………11
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1. Introdução

O tráfico negreiro envolvendo os europeus iniciou-se no século XV, quando os portugueses


instalaram feitorias pelo litoral do continente africano. Nessas feitorias, os portugueses
mantinham contacto com os reinos africanos, estabelecendo relações diplomáticas que os
possibilitavam manter comércio, ao qual se incluía a venda de seres humanos. Com o tempo,
outras nações europeias começaram a envolver-se com essa actividade e não apenas os
portugueses

Segundo RIBEIRO, Alexandre & DA SILVA, Daniel (…) o comércio de africanos provocou
transformações em diferentes esferas conectadas pelo tráfico. E não apenas aquelas do
contexto atlântico, pois foi um fenómeno de dimensões globais, impactando regiões a
milhares de quilómetros de distância.
Os africanos, após terem sido feitos prisioneiros, eram levados a pé até os portos onde seriam
revendidos para os portugueses (ou outros europeus). Nesses portos, os africanos eram
marcados com ferro quente para identificá-los de qual comerciantes eram, assim, o presente
trabalho foca essencialmente sobre o comércio desumano que se verificou em África durante
a colonização africana, neste presente trabalho iremos falar das consequências da escravatura
em África. (RIBEIRO & DA SILVA, 2017)

O presente trabalho esta estruturado da seguinte maneira; a capa e contracapa, índice,


introdução, metodologia, o desenvolvimento, conclusão e as referências bibliográficas.
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2. Objectivos
2.1. Objectivo Geral
 Falar do impacto da escravatura em África.
2.2. Objectivos Específicos
 Descrever o processo da escravatura em África;
 Mencionar os aspectos negativos da escravatura em África;
 Citar alguns aspectos positivos que a escravatura em África trouxe;

3. Metodologia

Quanto a metodologia fez-se a pesquisa bibliográfica que serviu de base teórica na produção
deste trabalho desde a pré – análise, analise, síntese e a sua redacção final. Privilegiou-se o
método dedutivo partindo do geral para o particular. Encera-se o trabalho com uma conclusão
na qual vem reflectida as opiniões dos autores. Tranca-se o mesmo com uma bibliografia que
serviu de base teórica na produção deste trabalho.
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4. A escravatura em África

Dr. Livingstone, citado por NABUCO diz o seguinte sobre a escravatura, "Ao procurar
descrever o tráfico de escravos na África Oriental, foi-me necessário manter-me bem dentro
da verdade para não se me arguir de exagerado; mas o assunto não consentia que eu o fosse.
Pintar com cores por demais carregadas os seus efeitos, é simplesmente impossível. O
espectáculo que presenciei, apesar de serem incidentes comuns ao tráfico, são tão repulsivos
que sempre procuro afastá-los da memória. No caso das mais desagradáveis recordações, eu
consigo por fim adormecê-las no esquecimento; mas as cenas do tráfico voltam-me ao
pensamento sem serem chamadas, e fazem-me estremecer no silêncio da noite, horrorizado
com a fidelidade com que se reproduzem". (NABUCO, Joaquim)
Estas palavras do Dr. Livinguistone mostram claramente que, o tráfico de escravos consistiu,
basicamente, na migração forçada de africanos com o intuito de escravizá-los. O processo da
escravatura em África ou seja, a caça ao homem foi uma acção enraizadamente desumana,
por exemplo, segundo Erica Turci, com a leitura feita podemos constatar que, "os escravos,
confinados na parte mais insalubre do navio, passavam por situações das mais terríveis. Não
sabiam onde estavam, ficavam apertados num espaço no qual não podiam ficar em pé ou se
deitar, recebiam pouca alimentação com baixo grau de nutrientes (basicamente: feijão,
farinha de mandioca e carne seca). Mal recebiam água para beber. E, enquanto isso, pelas
frestas da embarcação feita de madeira, a água do mar ia aos poucos invadindo o chão do
porão".

5. As consequências da escravatura em África

Umas das consequências provocadas pelo tráfico de escravos, notável ate hoje, é que muitos
povos de África, ocupam os seus actuais territórios por causa das deslocações provocadas
pelo tráfico de escravos.
Por outro lado, o tráfico de escravos efectuou uma separação, levando-o que havia de melhor
na população, os indivíduos mais vigorosos, os mais jovens, os mais sãos. Logo desde a caca
no interior, se procedia a uma selecção. A mortalidade infantil deve ter se agravado: crianças
de peito separadas das mães ou chacinadas.
Chegado às feitorias, os cativos eram ainda escolhidos com muito cuidado pelos negreiros:
Nada de velhos com a pele enrugada, testículos caídos, ou encarquilhados, lê-se numa
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instrução de 1769. Nada de grandes negros escanzelados, peito estreito, olhos esgazeados, ar
imbecil.
Quanto as cativas: nem mamilos espetados, nem seios flácidos. Pelo contrário, o que o
negreiro quer são rapazes sem barba e raparigas com seios bem firmes.

Segundo Wilberforce, citado por Ki-Zerbo, faz a menção de um carregamento onde em 130
escravos, havia 25 que sabiam escrever árabe. Por outras palavras tinham sido arrancados dos
sectores da população mais necessários ao dinamismo e ao progresso, ou sejam os melhores
produtores e procriadores
O tráfico de escravos instalava, enfim, estado crónico, a guerra, a violência intratribal e
intertribal. Desta forma, o tráfico de escravos provocou, portanto, um traumatismo moral e
ideológico em numerosos africanos. Os que se ocupavam ao tráfico de escravos, já não
olhavam para o homem da mesma maneira e os Congueses, de que os primeiros europeus
diziam que tinha uma elevada ideia de si próprios, haviam perdido essa ideia. O mesmo
acontecia na Costa do Ouro, onde o adultério era punido com a perda da liberdade.

Com a escravatura, certos reis vieram a ter por sua conta um grande número de mulheres que
não tinham outro emprego que não fosse seduzir todas as noites jovens sem experiencia.

Segundo KI- ZERBO, Joseph & Mira Sintra, afirmam que, as consequências do tráfico dos
escravos na África, podem ser vistas no âmbito socioeconómicas, políticas, culturais e
ideológicas.

5.1. Consequências socioeconómicas

O comércio do escravo levou ao aparecimento de grande assentamento de sociedades


militarizadas e de uma organização politica em grande escala sobretudo entre os povos onde a
figura da matriarca se empunham, os quais se encontravam estalados no norte do Zambeze.

O crescimento económico dos estados e da sua própria riqueza, deveu a grandes números de
escravos que eram precisos para ocuparem o número de progressão de funções comerciais,
políticas e da própria produção, apesar de a comunidade ser substituída pelos novos aspectos
de tutela, no que tange as casas onde vários grupos se sentiam livres e estavam de perto da
economia e os seus respectivos chefes competiam porque todos eles queriam ocupar cargo no
estado.
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5.2. Consequências demográficas

Estas são talvez as mais estudadas pelos investigadores, matança e obviamente, enorme. Tem
se trabalhado no cálculo, mais ou menos aproximado, do número de africanos e africanas,
estas talvez um pouco menos numerosas todos os jovens, que foram deportados a América.

A África, perdeu homens e mulheres em idade de procriar, reduziu necessariamente o


crescimento demográfico normal numa proporção que sem dúvida não poderá ser
estabelecida nunca com exactidão.

É pouco provável que a perda directa da população devido o tráfico negreiro durante o século
XVIII tivesse como efeito mais do que suster o crescimento demográfico, apesar, de em
outros períodos os seus efeitos devem ter sido relativamente menores.

5.3. Consequências Politicas

O comércio do escravo levou ao aparecimento de senhores das guerras afro-portugueses e


islâmicos cujos exércitos privados equipados com armas de fogo compradas com os lucros na
actividade negreira, se viram em condições de dominarem as muito fragmentadas e quase
chefes makwa.

As comunidades africanas antes do tráfico de escravos conviviam pacificamente, e com o


mesmo instalou-se a guerra entre as tribos e a violência no interior das próprias tribos, onde
os chefes do litoral passaram a ver os seus súbditos como uma mercadoria e a guerrearem-se
uns aos outros para venderem os seus compatriotas.

As antigas estruturas políticas do Sudão nigeriano, do Chade e do Congo, entraram em


decadência ao não poder se adaptar a situação criada pelo tráfico. O Congo, que se
encontrava em seu apogeu, não logrou resistir a pressão dos portugueses, que desde sua base
de São Tome vinham a tirar escravos em seu território para a sua colónia Brasil, apesar da
boa disposição de uma parte de aristocracia dirigente, que tinha-se convertido ao catolicismo.

5.4. Consequências Culturais e Ideológicas

A África tinha lucrado mais do que perdido, porque, o tráfico de escravo permitiu-lhes
introduzir no continente a cultura de produtos Ameríndios tais como: café, cana-de-açúcar e
algodão.

A cultura africana sofreu algumas mudanças com o tráfico negreiro ou escravo, isto é, invés
de os africanos continuarem com a sua antiga caligrafia isto no que diz respeito a parte de
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construção herdaram a caligrafia islâmica. E na ao invés de continuarem a venerar os seus


antepassados, alguns africanos foram baptizados, como aconteceu no estado de
Mwenemutapa, e o tráfico negreiro na Madeira, nas ilhas de Cabo -Verde e, mais
particularmente, na ilha de São Tomé originou -se, primeiro, em razão da introdução da
cultura da cana-de-açúcar e do algodão.

6. Aspectos positivos da escravatura em África

Segundo Ki-Zerbo, na sua obra afirma que, com o advento da escravatura em África, alguns
países e regiões como, Senegal, Costa do Benim, região do Congo beneficiaram-se de
algumas novas culturas trazidas da América, tais como, o milho, a mandioca, o tabaco, etc.
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7. Conclusão

Depois da realização do presente trabalho podemos constatar que, o comércio de africanos


provocou transformações em diferentes esferas conectadas pelo tráfico.

A escravatura em África trouxe varias consequências como a falta de mão-de-obra para o


trabalho agrícola e o empobrecimento das comunidades africanas, uma vez que os capturados
eram homens e mulheres fortes e úteis a produção; reinos africanos como o Benim e Congo
entraram em crise e decadência uma vez que os reinos vassalos os combatiam com armas
conseguidas no trafico de escravos e; vastas áreas ficaram despovoadas devido a captura de
escravos.
Também podemos constatar que, o trafico de escravos em África provocou, um traumatismo
moral e ideológico em numerosos africanos, por exemplo, Ki-Zerbo diz que, os primeiros
europeus afirmavam que os Congoleses tinham uma elevada ideia de si próprios, mas
constatou se que os mesmos tinham perdido essa ideia.
E ainda concluímos que, a escravatura foi determinante na conformação das sociedades
africanas. Na África, a exploração da mão-de-obra escrava, primeiro pelos árabes e depois
pelos europeus, provocou uma estruturação de enormes proporções. Nesse movimento,
muitos dos povos africanos perderam sua cultura, sua liberdade, suas riquezas. A história
mostra que há pontos de inflexão em que as transformações se mostram inevitáveis e ocorrem
em processos pacíficos ou por revoluções.
Nos últimos momentos com o advento da paz, a instabilidade e reconstrução nacional, por
exemplo, Angola entrou finalmente numa fase que o seu presidente já teve oportunidade de
caracterizar como a da conquista da paz, consolidação da economia nacional e devolução da
dignidade e da esperança a todos angolanos.
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8. Bibliografia

Ki-Zerbo, Joseph. História da África negra, s.ed, Europa-America, ed. Biblioteca


Universitária, Vol. I, 1972
KI- ZERBO, Joseph e SINTRA, Mira. História de África Negra, 3ª ed, Publicações Europa –
América; Vol. I, 1999.
RIBEIRO, Alexandre e DA SILVA, Daniel. O tráfico de escravos africanos: Novos
horizontes, s.ed, Revista Tempo, Vol. XXIII, n˚ 2, 2017.
NABUCO, Joaquim. O tráfico de africanos, Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, Rio de
Janeiro, 2011.
OGOT, Bethwell. História geral de África: África do século XVI ao XVIII, 1ªed, UNESCO,
Vol. V, 2010.
https://escola.mmo.co.mz/historia/consequencia-do-trafico-deescravos/, acesso aos 25 de
Abril de 2020, as 23:24min
https://colegiomoz.blogspot.com/2018/07/consequencias-do-trafico-de-escravos-na.html,
acesso aos 20 de Abril de 2020 as 12:13min.

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