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Abíli
o António Chilaúle

Amós António Chivambo

José Manuel Chirindja

José Marcos Manhiça

Lázaro Armando Mondlane

Luísa Gilda Almeida Manhiça

Nélia Paulino Julai

Vanda Moiasse Henriques Mudaca

Automação (o Fordismo e o Taylorismo)

Licenciatura em Ensino de História

Universidade Pedagógica

Maputo, 2022
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Abíli
o António Chilaúle

Amós António Chivambo

José Manuel Chirindja

José Marcos Manhiça

Lázaro Armando Mondlane

Luísa Gilda Almeida Manhiça

Nélia Paulino Julai

Vanda Moiasse Henriques Mudaca

Automação (o Fordismo e o Taylorismo)

Trabalho a ser avaliado no


departamento das ciências
sociais e filosóficas, na
universidade pedagogia, na
cadeira de Didáctica de História
III, 4º Ano, II Semestre, EAD.

Docente: Nheleth Ratibo

Universidade Pedagógica

Maputo, 2022
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Índice
1. Introdução..............................................................................................................................4

2. Objectivos..............................................................................................................................4

2.1. Objectivo geral................................................................................................................4

2.2. Objectivos específicos.....................................................................................................4

3. Metodologia...........................................................................................................................4

1. O taylorismo...........................................................................................................................6

1.1. Princípios do Taylorismo................................................................................................6

1.2. O trabalho segundo o taylorismo.....................................................................................7

1.3. Características do Taylorismo.........................................................................................7

2. O fordismo.............................................................................................................................8

2.1. Fases do fordismo............................................................................................................9

2.2. Características do fordismo.................................................................................................9

2.3. Impacto da automação taylorista-fordista.....................................................................10

2.4. Semelhanças e diferenças entre o Fordismo e o Taylorismo........................................11

3. Conclusão.............................................................................................................................13

4. Bibliografia..........................................................................................................................14
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1. Introdução

O conceito de trabalho evoluiu ao longo do tempo e juntamente surgiu à necessidade de criar


novos modelos de gestão, onde as relações do trabalho são indispensáveis para o sucesso
organizacional. Essa transição se inicia com a transição do Fordismo para o Pós-Fordismo.
No Pós-Fordismo a contraposição ao paradigma fordista de rigidez e “engessamento” da
produção e da relação entre empregador e empregado gerou a deteriorização pela
“flexibilidade”, e adoptou aspectos rejeitados pelo Taylorismo, os trabalhos manuais e
intelectuais ao mesmo tempo.

As revoluções provocadas pela automação de base microelectrónica as discussões propostas


por Marx com relação ao papel do trabalho humano no processo produtivo fazem sentido. O
taylorismo e o fordismo colocam para o século XX uma discussão outrora colocada por Marx
para os fins do século XVIII. Tanto Taylor quanto Ford pretendem que suas discussões sobre
o processo produtivo sejam tão atuais quanto aquelas propostas por Marx no estudo da
Maquinaria.

O presente trabalho aborda sobre a automação olhado para o fordismo e o taylorismo e o


mesmo encontra se estruturado da seguinte forma: capa e contra capa, índice, introdução,
desenvolvimento, conclusão e referência bibliográfica.

2. Objectivos

2.1. Objectivo geral

 Falar a sobre o Fordismo e o Taylorismo na automação.

2.2. Objectivos específicos

 Conceptualizar o Fordismo e o Taylorismo;


 Perceber as características do modelo de produção industrial fordista e taylorista;
 Identificar a importância do Fordismo e o Taylorismo na produção do trabalho
económico

3. Metodologia

Quanto a metodologia fez-se a pesquisa bibliográfica que serviu de base teórica na produção
deste trabalho desde a pré – análise, analise, síntese e a sua redacção final. Privilegiou-se o
método dedutivo partindo do geral para o particular. Encera-se o trabalho com uma conclusão
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na qual vem reflectida as opiniões dos autores. Tranca-se o mesmo com uma bibliografia que
serviu de base teórica na produção deste trabalho.
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1. O taylorismo

O taylorismo é um movimento criado pelo americano Frederick W. Taylor nas últimas


décadas do século XIX. Seu principal objectivo era desenvolver métodos de organização do
trabalho. Para tanto, propôs a gerência científica que significava um empenho no sentido de
aplicar os métodos da ciência aos problemas complexos e crescentes do controle do trabalho
nas empresas capitalistas em rápida expansão.

Essa teoria também conhecida como gerenciamento científico, foi a primeira a tocar na
optimização do fluxo de trabalho, sendo dividida entre análises e melhorias. Taylor dividiu a
produção em moimentos individuais, analisando-os separadamente e cronometrava o tempo
que o funcionário demorava para realizar cada função. A remuneração era feita de acordo
com a produtividade do trabalhador, bem como o nível hierárquico dentro da emprese. Para
Taylor era necessário haver uma divisão entre quem trabalhava com a produção com quem
era pago para pensar em novas formas de execução. Foi dessa forma que ficou definido o
cargo de gerência.

1.1. Princípios do Taylorismo

Tinha como princípios, o estudo das tarefas, a selecção de trabalhadores, a definição de


regras e o acompanhamento do trabalho.

 Estudo das tarefas: o primeiro passo é fazer um mapeamento de processos somando


a um estudo de tempos e movimentos. A ideia é levantar todo o conhecimento que já
existe na cabeça dos trabalhadores, registar, medir e analisar o que já ee feito e, em
seguida, estudar maneiras de simplificar e optimizar essas tarefas.
 Selecção dos trabalhadores: prevê que cada colaborador seja especialista em uma
determinada tarefa. É por isso que, nesta etapa, a gerência deve fazer uma selecção
baseada em métodos científicos para definir qual é a melhor pessoa para a execução
de cada actividade.
 Definição de regras: a partir do estudo feito no primeiro princípio são definidas
regras para a execução de cada tarefa.
 Acompanhamento do trabalho: os gestores devem acompanhar e fiscalizar o
trabalho para que a execução seja conforme fora orientado anteriormente.

Coriat defende a idéia de que os princípios propostos por Taylor para a organização do
trabalho merecem a mesma importância dos princípios propostos por Ricardo na economia
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política. São princípios que ditaram as regras para organização do trabalho propiciando a
materialização das tendências previstas por Marx. (Coriat, 1976)

O sistema Taylor tem como função essencial dar à direcção capitalista do processo de
trabalho os meios de se apropriar de todos os conhecimentos práticos, até então
monopolizados de fato pelos operários. A direcção cientifica proposta por Taylor caberá a
tarefa de expropriar os operários do saber. Para tanto, é preciso um plano. Este plano
decompõe-se em três fases:

1ª: Reduzir o saber operário aos seus elementos mais simples, medindo gestos e tempos;
introduz-se o cronómetro na oficina;

2ª: Uma vez todos estes gestos fragmentados, este saber em "migalhas" é sistematicamente
seleccionado e classificado;

3ª: Para cada operação se retém a melhor maneira de realizar uma tarefa, e esta maneira é
passada diariamente aos operários com os tempos requeridos para cada tarefa.

1.2. O trabalho segundo o taylorismo

A introdução da maquinaria promove a separação concepção/execução. No taylorismo essa


separação se dá sem a introdução da máquina. Dito de outra forma, no taylorismo, trata-se de
separar o trabalho intelectual do trabalho manual mantendo o trabalho manual como a base
do processo de trabalho. Na forma anterior da maquinaria, na manufactura, o parcelamento de
tarefas acaba com o trabalhador integral, a concepção/execução não pertencem ao trabalhador
parcelado.

No taylorismo o trabalho qualificado enquanto aquele que exige formação, treinamento,


estudo, etc, desaparece; há uma especialização nos instrumentos de trabalho que atuam como
extensão do trabalho humano. No entanto, ainda que desqualificado, o trabalho vivo é
imprescindível no processo produtivo. E ele a base da produção. O homem, ainda que
transformado numa máquina com seus gestos e tempos cronometrados e planejados, é o
principal instrumento de trabalho.

1.3. Características do Taylorismo

Moraes Neto (1991) afirma que o taylorismo caracteriza-se como uma forma avançada de
controlo do capital, com o objectivo de elevar a produtividade do trabalho, por meio do
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controle de todos os tempos e movimentos do trabalhador, ou seja, do controle


necessariamente despótico de todos os passos do trabalho vivo. Por essa via taylorista busca-
se objectivar o factor subjectivo, o trabalho vivo. Aponta se como as principais
características, as seguintes:

 Planejamento: uso apenas de métodos de trabalho que já foram testados e planejados


para eliminar o improviso;
 Preparo: selecção dos trabalhadores para suas competências e especialização para
cada cargo através de treinamento;
 Controle: supervisão constante do trabalho por uma autoridade;
 Execução: disciplina do trabalho e regras claras a serem cumpridas pelos
funcionários;
 Singularização das funções: particularização do trabalhador para uma função
apenas;
 Criação de sistemas de incentivos e recompensas salariais: para motivar os
trabalhadores e aumentar a produtividade;

2. O fordismo

A origem do fordismo remonta à Segunda Revolução Industrial, implementada a partir do


final do século XIX nos países mais desenvolvidos do globo. Em 1913, um empresário
chamado Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, idealizou uma série de
mudanças nos processos de trabalho. Uma das principais mudanças foi a introdução das
linhas de montagem de produção que nas fábricas da Ford podem ser definidas como: o
automóvel a ser montado deslocava-se por uma esteira rolante, enquanto os operários, pouco
qualificados, executavam as operações padronizadas, alinhados junto à esteira. Esse modelo
causou grande impacto na produção em massa da indústria automobilística, isto porque Ford
seguiu os princípios de padronização e simplificação de Frederick Taylor (1856-1915), que
acelerava ao máximo a produção e obrigava o trabalhador a operar no ritmo das máquinas.
Por essa razão, esse método de trabalho também costuma ser chamado de fordismo-
taylorismo.

Portanto, foi o termo relacionado às novidades introduzidas por Henry Ford no processo de
trabalho a partir da década de 10, início do século XX, referentes ao processo de trabalho na
indústria automobilística
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Segundo Moraes Neto & Carvalho (1997), é preciso pensar o fordismo enquanto processo de
trabalho organizado a partir de uma linha de montagem. O fordismo deve ser entendido como
desenvolvimento da proposta taylorista no sentido de que busca o auxílio dos elementos
objectivos do processo (trabalho morto), no caso a esteira, para objectivar o elemento
subjectivo (trabalho vivo). O autor vai mais longe afirmando ser o fordismo a socialização da
proposta taylorista, pois enquanto Taylor procurava administrar a forma de execução de cada
trabalho individual, o fordismo realizava isso de forma colectiva, pela via da esteira.

2.1. Fases do fordismo

O fordismo vivenciou dois grandes momentos: o primeiro momento é o que diz respeito à
fase da rigidificação e o segundo, é o pós- guerra que é conhecido como fase da rigidez do
processo produtivo.

 Fase da rigidificação: tinha como essência o trabalho humano, tanto na fabricação


como na linha de montagem. O trabalho era imprescindível e desqualificado.
 Fase da rigidez pós-guerra: o capital diminui a sua dependência com relação ao
trabalho vivo e desqualifica aquele que restou no processo de fabricação.

2.2. Características do fordismo

O fordismo caracteriza-se pela linha de montagem automatizada, trabalho especializado,


controle de qualidade no final do processo produtivo, a padronização da produção industrial,
a produtividade, e a produção em massa.

 Linha de montagem automatizada: a criação da esteira rolante automatizada foi


uma das principais inovações do modelo fordista. Nesse sistema, a esteira auxilia no
transporte de matérias-primas ao longo da linha de produção, facilitando o trabalho
das máquinas e dos operários. Ademais, o uso da esteira diminui o tempo de
produção.
 Especialização produtiva do trabalhador: o trabalho no sistema fordista era
extremamente especializado, ou seja, o profissional fabril desempenhava uma única
tarefa dentro do sistema de produção. A especialização do trabalhador tinha como
objectivo aumentar a produtividade, por meio da concentração do trabalhador em uma
actividade específica, que permitia o foco do profissional somente naquela etapa
produtiva.
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 Controle de qualidade no final do processo produtivo: o controlo de qualidade no


fordismo corresponde à última etapa do processo produtivo visando verificar o nível
de padronização dos produtos.
 Padronização da produção industrial: a utilização de máquinas e equipamentos
industriais possibilitou uma maior padronização da produção industrial. A
padronização da produção foi fundamental para a diminuição dos custos de produção
e também para a especialização do trabalhador.
 Produtividade: constitui o factor-chave na lógica da produção fordista. O alcance de
índices de produtividade satisfatórios está atrelado à redução dos custos produtivos,
assim como o estrito controlo do tempo da produção e das acções do trabalhador.
 Produção em massa: contribuiu directamente para a maximização dos lucros,
mediante o máximo controlo da padronização da produção e da elevação da
produtividade fabril. A produção em massa possibilitou o barateamento dos produtos
e, consequentemente, o aumento do consumo das famílias.

2.3. Impacto da automação taylorista-fordista

O revolucionamento ocasionado pela introdução da nova automação, de base


microelectrónica, sobre a forma taylorista-fordista de produzir concentra-se, portanto, na
indústria metalo-mecânica produtora de bens duráveis de consumo complexos. Sua
consequência será a de trazer essa indústria para o leito da automação, no qual já caminham
há muito tempo ramos industriais tecnologicamente mais avançados, como as indústrias têxtil
e de processo contínuo. Trata-se, para o caso da indústria metalo-mecânica de produtos
complexos de montagem em massa, crucial para o desenvolvimento capitalista no século XX,
de um verdadeiro revolucionamento tecnológico. De uma forma abrupta, transita-se de uma
forma atrasada para um nível extremamente elevado de automação, para uma forma avançada
em termos do relacionamento dos elementos subjectivos e objectivos do processo de trabalho.
Esse ramo da indústria desloca-se para o que chamamos leito da automação.

O modelo fordista de produção resultou em profundas mudanças no funcionamento das


indústrias, assim como provocou alterações na estrutura económica, trabalhista e social das
sociedades. As transformações advindas do fordismo estão relacionadas aos empregos de
técnicas mais modernas de produção, baseadas na automatização das linhas de montagem.
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Ademais, esse modelo industrial resultou na importante diminuição dos custos de produção, o
que possibilitou maiores retornos financeiros para os industriais. A sua implementação,
portanto, foi um importante marco na mudança das estruturas da indústria global.

Em fim, o fordismo e o taylorismo ultrapassaram a dinâmica do processo produtivo, e


influenciaram directamente as condições de trabalho e consequentemente a vida dos
trabalhadores.

2.4. Semelhanças e diferenças entre o Fordismo e o Taylorismo

Do mesmo modo que os princípios do taylorismo caminhavam em direcção ao controle do


trabalho, também o fordismo tinha como seu fundamento o controle do processo de trabalho.
Mais do que uma ruptura, o fordismo representou a continuidade e intensificação do processo
de controlo da força de trabalho vivo que já havia iniciado com o taylorismo.

No entanto, apesar do fordismo incorporar elementos do taylorismo na sua dinâmica, é


possível estabelecer diferenças fundamentais entre ambos. A principal diferença entre o
fordismo e o taylorismo é que o fordismo tinha um projecto de hegemonia. Ele não queria
apenas dominar a força de trabalho, ele queria dirigir e conquistar sua adesão.

O modelo fordista apresenta diferenças consistentes dos sistemas de produção taylorista,


como por exemplo, a valorização da especialização do trabalhador e a verificação da
qualidade de produtiva no final do processo.

O modelo taylorista, criado por Frederick Taylor, estabeleceu padrões de produção com base
na alienação do trabalhador e no controle do tempo de produção. A seguir, o quadro resumo
sobre as semelhanças e diferença entre Taylorismo, Fordismo

Taylorismo Fordismo
Produção Em massa, de bens Em massa, de bens
homogéneos homogéneos
Ritmo de trabalho Baseado no rendimento Baseado no ritmo das
individual máquinas e da esteira
Economia De escala De escala
Estoque Manutenção de grandes Manutenção de grandes
estoques estoques
Objectivo de produção Voltada para recursos. Voltada para recursos.
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Controle de qualidade São feitos no final da linha São feitos no final da linha
de montagem de montagem
Tarefas O trabalhador realiza uma O trabalhador realiza uma
única tarefa única tarefa
Autonomia de trabalho Alta subordinação aos Subordinação levemente
gerentes atenuada
Espaço de trabalho Divisão espacial Divisão espacial
Ideias Estado de bem-estar social Estado de bem-estar social
Demandas Colectivas Colectivas
Poder Estado e sindicatos detém o Estado e sindicatos detém o
poder poder
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3. Conclusão

Com este trabalho percebe-se que o taylorismo, o fordismo contribuem para a reflexão das
relações de trabalho, especificamente, no processo produtivo da indústria metalo-mecânica,
com ênfase na planta automobilística. Taylor propôs a ideia de uma gerência que criasse,
através de métodos de experimentação do trabalho, regras e maneiras, padrões de executar o
trabalho. Essas regras padrões seriam obtidas pela melhor equação possível entre tempo e
movimento. Para Taylor a garantia da eficiência era papel fundamental da gerência.

A origem do fordismo está atrelada à necessidade da indústria em aumentar a produtividade


das unidades fabris e aumento da produtividade e a diminuição dos custos de produção
constituíram se os dois dos principais objectivos do fordismo. O fordismo provocou
mudanças profundas na sociedade, sendo um marco importante para o desenvolvimento das
actividades industriais ao longo do século XX e por sua vez, o taylorismo apresenta algumas
mudanças em relação ao fordismo, como o controle da qualidade da produção.

Portanto, o taylorismo, fordismo foram criados como uma resposta ao incremento da


industrialização mundial, com vistas a estabelecer técnicas de produção fabril que
resultassem em um maior produtividade atrelada à diminuição dos custos nas indústrias.
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4. Bibliografia

Educa Mais Brasil. Disponível em:


https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/taylorismo, acesso aos 14 de Outubro de
2022, pelas 19:10 min.

CORIAT, B. O taylorismo e a expropriação do saber operário. In: Science, technique et


capital. Paris: Seuil, 1976.

MORAES NETO, B. R. As forças produtivas em discussão. 2.ed. São Paulo: Brasiliense,


1991.

MORAES NETO, B. R. e CARVALHO, E. G. Elementos para uma história económica da


rigidez e da flexibilidade na produção em massa. Estudos Económicos, São Paulo, 1997.

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