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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

“TRABALHO DE CAMPO”

EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO SOBRE A ADMINISTRAÇÃO

Estudante: Lucrência Constantino Langa

Xai-xai, Agosto de 2022

“TRABALHO DE CAMPO”
EOLUÇÃO DO PENSAMAENTO SOBRE A ADMINISTRAÇÃO

Estudante: Lucrência Constantino Langa

Trabalho de campo de Economia e gestão a ser Submeter ao


Cursor de Coordenação de Licenciatura em gestão de recursos
Humanos no ISCED.

Xai-xai, Agosto de 2022

Sumário
1.
CAPITULO I: INTRODUÇÃO......................................................................................................4
2. Objetivos.......................................................................................................................................5
2.1. Objetivos Gerais....................................................................................................................5
2.2. Objetivos específicos.............................................................................................................5
3. Metodologia..................................................................................................................................5
4. Fundamentação Teórica................................................................................................................5
5. CAPITULO II: REVISÃO LITERARIA DO TRABALHO DE CAMPO..................................6
5.1. Evolução do pensamento sobre a administração...................................................................6
6. CAPITULO III: TEORIAS ADMINISTRATIVAS..................................................................10
6.1. Teoria Científica..................................................................................................................10
6.2. Apreciação crítica................................................................................................................11
6.3.Teoria Clássica......................................................................................................................11
6.4. Apreciação crítica................................................................................................................11
6.5. Teoria das Relações Humanas.............................................................................................11
6.6. Apreciação crítica................................................................................................................12
6.7. Teoria da Burocracia............................................................................................................12
6.8. Apreciação crítica................................................................................................................12
6.9. Teoria Comportamental.......................................................................................................13
6.10. Apreciação crítica..............................................................................................................13
6.11. Teoria Neoclássica.............................................................................................................13
6.12. Apreciação crítica..............................................................................................................14
6.13. Teoria de Sistemas.............................................................................................................14
6.14. Apreciação crítica..............................................................................................................14
6.15.Teoria da Contingência.......................................................................................................14
6.16. Apreciação critica..............................................................................................................15
7. CAPITULO IV: CONCLUSÃO.................................................................................................16
8. CAPITULO V: REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA..................................................................17
1. CAPITULO I: INTRODUÇÃO

A administração é uma das disciplinas mais abrangentes das ciências sociais aplicadas,
responsável por organizar, gerir e ampliar os resultados dos mais diversos tipos de organizações,
que vão desde empresas privadas, ONGs, entidades governamentais entre outros. Neste curso
iremos nos aprofundar no estudo de administração, vamos estudar as chamadas teorias ou
abordagens clássicas da administração, que são as teorias iniciais de administração. Vamos
compreender como surgiram, quais problemas buscavam solucionar, o que propunham e também
quais são as críticas feitas a estas. Este tipo de estudo é o que chamamos também de teoria das
organizações ou teoria geral da administração, disciplina fundamental para compreendermos
como as organizações evoluíram, como os modelos de gestão se iniciaram e pode-se aprimorar o
desempenho das organizações. Enquanto Taylor estudava a empresa privilegiando as tarefas de
produção, Fayol estudava a empresa privilegiando as tarefas da organização. A ênfase dada por
Taylor era sobre a adoção de métodos racionais e padronizados e máxima divisão de tarefas,
enquanto Failor enfatizava a estrutura formal da empresa e a adoção de princípios administrativos
pelos altos escalões. Na história da evolução da administração não podemos esquecer uma
contribuição muito importante que foi a de Elton, criador da Teoria das relações humanas,
desenvolvida a partir de 1940 nos USA e mais recentemente com novas ideias com o nome de
Teoria do comportamento organizacional. Foi basicamente o movimento de reação e oposição a
Teoria da administração clássica, com ênfase concentrada nas pessoas. Teve como origem: a
necessidade de humanizar e democratizar a administração, o desenvolvimento das ciências
humanas (psicologia e sociologia), as ideias da filosofia pragmática de Johon Dewey e da
psicologia, e as conclusões do Experimento de Hawthorn, já estudado e discutido nas escolas de
administração. Em 1932, quando essa experiência foi suspensa já estavam definidos os princípios
básicos da Escola de Relações humana, como: nível de produção como resultado da integração
social, o comportamento social do empregado, a formação de grupos informais, as relações
interpessoais, a importância do conteúdo do cargo e a ênfase nos aspectos emocionais. A partir de
1950 foi desenvolvida a Teoria estruturalista, preocupando-se em integrar todas as Teorias das
escolas acima, que se baseia na racionalidade, na adequação dos meios aos objetivos, para que se
tenha o máximo de eficiência. Convém ainda mencionar a Teoria de sistemas, desenvolvida a
partir de 1970, que passou a abordar a empresa com um sistema aberto em continua interação

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com o meio ambiente que o envolve, e a teoria da contigencia, desenvolvida no final da década
de Para essa teoria a empresa e sua administração são variáveis dependentes do que ocorre no
ambiente externo, a medida que o meio ambiente muda, também ocorre mudanças da empresa e
na sua administração. O chamado Fator externo. Assim sendo para encerrar os princípios
fundamentais das teorias de TAYLOR, FAYOL, MAYO e WEBER foram e serão sempre os
pilares da evolução e desenvolvimento da ciência da Administração, que vem motivando e
impulsionando os estudos, pesquisas, trabalhos e obras de seus seguidores até nossos dias.

2. Objetivos

2.1. Objetivos Gerais

O objectivo desta pesquisa é de abordar no geral o conceito da evolução do pensamento sobre a


administração.

2.2. Objetivos específicos

 Refletir sobre a origem do saber administrativo;


 Conhecer as principais teorias administrativas de acordo com a evolução do pensamento
administrativo;

3. Metodologia

O presente trabalho teve como metodologia uma pesquisa bibliográfica e exploratória, onde com
auxílio da internet buscou-se manuais com intuito de ter uma visão nítida dos principais aspetos
inerentes ao tema, e com a leitura minuciosa do material adquirido no portal Google académico,
foi possível compilar o presente estudo.

4. Fundamentação Teórica

Max Weber, principal representante deste movimento, percebeu a necessidade de pensar um


modelo evolutivo que tratasse métodos racionais de gestão. Para tanto apresentou seu modelo,
carregado de disciplinariedade e rigidez no trabalho, envolvendo os membros da organização em
um processo de adequação dos meios aos fins (MOTTA E PEREIRA, 1991). Segundo os autores,

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Weber afirmava que as empresas não dependiam de pessoas específicas para funcionarem, já que
eram peças móveis, substituíveis.

5. CAPITULO II: REVISÃO LITERARIA DO TRABALHO DE CAMPO

5.1. Evolução do pensamento sobre a administração.

O pensamento administrativo foi influenciado por: filósofos ou pensadores; pela Igreja Católica;
pela organização militar; pelos economistas liberais e pela Revolução Industrial através da
mecanização da indústria e agricultura, Vejamos então segundo CHIAVENATO (2014) como se
deu a evolução do pensamento administrativo segundo essas influências. A filosofia através de
seus pensadores da antiguidade influenciou a administração sendo que dentre eles podemos citar:

Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.), que considera a administração como uma habilidade
pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência;
Platão (429a.C. – 347a.C.) – propõe uma forma democrática de governo e de
administração dos negócios públicos;
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) – estuda a organização do Estado, distinguindo três
formas de Administração pública: Monarquia ou governo de um só (que pode se tornar
uma tirania); Aristocracia ou governo de uma elite (que pode caminhar para uma
oligarquia) e Democracia ou governo do povo (que pode se degenerar em anarquia).
Francis Bacon (1561-1626) – fundador da Lógica Moderna antecipou-se ao princípio
conhecido em Administração como o principal deve prevalecer sobre o acessório.
René Descartes (1596-1650) – fundador da filosofia moderna, criador das coordenadas
cartesianas influenciou vários princípios da moderna Administração, como os da divisão
do trabalho, da ordem, do controle entre outros.
Thomas Hobbes (1588-1679) – desenvolveu a teoria da origem contratualista do Estado,
onde o homem primitivo por ser um ser antissocial e viver em guerra permanente com o
próximo, necessitava do Estado para impor a ordem e organização da vida social.
Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) – que com a Teoria do Contrato Social,
compreende o homem como sendo por natureza bom e afável, mas que com a vida em
sociedade se torna deturpado e corrompido.

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Com a evolução dos tempos e da sociedade, foi a Igreja Católica quem passou a influenciar a
ciência administração, por sua organização, sua hierarquia, seu estado-maior e sua coordenação
funcional. Nos dias de hoje, a igreja apresenta uma organização hierárquica simples e eficiente.
Assim sendo, a experiência da igreja católica influenciou a ciência da administração através de
seu conceito de hierarquia da autoridade e de estrutura de poder centralizado apenas em uma
pessoa. A organização militar influenciou e influência a ciência da administração, por exemplo,
através de: organização linear, princípio da unidade de comando, escala hierárquica de acordo
com o grau de autoridade e responsabilidade correspondente, centralização do comando e
descentralização da execução (dicotomia entre pensar e fazer), princípio de direção (todo soldado
deve saber o que espera dele e aquilo que ele deve fazer), desenvolvimento do pensamento
estratégico, do panejamento, da disciplina e da tomada de decisão cientificamente elaborada e
não intuitiva. 3 Mas a história continua e na Inglaterra a partir de 1776, com a invenção da
máquina a vapor por James Watt (1736-1819), ocorre uma mudança na concepção de trabalho,
modificando a estrutura social e comercial da época. Assim sendo, de 1780 a 1860 viveu-se a
primeira Revolução Industrial, ou do carvão e do ferro. Levando a mecanização da indústria e da
agricultura, desenvolvimento do sistema fabril, de transportes e de comunicações. Neste período
ocorre a migração das áreas agrícolas para as regiões urbanas. De 1860 a 1914 ocorre a segunda
Revolução Industrial, ou do aço e da eletricidade. Assim, do sistema de produção artesanal o
homem passa ao regime de produção em série nas fábricas, levando a mecanização do trabalho, à
divisão do trabalho e a simplificação das tarefas. Com o desenvolvimento do capitalismo surge
uma nova classe social o proletariado. Tem início uma luta de classe entre os proprietários e os
empregados. A Revolução Industrial, apesar de ter provocado uma grande modificação na
estrutura empresarial e econômica da época, não influenciou diretamente os princípios de
administração das empresas, uma vez que os dirigentes cuidavam de modo empírico, tendo como
modelos as organizações militares ou eclesiásticas bem-sucedidas. Mas, para a administração a
principal consequência da Revolução Industrial foi o nascimento da organização e da empresa
moderna. No final do século XVIII, os economistas clássicos liberais propõem que a vida
econômica deve afastar-se da influência estatal, sendo defensores, portanto da livre concorrência.
A influência desses economistas se dá através do: princípio da divisão do trabalho e da
especialização, importância do panejamento e da organização, do controle e da remuneração dos
trabalhadores. Entretanto, o liberalismo econômico, através da livre concorrência criou áreas de
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conflitos sociais intensos de modo que Karl Marx (1818 – 1883) e Friedrich Engels (1820-1885)
criaram o chamado socialismo científico e o materialismo histórico, onde afirmavam que todos os
fenômenos históricos são o produto das relações econômicas entre os homens.

Na evolução histórica da administração, duas instituições de destacaram:

a Igreja Católica Romana e as Organizações Militares. A Igreja pode ser considerada uma
organização mais formal, mais eficiente da civilização Ocidental. Através dos séculos vem
mostrando e provando a força de atração de seus objetivos, a eficácia de suas técnicas
organizacionais e administrativas, espalhando-se por todo mundo e exercendo influência,
inclusive sobre o comportamento pessoal de seus fiéis. As Organizações Militares, evoluíram das
displicentes ordens dos cavaleiros medievais e dos exércitos mercenários dos séculos XVII e
XVIII até os tempos modernos com uma hierarquia de poder rígida e adoção de princípios e
práticas administrativas comuns a todas as empresas da atualidade. O fenômeno que provocou o
aparecimento da empresa e da moderna administração ocorreu no final do séculos XVIII e se
estendeu o longo do século XIX, chegando ao limiar do século XX. Esse fenômeno, que trouxe
rápidas e profundas mudanças econômicas, sociais e políticas, chamou-se Revolução industrial.
A revolução Industrial teve inicio na Inglaterra, com a invenção da maquina a vapor por James
Watt, em A aplicação da maquina a vapor no processo de produção provocou um enorme surto de
industrialização, que se estendeu rapidamente a toda Europa e Estados Unidos. A revolução
Industrial desenvolveu-se em duas fases distintas: a primeira fase de 1780 a É a revolução do
carvão, como principal fonte de energia, e do ferro, como principal matéria-prima. A segunda
fase de 1860 a É a revolução da eletricidade e derivados de petróleo, como as novas fontes de
energia, e do aço, como a nova matéria prima. E a moderna administração surgiu em resposta as
duas consequências provocadas pela Revolução Industrial:

 Crescimento acelerado e desorganizado das empresas que passaram a exigir uma


administração cientifica capaz de substituir o empirismo e a improvisação;
 necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas, para fazer face à intensa
concorrência e competição no mercado. O difícil é precisar até que pontos os homens da
Antiguidade, da Idade Média e até mesmo do inicio da Idade Moderna tinham
consciência de que estavam praticando a arte de administrar.

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Taylor preconizava a prática da divisão do trabalho, enfatizando tempos e métodos a fim de
assegurar seus objetivos, a máxima produção com o mínimo de custo seguindo os princípios da
seleção cientifica do trabalhador, do tempo padrão, do trabalho em conjunto, da supervisão e da
ênfase na eficiência. Talvez, surge aí, isso segundo o meu entendimento, também as relações
humanas, onde o bem estar dos trabalhadores era um dos fatores para o bom funcionamento da
organização e o alcance dos objetivos traçados por ela. Nas considerações da Administração
cientifica de Taylor, a organização é comparada a uma máquina, que segue um projeto pré-
definido; o salário é importante, mas não é fundamental para a satisfação dos funcionários; a
organização é vista de forma fechada, desvinculada de seu mercado; a qualificação do
funcionário passa a ser supérflua em consequência da divisão de tarefas que são executadas de
maneira monótona e repetitiva e finalmente, a administração cientifica, faz uso da exploração dos
funcionários em prol dos interesses particulares das empresas. Em 1911, Taylor publicou um
livro considerado como a bíblia dos organizadores do trabalho: Principio da administração
cientifica, que tornou-se um Best Seler no mundo inteiro. Reconhece-se hoje que as propostas
pioneiras de Taylor deflagraram uma febre de racionalização, que prepararam o terreno para o
advento do Controlo da qualidade total, ocorrido ao longo do pós- guerra. Propostas básicas de
TAYLOR, as 5 funções essenciais da Gerência administrativa:

 Planejar - Estabelece os objetivos da empresa, especificando a forma como estes vão ser
alcançados. Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um plano de ações para
atingir as metas traçadas. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à
operacionalização das outras funções.
 Comandar - Faz com que os subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe-se
que as relações hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como
administradores e subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o grau de
participação e colaboração de cada um para a realização dos objetivos definidos.
 Organizar - É a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos,
financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o panejamento
estabelecido.
 Controlar-Estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as
atitudes empregadas são as mais compatíveis com o que a empresa espera. O controle das

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atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra
conforme as regras estabelecidas e ditadas.
 Coordenar - A implantação de qualquer planeamento seria inviável sem a coordenação
das atitudes e esforços de toda a empresa, almejando as metas traçadas. Apesar das
decorrências negativas para a classe trabalhadora, que as propostas de TAYLOR
acarretaram não se pode deixar de admitir que, elas representaram um enorme avanço
para o processo de produção em massa.

6. CAPITULO III: TEORIAS ADMINISTRATIVAS

A partir das influências já discutidas foram surgindo às teorias administrativas. A palavra Teoria
originalmente vem do grego theoria que significa uma visão. Assim o desenvolvimento de teorias
pode ser compreendido como racional e intelectual, conduzindo à descoberta da verdade. Uma
teoria é um guia de ação, um guia para a coleta de fatos e a busca de novos conhecimentos, ela
pode ser definida como sendo um conjunto de conceitos. Segundo Horta (1979) citando Lahr
(sem data), a teoria é um conjunto de leis particulares, de proposições hipotéticas, conceitos e
definições, relacionados a uma explicação comum, logicamente ordenados, que visam explicar
eventos, e são criados com algum propósito ou objetivo. Segundo Paim (1986, p. 37) a teoria é “o
núcleo central da ciência, sobre cujas bases se desenvolvem a observação, a descrição e a
experimentação”.

6.1. Teoria Científica

 Criação e Desenvolvimento

Por volta de 1884 Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915) que nasceu em Germantown,
subúrbio da Filadélfia, no estado da Pensilvânia, EUA, vindo de uma família de classe média,
abandonou o caminho profissional da advocacia e iniciou como simples operário na siderúrgica
Midvale Steel Company, passando de capataz, contramestre, chefe de oficina, a engenheiro em
1885, quando se formou pelo Stevens Institute. Com este trabalho nesta empresa e a partir de
métodos empíricos de observação e análise, ele começou a desenvolver, o primeiro modelo
científico de organização do trabalho, também denominado de Taylorismo. Ele verificou que no
sistema de pagamento por dia de trabalho os trabalhadores não percebiam nenhuma vantagem em

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o trabalhar arduamente, e assim ele afirmava que se a empresa pudesse estabelecer padrões de
desempenho fixos, trabalhador se esforçaria para receber salários maiores.

6.2. Apreciação crítica

Como já dissemos Taylor foi quem propôs a criação de uma “Ciência da Administração” antes de
suas observações não havia uma análise dos processos de trabalho, os gerentes não se
preocupavam com os processos, discutia-se “o que”, mas não o “como” (NÓBREGA, 1998). A
partir da racionalização e da padronização, houve incentivo salarial e prêmios por produtividade.
Segundo Kurcgant (1991) talvez o aspecto mais crítico na Teoria Científica seja o caráter
mecanicista de sua proposta.

6.3. Teoria Clássica

 Criação e Desenvolvimento

Esta Teoria foi idealizada por Henri Fayol (1841 – 1925) nascido na França, que paralelamente a
Taylor defendia princípios semelhantes na Europa. Uma diferença entre Taylor e Fayol diz
respeito a inserção destes na empresa, enquanto Taylor começou “no chão da fábrica” Fayol
trabalhava nos níveis organizacionais da cúpula administrativa. Esta teoria estava voltada para
conseguir a máxima eficiência da organização através da adoção de uma estrutura que fosse
adequada e consequentemente com um funcionamento compatível com essa estrutura.

6.4. Apreciação crítica

Os estudos de Fayol foram centrados na unidade do comando, autoridade e na responsabilidade,


dando a Teoria Clássica um caráter prescritivo e normativo na determinação de regras e normas,
além disso, uma vez que se voltou para a estrutura formal da organização, não considerando a
estrutura informal, concebeu a empresa como um sistema fechado, sendo criticada também por
não estar voltada para as necessidades dos trabalhadores.

6.5. Teoria das Relações Humanas

 Criação e Desenvolvimento

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Com a grande depressão devido à quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, no início
da década de 30 nos Estados Unidos, ganha força um conjunto de teorias administrativas,
também denominadas de teoria das Relações Humanas ou Escola das Relações Humanas. Até
então como consequência das Teorias Científica e Clássica o trabalhador era considerado de
forma muito mecânica e econômica, já esta teoria cria novas perspetivas para a administração, ao
passar a perceber os trabalhadores como portadores de sentimentos e necessidades, deixando de
enfatizar a estrutura e passando a preocupar-se com os aspectos psicológicos e sociais do homem
no trabalho. Um dos primeiros estudiosos da Teoria das Relações Humanas foi o médico e
sociólogo australiano Elton Mayo, que em 1924 realizou um estudo para verificar a influência da
iluminação na produtividade, 10 buscando variáveis que influenciassem, positiva ou
negativamente a produção. Este trabalho ficou conhecido como experiência de Hawthorne, por
ser este o nome do bairro onde estava localizada a Western Electric Company, fábrica onde Mayo
realizou sua pesquisa, em Chicago, nos EUA

6.6. Apreciação crítica

As principais críticas a esta teoria apontam para a concepção ingênua e romântica dos
trabalhadores e para a ênfase exagerada nos grupos informais, que fizeram com que ela se
tornasse uma forma paternalista de administração, ignorando os confrontos e conflitos entre
empregados e administradores, levando a um enfoque manipulativo e demagogo. O maior
impacto desta teoria foi à constatação de que os trabalhadores possuem uma capacidade para agir
eficientemente na medida em que lhes é oferecido certo grau de responsabilidade, e que os
problemas humanos no trabalho podem ser equacionados e solucionados.

6.7. Teoria da Burocracia

 Criação e Desenvolvimento

Esta Teoria administrativa desenvolveu-se por volta de 1940, quando o sociólogo alemão Max
Weber (1864-1920) estudou as organizações sob o aspecto estruturalista enfocando a adequação
dos meios utilizados nas empresas em relação aos resultados, aos fins esperados. Assim a
Burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, visando à
máxima eficiência possível no alcance dos objetivos.

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6.8. Apreciação crítica

Um dos dilemas, enfrentado pela Teoria Burocrática diz respeito ao fato de que a impessoalidade
e a racionalidade do modelo não permitem uma liderança competitiva ou uma sobrevivência em
um ambiente dinâmico, onde existem pressões constantes de forças exteriores que encorajam o
burocrata a seguir outras normas diferentes das da organização.

6.9. Teoria Comportamental

 Criação e Desenvolvimento

Esta Teoria teve origem a partir de uma crítica e reestruturação da Teoria das Relações
Humanas, e apesar de compartilhar dos conceitos fundamentais rejeita as concepções românticas
e ingênuas desta teoria. Assim, a partir da década de 50, inicialmente nos Estados Unidos, se
desenvolve uma nova concepção de administração, que transfere a preocupação com a estrutura
para o processo, para o comportamento humano nas organizações, tendo por base o movimento
Behaviorista ou das ciências do comportamento.

6.10. Apreciação crítica

Como crítica a Teoria Comportamental questiona-se a relatividade da teoria da motivação que


considera como se todas as pessoas possuíssem as mesmas necessidades e como se estas
pudessem ser hierarquizadas linearmente, outra questão diz respeito ao fato da estrutura formal
da organização ser considerada de forma isolada, independente da estrutura informal. Além disso,
também, ela é criticada pela tendência a ser manipulativa, uma vez que busca descobrir formas
intrínsecas de obter maior produtividade ou qualquer outro objetivo. Como aspecto positivo é
possível destacar a grande contribuição desta teoria para a administração ao evidenciar os
diferentes estilos com que os administradores dirigiam suas equipes, unindo a escolha do estilo às
convicções que estes possuíam sobre o comportamento humano.

6.11. Teoria Neoclássica

 Criação e Desenvolvimento

Esta teoria surgiu a partir da releitura e aprimoramento de algumas características da


administração clássica, através de testes e experimentos, sendo vários os autores que compõem
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seu corpo de conhecimentos. Ela é uma reação à influência das ciências do comportamento no
campo da Administração em detrimento dos aspectos econômicos e concretos que envolvem o
comportamento das organizações. Um dos produtos da Teoria Neoclássica é a chamada
Administração por Objetivos.

6.12. Apreciação crítica

Um aspecto positivo é a tentativa de superação dos aspectos negativos da teoria clássica o caráter
prescritivo e normativo na determinação de regras e normas, e concepção da organização como
um sistema fechado. O processo administrativo adotado por esta teoria se mostra flexível,
maleável e adaptável às situações variadas e circunstâncias diferentes. Seu grande desafio é
conseguir a participação dos trabalhadores e enfrentar o dilema da centralização versus
descentralização.

6.13. Teoria de Sistemas

 Criação e Desenvolvimento

Esta teoria surgiu na década de 60 tendo como base os principais conceitos da cibernética que
envolve os estudos dos sistemas, da ciência da comunicação e do controle. Seu precursor foi
Ludwig Von Bertalanffy, que definiu sistema como sendo um conjunto de elementos inter-
relacionados e integrados visando o alcance de um objetivo determinado, e um dado resultado ou
uma determinada função. Com uma abordagem integrativa a teoria de sistemas fundamenta-se em
três premissas: os sistemas existem dentro de sistemas, eles são abertos e as funções de um
sistema dependem de sua estrutura. Assim as organizações são consideradas como sistemas de
papéis onde os trabalhadores agem como transmissores de papel, atores e pessoas focais.

6.14. Apreciação crítica

Para alguns autores ela considerada abstrata e conceitual, de difícil aplicação as situações
gerenciais práticas. Entretanto pode-se dizer que a abordagem sistêmica é basicamente uma teoria
geral compreensiva uma vez que cobre amplamente todos os fenômenos organizacionais, tendo
contribuído para uma ampliação na visão dos problemas organizacionais.

6.15. Teoria da Contingência

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 Criação e Desenvolvimento

A palavra contingência significa: o que pode vir a acontecer ou não. Diz respeito a uma
proposição que só pode ser verificada, confirmada ou não pela experiência e evidência e não pela
razão. Esta teoria tem sua origem a partir de estudos, na década de 60, que mostraram como uma
mesma organização funcionava de formas diversas em condições diferentes. E assim, concluiu-se
que as condições em que uma organização funciona, são decorrentes do ambiente externo que
influenciam na estruturação e nos processos administrativos das empresas. De uma forma mais
ampla a teoria contingencial mostra que não se alcança a eficácia organizacional seguindo apenas
um único modelo, não existe uma forma que seja a única e a melhor para que se alcancem os
objetivos que são variados e acontecem em ambientes também diversos nas organizações.

6.16. Apreciação critica

A teoria contingencial é eclética e integrativa, absorvendo os conceitos das diversas teorias


administrativas ampliando os horizontes e afirmando que nada é absoluto. Ela afirma que todas as
teorias administrativas são válidas, mas para determinados contextos e circunstâncias, sendo
considerada muitas vezes mais uma maneira relativa e situacional de se ver as organizações do
que propriamente uma Teoria Administrativa.

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7. CAPITULO IV: CONCLUSÃO

A importância desse conhecimento também é descrito por Matos, Pires(2006) ao discutirem a


gestão e organização do trabalho em saúde, a partir da busca de subsídios em varias áreas do
conhecimento, destacando as teorias administrativas. De acordo com estudos de Paiva et al
(2010), as teorias administrativas científica, clássica, das relações humanas e burocrática são as
que mais se evidenciam, exercendo influências significativas nas organizações do serviços de
saúde. Discutimos como cada uma delas traz uma contribuição particular e importante para o
desenvolvimento da prática de administração, influenciando no desenvolvimento organizacional
de empresas, serviços e instituições. É importante resgatar os aspectos positivos e negativos das
teorias para fundamentar escolhas e vivenciar novos modelos (MATOS E PIRES, 2006). No
decorrer da apresentação das teorias pudemos também refletir sobre como nós enfermeiros
podemos aplicar esses conhecimentos no dia a dia de um serviço de enfermagem. Segundo Paiva
et al (2010), faz-se necessário a qualificação dos profissionais para um atendimento que beneficie
a organização, a clientela e a sociedade. Porém a reestruturação dos serviços é imprescindível
tendo como foco a satisfação da clientela, valorização do profissional e qualidade dos serviços
prestados. Apesar dos primórdios da administração ser registrados 4.000 a.c. com os Egípcios
(necessidade de planejar, organizar e controlar). A administração é uma jovem ciência com pouco
mais de 100 anos. Ela é um produto típico do século XX. Embora o trabalho exista desde sempre
na história da humanidade, as organizações e sua administração formam um capítulo a pouco
tempo. A economia ela é gerida por organizações (seja fábrica ou o governo) e a ciência como
administrador iniciou na Revolução Industrial, na medida que as pessoas se concentravam num
local e a necessidade de divisão de tarefas e especialização do trabalho iniciou-se coma
Revolução Industrial. A Revolução Industrial criou o contexto industrial, tecnológico, social,
político e econômico que permitiu o surgimento da teoria administrativa.

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8. CAPITULO V: REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

MAXIMIANO, Antonio C. A. Introdução à administração 1ªed. São Paulo: Atlas, 2011

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração 8ªed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011

CORREA Henrique L; CORREA Carlos. Administração de produção e operações: O essencial –


3ªed- São Paulo:

Atlas 2017 CFA – Conselho Federal de Administração, História da profissão, disponível em:

https://cfa.org.br/administracao-administracao/administracaohistoria-da-profissao/, acesso em
05/agosto, 2019

TAYLOR, Frederich. Administração científica. São Paulo: Atlas, 1997. TZU, Sun. A arte da
guerra. Trad. Bushido, Nikko. São Paulo: Jardim dos livros, 2007

SMITH, Adam. A riqueza das nações. Nova Fronteira, 2017

ALMEIDA, M. C. P. de; ROCHA, S. M. M. O trabalho de enfermagem. São Paulo, Cortez, 1997.

CARAVANTES, G. R.; PANNO, C. C.; KLOECKNER, M. C. Administração: teorias e


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CHIAVENATO, I. Introdução á Teoria Geral da Administração. São Paulo, Ed. Manolo, 2014.
HELOANI, R. Organização do trabalho e administração: uma visão multidisciplinar. São Paulo,

Cortez, 1994. HORTA, V. de A. Processo de Enfermagem. São Paulo: EPU/Editora da


Universidade de São Paulo, 1979.

KURCGANT, P. As teorias de administração e os serviços de enfermagem. In: KURCGANT, P.


(org.). Administração em Enfermagem.

KWASNICKA, E. L. Introdução à Administração. São Paulo, Atlas, 1991

17
MATOS, E.; PIRES, D., Teorias administrativas e a organização do trabalho: de Taylor aos dias
atuais, influências no setor saúde e na enfermagem. Texto context enfermagem.v15, p.508-514,
jul/set. Florianópolis.2006

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