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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS (DCSH)

LICENCIATURA EM DIREITO, 3° ANO

DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL

OS PRESSUPOSTOS DA ACÇÃO EXECUTIVA

DISCENTE: DULCE DA BEATRIZ LEONARDO DAVID

CODIGO: 41180123

CENTRO DE RECURSO: MAXIXE, 2020


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DULCE DA BEATRIZ LEONARDO DAVID

OS PRESSUPOSTOS DA ACÇÃO EXECUTIVA

O presente trabalho de Campo da cadeira de


Direito Processual Civil, visa abordar sobre os
pressupostos da acção executiva, servirá de
segundo teste, orientado pelos Tutores:

MAXIXE: AGOSTO 2020


Índice
CAPITULO I .................................................................................................................... 1

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

1.1. Justificativa ........................................................................................................ 1

1.2. Objectivos .......................................................................................................... 2

1.2.1. Geral ................................................................................................................ 2

1.2.2. Específicos .................................................................................................. 2

1.3. Hipótese ............................................................................................................. 2

CAPÍTULO II ................................................................................................................... 3

2. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 3

2.1. Pressupostos processuais da acção executiva ........................................................ 3

2.1.1. Conceito de pressupostos processuais ............................................................. 3

2.1.2. Tipos de pressupostos da acção executiva ...................................................... 4

CAPÍTULO III ................................................................................................................. 9

3. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 9

4. Referências Bibliograficas ...................................................................................... 10


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CAPITULO I

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho incide sobre o tema: "Os pressupostos da acção executiva".

O processo em geral, e muito especialmente o processo de execução, considera as


relações jurídicas no momento em que ocorreu algum ato contrário ao direito; e nesta
fase toda relação jurídica, qualquer que seja a sua natureza, se apresenta como sendo
relação entre duas pessoas exatamente determinadas, uma delas obrigada a fazer alguma
coisa em benefício da outra. A falta de cumprimento desta obrigação é que torna
necessária a execução

É diante desta realidade que se pretende reflectir sobre os pressupostos processuais da


acção executiva.

1.1. Justificativa

O ineditismo desta pesquisa deriva-se da abordagem feita sobre os pressupostos da


acção executiva, são considerados um factor fundamental para se promover um
processo de justiça, especialmente em casos complexos e controversos. Na medida em
que fornece subsídios para melhorar o conhecimento sobre os pressupostos da acção
executiva, esta pesquisa torna-se relevante para os diversos actores que participam no
Direito como ciência.
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1.2. Objectivos

Após a apresentação da temática para o desenvolvimento da pesquisa, são definidos, a


seguir, os objectivos que nortearão o estudo.

1.2.1. Geral

 Reflectir sobre os pressupostos processuais da acção executiva.

1.2.2. Específicos

 Explicar os pressupostos processuais da acção executiva;


 Descrever os tipos de pressupostos processuais da acção executiva.

1.3. Hipótese

H0: A definição, os elementos, condições e pressupostos processuais são idênticos em


qualquer sistema processual de execuçã

H1: A definição, os elementos, condições e pressupostos processuais não são idênticos


em qualquer sistema processual de execução.
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CAPÍTULO II

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Pressupostos processuais da acção executiva


A tutela jurisdicional executiva pode realizar-se de duas formas: por meio de um
processo já instaurado, como fase complementar de uma relação jurídica processual já
formada ou operar-se por uma relação jurídica processual especificamente formada com
esse objetivo.

Em ambos os casos é necessário estarem presentes os pressupostos processuais para a


existência e desenvolvimento válido da relação processual. Isto porque a ação
executória, nascida do inadimplemento e do efeito executivo da condenação ou de
documento a ela equiparado, cria relação processual autônoma e distinta da que
produziu o título.

2.1.1. Conceito de pressupostos processuais


Os pressupostos processuais podem, pois, ser definidos como os requisitos de existência
e validade da relação processual. Ou seja, os pressupostos processuais são os elementos
necessários para que a relação processual exista e, em existindo, possa se desenvolver
validamente.

A exigência dos referidos pressupostos não se aplica exclusivamente à execução


extrajudicial, tendo em vista que mesmo no cumprimento de sentença podem advir fatos
supervenientes como a morte do advogado ou a mudança do juiz a caracterizar posterior
ausência de pressupostos relacionados a essas pessoas.

Assim, de logo, podemos classificar os pressupostos processuais como relacionados às


partes da relação processual (subjetivos), à demanda (objetivos) e a fatos extrínsecos à
relação processual. Também podem ser de existência e de validade.

Podemos dizer que é existente o processo de execução que se desenvolve fora de um


órgão estatal apto ao exercício da jurisdição, por alguém que não esteja investido dos
poderes jurisdicionais, após regular ingresso na carreira mediante concurso público de
provas e títulos? O processo poderá até existir fisicamente, mas, juridicamente, é ele
inexistente. A jurisdição, pois, constitui pressuposto de existência da relação jurídica
processual, seja ela uma execução fiscal, trabalhista ou civil.
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2.1.2. Tipos de pressupostos da acção executiva


Os pressupostos de validade do processo logicamente somente são perquiridos se
juridicamente existente a relação processual. Os pressupostos de validade do processo
podem, conforme já dito, serem relativos às partes da relação processual, à demanda e a
fatos extrínsecos.

Além de regularmente investido na jurisdição (pressuposto de existência), para que a


relação processual desenvolva-se validamente é preciso que o juiz seja competente.
Tenha competência absoluta, uma vez que a relativa pode ser prorrogada. Não sendo
absolutamente competente, a relação processual será atingida por vício insanável. Nesse
sentido, o juiz pode, ou melhor, deve até se declarar incompetente de ofício.

A competência em razão da matéria, que enseja a tramitação da execução em diferentes


órgãos do Poder Judiciário (Justiça Federal, Justiça Comum e Justiça do Trabalho), não
é empecilho para a formulação de uma teoria geral da execução. Atualmente, por
exemplo, com a ampliação da competência da Justiça do Trabalho, vemos algumas
ações tramitando nessa justiça, mas por meio de procedimento previsto no Código de
Processo Civil e que anteriormente tramitou na Justiça Comum. Até mesmo antes da
ampliação da competência, isto já acontecia com alguns procedimentos especiais, a
exemplo da consignação em pagamento.

Como a finalidade da execução é a mesma em qualquer sistema (fiscal, trabalhista ou


civil), atingir a satisfação do credor com o cumprimento forçado da obrigação, não
somente a elaboração de uma teoria geral da execução, mas a criação de um
procedimento único, simplificado, célere e efetivo que possa alcançar esse objetivo nas
três esferas da Jurisdição deve ser devidamente pensada pela já referida comissão criada
para elaboração do anteprojeto de lei de um novo Código de Processo Civil.

Além da competência que está relacionada ao juízo, há pressuposto processual


relacionado à figura do juiz, o qual deve ser imparcial para que a relação processual
executiva desenvolva-se validamente. O impedimento e suspeição que ensejam a
presunção de parcialidade do magistrado estão previstos nos arts. 134 e 135 do CPC,
que se aplicam tanto à execução civil, como subsidiariamente à execução fiscal e
trabalhista. O impedimento e a suspeição também devem ser reconhecidos pelo juiz de
ofício, podendo, entretanto, a parte suscitar tal incidente por meio de exceção no prazo
da defesa.
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Os pressupostos processuais relacionados às partes na execução, seja civil, trabalhista


ou fiscal são a capacidade de ser parte, de estar em juízo e a postulatória.

Todo homem é capaz de ser parte, ou seja, ser sujeito da relação processual. As pessoas
jurídicas também têm essa capacidade. Ao lado das pessoas físicas e jurídicas, o direito
processual reconhece a capacidade de ser parte a certas massas patrimoniais – a massa
falida, a herança jacente ou vacante, o espólio, o condomínio, dando-lhes o caráter e a
denominação de pessoas formais (art. 12 do CPC).

A capacidade de ser parte não implica necessariamente a capacidade de exercício dos


atos processuais, isto é, capacidade de estar em juízo. O absolutamente incapaz, por
exemplo, conquanto tenha capacidade de ser parte, não tem capacidade de exercício de
fato, ou seja, não pode ser sujeito de direito e deveres processuais, senão mediante
representação. Ele não pode exercer sozinho os atos da vida civil, senão por meio de seu
representante legal.

A capacidade de estar em juízo é a capacidade de praticar validamente os atos


processuais, diz respeito àqueles que têm capacidade para agir e aqui não há qualquer
distinção no tocante à execução civil, fiscal ou trabalhista. Aplica-se, tratando-se de
pessoas físicas, em qualquer desses sistemas, o art. 8º do Código de Processo Civil: “os
incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na
forma da lei civil”. Os absolutamente incapazes são representados, enquanto os
relativamente incapazes são assistidos.

É importante frisar que toda vez que houver interesse de incapaz em processo de
execução, deverá obrigatoriamente existir o acompanhamento do Ministério Público.
Como fiscal da lei, esse órgão deve suprir as omissões dos representantes ou assistentes.
A ausência do Ministério Público enseja nulidade do processo.

Conforme o art. 12 do Código de Processo Civil, outrossim, a União, os Estados, o


Distrito Federal e os Territórios serão representados por seus procuradores; a massa
falida pelo síndico; a herança jacente ou vacante, por seu curador; o espólio por seu
inventariante; as pessoas jurídicas por seus diretores ou por quem seus respectivos
estatutos designarem; as pessoas sem personalidade jurídica por aquele que administrar
os seus bens; a pessoa jurídica estrangeira pelo gerente, representante ou administrador
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de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil; o condomínio pelo


administrador ou pelo síndico.

Em qualquer execução, verificada incapacidade processual ou irregularidade de


representação, o juiz deve suspender o processo e marcar prazo razoável para que seja
sanado o defeito (art. 13 do CPC).

Além da capacidade de ser parte e de estar em juízo, não se pode olvidar a capacidade
postulatória. A parte, mesmo tendo capacidade processual, deverá participar da relação
processual por meio de quem tenha direito de postular em juízo, ou seja, o direito de
falar em nome das partes do processo.

A capacidade postulatória, pois, é a capacidade de poder tratar diretamente com o


magistrado, de dirigir petições ao Estado-Juiz, e tal privilégio pertence aos advogados.
A capacidade postulatória das partes, portanto, se expressa e se exterioriza pela
representação atribuída ao advogado de agir e falar em seu nome no processo.

Exceção a essa regra ocorre na Justiça do Trabalho, haja vista o disposto no art. 839 da
Consolidação das Leis do Trabalho. Tal dispositivo, exceção à regra da capacidade
postulatória, foi inserido com a finalidade de proteger o trabalhador, porém, atualmente
é patente que na verdade acaba os prejudicando nos litígios e, na prática, todos ajuízam
suas ações, seja de conhecimento ou de execução, por meio de advogados.

Ao lado dos pressupostos subjetivos, relacionados às partes da relação processual,


também devem estar presentes para que a relação processual desenvolva-se validamente
os pressupostos objetivos, ou seja, aqueles relacionados à demanda executiva, tanto no
que tange à sua regularidade formal como procedimental.

É necessário que o ato jurídico que promove a demanda, nesse caso a petição inicial que
instaura a execução extrajudicial, atenda aos requisitos legais previstos nos arts. 282 e
283 do CPC, a fim de que haja regularidade formal. A petição deve estar apta, pois, a
possibilitar a admissibilidade do pedido da execução. A chamada inépcia da petição
inicial, não sendo sanada no prazo estipulado pelo juiz, ensejará a extinção do processo.

Aliado à regularidade formal, também deve estar presente a regularidade procedimental.


O procedimento não é uma faculdade da parte, mas uma exigência da lei. A escolha
errada do procedimento também enseja a extinção do processo sem exame do mérito.
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Não é possível, numa obrigação inadimplida de entrega de coisa, o exeqüente ajuizar o


pedido por meio do procedimento de execução de obrigação de fazer. Aqui, também, a
conseqüência será o indeferimento da petição inicial, na hipótese da impossibilidade de
adaptação ao tipo de procedimento legal, conforme rege o art. 295, V, do CPC. Tais
conseqüências, outrossim, se aplicam tanto à execução civil, como fiscal ou trabalhista.

Um pressuposto relacionado à demanda que gera bastante polêmica é o relativo à


existência e validade da citação (aqui também restrito à execução extrajudicial). Para
uma parcela da doutrina, a citação nula ou inexistente é pressuposto processual de
existência, pois sem a sua regular efetivação a relação triangular não se forma e,
conseqüentemente, o processo sequer chega a existir.

Discordamos dessa corrente, pois entendemos que o processo judicial existe mesmo
antes da citação do demandado, bastando para sua existência que o autor já tenha
ajuizado a demanda. A relação processual não vai estar completa ante a ausência do réu,
porém, ela já vai existir e, assim, a classificamos não como um pressuposto de
existência, mas de desenvolvimento válido e regular do processo.

Por fim, não podemos olvidar os pressupostos processuais relativos a fatos extrínsecos à
demanda executiva, na realidade, verdadeiros impedimentos para que a relação
processual possa se formar e desenvolver validamente. O art. 267, V, do Código de
Processo Civil estabelece que “extingue-se o processo, sem resolução do mérito: […]
quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada”.
Portanto, os chamados pressupostos negativos são a perempção, litispendência e coisa
julgada.

A perempção ocorre quando o exeqüente dá ensejo a três extinções do processo de


execução, sobre a mesma lide, por abandono de causa. O parágrafo único do art. 268 do
Código de Processo Civil, aplicado como o anterior, subsidiariamente tanto à execução
fiscal como trabalhista, rege que “se o autor der causa, por três vezes, à extinção do
processo pelo fundamento previsto no n. III do artigo anterior [abandono de causa], não
poderá intentar nova ação contra o réu com mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada,
entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito”.

A litispendência consiste na propositura de ação idêntica, isto é, com as mesmas partes,


pedido e causa de pedir e visa evitar decisões contraditórias. O parágrafo 1º do art. 301
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do Código de Processo Civil dispõe que “verifica-se a litispendência ou coisa julgada,


quando se reproduz ação anteriormente ajuizada”. E o parágrafo 3º faz a distinção entre
os institutos: “Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa
julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba
recurso.”

Vislumbramos, de logo, o último pressuposto processual para formação e


desenvolvimento válido e regular da relação processual, no caso a coisa julgada. E, em
virtude das peculiaridades da execução, preferimos tratar desse instituto em momento
próprio, no item número 8, que será posteriormente desenvolvido.

Em suma, seja na execução civil, fiscal ou trabalhista, podemos resumir os pressupostos


processuais de existência e desenvolvimento regular do processo executivo se ocorrer
uma correta propositura da ação, perante uma autoridade jurisdicional, por uma entidade
capaz de ser parte em juízo.
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CAPÍTULO III

3. CONCLUSÃO

Com base nos objectivos propostos para o trabalho constatou-se que: a definição, os
elementos, condições e pressupostos processuais são idênticos em qualquer sistema
processual de execução, seja civil, fiscal ou trabalhista, o que denota a possibilidade, ou
melhor, uma necessidade de uniformização de procedimentos.

Em suma, seja na execução civil, fiscal ou trabalhista, podemos resumir os pressupostos


processuais de existência e desenvolvimento regular do processo executivo se ocorrer
uma correta propositura da ação, perante uma autoridade jurisdicional, por uma entidade
capaz de ser parte em juízo.
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4. Referências Bibliograficas

LIEBMAN, Enrico Tullio. Processo de execução. São Paulo: Saraiva, 1963. p. 6.

LIEBMAN, Enrico Tullio. Processo de execução. São Paulo: Saraiva, 1963. p. 5.

OLIVEIRA NETO, Olavo de. A defesa do executado e dos terceiros na execução


forçada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. p. 24.

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