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José Manhiça
Universidade Pedagógica
UP-SEDE
Maputo, 2020
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José Manhiça
Universidade Pedagógica
UP-SEDE
Maputo, 2020
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Índice
1. Introdução………………………………………………………………………. …………4
2.Objectivos………………………………………………………………………….…. ……5
3. Metodologia………………………………………………………………………...………5
4. A escravatura em África……………………………………………………………………6
7. Conclusão………………………………………………………………………………….10
8. Bibliografia………………………………………………………………………...………11
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1. Introdução
Segundo RIBEIRO, Alexandre & DA SILVA, Daniel (…) o comércio de africanos provocou
transformações em diferentes esferas conectadas pelo tráfico. E não apenas aquelas do
contexto atlântico, pois foi um fenómeno de dimensões globais, impactando regiões a
milhares de quilómetros de distância.
Os africanos, após terem sido feitos prisioneiros, eram levados a pé até os portos onde seriam
revendidos para os portugueses (ou outros europeus). Nesses portos, os africanos eram
marcados com ferro quente para identificá-los de qual comerciantes eram, assim, o presente
trabalho foca essencialmente sobre o comércio desumano que se verificou em África durante
a colonização africana, neste presente trabalho iremos falar das consequências da escravatura
em África. (RIBEIRO & DA SILVA, 2017)
2. Objectivos
2.1. Objectivo Geral
Falar do impacto da escravatura em África.
2.2. Objectivos Específicos
Descrever o processo da escravatura em África;
Mencionar os aspectos negativos da escravatura em África;
Citar alguns aspectos positivos que a escravatura em África trouxe;
3. Metodologia
Quanto a metodologia fez-se a pesquisa bibliográfica que serviu de base teórica na produção
deste trabalho desde a pré – análise, analise, síntese e a sua redacção final. Privilegiou-se o
método dedutivo partindo do geral para o particular. Encera-se o trabalho com uma conclusão
na qual vem reflectida as opiniões dos autores. Tranca-se o mesmo com uma bibliografia que
serviu de base teórica na produção deste trabalho.
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4. A escravatura em África
Dr. Livingstone, citado por NABUCO diz o seguinte sobre a escravatura, "Ao procurar
descrever o tráfico de escravos na África Oriental, foi-me necessário manter-me bem dentro
da verdade para não se me arguir de exagerado; mas o assunto não consentia que eu o fosse.
Pintar com cores por demais carregadas os seus efeitos, é simplesmente impossível. O
espectáculo que presenciei, apesar de serem incidentes comuns ao tráfico, são tão repulsivos
que sempre procuro afastá-los da memória. No caso das mais desagradáveis recordações, eu
consigo por fim adormecê-las no esquecimento; mas as cenas do tráfico voltam-me ao
pensamento sem serem chamadas, e fazem-me estremecer no silêncio da noite, horrorizado
com a fidelidade com que se reproduzem". (NABUCO, Joaquim)
Estas palavras do Dr. Livinguistone mostram claramente que, o tráfico de escravos consistiu,
basicamente, na migração forçada de africanos com o intuito de escravizá-los. O processo da
escravatura em África ou seja, a caça ao homem foi uma acção enraizadamente desumana,
por exemplo, segundo Erica Turci, com a leitura feita podemos constatar que, "os escravos,
confinados na parte mais insalubre do navio, passavam por situações das mais terríveis. Não
sabiam onde estavam, ficavam apertados num espaço no qual não podiam ficar em pé ou se
deitar, recebiam pouca alimentação com baixo grau de nutrientes (basicamente: feijão,
farinha de mandioca e carne seca). Mal recebiam água para beber. E, enquanto isso, pelas
frestas da embarcação feita de madeira, a água do mar ia aos poucos invadindo o chão do
porão".
Umas das consequências provocadas pelo tráfico de escravos, notável ate hoje, é que muitos
povos de África, ocupam os seus actuais territórios por causa das deslocações provocadas
pelo tráfico de escravos.
Por outro lado, o tráfico de escravos efectuou uma separação, levando-o que havia de melhor
na população, os indivíduos mais vigorosos, os mais jovens, os mais sãos. Logo desde a caca
no interior, se procedia a uma selecção. A mortalidade infantil deve ter se agravado: crianças
de peito separadas das mães ou chacinadas.
Chegado às feitorias, os cativos eram ainda escolhidos com muito cuidado pelos negreiros:
Nada de velhos com a pele enrugada, testículos caídos, ou encarquilhados, lê-se numa
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instrução de 1769. Nada de grandes negros escanzelados, peito estreito, olhos esgazeados, ar
imbecil.
Quanto as cativas: nem mamilos espetados, nem seios flácidos. Pelo contrário, o que o
negreiro quer são rapazes sem barba e raparigas com seios bem firmes.
Segundo Wilberforce, citado por Ki-Zerbo, faz a menção de um carregamento onde em 130
escravos, havia 25 que sabiam escrever árabe. Por outras palavras tinham sido arrancados dos
sectores da população mais necessários ao dinamismo e ao progresso, ou sejam os melhores
produtores e procriadores
O tráfico de escravos instalava, enfim, estado crónico, a guerra, a violência intratribal e
intertribal. Desta forma, o tráfico de escravos provocou, portanto, um traumatismo moral e
ideológico em numerosos africanos. Os que se ocupavam ao tráfico de escravos, já não
olhavam para o homem da mesma maneira e os Congueses, de que os primeiros europeus
diziam que tinha uma elevada ideia de si próprios, haviam perdido essa ideia. O mesmo
acontecia na Costa do Ouro, onde o adultério era punido com a perda da liberdade.
Com a escravatura, certos reis vieram a ter por sua conta um grande número de mulheres que
não tinham outro emprego que não fosse seduzir todas as noites jovens sem experiencia.
Segundo KI- ZERBO, Joseph & Mira Sintra, afirmam que, as consequências do tráfico dos
escravos na África, podem ser vistas no âmbito socioeconómicas, políticas, culturais e
ideológicas.
O crescimento económico dos estados e da sua própria riqueza, deveu a grandes números de
escravos que eram precisos para ocuparem o número de progressão de funções comerciais,
políticas e da própria produção, apesar de a comunidade ser substituída pelos novos aspectos
de tutela, no que tange as casas onde vários grupos se sentiam livres e estavam de perto da
economia e os seus respectivos chefes competiam porque todos eles queriam ocupar cargo no
estado.
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Estas são talvez as mais estudadas pelos investigadores, matança e obviamente, enorme. Tem
se trabalhado no cálculo, mais ou menos aproximado, do número de africanos e africanas,
estas talvez um pouco menos numerosas todos os jovens, que foram deportados a América.
É pouco provável que a perda directa da população devido o tráfico negreiro durante o século
XVIII tivesse como efeito mais do que suster o crescimento demográfico, apesar, de em
outros períodos os seus efeitos devem ter sido relativamente menores.
A África tinha lucrado mais do que perdido, porque, o tráfico de escravo permitiu-lhes
introduzir no continente a cultura de produtos Ameríndios tais como: café, cana-de-açúcar e
algodão.
A cultura africana sofreu algumas mudanças com o tráfico negreiro ou escravo, isto é, invés
de os africanos continuarem com a sua antiga caligrafia isto no que diz respeito a parte de
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Segundo Ki-Zerbo, na sua obra afirma que, com o advento da escravatura em África, alguns
países e regiões como, Senegal, Costa do Benim, região do Congo beneficiaram-se de
algumas novas culturas trazidas da América, tais como, o milho, a mandioca, o tabaco, etc.
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7. Conclusão
8. Bibliografia