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FACULDADE DE DIREITO
“TRABALHO DE CAMPO”
CASO PRÁTICO
Código: 31210503
Código: 31210503
1.2. Objectivos............................................................................................................................. 2
2.4.1.1. Sujeito............................................................................................................................. 4
1.1. Contextualização
O estudo da teoria do crime, mormente no que concerne aos aspectos do tipo penal subjetivo,
representa uma área de relevo importante para a compreensão do direito penal. Isso acontece
devido ao fato de que a culpa e o dolo são conceitos de difícil diferenciação entre si no âmbito
prático, pois, apesar de serem formulados por conceitos distintos, a constatação de uma conduta
culposa ou dolosa às vezes pode ser complexa no plano da realidade (Almeida, 2002).
A culpa é entendida como o juízo de censura que é dirigido ao agente pelo motivo de este ter
agido em desacordo com a ordem jurídica, quando podia e devia ter atuado em conformidade
com esta. O juízo de censura ou de desaprovação é graduável e ele traduz assim um juízo de
exigibilidade. Quando a atitude do agente se revela mais grave, aumenta o grau de exigibilidade
que sobre ele recai, sendo que o grau de culpa traduz o nível de desaprovação e de exigibilidade
que no caso concreto é formulado para a atuação do agente. Portanto, a culpa é a censurabilidade
do facto ao agente, ou seja, ao agente censura-se o facto de este se ter podido determinar em
conformidade com a norma e não o ter feito, (Capez, 2005).
Nesse contexto, os crimes culposos diferenciam-se dos crimes dolosos, porquanto não são
reflexos da vontade livre e consciente ou do assentimento do agente para a consecução do
resultado. Em verdade, os delitos de imprudência derivam de um ato realizado sem as devidas
precauções exigidas ao homem médio que convive em sociedade.
Dessa forma, uma apreciação detida sobre as particularidades e especificações da conduta
culposa é imprescindível para entender as nuances da teoria do crime no direito penal. Para tanto,
é preciso apreciar a relação de causalidade entre a ação imprudente e o resultado decorrente
dessa atuação (Almeida, 2002).
Não obstante o ordenamento jurídico pátrio incorporar¸ como regra, a teoria da equivalência dos
antecedentes causais para explicar as relações de causalidades nos crimes, faz-se pertinente
analisar uma moderna teoria, que também trata do nexo causal nos crimes (dolosos e culposos).
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ser imputável ou inimputável, neste sentido de, em termos de saúde mental a pessoa ser ou não
responsável pelos seus atos, (Capez, 2005).
1.2. Objectivos
1.3. Metodologia
O presente trabalho teve como metodologia uma pesquisa bibliográfica e exploratória, onde com
auxílio da internet buscou-se manuais com intuito de ter uma visão nítida dos principais aspectos
inerentes ao tema, e com a leitura minuciosa do material adquirido no portal Google académico,
foi possível compilar o presente estudo.
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CAPITULO II: REVISÃO LITERÁRIA E RESOLUÇÃO DO TRABALHO DE CAMPO
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uma ação (dominada pela vontade) propriamente dita, mas também as omissões de
comportamento a que uma pessoa está obrigada. Exemplo disso, são as situações em que, perante
um acidente, uma pessoa é obrigada nos termos do Código da Estrada a socorrer um ferido, pelo
que não o fazendo estará a omitir um comportamento que lhe é obrigado.7 Por isso, um
comportamento omissivo que atinja um certo resultado, deverá ser equiparável, para efeitos de
gravidade e punição criminais, ao comportamento que está assente tipicamente na lei como se se
cuidasse de um comportamento ativo, ou seja, de uma ação (David, 2005).
A tipicidade é o segundo elemento da definição formal de crime. E de que se trata ela? Uma
ação típica significa que ela tem de corresponder a um dos tipos da parte especial do Código
Penal, sabendo-se que alguns desses tipos são alargados pelas disposições da parte geral. A ação
é típica quando aparentemente corresponde à definição existente num determinado artigo, pelo
que, ser a ação típica revela que uma certa ação concreta tem correspondência a um tipo legal de
crime, ou seja, a uma definição de crime como, em princípio e nos seus traços primários, existe
na parte especial do Código Penal.
Dentro da tipicidade de que falamos existe uma subdivisão entre o tipo objetivo e o tipo
subjetivo. Para tal explicitação é necessário pegarmos numa situação de facto concreta porque é
em relação a isso que geralmente se realiza este tipo de análise por abstração.
2.4.1.1. Sujeito
De acordo com o disposto no código penal moçambicano, no artigo 23 do capítulo III a quanto
dos agentes do crime, o autor de uma situação criminal é o sujeito praticante do crime e seus
cúmplices, como segue o disposto abaixo:
CAPÍTULO III
Agentes de Crime
ARTIGO 23
(Agentes do crime)
Os agentes de crime são autores e cúmplices.
ARTIGO 24
(Autor)
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É punível como autor quem:
a) Executar o facto, por si ou por intermédio de outrem; ou
b) Tomar parte directa na sua execução, por acordo ou juntamente com outro ou outros; ou
c) Dolosamente, determinar outra pessoa à prática do facto, desde que haja execução ou começo
de execução.
De acordo com o texto o consumador ou sujeito e o João, visto que era o que mais buscava
vingar-se do seu inimigo portal.
O João era objectivo, pois foi uma orquestra consciente, por não haver descrição de que o João
padecia de qualquer doença mental, pois o facto de adquirir uma arma, espiar o António a fim de
conhecer a sua rotina e por fim desparrar, tudo isso e fruto de sã consciência, isto e, o João estava
consciente do que queria quando orquestrou toda essa acção, e pegando no exemplo do crime de
homicídio do art. 131.º, terá que haver objetivamente uma situação em que uma pessoa tenha
morto outra. Para isso é indispensável aqui a verificação da chamada imputação objetiva para
que haja uma verdadeira imputação entre a morte de uma pessoa e a ação praticada por outra:
disparar uma arma contra outra pessoa e esta vir a morrer desse disparo, há aqui a verificação de
uma imputação objetiva, isto é, o nexo de causalidade entre a conduta e o resultado verificado,
bem como do chamado resultado típico, elementos verificadores nos crimes materiais ou de
resultado8 como é o exemplo do crime de homicídio descrito no texto, ou tentativa de homicídio.
A imputação objetiva (imputatio facti) é um conceito utilizado para designar a relação causal da
ação ou omissão com os efeitos ou resultado do crime, (Antunes,1999).
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Ainda de acordo com o código penal, artigo 375 a quanto das (Ofensas corporais de que resulta
a morte por circunstância acidental) que diz,
“Se o ferimento ou espancamento ou ofensa não foi mortal, nem
agravou ou produziu enfermidade mortal, e se provar que alguma
circunstância acidental, independente da vontade do criminoso, e
que não era consequência do seu facto, foi a causa da morte, não
será pela circunstância da morte agravada a pena do crime”.
De acordo com o preconizado no código penal acima citado, e em conformidade com o descrito
no trabalho, Moisés depois de tomar o tiro na região toráxica, o texto indica que ele não morreu
no local do crime, tendo tido os prontos socorros primários por parte da professora ele ainda
resistiu até que foi levado pela ambulância e veio a perder a vida ao longo da caminhada em
direcção ao hospital provincial da Beira.
Para além do elemento intelectual, (Casey & Brendan, 2007), dizem que existe outro tão
importante que se designa de elemento volitivo, isto é, para além de a pessoa ter o conhecimento
de uma determinada situação de facto, é necessário que a pessoa tenha a vontade, a intenção, de
provocar um certo resultado, no fundo, que tenha dolo no seu agir pois a culpa tem essas duas
formas de imputação: o dolo e negligência). Diga-se que o elemento volitivo se traduz numa
especial direção da vontade, numa certa conexão do facto com a personalidade do sujeito.
Traduz-se numa relação psicológica ou numa volição pelo agente do facto, existindo dolo na
medida em que o agente tenha pretendido, querido, o facto criminoso pois, querendo-o, o agente
revela uma conduta que traduz a sua personalidade, que será uma no sentido em que não lhe
repugna a produção desse facto que é contrário ao direito, apresentando assim que sobrepõe de
conscientemente os próprios sentimentos e interesses ao dano ou perigo de dano dos interesses
alheios que o direito criminal observa evitar por via das sanções criminais.
Já no que toca à parte subjetiva do tipo, a imputação subjetiva (imputatio juris), esta é a
representação daquela situação objetiva que se verificou na mente do sujeito, tentando-se, no
fundo, saber se o sujeito tinha a consciência e o conhecimento da situação objetiva tal como ela
se verificava e saber se tinha, no caso do exemplo do crime de homicídio, uma intenção de
matar. Neste sentido, o João segundo o texto do trabalho do campo, tinha a intenção de matar,
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pois ainda que não tenha sido o António no lugar, mas ele atirou com a intenção de se livrar do
seu inimigo mortal mas confundindo atirou para o Moisés, que mesmo assim teve os ferimentos
profundos descritos no texto apesar de não ter morrido no local do sucedido.
Pois ainda assim, o código penal, em seu artigo 376, a quando do (Emprego e ameaças com arma
de fogo, arma branca ou de arremesso), diz:
Em suma, diga-se que para que a culpa do agente por um facto exista, este tem de ser
subjetivamente imputado ao agente a título de dolo ou negligência. Na aferição de uma
imputação subjetiva não se pode observar acerca de uma simples ligação psicológica
naturalística, mas antes terá que se observar da posição do agente para o seu facto, de maneira a
que se possam ambos interligar e assim eventualmente permitindo a censura em que o juízo de
culpa se traduz.
Para finalizar, desta orquestra do João contra o António, o Moisés morreu, mas nada diz que ele
tenha morrido pelo tiro disparado contra ele pelo João, já que houve de seguida um acidente, e
para (Costa, 2011), há que se fazer exames com a intenção de se apurar as reais causas da morte,
embora que hipoteticamente assuma-se que tudo começou pelo tiro, mas não se pode concluir
sem evidências claras da real causa da morte do Moisés, se pelo tiro ou acidente, pois ao se
verificar uma atuação que objetivamente produziu a morte de outra pessoa (tipo objetivo) e que
ela tinha conhecimento da realidade objetiva bem como a intenção de provocar o resultado morte
(tipo subjetivo), afirma-se que tal ação é típica e que corresponde ao tipo do crime de homicídio.
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2.4.2. CASO PRATICO 2
Ao abrigo da lei 24/2019, lei de revisão do código penal, no artigo 162 (Envenenamento)
1. Quem cometer o crime de envenenamento é punido com a pena de prisão de 20 a 24 anos.
2. É qualificado como envenenamento todo o atentado contra a vida de alguma pessoa por efeito
de substâncias que podem dar a morte mais ou menos prontamente, de qualquer modo que estas
substâncias sejam empregadas ou administradas e quaisquer que sejam as consequências.
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como sua liberdade individual, na medida em que é submetida ao procedimento invasivo e com
a consequente morte do bebê que se formava em seu ventre sem o seu o consentimento.
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novo enquadramento jurídico, responderá a gestante pelo delito do art. 124, enquanto que o
terceiro responderá pelo delito do artigo 126.
No que diz respeito ao consentimento da gestante, podemos dividir a ausência deste
consentimento em duas correntes:
1. Falta de consentimento real – a gestante não manifesta a sua vontade ou não tem
oportunidade de fazê-lo, ou ainda, manifestando-se contra a realização do aborto, este é
realizado contra a sua vontade. Pode configurar a falta de consentimento real em três hipóteses:
a- Fraude – há o emprego de um ardil ou outro subterfúgio no sentido de ludibriar a gestante,
provocando-lhe o aborto sem o seu conhecimento e, por consequência, sem o consentimento
desta. Um exemplo disso seria o médico que, a pretexto de realizar uma consulta, pratica
manobras a fim de provocar o aborto;
b- Grave ameaça – hipótese em que há a promessa de um mal grave e injusto contra a gestante
visando obriga-la a se submeter e permitir que se seja realizado o aborto. Por exemplo, o pai
que ameaça expulsar a filha menor de casa se ela não abortar a criança que espera em seu
ventre.
c- Violência real – caracteriza-se pelo emprego de força física contra a gestante, visando assim
provocar-lhe o aborto. O sujeito que, ao saber que sua amante está grávida, e não querendo a
criança, desfere socos no ventre para provocar o aborto.
2. Falta de consentimento presumido – mesmo que haja uma manifestação de vontade por parte
da gestante no sentido de que seja realizado o aborto, sua manifestação de vontade, por suas
condições pessoais, é considerada nula, não sendo considerada para efeitos do enquadramento
jurídico-penal, considerando-se, então, como se o aborto tivesse sido provocado sem o
consentimento da gestante. São hipóteses:
a- Gestante menor de catorze anos – sendo a gestante menos de catorze anos, é presumido que
ela não pode consentir a realização do aborto, sendo então desconsiderada qualquer
manifestação de vontade da mesma, caracterizando-se o delito do art. 125 (Art. 126, parágrafo
único)
b- Gestante alienada ou débil mental – a falta de discernimento ou a incapacidade de coordenar
as ideias e de agir conforme o entendimento sobre a realidade impede o reconhecimento da
validade de qualquer manifestação de vontade por parte da pessoa alienada ou débil mental.
Assim, sendo o aborto provocado por terceiro em gestante alienada ou débil mental, será
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presumida a falta do consentimento, configurando, igualmente, o delito do art. 125 (Art. 126,
parágrafo único)
Diante desse ponto de vista, Crimes contra a vida intra-uterina artigo 166 (Interrupção de
gravidez) na mesma lei preconiza que:
1. Quem, de propósito, fizer abortar uma mulher grávida, empregando para este fim violência ou
bebida, ou medicamento, ou qualquer outro meio, se o acto for cometido sem consentimento da
mulher, é condenado na pena de prisão de 3 meses a 2 anos; se for com consentimento da
mulher, é punido com a pena de prisão até 1 ano.
2. A mulher que consentir e fizer uso dos meios subministrados, ou que voluntariamente procurar
o aborto a si mesma é punida com pena de prisão até 2 anos.
3. O médico, farmacêutico, enfermeiro ou qualquer outro profissional de saúde que, abusando da
sua profissão, tiver voluntariamente concorrido para a execução do aborto, indicando ou
subministrando os meios, incorre na pena de prisão até 2 anos.
E punida por cumplicidade a enfermeira que facultou os medicamentos, bem como como a
empregada e a mandatária pela tentativa visto que o intendo da mandatária não se realizou, e por
duplo homicídio a esposa por tentar abordar a gravidez da amante do marido e por tentar matar o
marido.
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CAPITULO III: CONCLUSÃO
A resolução dos casos práticos foi a luz do código penal nacional e também leis nacionais pois,
trata-se de crimes, e bem se sabe que os crimes têm um tratamento de acordo com a sua
tipologia, causa, intenção bem como objectivo, e recebem tratamentos diferentes. No caso 1, o
autor recebe uma pena de por porte e manuseio de arma contra a outra pessoa, ficando por se
averiguar a real causa da morte do finado, se por tiro ou o acidente. No caso 2, recebem a pena
os autores (cúmplices) do crime bem como a mandatária (sujeito) pela tentativa de abordo com
ausência de conhecimento da gestante, pois pela lei Moçambicana pune-se pela tentativa e não
apenas pela consumação do acto, pois as intenções ou objectivos da mandatária do crime não foi
consumado.
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CAPITULO IV: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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