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Assim, quando a conduta atenta contra bens jurídicos especialmente tutelados, merece reação mais severa por
parte do Estado, valendo-se do Direito Penal.
Com isso, pode-se dizer que o que diferencia a norma penal das demais é a espécie de consequência jurídica
(cominação das penas e medidas de segurança).
ASPECTO SOCIOLÓGICO /
ASPECTO FORMAL / ESTÁTICO ASPECTO MATERIAL
DINÂMICO
Comportamentos considerados
Conjunto de normas altamente reprováveis ou Instrumento de controle social
danosos ao organismo social
1
Cunha, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte geral (arts. 1° ao 120) /Rogério Sanches Cunha. - 8. ed. rev., ampl. e atual. -
Salvador: JusPODIVM, 2020, pag. 29
2
norma. fato social. valor.
ex.: define como crime lesão no ex.: quais fatores contribuem ex.: estuda como diminuir a
ambiente doméstico e familiar. para a violência doméstica e violência doméstica e familiar.
familiar
Assim, se de um lado o Estado controla o cidadão, impondo-lhe limites, de outro é necessário também
limitar seu próprio poder de controle, evitando a hipertrofia da punição.
MISSÃO IMEDIATA
Neste ponto temos uma conhecida divergência.
1ªCORRENTE: Teria por missão proteger bens jurídicos indispensáveis à convivência em sociedade (Roxin
– funcionalismo teleológico)..
2ªCORRENTE: Teria por missão assegurar o ordenamento jurídico, assegurar a vigência da norma (Jakobs
– funcionalismo sistêmico).
DP SUBSTANTIVO DP ADJETIVO
2
SANCHES (2020), pág. 33.
3
DIREITO PENAL OBJETIVO x DIREITO PENAL SUBJETIVO
DP OBJETIVO DP SUBJETIVO
DP DO AUTOR DP DO FATO
Dp voltado ao autor do crime, devendo-se DP voltado ao fato, punindo o agente pelo que
punir a pessoa pelo que é (juízo de fez, e não pelo que é.
periculosidade)
Ex: lei dos crimes hediondos – sequestro do Ex: Estado criando contravenção penal de
Abílio Diniz (pressão da mídia). mendicância (revogada) para acabar com os
mendigos ao invés de melhorar políticas
públicas.
3
Biffe Junior, João Concursos públicos : terminologias e teorias inusitadas / João Biffe Junior, Joaquim Leitão Junior. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017, pag. 72.
4
“NOMORREIA” PENAL OU PAN-PENALISMO3
Proliferação de normas penais como mecanismo de controle social por parte do Poder Público, visando
atender a interesses políticos.
4
SANCHES (2020), pág. 36.
5
Estefam, André ; Gonçalves, Victor Eduardo Rios Direito penal esquematizado® – parte geral / André Estefam; Victor Eduardo Rios
Gonçalves. – Coleção esquematizado ® / coordenador Pedro Lenza - 9. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020. pág. 83
6
SANCHES (2020), pág. 39
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Nulla lex (poenalis) sine necessitate; Princípio da necessidade ou da economia do direito penal
QUANTO AO ESPAÇO: Em regra, aplica-se a lei penal aos fatos ocorridos no território.
O direito de punir é monopólio do Estado, não podendo ser exercido por particulares em detrimento do órgão
estatal, sob pena de exercício arbitrário das próprias razões.
Mas, CUIDADO, Há um caso que o Estado permite a punição privada paralela à punição estatal. É o caso do
Estatuto do índio (Lei nº 6.001/73):
Art. 57. Será tolerada a aplicação, pelos grupos tribais, de acordo com as instituições
próprias, de sanções penais ou disciplinares contra os seus membros, desde que não
revistam caráter cruel ou infamante, proibida em qualquer caso a pena de morte.
7
SANCHES (2020), pág.39/41.
6
- art. 4° e ss da Lei 12850/13, que se refere à colaboração premiada.
- art. 28-A do CPP, que se refere ao acordo de não-persecução penal.
JUSTIÇA CONSENSUAL8
Forma de resolução de conflitos com a peculiaridade de ao fim o conflito ser resolvido pela concordância entre os
envolvidos quanto ao desfecho.
MODELO REPARADOR: tem o objetivo de reparar os danos e pode ser observado na conciliação
MODELO PACIFICADOR OU RESTAURATIVO: é a chamada justiça reparativa, além da reparação do dano o
objetivo é a pacificação interpessoal e social do conflito.
MODELO DE JUSTIÇA NEGOCIADA: tem como base a confissão do delito e a realização de entre a acusação e
defesa para definir a penalidade a ser aplicada
MODELO DE JUSTIÇA COLABORATIVA: cujo o alvo é obter a colaboração do acusado, materializado pela
colaboração premiada.
Segundo Sanches, a Justiça Consensual caracteriza-se como uma nova perspectiva na solução do conflito
instaurado pela violação da norma penal, pondo em evidência a reparação como uma das funções da pena
(“terceira via”).
ª VELOCIDADE: crimes menos graves com a possibilidade de aplicação de penas alternativas. Assim, o
2
procedimento pode ser mais célere, flexibilizando os direitos e garantias. (exemplo: crimes de menor potencial
ofensivo e procedimento sumaríssimo)
ª VELOCIDADE: pena privativa de liberdade em decorrência de crimes graves, mas com procedimento
3
flexibilizado. Um exemplo desta velocidade está presente na lei de organizações criminosas. O DP do Inimigo é
uma das manifestações da 3a V.
DIREITO PENAL DO INIMIGO9: Segundo Guilherme de Souza Nucci (NUCCI, 2014, Capítulo XXI). “é um
modelo de direito penal, cuja finalidade é detectar e separar, dentre os cidadãos, aqueles que devem
ser considerados os inimigos (terroristas, autores de crimes sexuais violentos, criminosos organizados,
dentre outros). Estes não merecem do Estado as mesmas garantias humanas fundamentais, pois,
como regra, não respeitam os direitos individuais dos membros da sociedade civilizada. As punições
devem ser severas e, se necessário, desproporcionais à gravidade do delito. O mais importante é
segregar aqueles que estão em constante guerra contra o Estado.”
4ª VELOCIDADE: ligada ao Direito Penal Internacional, mirando suas normas proibitivas contra aqueles que
exercem (ou exerceram) chefia de Estados e, nessa condição, violam (ou violaram) de forma grave tratados
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https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-penal/justica-penal-consensual-e-o-processo-penal-brasileiro/
9
Biffe Junior, João Concursos públicos : terminologias e teorias inusitadas / João Biffe Junior, Joaquim Leitão Junior. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017, pág. 120.
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internacionais de tutela de direitos humanos. Para tanto, foi criado, pelo Estatuto de Roma, o Tribunal Penal
Internacional. Trata-se da primeira instituição global permanente de justiça penal internacional, com competência
para processar e julgar crimes que violam as obrigações essenciais para a manutenção da paz e da segurança da
sociedade internacional em seu conjunto.
MATERIAL: É a fonte de produção da norma. Assim, compete à União Federal legislar em caráter privativo
sobre Direito Penal, com a ressalva consignada no §1º do Art. 22, CF, que diz ser possível autorizar o Estado
a legislar sobre questões específicas.
FORMAL: Instrumento de exteriorização do Direito Penal, o modo como as regras são reveladas; fontes de
conhecimento.
Se a CF é superior a lei, porque ela não pode criar infrações penais ou cominar sanções?
Em razão do seu processo rígido de alteração (2C, 2T, 3/5). Muito embora não possa criar infrações
penais ou cominar sanções, a CF nos revela o Direito Penal estabelecendo patamares mínimos
(mandado constitucional de criminalização) abaixo dos quais a intervenção penal não se
pode reduzir.
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EXEMPLOS DE MANDADOS CONSTITUCIONAIS DE CRIMINALIZAÇÃO EXPLÍCITOS:
“Art. 5º, XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais.”
“Art. 5º, XLII, CF - A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão (patamares mínimos), nos termos da lei;” (a lei é quem cria o crime de
racismo e comina a sua pena).
“Art. 5º, XLIII, CF - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem.”
“Art. 5º, XLIV, CF - Constitui crime inafiançável e imprescritível (patamares mínimos) a ação de
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;”
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Segundo ressalta Sanches, os tratados e convenções não são instrumentos hábeis à criação de
crimes ou cominação de penas para o direito interno (apenas para o direito internacional).10
E) PRINCÍPIOS: Não raras às vezes, os Tribunais absolvem ou reduzem penas com fundamento em
princípios. Ex.: princípio da insignificância.
INFORMAL
A) COSTUMES: Segundo Sanches11, “são comportamentos uniformes e constantes
(elemento objetivo) pela convicção de sua obrigatoriedade (elemento subjetivo).”
Costumes criam infrações penais? Não. Vedado costume incriminador.
Costumes revogam infrações penais? Não. Somente lei pode revogar outra lei.
10
SANCHES (2020), pag. 59.
11
SANCHES (2020), pag. 560
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MASSON, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120), V.1. 14ª ed. Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020, p.103
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c) Judicial ou jurisprudencial: Realizada pelos Tribunais. Observa Cleber Masson13 que, em regra,
não tem força obrigatória, salvo em três casos: (a) na situação concreta, em virtude da formação da coisa
julgada material; (b) quando constituir súmula vinculante (CP, art. 103 A); e (c) nas demais hipóteses
previstas no art. 927 do Código de Processo Civil.
b) Restritiva: Aquela que reduz o alcance das palavras da Lei para corresponder à vontade do texto.
É preciso reduzir o alcance das palavras da lei. Legislador disse mais do que queria.
c) Extensiva: Amplia-se o alcance para que corresponda à vontade do texto. o legislador disse
menos do que queria. Logo, o alcance da norma será ampliado.
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA: Esta interpretação é INTRALEGEM (existe lei a ser aplicada). Nela, o
legislador dá exemplos e, geralmente, encerra de forma genérica permitindo ao juiz encontrar outros
casos.
É o que acontece com o disposto no Art. 121, §2º, I onde o legislador diz que é qualificado o homicídio
cometido mediante paga ou promessa de recompensa, OU POR OUTRO MOTIVO TORPE. Perceba que o
legislador dá exemplos de como pode o crime ser praticado e encerra o tipo de forma aberta para que
o magistrado possa, no caso concreto, aferir outra hipótese não prevista em lei, mas que se adéque no
dispositivo.
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA: Segundo Cleber Masson, é a que se destina a corrigir uma fórmula legal
excessivamente estreita. A lei disse menos do que desejava (minus dixit quam voluit). Amplia-se o texto
da lei, para amoldá-lo à sua efetiva vontade14. Afirma o mencionado autor:
13
MASSON, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120), V.1. 14ª ed. Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020, p.103
14
MASSON, Direito Penal, 2020, p. 104
11
Exemplo disso é o art. 159 do Código Penal, legalmente definido como extorsão mediante
sequestro, que também abrange a extorsão mediante cárcere privado.
É a posição consagrada em sede doutrinária. Deve ser utilizada em concursos que
esperam do candidato uma posição mais rigorosa, tais como do Ministério Público,
Polícia Civil e Polícia Federal (MASSON, Direito Penal, 2020, p. 104).
2ª CORRENTE: É defendida por Luiz Flávio Gomes, socorrendo-se do princípio do in dubio pro reo,
não admite este tipo de interpretação (na dúvida, o juiz deve interpretar em seu benefício).
Estatuto de Roma (Art. 22.2): “em caso de ambiguidade, a norma será interpretada a favor da
pessoa objeto do inquérito, acusada ou condenada”.
3ª CORRENTE: Defendida por ZAFFARONI. Em regra, não cabe esta interpretação, SALVO quando
interpretação diversa resultar num escândalo por sua notória irracionalidade.
O exemplo claro é o do Art. 181, I do CP, no qual temos uma omissão involuntária da figura do
companheiro, cabendo a aplicação da analogia:
Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em
prejuízo:
I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal.
15
SANCHES (2020), págs. 72/124
12
Conforme Rogério Sanches, bem jurídico é um bem material ou imaterial de titularidade
individual ou metaindividual, essencial para a coexistência e o desenvolvimento do
homem em sociedade.
Percebe-se uma EXPANSÃO DA TUTELA PENAL para abranger bens jurídicos de caráter
metaindividual, difuso, coletivo, ensejando o que a doutrina tem chamado de espiritualização /
desmaterialização / dinamização / liquefação do bem jurídico. Como exemplo temos o direito penal
tutelando o meio ambiente.
Como bem lembra Cleber Masson:
Direito Penal se destina à tutela de bens jurídicos, não podendo ser utilizado para
resguardar questões de ordem moral, ética, ideológica, religiosa, política ou semelhantes.
Com efeito, a função primordial do Direito Penal é a proteção de bens jurídicos
fundamentais para a preservação e o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade
(MASSON, 2020, p.51).
Pelo que é possível extrair do ordenamento jurídico brasileiro a premissa de que toda
conduta penalmente típica só é penalmente típica porque significante, de alguma
forma, para a sociedade e a própria vítima. É falar: em tema de política criminal, a
Constituição Federal pressupõe lesão significante a interesses e valores (os chamados
“bens jurídicos”) por ela avaliados como dignos de proteção normativa (HC 111.017/RS,
rei. Min. Ayres Britto, 2.a Turma, j. 07.02.2012).
CUIDADO: O princípio da exclusiva proteção do bem jurídico não se confunde com o princípio da
alteridade, que veda a incriminação de conduta que não ofende nenhum bem jurídico.
2. Princípio da INTERVENÇÃO MÍNIMA: O direito penal só deve ser aplicado quando estritamente
necessário, de modo que sua intervenção fica condicionada ao fracasso das demais esferas de
controle (caráter subsidiário), observando somente os casos de relevante lesão ou perigo de lesão
ao bem jurídico tutelado (caráter fragmentário).
Segundo o Supremo Tribunal Federal:
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PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE (ou caráter fragmentário do Direito Penal): estabelece
que nem todos os ilícitos configuram infrações penais, mas apenas os que atentam contra
valores fundamentais para a manutenção e o progresso do ser humano e da sociedade. Em
razão de seu caráter fragmentário, o Direito Penal é a última etapa de proteção do bem jurídico.
Deve ser utilizado no plano abstrato, para o fim de permitir a criação de tipos penais somente
quando os demais ramos do Direito tiverem falhado na tarefa de proteção de um bem jurídico.
Refere-se, assim, à atividade legislativa.
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NATUREZA JURÍDICA: causa de exclusão da tipicidade.
Conforme o Supremo Tribunal Federal:
REQUISITOS DA INSIGNIFICÂNCIA
REQUISITOS OBJETIVOS (STF):
a) mínima ofensividade da conduta;
b) ausência de periculosidade social da ação;
c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e
d) inexpressividade da lesão jurídica.
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contumácia da conduta do agente. Não se pode considerar atípica, por
irrelevante, a conduta formalmente típica, de delito contra o patrimônio,
praticada por paciente que é costumeiro na prática de crimes da espécie (RHC
118.014/ES, rel. Min. Gilmar Mendes, rel. p/ acórdão Min. Teori Zavascki, 2ª Turma, j.
12.11.2013).
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL: MASSON nos diz que no tocante ao acordo
de não persecução penal, cumpre destacar que a conduta criminal habitual,
reiterada ou profissional, não impede a celebração da avença entre o Ministério
Público e o investigado, acompanhado pelo seu defensor, se as infrações penais
pretéritas forem insignificantes (MASSON, 2020, p. 29).
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O STJ já afastou a aplicação do princípio no caso de furto de uma máquina
de cortar cerâmica que a vítima utilizava para exercer o seu trabalho (HC
241.713/DF).
APLICABILIDADE:
O princípio da insignificância é aplicável não só aos crimes patrimoniais, mas a qualquer
delito que seja compatível.
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CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Em regra, não se aplica o princípio da insignificância ao furto qualificado, salvo quando presentes
circunstâncias excepcionais que recomendam a medida. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ab4c389364232588a6680ad92ec170c7>
17
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É possível aplicar o princípio da insignificância para furto de bem avaliado em R$ 20,00 mesmo que
o agente tenha antecedentes criminais por crimes patrimoniais. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/31c23973a376c90940f5f5ff2118b5d2>.
17
Se a coisa furtada é de pequeno valor e Se o valor da coisa furtada é
o condenado é primário, o juiz pode insignificante, o juiz irá absolver o réu
substituir a pena de reclusão pela de por falta de tipicidade material.
detenção, diminuí-la de 1/3 a 2/3, ou
aplicar somente a pena de multa.
Ex: furto de um relógio que custa R$ Ex: furto de um relógio que custa R$
800,00. 80,00.
Há delitos que são incompatíveis com o princípio da insignificância como o exemplo dos
hediondos e equiparados, do racismo e na ação de grupos armados.
STJ STF
18
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. In(aplicabilidade) do princípio da insignificância aos crimes contra a Administração Públicaa.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/cc638784cf213986ec75983a4aa08cdb>
18
PORTE DE DROGA PARA CONSUMO PESSOAL19
STJ STF
TRÁFICO DE DROGAS20
19
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Porte de droga para consumo pessoal. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/68b1fbe7f16e4ae3024973f12f3cb313
20
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Tráfico de drogas: é possível a aplicação do princípio da insignificância?. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/522a9ae9a99880d39e5daec35375e999>
19
constituir crime, ainda que o ato praticado se adéque à definição legal. STF. 2ª
Turma. HC 127573/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/11/2019.
CONTRABANDO21
REGRA EXCEÇÃO
21
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Contrabando: não se aplica o princípio da insignificância. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/36a16a2505369e0c922b6ea7a23a56d2>.
22
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Falsificação de documento público: não se aplica o princípio da insignificância. Buscador Dizer
o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/731c83db8d2ff01bdc000083fd3c3740>
20
PORTE E POSSE ILEGAL DE MUNIÇÃO23
REGRA EXCEÇÃO
23
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Posse ou porte de munição de arma de fogoo. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d91d1b4d82419de8a614abce9cc0e6d4>.
24
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Tráfico internacional de arma de fogo ou munição: não se aplica o princípio da insignificância.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a26398dca6f47b49876cbaffbc9954f9>
21
típico previsto no art. 183 da Lei 9.472/1997″. Para o STF, é possível, em situações
excepcionais, o reconhecimento do princípio da insignificância desde que a rádio
clandestina opere em baixa frequência, em localidades afastadas dos grandes centros e
em situações nas quais ficou demonstrada a inexistência de lesividade. STF. 2ª Turma.
HC 138134/BA, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 7/2/2017 (Info 853).25
ATOS INFRACIONAIS: aplica-se. Segundo Sanches (2020, pag. 92/3), “Negar a aplicação
do princípio da insignificância é insistir na pregação da Teoria da Situação Irregular do
Código de Menores de 1979, abolida pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança
e do Adolescente, que considerava os infantes como meros objetos de interesse.” E
ressalta que “Qualquer interpretação em sentido diverso ofende as premissas que
regem o moderno Direito da Criança e do Adolescente, para o qual deve prevalecer o
Postulado Normativo do Superior Interesse da Criança, sempre amparado aos
Metaprincípios da Proteção Integral e da Prioridade Absoluta.
MOEDA FALSA: STJ não admite a aplicação, visto que o bem violado é a fé pública.
25
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Manter rádio comunitária clandestina. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d6723e7cd6735df68d1ce4c704c29a04>
26
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Crimes militares. Aplica-se o princípio da insignificância?. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/03f544613917945245041ea1581df0c2>
22
LESÃO CORPORA: A violência física é incompatível com os vetores da insignificância. STJ.
5ª Turma. AgRg no AREsp 19042/DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
14/02/2012.27
O agente não deveria nem mesmo ser O agente tem que ser processado (a ação
processado já que o fato é atípico. penal deve ser iniciada) e somente após a
análise das peculiaridades do caso concreto, o
juiz poderia reconhecer a desnecessidade da
pena.
Não tem previsão legal no direito brasileiro. Está previsto no art. 59 do CP.
Limita o Direito penal (causa de atipicidade Limita o Direito penal (causa de atipicidade
material) material)
27
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Lesão corporal. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/46072631582fc240dd2674a7d063b040>
28
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 589-STJ589-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/fa3dade3a49305f27f64203452ac954c>
29
SANCHES (2020), 94/95
23
ATENÇÃO Veda-se o Direito Penal do autor: consistente na punição do indivíduo baseada em seus
pensamentos, desejos e estilo de vida. Conclusão: O Direito Penal Brasileiro segue Direito Penal do
Fato.
2) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Art. 5º , II, C.F. – “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;”
Art. 5º, XXXIX, C.F. – “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;”
Art. 1º, C.P. - “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”
3) Princípio da OFENSIVIDADE ou LESIVIDADE: Exige que do fato praticado ocorra lesão ou perigo
de lesão ao bem jurídico tutelado.
Somente condutas que causem lesão (efetiva/potencial) a bem jurídico, relevante e de terceiro, podem
estar sujeitas ao Direito Penal.
-CRIME DE DANO: ocorre efetiva lesão ao bem jurídico. Ex: homicídio.
-CRIME DE PERIGO: basta risco de lesão ao bem jurídico. Ex.: embriaguez ao volante; porte de arma.
a) Perigo abstrato: o risco de lesão é absolutamente presumido por lei.
b) Perigo concreto:
De vítima determinada: o risco deve ser demonstrado indicando pessoa certa em perigo.
De vítima difusa: o risco deve ser demonstrado dispensando vítima determinada.
24
DESDOBRAMENTOS:
a) Obrigatoriedade da individualização da acusação: é proibida a denúncia genérica, vaga ou
evasiva. O Promotor de Justiça deve individualizar os comportamentos.
Segundo o STF, “2. Não há abuso de acusação na denúncia que, ao tratar de crimes de autoria
coletiva, deixa, por absoluta impossibilidade, de esgotar as minúcias do suposto cometimento do
crime. 4. Nos casos de denúncia que verse sobre delito societário, não há que se falar em inépcia
quando a acusação descreve minimamente o fato tido como criminoso.” (HC 118891),
25
5) Princípio da PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA: Conforme Renato Brasileiro30, “esse princípio pode
ser definido como o direito de não ser declarado culpado senão após o término do devido processo
legal, durante o qual o acusado tenha se utilizado de todos os meios de prova pertinentes para a sua
defesa (ampla defesa) e para a destruição da credibilidade das provas apresentadas pela acusação
(contraditório)”. O Renato Brasileiro extrai desse princípio duas grandes regras:
Regra probatória: IN DUBIO PRO REO: A acusação tem o ônus de demonstrar a culpabilidade
do acusado e não o acusado de provar a sua inocência. Lembre-se que essa regra probatória
deve ser utilizada sempre que houver dúvida sobre fato relevante para a decisão do processo.
Renato Brasileiro ressalta que:
O in dubio pro reo só incide até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Portanto, na revisão criminal, que pressupõe o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória ou absolutória imprópria, não há falar em in dubio pro reo, mas sim em in
dubio contra reum. O ônus da prova quanto às hipóteses que autorizam a revisão
criminal (CPP, art. 621) recai única e exclusivamente sobre o postulante, razão pela qual,
no caso de dúvida, deverá o Tribunal julgar improcedente o pedido revisional (LIMA,
2020, p. 48).
Regra de tratamento:
i) Vedação de prisões processuais automáticas ou obrigatórias;
ii) Impossibilidade de execução provisória ou antecipada da sanção penal
30
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único. 8ª ed. Salvador: Ed. JusPodivm, 2020, p.
47.
26
3) Princípio da PROPORCIONALIDADE: Trata-se de princípio constitucional implícito (desdobramento da
individualização da pena).
Dupla face do princípio da proporcionalidade (Lenio Streck):
1a Face: IMPEDIR A HIPERTROFIA DA PUNIÇÃO; GARANTISMO NEGATIVO (Ferrajoli); Garantia do
indivíduo contra o Estado.
4) Princípio da PESSOALIDADE: “Artigo 5º, XLV CF – nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.”
5) Princípio da VEDAÇÃO DO “BIS IN IDEM”: Veda-se segunda punição pelo mesmo fato.
Exceção: Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime,
quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas – possibilidade do sujeito ser processado
duas vezes pelo mesmo fato.
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