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CADERNO DE DIREITO PENAL I

 Bimestral, 4 avaliações escritas com um trabalho no último bimestre (21


de agosto primeira prova)
 1 Bimestre: teoria da lei penal
 Avaliação com análise de duas obras: introdução crítica ao direito penal
brasileiro; delito e das penas de beccaria
 Resenha de 5 textos, cada um valendo 0,2 pontos

Conceitos: princípio da legalidade, ramo do ordenamento jurídico de direito


público interno; delimita quais comportamentos são passiveis de uma resposta
punitiva conforme o ordenamento penal; delimita quase são as penas
correspondentes; estabelece as condutas delitivas e a resposta reservada pelo
ordenamento jurídico (resposta punitiva), sendo o único ramo correspondente a
privação de liberdade;

1. Formal: princípio da legalidade dos delitos e das penas; restrição


das liberdades individuais a fim de assegurar outras liberdades e
interesses; instrumento de controle social; a resposta
condenatória depende de uma previa tipificação dos delitos pelo
poder legislativo, sendo exclusivo desse a capacidade de legislar
definindo os crimes e suas punições (Art. 1º - Não há crime sem lei
anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação lega);

2. Material: manutenção da ordem e das condições mínimas para


desenvolvimento individual e coletiva por meio da restrição de
algumas liberdades individuais; principio da lesividade (toda
conduta criminosa deve apresentar algum grau de dano ao
interesse individual ou coletivo); princípio da intervenção mínima
(a privação da liberdade deve ser a ultima medida, ou seja,
quando insuficientes as sanções postas pelos outros campos do
ordenamento jurídico para proteger os bens jurídicos, então
aciona-se o direito penal)

3. Objetivo: código penal corresponde a forma fundamental,


enquanto as leis penais especiais correspondem a forma
extravagante; código penal é composto por uma parte geral (art.
1° ao 120, lei 7209/84, normas não incriminadoras que trazem
pautas que guiam o poder punitivo do Estado) e uma parte
especial (art. 121 ao 361, lei 2848/40, normas incriminadoras,
normas não incriminadoras especiais). A missão do direito penal é
a tutela de bens jurídicos (individuais, coletivos e
transindividuais), possuindo , portanto, um papel preventivo geral
ou especial
4. Subjetivo (Jus Puniend): o poder de punir do estado, sempre
respaldado pela lei penal e pela constituição (princípios penais de
garantia ou princípios penais constitucionais); fundamento de
retribuição (quem cometeu crime deve ser punido, de forma
humanizada e proporcional

Ciências criminais: Possui como objeto de estudo o crime/delito;


 A dogmática penal é a ciência do Direito Penas, sendo ela normativa,
ocupando-se a elaborar um sistema racional, orientado a interpretação
e aplicação do direito penal; engloba normas e princípios e tem como
meta principal a sistematização dos institutos penais fundamentai s
 Dogmática penal deve ser crítica, levar em consideração as
contribuições da criminologia e os avanços políticos-criminais; possui
um caráter dedutivo enquanto ciência
 Conduta – ação e omissão
 Tipicidade
 Ilicitude (antijuricidade – art. 23)
 Culpabilidade e as medidas de segurança
 Tentativa / coautoria / participação / punibilidade / aplicação das
sanções

 Criminologia: tentativa de desvendar as causas da criminalidade


(etiologia); crítica ao caráter abstrato da dogmática; meados do século
XIX, embate entre escolas (Clássica x Positivista / Etiológica);
 Escola clássica enfatizava a dogmática, estudo do direito penal de
forma dedutiva (a crítica a essa escola está no fato que não pode ser
considerada ciência a dogmática penal dedutiva uma vez que fica no
âmbito abstrato)
 Escola positivista foca em um estudo de situações concretas, no
individuo; seu fundador é o médico legista Cesare Lombroso, o qual
buscava justificar suas posições a partir de métodos científicos
(diferentemente da dogmática), desviando o objeto de estudo do delito
para o delinquente, estudando-o do ponto de vista anatômico, fisiológico
e psiquiátrico; adotou uma tese de “criminoso nato’, sendo o
delinquente um insano ou louco moral; classificação do criminoso (nato,
habitual...), tentativa de traçar características físicas
 As criminologias são interdisciplinares (sociologia, medicina, psiquiatria,
antropologia, ciência política etc.)
 Enrico Ferri traz estudos de sociologia criminal, portanto além das
características biológicas postas por Lombroso, estuda as
características sociais
 Rafaelle Garofalo concorda com os demais, mas entende que o direito
precisa dar respostas, enrijecendo o direito penal; favorável a pena de
morte ou prisão perpétua em casos de delinquentes natos; medidas de
segurança para aqueles considerados perigosos para a sociedade, a
fim de não contaminar toda a sociedade; medidas de segurança pré e
pós delitivas
 Ferri traz propostas de reparação do dano, mudança legislativas,
medidas socioeducativas diferentes da prisão, reforço da educação,
mesclando políticas públicas/direito civil/direito penal visando reduzir os
índices de criminalidade
 Criminologia critica não trabalha com consenso, desafia a dogmática,

TEXTO O DISCRISO CRIMINOLÓGICO DE JUAREZ CIRINO DOS SANTOS:


 Panorama geral das vertentes da criminologia
 Todas as criminologias tradicionais possuem como fator comum a não
critica ao controle social feito pelo direito penal; causas da criminalidade
 Já s criminologias criticas trabalham com o dissenso; processo de
criminalização

PRINCÍPIOS PENAIS DE GARANTIA:


 Princípio da legalidade
 Princípio da culpabilidade
 Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos
(lesividade/ofensividade)
- Lesões -> perigo concreto ou abstrato
 Princípio da intervenção mínima (subsidiariedade)
-Necessidade
-Fragmentariedade
 Princípio da pessoalidade/personalidade das pessoas
 Princípio da individualização da pena
-Abstrata -> legislativa
-Concreta -> judicial
-Execução
 Princípio da proporcionalidade
-Abstrato -> legislador
-Concreto -> judicial, execução
 Princípio da humanidade
-Abstrato
-Concreto
-Execução!

TEORIA DA LEI PENAL:


 Fontes: lei penal
 Espécies de normas penais
 Estrutura da norma penal
 Imperativos: (normas de determinação)
- Negativo: proibição
- Positivo: ordens/mandados

- Primeira parte: hipótese legal (preceito primário)


- Segunda parte: sanção penal (preceito secundário)

- Lei penal em branco


- Técnica legislativa
- Abertura na redução da hipótese legal

 Lei penal em branco: técnica legislativa


 Espécies:
 própria / em sentido estrito
 improprias
 Normas penais incriminadoras
 1 parte: hipótese legal / preceito primários: núcleo (verbo) /
lacuna (outro ato normativo para complementar) (ex: art. 38. L.
9605/98)
 2 parte: execução penal / preceito secundário
 Lei penal em branco ao inverso:

INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DA LEI PENAL:


 Interpretação extensiva
 Em benefício do réu
 Em prejuízo do réu
 Interpretação analógica
 Espécie de interpretação extensiva
 Clausula autorizando expressa
 Ex: art. 121, parágrafo segundo, inciso terceiro e quarto; art.
147;
 Analogia: lacuna legal não é forma de interpretação; recurso
de aplicação da lei; em matéria penal é possível apenas em
benefício do réu (violação a reserva legal); normas
incriminadoras; normas incriminadoras especiais
TEORIA DA LEI PENAL NO TEMPO:
 Artigos segundo, terceiro e quarto do CP
 Artigo quarto: tempo de crime
 Quando a conduta delitiva acontece?
 Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão,
ainda que o momento do resultado seja outro
 Teoria da ação/atividade/conduta
 Necessário analisar se a conduta naquele tempo era ilícita, se o
sujeito era imputável... ou seja, tipicidade, ilicitude e culpabilidade
são analisadas conforme o tempo da ação/omissão
 Teoria do resultado/evento: não foi acatada pelo legislador;
considera o crime no tempo do resultado; problema é que nem
todo delito é de resultado, existem de conduta, perigo (abstrto),
tentativa etc.; dificultaria a aplicação
 Para fins de contagem de prazo de decadência e prescrição é
importante a identificação o dia da ocorrência do resultado (art.
111, passa a ocorrer a partir do dia que o crime se consumou)
 Teoria mista/unitária:

 Artigo segundo: sucessão de leis penais no tempo


 A lei que sucede pode beneficiar ou não o réu
 Princípio penal constitucional: a lei penal é irretroativa, exceto em
benefício do réu
 “novatio legis incriminadora” (criminaliza uma ação que antes não
era tipificada) – não retroage
 “novatio legis in pejus” (aumentar a pena, espécies mais severas,
suprimir benefícios, agravantes e qualificadoras) – não retroage
 “novatio legis abolitio criminis” (o comportamento é
descriminalizado) – retroage, extingue a punibilidade; artigo 107,
III
 “novatio legis in mellius” (garante algum benefício ao réu, diminui
a pena, aumenta as possibilidades de progressão, cria atenuante,
retira qualificadora, permite espécies menos graves que a prisão”
– retroage
 Artigo terceiro: leis temporárias e excepcionais
 Leis temporárias: a sua vigência/duração está expressa na lei
 Leis excepcionais: a sua vigência está condicionada a um
determinado evento/circunstância
 Leis posteriores não podem revogar mesmo que em benefício
 A lei temporária/excepcional será válida e aplicável para as
condutas realizadas durante a sua vigência
 Complemento da lei penal em branco
 Artigo segundo do CP
 Retroatividade benéfica
 Se haver uma continuidade normativa, o artigo segundo será
aplicado
 Se haver caráter excepcional/temporário, o artigo terceiro será
aplicado

CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS: (não é a mesma coisa que concurso


de diversos crimes)
 Conceito: um único fato aparentemente criminalizado em dois ou mais
dispositivos legais
 Critérios/princípios:
 Princípio da especialidade
o Normas do código penal X normas de lei especial (ex. art.
334-A e art. 33 da L.11342/06)
o Lei especial derroga lei general (lex especialis derogat legi
generali”
o É preciso preencher os requisitos/elementos
especializantes
o Normas incriminadores previstas no CP (art. 121 e art. 123
infanticídio)
o Tipos penais básicos X tipos penais derivados (exemplo,
homicídio e homicídio qualificado ou privilegiado)
 Princípio da subsidiariedade:
o Norma principal e norma subsidiária; a segunda será
aplicada se a primeira não puder
o Expressa/explicita: quando o próprio legislador indicar que
a norma é subsidiária, ou seja, essa norma será aplicada
se não for caso de enquadrar a conduta na norma principal
(“se o fato não constitui filme mais grave”) (ex. art.
o Tácita/implícita: exemplo, estupro é a norma principal e
ameaça é a norma subsidiaria (um único crime remete a
outro)
 Princípio de consunção
o Norma consuntiva X consumida (ex: perigo -> lesão;
tentado -> consumado;
o “post factum impunível”
o Norma consuntiva absorva a norma consumida

Monitoria: conflito aparente de normas


 Princípio Ne Bis In Idem: ninguém pode ser julgado mais de uma vez
pela prática do mesmo fato
 Critério interpretativo para definir qual norma será aplicada
 As duas normas devem estar vigentes, sem haver conflito de sucessão
de lei penal no tempo
 Conflito ideário, imaginário, aparente
 Uma única pessoa
 Princípio da especialidade: a norma especial tem prioridade em relação
a norma geral
 Em regra, fala-se em normas geral no código oenal e a específica
em lei penal extravagante/especial
 Código Penal e Legislação Penal Especial: homicídio culposo X
homicídio culposo na direção de veiculo automotor;
 Entre normas de legislações penais especiais: retenção de
qualquer documento a que se refere esta lei X reter titulo eleitoral
contra a vontade do eleitor
 Entre normas do código penal (entre o tipo penal básico, caput, e
o derivado, paragrafo inciso etc com tipos privilegiados): art. 121
Matar alguém (tipo penal básico) X art. 123 matar sob a influência
do estado puerperal o próprio filho durante o parto ou logo após
(tipo penal especial)

 Princípio da subsidiariedade: lei primária derroga lei subsidiária


 Se relaciona com a lesividade dos bens jurídicos (diferente da
especialidade que se preocupa com a descrição do crime)
 Uma lei é aplicada na impossibilidade da outra
 Expressa: vai estar expresso na própria lei que está excluindo
outros casos de menor gravidade; exemplo art. 349 que é
subsidiária aos casos de coautoria ou de receptação
 Exemplos: art. 132 expor a perigo X art. 14, II tentar matar – o
último é mais grave a lesão ao bem, sendo esse o crime principal
e a exposição é subsidiária (ofensa em grau jurídico diverso ao
mesmo bem) – exemplo implícito/tácito
 Exemplo: art. 163 destruir coisa alheia x art. 250 causar incêndio
– o último engloba mais bens jurídicos, havendo uma pluralidade
de bens na norma penal primária – exemplo implícito/tácito
 Cuidar para não falar sobre a norma ser mais específica, pois
ambas são muito bem especificas em si, apenas uma é
subsidiária a outra

 Princípio da consunção ou absorção: lei consuntiva derroga lei


consumida
 Delito como fase normal ou meio necessário para a realização de
outro crime
 Um crime complexo é a junção de dois crimes, exemplo: art. 155
+ 147 = 157 (furto + ameaça = roubo)
 Crimes não propriamente complexo: é uma exceção, crime 1 +
fato lícito = crime 2; exemplo: art. 146 + 213 (ter conjunção carnal
ou ato libidinoso é um ato lícito) = crime de estupro

 Princípio da alternatividade: crimes de ação múltipla


 Hipótese legal elenca um rol de formas de realização da ação
criminosa
 Não é exatamente um conflito
 Exemplo art. 33 não interessa se teve só uma conduto ou todas, a
pena é a mesma

LEI PENAL NO ESPAÇO


 Artigo 5° do CP – territorialidade
 Conceito penal de território:
 Princípio da territorialidade: a lei brasileira é aplicada a todo crime
cometido no território nacional
 Território real: limites geográficos do brasil no espaço terrestre,
aéreo correspondente, subterrâneo, marítimo, fluvial, lacustre;
 Território por extensão/flutuante: parágrafos primeiro e segundo;
as embarcações e aeronaves brasileiras públicas ou privadas a
serviço público (as últimas apenas se estiverem em auto mar ou
território brasileiro, seja aéreo ou terrestre, mas serão
consideradas estrangeiras quando estiverem em território
estrangeiro)

 Artigo 7° do CP – extraterritorialidade
 O crime acontece fora do território brasileiro
 Princípio da defesa: título décimo, crimes praticados no
estrangeiro que ainda assim serão regidos pelo direito penal
brasileiro; crime contra a fé pública; interesse em relação ao bem
jurídico
o Conflitos de interesse em relação a nacionalidade do autor,
da vítima, do bem jurídico...
o Extraterritorialidade incondicionada, aplica-se a lei
brasileira para processar e julgar contra quem cometeu
esses crimes, independente de absolvição ou condenação
estrangeira, sendo punido de acordo com o código
brasileiro
o Artigo 8°: a pena estrangeira atenua a pena brasileira (é
computada a pena cumprida fora do brasil)
 Princípio da justiça universal/ universalidade/ cosmopolita: artigo sétimo
inciso primeiro alínea d; artigo sétimo inciso segundo alínea a; crime de
genocídio por exemplo
 Princípio da nacionalidade
o Ativa: crime praticado por brasileiro fora do território
o Passiva: crime praticado contra brasileiro por estrangeiro fora do
território (a não ser que exista um pedido de extradição e ela não
esteja no território brasileiro)
 Princípio do pavilhão ou da bandeira; artigo sétimo parágrafo segundo e
terceiro
 Condicionada: é preciso satisfazer as cinco condições para processar e
julgar alguém que tenha cometido crime fora do território brasileiro mas
que o brasil tenha interesse em julgar; as condições são cumulativas; o
perdão extingue a punibilidade; não será julgado caso tenha sido
absolvido ou já tenha cumprido pena no estrangeiro ou o crime tenha
prescrito lá fora

 Artigo 6° - lugar do crime


 Considera-se praticado crime no lugar que ocorreu a ação ou
omissão, bem como onde ocorreu ou deveria ocorrer resultado,
em todo ou em parte
 Conceito abrangente propositalmente
 Teoria da conduta: não é adotada pelo brasil integralmente ou
exclusivamente, mas consta no artigo sexto; lugar do crime é
apenas onde ocorreu a ação ou omissão
 Teoria do resultado ou efeito: não é adotada pelo brasil
integralmente ou exclusivamente, mas consta no artigo sexto;
lugar do crime é apenas onde ocorreu o resultado
 Teoria do efeito mais próximo: lugar do crime é onde a conduta
delitiva atinge a vítima
 Teoria da intenção: lugar do crime é onde deveria ter ocorrido o
crime segundo intenção do autor
 Teoria da “longa manus” ou da ação: combinação da teoria da
conduta com a do efeito mais próximo; o crime ocorre desde o
lugar onde a ação começa até onde a vítima é atingida
 Teoria limitada da ambiguidade: pelo menos dois lugares; lugar do
crime pode ser tanto o da ação quanto o do resultado (não é
posicionamento do brasil)
 Teoria pura da ambiguidade: teoria ADOTADA NO BRASIL; é o
lugar da conduta e o do resultado e onde o bem jurídico é atingido
 O brasil só não será lugar do crime quando não ocorreu a
conduta aqui, nem a execução, nem o resultado na vítima, nem o
resultado e nem a intenção era de ser aqui.
AMBITO ESPACIAL DA LEI PENAL:
 Regra: lei penal de um país refere-se a todos os fatos delitivos que neles
ocorreram (princípio da soberania a territorial ou competência autônoma
dos estados)
 Exceção: possibilidade de aplicar a lei fora do seu território
(extraterritorialidade)
 Lugar do crime:
 Teoria da atividade: ação ou omissão; lugar do crime é onde você
praticou a ação tipificada; não faz sentido punir alguém sob a lei
de um país no qual ele não estava praticando, deve ser
responsabilizado onde agiu
 Teoria do resultado: resultado/ tentativa; lugar do crime é onde
ocorre o resultado; o país que teve que acolher todos os
resultados e prejuízos do crime que deve punir
 Teoria da intenção: o lugar do crime é onde o criminoso tem a
intenção de que ele ocorra
 Teoria do efeito intermédio: intermédio de energia movimentada
para atuação alcança a vítima; em casos de três países estarem
envolvidos (intermédio de energia entre a ação do agente e o
resultado, meio termo entre resultado e ação);
 Teoria da ação a distância: ato executivo (preparação);
 Teoria da ubiquidade limitada: conduta ou ação, depende de cada
caso, o que for mais benéfico
 Teoria da ubiquidade
 Territorialidade:
 Absoluta: não admite ressalvas
 Relativa ou temperada ou mitigada:
Extraterritorialidade incondicionada: (inciso I artigo sétimo)
o Natureza do bem jurídico de demasiada relevância nacional,
independente da localidade do autor (segurança nacional, interesses da
administração pública, crimes contra a humanidade)
o Princípio da defesa/proteção e princípio da justiça universal
o Aplica-se a lei penal do estado titular do bem jurídico lesado ou
ameaçado de alto interesse estatal coletivo ou comunitário
o Exemplos: furto ou agência do banco do brasil em capital europeia;
danos causados a embaixada do brasil em algum país; falsificação da
moeda

Extraterritorialidade condicionada: inciso II artigo sétimo


o Exige o preenchimento de todas as condições a seguir para aplicar a lei
brasileira
o Entrar o agente no território nacional; ser o fato pinivel também no país
que foi praticado; estar crime incluído entre aqueles que a lei brasileira
autoriza extradiçãoa; não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou
não ter aí cumprido a pena; não ter sido o agente perdoado no
estrangeiro ou por outro motivo não estar extinta a punibilidade segunda
lei mais favorável
o Conceito de extradição: instrumento de cooperação internacional no
direito penal; se concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem
recaia condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de
processo penal em curso (para cumprir uma condenação tida em outro
pais ou participar de um processo); lei de migração e constituição
federal; não se confunde com deportação (retirada compulsória de quem
se encontra em situação migratória irregular no território nacional, uma
medida administrativa) e exportação (deportação somada ao
impedimento de reingresso por prazo determinado, figura do ostracismo)
 Modalidades: ativa (estado que solicita), passiva (estado que
concede), voluntária (com anuência da pessoa, que qier ser
extraditada), forçada (sem anuência), reextradição (dupla
extradição, ou seja, extradição com função de extraditar para
outro país posteriormente)
 Vedações à extradição: com base na nacionalidade do
extraditando (brasileiro nato não pode ser extraditado sob
nenhuma hipótese; brasileiro naturalizado é extraditado apenas
se o crime tiver acontecido antes da naturalização ou se o crime
for em relação a tráfico de droga; não impede extradição o fato de
ser casado com brasileira(o) ou ter filho brasileiro); com base na
natureza do crime perpetrado (proibição de extradição por crimes
políticos e de opinião; regra da provalencia caso seja um crime
comum associado a um politico, cabe ao STF julgar sobre a
prevalência do crime comum e autorizar o ato da extradição
 Extradição passiva: analise preliminar do stf; audiência de
interrogatório do extraditando nomeando curador ou advoga;
defesa apresentada em até 10 dias; condenação
 Requisitos processuais da extradição passiva (para manarmos
uma pessoa para fora): o brasil não pode ser competente; o fato
deve constituir crime no brasil e no estado requerente; ter
ensejado neste estado a tramitação de processo penal ou
condenação a pena privativa de liberdade
 Requisitos materiais da extradição passiva: crime não pode ter
pena de prisão igual ou inferior a dois anos; crime não pode estar
prescrito segundo a norma mais favorável de ambos os países;
extraditando não poder ser submetido a juízo ou tribunal de
exceção, nem ser beneficiado de refúgio ou asilo territorial

CONCEITO DE DELITO:
 Formal: a referência é a lei; delito é a conduta humana que viola/infringe
a lei penal; princípio da legalidade/reserva legal
 Material: conduta que ofende bem jurídico, representa perigo ou lesão a
um determinado bem jurídico; tem relação com o conteúdo; principio da
lesividade/ofensividade social, /exclusiva proteção de bens jurídicos/
 Analítico: divisão do todo (crime/delito), decompor o todo em partes
constitutivas
 Escola clássica
 Definir as condutas humanas e ilicitude, mas faltava a construção
das categorias
 Delito é a conduta (ação ou omissão) humana típica, ilícita e
culpável {quatro categorias dominantes}
1. Conduta: humana, uma vez que o código penal não criminaliza pessoas
jurídicas (exceto crime ambiental); núcleo da legislação; descrição
taxativa do verbo;
 Ação
 Omissão
2. Tipicidade/ tipo penal: descrição legal da conduta punível; valoração
jurídica; tipicidade concreta por meio do judicial (investigação, processo,
juiz) e tipicidade abstrata por meio da legalidade (legislador)
3. Ilicitude: antijuridicidade; algumas condutas típicas são
permitidas/justificadas (legitima defesa, estado de necessidade,
exercício de um cumprimento legal, estado de direito – art. 23) (alguns
casos o consentimento da vítima pode afastar a ilicitude)
4. Culpabilidade: imputabilidade/capacidade de culpabilidade; potencial
consciência da ilicitude; individualização da responsabilidade penal pelo
fato típico e ilícito; punibilidade (possibilidade e necessidade de pena)

 Modelos conceituais (teorias do delito)


1. Modelos causais/causalistas: crimes materiais/de resultado é
preciso comprovar que a ação do sujeito que causou o resultado
(hoje em dia busca-se se libertar dessa relação, caso por
exemplo da violência psicológica); ação é um movimento humano
voluntario (ausência de coação) que causa um resultado; conceito
pré-jurídico
2. Modelos causal naturalista: neutralidade; divisão do delito
(objeto/sujeito); dolo/culpa; imputabilidade; culpabilidade;
3. Modelos causal valorativo: divisão do delito (parte objetiva é a
ilicitude, tipicidade e conduta, e parte subjetiva é a culpabilidade);
culpabilidade (imputabilidade, dolo/culpa, exigibilidade de conduta
diversa/análise valorativa); culpabilidade psicológico valorativo;
apenas interessam os resultados típicos/que resultam em lesão
jurídica de bens selecionados; axiológico; conduta como elemento
jurídico valorativo;
4. Modelo finalista: abandona a divisão do delito em objetivo e
subjetivo; modelo onto-axiologico

 Delitos omissivos
 Relação de causalidade:
 Art. 13 CP
 Delitos de resultado (materiais) (se não houver resultado não há
necessidade de analisar o nexo causal)
 Análise da relação causal entre ação e resultado } tipo penal
o as omissões não causam nada, o resultado é atribuído,
existindo um nexo de imputação; o omitente, na posição de
garante, responde o resultado como se tivesse causado o
ato; caso não seja garante, responde apenas pela
omissão; omissivos impróprios
o ação culposa, embora não queira/assuma/aceite, a sua
ação causa um resultado, existindo portanto uma relação
causal } tipo penal
o tipificação do delito culposo depende da doutrina; art. 121
parágrafo terceiro, art. 129 parágrafo sexto; a pena deve
ser menor do que o delito culposo
o teoria finalista propõe uma limitação no âmbito jurídico em
relação ao dolo/culpa, não há como fazer essa limitação no
plano do ser
o causalidade cumulativa -> tentativa
o plano do ser (relação causal) / plano do dever ser
(imputação)
o causas relativamente independentes
o causas absolutamente independentes

TEORIA DO DELITO:
 Área da dogmática responsável por caracterizar a conduta criminosa e
analisar os elementos constitutivos
 Crime e delito (não há diferença)
 Conceitos cumulativos
 Conceito formal de delito: violação da lei penal descrita tipicamente, a
qual comina uma sanção penal correspondente
 Conceito material de delito: lesão ou ameaça a bem jurídico alheio
fundamental
 Conceito analítico de delito: o preceito fundamental do delito é a ação,
movimento corporação voluntário com causalidade objetiva (descrita em
lei) e subjetiva (para imputáveis)
 Sistema tripartite de delito: CONUDTA + tipicidade, ilicitude e
culpabilidade (analisar uma conduta a partir de três categorias, sendo a
ação uma categoria pré-jurídica)
 Sistema bipartite (não muito utilizado): a culpabilidade estaria fora da
teoria do delito, primeiro analisa o delito e depois imputa a culpabilidade;
o ilícito já abarcaria a tipicidade
 Teorias da ação humana
 Causal naturalista (LISZT BELING)
 Causal valorativa (MEZGER/SAUER)
 Social (SCHMIDT): junção da teoria naturalista adcionando a
relevância social na análise da conduta
 Finalista (WELZEL): ação é o exercício de uma atividade finalista
 Funcionalista (ROXIN): supra conceito, diminuindo a força da
ação e imputar maiores critérios objetivos, ação é uma
manifestação da personalidade
 ESTRUTURAS LOGICO OBJETIVAS: teoria finalista
 Trabalha com estruturas ontológicas da realidade
 Devem ser analisadas sem nenhum traço normativo
 Análise a partir da ação (mundo natural)
 A ação e o resultado e o nexo de causalidade são estruturas e
fenômenos simples e puras do mundo causal/mundo fenotípico/os
fenômenos geram alterações no undo a partir de relações
causais/;nexo da realidade e não um traço normativo como os
elementos tipicidade ilicitude culpabilidade etc

RELAÇÃO DE CAUSALIDADE:
 Estudo da relação entre um objeto inicial e um objeto final pela qual um
é consequencia do outro
 Estudo que se da sobre a causação, processo de efeito da causa, de um
resultado, modificação no mundo, por uma ou mais condutas
 Nexo, liame, vinculo entre conduta e resultado nos delitos materiais (de
resultado)
 Causalidade: vinculo logico, objetivo, estrutura ontológica da realidade
temporal dos fenômenos
 Imputação: vinculo de atribuição de responsabilidade a alguém,
estrutura normativa/axiológica

 Delitos comissivos dolosos e imprudentes: nexo causal, relação de


causalidade
 Delitos omissivos dolosos e negligentes: nexo de evitabilidade, relação
de imputação

 As categorias do delito são cumulativas, se não teve ação, não terá


tipicidade etc

 Teoria da equivalência das condições, aplicada no código penal


 Teoria da condição (conditio sine qua non): formulada em 1858
por Julius glaser e von buri
 Causa pode ser qualquer condição indistintamente que tenha
contribuído para o resultado (não há inicialmente a diferenciação
entre causa e condição); “todas as forças que tenham contribuído
para a produção do resultado são da mesma forma essenciais a
sua produção e nenhuma delas pode ser deixada de lado” (crítica:
regresso ao infinito) -> critério da eliminação hipotética, se tirar a
conduta e o resultado ser eliminado hipoteticamente então haverá
relação de causalidade (critica: os casos de dupla causalidade
alternativa) -> critério da eliminação global, -> complemento do
critério da alteração exterior, haverá causalidade quando se
produzir por qualquer motivo uma modificação no mundo exterior,
esse critério tem como objetivo assentar a irrelevância dos atos
antecipativos, agravantes ou modificantes de um resultado em
curso

TIPOS PENAIS DOLOSOS:


 Tipo objetivo: conjunto de elementos objetivos (se faltar algum elemento
descrito a conduta será atipica para aquele tipo penal/crime específico)
 Núcleo (verbo, conduta)
 Resultado (material- de lesão, art. 129, 158, 157, ou de perigo
concreto, art. 250, 132)
 Relação causalidade
 Circunstância de tempo, lugar, modo/meio de execução
 Sujeito passivo, sujeito ativo, objeto material (dinheiro por
exemplo é o bem material, enquanto o patrimônio é o bem
jurídico)
o classificação dos elementos objetivos do tipo:
- elementos descritivos:
- elementos normativos/valorativos:
 Tipo subjetivo: conjunto de elementos subjetivos
 Dolo (geral)
 Elementos especiais do tipo

CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS PENAIS


 Tipo penal simples quando criminalizar uma conduta (homicídio)
 Tipo penal composto/misto quando criminalizar duas ou mais condutas
(dano)
 Alternativo (art. 163, 122)
 Cumulativo (soma-se as penas;
REVISÃO PARA PROVA:
Teorias da conduta
Teoria causal naturalista:
 From von Liz: vai falar da teoria causal naturalista/clássica
 Inicio século XX
 Influencia do positivismo, sistematizando o delito, enxergando-o como algo
natural, do mundo do ser, mundo ontologico
 Ação seria o elemento fundamental do delito, não há delito sem ação
(importante para evitar que estados de ser, características etc fossem
criminalizadas, trocando o direito penal do autor pelo direito penal do fato)
 Simplesmente causal, puramente objetivo e supostamente neutro
 A ação deve obter uma causalidade objetiva para ser criminalizada
 Face subjetiva (interna): a voluntariedade; a diferença dos seres humanos para
outros seres era a ação humana voluntária; ação é movimento corporal, a
vontade é algo que impede seu movimento corporal
 Face objetiva (externa): o resultado, algo é ação na medida em que ela produz
resultados; responsabilidade pessoal objetiva (puramente causal)
 A causalidade contem os elementos valorativos (tipicidade, ilicitude etc)
o Causalidade objetiva: apenas há uma causalidade objetiva para o
direito penal se a atitude for típica e ilicida
o Causalidade subjetiva: analise do dolo/culpa; a previsibilidade
das consequências dos seus atos
 Palavras chaves: positivismo, objetividade e tentativa de neutralidade; analise
dos elementos do delito a partir da ótica da causalidade, culpabilidade
psicológica na medida que o dolo/culpa é um elemento subjetivo da
culpabilidade (diferentemente de outras teorias que está relacionado a tipicidade)

Teoria causal valorativa:


 Sistema neoclássico/ neokantiano
 Mezger e Sauer
 Critica dessa dentativa de inserção das ciências putamente naturais nas ciências
politicas, propondo um relativismo valorativo
 A voluntariedade, esses elementos psicológicos e subjetivos já estão carregados
de valoração
 Caráter material do delito: lesão a bens jurídicos fundamentais; face material da
tipicidade, ilicitude... a ação é um dado axiológico, ou seja, totalmente
normativo, sendo relevante apenas quando conectado a valores (relevante
quando típico)
 Não propõe outra teoria do delito, apenas juntaram a tipicidade e a ilicitude,
trazendo uma teoria bipartida pois a ilicitude só teria relevância em ações típicas
 Ijusto objetivo valorado + injusto subjetivo (tipo e ilicitude)
 Dolo e culpa continuam na culpabilidade; a culpabilidade não é puramente
objetiva, são injustos subjetivos e com caráter axiológicos, é um psicológico
normativo
 Acrescenta-se a exigibilidade de conduta adversa na culpabilidade
 Palavras chaves: teoria bipartida do delito (mesmo que hoje em dia não seja
mais utilizada, foi uma contribuição para aqueles que a defendem); relativismo
valorativo (enxergar pela priemira vez o direito como uma teoria axiológica)
(principal contribuição é criticar a teoria naturalista); a realidade só é relevante
quando conectada a valores

Teoria finalista:
 Hans Welzel, grande contribuição para a teoria do delito; século XX,
 Estudo filosófico a partir do retorno a filosofia dos valores, ius naturalista
 Apontou a crítica em relação ao sistema neoclássico pq, apesar do direito possuir
uma questão normativa/abstrata, ele não pode se distanciar completamente da
realidade
 Desenvolve o método cientifoc finalista onto fenomenológico
 O objeto deve determinar o método, sendo nesse caso o objeto de analise a
realidade, as estruturas logico objetivas, as relações causais
 Estrutura logico objetivo (mundo do ser): ação, dolo, culpa, relação de
causalidade, resultado
 A principal contribuição é sobre a ação humana, sendo a ação humana o
exercício da atividade final; a ação é objetiva/do mundo do ser da mesma forma
que a teoria causal naturalista colocava, não havendo traço valorativo para
enxergar a ação, poré, welzel diz que a principal característica que difierencia a
ação humana das demais é a sua dirigibilidade, a sua finalidade;
o Finalidade é bem diferente de voluntariedade, para Von Lizt o que
diferenciava a ação humana era a voluntariedade
o O aspecto psicológico deve estar na conduta pois caso contrario não
haveria ação humana
o Dolo e culpa estão presentes de forma ontológica na ação
o Finalidade da ação é o saber causal prévio do homem, é isso que delimita
a nossa dirigibilidade da conduta
o Causalidade gera um resultado que pode ter um suceder causal externo
que é dominado finalisticamente pelo homem
o Vontade final objetiva: primeira fase é a preparação e a segunda fase é a
execução
1. Antecipação do fim
2. Seleção dos meios apropriados, técnica de retrocesso mental
hipotético imaginando o que você precisa para chegar nesse
resultado
3. Consideração dos efeitos concomitantes (até aqui é a fase
cognitiva, subjetiva, preparatória) (contem dolo/culpa)
4. Etapa objetiva externa: execução
 O desvalor deve estar na ação
 Principio da adequação social, as condutas humanas só são importantes para
analise normativa se elas possuírem relevância social, algumas condutas lesam
bens mas ainda assim possuem certa aceitação social (exemplo da tatuagem,
exemplo do ônibus)
 Critica ao causalismo:

Claus Roxin:
 Fran von Liszt (positivista): “o direito penal é a barreira intransponível da
política criminal”
 O livro traz a necessidade de proximidade do direito penal com a politica
criminal
 Qual a diferença de dogmática e politica criminal? Como se desenvolveu essa
relação? Qual a problemática de uma politica criminal sem a dogmática?
 Direito penal: tem como função a proteção da sociedade a partir do freio do
poder punitivo do estado;
 Politica criminal: enxergar o poder punitivo, o direito penal, e questionar seus
limites, suas atuações, seus efeitos sociais, para que serve...
 Roxin diz que um direito penal distanciado da politica criminal promove uma
precisão conceitual sem grandes consequencias práticas (exemplo do conceito de
ação), dogmática reduzida a formulas abstratas; a critica é que os problemas
conceituais dogmáticos devem ser corrigidos com soluções reais da politica
criminal; hoje cada vez menos há discussões puramente dogmáticas e muito
mais analises do direito penal com exemplos da parte especial e casos concretos
 Marca o que é o funcionalismo teleológico racional (a sua teoria da conduta
possui um supra conceito, sendo a ação uma manifestação da personalidade)
 Os critérios devem ser objetivos a partir da valoração
 A melhor politica criminal é aquela mais afastada do direito penal, é aquela
preventiva (políticas públicas, políticas afirmativas), mas direito penal afastado
da politica criminal seria apenas um instrumento de controle social sem efeitos
sociais positivos

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