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INTRODUÇÃO
1. Conceitos introdutórios ao Direito Penal e à Legislação Extravagante;
2. Base constitucional, base legal e consequências jurídicas – crimes de racismo, crimes hediondos
e equiparados.
3. Aspectos penais e processuais aplicáveis aos crimes hediondos e equiparados –
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
4. Racismo.
5. Crimes relacionados à discriminação e ao preconceito –
6. Racismo institucional.
7. Homofobia, discriminação por orientação sexual e identidade de gênero e o crime de racismo.
ASSUNTO: 8. Lei de Tortura
9. Lei de Tortura – Comentários –
10. Lei dos Crimes Hediondos –
11. Lei dos Crimes Hediondos – Comentários –
12. Estatuto do Desarmamento –
13. Estatuto do Desarmamento – Comentários –
14. Lei de Drogas –
15. Lei de Drogas – Comentários –
16. Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/16). Violências de gênero.
17. Lei de Abuso de Autoridade –
18. Lei de organização criminosa –
19. Estatuto da pessoa com deficiência –
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
Direito Penal objetivo e subjetivo –
AO DIREITO PENAL E À LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
• Direito penal objetivo - Trata-se de um conjunto de
normas estatais, nas quais tem previsão de crimes e
◼ DIREITO PENAL
contravenções.
Conceitos - O Tipo penal traz um preceito primário e secundário. O
tipo primário secundário traz a conduta criminosa,
Direito penal é o ramo do direito público (que diz respeito a
descrevendo de forma taxativa o crime. O preceito
função ou dever do Estado) que define as infrações penais,
secundário traz a pena para quem viola o preceito
estabelecendo as penas e as medidas de segurança
primário.
aplicáveis aos infratores.
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• Direito penal subjetivo - Trata-se do direito de punir do Pena (LEP). Ela atua na fase da execução da pena. Dessa
Estado. Aquele que descumpriu o preceito primário será forma, o Sistema Prisional deve proporcionar meios para
punido pelo na forma prevista em lei. que, após o cumprimento de sua pena, o indivíduo possa
retornar à sociedade.
Ressalta-se que não há diferença na estrutura jurídica entre os crimes/delitos e as contravenções. Desta forma são
caracterizadas como fato típico, ilícito e culpável.
Observação - Contravenção penal também chamado de delito liliputiano, crime vagabundo ou crime anão (Rogério Sanches
Cunha)
• Critério de escolha - Não há diferença substancial entre crime e contravenção. O critério de escolha para definir se o
bem jurídico será protegido por crime ou contravenção é meramente político, ou seja, os fatos mais graves devem
ser rotulados como crimes e os menos graves como contravenção. Desta forma, dependerá do contexto atual.
Um grande exemplo é o porte ilegal de arma de fogo, que até 1997 era tipificado como contravenção penal. Depois
virou conduta criminosa; e hoje, além de crime, é punido de forma mais gravosa por ser crime hediondo.
• Diferença entre crime/delito e contravenção - Conforme o art. 1ºda Lei de Introdução ao Código Penal,
“Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer
alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.”
CP - Art. 33 - A pena de reclusão deve LCP - Art. 6º - A pena de prisão simples deve
ser cumprida em regime fechado, ser cumprida, sem rigor penitenciário, em
semi-aberto ou aberto. A de estabelecimento especial ou seção especial de
Cumprimento da
detenção, em regime semi-aberto, ou prisão comum, em regime semi-aberto ou
pena
aberto, salvo necessidade de aberto.
transferência a regime fechado
Pena Privativa de Reclusão ou detenção (art. 33º,CP). Prisão simples (art. 6º, LCP).
Liberdade
Pública ou privada (art. 100º, CP). Pública incondicionada (art. 17º, LCP)
Ação Penal
CONCEITO DE CRIME – penal, em seu preceito secundário, traz uma pena para
aquele que descumpri-la. Em outras palavras, é tudo aquilo
A doutrina costuma classificar o crime em três aspectos:
que está previsto em norma penal, sob ameaça de uma
aspecto formal, material e analítico.
pena.
Conceito formal - é considerado crime tudo que a lei prevê
Conceito material - em sentido material, crime o
como tal, ou seja, é crime o que está expressamente
comportamento humano que causou a lesão ao bem
previsto em uma norma penal incriminadora. Essa norma
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jurídico protegido. Em outras palavras, é a conduta que culpa – torna o fato atípico. Já o erro de
viola de forma significativa o bem jurídico protegido pela tipo evitável, vencível ou inescusável
normal penal. somente exclui a tipicidade dolosa,
Observação: Esses conceitos não são suficientes para mantém, se previsto em lei, o crime
definir crime, pois tratam-se de conceitos vagos e culposo
imprecisos. A doutrina adota como conceito de crime o 2. Ilícito - É relação de contrariedade entre conduta do
Critério analítico. Vejamos. agente e a norma penal. Ocorre quando há um
Conceito analítico - O conceito analítico leva em descumprimento da norma penal imposta pelo Estado.
consideração os elementos que compõem a infração penal. São excludentes de ilicitude previstas no art. 23 do CP.
Analisa-se o crime sob o aspecto da sua estrutura. Assim, • Legítima Defesa;
para que possamos ter um crime passível de punição por • Estado de Necessidade;
meio de sanção penal, deverá existir os seguintes
elementos: fato típico + ilicitude + culpabilidade, adotando- • Estrito cumprimento do dever legal;
se, portanto, a teoria tripartite do crime. • Exercício regular de direito;
Observação - O crime é um todo unitário e indivisível. Para 3. Culpabilidade - Trata-se de juízo de reprovação que
que possa ser responsabilizado penalmente deverão estar recai sobre a conduta típica e ilícita que o agente se
presentes todos os elementos do crime: fato típico + propõe a realizar.
ilicitude + culpabilidade. São elementos do fato típico da culpabilidade:
1. Fato típico - O fato típico consiste em uma conduta • Imputabilidade;
humana (dolosa ou culposa) que produz um resultado
naturalístico e que se encaixa na definição do crime • Potencial consciência da ilicitude;
previsto na norma. Em outras palavras, é o fato • Exigibilidade de conduta diversa.
humano descrito abstratamente na lei como infração a
uma norma penal.
São excludentes de culpabilidade –
São elementos do fato típico:
1. Excluem a Imputabilidade.
• Conduta dolosa ou culposa;
- Inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento
• Resultado; mental incompleto ou retardado (artigo 26, caput);
• Nexo causal entre a conduta e o - Inimputabilidade por menoridade penal (artigo 27);
resultado;
- Inimputabilidade por embriaguez completa, proveniente
• Tipicidade. de caso fortuito.
Observação - Na falta de qualquer destes elementos, o
fato passa a ser atípico e, por conseguinte, não há
2. Exclui a Potencial consciência da ilicitude.
crime.
- Erro de proibição (artigo 21, caput);
1.1. Excluem o fato típico –
3. Excluem a Exigibilidade de conduta diversa.
▪ Caso fortuito e força maior – exclui a
conduta. - Coação moral irresistível (artigo 22, 1ª parte);
▪ Coação física irresistível – aquela que A principal função do tipo penal é descrever, de forma
exclui o controle dos movimentos do objetiva, um comportamento proibido pelo Direito Penal.
corpo – um empurrão por exemplo. – Essa descrição tem por fim limitar e individualizar as
exclui a conduta. condutas relevantes para o Direito Penal. Todos os
elementos que compõem a descrição de um
▪ Erro de tipo inevitável, invencível,
escusável – exclui tanto o dolo, quanto a
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comportamento abstrato proibido pelo Direito Penal Exemplos: Homicídio - “Matar alguém.”
formam o tipo. • Plurinucleares - Também chamado de tipos tipo
Os elementos que compõem o tipo penal podem ser penal misto-alternativo, ação múltipla ou de
objetivos, normativos e subjetivos. conteúdo variado. Recebem esse nome, pois
• Tipos Objetivos - é tudo aquilo capaz de identificar e possuem vários núcleos do tipo.
delimitar o conteúdo da proibição penal. Exemplos: Art. 33 da Lei nº 11.343/2006.
Exemplos - autor da ação, uma ação ou uma omissão, 2. Objeto Jurídico - ou seja, o bem juridicamente
um resultado, nexo causal e imputação objetiva. tutelado/protegido pela lei penal.
• Tipos normativos - São aqueles que necessitam de uma Exemplos - No crime de homicídio é a vida. No crime
valoração por parte do interprete, ou seja, para serem de Tráfico Ilícito de Drogas, é a saúde pública.
constatados exigem a aplicação de uma atividade 3. Objeto material - é a pessoa ou a coisa contra a qual
valorativa, um juízo de valor. recai a conduta criminosa do agente.
Exemplos - “dignidade e decoro” (art. 140 do CP); Exemplos: No crime de furto, o objeto material do
“Justa causa” crime é a coisa alheia móvel subtraída pelo agente. No
• Tipo subjetivo - é tudo aquilo que move o sujeito, ou crime de tráfico (art. 33), é o droga.
seja, sua intenção, sua vontade. O tipo subjetivo é o 4. Elemento Subjetivo - é o elemento psicológico, o que
dolo, caracterizado como elemento subjetivo geral. está na cabeça do sujeito, a sua intenção, finalidade. O
Dolo é caracterizada como a vontade livre e consciência elemento poderá ser dolo ou culpa.
do agente direcionadas à realização da conduta
Dolo – É o elemento subjetivo geral, pois faz parte de
descrita em um tipo penal objetivo.
todos os tipos penai. Podemos conceituar dolo como a
• Elementares - São dados essências à figura típica, sem vontade consciente de realizar os elementos objetivos
as quais ocorre atipicidade do crime. Essa atipicidade do tipo penal. Como regra, todo crime é doloso.
poderá ser: Somente será punido na forma culposa se assim a lei
- Absoluta - quando extraída do tipo penal deixa de prevê expressamente.
ser crime. Citamos a expressão “coisa alheia Em suma: o dolo é a regra; a culpa é exceção. Desta
móvel” do furto. Sem essa expressão não há crime forma, se a lei não trouxer expressamente a punição
de furto. pela forma culposa, significa dizer que ele não poderá
Exemplo: ser praticado na forma culposa. O Código Penal, em
seu art. 18, I, adotou a teoria da vontade ou
Furto -
assentimento.
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem,
5. Culpa - ocorre quando há uma conduta voluntária do
coisa alheia móvel:
sujeito ativo, que produz um resultado antijurídico não
- Relativa - quando extraída do tipo penal há uma querido, uma vez que agiu com negligência,
desclassificação para outro crime. Citamos o imprudência ou imperícia. No entanto, esse resultado
exemplo de violação de domicílio por autoridade não querido poderia ter sido evitado, caso o agente
pública no exercício da fundação prevista na Lei tivesse dado a devida atenção.
4898/65, Art. 3º, alínea “b”. Se a violação não for
6. Crime Doloso (Art. 18, Inciso I, CP) – É quando o
por autoridade pública, haverá o crime de Violação
agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-
de domicílio, Art. 150 do CP.
lo.
1. Núcleo do tipo - é o verbo que descreve a conduta
7. Crime Culposo (Art. 18, Inciso II, CP) – É quando o
proibida pela lei penal. É a ação ou omissão executada
agente não quis o resultado, mas deu causa a este por
pelo sujeito ativo. O núcleo do tipo tem a finalidade de
imprudência, negligência ou imperícia.
evidenciar a ação que se procura evitar ou impor. Os
tipos penais poderão ser uninucleares ou 8. Crime Preterdoloso - É uma espécie de crime
plurinucleares. agravado pelo resultado. Nesse crime há o dolo no
antecedente (Conduta) e Culpa no conseqüente
• Uninucleares - são os tipos penais que possuem
(Resultado).
um único núcleo.
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9. Sujeito ativo do crime - é aquele que pratica a Exemplo - Art. 158 Extorsão, Art. 159 – Extorsão
conduta criminosa. Mediante Sequestro.
10. Crime comum - pode ser praticado por qualquer 21. Crime de mera conduta - É aquele em que a norma
pessoa, não exigindo qualidade especial. Ex.: penal prevê a conduta e não prevê qualquer resultado
homicídio, roubo, furto. naturalístico para sua consumação. Ou seja, com a
11. Crime próprio - exige uma condição ou qualidade simples conduta o crime já se consuma. Ex. Art. 135 –
específica do sujeito ativo. Ex.: mãe no infanticídio e Omissão de Socorro.
servidor público no peculato. 22. Crime Consumado (Art. 14, I, CP) - considera-se
12. Sujeito Passivo - É o titular do bem jurídico protegido consumado, quando nele se reúnem todos os
pela lei penal. É aquele tem seu bem jurídico protegido elementos de sua definição legal;
lesionado, violado. Pode ser sujeitos passivo o Estado, 23. Crime Tentado (Art. 14, II, CP) – considera-se tentado,
bem como a vítima ou ofendido. quando, iniciada a execução, não se consuma por
13. Sujeito passivo mediato, indireto, permanente, circunstâncias alheias à vontade do agente.
formal, constante - é o Estado, titular do direito de 24. Crime de dano - consuma-se com a efetiva lesão do
punir, cabendo a ele pertence o direito público bem jurídico tutelado. Ex.: furto.
subjetivo de exigir o cumprimento da legislação penal. 25. Crime de perigo abstrato - o perigo de lesão ao bem
14. Sujeito passivo imediato, direto, eventual, material, jurídico é presumido pela lei. Ex.: tráfico ilícito de
acidental - é a pessoa física ou jurídica que sofre substâncias entorpecentes.
diretamente a lesão ao bem jurídico, especificado pela 26. Crime de perigo concreto - o perigo de lesão ao bem
norma penal. jurídico deve ser devidamente demonstrado ou
15. Crime comissivo - cometidos por meio de uma ação. comprovado. Ex.: expor a vida ou saúde de alguém a
Ex.: sequestro. perigo (art. 132, CP) e dirigir sem habilitação (art. 309,
16. Crime omissivo - praticado através de uma omissão, CTB).
abstenção, um não agir. Ex.: omissão de socorro. 27. Infrações penais de menor potencial ofensivo -
17. Crime omissivo próprio: há somente a omissão de um Conforme o Art. 61 da Lei 9.099/95, consideram-se
dever de agir, imposto normativamente, dispensando, infrações penais de menor potencial ofensivo as
via de regra, a investigação sobre a relação de contravenções penais e os crimes a que a lei comine
causalidade naturalística (são delitos de mera pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada
conduta). ou não com multa.
18. Crime omissivo impróprio: o dever de agir é para 28. Crimes de Atentado - é aquele em que a lei pune de
evitar um resultado concreto. Trata-se da análise que forma idêntica o crime consumado e o crime tentado,
envolve um crime de resultado material, exigindo, isto é, não há diminuição da pena em face da
consequentemente, a presença de nexo causal entre tentativa. Ou seja, o simples fato de tentar praticar o
conduta omitida (esperada) e o resultado. Esse nexo, crime já configura sua consumação. Ou outras
no entanto, para a maioria da doutrina, não é palavras: é aquele que o crime tentado é punido da
naturalístico (do nada não pode vir nada). Na verdade, mesma forma que o crime consumado.
o vínculo é jurídico, isto é, o sujeito não causou, mas Exemplo - Delitos do art. 3° da Lei de Abuso de
como não o impediu é equiparado ao verdadeiro Autoridade.
causador do resultado (é o nexo de não impedimento). 29. Crime instantâneo - a consumação se dá em uma
19. Crime Material - É aquele em que a norma penal única conduta e não produz resultado prolongado no
prevê um resultado naturalístico e a ocorrência do tempo, ou seja, o momento consumativo é definido.
resultado é necessário para que haja a consumação do Ex.: homicídio
crime. Ex. Art. 121 Homicídio 30. Crime permanente - a consumação se dá em uma
20. Crime Formal - É aquele em que a norma penal prevê única conduta, contudo se prolonga no tempo
a conduta e o resultado naturalístico, no entanto a lei enquanto durar a vontade do agente.
não exige a ocorrência do resultado para que haja a Ex.: extorsão mediante sequestro, porte ilegal de arma
consumação do crime. de fogo ou de substâncias entorpecentes.
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31. Crime unissubjetivo - pode ser praticado por uma 40.3. SÚMULA - é a consolidação do posicionamento
única pessoa. Havendo concurso de agentes, tratar-se- jurisprudencial dos tribunais. É a formalização, através
á de concurso eventual. Ex.: homicídio, aborto, de um enunciado, do pensamento majoritário dos
estelionato, etc. órgãos colegiados sobre determinada matéria.
32. Crime plurissubjetivo ou de concurso necessário - 40.4. SÚMULA VINCULANTE -
somente pode ser praticado por mais de uma pessoa e É aprovada pelo O Supremo Tribunal Federal, de ofício
com liame subjetivo entre as mesmas (concurso de ou por provocação, mediante decisão de dois terços
agentes). Ex.: associação criminosa, organização dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
criminosa, rixa, etc. matéria constitucional.
33. Crime unissubsistente - admite a prática do crime por Como o próprio nome sugere, a súmula terá efeito
meio de um único ato. Ex.: injúria verbal. vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
34. Crime plurissubsistente - exige uma ação consistente Judiciário e à administração pública direta e indireta,
em vários atos. Ex.: homicídio. nas esferas federal, estadual e municipal, bem como
35. Crime omissivo próprio ou puro - São aqueles que o proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma
preceito primário traz uma conduta negativa, ou seja, estabelecida em lei.
um não fazer o que a lei determina. Dessa forma, a Ela tem por objetivo a validade, a interpretação e a
simples omissão, o não fazer aquilo que estava eficácia de normas determinadas, acerca das quais
previsto na lei, configura o crime, dispensando haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou
qualquer resultado naturalístico. No crime omissivo entre esses e a administração pública que acarrete
próprio, a omissão está previsto no próprio tipo penal. grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de
Não admitem a tentativa. processos sobre questão idêntica.
36. Omissão Imprópria ou Crime Comissivo Por Omissão -
É aquele em que se pratica pela inobservância do 41. DIFERENÇAS – QUALIFICADORA, CAUSA DE
dever jurídico de agir. Omissão penalmente relevante. AUMENTO DE PENA E AGRAVANTE –
Omissão Imprópria (art. 13 parag. 2º “a”, “b” e “c)
41.1. Qualificadoras – Aumenta diretamente a pena base
37. Crime Vago - É aquele em que o sujeito passivo é em um quantum já delimitado, ou seja, define a pena
pessoa indeterminada, é a coletividade. de acordo com o crime praticado e de modo exato.
38. Crime Transeunte - É aquele crime em que passa e Assim, a qualificadora traz um novo patamar mínimo e
não deixa vestígios. Art. 140 Injúria máximo.
39. Crime Não-Transeunte - É aquele que passa e deixa Ex.: Observe que o art. 121, caput, estabelece pena de
vestígios. Ex. Art. 121 Homicídio. Art. 129 – Lesão reclusão de 6 a 20 anos para o preceito primário
Corporal. “matar alguém”.
40. DIFERENÇA ENTRE PRECEDENTE, JURISPRUDÊNCIA, Entretanto, traz no §2.º as qualificadoras, hipóteses
SÚMULA E SÚMULA VINCULANTE – em que a pena passa a ser de 12 a 30 anos. Note que a
pena base abstrata dobrou.
40.1. PRECEDENTE - consiste em qualquer julgamento que
venha a ser, futuramente, utilizado como fundamento, 41.2. Causas de aumento de pena ou majorante – A lei
como base, de um novo julgamento. É preciso que se também prescreve as circunstâncias pelas quais a pena
trate, porém, de uma decisão que transcenda o caso é aumentada e em quais crimes. Entretanto, referida
concreto. majoração será sempre em frações.
40.2. JURISPRUDÊNCIA - é um conjunto de decisões Ex.: art. 121, §4.º “(...) a pena é aumentada de 1/3 (um
judiciais proferidas num mesmo sentido, pelos terço) se o crime é cometido contra pessoa menor de
tribunais, sobre uma mesma matéria. É extraída do 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.”
entendimento majoritário dos tribunais quando da 41.3. Agravantes – A disposição sobre as agravantes é feita
interpretação e aplicação de uma mesma questão de modo genérico na lei. Nesta última espécie, o juiz
jurídica. verá as particularidades de cada caso. Estão descritas
no art. 61 do CP: “São circunstâncias que sempre
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agravam a pena, quando não constituem ou qualificam Vejam que a constituição determina, de forma expressa,
o crime: (...)”. os casos em que a lei deverá criminalizar referida conduta
Ex.: hipótese de reincidência (inc. I do referido art.) como forma de proteção a bem ou interesse. Este é o
mandado de criminalização expresso. (Bibliografia: Cleber
Masson)
BASE CONSTITUCIONAL, BASE LEGAL E CONSEQUÊNCIAS
JURÍDICAS – CRIMES DE RACISMO, CRIMES HEDIONDOS E
CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS
EQUIPARADOS.
Consequências jurídicas para quem praticar os Crimes de
Racismo; Ação de Grupos Armados; Hediondos e
ASPECTOS PENAIS E PROCESSUAIS APLICÁVEIS AOS Equiparados - Tráfico de Drogas; Tortura; Terrorismo;
CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS –
Art. 5º -Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
• Penas em espécie (art. 33, CP; Art. 5º, XLVI, CF/88) qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
• Fiança e Liberdade Provisória;
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
• Prisão temporária; nos termos seguintes: (...)
• Livramento Condicional (art. 5º, LCH; Art. 83, V, CP; Art. • Previsão legal no CPP – Arts. 321 ao Art. 350.
44, Lei de Drogas) Conceito – Fiança penal, a grosso modo, é o
• Suspensão Condicional da Pena (Art. 77, CP) pagamento pela própria liberdade provisória, na
forma de caução real, permitido
constitucionalmente. A regra é que seja concedida
pelo juiz e excepcionalmente pelo delegado de
BASE CONSTITUCIONAL – ART. 5º, incisos XLII, XLIII, XLIV – polícia.
CPP – Art. 321. Ausentes os requisitos que
autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz
Crimes: Racismo; Ação de Grupos Armados; Hediondos e
deverá conceder liberdade provisória, impondo, se
Equiparados – Tráfico de Drogas; Tortura; Terrorismo;
for o caso, as medidas cautelares previstas no art.
319 deste Código e observados os critérios
Mandado constitucional de criminalização - constantes do art. 282 deste Código. (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Os mandados de criminalização indicam matérias sobre as
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
quais o legislador ordinário não tem a faculdade de legislar,
mas a obrigatoriedade de tratar, protegendo determinados I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado
bens ou interesses de forma adequada e dentro do possível, fiança anteriormente concedida ou infringido, sem
integral. motivo justo, qualquer das obrigações a que se
referem os arts. 327 e 328 deste Código;
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LCH – Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da Lei dos Crimes hediondos – Art.2º, § 4o A prisão
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de
afins e o terrorismo são insuscetíveis de: 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos
II - fiança. neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias,
prorrogável por igual período em caso de extrema
Lei de Tortura – Art. 1º, § 6º O crime de tortura é
e comprovada necessidade. (Incluído
inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
pela Lei nº 11.464, de 2007)
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• Opera Ex. tunc , i.e., para o passado, apagando o crime, • Constituição Federal - CF/88 –
extinguindo a punibilidade e demais conseqüências de Art. 5º, XLVI - a lei regulará a individualização da
natureza penal "(Jesus, p. 604) pena e adotará, entre outras, as seguintes:
• Então, caso o sujeito vier a praticar um novo crime, não a) privação ou restrição da liberdade;
será considerado reincidente. Ela "rescinde a
condenação, ainda que transitada e julgado".(Führer, p.
118). • Código Penal - Decreto-Lei N. 2.848/ 1940.
Reclusão e detenção
• A anistia "não abrange os efeitos civis". (Führer, p. 118).
Caso os efeitos penais de sentença condenatória Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em
transitada em julgado, mas os efeitos civis não regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de
desaparecem. detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo
necessidade de transferência a regime
fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
2. Da graça e indulto 11.7.1984)
• Conceitos – A graça é espécie da indulgência de ordem § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser
individual, pois só alcança determinada pessoa. executadas em forma progressiva, segundo o
A graça, forma de clemência soberana, destina-se a mérito do condenado, observados os seguintes
pessoa determinada e não a fato, sendo semelhante ao critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência
indulto individual a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
• Conceito – O indulto é medida de caráter coletivo. a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos
deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
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b) o condenado não reincidente, cuja pena seja LEI DE TORTURA – INÍCIO DO CUMPRIMENTO DE PENAL
superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito),
Art. 1º, § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei,
poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime
salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena
semi-aberto;
em regime fechado.
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual
PRIMEIRA TURMA - INFORMATIVO STF n. 789
ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início,
cumpri-la em regime aberto. Crime de tortura e regime inicial de cumprimento
da pena –
O condenado por crime de tortura iniciará o
LEI DOS CRIMES HEDIONDOS – INÍCIO DO CUMPRIMENTO
cumprimento da pena em regime fechado, nos
DE PENAL
termos do disposto no § 7º do art. 1º da Lei
Art.2º, § 1o A pena por crime previsto neste artigo será 9.455/1997 - Lei de Tortura. Com base nessa
cumprida inicialmente em regime fechado. (Redação orientação, a Primeira Turma denegou pedido
dada pela Lei nº 11.464, de 2007) formulado em “habeas corpus”, no qual se
Informativo 672 do STF - É inconstitucional o § 1º do art. pretendia o reconhecimento de constrangimento
2º da Lei 8.072/90 (“Art. 2º Os crimes hediondos, a prática ilegal consubstanciado na fixação, em sentença
da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins penal transitada em julgado, do cumprimento das
e o terrorismo são insuscetíveis de: ... § 1º A pena por penas impostas aos pacientes em regime
crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em inicialmente fechado. Alegavam os impetrantes a
regime fechado”). Com base nesse entendimento, o ocorrência de violação ao princípio da
Plenário, por maioria, deferiu habeas corpus com a individualização da pena, uma vez que
finalidade de alterar para semiaberto o regime inicial de desrespeitados os artigos 33, § 3º, e 59 do CP.
pena do paciente, o qual fora condenado por tráfico de Apontavam a existência de similitude entre o
drogas com reprimenda inferior a 8 anos de reclusão e disposto no artigo 1º, § 7º, da Lei de Tortura e o
regime inicialmente fechado, por força da Lei 11.464/2007, previsto no art. 2º, § 1º, da Lei de Crimes
que instituíra a obrigatoriedade de imposição desse regime Hediondos, dispositivo legal que já teria sido
a crimes hediondos e assemelhados — v. Informativo 670. declarado inconstitucional pelo STF no julgamento
Destacou-se que a fixação do regime inicial fechado se do HC 111.840/ES (DJe de 17.12.2013).
dera exclusivamente com fundamento na lei em vigor. Salientavam, por fim, afronta ao Enunciado 719 da
Observou-se que não se teriam constatado requisitos Súmula do STF.
subjetivos desfavoráveis ao paciente, considerado
O Ministro Marco Aurélio (relator) denegou a
tecnicamente primário. Ressaltou-se que, assim como no
ordem. Considerou que, no caso, a dosimetria e o
caso da vedação legal à substituição de pena privativa de
regime inicial de cumprimento das penas fixadas
liberdade por restritiva de direitos em condenação pelo
atenderiam aos ditames legais. Asseverou não
delito de tráfico — já declarada inconstitucional pelo STF —,
caber articular com a Lei de Crimes Hediondos,
a definição de regime deveria sempre ser analisada
pois a regência específica (Lei 9.455/1997) prevê
independentemente da natureza da infração. Ademais,
expressamente que o condenado por crime de
seria imperioso aferir os critérios, de forma concreta, por
tortura iniciará o cumprimento da pena em
se tratar de direito subjetivo garantido
regime fechado, o que não se confundiria com a
constitucionalmente ao indivíduo. Consignou-se que a
imposição de regime de cumprimento da pena
Constituição contemplaria as restrições a serem impostas
integralmente fechado. Assinalou que o legislador
aos incursos em dispositivos da Lei 8.072/90, e dentre elas
ordinário, em consonância com a CF/1988, teria
não se encontraria a obrigatoriedade de imposição de regime
feito uma opção válida, ao prever que, considerada
extremo para início de cumprimento de pena. Salientou-se
a gravidade do crime de tortura, a execução da
que o art. 5º, XLIII, da CF, afastaria somente a fiança, a
pena, ainda que fixada no mínimo legal, deveria ser
graça e a anistia, para, no inciso XLVI, assegurar, de forma
cumprida inicialmente em regime fechado, sem
abrangente, a individualização da pena. Vencidos os
prejuízo de posterior progressão. Os Ministros
Ministros Luiz Fux, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio, que
Roberto Barroso e Rosa Weber acompanharam o
denegavam a ordem. HC 111840/ES, rel. Min. Dias Toffoli,
relator, com a ressalva de seus entendimentos
27.6.2012. (HC-111840)
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pessoais no sentido do não conhecimento do A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF)
“writ”. O Ministro Luiz Fux, não obstante entender concedeu Habeas Corpus (HC 130074), impetrado pela
que o presente “habeas corpus” faria as vezes de Defensoria Pública do Estado de São Paulo, para garantir a
revisão criminal, ante o trânsito em julgado da um condenado por tráfico de drogas a substituição da pena
decisão impugnada, acompanhou o relator. HC privativa de liberdade por duas penas restritiva de direitos,
123316/SE, rel. Min. Marco Aurélio, 9.6.2015. (HC- a serem estabelecidas pelo Juízo das Execuções Criminais. A
123316) decisão foi tomada na sessão desta terça-feira (16), por
unanimidade. (STF, 16 de fevereiro de 2016)
1. CRIME COMUM –
Apesar de divergência doutrinária, prevalece que é possível
• Até 23 de Janeiro de 2020 – Adotava-se a regra do
a substituição da privativa de liberdade por restritiva de
Art. 112 da LEP –
direito nos crimes hediondos e equiparados. Nesse sentido,
temos o Supremo Tribunal Federal. Assim, sempre o réu Cumprimento de 1/6 da Pena, sem diferenciar se o
preencher os requisitos do art. 44 do Código Penal, é crime é com violência ou grave ameaça; ou se era
admissível tal substituição, ainda que se trate dos crimes primário ou reincidente;
equiparados aos hediondos. (STF, HC 90.380/RS, rel. Min. Art. 112. A pena privativa de liberdade será
Nilson Naves, 6.ª Turma, j. 17.08.2008, noticiado no executada em forma progressiva com a
Informativo 360) transferência para regime menos rigoroso, a ser
determinada pelo juiz, quando o preso tiver
cumprido ao menos um sexto da pena no regime
1. O STF, no julgamento HC 97.256/RS- RIO GRANDE DO
anterior e ostentar bom comportamento carcerário,
SUL, entendeu inconstitucional o art. 44 da Lei de Drogas
comprovado pelo diretor do estabelecimento,
que vedada ao crime de tráfico de drogas a conversão da
respeitadas as normas que vedam a
pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos,
progressão.
por ofender à garantia constitucional da individualização da
pena (inciso XLVI do art. 5º da CF/88) Obs: Texto revogado pela Lei Anticrime;
• A partir do dia 24 de Janeiro de 2020 – Adota-se
uma NOVA a regra do Art. 112 da LEP –
2ª Turma determina aplicação de penas restritivas de
direito a réu primário – Exigência de diversos requisitos diferenciados,
agora fazendo distinção se o crime é com violência
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I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for
não for reincidente em crime doloso e tiver bons reincidente em crime hediondo ou equiparado com
antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de resultado morte, vedado o livramento
condicional. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
11.7.1984)
2019) (Vigência)
II - cumprida mais da metade se o condenado for
reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) Lei de Organização Criminosa –
Art. 2º, § 9º O condenado expressamente em sentença
III - comprovado: (Redação dada pela Lei nº
por integrar organização criminosa ou por crime
13.964, de 2019)
praticado por meio de organização criminosa não poderá
a) bom comportamento durante a execução da progredir de regime de cumprimento de pena ou obter
pena; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) livramento condicional ou outros benefícios prisionais se
houver elementos probatórios que indiquem a
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12
manutenção do vínculo associativo. (Incluído pela Lei
(doze) meses; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019
nº 13.964, de 2019)
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;
e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Lei de Drogas –
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34
trabalho honesto; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis,
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a
fazê-lo, o dano causado pela infração; (Redação dada conversão de suas penas em restritivas de direitos.
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste
artigo, dar-se-á o livramento condicional após o
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos
cumprimento de dois terços da pena, vedada sua
de condenação por crime hediondo, prática de tortura,
concessão ao reincidente específico.
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de
pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente
específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela DA SAÍDA TEMPORÁRIA – LEP
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, semi-aberto poderão obter autorização para saída
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos
concessão do livramento ficará também subordinada à seguintes casos:
constatação de condições pessoais que façam presumir que
I - visita à família;
o liberado não voltará a delinqüir. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem
como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do
Juízo da Execução;
Lei de Execução Penal – Livramento Condicional –
III - participação em atividades que concorram para o
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada retorno ao convívio social.
em forma progressiva com a transferência para regime
menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere
preso tiver cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei o caput deste artigo o condenado que cumpre pena por
nº 13.964, de 2019) (Vigência) praticar crime hediondo com resultado morte. (Incluído
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado
pela Lei nº 13.964, de 2019)
for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou
equiparado, com resultado morte, se for primário,
vedado o livramento condicional; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
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Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do
comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente cargo ou função pública, para o servidor público, e a
ou comprador. suspensão do funcionamento do estabelecimento
Pena: reclusão de um a três anos. particular por prazo não superior a três meses.
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao II - a cessação das respectivas transmissões
serviço em qualquer ramo das Forças Armadas. radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da publicação por
qualquer meio; (Redação dada pela Lei nº 12.735, de
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
2012) (Vigência)
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou
III - a interdição das respectivas mensagens ou
forma, o casamento ou convivência familiar e social.
páginas de informação na rede mundial de
Pena: reclusão de dois a quatro anos. computadores. (Incluído pela Lei nº 12.288, de
Art. 15. (Vetado). 2010) (Vigência)
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§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da Estatuto da pessoa com deficiência – LEI Nº 13.146 de
condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a 2015.
destruição do material apreendido. (Incluído pela Lei nº
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
9.459, de 15/05/97)
Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua
pessoa em razão de sua deficiência:
publicação. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 22. Revogam-se as disposições em
contrário. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990) § 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a
vítima encontrar-se sob cuidado e responsabilidade
Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da
do agente.
Independência e 101º da República.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos
JOSÉ SARNEY
no caput deste artigo é cometido por intermédio de
Paulo Brossard meios de comunicação social ou de publicação de
Este texto não substitui o publicado no DOU de qualquer natureza:
6.1.1989 e retificada em 9.1.1989 Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa.
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público, em razão de sua deficiência; (Redação por qualquer outro meio ou instrumento necessário
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
III - negar ou obstar emprego, trabalho ou Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano
promoção à pessoa em razão de sua e multa.
deficiência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, § 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar,
de 2015) (Vigência) humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa,
IV - recusar, retardar ou dificultar internação por qualquer motivo.
ou deixar de prestar assistência médico-hospitalar e § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço)
ambulatorial à pessoa com se a vítima se encontrar sob os cuidados ou
deficiência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, responsabilidade do agente.
de 2015) (Vigência)
§ 3º Não constitui crime a negativa de crédito
V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar motivada por superendividamento do
execução de ordem judicial expedida na ação civil a idoso. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
que alude esta Lei; (Redação dada pela Lei nº
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão
13.146, de 2015) (Vigência)
de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos
I – obstar o acesso de alguém a qualquer
indispensáveis à propositura da ação civil pública
cargo público por motivo de idade;
objeto desta Lei, quando
requisitados. (Redação dada pela Lei nº II – negar a alguém, por motivo de idade,
13.146, de 2015) (Vigência) emprego ou trabalho;
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua doloso, circunstância que o qualifica, por configurar
publicação. motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”);
HOMOFOBIA, DISCRIMINAÇÃO POR ORIENTAÇÃO SEXUAL 2. A repressão penal à prática da homotransfobia não
E IDENTIDADE DE GÊNERO E O CRIME DE RACISMO. alcança nem restringe ou limita o exercício da
liberdade religiosa, qualquer que seja a denominação
confessional professada, a cujos fiéis e ministros
STF enquadra homofobia e transfobia como crimes de (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos
racismo ao reconhecer omissão legislativa – 13 de Junho muçulmanos e líderes ou celebrantes das religiões
de 2019. afro-brasileiras, entre outros) é assegurado o direito
O Plenário concluiu nesta quinta-feira (13) o julgamento das de pregar e de divulgar, livremente, pela palavra, pela
ações que tratam da matéria e decidiu que, até que o imagem ou por qualquer outro meio, o seu
Congresso Nacional edite lei específica, as condutas pensamento e de externar suas convicções de acordo
homofóbicas e transfóbicas se enquadram na tipificação da com o que se contiver em seus livros e códigos
Lei do Racismo. sagrados, bem assim o de ensinar segundo sua
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que orientação doutrinária e/ou teológica, podendo buscar
houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional por e conquistar prosélitos e praticar os atos de culto e
não editar lei que criminalize atos de homofobia e de respectiva liturgia, independentemente do espaço,
transfobia. público ou privado, de sua atuação individual ou
coletiva, desde que tais manifestações não configurem
Por maioria, o Plenário aprovou a tese proposta pelo relator
discurso de ódio, assim entendidas aquelas
da ADO, ministro Celso de Mello, formulada em três pontos.
exteriorizações que incitem a discriminação, a
O primeiro prevê que, até que o Congresso Nacional edite
hostilidade ou a violência contra pessoas em razão de
lei específica, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais
sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero;
ou supostas, se enquadram nos crimes previstos na Lei
7.716/2018 e, no caso de homicídio doloso, constitui
circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe. 3. O conceito de racismo, compreendido em sua
No segundo ponto, a tese prevê que a repressão penal à dimensão social, projeta-se para além de aspectos
prática da homotransfobia não alcança nem restringe o estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta,
exercício da liberdade religiosa, desde que tais enquanto manifestação de poder, de uma construção
manifestações não configurem discurso de ódio. de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de
Finalmente, a tese estabelece que o conceito de racismo justificar a desigualdade e destinada ao controle
ultrapassa aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos ideológico, à dominação política, à subjugação social e
e alcança a negação da dignidade e da humanidade de à negação da alteridade, da dignidade e da
grupos vulneráveis. Ficou vencido o ministro Marco Aurélio. humanidade daqueles que, por integrarem grupo
vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem ao
estamento que detém posição de hegemonia em uma
ADO 26/DF
dada estrutura social, são considerados estranhos e
1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso diferentes, degradados à condição de marginais do
Nacional destinada a implementar os mandados de ordenamento jurídico, expostos, em consequência de
criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º odiosa inferiorização e de perversa estigmatização, a
da Constituição da República, as condutas uma injusta e lesiva situação de exclusão do sistema
homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que geral de proteção do direito. (13 de Junho de 2019)
envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à
(Fonte:
identidade de gênero de alguém, por traduzirem
http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idCo
expressões de racismo, compreendido este em sua
nteudo=414010)
dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e
mediante adequação típica, aos preceitos primários de
incriminação definidos na Lei nº 7.716, de 08/01/1989,
constituindo, também, na hipótese de homicídio
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Presidência da República
Para que não se conclua sem mesmo apresentar a Casa Civil
conceituação formal, cita-se definição extraída do Programa Subchefia para Assuntos Jurídicos
de Combate ao Racismo Institucional incorporado no país
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.
no ano de 2005:
Define os crimes de tortura e dá outras providências.
“o fracasso das instituições e organizações em prover um
serviço profissional e adequado às pessoas em virtude de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
sua cor, cultura, origem racial ou étnica. Ele se manifesta Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
em normas, práticas e comportamentos discriminatórios Art. 1º Constitui crime de tortura:
adotados no cotidiano do trabalho, os quais são resultantes I - constranger alguém com emprego de violência ou
do preconceito racial, uma atitude que combina grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
estereótipos racistas, falta de atenção e ignorância. Em
a) com o fim de obter informação, declaração ou
qualquer caso, o racismo institucional sempre coloca
confissão da vítima ou de terceira pessoa;
pessoas de grupos raciais ou étnicos discriminados em
situação de desvantagem no acesso a benefícios gerados b) para provocar ação ou omissão de natureza
pelo Estado e por demais instituições e criminosa;
organizações. (Projeto de uma parceria que contou com: a c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
SEPPIR, o Ministério Público Federal, o Ministério da Saúde,
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), e o
autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a
Departamento Britânico para o Desenvolvimento
intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
Internacional e Redução da Pobreza (DFID), como agente
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
financiador, e o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), e teve como foco principal a Pena - reclusão, de dois a oito anos.
saúde (CRI, pg 22, 2006). § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
O racismo institucional é a desigualdade de tratamento presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico
que os negros recebem em relação aos brancos dentro de ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto
uma instituição. Portanto, se uma pessoa recebe um em lei ou não resultante de medida legal.
tratamento diferente por ser negra, isso se enquadra em § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
um caso de racismo institucional. quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na
https://www.vittude.com/empresas/racismo-institucional- pena de detenção de um a quatro anos.
o-que-e-como-combater § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
O racismo institucional atua de forma difusa no gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
funcionamento cotidiano de instituições e organizações, resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
provocando uma desigualdade na distribuição de serviços, § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
benefícios e oportunidades aos diferentes segmentos da I - se o crime é cometido por agente público;
população do ponto de vista racial. Aponta-se que, para sua
II - se o crime é cometido contra criança, gestante,
desconstrução, é preciso a implementação de políticas
deficiente e adolescente;
públicas que provoquem um processo de desrracialização,
assim como gerar reflexões acadêmicas de como operam II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
esses mecanismos portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
(sessenta) anos; '(Redação dada pela Lei nº 10.741,
https://www.scielo.br/j/icse/a/hxpmJ5PB3XsWkHZNwrHv4
de 2003)
Dv/?format=pdf&lang=pt
III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
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3.2. Tortura como crime imprescritível – 04. VEDAÇÃO À TORTURA – NATUREZA ABSOLUTA
Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional
• Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de 2002 – 4.1. Tratados internacionais – A Convenção contra a
Promulga o Estatuto de Roma do Tribunal Penal tortura e outros tratamentos ou penas cruéis,
Internacional. desumanos ou degradantes, promulgado pelo
Artigo 5o Brasil através do Decreto 40 de 1991, em seu
artigo 2, item 2, traz a previsão que a proibição é
Crimes da Competência do Tribunal –
absoluta. Vejamos:
1. A competência do Tribunal restringir-se-á aos
Artigo 1
crimes mais graves, que afetam a comunidade
internacional no seu conjunto. Nos termos do ITEM 2. Nenhuma circunstância excepcional, como
presente Estatuto, o Tribunal terá competência ameaça ou estado de guerra, instabilidade política
para julgar os seguintes crimes: interna ou qualquer outra emergência pública,
poderá ser invocada como justificativa para a
a) O crime de genocídio;
tortura.
b) Crimes contra a humanidade;
c) Crimes de guerra; 4.2. Constituição Federal de 1988 –
d) O crime de agressão. Art. 5º (...) III - ninguém será submetido a tortura
nem a tratamento desumano ou degradante;
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4.3. Teoria do cenário da bomba relógio – • Art. 1º, §1º – Tortura pela tortura; ou tortura
“A teoria da “ticking bomb scenario”; em tradução livre, prova;
“cenário da bomba relógio”, constantemente defendida por • Art. 1º, §2º – Tortura omissiva; tortura imprópria.
países de primeira escala, especialmente pelos Estados
6.2. Qualificadoras – Art. 1º, §3º
Unidos da América, busca relativizar a proibição da tortura,
6.3. Majorantes – Art. 1º, §4º
expressamente vedada pelo artigo 5º, III, da nossa carta
magna, quando o embate de direitos atingir um bem 6.4. Efeitos da condenação – Art. 1º, §5º
jurídico maior.” (Paulo Mitsuru Shiokawa Neto; site 6.5. Consequências – Art. 1º, §6º
Jusbrasi)
6.6. Regime Inicial fechado – Art. 1º, §7º
“A presente teoria tem o escopo de relativizar a proibição da
tortura (que, na nossa Constituição, está no artigo 5°, III). 6.7. Princípio da Extraterritorialidade; – Art. 2º
Segundo a teoria, se bombas relógio são instaladas em
determinados locais, não havendo outros meios de se
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME DE TORTURA –
localizar as bombas ou desarmá-las, a tortura do terrorista
responsável é justificável. Portanto, a aludida teoria tem a 1.1. Bem jurídico protegido;
finalidade de justificar o uso da tortura em situações 1.2. Sujeito ativo do crime;
excepcionais, em que não existe outra maneira eficaz de O que é “crime jabuticaba”?
conter uma atividade terrorista.” (por Flávia Teixeira
Os Tratados Internacionais tratam o delito de
Ortega; jusBrasil)
tortura como crime próprio ou especial, ou seja, só
podendo ser praticado por funcionário público,
exigindo-se, portanto, a qualidade de
TORTURA NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE representante estatal. Porém, no Brasil, o crime de
(LEI 8069/90 - ECA) tortura destoou da tortura dos Tratados
Internacionais, tratando o delito como crime
Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob sua
comum, podendo ser praticado por qualquer
autoridade, guarda ou vigilância a tortura: (Revogado
pessoa. Desta forma, não se exige a qualidade de
pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997)
representante estatal. Trata-se, portanto, do
5.1. Lei de tortura – Tortura majorada – chamado crime jabuticaba, pois só existe no Brasil.
Art. 1º, §4º - Aumenta-se a pena de um sexto até Caráter bifronte – Qualquer pessoa poderá
um terço: praticar
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, 1.3. Sujeito passivo do crime;
portador de deficiência, adolescente ou maior de 1.4. Elemento subjetivo;
60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº
1.5. Dolo Específico;
10.741, de 2003)
1.6. Natureza hedionda;
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13
de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do 1.7. Crime de máximo potencial ofensivo – São
Adolescente. aqueles que a constituição exigiu um tratamento
diferenciado. São eles: Tráfico, Terrorismo,
Tortura e os definidos como hediondos. Dessa
ESTRUTURA DA LEI DE TORTURA forma, não se aplicam os institutos da Lei
9.099/95, como transação pena; suspensão
6.1. Espécies de Tortura; condicional do processo; rito sumaríssimo.
• Art. 1º, I, “c” – Tortura discriminatória; Racial; I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
• Art. 1º, II – Tortura castigo;
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a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão exercício de emprego, cargo ou função." (Incluído
da vítima ou de terceira pessoa; pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois)
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; anos. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei
nº 10.224, de 15 de 2001)
Classificação geral dos crimes
§ 2 o A pena é aumentada em até um terço se a
1. Sujeito Ativo –
vítima é menor de 18 (dezoito) anos. (Incluído
2. Se praticado por funcionário publico – Aumento de pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena de um sexto até um terço.
3. Núcleo do tipo –
• Dolo Específico –
4. Meios de execução –
• Ausência do dolo específico –
5. Causando –
• Momento consumativo –
6. Finalidade específica (Dolo Específico) –
• Crime formal –
• Não obtenção do resultado pretendido –
Estrutura básica de alguns crimes no Código Penal –
• Sujeito ativo –
Constrangimento ilegal
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência
ou grave ameaça, ou depois de lhe haver TORTURA CONFISSÃO – TORTURA PROVA – TORTURA
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade PROBATÓRIA –
de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a Art. 1º, I, a – Constitui crime de tortura constranger
fazer o que ela não manda: alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de
multa. obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de
terceira pessoa;
Extorsão
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência
ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si
ou para outrem indevida vantagem econômica, a Classificação do crime
fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma • Sujeito ativo –
coisa:
• Não obtenção do resultado pretendido –
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
• Natureza da informação.
Estupro
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência
TORTURA CRIME–
ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a
praticar ou permitir que com ele se pratique outro Art. 1º, I, b – Constitui crime de tortura constranger
ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
12.015, de 2009) causando-lhe sofrimento físico ou mental para provocar
ação ou omissão de natureza criminosa;
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Assédio sexual (Incluído pela Lei nº 10.224,
de 15 de 2001)
Art. 216-A . Constranger alguém com o intuito de TORTURA RACIAL –
obter vantagem ou favorecimento sexual, Art. 1º, I, c – Constitui crime de tortura constranger
prevalecendo-se o agente da sua condição de alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
superior hierárquico ou ascendência inerentes ao
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causando-lhe sofrimento físico ou mental para em razão apontar as principais: “elemento subjetivo”, “meios de
de discriminação racial ou religiosa; execução” e “intensidade do sofrimento da vítima”.
Pena - reclusão, de dois a oito anos. Nesse mesmo sentido, temos a jurisprudência do STJ.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA –
Art. 1º, II – Constitui crime de tortura submeter alguém, II. O tipo do artigo 136, do Código Penal, por sua vez,
sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de se aperfeiçoa com a simples exposição a perigo a vida
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou
mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida vigilância, em razão de excesso nos meios de correção
de caráter preventivo. ou disciplina.
III. Enquanto na hipótese de maus-tratos, a finalidade
da conduta é a repreensão de uma indisciplina, na
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
tortura, o propósito é causar o padecimento da vítima.
Classificação do crime
IV. Para a configuração da segunda figura do crime de
1. Núcleo do tipo – tortura é indispensável a prova cabal da intenção
2. Sujeito Ativo – deliberada de causar o sofrimento físico ou moral,
3. Sujeito Passivo desvinculada do objetivo de educação.
2. Sujeito Ativo –
3. Sujeito Passivo – TORTURA QUALIFICADA – (Art. 1º, §3º) –
[...] Então, é inegável que a vítima, enquanto I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais
estava detida, foi submetida a intenso sofrimento de trinta dias;
físico por ato que não estava previsto em lei, nem II - perigo de vida;
resultava de medida legal, o que configurou a
III - debilidade permanente de membro, sentido ou
tortura prevista no art. 1º, § 1º, da Lei n.
função;
9.455/1997. Essa modalidade de tortura, ao
contrário das demais, não exige especial fim de IV - aceleração de parto:
agir por parte do agente para configurar-se, Pena - reclusão, de um a cinco anos.
bastando o dolo de praticar a conduta descrita no § 2° Se resulta:
tipo objetivo. [...]
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incuravel;
TORTURA OMISSIVA – TORTURA IMPRÓPRIA –
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou
(Art. 1º, §2º) –
função;
Art. 1º,§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
IV - deformidade permanente;
quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na
pena de detenção de um a quatro anos. V - aborto:
1. Núcleo do tipo –
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2. Tortura qualificada pela morte – Ocorre quando TORTURA MAJORADA (Art. 1º, §4º) –
da tortura resulta morte, a reclusão é de oito a § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
dezesseis anos.
I - se o crime é cometido por agente público;
3. Homicídio qualificado pela tortura –
• Motivação da majorante –
CP – Art. 121, § 2°, III – Se o homicídio é cometido:
• Bis in idem” - Tortura Praticada por Agente
com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia,
Público - Art. 1º, §2º (Segunda parte) –
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que
possa resultar perigo comum: Consiste na repetição (bis) de uma sanção sobre
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. mesmo fato (in idem). Para evitar o “Bis In Idem”,
não se aplica na hipótese em que a condição de
Crime Progressivo – Crime progressivo é aquele
funcionário já é requisito da própria existência do
realizado mediante um único ato ou atos que
tipo penal. Assim, nas hipóteses em que o tipo
compõem único contexto. Em outras palavras,
penal é próprio de funcionário público (art. 1º, §2º,
ocorre quando o agente, para alcançar um
segunda parte - verbo “apurar”), não incidirá esse
resultado mais grave, passa por uma conduta
aumento de pena. Nesse sentido, STJ.
inicial que produz um evento menos grave. No
Vejamos:
crime progressivo o agente, desde o início, tem a
intenção de praticar um crime mais grave, mas, “A figura típica prevista no § 2.º, do art. 1.º, da Lei
para concretizá-lo, passa pelo menos grave. Nesse de Tortura, constitui-se em crime próprio,
caso, o dolo continua o mesmo. porquanto exige condição especial do sujeito. Ou
seja, é um delito que somente pode ser praticado
4. Concurso material de crimes – Tortura e homicídio
por pessoa que, ao presenciar tortura, omite-se, a
• Tortura-Prova (Art. 1°, I, “a”)
despeito do "dever de evitá-las ou apurá-las" (como
• Homicídio qualificado pela conexão
é o caso do carcereiro policial). Em tais casos, a
consequencial (Art. 121, § 2º, V) –
incidência da circunstância agravante prevista no
• CP – Art. 121, § 2°, V – Se o homicídio é
art. 61, inciso II, alínea g, do Código Penal, e da
cometido: para assegurar a execução, a
majorante de pena estabelecida no art. 1.º, § 4.º,
ocultação, a impunidade ou vantagem de
inciso I, da Lei n.º 9.455/1997 ("se o crime é
outro crime:
cometido por agente público"), constitui evidente
Progressão criminosa – Na progressão bis in idem na valoração da condição pessoal do
criminosa o agente inicialmente queria o sujeito ativo.” (HC 131.828 - 02/12/2013)
resultado menos grave, mas, no "meio do
II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
caminho" muda de idéia e passa a querer o
portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
resultado mais grave.
(sessenta) anos; '(Redação dada pela Lei nº 10.741, de
A progressão criminosa é aquela realizada 2003)
mediante dois atos, dois movimentos, ou seja,
• Motivação da majorante –
quando o agente inicia um comportamento
que configura um crime menos grave, porém, • Conceitos dos sujeitos passivos –
ainda dentro do mesmo inter criminis, resolve ECA – Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos
praticar uma infração mais grave, que desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
pressupõe a primeira. Nesse caso, o dolo incompletos, e adolescente aquela entre doze e
progride, ou seja, o dolo muda durante a dezoito anos de idade.
prática do crime.
Estatuto do Idoso – Art. 1o É instituído o Estatuto
5. Consequências – Tortura qualificada pela morte e do Idoso, destinado a regular os direitos
homicídio qualificado pela tortura – assegurados às pessoas com idade igual ou
• Natureza Hedionda; superior a 60 (sessenta) anos.
• Tentativa; Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
• Pena; Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) –
• Competência; Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela
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que tem impedimento de longo prazo de natureza devendo ser motivadamente declarados
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em na sentença.
interação com uma ou mais barreiras, pode 2. Lei de Organização Criminosa –
obstruir sua participação plena e efetiva na
Art. 2º, § 6º A condenação com trânsito
sociedade em igualdade de condições com as
em julgado acarretará ao funcionário
demais pessoas.
público a perda do cargo, função,
III - se o crime é cometido mediante seqüestro. emprego ou mandato eletivo e a
• Motivação da majorante – interdição para o exercício de função ou
cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos
subsequentes ao cumprimento da pena.
EFEITOS DA CONDENAÇÃO (Art. 1º, §5º) –
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou
emprego público e a interdição para seu exercício pelo • IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA –
dobro do prazo da pena aplicada. STJ - A tortura de preso custodiado em delegacia
• Efeito automático da condenação – “A perda do praticada por policial constitui ato de
cargo, função ou emprego público é efeito improbidade administrativa que atenta contra os
automático da condenação pela prática do crime de princípios da administração pública.
tortura, não sendo necessária fundamentação Além do mais, é injustificável pretender que os atos
concreta para a sua aplicação" (AgRg no Ag mais gravosos à dignidade da pessoa humana e aos
1388953/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS direitos humanos, entre os quais a tortura,
MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 20/06/2013, praticados por servidores públicos, mormente
DJe 28/06/2013): policiais armados, sejam punidos apenas no âmbito
disciplinar, civil e penal, afastando-se a aplicação
• STJ: “Isso porque, conforme dispõe o § 5º do art. 1º
da Lei da Improbidade Administrativa. Essas
deste diploma legal, a perda do cargo, função ou
práticas ofendem diretamente a Administração
emprego público é efeito automático da
Pública, porque o Estado brasileiro tem a obrigação
condenação, sendo dispensável fundamentação
de garantir a integridade física, psíquica e moral de
concreta. (REsp 1.044.866-MG, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 2/10/2014.) todos, sob pena de inúmeros reflexos jurídicos,
inclusive na ordem internacional. Pondere-se que o
agente público incumbido da missão de garantir o
• STJ: “Ao contrário do disposto no art. 92, I, do respeito à ordem pública, como é o caso do policial,
Código Penal, que exige sejam externados os ao descumprir com suas obrigações legais e
motivos para a decretação da perda do cargo, constitucionais de forma frontal, mais que atentar
função ou emprego público, a Lei n.º 9.455/97, em apenas contra um indivíduo, atinge toda a
seu § 5º, do art. 1º, prevê como efeito extrapenal coletividade e a própria corporação a que pertence
automático e obrigatório da sentença condenatória, de forma imediata.
a referida penalidade de perda do cargo, função ou [...] Tanto é assim que essas condutas são
emprego público. (HC Nº 92.247 - DF; MINISTRA tipificadas, entre outros estatutos, no art. 322 do
LAURITA VAZ; 18 de dezembro de 2007) CP, que integra o Capítulo I ("Dos Crimes Praticados
1. Lei de Combate ao Racismo – por Funcionário Público contra a Administração
Art. 16. Constitui efeito da condenação a Pública"), que por sua vez está inserido no Título XI
perda do cargo ou função pública, para o ("Dos Crimes contra a Administração Pública"), e
servidor público, e a suspensão do também nos arts. 3º e 4º da Lei n. 4.898/1965, que
funcionamento do estabelecimento trata do abuso de autoridade. Em síntese, atentado
particular por prazo não superior a três à vida e à liberdade individual de particulares,
meses. praticado por agentes públicos armados - incluindo
tortura, prisão ilegal e "justiciamento" -, afora
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts.
repercussões nas esferas penal, civil e disciplinar,
16 e 17 desta Lei não são automáticos,
pode configurar improbidade administrativa,
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porque, além de atingir a pessoa-vítima, alcança, cautelar do “status libertatis” daquele que sofre a
simultaneamente, interesses caros à Administração persecução criminal instaurada pelo Estado. Esse
em geral, às instituições de segurança pública em entendimento vem sendo observado em sucessivos
especial, e ao próprio Estado Democrático de julgamentos proferidos no âmbito desta Corte,
Direito. Precedente citado: REsp 1.081.743-MG, ainda que o delito imputado ao réu seja
Segunda Turma, julgado em 24/3/2015. REsp classificado como crime hediondo ou constitua
1.177.910-SE, Rel. Ministro Herman Benjamin, espécie delituosa a este legalmente equiparada
julgado em 26/8/2015, DJe 17/2/2016. (RTJ 172/184, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE –
RTJ 182/601-602, Red. p/ o acórdão Min.
SEPÚLVEDA PERTENCE – RHC 71.954/PA, Rel. Min.
• STJ – NÃO PRESCREVE A AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
SEPÚLVEDA PERTENCE, v.g.):
POR CRIME DE TORTURA PRATICADO NO REGIME
MILITAR – • INDULTO –
“As ações de indenização por danos derivados de Art. 5° - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
atos de tortura ocorridos durante o Regime Militar qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
são imprescritíveis." estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça
propriedade, nos termos seguintes:
(STJ) reiterou o entendimento já consolidado de
que, em casos em que se busca a defesa de direitos XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
fundamentais, indenização por danos morais insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o
decorrentes de atos de tortura por motivo político tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
ou de qualquer outra espécie, não há que terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
prevalecer a prescrição de cinco anos eles respondendo os mandantes, os executores e os
(qüinqüenal).” que, podendo evitá-los, se omitirem;
expletiva da proibição de graça aos condenados por Hediondos, dispositivo legal que já teria sido
crimes hediondos ditada pelo art. 5º, XLIII, da declarado inconstitucional pelo STF no julgamento
Constituição. Na Constituição, a graça individual e o do HC 111.840/ES (DJe de 17.12.2013).
indulto coletivo – que ambos, tanto podem ser totais ou Salientavam, por fim, afronta ao Enunciado 719 da
parciais, substantivando, nessa última hipótese, a Súmula do STF.
comutação de pena – são modalidades do poder de O Ministro Marco Aurélio (relator) denegou a
graça do presidente da República (art. 84, XII) – que, no ordem. Considerou que, no caso, a dosimetria e o
entanto, sofre a restrição do art. 5º, XLIII, para excluir a regime inicial de cumprimento das penas fixadas
possibilidade de sua concessão, quando se trata de atenderiam aos ditames legais. Asseverou não
condenação por crime hediondo. Proibida a comutação caber articular com a Lei de Crimes Hediondos,
de pena, na hipótese do crime hediondo, pela pois a regência específica (Lei 9.455/1997) prevê
Constituição, é irrelevante que a vedação tenha sido expressamente que o condenado por crime de
omitida no Decreto 3.226/1999. tortura iniciará o cumprimento da pena em
[HC 84.312, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 15-6-2004, regime fechado, o que não se confundiria com a
1ª T, DJ de 25-6-2004.] = HC 103.618, rel. min. Dias imposição de regime de cumprimento da pena
Toffoli, j. 24-8-2010, 1ª T, DJE de 8-11-2010 = HC integralmente fechado. Assinalou que o legislador
81.810, rel. min. Cezar Peluso, j. 16-4-2009, P, DJE de 7- ordinário, em consonância com a CF/1988, teria
8-2009 Vide HC 95.830, rel. min. Ellen Gracie, j. 9-6- feito uma opção válida, ao prever que, considerada
2009, 2ª T, DJE de 26-6-2009 Vide RE 452.991, rel. min. a gravidade do crime de tortura, a execução da
Marco Aurélio, j. 7-4-2009, 1ª T, DJE de 21-8-2009 pena, ainda que fixada no mínimo legal, deveria ser
cumprida inicialmente em regime fechado, sem
prejuízo de posterior progressão. Os Ministros
REGIME INICIAL DO CUMPRIMENTO DE PENA (Art. 1º, §7º)
Roberto Barroso e Rosa Weber acompanharam o
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a relator, com a ressalva de seus entendimentos
hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em pessoais no sentido do não conhecimento do
regime fechado. “writ”. O Ministro Luiz Fux, não obstante entender
DIVERGÊNCIA NO ÂMBITO DO SUPREMO que o presente “habeas corpus” faria as vezes de
TRIBUNAL FEDERAL – revisão criminal, ante o trânsito em julgado da
decisão impugnada, acompanhou o relator. HC
PRIMEIRA TURMA - INFORMATIVO STF n. 789
123316/SE, rel. Min. Marco Aurélio, 9.6.2015. (HC-
Crime de tortura e regime inicial de cumprimento 123316)
da pena –
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.
O condenado por crime de tortura iniciará o CRIME DE TORTURA. REGIME INICIAL FECHADO
cumprimento da pena em regime fechado, nos FIXADO EXCLUSIVAMENTE COM BASE NO ART. 1º,
termos do disposto no § 7º do art. 1º da Lei § 7º, DA LEI 9.455/97. INCONSTITUCIONALIDADE
9.455/1997 - Lei de Tortura. Com base nessa DECLARADA. RECONHECIMENTO DA ILEGALIDADE
orientação, a Primeira Turma denegou pedido PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. ALTERAÇÃO DO
formulado em “habeas corpus”, no qual se REGIME PARA O SEMIABERTO, COM FULCRO NO
pretendia o reconhecimento de constrangimento ART. 33 E PARÁGRAFOS DO CÓDIGO PENAL.
ilegal consubstanciado na fixação, em sentença
1. A obrigatoriedade do regime inicial fechado
penal transitada em julgado, do cumprimento das
prevista na Lei do Crime de Tortura foi
penas impostas aos pacientes em regime
superada pela Suprema Corte, de modo que a
inicialmente fechado. Alegavam os impetrantes a
mera natureza do crime não configura
ocorrência de violação ao princípio da
fundamentação idônea a justificar a fixação do
individualização da pena, uma vez que
regime mais gravoso para os condenados pela
desrespeitados os artigos 33, § 3º, e 59 do CP.
prática de crimes hediondos e equiparados.
Apontavam a existência de similitude entre o Para estabelecer o regime prisional, deve o
disposto no artigo 1º, § 7º, da Lei de Tortura e o magistrado avaliar o caso concreto, seguindo
previsto no art. 2º, § 1º, da Lei de Crimes os parâmetros estabelecidos pelo artigo 33 e
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parágrafos do Código Penal. (RHC 76.642/RN, Art. 1o São considerados hediondos os seguintes
Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
MOURA, SEXTA TURMA, julgado em dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou
11/10/2016, DJe 28/10/2016) tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de
1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984)
HIPÓTESE DE EXTRATERRITORIALIDADE I - homicídio (art. 121), quando praticado em
(Art. 2º) – atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art.
não tenha sido cometido em território nacional, sendo a 121, § 2o, I, II, III, IV e V); (Inciso incluído pela Lei nº
vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob 8.930, de 1994)
jurisdição brasileira. I - homicídio (art. 121), quando praticado em
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art.
121, § 2o, I, II, III, IV, V e VI); (Redação dada pela Lei nº
REVOGÇÃO DO ART. 233 DO ECA (Art. 4º) – 13.104, de 2015)
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho I – homicídio (art. 121), quando praticado em
de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art.
da República. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); (Redação dada
pela Lei nº 13.142, de 2015)
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade
Nelson A. Jobim
típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.4.1997 só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I,
II, III, IV, V, VI, VII e VIII); (Redação dada pela Lei nº
LEI DOS CRIMES HEDIONDOS - 13.964, de 2019)
LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990. I - homicídio (art. 121), quando praticado em
atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
Texto compilado
cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art.
Mensagem de veto 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX); (Redação
Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, dada pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima
providências. (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
Art. 1º São considerados hediondos os crimes de integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de
latrocínio (art. 157, § 3º, in fine), extorsão qualificada pela Segurança Pública, no exercício da função ou em
morte, (art. 158, § 2º), extorsão mediante seqüestro e na decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
forma qualificada (art. 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º), parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
estupro (art. 213, caput e sua combinação com o art. 223, condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
caput e parágrafo único), atentado violento ao pudor (art. II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso
214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
único), epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º), II - roubo: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
envenenamento de água potável ou de substância 2019)
alimentícia ou medicinal, qualificado pela morte (art. 270,
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da
combinado com o art. 285), todos do Código Penal
vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei nº
(Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940), e de
13.964, de 2019)
genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro
de 1956), tentados ou consumados.
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b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo consumado. (Parágrafo incluído pela Lei nº
(art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo 8.930, de 1994)
de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído Parágrafo único. Consideram-se também hediondos
pela Lei nº 13.964, de 2019) o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte
morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei nº 13.964, de ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da
2019) Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § ou consumados. (Redação dada pela Lei nº 13.497, de 2017)
o
2 ); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) Parágrafo único. Consideram-se também hediondos,
III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade tentados ou consumados: (Redação dada pela Lei nº
da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 13.964, de 2019)
3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956; (Incluído pela
qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso Lei nº 13.964, de 2019)
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo
V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22
223, caput e parágrafo único); (Inciso incluído pela de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
Lei nº 8.930, de 1994) 2019)
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo,
o
2 ); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua
combinação com o art. 223, caput e parágrafo IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo,
único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826,
de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964,
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o,
de 2019)
2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
2009) V - o crime de organização criminosa, quando
direcionado à prática de crime hediondo ou
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, §
equiparado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o
VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo
nº 9.695, de 1998)
são insuscetíveis de: (Vide Súmula Vinculante)
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou
I - anistia, graça e indulto;
alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou
medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a II - fiança e liberdade provisória.
redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464,
1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) de 2007)
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra § 1º A pena por crime previsto neste artigo será
forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou cumprida integralmente em regime fechado.
de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e § 1o A pena por crime previsto neste artigo será
2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014) cumprida inicialmente em regime fechado. (Redação dada
IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou pela Lei nº 11.464, de 2007)
de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § § 2º Em caso de sentença condenatória, o juiz
4º-A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o liberdade.
crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei § 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos
no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento
de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de
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3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem
11.464, de 2007) prejuízo da multa.
§ 2º A progressão de regime, no caso ........................................................................
dos condenados pelos crimes previstos neste artigo,
Art. 159. ...............................................................
dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da
pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
reincidente, observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 112 § 1º .................................................................
da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
Penal). (Redação dada pela Lei nº 13.769, de
§ 2º .................................................................
2018) (Revogado pela Lei nº 13.964, de 2019)
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº
7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos § 3º .................................................................
neste artigo, terá o prazo de trinta dias, prorrogável por Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
igual período em caso de extrema e comprovada
........................................................................
necessidade.
Art. 213. ...............................................................
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz
decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em Pena - reclusão, de seis a dez anos.
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) Art. 214. ...............................................................
o Pena - reclusão, de seis a dez anos.
§ 4 A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei
o
n 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos ........................................................................
neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável
Art. 223. ...............................................................
por igual período em caso de extrema e comprovada
necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007) Pena - reclusão, de oito a doze anos.
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LEI DOS CRIMES HEDIONDOS – Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso I –
COMENTÁRIOS – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica
de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só
agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II,
MANDADO CONSTITUCIONAL DE CRIMINALIZAÇÃO –
III, IV, V, VI e VII, VIII, IX);
O critério adotado pela lei dos crimes hediondos é uma
obediência à Constituição Federal de 1988, uma vez que a
CF/88 exigiu, através de um mandado constitucional de Previsão no CP –
criminalização. Vejamos: Homicídio simples
CF/88, Art. 5°, XLIII - a lei considerará crimes Art. 121. Matar alguem:
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes
Caso de diminuição de pena
e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os § 1º Se o agente comete o crime impelido por
mandantes, os executores e os que, podendo evitá- motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o
los, se omitirem. domínio de violenta emoção, logo em seguida a
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I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente,
de trinta dias; descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o
II - perigo de vida;
agente das relações domésticas, de coabitação ou de
III - debilidade permanente de membro, sentido ou hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
função;
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três)
IV - aceleração de parto: anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se
§ 2° Se resulta: as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo,
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aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo
10.886, de 2004) depois de subtraída a coisa, emprega violência
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar
aumentada de um terço se o crime for cometido contra a impunidade do crime ou a detenção da coisa para
pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº si ou para terceiro.
11.340, de 2006) § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou metade: (Redação dada pela Lei nº
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 13.654, de 2018)
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força I – (revogado); (Redação dada pela Lei
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou nº 13.654, de 2018)
em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
III - se a vítima está em serviço de transporte
condição, a pena é aumentada de um a dois
de valores e o agente conhece tal circunstância.
terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
IV - se a subtração for de veículo automotor
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por
que venha a ser transportado para outro Estado ou
razões da condição do sexo feminino, nos termos do § 2º-A
para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de
do art. 121 deste Código: (Incluído pela Lei nº 14.188, de
1996)
2021)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder,
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro
restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº
anos). (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
9.426, de 1996)
VI – se a subtração for de substâncias
Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso II – explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação,
montagem ou emprego. (Incluído pela Lei
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído
nº 13.654, de 2018)
pela Lei nº 8.930, de 1994)
VII - se a violência ou grave ameaça é
II - roubo:
exercida com emprego de arma branca; (Incluído
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima pela Lei nº 13.964, de 2019)
(art. 157, § 2º, inciso V);
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de
I – se a violência ou ameaça é exercida com
uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);
emprego de arma de fogo; (Incluído pela
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte Lei nº 13.654, de 2018)
(art. 157, § 3º);
II – se há destruição ou rompimento de
obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de
Previsão no CP – artefato análogo que cause perigo
comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é
Roubo exercida com emprego de arma de fogo de uso
restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si
prevista no caput deste artigo. (Incluído pela
ou para outrem, mediante grave ameaça ou
Lei nº 13.964, de 2019)
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de § 3º Se da violência resulta: (Redação
resistência: dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão
de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e
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multa; (Incluído pela Lei nº 13.654, de Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso IV –
2018)
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a (art. 159, caput, e §§ l°, 2º e 3º ); (Inciso incluído pela Lei
30 (trinta) anos, e multa. nº 8.930, de 1994)
Latrocínio Previsão no CP –
Súmula 603 - A competência para o processo e Extorsão mediante seqüestro
julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de
tribunal do júri.
obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,
Súmula 610 - Há crime de latrocínio, quando o como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº
homicídio se consuma, ainda que não realize o 8.072, de 25.7.90 (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
agente a subtração de bens da vítima.
Pena - reclusão, de oito a quinze
anos.. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso III – 25.7.1990)
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § § 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e
2o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18
(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o
III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da
crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide
vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, §
Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Redação dada
3º);
pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão, de doze a vinte
Previsão no CP – anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
Extorsão 25.7.1990)
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273, caput e §1º , § 1°-A e § 1º-B, com a redação dada VI - adquiridos de estabelecimento sem licença
pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso da autoridade sanitária competente. (Incluído pela
incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
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Como não se trata de produto falsificado (logo, da pena prevista na lei. A restrição da liberdade individual
materialmente apto ao consumo), questiona-se a não pode ser excessiva, mas compatível e proporcional à
necessidade do Direito Penal para lidar com essas condutas. ofensa causada pelo comportamento humano criminoso. 6.
Como sustentamos em nosso Manual, a infração pode ser Arguição acolhida para declarar inconstitucional o preceito
melhor resolvida no âmbito administrativo, respeitando-se, secundário da norma” (AI no HC 239.363/PR, Rel. Min.
desse modo, o princípio da ofensividade (que exige, na Sebastião Reis Júnior, DJe 10/4/2015).
incriminação, a presença de relevante e intolerável lesão ou Em sessão plenária ocorrida ontem (24/03/2021), o
perigo de lesão ao bem jurídico tutelado). Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional a pena
Questiona-se, ainda, a proporcionalidade da pena, pois o cominada à conduta de importar medicamento sem registro
legislador pune com a mesma intensidade duas situações na Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A maioria dos
diametralmente opostas: no caput e no § 1º, ministros considerou desproporcional a pena, maior do que
produto falsificado; no § 1º-B, sobretudo irregularidades no a cominada para crimes mais graves, e decidiu repristinar,
âmbito administrativo). Julgando habeas corpus que para o inciso I do § 1º-B, a pena cominada ao art. 273 antes
versava sobre a conduta tipificada no § 1º-B, inciso V, a da Lei 9.677/98 (que também incluiu no tipo penal o
Corte Especial do STJ considerou inconstitucional a pena dispositivo sob julgamento). Firmou-se a seguinte tese de
cominada em razão da desproporcionalidade em relação a repercussão geral:
condutas muito mais graves, como a extorsão mediante “É inconstitucional a aplicação do preceito secundário do
sequestro e o estupro de vulnerável. Concluiu o tribunal que, artigo 273 do Código Penal, com a redação dada pela Lei
no lugar da reprimenda estabelecida Código Penal, devia ser 9.677/1998 – reclusão de 10 a 15 anos – à hipótese prevista
aplicada a do art. 33, caput, da Lei 11.343/06: no seu parágrafo 1º-B, inciso I, que versa sobre a
“1. A intervenção estatal por meio do Direito Penal deve ser importação de medicamento sem registro no órgão de
sempre guiada pelo princípio da proporcionalidade, vigilância sanitária. Para esta situação específica, fica
incumbindo também ao legislador o dever de observar esse repristinado o preceito secundário do artigo 273, na
princípio como proibição de excesso e como proibição de redação originária – reclusão de um a três anos e multa”
proteção insuficiente. 2. É viável a fiscalização judicial da (RE 979.962/RS, j. 24/03/21).
constitucionalidade dessa atividade legislativa, examinando, FONTE:
como diz o Ministro Gilmar Mendes, se o legislador https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2021/03/25/stf-e-
considerou suficientemente os fatos e prognoses e se inconstitucional-pena-de-reclusao-de-10-15-anos-cominada-para-
utilizou de sua margem de ação de forma adequada para a importacao-de-medicamento-sem-
registro/#:~:text=Jurisprud%C3%AAncia%2C%20STF-
proteção suficiente dos bens jurídicos fundamentais. 3. Em
,STF%3A%20%C3%89%20inconstitucional%20a%20pena%20de%20reclus
atenção ao princípio constitucional da proporcionalidade e %C3%A3o%20de%2010%20a,importa%C3%A7%C3%A3o%20de%20medic
razoabilidade das leis restritivas de direitos (CF, art. 5º, LIV), amento%20sem%20registro&text=O%20art.,a%20fins%20terap%C3%AAu
é imprescindível a atuação do Judiciário para corrigir o ticos%20ou%20medicinais.
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abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da
2009) pena correspondente à violência.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro,
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) aplica-se também multa.
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de
obter vantagem econômica, aplica-se também Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso IX –
multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de
§ 2o Incorre nas mesmas penas: (Incluído
artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-
pela Lei nº 12.015, de 2009)
A).
I - quem pratica conjunção carnal ou outro
ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e
maior de 14 (catorze) anos na situação descrita Previsão no CP –
no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº Furto
12.015, de 2009)
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem,
II - o proprietário, o gerente ou o responsável coisa alheia móvel:
pelo local em que se verifiquem as práticas referidas Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o
12.015, de 2009)
crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de
efeito obrigatório da condenação a cassação da
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir
licença de localização e de funcionamento do
a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de
estabelecimento. (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009) um a dois terços, ou aplicar somente a pena de
multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia
Favorecimento da prostituição ou outra
elétrica ou qualquer outra que tenha valor
forma de exploração sexual (Redação dada econômico.
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Furto qualificado
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos,
prostituição ou outra forma de exploração sexual,
e multa, se o crime é cometido:
facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a
abandone: (Redação dada pela Lei nº 12.015, I - com destruição ou rompimento de obstáculo
de 2009) à subtração da coisa;
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e II - com abuso de confiança, ou mediante
multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, fraude, escalada ou destreza;
de 2009) III - com emprego de chave falsa;
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, IV - mediante concurso de duas ou mais
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, pessoas.
tutor ou curador, preceptor ou empregador da
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10
vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma,
(dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo
obrigação de cuidado, proteção ou
ou de artefato análogo que cause perigo
vigilância: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de
2009)
2018)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito)
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a
anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
8 (oito) anos, e multa, se o furto mediante fraude é
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de cometido por meio de dispositivo eletrônico ou
violência, grave ameaça ou fraude: informático, conectado ou não à rede de
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computadores, com ou sem a violação de I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei
mecanismo de segurança ou a utilização de nº 2.889, de 1º de outubro de 1956;
programa malicioso, ou por qualquer outro meio
fraudulento análogo. (Incluído pela Lei nº
Previsão na Lei de Genocídio –
14.155, de 2021)
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no
artigo, considerada a relevância do resultado todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou
gravoso: (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021) religioso, como tal: (Vide Lei nº 7.960, de 1989)
Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, parágrafo único – Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a
cometer qualquer dos crimes de que trata o art.
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o 1º: (Vide Lei nº 7.960, de 1989)
crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei
Pena: Metade das penas ali cominadas.
no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte
ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 § 1º A pena pelo crime de incitação será a
da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos mesma de crime incitado, se este se consumar.
tentados ou consumados. (Redação dada pela Lei § 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço),
nº 13.497, de 2017) quando a incitação for cometida pela imprensa.
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Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, parágrafo único, inciso VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem
II, III e IV– autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma,
munição ou explosivo.
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso
proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de § 2º Se as condutas descritas no caput e no §
dezembro de 2003; 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso
proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto
(doze) anos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
Comércio ilegal de arma de fogo
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo,
acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar,
de 22 de dezembro de 2003; conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda,
ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
Previsão no Estatuto do Desarmamento – alheio, no exercício de atividade comercial ou
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, autorização ou em desacordo com determinação
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, legal ou regulamentar:
empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem multa.
autorização e em desacordo com determinação legal
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e
ou regulamentar: (Redação dada pela Lei nº
multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
13.964, de 2019)
Parágrafo único. Equipara-se à atividade
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e
comercial ou industrial, para efeito deste artigo,
multa.
qualquer forma de prestação de serviços, fabricação
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o
quem: exercido em residência.
§ 1º Nas mesmas penas incorre § 1º Equipara-se à atividade comercial ou
quem: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou prestação de serviços, fabricação ou comércio
qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
artefato; residência. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019)
II – modificar as características de arma de fogo,
de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de § 2º Incorre na mesma pena quem vende ou
uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem
de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, autorização ou em desacordo com a determinação
perito ou juiz; legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
quando presentes elementos probatórios razoáveis de
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar
conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº
artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou
13.964, de 2019)
em desacordo com determinação legal ou
regulamentar; Tráfico internacional de arma de fogo
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada
fornecer arma de fogo com numeração, marca ou ou saída do território nacional, a qualquer título, de
qualquer outro sinal de identificação raspado, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização
suprimido ou adulterado; da autoridade competente:
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou multa.
explosivo a criança ou adolescente; e
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para fixar os limites de sua aplicação, assegurando-se prisão preventiva sempre deve ser fundamentada na
legitimidade à indulgencia principis. Referendada a cautelar presença dos requisitos do art. 312 do Código de Processo
deferida pelo Ministro Vice-Presidente no período de férias Penal - CPP. (RHC 81676 / SP)”
forenses.
(medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida
nº 2795, relatada pelo ministro Maurício Corrêa, Pleno,
inicialmente em regime fechado. (Redação dada pela Lei
publicada no Diário de Justiça em 2 de junho de 2003).
nº 11.464, de 2007)
LEI 8.072/90 E REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - PENA -
Habeas Corpus. Comutação de pena. indulto. INFORMATIVO 672 DO STF - É inconstitucional o § 1º do
Inadmissibilidade. Crime equiparado a hediondo art. 2º da Lei 8.072/90 (“Art. 2º Os crimes hediondos, a
caracterizado. Impossibilidade. Aplicação do art. 8º, II, do prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
Decreto nº 6.706/08. Ordem denegada. drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: ... § 1º A
1. A comutação nada mais é do que uma espécie de indulto pena por crime previsto neste artigo será cumprida
parcial (em que há apenas a redução da pena). daí porque a inicialmente em regime fechado”). Com base nesse
vedação à concessão de indulto em favor daqueles que entendimento, o Plenário, por maioria, deferiu habeas
praticaram crime hediondo - prevista no Art. 2º, I, da Lei Nº corpus com a finalidade de alterar para semiaberto o
8.072/90 - Abrange também a comutação. Precedentes. regime inicial de pena do paciente, o qual fora condenado
(HC nº 84.734/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluso, por tráfico de drogas com reprimenda inferior a 8 anos de
DJe de 26/3/10; HC nº 96;431/RJ, Segunda Turma, Rel. reclusão e regime inicialmente fechado, por força da Lei
Min. Cezar Peluso, DJe de 15/5/09; HC nº 94.679/SP, 11.464/2007, que instituíra a obrigatoriedade de imposição
Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe de desse regime a crimes hediondos e assemelhados — v.
19/12/08). 2. Ordem denegada. Informativo 670. Destacou-se que a fixação do regime
inicial fechado se dera exclusivamente com fundamento
na lei em vigor. Observou-se que não se teriam constatado
requisitos subjetivos desfavoráveis ao paciente,
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) considerado tecnicamente primário. Ressaltou-se que,
assim como no caso da vedação legal à substituição de pena
LIBERDADE PROVISÓRIA -
privativa de liberdade por restritiva de direitos em
É um direito do acuso de aguardar em liberdade seu condenação pelo delito de tráfico — já declarada
julgamento. Geralmente, está ligado a certas condições inconstitucional pelo STF —, a definição de regime deveria
e/ou obrigações. Embora o crime ainda seja inafiançável, o sempre ser analisada independentemente da natureza da
acusado poderá ser beneficiado com a Liberdade Provisória, infração. Ademais, seria imperioso aferir os critérios, de
quando não presentes os requisitos da manutenção de sua forma concreta, por se tratar de direito subjetivo
prisão, conforme previsão nos arts. 212 e 213 do CPP. Por garantido constitucionalmente ao indivíduo. Consignou-se
fim, a liberdade provisória só poderá ser concedida se for que a Constituição contemplaria as restrições a serem
sem fiança, uma vez que a concessão de fiança é vedada. impostas aos incursos em dispositivos da Lei 8.072/90, e
Nesse sentido, é importante ressaltar que a súmula 697 do dentre elas não se encontraria a obrigatoriedade de imposição de
STF foi superada. regime extremo para início de cumprimento de pena.
STF - Súmula 697 - A proibição de liberdade provisória nos Salientou-se que o art. 5º, XLIII, da CF, afastaria somente a
processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da fiança, a graça e a anistia, para, no inciso XLVI, assegurar, de
prisão processual por excesso de prazo. forma abrangente, a individualização da pena. Vencidos os
Ministros Luiz Fux, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio, que
STF - HC 104.339/SP - “O Supremo Tribunal Federal, ao
denegavam a ordem. HC 111840/ES, rel. Min. Dias Toffoli,
julgar o HC 104.339/SP, declarou a inconstitucionalidade da
27.6.2012. (HC-111840)
expressão "e liberdade provisória", constante do art. 44,
caput, da Lei n. 11.343/06, afastando o óbice à concessão
da liberdade provisória aos acusados da prática de crimes
hediondos e equiparados, razão pela qual a decretação da
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§ 2º A progressão de regime, no caso dos condenados III – cadastrar as autorizações de porte de arma de
pelos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal;
cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado IV – cadastrar as transferências de propriedade,
for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de
observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 112 da Lei nº alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de
7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução fechamento de empresas de segurança privada e de
Penal). (Redação dada pela Lei nº 13.769, de transporte de valores;
2018)
V – identificar as modificações que alterem as
SÚMULA 471 DO STJ - “Os condenados por crimes características ou o funcionamento de arma de fogo;
hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já
Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da
existentes;
Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão
de regime prisional.” VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo,
inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e
Súmula Vinculante 26 - “Para efeito de progressão de
judiciais;
regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou
equiparado, o juízo da execução observará a VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072, de 25 de como conceder licença para exercer a atividade;
julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado IX – cadastrar mediante registro os produtores,
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do atacadistas, varejistas, exportadores e importadores
benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
fundamentado, a realização de exame criminológico.” X – cadastrar a identificação do cano da arma, as
Súmula 439 - Admite-se o exame criminológico pelas características das impressões de raiamento e de
peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada. microestriamento de projétil disparado, conforme
(Súmula 439, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo
13/05/2010) fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos
Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de
ESTATUTO DO DESARMAMENTO –
porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem
LEI 10.826 DE 2003 –
como manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não
LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003. alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus
de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – registros próprios.
Sinarm, define crimes e dá outras providências. CAPÍTULO II
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o DO REGISTRO
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no
CAPÍTULO I órgão competente.
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito
o
Art. 1 O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, serão registradas no Comando do Exército, na forma do
instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia regulamento desta Lei.
Federal, tem circunscrição em todo o território nacional. Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o
Art. 2o Ao Sinarm compete: interessado deverá, além de declarar a efetiva
necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I – identificar as características e a propriedade de
armas de fogo, mediante cadastro; I – comprovação de idoneidade, com a apresentação
de certidões de antecedentes criminais fornecidas pela
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas
Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar
e vendidas no País;
respondendo a inquérito policial ou a processo criminal;
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§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita § 1o O certificado de registro de arma de fogo será
no calibre correspondente à arma adquirida e na expedido pela Polícia Federal e será precedido de
quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. autorização do Sinarm.
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita § 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do
no calibre correspondente à arma registrada e na art. 4o deverão ser comprovados periodicamente, em
quantidade estabelecida no regulamento desta período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação
do Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em
território nacional é obrigada a comunicar a venda à § 3o Os registros de propriedade, expedidos pelos
autoridade competente, como também a manter banco de órgãos estaduais, realizados até a data da publicação desta
dados com todas as características da arma e cópia dos Lei, deverão ser renovados mediante o pertinente registro
documentos previstos neste artigo. federal no prazo máximo de 3 (três) anos.
§ 3o Os registros de propriedade expedidos pelos
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo,
órgãos estaduais, realizados até a data da publicação desta
acessórios e munições responde legalmente por essas
Lei, deverão ser renovados mediante o pertinente registro
mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade
federal até o dia 31 de dezembro de
enquanto não forem vendidas.
2007. (Redação dada pela Medida Provisória nº
§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e 379, de 2007).
munições entre pessoas físicas somente será efetivada o
§ 3 Os registros de propriedade, expedidos pelos
mediante autorização do Sinarm. órgãos estaduais, realizados até a data da publicação desta
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § Lei, deverão ser renovados mediante o pertinente registro
o
1 será concedida, ou recusada com a devida federal no prazo máximo de 3 (três) anos. (Vide
fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar Medida Provisória nº 390, de 2007)
da data do requerimento do interessado. § 4o Para a renovação do certificado de registro de
arma de fogo de cano longo de alma raiada, calibre igual
§ 7o O registro precário a que se refere o §
o ou inferior a .22, e de alma lisa, calibre igual ou inferior a
4 prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos I,
16, deverão ser cumpridos, apenas, os requisitos dos
II e III deste artigo.
incisos I e II do caput do art. 4o, em período não inferior a
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do três anos, em conformidade com o estabelecido no
inciso III do caput deste artigo, na forma do regulamento, regulamento. (Incluído pela Medida Provisória
o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido nº 379, de 2007). (Vide Medida Provisória nº
que comprove estar autorizado a portar arma com as 390, de 2007)
§ 3o Os registros de propriedade expedidos pelos
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órgãos estaduais, realizados até a data da publicação desta II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos
Lei, deverão ser renovados mediante o pertinente registro do caput do art. 144 da Constituição Federal;
federal até o dia 2 de julho de 2008. (Redação II- os integrantes de órgãos referidos
dada pela Medida Provisória nº 394, de 2007). nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144
§ 3o Os registros de propriedade expedidos pelos da Constituição Federal e os da
órgãos estaduais, realizados até a data da publicação desta Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); (Redação
Lei, deverão ser renovados mediante o pertinente registro dada pela Lei nº 13.500, de 2017)
federal até 31 de dezembro de 2008. (Redação
III – os integrantes das guardas municipais das capitais
dada pela Medida Provisória nº 417, de 2008)
dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas
de registro de propriedade expedido por órgão estadual no regulamento desta Lei; (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN
ou do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei 5948) (Vide ADC 38)
que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32
IV – os integrantes das guardas municipais dos
desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro
Municípios com mais de 250.000 (duzentos e cinqüenta
federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a
mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
apresentação de documento de identificação pessoal e
quando em serviço;
comprovante de residência fixa, ficando dispensado do
pagamento de taxas e do cumprimento das demais IV - os integrantes das guardas municipais dos
exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. Municípios com mais de cinqüenta mil e menos de
4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de quinhentos mil habitantes, quando em
2008) (Prorrogação de prazo) serviço; (Redação dada pela Medida Provisória nº
157, de 2003)
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no §
3o deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá IV - os integrantes das guardas municipais dos
obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos
registro provisório, expedido na rede mundial de de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em
computadores - internet, na forma do regulamento e serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867, de
obedecidos os procedimentos a seguir: (Redação 2004) (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948) (Vide ADC
dada pela Lei nº 11.706, de 2008) 38)
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X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita II - sujeitos à formação funcional, nos termos do
Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos regulamento; e (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Redação III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de
dada pela Lei nº 11.501, de 2007) controle interno. (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. § 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de
92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da 2014)
União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de
§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo dos
seus quadros pessoais que efetivamente estejam no
integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e
exercício de funções de segurança, na forma de
X do caput está condicionada à comprovação do requisito
regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de
a que se refere o inciso III do caput do art. 4o, nas
Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério
condições estabelecidas no regulamento. (Redação
Público - CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
dada pela Medida Provisória nº 379, de 2007).
§ 1o As pessoas descritas nos incisos I, II, III, V, VI, VII
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo dos
e X do caput terão direito de portar arma de fogo
integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI e VII
fornecida pela respectiva corporação ou instituição,
está condicionada à comprovação do requisito a que se
mesmo fora de serviço, bem como armas de fogo de
refere o inciso III do art. 4o, nas condições estabelecidas no
propriedade particular, na forma do regulamento, em
regulamento desta Lei. (Vide Medida Provisória
ambos os casos. (Redação dada pela Medida
nº 390, de 2007)
Provisória nº 379, de 2007). (Medida Provisória
nº 379, revogada pela n° 390, de 2007) § 2o A autorização para o porte de arma de fogo dos
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e
deste artigo terão direito de portar arma de fogo fornecida X está condicionada à comprovação do requisito a que se
pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de refere o inciso III do art. 4o, nas condições estabelecidas no
serviço, na forma do regulamento, aplicando-se nos casos regulamento desta Lei. (Redação dada pela
de armas de fogo de propriedade particular os dispositivos Medida Provisória nº 417, de 2008)
do regulamento desta Lei. § 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e
do caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo X do caput deste artigo está condicionada à comprovação
de propriedade particular ou fornecida pela respectiva do requisito a que se refere o inciso III do caput do art.
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos 4o desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento
termos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e § 3o A autorização para o porte de arma de fogo das
VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) guardas municipais está condicionada à formação
§ 1o-A Os servidores a que se refere o inciso X do funcional de seus integrantes em estabelecimentos de
caput deste artigo terão direito de portar armas de fogo ensino de atividade policial, à existência de mecanismos
para sua defesa pessoal, o que constará da carteira de fiscalização e de controle interno, nas condições
funcional que for expedida pela repartição a que estabelecidas no regulamento desta Lei.
o
estiverem subordinados . (Incluído pela Lei nº § 3 A autorização para o porte de arma de fogo das
11.118, de 2005) (Revogado pela Lei nº 11.706, guardas municipais está condicionada à formação
de 2008) funcional de seus integrantes em estabelecimentos de
ensino de atividade policial e à existência de mecanismos
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes
de fiscalização e de controle interno, nas condições
e guardas prisionais poderão portar arma de fogo de
estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a
propriedade particular ou fornecida pela respectiva
supervisão do Comando do Exército. (Redação
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde
dada pela Lei nº 10.867, de 2004)
que estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993, de
2014) § 3o A autorização para o porte de arma de fogo das
guardas municipais está condicionada à formação
I - submetidos a regime de dedicação
funcional de seus integrantes em estabelecimentos de
exclusiva; (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
ensino de atividade policial, à existência de mecanismos
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de fiscalização e de controle interno, nas condições Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados
estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a das empresas de segurança privada e de transporte de
supervisão do Ministério da Justiça. (Redação valores, constituídas na forma da lei, serão de
dada pela Lei nº 10.884, de 2004) propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias empresas, somente podendo ser utilizadas quando em
federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os serviço, devendo essas observar as condições de uso e de
militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,
direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do sendo o certificado de registro e a autorização de porte
cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa.
artigo, na forma do regulamento desta Lei. § 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, que comprovem de segurança privada e de transporte de valores
depender do emprego de arma de fogo para prover sua responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art.
subsistência alimentar familiar, será autorizado, na forma 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções
prevista no regulamento desta Lei, o porte de arma de administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência
fogo na categoria "caçador". (Vide Lei nº 11.191, policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,
de 2005) roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo,
acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25
primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o
(vinte e cinco) anos que comprovem depender do
fato.
emprego de arma de fogo para prover sua subsistência
alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o § 2o A empresa de segurança e de transporte de
porte de arma de fogo, na categoria caçador para valores deverá apresentar documentação comprobatória
subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro do preenchimento dos requisitos constantes do art.
simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de 4o desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o fogo.
interessado comprove a efetiva necessidade em § 3o A listagem dos empregados das empresas
requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes referidas neste artigo deverá ser atualizada
documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, semestralmente junto ao Sinarm.
de 2008) Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos
I - documento de identificação pessoal; (Incluído servidores das instituições descritas no inciso XI do art.
pela Lei nº 11.706, de 2008) 6o serão de propriedade, responsabilidade e guarda das
II - comprovante de residência em área rural; respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas
e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) quando em serviço, devendo estas observar as condições
de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão
III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei
competente, sendo o certificado de registro e a
nº 11.706, de 2008)
autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em
§ 6o Aos integrantes das guardas municipais dos nome da instituição. (Incluído pela Lei nº
Municípios que integram regiões metropolitanas será 12.694, de 2012)
autorizado porte de arma de fogo, quando em
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de
serviço. (Incluído pela Lei nº 10.867, de 2004)
que trata este artigo independe do pagamento de
§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à taxa. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
sua arma de fogo, independentemente de outras
§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do
tipificações penais, responderá, conforme o caso, por
Ministério Público designará os servidores de seus quadros
porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso
pessoais no exercício de funções de segurança que
permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos de 50% (cinquenta por cento) do número de servidores
Municípios que integram regiões metropolitanas será que exerçam funções de segurança. (Incluído pela
autorizado porte de arma de fogo, quando em Lei nº 12.694, de 2012)
serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
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alma raiada, calibre igual ou inferior a .22, e de alma lisa, Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma
calibre igual ou inferior a 16. (Incluído pela e as condições do credenciamento de profissionais pela
Medida Provisória nº 379, de 2007). (Vide Polícia Federal para comprovação da aptidão psicológica e
Medida Provisória nº 390, de 2007) da capacidade técnica para o manuseio de arma de
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
e condições do credenciamento de profissionais pela § 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor
Polícia Federal para comprovação da aptidão psicológica e cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor
da capacidade técnica para o manuseio de arma de médio dos honorários profissionais para realização de
fogo. (Incluído pela Medida Provisória nº 379, de avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do
2007). (Vide Medida Provisória nº 390, de 2007) Conselho Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei nº
o
§ 1 Na comprovação da aptidão psicológica, o valor 11.706, de 2008)
cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor § 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor
médio dos honorários profissionais estabelecidos na cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá
tabela do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da
pela Medida Provisória nº 379, de 2007). (Vide munição. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Medida Provisória nº 390, de 2007)
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o
nos §§ 1o e 2o deste artigo implicará o descredenciamento
pagamento ao instrutor de armamento e tiro terá como
do profissional pela Polícia Federal. (Incluído pela
base a hora-aula particular, em valor não superior a R$
Lei nº 11.706, de 2008)
80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da
munição. (Incluído pela Medida Provisória nº CAPÍTULO IV
379, de 2007). (Vide Medida Provisória nº 390, de DOS CRIMES E DAS PENAS
2007)
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos
nos §§ 1o e 2o implicará o descredenciamento do Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de
profissional pela Polícia Federal. (Incluído pela fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em
Medida Provisória nº 379, de 2007). (Vide desacordo com determinação legal ou regulamentar, no
Medida Provisória nº 390, de 2007) interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o
e condições do credenciamento de profissionais, pela responsável legal do estabelecimento ou empresa:
Polícia Federal, para comprovação da aptidão psicológica e Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
da capacidade técnica para o manuseio de arma de Omissão de cautela
fogo. (Incluído pela Medida Provisória nº 417,
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias
de 2008)
o para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
§ 1 Na comprovação da aptidão psicológica, o valor
portadora de deficiência mental se apodere de arma de
cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor
fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua
médio dos honorários profissionais para avaliação
propriedade:
psicológica estabelecido na tabela do Conselho Federal de
Psicologia. (Incluído pela Medida Provisória nº Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
417, de 2008) Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o
o
§ 2 Na comprovação da capacidade técnica, o valor proprietário ou diretor responsável de empresa de
cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá segurança e transporte de valores que deixarem de
exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia
munição. (Incluído pela Medida Provisória nº 417, Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
de 2008) de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob
o
§ 3 A cobrança de valores superiores aos previstos sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois
nos §§ 1o e 2o implicará o descredenciamento do de ocorrido o fato.
profissional pela Polícia Federal. (Incluído pela
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
Medida Provisória nº 417, de 2008)
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Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato
em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, explosivo ou incendiário, sem autorização ou em
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou desacordo com determinação legal ou regulamentar;
ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer
permitido, sem autorização e em desacordo com arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro
determinação legal ou regulamentar: sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. V – vender, entregar ou fornecer, ainda que
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver explosivo a criança ou adolescente; e
registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112- VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização
1) legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou
Disparo de arma de fogo explosivo.
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º
lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou deste artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a
em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze)
finalidade a prática de outro crime: anos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Comércio ilegal de arma de fogo
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar,
inafiançável. (Vide Adin 3.112-1) conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de
qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer,
exercício de atividade comercial ou industrial, arma de
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição
de uso proibido ou restrito, sem autorização e em Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou
de uso restrito, sem autorização e em desacordo com clandestino, inclusive o exercido em residência.
determinação legal ou regulamentar: (Redação dada § 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial,
pela Lei nº 13.964, de 2019) para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino,
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: inclusive o exercido em residência. (Redação dada pela
Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) § 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega
arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer
em desacordo com a determinação legal ou regulamentar,
sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
a agente policial disfarçado, quando presentes elementos
II – modificar as características de arma de fogo, de probatórios razoáveis de conduta criminal
forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de
Tráfico internacional de arma de fogo
qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou
juiz; Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou
saída do território nacional, a qualquer título, de arma de
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fogo, acessório ou munição, sem autorização da do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei
autoridade competente: nº 11.706, de 2008)
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. § 1o Todas as munições comercializadas no País
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e deverão estar acondicionadas em embalagens com
multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) sistema de código de barras, gravado na caixa, visando
possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente,
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
entre outras informações definidas pelo regulamento
vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em
desta Lei.
operação de importação, sem autorização da autoridade
competente, a agente policial disfarçado, quando § 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta expedidas autorizações de compra de munição com
criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de identificação do lote e do adquirente no culote dos
2019) projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena § 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um)
é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou ano da data de publicação desta Lei conterão dispositivo
munição forem de uso proibido ou restrito. intrínseco de segurança e de identificação, gravado no
corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei,
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e
exclusive para os órgãos previstos no art. 6o.
18, a pena é aumentada da metade se forem praticados
por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. § 4o As instituições de ensino policial e as guardas
6o, 7o e 8o desta Lei. municipais referidas nos incisos III e IV do art. 6o e no seu §
6o poderão adquirir insumos e máquinas de recarga de
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17
munição para o fim exclusivo de suprimento de suas
e 18, a pena é aumentada da metade se: (Redação dada
atividades, mediante autorização concedida nos termos
pela Lei nº 13.964, de 2019)
definidos em regulamento. (Incluído pela Medida
I - forem praticados por integrante dos órgãos e Provisória nº 417, de 2008)
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei;
§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas
ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
municipais referidas nos incisos III e IV do caput do art.
II - o agente for reincidente específico em crimes 6o desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir insumos e
dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são suprimento de suas atividades, mediante autorização
insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin concedida nos termos definidos em
3.112-1) regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
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competente para destruição, vedada a cessão para § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706,
qualquer pessoa ou instituição. de 2008)
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a § 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se
quando não mais interessarem à persecução penal serão trate de arma de uso permitido ou de uso restrito,
encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do semestralmente, da relação de armas acauteladas em
Exército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, juízo, mencionando suas características e o local onde se
para destruição ou doação aos órgãos de segurança encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e
2008) simulacros de armas de fogo, que com estas se possam
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a confundir.
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas
quando não mais interessarem à persecução penal serão e os simulacros destinados à instrução, ao adestramento,
encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas
Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para pelo Comando do Exército.
destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar,
às Forças Armadas, na forma do regulamento desta
excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)
restrito.
§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
Exército que receberem parecer favorável à doação,
às aquisições dos Comandos Militares.
obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou
órgão de segurança pública, atendidos os critérios de Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em entidades constantes dos incisos I, II e III do art. 6 o desta
relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas Lei.
instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de Art. 28. É vedado ao menor de vinte e cinco anos
interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
entidades constantes dos incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e X
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas
do caput do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela
em decorrência do tráfico de drogas de abuso, ou de
Medida Provisória nº 379, de 2007).
qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
produção ou comercialização de drogas abusivas, ou,
adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
ainda, que tenham sido adquiridas com recursos
entidades constantes dos incisos I, II e III do art. 6 o desta
provenientes do tráfico de drogas de abuso, perdidas em
Lei. (Vide Medida Provisória nº 390, de 2007)
favor da União e encaminhadas para o Comando do
Art. 28. É vedado ao menor de vinte e cinco anos
Exército, devem ser, após perícia ou vistoria que atestem
adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
seu bom estado, destinadas com prioridade para os órgãos
entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do
de segurança pública e do sistema penitenciário da
art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Medida
unidade da federação responsável pela
Provisória nº 417, de 2008)
apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação
adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
das armas a serem doadas ao juiz competente, que
entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X
determinará o seu perdimento em favor da instituição
do caput do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela
beneficiada. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já
responsabilidade da instituição beneficiada, que
concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a
procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no
publicação desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
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Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de
de validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la, fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo,
perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4 o, 6o e entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e
10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
publicação, sem ônus para o requerente. Art. 32. Os possuidores e proprietários de armas de
Art. 30. Os possuidores e proprietários de armas de fogo não registradas poderão, no prazo de 180 (cento e
fogo não registradas deverão, sob pena de oitenta) dias após a publicação desta Lei, entregá-las à
responsabilidade penal, no prazo de 180 (cento e oitenta) Polícia Federal, mediante recibo e, presumindo-se a boa-
dias após a publicação desta Lei, solicitar o seu registro fé, poderão ser indenizados, nos termos do regulamento
apresentando nota fiscal de compra ou a comprovação da desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de
origem lícita da posse, pelos meios de prova em direito 2004) (Vide Lei nº 11.118, de 2005) (Vide
admitidos. (Vide Lei nº 10.884, de Lei nº 11.191, de 2005)
2004) (Vide Lei nº 11.118, de 2005) (Vide Parágrafo único. Na hipótese prevista neste artigo e
Lei nº 11.191, de 2005) no art. 31, as armas recebidas constarão de cadastro
Art. 30. Os possuidores e proprietários de armas de específico e, após a elaboração de laudo pericial, serão
fogo de fabricação nacional, de uso permitido e não encaminhadas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao
registradas, deverão solicitar o seu registro até o dia 31 de Comando do Exército para destruição, sendo vedada sua
dezembro de 2008, apresentando nota fiscal de compra ou utilização ou reaproveitamento para qualquer fim.
comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de Art. 32. Os possuidores e proprietários de armas de
prova em direito admitidos, ou declaração firmada na qual fogo poderão entregá-las, espontaneamente, mediante
constem as características da arma e a sua condição de recibo e, presumindo-se de boa fé, poderão ser
proprietário. (Redação dada pela Medida indenizados. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 417, de 2008) Provisória nº 417, de 2008)
Parágrafo único. Os possuidores e proprietários de
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de
armas de fogo de procedência estrangeira, de uso
fogo poderão entregá-la, espontaneamente, mediante
permitido, fabricadas anteriormente ao ano de 1997,
recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na
poderão solicitar o seu registro no prazo e condições
forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de
estabelecidos no caput. (Incluído pela Medida
eventual posse irregular da referida
Provisória nº 417, de 2008)
arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de 2008)
fogo de uso permitido ainda não registrada deverão
Parágrafo único. O procedimento de entrega de arma
solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008,
de fogo de que trata o caput será definido em
mediante apresentação de documento de identificação
regulamento. (Incluído pela Medida Provisória nº
pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados
417, de 2008) (Revogado pela Lei nº 11.706, de
de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita
2008)
da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou
declaração firmada na qual constem as características da Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil
arma e a sua condição de proprietário, ficando este reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme
dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das especificar o regulamento desta Lei:
demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo) deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova,
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do facilite ou permita o transporte de arma ou munição sem a
disposto no caput deste artigo, o proprietário de arma de devida autorização ou com inobservância das normas de
fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, segurança;
certificado de registro provisório, expedido na forma do § II – à empresa de produção ou comércio de
4o do art. 5o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.706, armamentos que realize publicidade para venda,
de 2008) estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
exceto nas publicações especializadas.
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Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, § 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá
com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado
adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências em outubro de 2005.
necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas, § 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o
ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. disposto neste artigo entrará em vigor na data de
5o da Constituição Federal. publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela Eleitoral.
prestação dos serviços de transporte internacional e Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro
interestadual de passageiros adotarão as providências de 1997.
necessárias para evitar o embarque de passageiros
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua
armados.
publicação.
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da
registros balísticos serão armazenados no Banco Nacional
Independência e 115o da República.
de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Márcio Thomaz Bastos
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como
José Viegas Filho
objetivo cadastrar armas de fogo e armazenar
Marina Silva
características de classe e individualizadoras de projéteis e
de estojos de munição deflagrados por arma de Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2003
fogo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será ESTATUTO DO DESARMAMENTO –
constituído pelos registros de elementos de munição COMENTÁRIOS –
deflagrados por armas de fogo relacionados a crimes, para
CAPÍTULO IV
subsidiar ações destinadas às apurações criminais federais,
DOS CRIMES E DAS PENAS -
estaduais e distritais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
GENERALIDADES
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será
01. INTRODUÇÃO - A Lei N. 10.826/03 pune diversas
gerido pela unidade oficial de perícia criminal. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) condutas, como a posse e o porte de arma de fogo sem
autorização ou em desacordo com a legislação, o
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de comércio, o tráfico e o disparo. Com a punição para
Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele que essas condutas, quer o legislador evitar que as mesmas
permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos citadas acima não evoluam para crimes mais graves.
previstos nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, Ora, se alguém porta uma arma de fogo sem observar
penal e administrativamente. (Incluído pela Lei nº as formalidades legais, bem intencionado não está.
13.964, de 2019)
Desse modo, o Estatuto do Desarmamento pune o
§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da perigo antes que evolua para um efetivo dano, como,
base de dados do Banco Nacional de Perfis por exemplo, crime de homicídio, roubo e sequestro.
Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco 02. OBJETO JURÍDICO - O Estatuto do Desarmamento (Lei
Nacional de Perfis Balísticos serão regulamentados em ato N. 10.826/03) protege diversos bens jurídicos, tendo
do Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, como o principal a incolumidade Pública (incolumidade
de 2019) significa livre de perigo; são e salvo), ou seja,
CAPÍTULO VI preservação da segurança pública.
Informativo 570 do STJ - Conforme o texto probabilidade de vir a ocorrer algum dano é
retirado o Informativo 570 do STJ, o “bem jurídico presumida pelo tipo penal. Além disso, o objeto
denominado incolumidade pública que, segundo a jurídico tutelado não é a incolumidade física, mas a
doutrina, compreende o complexo de bens e interesses segurança pública e a paz social, sendo irrelevante
relativos à vida, à integridade corpórea e à saúde de o fato de estar a arma de fogo municiada ou não.”
todos e de cada um dos indivíduos que compõem a (HC 104.206/RS, 1.ª Turma, Rel. Min. Cármen
sociedade.” Lúcia, DJe de 26/08/2010)
• TIPO PENAL PREVENTIVO -
03. OBJETO MATERIAL - é a pessoa ou coisa sobre a qual Informativo 493 do STJ - 2012 - “Segundo se
recai a conduta criminosa. Nesse caso são objetos observou, a lei antecipa a punição para o ato
materiais: Arma de Fogo, Acessório, Munição, Explosivo de portar arma de fogo; é, portanto, um tipo
e Incendiário. O Estatuto não traz o conceito desses penal preventivo, que busca minimizar o
objetos materiais, sendo necessário recorrer a outra risco de comportamentos que vêm
norma para conceituar, no caso o Decreto 3.665 de produzindo efeitos danosos à sociedade, na
2000 e o Decreto 5.123/2004. Portanto trata-se uma tentativa de garantir aos cidadãos o exercício
norma penal em branco heterogênea. do direito à segurança e à própria vida.
• Norma penal em branco - é aquela que há a Conclui-se, assim, ser irrelevante aferir a
necessidade de uma outra norma para conceituar eficácia da arma para a configuração do tipo
o preceito primário do artigo ou seu objeto penal, que é misto-alternativo, em que se
material. consubstanciam, justamente, as condutas que
• Normal penal em branco heterogênea - O o legislador entendeu por bem prevenir, seja
complemento da norma penal é oriundo de fonte ela o simples porte de munição ou mesmo o
legislativa diversa daquela que editou a norma que porte de arma desmuniciada.” HC 211.823-
precisa de complemento. SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado
em 22/3/2012.
Exemplo - Estatuto do desarmamento cita arma de
fogo. A definição de arma de fogo está em outra • Arma branca - Tudo aquilo que não for arma de
fonte legislativa, o decreto 5.123/04. fogo, será arma branca por, ou seja, o conceito se
dará por exclusão. O estatuto do desarmamento
não prevê as armas brancas.
04. CLASSIFICAÇÃO –
• Porte ostensivo de arma branca - O porte
CRIME DE DANO E DE PERIGO ABSTRATO - ostensivo de arma branca, em local público,
• CRIME DE PERIGO ABSTRATO - No crime de perigo configura contravenção penal, conforme o
abstrato, o perigo de lesão ao bem jurídico é artigo 19 do Decreto-Lei nº 3.688/41.
presumido, ou seja, dispensa a necessidade de SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA -
prova. Desta forma, com a simples conduta do
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO EM
agente, o crime estará configurado, gerando uma
HABEAS CORPUS. PORTE DE ARMA BRANCA.
situação de perigo ao bem jurídico.
ALEGADA ATIPICIDADE. ART. 19 DA LEI DAS
Exemplo - os crimes da Lei 10.826/03, arts. 12, art.
CONTRAVENÇÕES PENAIS. LEI 9.437/1997.
14, Art. 16.
REVOGAÇÃO APENAS NO QUE SE REFERE AO
• CRIME DE MERA CONDUTA - Os crimes da Lei PORTE DE ARMA DE FOGO. SUBSISTÊNCIA DA
10.826 de 2003 são crimes de mera conduta. Uma CONTRAVENÇÃO QUANTO AO PORTE DE ARMA
vez praticada a conduta descrita no tipo penal, BRANCA. RECURSO DESPROVIDO. A
estará consumado o crime. Lei 9.437/1997, ao instituir o Sistema Nacional
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - de Armas e tipificar o crime de porte não
autorizado de armas de fogo, não revogou o
“O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso
art. 19 da Lei das Contravenções Penais, de
permitido é de mera conduta e de perigo abstrato,
forma que subsiste a contravenção penal em
ou seja, consuma-se independentemente da
relação ao porte de arma branca. Precedentes.
ocorrência de efetivo prejuízo para a sociedade, e a
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Agravo regimental desprovido. (STJ, AgRg no RHC O porte é emitido pela Polícia Federal e somente
26.829/MG, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD será concedida após autorização do Sinarm,
(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE), conforme previsto no art. 10 do Estatuto do
SEXTA TURMA, julgado em 08/05/2014, extraído Desarmamento. Vejamos:
do sitewww.stj.jus.br). Art. 10. A autorização para o porte de
• Explosivo - “Pode-se entender que um explosivo é, arma de fogo de uso permitido, em todo o
em sentido amplo, um material extremamente território nacional, é de competência da
instável, que pode se decompor rapidamente, Polícia Federal e somente será concedida
formando produtos estáveis. Esse processo é após autorização do Sinarm.
denominado de explosão e é acompanhado por USO RESTRITO -
uma intensa liberação de energia, que pode ser
• REGISTRO - O Registro será emitido pelo Comando
feita sob diversas formas e gera uma considerável
do Exército, conforme previsão no Decreto
destruição decorrente da liberação dessa energia.”
5.123/04, em seu Art. 11 e 18; e na Lei 10.826/03,
(Informativo n. 599)
ar. 3° - Vejamos:
(REsp 1.627.028-SP, Rel. Min. Maria Thereza de
Assis Moura, por unanimidade, julgado em Decreto 5.123/04 - Art. 11 - “Arma de fogo de uso
21/2/2017, DJe 3/3/2017.) restrito é aquela de uso exclusivo das Forças
Armadas, de instituições de segurança pública e de
pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente
REGISTRO DA ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO OU MUNIÇÃO - autorizadas pelo Comando do Exército, de acordo
USO PERMITIDO - com legislação específica.”
• REGISTRO - O Registro será emitido pela Polícia Art. 18. Compete ao Comando do Exército
Federal, com prévia autorização do SINARM. O autorizar a aquisição e registrar as armas de fogo
Registro autoriza o proprietário a possuir sua arma de uso restrito.
exclusivamente no interior de sua residência ou § 1° As armas de que trata o caput serão
domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no cadastradas no SIGMA e no SINARM, conforme o
seu local de trabalho, conforme previsto na Lei caso.
10.826/03. Vejamos:
Lei 10.826/03 - Art. 3° É obrigatório o registro de
Art. 5° O certificado de Registro de Arma arma de fogo no órgão competente.
de Fogo, com validade em todo o território
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito
nacional, autoriza o seu proprietário a
serão registradas no Comando do Exército, na
manter a arma de fogo exclusivamente no
forma do regulamento desta Lei.
interior de sua residência ou domicílio, ou
dependência desses, ou, ainda, no seu • PORTE - Caberá ao Comando do Exército autorizar,
local de trabalho, desde que seja ele o conforme artigo 27 da Lei 10.826/03. Vejamos:
titular ou o responsável legal pelo Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar,
estabelecimento ou empresa. (Redação excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de
dada pela Lei nº 10.884, de 2004) uso restrito.
§ 1° O certificado de registro de arma de Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
fogo será expedido pela Polícia Federal e aplica às aquisições dos Comandos Militares.
será precedido de autorização do Sinarm.
DOS CRIMES PROPRIAMENTE DITOS -
• PORTE - Como regra, o porte de arma de fogo é
POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO
vedado em todo território nacional, com ressalvas
(art. 12) - A lei 10.826/03 traz o seguinte texto -
previstas no art. 6° do Estatuto do Desarmamento.
A própria lei traz, em seu art. 6°, um rol de pessoas Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de
autorizadas a portar arma de fogo. fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em
desacordo com determinação legal ou regulamentar,
no interior de sua residência ou dependência desta, ou,
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ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular considerado como a extensão do local de trabalho.
ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: 6. A adoção de tal entendimento ocasionaria a indevida
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. ampliação do art. 12 do Estatuto do Desarmamento,
permitindo a qualquer profissional o livre transporte de
arma de fogo em diversos locais, sob o argumento de que o
CARACTERÍSTICAS DO CRIME -
veículo conduzido consistiria em extensão do local de
• Sujeito Ativo - “Arma dentro da Residência” - é trabalho. (STJ, SEXTA TURMA; Julgado em 20.05.2013;
aquele que pratica o núcleo do tipo previsto no Relator Ministro OG FERNANDES)
artigo. Dentro da residência, é crime comum,
podendo ser praticado por qualquer pessoa, não
exigindo qualidade especial. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - SEXTA TURMA -
APREENSÃO DE ARMA EM CAMINHÃO. TIPIFICAÇÃO.
• Sujeito Ativo - “Local de trabalho” - é crime
O veículo utilizado profissionalmente não pode ser
próprio, exigindo qualidade especial de titular ou
responsável legal. considerado local de trabalho para tipificar a conduta
como posse de arma de fogo de uso permitido (art. 12 da
• Sujeito Passivo - coletividade, sujeito passivo Lei n. 10.826/2003). No caso, um motorista de caminhão
indeterminado. profissional foi parado durante fiscalização da Polícia
Obs. Crime vago - O crime vago é aquele que Rodoviária Federal, quando foram encontrados dentro do
tem como sujeito passivo uma entidade sem veículo um revólver e munições intactas. Denunciado por
personalidade, que não possui sujeito passivo porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 14 do
determinado. Estatuto do Desarmamento), a conduta foi desclassificada
LOCAL DO CRIME - para posse irregular de arma de fogo de uso permitido (art.
12 do mesmo diploma), reconhecendo-se, ainda, a abolitio
• INTERIOR DA SUA RESIDÊNCIA - O crime se
criminis temporária. O entendimento foi reiterado pelo
consuma quando o sujeito ativo possui ou mantém
tribunal de origem no julgamento da apelação. O Min.
a posse da arma de uso permitido no interior de
Relator registrou que a expressão local de trabalho contida
sua residência, ou seja, intra-muros.
no art. 12 indica um lugar determinado, não móvel,
• LOCAL DE TRABALHO - O crime em análise conhecido, sem alteração de endereço. Dessa forma, a
também se configura se for praticado no local de referida expressão não pode abranger todo e qualquer
trabalho. Local de trabalho é aquele onde ele espaço por onde o caminhão transitar, pois tal
exerce seu ofício, como médico no seu consultório, circunstância está sim no âmbito da conduta prevista
advogado no seu escritório ou comerciante no seu como porte de arma de fogo. Precedente citado: HC
comércio. 116.052-MG, DJe 9/12/2008. REsp 1.219.901-MG, Rel. Min.
• TRANSPORTE DE ARMAS EM VEÍCULOS - Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/4/2012.
MOTORISTA DE TÁXI e CAMINHÕES - PORTE POSSE (ART. 12) DE MUNIÇÃO SEM ARMA DE FOGO –
ILEGAL - Em setembro de 2017, o STF aplicou o princípio a
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - insignificância a um caso, onde o sujeito ativo possuía, em
1. (...) sua residência, apenas uma munição de calibre 38.
Segundo a Defensoria estadual, a mera posse de uma
3. No mais, melhor sorte não assiste ao agravante, visto
munição isolada, apreendida dentro da residência de S.L.D.,
que não é possível desclassificar o crime de porte ilegal
sem a arma de fogo, atrairia o reconhecimento da
para o delito definido no artigo 12 do Estatuto do
atipicidade da conduta tida como delituosa, em
Desarmamento, conforme pretende a Defesa.
consonância com os princípios da insignificância,
4. Dispõe o art. 12 da Lei n. 10.826/03 que somente
proporcionalidade e razoabilidade.
caracteriza o delito de posse quando o artefato se
encontrar "no interior da residência ou dependência desta, Assim, o STF decidiu que a tipicidade material pode ser
ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular afastada na posse de munição se, no caso concreto, a
ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa". conduta não se revela perigosa, como no caso da posse, na
5. Ora, conquanto o recorrente seja motorista de táxi e o própria residência do agente, de um projétil
utilize para sua atividade laboral, este não pode ser desacompanhado de arma de fogo
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Em seu voto, o ministro Lewandowski reconhece que se impõem registro das armas no órgão competente.
trata de conduta formalmente típica, mas que, a seu ver, (...)
não se mostra típica em sua dimensão material. A mens legis do denominado Estatuto do
“Não é possível vislumbrar, nas circunstâncias, Desarmamento foi proteger a incolumidade
situação que exponha o corpo social a perigo, uma pública, por meio de tipos penais e de outros
vez que a única munição apreendida, guardada na dispositivos destinados ao maior controle de armas
residência do acusado e desacompanhada de arma de fogo pelo governo. Nesse cenário, foi instituído
de fogo, por si só, é incapaz de provocar qualquer o Sistema Nacional de Armas (SINARM), órgão
lesão à incolumidade pública” (RHC 143.449/MS, j. competente para, entre outras atividades,
26/09/2017). identificar as características e a propriedade de
armas de fogo. (...)
• STF - ARMA DE FOGO. REGISTRO VENCIDO - Afasta-se, ainda, a alegação de que a condição de
Delegado de Polícia autorizaria a posse e o porte
“Habeas corpus. Penal. Crime de posse irregular de
das armas, pois essa autorização deve ser
arma de fogo de uso permitido (art. 12 da Lei nº
complementada com a necessidade do
10.826/03). Atipicidade da conduta. Pretendido
cumprimento das formalidades legais previstas na
reconhecimento da existência de mera infração
Lei n. 10.826/2003. Por fim, não é possível a
administrativa. (...) Arma de fogo. Registro
aplicação, à hipótese concreta, do princípio da
vencido. Apreensão no domicílio do paciente.
adequação social, formulado por Hans Welzel,
Agente que, em tese, possuía arma de fogo em
vetor geral de hermenêutica, segundo o qual, dada
desacordo com determinação legal ou
a natureza subsidiária e fragmentária do direito
regulamentar. Caso que se reveste de
penal, não se pode reputar como criminosa uma
peculiaridades que tornam atípica a conduta do
ação ou omissão aceita ou tolerada pela sociedade,
paciente (...) Dolo ausente. Não conhecimento da
ainda que formalmente subsumida a um tipo legal
impetração. Concessão da ordem, de ofício, para
incriminador. (RHC 70.141-RJ, Rel. Min. Rogério
determinar o trancamento da ação penal. 05/2016
Schietti Cruz, por unanimidade, julgado em
- (HC 133468 / MG - 24)
7/2/2017, DJe 16/2/2017.)
• STJ - ATIPICIDADE DA CONDUTA DE POSSE ILEGAL
DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO COM
REGISTRO VENCIDO - OMISSÃO DE CAUTELA – (Art. 13, CAPUT) - A lei 10.826/03
traz o seguinte texto -
Não configura o crime de posse ilegal de arma de
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para
fogo (art. 12 da lei nº 10.826/2003) a conduta do
impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
agente que mantém sob guarda, no interior de
portadora de deficiência mental se apodere de arma de
sua residência, arma de fogo de uso permitido
fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua
com registro vencido. (...) Se o agente já procedeu
propriedade:
ao registro da arma, a expiração do prazo é mera
irregularidade administrativa que autoriza a Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
apreensão do artefato e aplicação de multa. A
conduta, no entanto, não caracteriza ilícito penal.
CARACTERÍSTICAS DO CRIME -
(STJ. 5ªTurma. HC 294.078/SP, Rei. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 26/08/2014.) • Sujeito Passivo – O sujeito passivo é próprio, uma
vez que só poderá ser sujeito passivo desse crime o
• STJ - Posse e porte ilegal de armas de fogo e
menor de 18 anos ou portador de deficiência
munições de uso permitido. Ausência de
mental. Ressalta-se que o dispositivo só citou o
certificado federal. Delegado de Polícia Civil.
portador de deficiência mental, não fazendo
Irrelevância. Conduta Típica.
referência ao portador de deficiência física.
É típica e antijurídica a conduta de policial civil
• Consumação – Apoderamento da arma por parte
que, mesmo autorizado a portar ou possuir arma
do sujeito passivo – O crime se consuma quando o
de fogo, não observa as imposições legais
sujeito ativo deixa de observar as cautelas
previstas no Estatuto do Desarmamento, que
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necessária e ocorre o apoderamento por parte do veracidade do cadastro de arma de fogo perante
sujeito passivo. Dessa forma, não basta que o ao Sinarm.
agente deixe de tomar as cautelas necessárias, é • Objeto Material – é a pessoa ou coisa sobre a qual
necessário que o sujeito passivo se apodere do recai a conduta.
objeto material (arma de fogo).
• Consumação – Trata-se de um crime a prazo, uma
• Elemento Subjetivo – Crime Culposo – vez que o crime só irá se consumar depois de
• Entregar dolosamente arma de fogo - Se o decorridos 24 horas da ocorrência do fato.
proprietário ou possuidor da arma de fogo • Momento do início da contagem - De acordo com
entregar, dolosamente, a arma de fogo, a doutrina majoritária, a contagem do prazo de 24
responderá pelo crime de Porte de arma de fogo horas começa a iniciar a partir do momento que o
de uso permitido (art. 14) ou Porte de arma de sujeito ativo toma conhecimento do ilícito, apesar
fogo de uso restrito (art. 16), conforme o caso. de a literalidade do artigo trazer que é a partir da
Vejamos: ocorrência do fato. Caso contrário, estaria
Art. 14 – Portar (...) fornecer, (...) ceder... configurada a responsabilidade objetiva.
arma de fogo (...) de uso permitido.
• Crime Omissivo Próprio ou Puro – é classificado
Art. 16 – Portar (...) fornecer, (...) ceder...
com crime omissivo próprio ou puro, uma vez que
arma de fogo (...) de uso permitido.
o artigo traz uma conduta negativa, o não agir, que
se consuma com a mera omissão.
• Tentativa – Como se trata de crime culposo, não
• Tentativa – Como se trata de crime omissivo
admite a tentativa.
próprio ou puro, não admite a tentativa.
• POSSE ILEGAL + OMISSÃO DE CAUTELA – É
possível haver concurso de crimes nesse caso,
PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO – (ART. 14) - A lei
quando o agente possui a arma de fogo sem
10.826/03 traz o seguinte texto -
autorização ou em desacordo com a determinação
legal ou regulamentar e um menor de 18 anos, por Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber,
exemplo, se apodera da arma. Nesse caso, haverá ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
concurso material de crimes. gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
manter sob guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição, de uso permitido, sem
CONDUTA EQUIPARADA À OMISSÃO DE CAUTELA – (Art. autorização e em desacordo com determinação
13, parágrafo único) - A lei 10.826/03 traz o seguinte texto - legal ou regulamentar:
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
proprietário ou diretor responsável de empresa de
multa.
segurança e transporte de valores que deixarem de registrar
ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda,
furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, CARACTERÍSTICAS DO CRIME –
acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas 1. Sujeito Ativo – é crime comum, podendo ser
primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato. praticado por qualquer pessoa, não exigindo
qualidade especial.
CARACTERÍSTICAS DO CRIME - 2. Sujeito Ativo – Coletividade.
• Sujeito Ativo – Como o crime só poderá ser pratica 3. Objeto Material – é a pessoa ou coisa sobre a
por proprietário ou diretor responsável pela qual recai a conduta criminosa. Nesse caso são
empresa de segurança e transporte de valores, é objetos materiais: Arma de fogo, Acessório,
crime próprio. Munição. Esses já foram conceituados acima.
• Sujeito Passivo - é a Coletividade. 4. Objeto Jurídico – Incolumidade Pública;
• Objeto Jurídico Protegido – O bem jurídico Segurança pública.
protegido é a incolumidade pública; bem como a 5. TIPO MISTO ALTERNATIVO – O caput do art. 14
prevê 13 condutas criminosas que, se praticadas
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pelo sujeito, incorrerá nesse crime. Temos, Ressalta-se que se a ineficácia for relativa, haverá crime
portanto, um tipo penal misto alternativo. Dessa sim.
forma, em obediência ao princípio da
alternatividade, se no mesmo contexto fático, INFORMATIVO 570 - STJ - DIREITO PENAL. ATIPICIDADE DA
tratando-se do mesmo objetivo material, o CONDUTA DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO INEFICAZ.
sujeito praticar várias condutas previstas, Demonstrada por laudo pericial a total ineficácia da arma
incorrerá em um único crime. Nesse caso, não de fogo e das munições apreendidas, deve ser reconhecida
há que se falarem concurso de crimes. a atipicidade da conduta do agente que detinha a posse do
EXEMPLO – “Alfa” empresta um revolver a referido artefato e das aludidas munições de uso proibido,
“Bravo”; adquire uma pistola de “Charlie” e vende sem autorização e em desacordo com a determinação
munição para “Delta”. legal/regulamentar. Inicialmente, convém destacar que a
Nesse caso, não há se falar em um único crime, Terceira Seção do STJ pacificou entendimento no sentido de
pois são contextos fáticos diferentes e objetos que o tipo penal de posse ou porte ilegal de arma de fogo é
materiais distintos. O sujeito deverá responder por delito de mera conduta ou de perigo abstrato, sendo
cada crime de forma isolada, em concurso irrelevante a demonstração de seu efetivo caráter
material, formal, ou, se presente os requisitos, em ofensivo e, assim, desnecessária a realização de laudo
crime continuado. pericial para atestar a potencialidade lesiva da arma de
fogo ou da munição apreendida (EREsp 1.005.300-RS, DJe
Obs. O “tipo misto alternativo” é também chamado de
19/12/2013). Contudo, se tiver sido realizado laudo técnico
plurinucleares, crime de ação múltipla ou de conteúdo
na arma de fogo e este tiver apontado a total ineficácia do
variado.
artefato, descartando, por completo, a sua potencialidade
lesiva e, ainda, consignado que as munições apreendidas
PORTE SIMULTÂNEO DE DUAS ARMAS DE FOGO DE USO estavam percutidas e deflagradas, a aplicação da
PERMITIDO – jurisprudência supramencionada deve ser afastada. Isso
porque, nos termos do que foi proferido no AgRg no HC
Se, no mesmo contexto fático, o sujeito porta duas armas
149.191-RS (Sexta Turma, DJe 17/5/2010), arma, para ser
de fogo, ou seja, praticando um núcleo do tipo penal, ele
arma, há de ser eficaz; caso contrário, de arma não se cuida.
responderá apenas por um crime. Nesse caso, a quantidade
(...)Nessa ordem de ideias, a Quinta Turma do STJ (AgRg no
de armas será levada em consideração na dosagem da
AREsp 397.473-DF, DJe 25/08/2014), ao enfrentar situação
pena.
fática similar - porte de arma de fogo periciada e
totalmente ineficiente - asseverou que o objeto
PORTE SIMULTÂNEO DE UMA ARMA DE FOGO DE USO apreendido não se enquadrava no conceito técnico de
PERMITIDO E UMA DE USO RESTRITO – arma de fogo, razão pela qual considerou descaracterizado
Apesar de divergência, prevalece que o sujeito irá o crime de porte ilegal de arma de fogo. De modo
responder pelo crime mais grave, porte de uso restrito. A semelhante, embora pacífico que a incidência da causa de
quantidade de arma será levada em consideração na aumento de pena pelo uso de arma de fogo no delito de
dosagem da pena. roubo dispensa a sua apreensão e perícia, as Turmas de
Direito Penal do STJ consolidaram entendimento no sentido
de que, caso atestada a ineficácia e inaptidão da arma,
ARMA DE FOGO QUEBRADA – INFORMATIVO 570 do STJ –
torna-se incabível a aplicação da majorante prevista no art.
Se a arma estiver quebrada e, em razão disso, 157, § 2º, I, do CP. Desse modo, conclui-se que arma de
totalmente inapta a efetuar disparos, não restará fogo pressupõe artefato destinado e capaz de ferir ou
configurado o crime em análise. A demonstração será feita matar, de maneira que deve ser reconhecida a atipicidade
mediante laudo pericial. Desta forma, não há que se falar da conduta de possuir munições deflagradas e percutidas,
em crime em razão da atipicidade da conduta do agente. bem como arma de fogo inapta a disparar, ante a ausência
Ora, a arma só poderá ser considerada como tal se de potencialidade lesiva, tratando-se de crime impossível
estiver apta a efetuar disparos, enquadrando-se no conceito pela ineficácia absoluta do meio. REsp 1.451.397-MG, Rel.
técnico de arma. Do contrário, será um simples pedaço de Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 15/9/2015,
metal. DJe 1º/10/2015.
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PORTE (ART. 14) DE MUNIÇÃO SEM ARMA DE FOGO – em obra de arte, para confecção de chaveiro etc.” (AgRg no
INFORMATIVO 688 do STF – REsp 1.621.389/RS, DJe 01/08/2017)
É crime sim, uma vez que se trata de crime de perigo
abstrato, não sendo necessário demonstrar e perigo efetivo EMENTA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.
da conduta do agente. DIREITO PENAL. PORTE DE MUNIÇÃO DE ARMA DE FOGO
INFORMATIVO 688 do STF - Porte de munição e lesividade DE USO PERMITIDO. ART. 14 DA LEI 10.826/2003.
da conduta TIPICIDADE DA CONDUTA. CRIME DE PERIGO ABSTRATO.
A 2ª Turma denegou habeas corpus no qual se requeria a 1. O porte de munição de arma de fogo de uso permitido
absolvição do paciente — condenado pelo porte de constitui crime de perigo abstrato, portanto irrelevante a
munição destinada a revólver de uso permitido, sem presença da arma de fogo para sua tipificação (art. 14 da Lei
autorização legal ou regulamentar (Lei 10.826/2003, art. 14) 10.826/2003). Precedentes. 2. Recurso ordinário em habeas
— sob o argumento de ausência de lesividade da conduta. corpus não provido. (STF - RHC: 119019 ES, Relator: Min.
Inicialmente, não se conheceu do writ quanto à alegada ROSA WEBER, Data de Julgamento: 11/03/2014, Primeira
atipicidade em razão de abolitio criminis temporária, pois Turma, Data de Publicação: DJe-060 DIVULG 26-03-2014
não veiculada no STJ. No que concerne ao pedido PUBLIC 27-03-2014)
alternativo de absolvição do paciente, enfatizou-se que a POSSE (ART. 12) DE MUNIÇÃO SEM ARMA DE FOGO –
objetividade jurídica da norma penal em comento Em setembro de 2017, o STF aplicou o princípio a
transcenderia a mera proteção da incolumidade pessoal insignificância a um caso, onde o sujeito ativo possuía, em
para alcançar, também, a tutela da liberdade individual e sua residência, apenas uma munição de calibre 38.
do corpo social como um todo, asseguradas ambas pelo
Segundo a Defensoria estadual, a mera posse de uma
incremento dos níveis de segurança coletiva que a lei
munição isolada, apreendida dentro da residência de S.L.D.,
propiciaria. Por fim, firmou-se ser irrelevante cogitar-se da
sem a arma de fogo, atrairia o reconhecimento da
lesividade da conduta de portar apenas munição, porque a
atipicidade da conduta tida como delituosa, em
hipótese seria de crime de perigo abstrato, para cuja
consonância com os princípios da insignificância,
caracterização não importaria o resultado concreto da
proporcionalidade e razoabilidade.
ação.
Assim, o STF decidiu que a tipicidade material pode ser
afastada na posse de munição se, no caso concreto, a
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – conduta não se revela perigosa, como no caso da posse, na
“É pacífico nesta Corte Superior o entendimento no própria residência do agente, de um projétil
sentido de que é inaplicável o princípio da insignificância desacompanhado de arma de fogo
aos crimes de posse e de porte de arma de fogo e ou Em seu voto, o ministro Lewandowski reconhece que se
munição, ante a natureza de crimes de perigo abstrato, trata de conduta formalmente típica, mas que, a seu ver,
independentemente da quantidade de munição ou armas não se mostra típica em sua dimensão material.
apreendidas” (AgRg no AREsp 1.098.040/ES, DJe
“Não é possível vislumbrar, nas circunstâncias, situação que
24/08/2017).
exponha o corpo social a perigo, uma vez que a única
munição apreendida, guardada na residência do acusado e
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – desacompanhada de arma de fogo, por si só, é incapaz de
“A teor dos precedentes desta Corte, o porte ilegal de provocar qualquer lesão à incolumidade pública” (RHC
munição, ainda que não associado a arma de fogo de calibre 143.449/MS, j. 26/09/2017).
compatível, é lesivo à segurança pública e compromete a
paz social. Por tal razão, em princípio, é incabível a
USO DA MUNIÇÃO COMO PINGENTE — INFORMATIVO 826
aplicação do princípio da insignificância ao crime previsto
DO STF -
no art. 12 da Lei n. 10.826/2003. 2. A sentença descreve a
apreensão em poder do acusado de seis munições de uso “É atípica a conduta daquele que porta, na forma
permitido, em desacordo com a determinação legal ou de pingente, munição desacompanhada de arma.
regulamentar, o que é suficiente para caracterizar a HC 133984/MG, rel. Min. Cármen Lúcia, 17.5.2016.
tipicidade material da conduta, pois a natureza dos (HC-133984)
projéteis não estava descaracterizada mediante utilização
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DISPARO DE ARMA DE FOGO - (ART. 15) - A lei 10.826/03 Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
traz o seguinte texto - inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição O parágrafo único do art. 14 vedou a concessão de
em lugar habitado ou em suas adjacências, em via liberdade provisória com fiança. No entanto, o STF, por
pública ou em direção a ela, desde que essa meio da ADIn 3.112, declarou inconstitucional esse
conduta não tenha como finalidade a prática de dispositivo. O argumento usado pelo STF foi que a
outro crime: vedação fere o princípio da razoabilidade, não podendo
ser equiparados aos crimes de tráfico, terrorismo,
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
tortura e aos Hediondos.
multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
inafiançável
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POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO de arma de uso permitido ou restrito) e aquele que cede
RESTRITO (Art. 16) - A lei 10.826/03 traz o seguinte texto - arma de fogo na atividade comercial (art. 17) a outrem está
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, na comprovação dos seguintes requisitos: finalidade de
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que obter lucro e estabilidade/permanência na prática dos atos
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob de comércio.
sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição
de uso restrito, sem autorização e em desacordo com REQUISITOS PARA CONFIGURAR DO CRIME –
determinação legal ou regulamentar:
Para que haja a configuração do crime em análise, deverão
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. está presentes os dois requisito: finalidade da obtenção de
lucro e estabilidade, permanência, constância, continuidade
PORTE SIMULTÂNEO DE DUAS ARMAS DE FOGO DE USO na prática do ato de comércio.
RESTRITO – Desse modo, a prática eventual, ocasional, esporádica, não
Se, no mesmo contexto fático, o sujeito porta duas armas reiterada de vendas de munição de forma irregular não
de fogo, ou seja, haverá só um crime. Nesse caso, a configura o crime em análise.
quantidade de armas será levada em consideração na
dosagem da pena. TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO (art. 18) –
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE – O crime de tráfico
PORTE DE ARMA DE FOGO SEM MUNIÇÃO – É pacífico na internacional de arma de fogo é crime especial em relação
jurisprudência do STF e do STJ que o porte de arma de fogo aos crimes de contrabando (art. 334 - A, CP) e facilitação de
mesmo sem munição é crime. contrabando (art. 318, CP).
Aurélio, que deferia a ordem por reputar configurado no Por fim, os crimes previstos nos art. 16, 17 e 18 do Estatuto
caso o crime de bagatela, tendo em vista que a imputação do desarmamento cabe a liberdade provisória, desde que
diria respeito tão-somente às 3 cápsulas de origem ausentes os requisitos que motivam sua manutenção. Nesse
estrangeira, mas não a todo o material apreendido. HC sentido, "Insusceptibilidade de liberdade provisória quanto
97777/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.10.2010. aos delitos elencados nos arts. 16, 17 e 18.
(HC-97777) Inconstitucionalidade reconhecida, visto que o texto
magno não autoriza a prisão ex lege, em face dos
princípios da presunção de inocência e da obrigatoriedade
LIBERDADE PROVISÓRIA (Art. 21) A lei 10.826/03 traz o
de fundamentação dos mandados de prisão pela
seguinte texto -
autoridade judiciária competente". (ADI 3112, DJe-131 25-
Art. 21 - Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são 10-2007)
insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)
De acordo com o Código de Processo Penal (CPP), a prisão APREENSÃO DAS ARMAS DE FOGO - (ART. 25) - A lei
provisória é uma medida cautelar que deverá estar 10.826/03 traz o seguinte texto -
fundamentada nos princípios da necessidade e
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a
excepcionalidade. Dessa forma, deve-se manter a prisão de
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos
alguém quando presentes os requisitos da prisão preventiva
autos, quando não mais interessarem à persecução
prevista no art. 312 do CPP, conforme orientação
penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao
jurisprudencial.
Comando do Exército, no prazo máximo de 48
Ainda reforça a doutrina, amparada na jurisprudência, que (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação
não há previsão de prisão ex lege no nosso ordenamento aos órgãos de segurança pública ou às Forças
jurídico. Isto é, não existe prisão decorrente unicamente de Armadas, na forma do regulamento desta Lei.
lei, sem observar os requisitos legais, sem motivação, (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
violando os princípios do contraditório e ampla defesa.
Dito isso, fica claro que a intenção do legislador no sentido
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006
de proibir a concessão de liberdade provisória nos arts. 16,
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre
17 e 18 do Estatuto do desarmamento. No entanto, tal
Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso
dispositivo foi declarado inconstitucional pelo STF na Adin
indevido, atenção e reinserção social de usuários e
3112 com base nos seguintes motivos:
dependentes de drogas; estabelece normas para repressão
• Inexistência de prisão ex lege, ou seja, à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas;
decorrente unicamente de lei; define crimes e dá outras providências.
• Afronto ao princípio da presunção de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
inocência (art. 5°, inciso LVII); Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
• Afronto ao princípio da Proporcionalidade - A TÍTULO I
pena prevista no tipo penal deve ser
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
proporcional ao mal causado. Os crimes que
foram objetos dessa Adin 3112 são Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de
considerados de mera conduta, dessa forma, Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve
merecem um tratamento menos severo. medidas para prevenção do uso indevido, atenção e
Diferente dos crimes de máximo potencial reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
ofensivo (tráfico, tortura, terrorismo e os estabelece normas para repressão à produção não
definidos como hediondos), que por força autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
constitucional recebem um tratamento mais Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se
severo. Assim, aqueles crimes (art. 16, 17 e 18 como drogas as substâncias ou os produtos capazes de
do Estatuto do desarmamento) não poderão causar dependência, assim especificados em lei ou
ser tratados de igual modo com esses (tráfico, relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo
tortura, terrorismo e os definidos como Poder Executivo da União.
hediondos).
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Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território fatores de proteção para o uso indevido de drogas e
nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a outros comportamentos correlacionados;
colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla
possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a participação social, para o estabelecimento dos
hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como fundamentos e estratégias do Sisnad;
o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações
V - a promoção da responsabilidade compartilhada
Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a
entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da
respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-
participação social nas atividades do Sisnad;
religioso.
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a
fatores correlacionados com o uso indevido de drogas,
cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste
com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos,
em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, VII - a integração das estratégias nacionais e
respeitadas as ressalvas supramencionadas. internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
TÍTULO II
de repressão à sua produção não autorizada e ao seu
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE tráfico ilícito;
DROGAS
VIII - a articulação com os órgãos do Ministério
Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à
integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas cooperação mútua nas atividades do Sisnad;
com:
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reconheça a interdependência e a natureza complementar
reinserção social de usuários e dependentes de drogas; das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e
II - a repressão da produção não autorizada e do reinserção social de usuários e dependentes de drogas,
tráfico ilícito de drogas. repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito
§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de de drogas;
princípios, regras, critérios e recursos materiais e humanos X - a observância do equilíbrio entre as atividades
que envolvem as políticas, planos, programas, ações e de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
projetos sobre drogas, incluindo-se nele, por adesão, os de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Estados, produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a
Distrito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº garantir a estabilidade e o bem-estar social;
13.840, de 2019) XI - a observância às orientações e normas
§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema emanadas do Conselho Nacional Antidrogas - Conad.
Único de Saúde - SUS, e com o Sistema Único de Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:
Assistência Social - SUAS. (Incluído pela Lei nº 13.840,
I - contribuir para a inclusão social do cidadão,
de 2019)
visando a torná-lo menos vulnerável a assumir
CAPÍTULO I comportamentos de risco para o uso indevido de drogas,
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SIS TEMA seu tráfico ilícito e outros comportamentos
NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS correlacionados;
Art. 4º São princípios do Sisnad: II - promover a construção e a socialização do
I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa conhecimento sobre drogas no país;
humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua III - promover a integração entre as políticas de
liberdade; prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
II - o respeito à diversidade e às especificidades usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
populacionais existentes; produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas
públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União,
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de
Distrito Federal, Estados e Municípios;
cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como
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Art. 7º-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº XIII - adotar medidas de enfretamento aos crimes
13.840, de 2019) transfronteiriços; e (Incluído pela Lei nº 13.840, de
2019)
Art. 8º (VETADO)
XIV - estabelecer uma política nacional de controle
Seção II
de fronteiras, visando a coibir o ingresso de drogas no
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) País. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Das Competências Art. 8º-B . (VETADO). (Incluído pela Lei nº
Art. 8º-A. Compete à União: (Incluído pela Lei 13.840, de 2019)
nº 13.840, de 2019) Art. 8º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
I - formular e coordenar a execução da Política 13.840, de 2019)
Nacional sobre Drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de CAPÍTULO II-A
2019)
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
II - elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre
DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS
Drogas, em parceria com Estados, Distrito Federal,
Municípios e a sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.840, Seção I
de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
III - coordenar o Sisnad; (Incluído pela Lei Do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas
nº 13.840, de 2019)
Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de
IV - estabelecer diretrizes sobre a organização e Políticas sobre Drogas, dentre outros: (Incluído pela
funcionamento do Sisnad e suas normas de Lei nº 13.840, de 2019)
referência; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
I - promover a interdisciplinaridade e integração
V - elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, dos programas, ações, atividades e projetos dos órgãos e
prioridades, indicadores e definir formas de financiamento entidades públicas e privadas nas áreas de saúde,
e gestão das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei educação, trabalho, assistência social, previdência social,
nº 13.840, de 2019) habitação, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção
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do uso de drogas, atenção e reinserção social dos usuários § 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5
ou dependentes de drogas; (Incluído pela Lei nº (cinco) anos a contar de sua aprovação.
13.840, de 2019) § 2º O poder público deverá dar a mais ampla
II - viabilizar a ampla participação social na divulgação ao conteúdo do Plano Nacional de Políticas
formulação, implementação e avaliação das políticas sobre sobre Drogas.
drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) Seção II
III - priorizar programas, ações, atividades e (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
projetos articulados com os estabelecimentos de ensino,
Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas
com a sociedade e com a família para a prevenção do uso
de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas,
constituídos por Estados, Distrito Federal e Municípios,
IV - ampliar as alternativas de inserção social e
terão os seguintes objetivos: (Incluído pela Lei nº
econômica do usuário ou dependente de drogas,
13.840, de 2019)
promovendo programas que priorizem a melhoria de sua
escolarização e a qualificação profissional; (Incluído I - auxiliar na elaboração de políticas sobre
pela Lei nº 13.840, de 2019) drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
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(Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019) IX - observância do plano individual de atendimento
na forma do art. 23-B desta Lei; (Incluído pela Lei nº
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, TRATAMENTO,
13.840, de 2019)
ACOLHIMENTO E DE REINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA
DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS X - orientação adequada ao usuário ou dependente
de drogas quanto às consequências lesivas do uso de
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drogas, ainda que ocasional. (Incluído pela Lei nº individualizado; e (Incluído pela Lei nº 13.840, de
13.840, de 2019) 2019)
Seção II IV - acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) Sisnad, de forma articulada. (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019)
Da Educação na Reinserção Social e Econômica
§ 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos
Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos
técnicos de tratamento, em âmbito nacional. (Incluído
integrantes do Sisnad terão atendimento nos programas
pela Lei nº 13.840, de 2019)
de educação profissional e tecnológica, educação de
jovens e adultos e alfabetização. (Incluído pela Lei nº § 2º A internação de dependentes de drogas
13.840, de 2019) somente será realizada em unidades de saúde ou hospitais
gerais, dotados de equipes multidisciplinares e deverá ser
Seção III
obrigatoriamente autorizada por médico devidamente
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do
Do Trabalho na Reinserção Social e Econômica Estado onde se localize o estabelecimento no qual se dará
a internação. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 22-B. (VETADO).
§ 3º São considerados 2 (dois) tipos de
Seção IV
internação: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
I - internação voluntária: aquela que se dá com o
Do Tratamento do Usuário ou Dependente de consentimento do dependente de drogas; (Incluído
Drogas pela Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, II - internação involuntária: aquela que se dá, sem o
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios consentimento do dependente, a pedido de familiar ou do
desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao responsável legal ou, na absoluta falta deste, de servidor
dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do público da área de saúde, da assistência social ou dos
Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 órgãos públicos integrantes do Sisnad, com exceção de
desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada. servidores da área de segurança pública, que constate a
Art. 23-A. O tratamento do usuário ou dependente existência de motivos que justifiquem a
de drogas deverá ser ordenado em uma rede de atenção à medida. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
saúde, com prioridade para as modalidades de tratamento § 4º A internação voluntária: (Incluído pela
ambulatorial, incluindo excepcionalmente formas de Lei nº 13.840, de 2019)
internação em unidades de saúde e hospitais gerais nos
I - deverá ser precedida de declaração escrita da
termos de normas dispostas pela União e articuladas com
pessoa solicitante de que optou por este regime de
os serviços de assistência social e em etapas que
tratamento; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
permitam: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
II - seu término dar-se-á por determinação do
I - articular a atenção com ações preventivas que
médico responsável ou por solicitação escrita da pessoa
atinjam toda a população; (Incluído pela Lei nº 13.840,
que deseja interromper o tratamento. (Incluído pela
de 2019)
Lei nº 13.840, de 2019)
II - orientar-se por protocolos técnicos predefinidos,
§ 5º A internação involuntária: (Incluído pela
baseados em evidências científicas, oferecendo
Lei nº 13.840, de 2019)
atendimento individualizado ao usuário ou dependente de
drogas com abordagem preventiva e, sempre que I - deve ser realizada após a formalização da decisão
indicado, ambulatorial; (Incluído pela Lei nº 13.840, de por médico responsável; (Incluído pela Lei nº 13.840,
2019) de 2019)
III - preparar para a reinserção social e econômica, II - será indicada depois da avaliação sobre o tipo de
respeitando as habilidades e projetos individuais por meio droga utilizada, o padrão de uso e na hipótese
de programas que articulem educação, capacitação para o comprovada da impossibilidade de utilização de outras
trabalho, esporte, cultura e acompanhamento alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à
saúde; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
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III - perdurará apenas pelo tempo necessário à individual a ser adotado, levantando no
desintoxicação, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, mínimo: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
tendo seu término determinado pelo médico I - o tipo de droga e o padrão de seu uso;
responsável; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) e (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
IV - a família ou o representante legal poderá, a II - o risco à saúde física e mental do usuário ou
qualquer tempo, requerer ao médico a interrupção do dependente de drogas ou das pessoas com as quais
tratamento. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) convive. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 6º A internação, em qualquer de suas § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de
modalidades, só será indicada quando os recursos extra- 2019)
hospitalares se mostrarem insuficientes. (Incluído pela
§ 3º O PIA deverá contemplar a participação dos
Lei nº 13.840, de 2019)
familiares ou responsáveis, os quais têm o dever de
§ 7º Todas as internações e altas de que trata esta contribuir com o processo, sendo esses, no caso de
Lei deverão ser informadas, em, no máximo, de 72 crianças e adolescentes, passíveis de responsabilização
(setenta e duas) horas, ao Ministério Público, à Defensoria civil, administrativa e criminal, nos termos da Lei nº 8.069,
Pública e a outros órgãos de fiscalização, por meio de de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do
sistema informatizado único, na forma do regulamento Adolescente . (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a
§ 8º É garantido o sigilo das informações responsabilidade da equipe técnica do primeiro projeto
disponíveis no sistema referido no § 7º e o acesso será terapêutico que atender o usuário ou dependente de
permitido apenas às pessoas autorizadas a conhecê-las, drogas e será atualizado ao longo das diversas fases do
sob pena de responsabilidade. (Incluído pela Lei nº atendimento. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
13.840, de 2019)
§ 5º Constarão do plano individual, no
§ 9º É vedada a realização de qualquer modalidade mínimo: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
de internação nas comunidades terapêuticas
I - os resultados da avaliação multidisciplinar;
acolhedoras. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 10. O planejamento e a execução do projeto
II - os objetivos declarados pelo
terapêutico individual deverão observar, no que couber, o
atendido; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
previsto na Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001 , que
dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas III - a previsão de suas atividades de integração
portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo social ou capacitação profissional; (Incluído pela Lei nº
assistencial em saúde mental. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
13.840, de 2019) IV - atividades de integração e apoio à
Seção V família; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) V - formas de participação da família para efetivo
cumprimento do plano individual; (Incluído pela Lei nº
Do Plano Individual de Atendimento
13.840, de 2019)
Art. 23-B . O atendimento ao usuário ou
VI - designação do projeto terapêutico mais
dependente de drogas na rede de atenção à saúde
adequado para o cumprimento do previsto no plano;
dependerá de: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
e (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
I - avaliação prévia por equipe técnica
VII - as medidas específicas de atenção à saúde do
multidisciplinar e multissetorial; e (Incluído pela Lei nº
atendido. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
13.840, de 2019)
§ 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30
II - elaboração de um Plano Individual de
(trinta) dias da data do ingresso no atendimento. (Incluído
Atendimento - PIA. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
pela Lei nº 13.840, de 2019)
2019)
§ 7º As informações produzidas na avaliação e as
§ 1º A avaliação prévia da equipe técnica
registradas no plano individual de atendimento são
subsidiará a elaboração e execução do projeto terapêutico
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consideradas sigilosas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de VI - vedação de isolamento físico do usuário ou
2019) dependente de drogas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 2019)
Municípios poderão conceder benefícios às instituições § 1º Não são elegíveis para o acolhimento as
privadas que desenvolverem programas de reinserção no pessoas com comprometimentos biológicos e psicológicos
mercado de trabalho, do usuário e do dependente de de natureza grave que mereçam atenção médico-
drogas encaminhados por órgão oficial. hospitalar contínua ou de emergência, caso em que
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins deverão ser encaminhadas à rede de saúde. (Incluído
lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da pela Lei nº 13.840, de 2019)
assistência social, que atendam usuários ou dependentes § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de
de drogas poderão receber recursos do Funad, 2019)
condicionados à sua disponibilidade orçamentária e § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de
financeira. 2019)
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de
em razão da prática de infração penal, estiverem 2019)
cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de
medida de segurança, têm garantidos os serviços de
2019)
atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema
penitenciário. CAPÍTULO III
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
Do Acolhimento em Comunidade Terapêutica
substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério
Acolhedora
Público e o defensor.
Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito,
dependente de drogas na comunidade terapêutica
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal,
acolhedora caracteriza-se por: (Incluído pela Lei nº
drogas sem autorização ou em desacordo com
13.840, de 2019)
determinação legal ou regulamentar será submetido às
I - oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou seguintes penas:
dependente de drogas que visam à
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
abstinência; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
II - prestação de serviços à comunidade;
II - adesão e permanência voluntária, formalizadas
por escrito, entendida como uma etapa transitória para a III - medida educativa de comparecimento a
reinserção social e econômica do usuário ou dependente programa ou curso educativo.
de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) § 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para
III - ambiente residencial, propício à formação de seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
vínculos, com a convivência entre os pares, atividades destinadas à preparação de pequena quantidade de
práticas de valor educativo e a promoção do substância ou produto capaz de causar dependência física
desenvolvimento pessoal, vocacionada para acolhimento ou psíquica.
ao usuário ou dependente de drogas em vulnerabilidade § 2º Para determinar se a droga destinava-se a
social; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à
IV - avaliação médica prévia; (Incluído pela Lei quantidade da substância apreendida, ao local e às
nº 13.840, de 2019) condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias
sociais e pessoais, bem como à conduta e aos
V - elaboração de plano individual de atendimento
antecedentes do agente.
na forma do art. 23-B desta Lei; e (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019) § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput
deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5
(cinco) meses.
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§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos destinada à sua preparação, observadas as demais
incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo exigências legais.
prazo máximo de 10 (dez) meses. Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente
§ 5º A prestação de serviços à comunidade será destruídas pelas autoridades de polícia judiciária, que
cumprida em programas comunitários, entidades recolherão quantidade suficiente para exame pericial, de
educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos tudo lavrando auto de levantamento das condições
congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as
se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo medidas necessárias para a preservação da prova.
ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. § 1º A destruição de drogas far-se-á por
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a guardando-se as amostras necessárias à preservação da
que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz prova.
submetê-lo, sucessivamente a: § 2º A incineração prevista no § 1º deste artigo será
I - admoestação verbal; precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério
II - multa. Público, e executada pela autoridade de polícia judiciária
competente, na presença de representante do Ministério
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que
Público e da autoridade sanitária competente, mediante
coloque à disposição do infrator, gratuitamente,
auto circunstanciado e após a perícia realizada no local da
estabelecimento de saúde, preferencialmente
incineração.
ambulatorial, para tratamento especializado.
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se
destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A,
refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à
que recolherá quantidade suficiente para exame pericial,
reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-
de tudo lavrando auto de levantamento das condições
multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as
superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um,
medidas necessárias para a preservação da
segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um
prova. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário
mínimo. § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
12.961, de 2014)
Parágrafo único. Os valores decorrentes da
imposição da multa a que se refere o § 6º do art. 28 serão § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas. 12.961, de 2014)
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e § 3º Em caso de ser utilizada a queimada para
a execução das penas, observado, no tocante à destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas
interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto
do Código Penal. no Decreto nº 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber,
dispensada a autorização prévia do órgão próprio do
TÍTULO IV
Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO
§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
serão expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da
CAPÍTULO I Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.
DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO II
Art. 31. É indispensável a licença prévia da DOS CRIMES
autoridade competente para produzir, extrair, fabricar,
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,
transformar, preparar, possuir, manter em depósito,
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
importar, exportar, reexportar, remeter, transportar,
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou
adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem
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autorização ou em desacordo com determinação legal ou Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar,
regulamentar: oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título,
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto
dias-multa. destinado à fabricação, preparação, produção ou
transformação de drogas, sem autorização ou em
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica,
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em
pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil)
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que
dias-multa.
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o
insumo ou produto químico destinado à preparação de fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos
drogas; crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
autorização ou em desacordo com determinação legal ou pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos)
regulamentar, de plantas que se constituam em matéria- dias-multa.
prima para a preparação de drogas; Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do
que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou crime definido no art. 36 desta Lei.
vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta
determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito Lei:
de drogas. Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro
insumo ou produto químico destinado à preparação de mil) dias-multa.
drogas, sem autorização ou em desacordo com a Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo,
determinação legal ou regulamentar, a agente policial organização ou associação destinados à prática de
disfarçado, quando presentes elementos probatórios qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e
razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído 34 desta Lei:
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-
indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274) multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente,
de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo doses excessivas ou em desacordo com determinação legal
de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a ou regulamentar:
consumirem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao
dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. Conselho Federal da categoria profissional a que pertença
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste o agente.
artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o
terços, vedada a conversão em penas restritivas de consumo de drogas, expondo a dano potencial a
direitos , desde que o agente seja primário, de bons incolumidade de outrem:
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
nem integre organização criminosa. (Vide Resolução
além da apreensão do veículo, cassação da habilitação
nº 5, de 2012)
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respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os
pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o
(duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa,
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas
aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem
(quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.
(seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput Parágrafo único. As multas, que em caso de
deste artigo for de transporte coletivo de passageiros. concurso de crimes serão impostas sempre
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo
Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: se, em virtude da situação econômica do acusado,
considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no
I - a natureza, a procedência da substância ou do
máximo.
produto apreendido e as circunstâncias do fato
evidenciarem a transnacionalidade do delito; Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e §
1º , e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de
sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória,
função pública ou no desempenho de missão de educação,
vedada a conversão de suas penas em restritivas de
poder familiar, guarda ou vigilância;
direitos.
III - a infração tiver sido cometida nas dependências
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput
ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino
deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o
ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais,
cumprimento de dois terços da pena, vedada sua
culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de
concessão ao reincidente específico.
locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem
espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da
serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito
reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da
transportes públicos; omissão, qualquer que tenha sido a infração penal
praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter
IV - o crime tiver sido praticado com violência,
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer
entendimento.
processo de intimidação difusa ou coletiva;
Parágrafo único. Quando absolver o agente,
V - caracterizado o tráfico entre Estados da
reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à
Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
época do fato previsto neste artigo, as condições referidas
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na
adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico
diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e adequado.
determinação;
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço
VII - o agente financiar ou custear a prática do a dois terços se, por força das circunstâncias previstas no
crime. art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
voluntariamente com a investigação policial e o processo ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
criminal na identificação dos demais co-autores ou entendimento.
partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base
produto do crime, no caso de condenação, terá pena em avaliação que ateste a necessidade de
reduzida de um terço a dois terços. encaminhamento do agente para tratamento, realizada
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, por profissional de saúde com competência específica na
com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado
Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do o disposto no art. 26 desta Lei.
produto, a personalidade e a conduta social do agente.
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CAPÍTULO III quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta
DO PROCEDIMENTO PENAL deste, por pessoa idônea.
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por § 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere
crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste o § 1º deste artigo não ficará impedido de participar da
Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições elaboração do laudo definitivo.
do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal. § 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante,
§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade
no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os formal do laudo de constatação e determinará a
crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra
processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da necessária à realização do laudo definitivo. (Incluído
Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre pela Lei nº 12.961, de 2014)
os Juizados Especiais Criminais. § 4º A destruição das drogas será executada pelo
§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze)
desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o dias na presença do Ministério Público e da autoridade
autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo sanitária. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de § 5º O local será vistoriado antes e depois de
a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e efetivada a destruição das drogas referida no § 3º , sendo
providenciando-se as requisições dos exames e perícias lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia,
necessários. certificando-se neste a destruição total
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as delas. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
providências previstas no § 2º deste artigo serão tomadas Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem
de imediato pela autoridade policial, no local em que se a ocorrência de prisão em flagrante será feita por
encontrar, vedada a detenção do agente. (Vide ADIN 3807) incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado
§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à
2º deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo realização do laudo definitivo, aplicando-se, no que
de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia couber, o procedimento dos §§ 3º a 5º do art.
judiciária entender conveniente, e em seguida liberado. 50. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem
9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais a ocorrência de prisão em flagrante será feita por
Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados
imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à
especificada na proposta. realização do laudo definitivo. (Redação dada pela
Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos
arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo
que as circunstâncias o recomendem, empregará os de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90
instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas (noventa) dias, quando solto.
previstos na Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999. Parágrafo único. Os prazos a que se refere este
Seção I artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério
Público, mediante pedido justificado da autoridade de
Da Investigação
polícia judiciária.
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51
autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente,
desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os
comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do
autos do inquérito ao juízo:
auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do
Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato,
justificando as razões que a levaram à classificação do
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em
delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou
flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é
do produto apreendido, o local e as condições em que se
suficiente o laudo de constatação da natureza e
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desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco)
a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou testemunhas e requerer as demais provas que entender
II - requererá sua devolução para a realização de pertinentes.
diligências necessárias. Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por
prejuízo de diligências complementares: escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 3º Nenhum pedido de restituição será conhecido Art. 60-A. Quando as medidas assecuratórias de que
sem o comparecimento pessoal do acusado, podendo o trata o art. 60 recaírem sobre moeda estrangeira, títulos,
valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de
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§ 2º Em caso de impossibilidade da alienação a que Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da
se refere o § 1º, a moeda estrangeira será custodiada pela prova dos fatos e comprovado o interesse público ou
instituição financeira até decisão sobre o seu social, ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante
destino. (Incluído pela Medida Provisória nº 885, de 2019) autorização do juízo competente, ouvido o Ministério
Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos
§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda
poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que
estrangeira, caso seja verificada a inexistência de valor de
atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e
mercado, a moeda poderá ser doada à representação
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
diplomática do seu país de origem ou destruída. (Incluído
na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito
pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.
§ 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre
da data de entrada em vigor da Medida Provisória nº 885,
veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à
de 17 de junho de 2019 , e que estejam custodiados nas
autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro
dependências do Banco Central do Brasil serão
e controle a expedição de certificado provisório de registro
transferidos, no prazo de trezentos e sessenta dias, à Caixa
e licenciamento, em favor da instituição à qual tenha
Econômica Federal para que se proceda à alienação ou
deferido o uso, ficando esta livre do pagamento de multas,
custódia, de acordo com o previsto nesta Lei. (Incluído
encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado
pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
da decisão que decretar o seu perdimento em favor da
Art. 60-A. Se as medidas assecuratórias de que trata União.
o art. 60 desta Lei recaírem sobre moeda estrangeira,
Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações,
títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como
aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e dos
ordem de pagamento, será determinada, imediatamente,
maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de
a sua conversão em moeda nacional. (Incluído pela
qualquer natureza utilizados para a prática dos crimes
Lei nº 13.886, de 2019)
definidos nesta Lei será imediatamente comunicada pela
§ 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie autoridade de polícia judiciária responsável pela
deve ser encaminhada a instituição financeira, ou investigação ao juízo competente. (Redação dada pela
equiparada, para alienação na forma prevista pelo Lei nº 13.840, de 2019)
Conselho Monetário Nacional. (Incluído pela Lei nº
Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações,
13.886, de 2019)
aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e dos
§ 2º Na hipótese de impossibilidade da alienação a maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de
que se refere o § 1º deste artigo, a moeda estrangeira será qualquer natureza utilizados para a prática, habitual ou
custodiada pela instituição financeira até decisão sobre o não, dos crimes definidos nesta Lei será imediatamente
seu destino. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) comunicada pela autoridade de polícia judiciária
§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda responsável pela investigação ao juízo competente.
estrangeira a que se refere o § 2º deste artigo, caso seja (Redação dada pela Lei nº 14.322, de 2022)
verificada a inexistência de valor de mercado, seus § 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da
espécimes poderão ser destruídos ou doados à comunicação de que trata o caput , determinará a
representação diplomática do país de origem. (Incluído alienação dos bens apreendidos, excetuadas as armas, que
pela Lei nº 13.886, de 2019) serão recolhidas na forma da legislação específica.
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
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§ 2º A alienação será realizada em autos apartados, § 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
dos quais constará a exposição sucinta do nexo de 13.886, de 2019)
instrumentalidade entre o delito e os bens apreendidos, a § 9º O Ministério Público deve fiscalizar o
descrição e especificação dos objetos, as informações cumprimento da regra estipulada no § 1º deste
sobre quem os tiver sob custódia e o local em que se artigo. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
encontrem. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 10. Aplica-se a todos os tipos de bens confiscados a
§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens regra estabelecida no § 1º deste artigo. (Incluído
apreendidos, que será realizada por oficial de justiça, no pela Lei nº 13.886, de 2019)
prazo de 5 (cinco) dias a contar da autuação, ou, caso
§ 11. Os bens móveis e imóveis devem ser vendidos
sejam necessários conhecimentos especializados, por
por meio de hasta pública, preferencialmente por meio
avaliador nomeado pelo juiz, em prazo não superior a 10
eletrônico, assegurada a venda pelo maior lance, por
(dez) dias. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
preço não inferior a 50% (cinquenta por cento) do valor da
§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor avaliação judicial. (Incluído pela Lei nº 13.886, de
do Funad, o Ministério Público e o interessado para se 2019)
manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias e, dirimidas
§ 12. O juiz ordenará às secretarias de fazenda e aos
eventuais divergências, homologará o valor atribuído aos
órgãos de registro e controle que efetuem as averbações
bens. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
necessárias, tão logo tenha conhecimento da
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
de 2019)
§ 13. Na alienação de veículos, embarcações ou
§ 6º Os valores arrecadados, descontadas as aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão congênere
despesas do leilão, serão depositados em conta judicial competente para o registro, bem como as secretarias de
remunerada e, após sentença condenatória transitada em fazenda, devem proceder à regularização dos bens no
julgado, serão revertidos ao Funad. (Incluído pela prazo de 30 (trinta) dias, ficando o arrematante isento do
Lei nº 13.840, de 2019) (Revogado pela Medida pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem
Provisória nº 885, de 2019) prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo
§ 7º No caso da alienação de veículos, embarcações proprietário. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade ou ao órgão de § 14. Eventuais multas, encargos ou tributos
registro e controle a expedição de certificado de registro e pendentes de pagamento não podem ser cobrados do
licenciamento em favor do arrematante, ficando este livre arrematante ou do órgão público alienante como condição
do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, para regularização dos bens. (Incluído pela Lei nº
sem prejuízo da cobrança de débitos fiscais, os quais 13.886, de 2019)
permanecem sob responsabilidade do antigo
§ 15. Na hipótese de que trata o § 13 deste artigo, a
proprietário. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
autoridade de trânsito ou o órgão congênere competente
2019) (Revogado pela Medida Provisória nº 885, de
para o registro poderá emitir novos identificadores dos
2019)
bens. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 8º Nos casos em que a apreensão tiver recaído
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e
sobre dinheiro, inclusive moeda estrangeira, ou cheques
quaisquer outros meios de transporte, os maquinários,
emitidos como ordem de pagamento para fins ilícitos, o
utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza,
juiz determinará sua conversão em moeda nacional
utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei,
corrente, que será depositada em conta judicial
após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da
remunerada, e, após sentença condenatória com trânsito
autoridade de polícia judiciária, excetuadas as armas, que
em julgado, será revertida ao Funad. (Incluído pela
serão recolhidas na forma de legislação específica.
Lei nº 13.840, de 2019) (Revogado pela Medida
Provisória nº 885, de 2019) Art. 62. Comprovado o interesse público na
utilização de quaisquer dos bens de que trata o art. 61, os
§ 6º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária poderão
13.886, de 2019)
deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo
§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido
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o Ministério Público e garantida a prévia avaliação dos proceda à alienação dos bens apreendidos, excetuados
respectivos bens. (Redação dada pela Lei nº 13.840, aqueles que a União, por intermédio da Senad, indicar
de 2019) para serem colocados sob uso e custódia da autoridade de
§ 1º Comprovado o interesse público na utilização polícia judiciária, de órgãos de inteligência ou militares,
de qualquer dos bens mencionados neste artigo, a envolvidos nas ações de prevenção ao uso indevido de
autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob drogas e operações de repressão à produção não
sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no
mediante autorização judicial, ouvido o Ministério interesse dessas atividades.
Público. (Revogado pela Medida Provisória nº 885, § 4º Quando a autorização judicial recair sobre
de 2019) veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº autoridade ou ao órgão de registro e controle a expedição
13.886, de 2019) de certificado provisório de registro e licenciamento em
favor do órgão ao qual tenha deferido o uso ou custódia,
§ 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor do
ficando este livre do pagamento de multas, encargos e
Funad para que, em 10 (dez) dias, avalie a existência do
tributos anteriores à decisão de utilização do bem até o
interesse público mencionado no caput deste artigo e
trânsito em julgado da decisão que decretar o seu
indique o órgão que deve receber o bem. (Incluído
perdimento em favor da União. (Redação dada
pela Lei nº 13.886, de 2019)
pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A deste
§ 5º Excluídos os bens que se houver indicado para
artigo, os órgãos de segurança pública que participaram
os fins previstos no § 4º deste artigo, o requerimento de
das ações de investigação ou repressão ao crime que deu
alienação deverá conter a relação de todos os demais bens
causa à medida. (Incluído pela Lei nº 13.886, de
apreendidos, com a descrição e a especificação de cada um
2019)
deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o
§ 2º Feita a apreensão a que se refere o caput deste local onde se encontram.
artigo, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques
§ 5º Na hipótese de levantamento, se houver
emitidos como ordem de pagamento, a autoridade de
indicação de que os bens utilizados na forma deste artigo
polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de
sofreram depreciação superior àquela esperada em razão
imediato, requerer ao juízo competente a intimação do
do transcurso do tempo e do uso, poderá o interessado
Ministério Público.
requerer nova avaliação judicial. (Redação dada
§ 2º A autorização judicial de uso de bens deverá pela Lei nº 13.840, de 2019)
conter a descrição do bem e a respectiva avaliação e
§ 6º Requerida a alienação dos bens, a respectiva
indicar o órgão responsável por sua utilização. (Redação
petição será autuada em apartado, cujos autos terão
dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
tramitação autônoma em relação aos da ação penal
§ 3º Intimado, o Ministério Público deverá requerer principal.
ao juízo, em caráter cautelar, a conversão do numerário
§ 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º,
apreendido em moeda nacional, se for o caso, a
o ente federado ou a entidade que utilizou o bem
compensação dos cheques emitidos após a instrução do
indenizará o detentor ou proprietário dos
inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos, e
bens. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
o depósito das correspondentes quantias em conta
judicial, juntando-se aos autos o recibo. § 7º Autuado o requerimento de alienação, os autos
serão conclusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo
§ 3º O órgão responsável pela utilização do bem
de instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados
deverá enviar ao juiz periodicamente, ou a qualquer
para a sua prática e risco de perda de valor econômico
momento quando por este solicitado, informações sobre
pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens
seu estado de conservação. (Redação dada pela Lei nº
relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, o
13.840, de 2019)
Ministério Público e o interessado, este, se for o caso, por
§ 4º Após a instauração da competente ação penal, edital com prazo de 5 (cinco) dias.
o Ministério Público, mediante petição autônoma,
§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
requererá ao juízo competente que, em caráter cautelar,
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§ 8º Feita a avaliação e dirimidas eventuais finalidade. (Incluído pela Medida Provisória nº 885,
divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, de 2019)
homologará o valor atribuído aos bens e determinará § 1º Os depósitos a que se refere o caput serão
sejam alienados em leilão. repassados pela Caixa Econômica Federal para a Conta
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº Única do Tesouro Nacional, independentemente de
13.840, de 2019) qualquer formalidade, no prazo de vinte e quatro horas,
§ 9º Realizado o leilão, permanecerá depositada em contado do momento da realização do
conta judicial a quantia apurada, até o final da ação penal depósito. (Incluído pela Medida Provisória nº 885,
respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente de 2019)
com os valores de que trata o § 3º deste artigo. § 2º Na hipótese de absolvição do acusado em
§ 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº decisão judicial, o valor do depósito será devolvido ao
13.840, de 2019) acusado pela Caixa Econômica Federal no prazo de até três
dias úteis, acrescido de juros, na forma estabelecida pelo §
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos
4º do art. 39 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de
interpostos contra as decisões proferidas no curso do
1995 . (Incluído pela Medida Provisória nº 885, de
procedimento previsto neste artigo.
2019)
§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento
13.840, de 2019)
em favor da União, o valor do depósito será transformado
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4º em pagamento definitivo, respeitados os direitos de
deste artigo, recaindo a autorização sobre veículos, eventuais lesados e de terceiros de boa-fé. (Incluído
embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle
§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica
a expedição de certificado provisório de registro e
Federal, por decisão judicial, serão efetuados como
licenciamento, em favor da autoridade de polícia judiciária
anulação de receita do Fundo Nacional Antidrogas no
ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando estes
exercício em que ocorrer a devolução. (Incluído pela
livres do pagamento de multas, encargos e tributos
Medida Provisória nº 885, de 2019)
anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que
decretar o seu perdimento em favor da União. § 5º A Caixa Econômica Federal manterá o controle
dos valores depositados ou devolvidos. (Incluído
§ 11. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
13.840, de 2019)
Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores
§ 12. Na alienação de veículos, embarcações ou
referentes ao produto da alienação ou a numerários
aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão de registro
apreendidos ou que tenham sido convertidos deve ser
equivalente procederá à regularização dos bens no prazo
efetuado na Caixa Econômica Federal, por meio de
de trinta dias, de modo que o arrematante ficará livre do
documento de arrecadação destinado a essa
pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem
finalidade. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo
proprietário. (Incluído pela Medida Provisória nº § 1º Os depósitos a que se refere o caput deste
885, de 2019) artigo devem ser transferidos, pela Caixa Econômica
Federal, para a conta única do Tesouro Nacional,
§ 13. Na hipótese de que trata o § 12, a autoridade
independentemente de qualquer formalidade, no prazo de
de trânsito ou o órgão de registro equivalente poderá
24 (vinte e quatro) horas, contado do momento da
emitir novos identificadores dos bens. (Incluído pela
realização do depósito, onde ficarão à disposição do
Medida Provisória nº 885, de 2019)
Funad. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores
§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em
referentes ao produto da alienação ou relacionados a
decisão judicial, o valor do depósito será devolvido a ele
numerários apreendidos ou que tenham sido convertidos,
pela Caixa Econômica Federal no prazo de até 3 (três) dias
serão efetuados na Caixa Econômica Federal, por meio de
úteis, acrescido de juros, na forma estabelecida pelo § 4º
documento de arrecadação destinado a essa
do art. 39 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de
1995. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
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presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Art. 75. Revogam-se a Lei nº 6.368, de 21 de
Ministério Público. outubro de 1976, e a Lei nº 10.409, de 11 de janeiro de
§ 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas 2002.
especialidades farmacêuticas em condições de emprego Brasília, 23 de agosto de 2006; 185º da
terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Independência e 118º da República.
Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
saúde.
Márcio Thomaz Bastos
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes
Guido Mantega
previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito
transnacional, são da competência da Justiça Federal. Jorge Armando Felix
Parágrafo único. Os crimes praticados nos Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.8.2006
Municípios que não sejam sede de vara federal serão *
processados e julgados na vara federal da circunscrição
respectiva.
LEI 11.343 DE 2006
Art. 71. (VETADO)
LEI DE DROGAS
Art. 72. Sempre que conveniente ou necessário, o
juiz, de ofício, mediante representação da autoridade de
polícia judiciária, ou a requerimento do Ministério Público, DIVISÃO DA LEI DE DROGAS
determinará que se proceda, nos limites de sua jurisdição 1. PARTE ADMINISTRATIVA (Art. 1º ao 26-A)
e na forma prevista no § 1º do art. 32 desta Lei, à
✓ SISNAD –
destruição de drogas em processos já encerrados.
✓ Prevenção do uso indevido de drogas –
Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o
inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante representação ✓ Atenção usuários e dependentes de
do delegado de polícia ou a requerimento do Ministério drogas;
Público, determinará a destruição das amostras guardadas ✓ Reinserção social de usuários e
para contraprova, certificando isso nos dependentes de drogas;
autos. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
✓ Das internações;
Art. 72. Encerrado o processo criminal ou
✓ Do acolhimento em comunidade
arquivado o inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante
terapêutica acolhedora;
representação da autoridade de polícia judiciária, ou a
requerimento do Ministério Público, determinará a
destruição das amostras guardadas para contraprova, 2. PARTE CRIMINAL (art. 27 ao Art. 48)
certificando nos autos. (Redação dada pela Lei nº ✓ Dos Crimes em espécie;
13.840, de 2019)
Art. 73. A União poderá celebrar convênios com os
3. PARTE PROCESSUAL (art. 49 ao 75)
Estados visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e
do uso indevido de drogas.
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com CAPÍTULO III
os Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção DOS CRIMES E DAS PENAS
e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e
com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso
indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS CRIMES –
social de usuários e dependentes de drogas. (Redação 1. Objeto Material –
dada pela Lei nº 12.219, de 2010)
1.1. Norma Penal em branco heterogênea –
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e
1.2. Regra –
cinco) dias após a sua publicação.
1.3. Exceção –
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2. Bem Jurídico Protegido – § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste
2.1. Regra – artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco)
meses.
2.2. Exceção –
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos
incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo
3. Lesão ao bem jurídico protegido – prazo máximo de 10 (dez) meses.
3.1. Crime de perigo abstrato – § 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida
3.2. Crime de perigo concreto – em programas comunitários, entidades educacionais ou
assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres,
públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem,
4. Sujeito Passivo – preferencialmente, da prevenção do consumo ou da
5. Sujeito Ativo – recuperação de usuários e dependentes de drogas.
5.1. Regra – § 6º Para garantia do cumprimento das medidas
5.2. Exceção – educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a
que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz
submetê-lo, sucessivamente a:
6. Elemento Subjetivo –
I - admoestação verbal;
6.1. Regra –
II - multa.
6.2. Exceção –
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à
disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de
7. Natureza Hedionda – saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento
especializado.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere
PORTE DE DROGAS PARA O CONSUMO PESSOAL –
o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem
substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um,
Público e o defensor. segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, mínimo.
drogas sem autorização ou em desacordo com Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da
determinação legal ou regulamentar será submetido às multa a que se refere o § 6º do art. 28 serão creditados à
seguintes penas: conta do Fundo Nacional Antidrogas.
I - advertência sobre os efeitos das drogas; Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a
II - prestação de serviços à comunidade; execução das penas, observado, no tocante à interrupção
III - medida educativa de comparecimento a programa ou do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código
curso educativo. Penal.
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo • Antiga Lei de Drogas – Lei N. 6.368/76 –
pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da Art. 16. Adquirir, guardar ou trazer consigo, para
substância apreendida, ao local e às condições em que se o uso próprio, substância entorpecente ou que
desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, determine dependência física ou psíquica, sem
bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
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Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado droga para consumo próprio, que conquanto seja
em 10/12/2019, DJe 12/12/2019) crime, é punida apenas com "advertência sobre os
Reincidência Genérica – A reincidência genérica não efeitos das drogas", "prestação de serviços à
exige que os delitos sejam da mesma natureza, ou comunidade" e "medida educativa de
seja, podem ser quaisquer crimes, previstos em comparecimento a programa ou curso educativo",
dispositivos legais diversos, que afetem qualquer tipo mormente se se considerar que em casos tais não há
de bem jurídico. qualquer possibilidade de conversão em pena
(https://jus.com.br/artigos/4009/efeitos-da- privativa de liberdade pelo descumprimento, como
reincidencia-de-acordo-com-a-doutrina) no caso das penas substitutivas.
A condenação pelo art. 28 da Lei 11.343/2006 (porte 3. Há de se considerar, ainda, que a própria
de droga para uso próprio) NÃO configura constitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas,
reincidência – que está cercado de acirrados debates acerca da
4. (...) Contudo, as condenações anteriores por legitimidade da tutela do direito penal em
contravenções penais não são aptas a gerar contraposição às garantias constitucionais da
reincidência, tendo em vista o que dispõe o art. 63 do intimidade e da vida privada, está em discussão
Código Penal, que apenas se refere a crimes perante o Supremo Tribunal Federal, que admitiu
anteriores. E, se as contravenções penais, puníveis Repercussão Geral no Recurso Extraordinário nº
com pena de prisão simples, não geram reincidência, 635.659 para decidir sobre a tipicidade do porte de
mostra-se desproporcional o delito do art. 28 da Lei droga para consumo pessoal.
n. 11.343/2006 configurar reincidência, tendo em 4. E, em face dos questionamentos acerca da
vista que nem é punível com pena privativa de proporcionalidade do direito penal para o controle do
liberdade. consumo de drogas em prejuízo de outras medidas
5. Nesse sentido, a Sexta Turma deste Superior de natureza extrapenal relacionadas às políticas de
Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp n. redução de danos, eventualmente até mais severas
1.672.654/SP, da relatoria da Ministra MARIA para a contenção do consumo do que aquelas
THEREZA, julgado em 21/8/2018, proferiu julgado previstas atualmente, o prévio apenamento por
considerando desproporcional o reconhecimento da porte de droga para consumo próprio, nos termos do
reincidência por condenação pelo delito anterior do artigo 28 da Lei de Drogas, não deve constituir causa
art. 28 da Lei n. 11.343/2006. geradora de reincidência.
6. Para aplicação da causa de diminuição de pena do 5. Recurso improvido. (REsp 1672654/SP, Rel.
art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006, o condenado Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
deve preencher, cumulativamente, todos os TURMA, julgado em 21/08/2018, DJe 30/08/2018)
requisitos legais, quais sejam, ser primário, de bons STJ: 1. "Em face dos questionamentos acerca da
antecedentes, não se dedicar a atividades criminosas proporcionalidade do direito penal para o
nem integrar organização criminosa, podendo a controle do consumo de drogas em prejuízo de
reprimenda ser reduzida de 1/6 (um sexto) a 2/3
outras medidas de natureza extrapenal
(dois terços), a depender das circunstâncias do caso
relacionadas às políticas de redução de danos,
concreto. No caso, tendo em vista que a reincidência
eventualmente até mais severas para a
foi o único fundamento para não aplicar a benesse e
tendo sido afastada a agravante, de rigor a aplicação contenção do consumo do que aquelas previstas
da redutora. (HC 453.437/SP, Rel. Ministro atualmente, o prévio apenamento por porte de
REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, droga para consumo próprio, nos termos do
julgado em 04/10/2018, DJe 15/10/2018) artigo 28 da Lei de Drogas, não deve constituir
causa geradora de reincidência" (RESP
STJ – (...) 1.672.654/SP, Rel. Ministra Maria THEREZA DE
2. Todavia, se a contravenção penal, punível com Assis MOURA, SEXTA TURMA, julgado em
pena de prisão simples, não configura reincidência, 21/08/2018, DJe 30/08/2018). 2. Agravo
resta inequivocamente desproporcional a regimental não provido. (STJ; AgRg-AREsp
consideração, para fins de reincidência, da posse de 1.366.654; Proc. 2018/0246451-3; SP; Quinta
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Turma; Rel. Min. Ribeiro Dantas; Julg. 16⁄2⁄2017, DJe 24⁄2⁄2017)” (AgRg no HC
13/12/2018; DJE 19/12/2018; Pág. 4767) 448.115/SP, j. 23/04/2019)
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Redução dos prazos de prescrição – depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda
prescrição quando o criminoso era, ao tempo do que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da determinação legal ou regulamentar:
sentença, maior de 70 (setenta) anos. Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos)
dias-multa.
TÍTULO IV
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS 1. Mandado constitucional de criminalização -
1.1. CF/88 - Art. 5° - XLIII - a lei considerará crimes
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
CAPÍTULO I
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes
DISPOSIÇÕES GERAIS e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade crimes hediondos, por eles respondendo os
competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, mandantes, os executores e os que, podendo evitá-
preparar, possuir, manter em depósito, importar, los, se omitirem.
exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, 1.2. Natureza: Crime Equiparado a hediondo –
oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para
1.3. Crimes Equiparados a hediondos na Lei de Drogas
qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua
preparação, observadas as demais exigências legais. 1.4. Consequências em virtude da natureza hedionda –
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente • Vedação aos institutos da: fiança, graça,
destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, anistia e indulto.
que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, • Possibilidade de cabimento de Regime
de tudo lavrando auto de levantamento das condições Semiaberto ou Aberto –
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as
STF reafirma jurisprudência que veda regime
medidas necessárias para a preservação da
prisional baseado apenas na hediondez do crime -
prova. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
O Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou sua
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961,
jurisprudência dominante no sentido da
de 2014)
inconstitucionalidade da fixação de regime inicial
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, fechado para cumprimento de pena com base
de 2014) exclusivamente no artigo 2º, parágrafo 1º, da Lei
§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a 8.072/1990 (Lei de Crimes Hediondos). (...)
plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à Segundo ele, embora esteja consolidado no STF o
proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto nº entendimento de que é inviável a fixação do regime
2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a inicial fechado unicamente em razão da hediondez
autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do crime. (...) (Recurso Extraordinário com Agravo
do Meio Ambiente - Sisnama. (ARE) 1052700, de relatoria do ministro Edson
Fachin, 16 de novembro de 2017)
§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão
expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da Regime aberto a réu primário por tráfico de
Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor. drogas – Supremo reconhece regime aberto a réu
primário por tráfico de drogas –
CAPÍTULO II
É inadequado obrigar que um réu primário inicie o
DOS CRIMES cumprimento da pena em regime fechado,
especialmente depois de ter sido aplicada na
TRÁFICO DE DROGAS – sentença a cláusula de diminuição de pena porque
ele tem bons antecedentes. Assim entendeu a 1ª
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir,
Turma do Supremo Tribunal Federal, nesta terça-
fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em
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feira (4/10), ao conceder Habeas Corpus para um • Verbo remeter – Consumação – STJ: "Na
homem condenado a 1 ano e 8 meses de reclusão hipótese vertente, restou caracterizada a
por tráfico de drogas. (HC 125.188; 4 de outubro de conduta de remeter cocaína para o exterior,
2016) podendo ser enquadrada na modalidade
• Possibilidade de cabimento da Substituição da remeter ou exportar, conforme análise do juízo
pena privativa de liberdade por restritiva de competente. Não há falar em tentativa, mas em
direitos – consumação do crime de tráfico, pois houve a
completa realização do ato de execução com a
2ª Turma determina aplicação de penas restritivas
remessa da droga. Ressalte-se ser desnecessária
de direito a réu primário –
para a consumação do crime que a substância
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal entorpecente enviada chegue ao seu
(STF) concedeu Habeas Corpus (HC 130074), destinatário, o que configuraria mero
impetrado pela Defensoria Pública do Estado de exaurimento do delito. Aplicação do art. 70 do
São Paulo, para garantir a um condenado por Código de Processo Penal." (CC - 41.775 - RS; 26
tráfico de drogas a substituição da pena privativa de maio de 2004)
de liberdade por duas penas restritiva de direitos,
• Verbo adquirir – Consumação –
a serem estabelecidas pelo Juízo das Execuções
Criminais. A decisão foi tomada na sessão desta STJ: “A conduta consistente em negociar por
terça-feira (16), por unanimidade. (STF, 16 de telefone a aquisição de droga e também
fevereiro de 2016) disponibilizar o veículo que seria utilizado para o
transporte do entorpecente configura o crime de
tráfico de drogas em sua forma consumada - e
2. Classificação do crime – não tentada -, ainda que a polícia, com base em
2.1. Bem Jurídico protegido – indícios obtidos por interceptações telefônicas,
tenha efetivado a apreensão do material
2.2. Sujeito Passivo –
entorpecente antes que o investigado
2.3. Crime de Perigo Abstrato – efetivamente o recebesse. Inicialmente, registre-
2.4. Elemento Subjetivo – Dolo. se que o tipo penal em análise é de ação
2.5. Núcleos do tipo penal – 18 verbos - múltipla ou conteúdo variado, pois apresenta
várias formas de violação da mesma proibição,
• Crimes permanentes no art. 33 – expor à bastando, para a consumação do crime, a
venda, ter em depósito, transportar, trazer prática de uma das ações ali previstas.
consigo, guardar
STF: Segunda Turma do STF (HC 71.853-RJ, DJ
• Consumação – Geral – 19/5/1995) decidiu que a modalidade de tráfico
STJ: O tráfico de drogas é crime de ação "adquirir" completa-se no instante em que
múltipla e a prática de um dos verbos ocorre a avença entre comprador e vendedor.
contidos no art. 33, caput, da Lei n. De igual forma, conforme entendimento do STJ,
11.343/2006 é suficiente para a incide no tipo penal, na modalidade "adquirir", o
consumação do delito. (Julgados: HC agente que, embora sem receber a droga,
437114/PR, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, concorda com o fornecedor quanto à coisa, não
QUINTA TURMA, julgado em 21/08/2018, havendo necessidade, para a configuração do
DJe 28/08/2018;) delito, de que se efetue a tradição da droga
• STJ – Grau de Pureza – Para a configuração adquirida, pois que a compra e venda se realiza
do delito de tráfico de drogas previsto no pelo consenso sobre a coisa e o preço (REsp
caput do art. 33 da Lei n. 11.343/2006, é 1.215-RJ, Sexta Turma, DJ 12/3/1990). Conclui-
desnecessária a aferição do grau de pureza se, pois, que a negociação com aquisição da
da substância apreendida. (Julgados: RHC droga e colaboração para seu transporte
57526/SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, constitui conduta típica, encontrando-se
QUINTA TURMA, julgado em 25/08/2015, presente a materialidade do crime de tráfico de
DJe 11/09/2015;)
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drogas. (HC 212.528-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, delitos de tráfico de drogas e uso de substância
julgado em 1º/9/2015, DJe 23/9/2015) entorpecente, pois são crimes de perigo abstrato ou
presumido, “sendo irrelevante para esse específico fim
a quantidade apreendida”. (REsp 1.637.113)
• Verbos prescrever ou ministrar –
STJ - “O princípio da insignificância não se aplica ao
Art. 33 – (...) prescrever, ministrar, (...) drogas,
uso e tráfico de drogas. Como esses são crimes de
ainda que gratuitamente, sem autorização ou
perigo abstrato, é irrelevante a quantidade da
em desacordo com determinação legal ou
substância apreendida. Com base nesse entendimento,
regulamentar:
a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça afastou a
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, insignificância e, em decisão unânime, determinou o
drogas, sem que delas necessite o paciente, ou recebimento de denúncia por prática de tráfico
fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo internacional em razão da importação clandestina de
com determinação legal ou regulamentar: 14 sementes de maconha por remessa postal.” (REsp
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 1.637.113; Brasília (DF), 06 de abril de 2017)
anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200
(duzentos) dias-multa. 3.2. Pela possibilidade da aplicação do Princípio da
Concurso de Crimes – Art. 282 do CP x Art. 33 Insignificância –
da Lei de Drogas – 2ª Turma anula condenação de mulher flagrada com
Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou 1g de maconha
farmacêutica A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF),
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a em sessão virtual, anulou a condenação por tráfico de
profissão de médico, dentista ou farmacêutico, drogas imposta a uma mulher flagrada com 1g de
sem autorização legal ou excedendo-lhe os maconha. Por maioria, o colegiado concedeu o Habeas
limites: Corpus (HC) 127573, seguindo o voto do relator,
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. ministro Gilmar Mendes, que entendeu aplicável ao
Parágrafo único - Se o crime é praticado com o caso o princípio da insignificância, pois a conduta
fim de lucro, aplica-se também multa. descrita nos autos não é capaz de lesionar ou colocar
em perigo a paz social, a segurança ou a saúde
STJ – Quando o agente no exercício irregular da
pública.
medicina prescreve substância caracterizada
como droga, resta configurado, em tese, o delito
do art. 282 do Código Penal, em concurso Desproporcionalidade –
formal com o art. 33, caput, da Lei n.
Em seu voto, o relator destacou que a resposta do
11.343/2006. Julgados: HC 139667/RJ, Rel.
Estado não foi adequada nem necessária para repelir o
Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA,
tráfico de 1g de maconha. Segundo Gilmar Mendes,
julgado em 17/12/2009, DJe 01/02/2010; HC
esse é um exemplo emblemático de flagrante
9126/GO, Rel. Ministro HAMILTON
desproporcionalidade na aplicação da pena em
CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em
hipóteses de quantidade irrisória de entorpecentes, e
05/12/2000, DJ 13/08/2001 p. 265. (Vide
não houve indícios de que a mulher teria anteriormente
Informativo de Jurisprudência N. 420) (Vide
comercializado quantidade maior de droga. De acordo
Jurisprudência em Teses N. 126 – TESE 6)
com o ministro, no âmbito dos crimes de tráfico de
drogas, a solução para a desproporcionalidade entre a
3. Princípio da Insignificância – Tema divergente – lesividade da conduta e a reprimenda estatal é a
adoção do princípio da insignificância.
3.1. Pela Impossibilidade da aplicação do Princípio da
Insignificância – O relator observou que o STF tem entendido que o
princípio da insignificância não se aplica ao delito de
[...] Em decisão monocrática, o ministro Jorge Mussi
tráfico, ainda que a quantidade de droga apreendida
acolheu o recurso, invocando entendimento do STJ
seja ínfima. Porém, considerou que a jurisprudência
segundo o qual não se aplica a insignificância aos
deve avançar na criação de critérios objetivos para
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máximas sejam superiores a 4 (quatro) inicial aberto. O Colegiado entendeu que o paciente
anos, ou que sejam de caráter atende aos requisitos do art. 44 do CP, razão pela qual
transnacional.” o juízo deve considerá-los ao estabelecer a reprimenda,
• “Mula do tráfico” - A jurisprudência do STJ de acordo com o princípio constitucional da
admite a aplicação do benefício da individualização da pena. - HC 133028/SP, rel. Min.
redução da pena ao agente transportar de Gilmar Mendes, 12.4.2016. (HC-133028)
drogas, na condição de mula ocasional.
Vejamos: ARTIGO 34 – MAQUINÁRIO PARA O TRÁFICO –
• STJ: “É possível o reconhecimento do Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer,
tráfico privilegiado ao agente vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir,
transportador de drogas, na qualidade de guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
"mula", uma vez que a simples atuação maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto
nessa condição não induz, destinado à fabricação, preparação, produção ou
automaticamente, à conclusão de que ele transformação de drogas, sem autorização ou em
seja integrante de organização criminosa. desacordo com determinação legal ou regulamentar:
(...) Diante da jurisprudência hesitante
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento
desta Corte, entende-se por bem acolher e
de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
acompanhar o entendimento uníssono do
Supremo Tribunal Federal, no sentido de
que a simples atuação como "mula" não 1. Classificação do crime –
induz automaticamente a conclusão de 1.1. Natureza do crime –
que o agente integre organização
1.2. Núcleos do tipo –
criminosa, sendo imprescindível, para
tanto, prova inequívoca do seu 1.3. Objetos materiais –
envolvimento, estável e permanente, com 2. Tipo subsidiário ao crime de tráfico de drogas –
o grupo criminoso. Portanto, a exclusão da
Se houver um pequeno laboratório de drogas, no qual
causa de diminuição prevista no § 4° do
são encontradas balanças, éter, acetona, alicate de
art. 33 da Lei n. 11.343/2006, somente se
unha... o agente deverá responder apenas pelo crime
justifica quando indicados expressamente
de tráfico de drogas, art. 33.
os fatos concretos que comprovem que a
“mula” integre a organização criminosa • Crime de tráfico de drogas – (Art. 33, caput) –
(HC 132.459, Rel. Min. Ricardo STJ: “Segundo precedentes da Sexta Turma desta
Lewandowski, DJe 13/2/2017). Corte, as condutas tipificadas nos arts. 33, § 1º, e 34
da Lei n. 11.343/2006 têm natureza subsidiária em
relação àquelas previstas no art. 33, caput, da mesma
2. Possibilidade de Concessão da substituição da pena
Lei (anteriormente previstas nos arts. 12 e 13 das Lei
privativa de liberdade por restritiva de direitos –
n. 6.368/1976). Sendo assim, quando praticadas
STF – Não sendo o paciente reincidente, nem tendo todas num mesmo contexto fático, responde o agente
contra si circunstâncias judiciais desfavoráveis (CP, art. apenas pelo crime tipificado no art. 33, caput, da Lei
59), a gravidade em abstrato do crime do art. 33, n. 11.343/2006 (REsp N. 1.470.276 - SP; Julgamento:
“caput”, da Lei 11.343/2006, não constitui motivação 01.09.2016)
idônea para justificar a fixação do regime mais gravoso.
• Crimes autônomos – Tráfico de drogas e Maquinário
Com esse entendimento, a Segunda Turma, após
para o tráfico –
superar o óbice do Enunciado 691 da Súmula do STF,
concedeu “habeas corpus” de ofício para garantir ao “Contudo, a posse ou depósito de maquinário e
paciente, condenado à pena de um ano e oito meses de utensílios que demonstrem a existência de um
reclusão pela prática do delito de tráfico de drogas, a verdadeiro laboratório voltado à fabricação ou
substituição da reprimenda por duas penas restritivas transformação de drogas implica autonomia das
de direitos, a serem estabelecidas pelo juízo das condutas, por não serem esses objetos meios
execuções criminais, bem assim a fixação do regime necessários ou fase normal de execução do tráfico de
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drogas. (BRASILEIRO, Renato, Legislação Criminal considerado hediondo, o crime de associação para o
Especial Comentada, 6ª Ed. JusPodivm, 2018, p. tráfico, no que se refere à concessão do livramento
1046). Nesse sentido, STJ: condicional, deve, em razão do princípio da
“Deve ficar demonstrada a real lesividade dos objetos especialidade, observar a regra estabelecida pelo art.
tidos como instrumentos destinados à fabricação, 44, parágrafo único, da Lei n. 11.343/2006:
preparação, produção ou transformação de drogas, cumprimento de 2/3 (dois terços) da pena e vedação do
ou seja, relevante analisar se os objetos apreendidos benefício ao reincidente específico. Julgados: AgRg no
são aptos a vulnerar o tipo penal em tela. No caso dos HC 499706/SP, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA
autos, a apreensão de medidores, aquecedores, fogão PALHEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 18/06/2019,
de boca, liquidificador industrial, 5 (cinco)
liquidificadores de uso doméstico, triturador elétrico, 1.2. Núcleo do tipo – “Associar” – Associação –
8 (oito) peneiras, diversas fitas isolantes, Estabilidade e permanência –
tanques/tóneis, sendo 3 (três) de tamanho grande e 2
STJ – Para a caracterização do crime de associação
(dois) pequenos, 2 (duas) balanças de precisão, 3
para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei n.
(três) minibalanças de precisão, 6 (seis) fardos de
sacos plásticos transparentes e 1 (um) galão de 20 11.343/2006) é imprescindível o dolo de se associar
(vinte) litros de amoníaco, todos com resquícios de com estabilidade e permanência. Julgados: AgRg no HC
cocaína em pó ou já transformada em crack, bem 509521/RO, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA
como a existência de provas que demonstram a TURMA, julgado em 11/06/2019, DJe 25/06/2019;
existência de laboratório destinado ao refinamento de
cocaína e da transformação desta em crack, STJ – “No caso, as instâncias ordinárias, ao concluírem
demonstram a autonomia das condutas e inviabilizam pela condenação dos pacientes em relação ao crime
a incidência do princípio da consunção, por não serem previsto no artigo 35 da Lei n. 11.343/2006, em
esses objetos meios necessários ou fase normal de momento algum fizeram referência ao vínculo
execução do tráfico de drogas.” AgRg no AGRAVO EM associativo estável e permanente porventura existente
RECURSO ESPECIAL Nº 303.213 - SP; 08 de outubro de entre eles, de maneira que, constatada a mera
2013) associação eventual entre os acusados para a prática
do tráfico de drogas, devem ser absolvidos em relação
ao delito de associação para o narcotráfico” (STJ — HC
ARTIGO 35 – ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS –
108.359/MS, Rel. Min. Rogério Schietti, 6ª Turma,
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de julgado em 26/11/2013, DJe 12/12/2013)
praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes
previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
1.3. Sujeitos Ativos – Crime de concurso necessário – Crime
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento
plurissubjetivo – Crime plurilateral –
de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
Crime plurissubjetivo de condutas paralelas –
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo
incorre quem se associa para a prática reiterada do crime • Participação do menor – inimputável –De acordo
definido no art. 36 desta Lei. com o STJ, o menor poderá contabilizado no número
mínimo para configurar o delito de associação. Além
1. Classificação do crime –
disso, poderá, inclusive, aumentar a pena de um sexto
1.1. Natureza do crime – a dois terços, conforme previsto no art. 40, inciso VI.
STJ – “O crime de associação para o tráfico de (Informativo N° 576, STJ)
entorpecentes (art. 35 da Lei n. 11.343/2006) não • STJ – Participação do menor – Aumento de Pena –
figura no rol taxativo de crimes hediondos ou de delitos
Não acarreta bis in idem a incidência simultânea
a eles equiparados. Julgados: AgRg no HC 499706/SP,
das majorantes previstas no art. 40 da Lei n. 11.
Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA
343/2006 aos crimes de tráfico de drogas e de
TURMA, julgado em 18/06/2019
associação para fins de tráfico, porquanto são
Livramento Condicional – cumprimento de 2/3 (dois delitos autônomos, cujas penas devem ser
terços) da pena – STJ – A despeito de não ser calculadas e fixadas separadamente. Julgados: HC
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250455/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA no tráfico, limitando-se a fornecer dinheiro ou bens
TURMA, julgado em 17/12/2015 para subsidiar a mercancia, sem importar, exportar,
remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,
expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar,
1.4. Consumação – Crime formal –
trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
• Apreensão de drogas – STJ – Para a configuração entregar a consumo ou fornecer drogas
do crime de associação para o tráfico de drogas, ilicitamente.[...] (REsp 1.290.296-PR, Rel. Min. Maria
previsto no art. 35 da Lei n. 11.343/2006, é Thereza de Assis Moura, julgado em 17/12/2013
irrelevante apreensão de drogas na posse direta do (Informativo nº 534). Julgados: HC 306136/MG, Rel.
agente. Julgados: HC 515917/PR, Rel. Ministro Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,
REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 03/11/2015.
julgado em 25/06/2019, DJe 05/08/2019
1.4. Concurso de crimes – STJ: “Na hipótese de
autofinanciamento para o tráfico ilícito de drogas,
1.5. Elemento subjetivo – Dolo, com um fim especial de não há concurso material entre os crimes de tráfico
agir. (art. 33, caput, da Lei 11.343/2006) e de
financiamento ao tráfico (art. 36), devendo, nessa
1.6. Concurso de Crimes –
situação, ser o agente condenado às penas do crime
1.7. Tentativa – de tráfico com incidência da causa de aumento de
1.8. Tipo penal preventivo – pena prevista no art. 40, VII. (REsp 1.290.296-PR, Rel.
1.9. Aplicação da redução de pena do tráfico privilegiado – Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
17/12/2013 (Informativo nº 534).
STJ – É inviável a aplicação da causa especial de
diminuição de pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei n. 1.5. Autofinanciamento –
11.343/2006 quando há condenação simultânea do STJ – De acordo com a doutrina especialista no
agente nos crimes de tráfico de drogas e de associação assunto, denomina-se autofinanciamento a situação
para o tráfico, por evidenciar a sua dedicação a em que o agente atua, ao mesmo tempo, como
atividades criminosas ou a sua participação em financiador e como traficante de drogas. [...]
organização criminosa. Julgados: AgRg no AREsp Observa-se, ademais, que, para os casos de tráfico
1465052/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA cumulado com o financiamento ou custeio da prática
TURMA, julgado em 18/06/2019, DJe 02/08/2019; do crime, expressamente foi estabelecida a aplicação
da causa de aumento de pena do art. 40, VII, da
ARTIGO 36 – FINANCIAMENTO PARA O TRÁFICO DE referida lei, cabendo ressaltar, entretanto, que a
DROGAS – aplicação da aludida causa de aumento de pena
cumulada com a condenação pelo financiamento ou
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos
custeio do tráfico configuraria inegável bis in idem. De
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
outro modo, atestar a impossibilidade de aplicação
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento daquela causa de aumento em casos de
de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias- autofinanciamento para o tráfico levaria à conclusão
multa. de que a previsão do art. 40, VII, seria inócua quanto
1. Classificação do crime – às penas do art. 33, caput. REsp 1.290.296-PR, Rel.
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
1.1. Núcleos do tipo –
17/12/2013 (Informativo nº 534).
1.2. Dolo –
STJ – O agente que atua diretamente na traficância e
1.3. Conduta do financiador – Financiamento para o que também financia ou custeia a aquisição de drogas
tráfico de outrem – deve responder pelo crime previsto no art. 33, caput,
STJ: “[...] Posto isso, tem-se que o legislador, ao da Lei n. 11.343/2006 com a incidência da causa de
prever como delito autônomo a atividade de financiar aumento de pena prevista no art. 40, VII, da Lei n.
ou custear o tráfico (art. 36 da Lei 11.343/2006), 11.343/2006, afastando-se, por conseguinte, a
objetivou – em exceção à teoria monista – punir o conduta autônoma prevista no art. 36 da referida
agente que não tem participação direta na execução legislação. Julgados: HC 306136/MG, Rel. Ministro
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ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em associação, nem seja coautor ou partícipe do delito de
03/11/2015, DJe 19/11/2015; tráfico.” HC 224.849-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 11/6/2013
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, O tipo penal do art. 37 da referida lei (colaboração
organização ou associação destinados à prática de como informante) reveste-se de verdadeiro caráter
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e de subsidiariedade, só ficando preenchida a
34 desta Lei: tipicidade quando não se comprovar a prática de
crime mais grave. De fato, cuidando-se de agente que
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de
participe do próprio delito de tráfico ou de associação,
300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
a conduta consistente em colaborar com informações
1. Classificação do crime – já será inerente aos mencionados tipos. (...)HC
1.1. Conduta do colaborador – 224.849-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado
STJ – (...) caracterizando-se como colaborador aquele em 11/6/2013.
que transmite informação relevante para o êxito das 1.5. Concurso de Crimes – Impossibilidade –
atividades do grupo, associação ou organização STJ: “Considerar que o informante possa ser punido
criminosa destinados à prática de qualquer dos crimes duplamente (pela associação e pela colaboração com
previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 da Lei a própria associação da qual faça parte), contraria o
11.343/2006. (HC 224.849-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio princípio da subsidiariedade e revela indevido bis in
Bellizze, julgado em 11/6/2013.) idem, punindo-se, de forma extremamente severa,
1.2. Colaboração de forma esporádica, eventual, sem aquele que exerce função que não pode ser entendida
vínculo efetivo – Art. 37 – como a mais relevante na divisão de tarefas do
STJ – O crime de colaboração com o tráfico, art. 37 da mundo do tráfico.” STJ. 5ª Turma. HC 224.849-RJ, Rel.
Lei n. 11.343/2006, é um tipo penal subsidiário em Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 11/6/2013
relação aos delitos dos arts. 33 e 35 da referida lei e (Info 527)
tem como destinatário o agente que colabora como STJ: “Responderá apenas pelo crime de associação do
informante, de forma esporádica, eventual, sem art. 35 da Lei 11.343/2006 - e não pelo mencionado
vínculo efetivo, para o êxito da atividade de grupo, de crime em concurso com o de colaboração como
associação ou de organização criminosa destinados à informante, previsto no art. 37 da mesma lei - o
prática de qualquer dos delitos previstos nos arts. 33, agente que, já integrando associação que se destine à
caput e § 1º, e 34 da Lei de Drogas. Julgados: AgRg no prática do tráfico de drogas, passar, em determinado
REsp 1738851/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE momento, a colaborar com esta especificamente na
ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em condição de informante.” (HC 224.849-RJ, Rel. Min.
21/08/2018 Marco Aurélio Bellizze, julgado em 11/6/2013)
1.3. Colaboração habitual, com vínculo efetivo com o 1.6. Conduta do “fogueteiro” STF – “(...) Reputou-se que
grupo – a conduta do “fogueteiro” no tráfico enquadrar-se-ia
STJ – (...) Se a prova indica que o agente mantém como informante (...) Asseverou-se que essa conduta
vínculo ou envolvimento com esses grupos, fora reproduzida, não no art. 33 da Lei 11.343/2006,
conhecendo e participando de sua rotina, bem como mas no seu art. 37 (“Colaborar, como informante,
cumprindo sua tarefa na empreitada comum, a com grupo, organização ou associação destinados à
conduta não se subsume ao tipo do art. 37, podendo prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33,
configurar outros crimes, como o tráfico ou a caput e § 1º, e 34 desta Lei: Pena reclusão, de 2 a 6
associação, nas modalidades autoria e participação. anos, e pagamento de 300 a 700 dias-multa”). HC
HC 224.849-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 106155/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o
julgado em 11/6/2013. acórdão Min. Luiz Fux, 4.10.2011. (HC-106155)
(Informativo 643)
STJ – “Dessa forma, conclui-se que só pode ser
considerado informante, para fins de incidência do
art. 37 da Lei 11.343/2006, aquele que não integre a
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1.7. Autoridade pública – Caso uma autoridade pública, 1.4. Crime de perigo concreto –
por exemplo, um policial, venha a colaborar como 1.5. Código de Trânsito Brasileiro –
informante com grupo, organização ou associação,
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade
ele responderá por esse delito (art. 37) e o delito de
psicomotora alterada em razão da influência de álcool
corrupção passiva (art. 317), previsto no código penal.
ou de outra substância psicoativa que determine
dependência: (Redação dada pela Lei nº 12.760, de
ARTIGO 38 – PRESCRIÇÃO CULPOSA DE DROGAS – 2012)
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e
sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
excessivas ou em desacordo com determinação legal ou habilitação para dirigir veículo automotor.
regulamentar:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e ARTIGO 40 – CAUSAS DE AUMENTO DE PENA –
pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao aumentadas de um sexto a dois terços, se:
Conselho Federal da categoria profissional a que pertença
• Aplicabilidade –
o agente.
• Causas de aumento não previstas –
1. Tráfico intermunicipal;
3. Classificação do crime –
2. Concurso eventual de agentes –
3.1. Natureza do crime –
3. Contra idoso, gestante, deficiente –
3.2. Núcleos do tipo –
3.3. Elemento Subjetivo –
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto
3.4. Sujeitos do Crime – apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a
3.5. Tentativa – transnacionalidade do delito;
• Nomenclatura – Tráfico transnacional –
ARTIGO 38 – CONDUÇÃO EMBARCAÇÃO OU AERONAVE • STJ – SÚMULA N. 607 – A majorante do tráfico
APÓS O CONSUMO DE DROGAS – transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei n.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o 11.343/2006) configura-se com a prova da
consumo de drogas, expondo a dano potencial a destinação internacional das drogas, ainda que não
incolumidade de outrem: consumada a transposição de fronteiras. Terceira
Seção, julgado em 11/04/2018, DJe 17/04/2018.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da
(Informativo n. 622)
apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva
ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena • Competência - Justiça Federal - No caso de tráfico
privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 transnacional, a competência será da Justiça
(duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. Federal.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas Lei de Drogas - Art. 70 – O processo e o
cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37
(seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias- desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são
multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de da competência da Justiça Federal.
transporte coletivo de passageiros. Súmula 522 do STF – “Salvo ocorrência de tráfico
1. Classificação do crime – para o exterior, quando, então, a competência será
da justiça federal, compete à justiça dos estados o
1.1. Núcleo do tipo –
processo e julgamento dos crimes relativos a
1.2. Sujeitos do Crime – entorpecentes.”
1.3. Consumação – 02 requisitos:
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Súmula 528 – STJ – Compete ao juiz federal do 1. Maior proveito e facilidade na difusão e no
local da apreensão da droga remetida do exterior comércio de drogas em região de grande
pela via postal processar e julgar o crime de tráfico circulação de pessoas;
internacional. 2. Exposição de maior frequentadores do local a
• Aplicação cumulativa: transnacionalidade e à um risco inerente à atividade criminosa da
interestadualidade – narcotraficância.
É cabível a aplicação cumulativa das causas de
aumento relativas à transnacionalidade e à • STJ: “Inicialmente, cumpre salientar que, segundo a
interestadualidade do delito, previstas nos incisos I jurisprudência desta Corte, para o reconhecimento
e V do art. 40 da Lei de Drogas, quando da majorante prevista no inciso III do art. 40 da Lei
evidenciado que a droga proveniente do exterior de Drogas, não é necessária a comprovação da
se destina a mais de um estado da Federação, efetiva mercancia nos locais elencados na lei,
sendo o intuito dos agentes distribuir o tampouco que a substância entorpecente atinja,
entorpecente estrangeiro por mais de uma diretamente, os trabalhadores, os estudantes, as
localidade do país. Julgados: AgRg no REsp pessoas hospitalizadas etc., sendo suficiente que a
1744207/TO, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA prática ilícita ocorra nas dependências, em locais
TURMA, julgado em 26/06/2018, DJe 01/08/2018; próximos ou nas imediações de tais localidades.”
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função (HC 528.851-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
pública ou no desempenho de missão de educação, poder Sexta Turma, por unanimidade, julgado em
familiar, guarda ou vigilância; 05/05/2020, DJe 12/05/2020)
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da Lei de Drogas. Brasília (DF), 17 de março de LEI DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA
2015 (Data do Julgamento) MULHER
• Conversão de suas penas em restritivas de LEI MARIA DA PENHA –
direitos –
RESOLUÇÃO N° 5 DE 2012 – LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006
Em 2012, por meio da Resolução Nº 5, o Senado Vigência
Federal Suspendeu a execução da expressão (Vide ADI nº 4424)
"vedada a conversão em penas restritivas de
Vide Lei nº 14.149, de 2021
direitos" do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23
de agosto de 2006, uma vez que foi declarada Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da
Tribunal Federal nos autos do Habeas Corpus nº Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de
97.256/RS. Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
Supremo Tribunal Federal.
a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos
“1. (...) Logo, a lei comum não tem a força de Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
subtrair do juiz sentenciante o poder-dever de Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal
impor ao delinqüente a sanção criminal que a ele, e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.
juiz, afigurar-se como expressão de um concreto
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
balanceamento ou de uma empírica ponderação de
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
circunstâncias objetivas com protagonizações
subjetivas do fato-tipo. (...) Pelo que é vedado TÍTULO I
subtrair da instância julgadora a possibilidade de DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
se movimentar com certa discricionariedade nos
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e
quadrantes da alternatividade sancionatória.
prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher,
3. As penas restritivas de direitos são, em essência, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da
uma alternativa aos efeitos certamente Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
traumáticos, estigmatizantes e onerosos do Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana
cárcere. (...) para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
5. Ordem parcialmente concedida tão-somente Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela
para remover o óbice da parte final do art. 44 da República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos
Lei 11.343/2006, assim como da expressão Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
análoga “vedada a conversão em penas Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às
restritivas de direitos”, constante do § 4º do art. mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
33 do mesmo diploma legal. Declaração incidental Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe,
de inconstitucionalidade, com efeito ex nunc, da raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível
proibição de substituição da pena privativa de educacional, idade e religião, goza dos direitos
liberdade pela pena restritiva de direitos; fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe
determinando-se ao Juízo da execução penal que asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem
faça a avaliação das condições objetivas e violência, preservar sua saúde física e mental e seu
subjetivas da convolação em causa, na concreta aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
situação do paciente.” (HC 97256 / RS /
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições
01/09/2010)
para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao
acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à
cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à
convivência familiar e comunitária.
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§ 1º O poder público desenvolverá políticas que I - a violência física, entendida como qualquer
visem garantir os direitos humanos das mulheres no conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de II - a violência psicológica, entendida como
resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
exploração, violência, crueldade e opressão. diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar
criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e
direitos enunciados no caput. decisões, mediante ameaça, constrangimento,
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão humilhação, manipulação, isolamento, vigilância
considerados os fins sociais a que ela se destina e, constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
especialmente, as condições peculiares das mulheres em ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir
situação de violência doméstica e familiar. ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde
psicológica e à autodeterminação;
TÍTULO II
II - a violência psicológica, entendida como
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
MULHER
diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e
CAPÍTULO I perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar
DISPOSIÇÕES GERAIS ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e
decisões, mediante ameaça, constrangimento,
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância
doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que
patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de
lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
2015)
autodeterminação; (Redação dada pela Lei nº
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida 13.772, de 2018)
como o espaço de convívio permanente de pessoas, com
III - a violência sexual, entendida como qualquer
ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a
agregadas;
participar de relação sexual não desejada, mediante
II - no âmbito da família, compreendida como a intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza
comunidade formada por indivíduos que são ou se a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por sexualidade, que a impeça de usar qualquer método
afinidade ou por vontade expressa; contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez,
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem,
agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o
independentemente de coabitação. exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas IV - a violência patrimonial, entendida como
neste artigo independem de orientação sexual. qualquer conduta que configure retenção, subtração,
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos
mulher constitui uma das formas de violação dos direitos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos
humanos. ou recursos econômicos, incluindo os destinados a
satisfazer suas necessidades;
CAPÍTULO II
V - a violência moral, entendida como qualquer
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
FAMILIAR CONTRA A MULHER
TÍTULO III
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar
contra a mulher, entre outras: DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
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doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim violência doméstica, quando se tratar de crime contra a
arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado mulher, obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído
responsável pelas unidades de saúde que prestarem os pela Lei nº 13.505, de 2017)
serviços. (Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência) I - salvaguarda da integridade física, psíquica e
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso emocional da depoente, considerada a sua condição
em caso de perigo iminente e disponibilizados para o peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e
monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
familiar amparadas por medidas protetivas terão seus II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a
custos ressarcidos pelo agressor. (Vide Lei nº 13.871, mulher em situação de violência doméstica e familiar,
de 2019) (Vigência) familiares e testemunhas terão contato direto com
§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e investigados ou suspeitos e pessoas a eles
5º deste artigo não poderá importar ônus de qualquer relacionadas; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
natureza ao patrimônio da mulher e dos seus III - não revitimização da depoente, evitando
dependentes, nem configurar atenuante ou sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos âmbitos
ensejar possibilidade de substituição da pena criminal, cível e administrativo, bem como
aplicada. (Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência) questionamentos sobre a vida privada. (Incluído pela
§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e Lei nº 13.505, de 2017)
familiar tem prioridade para matricular seus dependentes § 2º Na inquirição de mulher em situação de
em instituição de educação básica mais próxima de seu violência doméstica e familiar ou de testemunha de delitos
domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o
a apresentação dos documentos comprobatórios do seguinte procedimento: (Incluído pela Lei nº 13.505,
registro da ocorrência policial ou do processo de violência de 2017)
doméstica e familiar em curso. (Incluído pela Lei
I - a inquirição será feita em recinto especialmente
nº 13.882, de 2019)
projetado para esse fim, o qual conterá os equipamentos
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus próprios e adequados à idade da mulher em situação de
dependentes matriculados ou transferidos conforme o violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à
disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às informações gravidade da violência sofrida; (Incluído pela Lei nº
será reservado ao juiz, ao Ministério Público e aos órgãos 13.505, de 2017)
competentes do poder público. (Incluído pela Lei nº
II - quando for o caso, a inquirição será
13.882, de 2019)
intermediada por profissional especializado em violência
CAPÍTULO III doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL ou policial; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de III - o depoimento será registrado em meio
violência doméstica e familiar contra a mulher, a eletrônico ou magnético, devendo a degravação e a mídia
autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência integrar o inquérito. (Incluído pela Lei nº 13.505, de
adotará, de imediato, as providências legais cabíveis. 2017)
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput Art. 11. No atendimento à mulher em situação de
deste artigo ao descumprimento de medida protetiva de violência doméstica e familiar, a autoridade policial
urgência deferida. deverá, entre outras providências:
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de I - garantir proteção policial, quando necessário,
violência doméstica e familiar o atendimento policial e comunicando de imediato ao Ministério Público e ao
pericial especializado, ininterrupto e prestado por Poder Judiciário;
servidores - preferencialmente do sexo feminino - II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de
previamente capacitados. (Incluído pela Lei nº 13.505, saúde e ao Instituto Médico Legal;
de 2017)
III - fornecer transporte para a ofendida e seus
§ 1º A inquirição de mulher em situação de dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver
violência doméstica e familiar ou de testemunha de risco de vida;
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IV - se necessário, acompanhar a ofendida para III - descrição sucinta do fato e das medidas
assegurar a retirada de seus pertences do local da protetivas solicitadas pela ofendida.
ocorrência ou do domicílio familiar; IV - informação sobre a condição de a ofendida ser
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos pessoa com deficiência e se da violência sofrida resultou
nesta Lei e os serviços disponíveis. deficiência ou agravamento de deficiência
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.836, de 2019)
nesta Lei e os serviços disponíveis, inclusive os de § 2º A autoridade policial deverá anexar ao
assistência judiciária para o eventual ajuizamento perante documento referido no § 1º o boletim de ocorrência e
o juízo competente da ação de separação judicial, de cópia de todos os documentos disponíveis em posse da
divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de ofendida.
união estável. (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019) § 3º Serão admitidos como meios de prova os
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e
familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, postos de saúde.
deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na
seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos formulação de suas políticas e planos de atendimento à
no Código de Processo Penal: mulher em situação de violência doméstica e familiar,
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de
tomar a representação a termo, se apresentada; Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher
II - colher todas as provas que servirem para o (Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de
esclarecimento do fato e de suas circunstâncias; equipes especializadas para o atendimento e a
investigação das violências graves contra a mulher.
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
para a concessão de medidas protetivas de urgência; 13.505, de 2017)
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo § 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de
de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais 2017)
necessários; § 2º (VETADO. (Incluído pela Lei nº 13.505, de
V - ouvir o agressor e as testemunhas; 2017)
VI-A - verificar se o agressor possui registro de Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou
porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese de iminente à vida ou à integridade física da mulher em
existência, juntar aos autos essa informação, bem como situação de violência doméstica e familiar, ou de seus
notificar a ocorrência à instituição responsável pela dependentes, o agressor será imediatamente afastado do
concessão do registro ou da emissão do porte, nos termos lar, domicílio ou local de convivência com a
da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do ofendida: (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
Desarmamento); (Incluído pela Lei nº 13.880, de Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou
2019) iminente à vida ou à integridade física ou psicológica da
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou
policial ao juiz e ao Ministério Público. de seus dependentes, o agressor será imediatamente
afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo
ofendida: (Redação dada pela Lei nº 14.188, de 2021)
pela autoridade policial e deverá conter:
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº
I - qualificação da ofendida e do agressor;
13.827, de 2019)
II - nome e idade dos dependentes;
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Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão III - proibição de determinadas condutas, entre as
ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério quais:
Público ou a pedido da ofendida. a) aproximação da ofendida, de seus familiares e
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância
concedidas de imediato, independentemente de audiência entre estes e o agressor;
das partes e de manifestação do Ministério Público, b) contato com a ofendida, seus familiares e
devendo este ser prontamente comunicado. testemunhas por qualquer meio de comunicação;
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão c) freqüentação de determinados lugares a fim de
aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser preservar a integridade física e psicológica da ofendida;
substituídas a qualquer tempo por outras de maior
IV - restrição ou suspensão de visitas aos
eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei
dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento
forem ameaçados ou violados.
multidisciplinar ou serviço similar;
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério
V - prestação de alimentos provisionais ou
Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas
provisórios.
protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se
entender necessário à proteção da ofendida, de seus VI – comparecimento do agressor a programas de
familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério recuperação e reeducação; e (Incluído pela Lei nº
Público. 13.984, de 2020)
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da VII – acompanhamento psicossocial do agressor,
instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em grupo de
decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do apoio. (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)
Ministério Público ou mediante representação da § 1º As medidas referidas neste artigo não
autoridade policial. impedem a aplicação de outras previstas na legislação em
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as
preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser
motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, comunicada ao Ministério Público.
se sobrevierem razões que a justifiquem. § 2º Na hipótese de aplicação do inciso I,
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos encontrando-se o agressor nas condições mencionadas
processuais relativos ao agressor, especialmente dos no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de
pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão,
da intimação do advogado constituído ou do defensor corporação ou instituição as medidas protetivas de
público. urgência concedidas e determinará a restrição do porte de
armas, ficando o superior imediato do agressor
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar
responsável pelo cumprimento da determinação judicial,
intimação ou notificação ao agressor .
sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de
Seção II desobediência, conforme o caso.
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o § 3º Para garantir a efetividade das medidas
Agressor protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica momento, auxílio da força policial.
e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz § 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo,
poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art.
separadamente, as seguintes medidas protetivas de 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de
urgência, entre outras: Processo Civil).
I - suspensão da posse ou restrição do porte de Seção III
armas, com comunicação ao órgão competente, nos
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida
termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 ;
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem
II - afastamento do lar, domicílio ou local de
prejuízo de outras medidas:
convivência com a ofendida;
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da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de comparecimento obrigatório do agressor a programas de
setembro de 1995. recuperação e reeducação.” (NR)
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e
outubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa a cinco) dias após sua publicação.
vigorar acrescido do seguinte inciso IV: Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da
“Art. 313. ................................................. Independência e 118º da República.
................................................................ LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
IV - se o crime envolver violência doméstica e Dilma Rousseff
familiar contra a mulher, nos termos da lei específica, para Este texto não substitui o publicado no DOU de 8.8.2006
garantir a execução das medidas protetivas de urgência.” *
(NR)
LEI MARIDA PENHA
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-
COM COMENTÁRIOS
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 61. .................................................. ARTIGO 1º - FINALIDADE E OBJETO DA LEI –
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cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, 27/9/2013. HC 277.561-AL, Rel. Min. Jorge
ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à Mussi, julgado em 6/11/2014
dignidade, ao respeito e à convivência familiar e 2. Elemento subjetivo – Exclusivamente o dolo.
comunitária.
3. Sujeito ativo e sujeito passivo –
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que
3.1. Sujeito ativo na LMP – Ao contrário do
visem garantir os direitos humanos das mulheres
Sujeito Passivo, que só poderá ser mulher, o
no âmbito das relações domésticas e familiares no
sujeito ativo tanto poderá ser homem como
sentido de resguardá-las de toda forma de
mulher. A fundamentação está no Art. 5º,
negligência, discriminação, exploração, violência,
parágrafo único da LMP, dispondo que as
crueldade e opressão.
relações pessoais enunciadas no artigo 5º
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público independem de orientação sexual. Nesse
criar as condições necessárias para o efetivo sentido STJ,
exercício dos direitos enunciados no caput.
[...] Sujeito passivo da violência doméstica, objeto
da referida lei, é a mulher. Sujeito ativo pode ser
REQUISITOS PARA INCIDIR A APLICAÇÃO DA LEI MARIA DA tanto o homem quanto a mulher, desde que fique
PENHA – caracterizado o vínculo de relação doméstica,
familiar ou de afetividade. [...] (STJ, 3ª Seção, CC
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência
88.027/MG, Rel. Min. Og Fernandes, DJe
doméstica e familiar contra a mulher qualquer
18/12/2008).
ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou STJ: [...] Nessa mesma linha, entende a
psicológico e dano moral ou patrimonial: jurisprudência do STJ que o sujeito ativo do crime
pode ser tanto o homem como a mulher, desde que
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida
esteja presente o estado de vulnerabilidade
como o espaço de convívio permanente de pessoas,
caracterizado por uma relação de poder e
com ou sem vínculo familiar, inclusive as
submissão. Precedentes citados: HC 175.816-RS,
esporadicamente agregadas;
Quinta Turma, DJe 28/6/2013; e HC 250.435-RJ,
II - no âmbito da família, compreendida como a Quinta Turma, DJe
comunidade formada por indivíduos que são ou se
3.2. Sujeito Passivo na LMP – Somente a mulher.
consideram aparentados, unidos por laços naturais,
O homem não. Só a mulher. Nesse sentido,
por afinidade ou por vontade expressa;
STJ: 27/9/2013. HC 277.561-AL, Rel. Min.
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o Jorge Mussi, julgado em 6/11/2014.
agressor conviva ou tenha convivido com a
ofendida, independentemente de coabitação.
REQUISITOS CUMULATIVOS PARA INCIDIR A LMP –
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas
neste artigo independem de orientação sexual. Desta forma, pode-se dizer que a incidência da citada
lei está condicionada à presença de 3 (três)
pressupostos cumulativos:
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA –
1. Violência doméstica e familiar contra a mulher;
2. Ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
1. Objeto jurídico da lei (STJ) – O bem protegido morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
pela lei “é a mulher em situação de psicológico e dano moral ou patrimonial.
vulnerabilidade, não só em relação ao cônjuge
3. Violência dolosa praticada no âmbito da unidade
ou companheiro, mas também qualquer outro
doméstica, no âmbito da família, ou em qualquer
familiar ou pessoa que conviva com a vítima,
relação íntima de afeto.
independentemente do gênero do agressor.
[...] HC 175.816-RS, Quinta Turma, DJe Observação - “violência doméstica E familiar - Os
28/6/2013 e HC 250.435-RJ, Quinta Turma, DJe requisitos “violência doméstica e familiar” não são
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4.1. Ameaça – Art. 147 - Ameaçar alguém, por o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou
palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.
meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e (Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018)
grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou 5. VIOLÊNCIA MORAL – Natureza não criminal -
multa.
Art. 138 – Calúnia –
Parágrafo único - Somente se procede
mediante representação. Art. 139 – Difamação –
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ação penal relativa aos crimes de lesões corporais essa é movida pelo princípio da obrigatoriedade e
leves e lesões culposas. indisponibilidade.
LMP – Art. 41. Aos crimes praticados com Audiência Específica - Para evitar qualquer espécie
violência doméstica e familiar contra a mulher, de vício na retratação da vítima, vício relacionado à
independentemente da pena prevista, não se sua vontade, ou seja, para verificar se a vítima não
aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. foi coagida, não está sob ameaça... essa retratação
só será admitida perante o juiz, em audiência
especialmente designada com tal finalidade, antes
Súmula n. 542 do STJ: “A ação penal relativa ao
do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
crime de lesão corporal resultante de violência
Público. Desse modo, cabendo ao magistrado
doméstica contra a mulher é pública
verificar na referida audiência a espontaneidade e
incondicionada”.
a liberdade na prática de tal ato
Informativo 604 STJ - A ação penal nos crimes de
Não aplicabilidade aos crimes de Lesão Leve e
lesão corporal leve cometidos em detrimento da
Lesão culposa -
mulher, no âmbito doméstico e familiar, é pública
incondicionada. STJ. 3ª Seção. Pet 11.805-DF, Rel. A retratação da representação não se aplica aos
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 10/5/2017 crimes de Lesão Leve e Lesão culposa, uma vez que
(recurso repetitivo) (Info 604). esses são de ação pena pública incondicionada,
conforme o exposto na Súmula N. 542 do STJ.
Limite para a retratação - Conforme exposto no
8. Princípio da Insignificância – Súmula 589 do
dispositivo legal, a retratação da representação
STJ – É inaplicável o princípio da insignificância
deverá ser feita até o recebimento da denúncia.
nos crimes ou contravenções penais praticados
contra a mulher no âmbito das relações
domésticas. Os Tribunais Superiores têm VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. LEI MARIA DA PENHA.
afastado a insignificância nas infrações penais AUDIÊNCIA.
envolvendo violência doméstica e familiar
Consignou-se que a realização da audiência deve
contra a mulher;
ser precedida de manifestação de vontade da
ofendida, se assim ela o desejar, em retratar-se da
RETRATAÇÃO – representação registrada, cabendo ao magistrado
verificar a espontaneidade e a liberdade na
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à
prática de tal ato. Com esse entendimento, a
representação da ofendida de que trata esta Lei,
Turma concedeu a segurança para determinar que
só será admitida a renúncia à representação
a audiência de retratação da representação da
perante o juiz, em audiência especialmente
ação penal de natureza pública condicionada
designada com tal finalidade, antes do
somente seja realizada após prévia manifestação
recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
da ofendida. Precedentes citados: HC 178.744-MG,
Público.
DJe 24/6/2011; HC 168.003-ES, DJe 1º/6/2011, e
“Renúncia” - Apesar de o art. 16 dispor HC 96.601-MS, DJe 22/11/2010. RMS 34.607-MS,
expressamente sobre “renúncia”, estamos diante Rel. Min. Adilson Vieira Macabu (Desembargador
um caso de Retração, que é o arrependimento da convocado do TJ/RJ), julgado em 13/9/2011.
representação pela vítima no caso de crime de ação
penal pública condicionada.
VEDAÇÕES – LEI MARIA DA PENHA -
Retratação - A grosso modo, a retratação é o
“desdizer-se”, “voltar atrás”, “retirar o que foi Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência
dito”. doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
Hipótese - A retratação só é cabível nos crimes de
substituição de pena que implique o pagamento isolado
ação que dependem da representação da vítima.
de multa.
De outro lado, a retratação não será cabível nos
crimes de ação penal pública incondicionada, pois
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Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por
multa. advogado ou defensor público, sem a presença de seu
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: patrono.
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interrogatório ou no caso de audiência realizada por Art. 24. Constranger, sob violência ou grave
videoconferência. ameaça, funcionário ou empregado de instituição
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento
mesma cela ou espaço de confinamento: pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar
local ou momento de crime, prejudicando sua apuração:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
mantém, na mesma cela, criança ou adolescente na Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em
companhia de maior de idade ou em ambiente procedimento de investigação ou fiscalização, por meio
inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 manifestamente ilícito:
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou multa.
astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz
imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer uso de prova, em desfavor do investigado ou fiscalizado,
nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora com prévio conhecimento de sua ilicitude.
das condições estabelecidas em lei: Art. 26. (VETADO).
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar
multa. procedimento investigatório de infração penal ou
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista administrativa, em desfavor de alguém, à falta de
no caput deste artigo, quem: qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou
I - coage alguém, mediante violência ou grave de infração administrativa: (Vide ADIN 6234) (Vide
ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas ADIN 6240)
dependências; Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
II - (VETADO); multa.
III - cumpre mandado de busca e apreensão Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de
domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h sindicância ou investigação preliminar sumária,
(cinco horas). devidamente justificada.
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação
socorro, ou quando houver fundados indícios que sem relação com a prova que se pretenda produzir,
indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra
de flagrante delito ou de desastre. ou a imagem do investigado ou acusado:
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
diligência, de investigação ou de processo, o estado de multa.
lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de Art. 29. Prestar informação falsa sobre
responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo
alguém ou agravar-lhe a responsabilidade: com o fim de prejudicar interesse de investigado: (Vide
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e ADIN 6234) (Vide ADIN 6240)
multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem multa.
pratica a conduta com o intuito de: Parágrafo único. (VETADO).
I - eximir-se de responsabilidade civil ou Art. 30. (VETADO).
administrativa por excesso praticado no curso de Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal,
diligência; civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ou
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados contra quem sabe inocente: (Promulgação partes
ou informações incompletos para desviar o curso da vetadas)
investigação, da diligência ou do processo.
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Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa. multa.
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, Art. 38. (VETADO).
procrastinando-a em prejuízo do investigado ou Art. 38. Antecipar o responsável pelas
fiscalizado: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240) investigações, por meio de comunicação, inclusive rede
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e social, atribuição de culpa, antes de concluídas as
multa. apurações e formalizada a acusação: (Promulgação
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, partes vetadas)
inexistindo prazo para execução ou conclusão de Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
procedimento, o estende de forma imotivada, multa.
procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do CAPÍTULO VII
fiscalizado.
DO PROCEDIMENTO
Art. 32. (VETADO).
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou dos delitos previstos nesta Lei, no que couber, as
advogado acesso aos autos de investigação preliminar, ao disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de
termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei nº 9.099, de 26
procedimento investigatório de infração penal, civil ou de setembro de 1995.
administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias,
CAPÍTULO VIII
ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em
curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, DISPOSIÇÕES FINAIS
cujo sigilo seja imprescindível: (Promulgação partes Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro
vetadas) de 1989, passa a vigorar com a seguinte redação:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e “Art.2º
multa. ...........................................................................................
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de ...........................................................................................
obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o
expresso amparo legal:
período de duração da prisão temporária estabelecido
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso
multa. deverá ser libertado.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se ...........................................................................................
utiliza de cargo ou função pública ou invoca a condição de
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a
agente público para se eximir de obrigação legal ou para
autoridade responsável pela custódia deverá,
obter vantagem ou privilégio indevido.
independentemente de nova ordem da autoridade
Art. 34. (VETADO). judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se
Art. 35. (VETADO). já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão
temporária ou da decretação da prisão preventiva.
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a
indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que § 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de
extrapole exacerbadamente o valor estimado para a prisão no cômputo do prazo de prisão temporária.” (NR)
satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração, pela Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de
parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la: 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e “Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de
multa. comunicações telefônicas, de informática ou telemática,
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça,
no exame de processo de que tenha requerido vista em sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados
órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu em lei:
andamento ou retardar o julgamento: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
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Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade ENUNCIADOS SOBRE A LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE
judicial que determina a execução de conduta prevista O Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério
no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei.” Público dos Estados e da União (CNPG) e o Grupo Nacional
(NR) de Coordenadores de Centro de Apoio Criminal (GNCCRIM),
Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de com o objetivo de contribuir com a atividade-fim dos
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a membros do Ministério Público na interpretação da Lei de
vigorar acrescida do seguinte art. 227-A: Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/2019), emitiram 30
“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I enunciados acerca do tema.
do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de O documento contendo os enunciados foi assinado pelo
dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos Presidente do CNPG e Procurador-Geral do Ministério
nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso de Público do Estado do Mato Grosso do Sul, Paulo Cezar dos
autoridade, são condicionados à ocorrência de Passos, e pelo Procurador-Geral do Ministério Público do
reincidência. Estado do Rio Grande do Sul e Presidente do GNCCRIM,
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da Fabiano Dallazen, e pode ser conferido na íntegra aqui.
função, nesse caso, independerá da pena aplicada na ENUNCIADO #1 (art. 1º.)
reincidência.” Os tipos incriminadores da Lei de Abuso de Autoridade
Art. 43. (VETADO). exigem elemento subjetivo diverso do mero dolo,
Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa restringindo o alcance da norma.
a vigorar acrescida do seguinte art. 7º-B: (Promulgação ENUNCIADO #2 (art. 1º.) A divergência na interpretação de
partes vetadas) lei ou na avaliação de fatos e provas, salvo quando
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou teratológica, não configura abuso de autoridade, ficando
prerrogativa de advogado previstos nos incisos II, III, IV e V excluído o dolo.
do caput do art. 7º desta Lei: ENUNCIADO #3 (art. 3º.)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e Os crimes da Lei de Abuso de Autoridade são perseguidos
multa.’” mediante ação penal pública incondicionada. A queixa
Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de subsidiária pressupõe comprovada inércia do Ministério
dezembro de 1965, e o § 2º do art. 150 e o art. 350, ambos Público, caracterizada pela inexistência de qualquer
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 manifestação ministerial.
(Código Penal). ENUNCIADO #4 (art. 4º.) O requerimento do ofendido para
Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 a reparação dos danos causados pela infração penal
(cento e vinte) dias de sua publicação oficial. dispensa qualquer rigor formal.
Brasília, 5 de setembro de 2019; 198o da ENUNCIADO #5 (art. 9º.) O sujeito ativo do art. 9º, “caput”,
Independência e 131o da República. da Lei de Abuso de Autoridade, diferentemente do
parágrafo único, não alcança somente autoridade judiciária.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
O verbo nuclear “decretar” tem o sentido de determinar,
Sérgio Moro decidir e ordenar medida de privação da liberdade em
Wagner de Campos Rosário manifesta desconformidade com as hipóteses legais.
Jorge Antonio de Oliveira Francisco ENUNCIADO #6 (art. 10) Os investigados e réus não podem
ser conduzidos coercitivamente à presença da autoridade
André Luiz de Almeida Mendonça
policial ou judicial para serem interrogados. Outras
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.9.2019 - hipóteses de condução coercitiva, mesmo de investigados
Edição extra-A e retificado em 18.9.2019 ou réus para atos diversos do interrogatório, são possíveis,
observando-se as formalidades legais.
• Enunciado de acordo com as ADPFs 395 e 444
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ENUNCIADO #7 (art. 10) A condução coercitiva pressupõe conhecimento inequívoco da sua origem e do nexo de
motivação e descumprimento de prévia notificação. relação entre a prova ilícita e aquela dela derivada.
ENUNCIADO #8 (art. 12) Com o fim de preservar a sua ENUNCIADO #17 (art. 27) A configuração do abuso de
identidade, imagem e dados pessoais, é possível, nas autoridade pela deflagração de investigação criminal com
exceções legais, que da nota de culpa não conste o nome do base em matéria jornalística, necessariamente, há de ser
condutor, das testemunhas e das vítimas. avaliada a partir dos critérios interpretativos trazidos pela
ENUNCIADO #9 (art. 12) A execução imediata do alvará de Lei (art. 1º, § 1º) e da flagrante ausência de standard
soltura deve ocorrer após o cumprimento dos probatório mínimo que a justifique.
procedimentos de segurança necessários, incluindo a ENUNCIADO #18 (art. 28) O crime do art. 28 da Lei de
checagem sobre a existência de outras ordens de prisão e Abuso de Autoridade (Divulgar gravação ou trecho de
da autenticidade do próprio alvará. gravação sem relação com a prova que se pretenda
ENUNCIADO #10 (art. 13) Constranger o preso ou o produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo
detento, mediante violência ou grave ameaça, a produzir a honra ou a imagem do investigado ou acusado) pressupõe
prova contra si mesmo ou contra terceiro pode configurar interceptação legal (legítima e lícita), ocorrendo abuso no
delito de abuso de autoridade (Lei 13.869/19) ou crime de manuseio do conteúdo obtido com a medida.
tortura (Lei 9.455/97), a depender das circunstâncias do ENUNCIADO #19 (ART. 29) O legislador, na tipificação do
caso concreto. crime do art. 29 da Lei de Abuso de Autoridade, optou por
ENUNCIADO #11 (art. 18) Para efeitos do artigo 18 da Lei de restringir o alcance do tipo, pressupondo por parte do
Abuso de Autoridade, compreende-se por repouso noturno agente a finalidade única de prejudicar interesse de
o período de 21h00 a 5h00, nos termos do artigo 22, § 1°, investigado. Agindo com a finalidade de beneficiar, pode
III, da mesma Lei. responder por outro delito, como prevaricação (art. 319 do
CP), a depender das circunstâncias do caso concreto.
ENUNCIADO #12 (art. 18) Ressalvadas as hipóteses de
prisão em flagrante e concordância do interrogado ENUNCIADO #20 (art. 30) O crime do art. 30 da Lei de
devidamente assistido, o interrogatório extrajudicial do Abuso de Autoridade deve ser declarado, incidentalmente,
preso iniciado antes, não pode adentrar o período de inconstitucional. Não apenas em razão da elementar “justa
repouso noturno, devendo ser o ato encerrado e, se causa” ser expressão vaga e indeterminada, como também
necessário, complementado no dia seguinte. porque gera retrocesso na tutela dos bens jurídicos
envolvidos, já protegidos pelo art. 339 do CP, punido,
ENUNCIADO #13 (art. 21) A violação à regra de separação
inclusive, com pena em dobro.
de custodiados, acompanhada de sofrimento físico ou
mental do preso, conforme as circunstâncias do caso, não ENUNCIADO #21 (art. 31) A elementar “injustificadamente”
tipifica o crime do art. 21 da Lei de Abuso de Autoridade, deve ser interpretada no sentido de que o excesso de prazo
mas o delito de tortura (art. 1º, caput, inciso I, da Lei nº na instrução do procedimento investigatório não resultará
9.455/97), infração penal equiparada a hediondo, sofrendo de simples operação aritmética, impondo-se considerar a
os consectários da Lei 8.072/1990. complexidade do feito, atos procrastinatórios não
atribuíveis ao presidente da investigação e ao número de
ENUNCIADO #14 (art. 22) A elementar “imóvel” do artigo
pessoas envolvidas na apuração. Todos fatores que,
22 da Lei de Abuso de Autoridade deve ser conceituada nos
analisados em conjunto ou separadamente, indicam ser, ou
termos do artigo 79 do Código Civil.
não, razoável o prazo para o seu encerramento.
ENUNCIADO #15 (art. 22) O mandado de busca e
ENUNCIADO #22 (art. 33) Quem se utiliza de cargo ou
apreensão deverá ser cumprido durante o dia (art. 5º., XI,
função pública ou invoca a condição de agente público para
CF/88). Mesmo havendo luz solar, veda-se seu
se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou
cumprimento entre 21h00 e 5h00, sob pena de caracterizar
privilégio indevido pratica abuso de autoridade (art. 33,
abuso de autoridade (art. 22, §1º., inc. III).
parágrafo único) se o comportamento não estiv9er atrelado
ENUNCIADO #16 (art. 25) Ressalvadas situações à finalidade de contraprestação do agente ou autoridade.
excepcionais pacificadas, o uso da prova derivada da ilícita Caso contrário, outro será o crime, como corrupção passiva
está abrangido pelo tipo penal incriminador do art. 25 da (art. 317 do CP).
Lei de Abuso de Autoridade, devendo o agente ter
ENUNCIADO #23 (art. 36) O delito do art. 36 da Lei de
Abuso de Autoridade (abusiva indisponibilidade de ativos
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financeiros) pressupõe, objetivamente, uma ação (decretar) LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013
seguida de uma omissão (deixar de corrigir).
Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação
ENUNCIADO #24 (art. 39) Os crimes de abuso de criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais
autoridade com pena máxima superior a dois anos, salvo no correlatas e o procedimento criminal; altera o Decreto-Lei
caso de foro por prerrogativa de função, são processados nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); revoga
pelo rito dos crimes funcionais, observando-se a defesa a Lei nº 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá outras
preliminar do art. 514 do CPP. providências.
ENUNCIADO #25 (art. 39) Por ser privativa do servidor A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
público, o particular concorrente no crime de abuso de Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
autoridade não faz jus à preliminar contestação prevista no
CAPÍTULO I
art. 514 do CPP.
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
ENUNCIADO #26 (art. 39) A inobservância do disposto no
artigo 514 do CPP é causa de nulidade relativa, devendo ser Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e
alegada no tempo oportuno, comprovando-se o prejuízo, dispõe sobre a investigação criminal, os meios de
sob pena de preclusão. obtenção da prova, infrações penais correlatas e o
procedimento criminal a ser aplicado.
ENUNCIADO #27 (art. 39) A formalidade do art. 514 do CPP
é dispensável quando a denúncia envolver, além do crime § 1º Considera-se organização criminosa a associação
funcional, delito de outra natureza, ambos em concurso. de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que
ENUNCIADO #28 (ANPP) Crimes de abuso de autoridade,
informalmente, com objetivo de obter, direta ou
cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante
presentes os pressupostos do art. 18 da Res. 181/17 do
a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam
CNMP, admitirão o acordo de não persecução penal, salvo
superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter
se a sua celebração não atender ao que seja necessário e
transnacional.
suficiente para a reprovação e prevenção do crime.
§ 2º Esta Lei se aplica também:
ENUNCIADO #29 (representações indevidas)
Representações indevidas por abuso de autoridade podem, I - às infrações penais previstas em tratado ou
em tese, caracterizar crime de denunciação caluniosa (CP, convenção internacional quando, iniciada a execução no
art. 339), dano civil indenizável (CC, art. 953) e, caso o País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no
reclamante seja agente público, infração disciplinar ou estrangeiro, ou reciprocamente;
político-administrativa. II - às organizações terroristas internacionais,
ENUNCIADO #30 (art. 256 CPP) A representação indevida reconhecidas segundo as normas de direito internacional,
por abuso de autoridade contra juiz, promotor de Justiça, por foro do qual o Brasil faça parte, cujos atos de suporte
delegados ou agentes públicos em geral, não enseja, por si ao terrorismo, bem como os atos preparatórios ou de
só, a suspeição ante a aplicação da regra de que ninguém execução de atos terroristas, ocorram ou possam ocorrer
pode se beneficiar da própria torpeza, nos termos do que em território nacional.
disposto, inclusive, no art. 256 do CPP. II - às organizações terroristas, entendidas como
Brasília, 26 de novembro de 2019. aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo
legalmente definidos. (Redação dada pela lei nº
PAULO CEZAR DOS PASSOS, Procurador-Geral do Ministério
13.260, de 2016)
Público do Estado do Mato Grosso do Sul e Presidente do
CNPG. Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar,
pessoalmente ou por interposta pessoa, organização
FABIANO DALLAZEN, Procurador-Geral do Ministério
criminosa:
Público do Estado do Rio Grande do Sul e Presidente do
GNCCRIM. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa,
sem prejuízo das penas correspondentes às demais
Fonte:
infrações penais praticadas.
https://www.cnpg.org.br/images/arquivos/documentos_pu
blicos/Enunciados/2019/Enunciados-GNCCRIM-Lei-de-
Abuso-de-Autoridade.pdf
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§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de regime de cumprimento de pena ou obter livramento
qualquer forma, embaraça a investigação de infração condicional ou outros benefícios prisionais se houver
penal que envolva organização criminosa. elementos probatórios que indiquem a manutenção do
§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na vínculo associativo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
atuação da organização criminosa houver emprego de 2019)
arma de fogo. CAPÍTULO II
§ 3º A pena é agravada para quem exerce o DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA
comando, individual ou coletivo, da organização PROVA
criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão
execução. permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei, os
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 seguintes meios de obtenção da prova:
(dois terços): I - colaboração premiada;
I - se há participação de criança ou adolescente; II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos,
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se ópticos ou acústicos;
a organização criminosa dessa condição para a prática de III - ação controlada;
infração penal;
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e
III - se o produto ou proveito da infração penal telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de
destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou
IV - se a organização criminosa mantém conexão comerciais;
com outras organizações criminosas independentes; V - interceptação de comunicações telefônicas e
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a telemáticas, nos termos da legislação específica;
transnacionalidade da organização. VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e
§ 5º Se houver indícios suficientes de que o fiscal, nos termos da legislação específica;
funcionário público integra organização criminosa, poderá VII - infiltração, por policiais, em atividade de
o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, investigação, na forma do art. 11;
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração,
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais,
quando a medida se fizer necessária à investigação ou
distritais, estaduais e municipais na busca de provas e
instrução processual.
informações de interesse da investigação ou da instrução
§ 6º A condenação com trânsito em julgado criminal.
acarretará ao funcionário público a perda do cargo,
§ 1º Havendo necessidade justificada de manter
função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o
sigilo sobre a capacidade investigatória, poderá ser
exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito)
dispensada licitação para contratação de serviços técnicos
anos subsequentes ao cumprimento da pena.
especializados, aquisição ou locação de equipamentos
§ 7º Se houver indícios de participação de policial destinados à polícia judiciária para o rastreamento e
nos crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia obtenção de provas previstas nos incisos II e
instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério V. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
Público, que designará membro para acompanhar o feito
§ 2º No caso do § 1º , fica dispensada a publicação
até a sua conclusão.
de que trata o parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666,
§ 8º As lideranças de organizações criminosas de 21 de junho de 1993, devendo ser comunicado o órgão
armadas ou que tenham armas à disposição deverão de controle interno da realização da
iniciar o cumprimento da pena em estabelecimentos contratação. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
penais de segurança máxima. (Incluído pela Lei nº
Seção I
13.964, de 2019)
Da Colaboração Premiada
§ 9º O condenado expressamente em sentença por
integrar organização criminosa ou por crime praticado por Seção I
meio de organização criminosa não poderá progredir de Da Colaboração Premiada
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(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) poderes específicos para iniciar o procedimento de
Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é colaboração e suas tratativas, ou firmada pessoalmente
negócio jurídico processual e meio de obtenção de prova, pela parte que pretende a colaboração e seu advogado ou
que pressupõe utilidade e interesse públicos. (Incluído defensor público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
pela Lei nº 13.964, de 2019) § 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada
Art. 3º-B. O recebimento da proposta para deve ser realizada sem a presença de advogado
formalização de acordo de colaboração demarca o início constituído ou defensor público. (Incluído pela Lei nº
das negociações e constitui também marco de 13.964, de 2019)
confidencialidade, configurando violação de sigilo e § 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou
quebra da confiança e da boa-fé a divulgação de tais de colaborador hipossuficiente, o celebrante deverá
tratativas iniciais ou de documento que as formalize, até o solicitar a presença de outro advogado ou a participação
levantamento de sigilo por decisão judicial. (Incluído de defensor público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
pela Lei nº 13.964, de 2019) 2019)
§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada § 3º No acordo de colaboração premiada, o
poderá ser sumariamente indeferida, com a devida colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os
justificativa, cientificando-se o interessado. (Incluído quais concorreu e que tenham relação direta com os fatos
pela Lei nº 13.964, de 2019) investigados. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes § 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de
deverão firmar Termo de Confidencialidade para colaboração e os anexos com os fatos adequadamente
prosseguimento das tratativas, o que vinculará os órgãos descritos, com todas as suas circunstâncias, indicando as
envolvidos na negociação e impedirá o indeferimento provas e os elementos de corroboração. (Incluído pela Lei
posterior sem justa causa. (Incluído pela Lei nº 13.964, nº 13.964, de 2019)
de 2019) Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes,
§ 3º O recebimento de proposta de colaboração para conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois
análise ou o Termo de Confidencialidade não implica, por terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por
si só, a suspensão da investigação, ressalvado acordo em restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva
contrário quanto à propositura de medidas processuais e voluntariamente com a investigação e com o processo
penais cautelares e assecuratórias, bem como medidas criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou
processuais cíveis admitidas pela legislação processual civil mais dos seguintes resultados:
em vigor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) I - a identificação dos demais coautores e partícipes
§ 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser da organização criminosa e das infrações penais por eles
precedido de instrução, quando houver necessidade de praticadas;
identificação ou complementação de seu objeto, dos fatos II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão
narrados, sua definição jurídica, relevância, utilidade e de tarefas da organização criminosa;
interesse público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das
§ 5º Os termos de recebimento de proposta de atividades da organização criminosa;
colaboração e de confidencialidade serão elaborados pelo
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do
celebrante e assinados por ele, pelo colaborador e pelo
proveito das infrações penais praticadas pela organização
advogado ou defensor público com poderes
criminosa;
específicos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - a localização de eventual vítima com a sua
§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por
integridade física preservada.
iniciativa do celebrante, esse não poderá se valer de
nenhuma das informações ou provas apresentadas pelo § 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício
colaborador, de boa-fé, para qualquer outra levará em conta a personalidade do colaborador, a
finalidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão
social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.
Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve
estar instruída com procuração do interessado com § 2º Considerando a relevância da colaboração
prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o
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delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a § 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste
manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou artigo, serão remetidos ao juiz, para análise, o respectivo
representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao termo, as declarações do colaborador e cópia da
colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o
previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, colaborador, acompanhado de seu defensor, oportunidade
o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 em que analisará os seguintes aspectos na
(Código de Processo Penal). homologação: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o 2019)
processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso I - regularidade e legalidade; (Incluído pela Lei nº
por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até 13.964, de 2019)
que sejam cumpridas as medidas de colaboração, II - adequação dos benefícios pactuados àqueles
suspendendo-se o respectivo prazo prescricional. previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, sendo
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput , o Ministério nulas as cláusulas que violem o critério de definição do
Público poderá deixar de oferecer denúncia se o regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do
colaborador: Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o Penal), as regras de cada um dos regimes previstos no
Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se a Código Penal e na Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei
proposta de acordo de colaboração referir-se a infração de de Execução Penal) e os requisitos de progressão de
cuja existência não tenha prévio conhecimento e o regime não abrangidos pelo § 5º deste artigo; (Incluído
colaborador: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - não for o líder da organização criminosa; III - adequação dos resultados da colaboração aos
resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV e V
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos
do caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
termos deste artigo.
2019)
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento
IV - voluntariedade da manifestação de vontade,
prévio da infração quando o Ministério Público ou a
especialmente nos casos em que o colaborador está ou
autoridade policial competente tenha instaurado inquérito
esteve sob efeito de medidas cautelares. (Incluído pela
ou procedimento investigatório para apuração dos fatos
Lei nº 13.964, de 2019)
apresentados pelo colaborador. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) § 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise
fundamentada do mérito da denúncia, do perdão judicial e
§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a
das primeiras etapas de aplicação da pena, nos termos
pena poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
progressão de regime ainda que ausentes os requisitos
(Código Penal) e do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro
objetivos.
de 1941 (Código de Processo Penal), antes de conceder os
§ 6º O juiz não participará das negociações realizadas benefícios pactuados, exceto quando o acordo prever o
entre as partes para a formalização do acordo de não oferecimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 4º-A
colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o deste artigo ou já tiver sido proferida
investigado e o defensor, com a manifestação do sentença. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério
§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de
Público e o investigado ou acusado e seu defensor.
renúncia ao direito de impugnar a decisão
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º , o homologatória. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
respectivo termo, acompanhado das declarações do
§ 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta
colaborador e de cópia da investigação, será remetido ao
que não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao
juiz para homologação, o qual deverá verificar sua
caso concreto.
regularidade, legalidade e voluntariedade, podendo para
este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença § 8º O juiz poderá recusar a homologação da
de seu defensor. proposta que não atender aos requisitos legais,
devolvendo-a às partes para as adequações
necessárias. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
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atribuído no momento da conexão. (Incluído pela Lei nº Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos
13.964, de 2019) eletrônicos praticados durante a operação deverão ser
§ 2º Na hipótese de representação do delegado de registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao
polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º Será admitida a infiltração se houver indícios de Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados
infração penal de que trata o art. 1º desta Lei e se as citados no caput deste artigo serão reunidos em autos
provas não puderem ser produzidas por outros meios apartados e apensados ao processo criminal juntamente
disponíveis. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da
identidade do agente policial infiltrado e a intimidade dos
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6
envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações,
mediante ordem judicial fundamentada e desde que o Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a
total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja representação do delegado de polícia para a infiltração de
comprovada sua necessidade. (Incluído pela Lei nº agentes conterão a demonstração da necessidade da
13.964, de 2019) medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando
possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e
§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o
o local da infiltração.
relatório circunstanciado, juntamente com todos os atos
eletrônicos praticados durante a operação, deverão ser Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro
registrados, gravados, armazenados e apresentados ao juiz público poderão incluir nos bancos de dados próprios,
competente, que imediatamente cientificará o Ministério mediante procedimento sigiloso e requisição da
Público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) autoridade judicial, as informações necessárias à
efetividade da identidade fictícia criada, nos casos de
§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado de
infiltração de agentes na internet. (Incluído pela Lei nº
polícia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério
13.964, de 2019)
Público e o juiz competente poderão requisitar, a qualquer
tempo, relatório da atividade de infiltração. (Incluído Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente
pela Lei nº 13.964, de 2019) distribuído, de forma a não conter informações que
possam indicar a operação a ser efetivada ou identificar o
§ 7º É nula a prova obtida sem a observância do
agente que será infiltrado.
disposto neste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) § 1º As informações quanto à necessidade da
operação de infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz
Art. 10-B. As informações da operação de infiltração
competente, que decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro)
serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela
horas, após manifestação do Ministério Público na
autorização da medida, que zelará por seu
hipótese de representação do delegado de polícia,
sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
devendo-se adotar as medidas necessárias para o êxito
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o das investigações e a segurança do agente infiltrado.
acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério
§ 2º Os autos contendo as informações da operação
Público e ao delegado de polícia responsável pela
de infiltração acompanharão a denúncia do Ministério
operação, com o objetivo de garantir o sigilo das
Público, quando serão disponibilizados à defesa,
investigações. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
assegurando-se a preservação da identidade do agente.
Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta a
§ 3º Havendo indícios seguros de que o agente
sua identidade para, por meio da internet, colher indícios
infiltrado sofre risco iminente, a operação será sustada
de autoria e materialidade dos crimes previstos no art. 1º
mediante requisição do Ministério Público ou pelo
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que Ministério Público e à autoridade judicial.
deixar de observar a estrita finalidade da investigação
Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação,
responderá pelos excessos praticados. (Incluído pela Lei
a devida proporcionalidade com a finalidade da
nº 13.964, de 2019)
investigação, responderá pelos excessos praticados.
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Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da sobre a estrutura de organização criminosa que sabe
infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no inverídicas:
curso da investigação, quando inexigível conduta diversa. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 14. São direitos do agente: Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada; investigações que envolvam a ação controlada e a
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que infiltração de agentes:
couber, o disposto no art. 9º da Lei nº 9.807, de 13 de Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
julho de 1999, bem como usufruir das medidas de Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais,
proteção a testemunhas; registros, documentos e informações requisitadas pelo
III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de
voz e demais informações pessoais preservadas durante a investigação ou do processo:
investigação e o processo criminal, salvo se houver decisão Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
judicial em contrário; multa.
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de
fotografado ou filmado pelos meios de comunicação, sem forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso dos
sua prévia autorização por escrito. dados cadastrais de que trata esta Lei.
Seção IV CAPÍTULO III
Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, DISPOSIÇÕES FINAIS
Documentos e Informações
Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações
Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público penais conexas serão apurados mediante procedimento
terão acesso, independentemente de autorização judicial, ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
apenas aos dados cadastrais do investigado que informem outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado o
exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o disposto no parágrafo único deste artigo.
endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas
Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser
telefônicas, instituições financeiras, provedores de
encerrada em prazo razoável, o qual não poderá exceder a
internet e administradoras de cartão de crédito.
120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver preso,
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, prorrogáveis em até igual período, por decisão
pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e permanente fundamentada, devidamente motivada pela complexidade
do juiz, do Ministério Público ou do delegado de polícia da causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu.
aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou decretado pela autoridade judicial competente, para
móvel manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição garantia da celeridade e da eficácia das diligências
das autoridades mencionadas no art. 15, registros de investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse
identificação dos números dos terminais de origem e de do representado, amplo acesso aos elementos de prova
destino das ligações telefônicas internacionais, que digam respeito ao exercício do direito de defesa,
interurbanas e locais. devidamente precedido de autorização judicial,
Seção V ressalvados os referentes às diligências em andamento.
Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção Parágrafo único. Determinado o depoimento do
da Prova investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o dos autos, ainda que classificados como sigilosos, no prazo
colaborador, sem sua prévia autorização por escrito: mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo
ser ampliado, a critério da autoridade responsável pela
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
investigação.
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de
Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a
pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações
seguinte redação:
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Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.8.2013 - III - a limitação no desempenho de atividades; e
Edição extra IV - a restrição de participação.
* § 2º O Poder Executivo criará instrumentos para
avaliação da deficiência. (Vide Lei nº 13.846, de
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.
2019) (Vide Lei nº 14.126, de 2021)
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
se:
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
I - acessibilidade: possibilidade e condição de
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
alcance para utilização, com segurança e autonomia, de
LIVRO I espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações,
PARTE GERAL transportes, informação e comunicação, inclusive seus
TÍTULO I sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e
instalações abertos ao público, de uso público ou privados
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por
CAPÍTULO I pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;
DISPOSIÇÕES GERAIS II - desenho universal: concepção de produtos,
Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da ambientes, programas e serviços a serem usados por todas
Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto
Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva;
condições de igualdade, o exercício dos direitos e das III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias,
visando à sua inclusão social e cidadania. estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a
funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da
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pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e
visando à sua autonomia, independência, qualidade de liberdades fundamentais;
vida e inclusão social; VII - elemento de urbanização: quaisquer
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude componentes de obras de urbanização, tais como os
ou comportamento que limite ou impeça a participação referentes a pavimentação, saneamento, encanamento
social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás,
de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de iluminação pública, serviços de comunicação,
movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que
informação, à compreensão, à circulação com segurança, materializam as indicações do planejamento urbanístico;
entre outros, classificadas em: VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos existentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou
espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso adicionados aos elementos de urbanização ou de
coletivo; edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos não provoque alterações substanciais nesses elementos,
edifícios públicos e privados; tais como semáforos, postes de sinalização e similares,
terminais e pontos de acesso coletivo às
c) barreiras nos transportes: as existentes nos
telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos,
sistemas e meios de transportes;
marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de
d) barreiras nas comunicações e na informação: natureza análoga;
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que
que dificulte ou impossibilite a expressão ou o
tenha, por qualquer motivo, dificuldade de
recebimento de mensagens e de informações por
movimentação, permanente ou temporária, gerando
intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da
redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da
informação;
coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso,
e) barreiras atitudinais: atitudes ou gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
comportamentos que impeçam ou prejudiquem a
X - residências inclusivas: unidades de oferta do
participação social da pessoa com deficiência em
Serviço de Acolhimento do Sistema Único de Assistência
igualdade de condições e oportunidades com as demais
Social (Suas) localizadas em áreas residenciais da
pessoas;
comunidade, com estruturas adequadas, que possam
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou contar com apoio psicossocial para o atendimento das
impedem o acesso da pessoa com deficiência às necessidades da pessoa acolhida, destinadas a jovens e
tecnologias; adultos com deficiência, em situação de dependência, que
V - comunicação: forma de interação dos cidadãos não dispõem de condições de autossustentabilidade e com
que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a vínculos familiares fragilizados ou rompidos;
Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de XI - moradia para a vida independente da pessoa
textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de com deficiência: moradia com estruturas adequadas
comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos capazes de proporcionar serviços de apoio coletivos e
multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e individualizados que respeitem e ampliem o grau de
oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados autonomia de jovens e adultos com deficiência;
e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da
de comunicação, incluindo as tecnologias da informação e
família, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta
das comunicações;
cuidados básicos e essenciais à pessoa com deficiência no
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas
e ajustes necessários e adequados que não acarretem ou os procedimentos identificados com profissões
ônus desproporcional e indevido, quando requeridos em legalmente estabelecidas;
cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que
possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e
exerce atividades de alimentação, higiene e locomoção do
estudante com deficiência e atua em todas as atividades
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escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade
e modalidades de ensino, em instituições públicas e competente qualquer forma de ameaça ou de violação aos
privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos direitos da pessoa com deficiência.
identificados com profissões legalmente estabelecidas; Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a juízes e os tribunais tiverem conhecimento de fatos que
pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as caracterizem as violações previstas nesta Lei, devem
funções de atendente pessoal. remeter peças ao Ministério Público para as providências
CAPÍTULO II cabíveis.
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atendente pessoal, exceto quanto ao disposto nos incisos Parágrafo único. O processo de habilitação e de
VI e VII deste artigo. reabilitação tem por objetivo o desenvolvimento de
§ 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, potencialidades, talentos, habilidades e aptidões físicas,
a prioridade conferida por esta Lei é condicionada aos cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais,
protocolos de atendimento médico. profissionais e artísticas que contribuam para a conquista
da autonomia da pessoa com deficiência e de sua
TÍTULO II
participação social em igualdade de condições e
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS oportunidades com as demais pessoas.
CAPÍTULO I Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei
DO DIREITO À VIDA baseia-se em avaliação multidisciplinar das necessidades,
habilidades e potencialidades de cada pessoa, observadas
Art. 10. Compete ao poder público garantir a
as seguintes diretrizes:
dignidade da pessoa com deficiência ao longo de toda a
vida. I - diagnóstico e intervenção precoces;
Parágrafo único. Em situações de risco, emergência II - adoção de medidas para compensar perda ou
ou estado de calamidade pública, a pessoa com deficiência limitação funcional, buscando o desenvolvimento de
será considerada vulnerável, devendo o poder público aptidões;
adotar medidas para sua proteção e segurança. III - atuação permanente, integrada e articulada de
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser políticas públicas que possibilitem a plena participação
obrigada a se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, social da pessoa com deficiência;
a tratamento ou a institucionalização forçada. IV - oferta de rede de serviços articulados, com
Parágrafo único. O consentimento da pessoa com atuação intersetorial, nos diferentes níveis de
deficiência em situação de curatela poderá ser suprido, na complexidade, para atender às necessidades específicas da
forma da lei. pessoa com deficiência;
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido V - prestação de serviços próximo ao domicílio da
da pessoa com deficiência é indispensável para a pessoa com deficiência, inclusive na zona rural,
realização de tratamento, procedimento, hospitalização e respeitadas a organização das Redes de Atenção à Saúde
pesquisa científica. (RAS) nos territórios locais e as normas do Sistema Único
de Saúde (SUS).
§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação
de curatela, deve ser assegurada sua participação, no Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e
maior grau possível, para a obtenção de consentimento. de reabilitação para a pessoa com deficiência, são
garantidos:
§ 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com
deficiência em situação de tutela ou de curatela deve ser I - organização, serviços, métodos, técnicas e
realizada, em caráter excepcional, apenas quando houver recursos para atender às características de cada pessoa
indícios de benefício direto para sua saúde ou para a com deficiência;
saúde de outras pessoas com deficiência e desde que não II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável com
III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação,
participantes não tutelados ou curatelados.
materiais e equipamentos adequados e apoio técnico
Art. 13. A pessoa com deficiência somente será profissional, de acordo com as especificidades de cada
atendida sem seu consentimento prévio, livre e pessoa com deficiência;
esclarecido em casos de risco de morte e de emergência
IV - capacitação continuada de todos os
em saúde, resguardado seu superior interesse e adotadas
profissionais que participem dos programas e serviços.
as salvaguardas legais cabíveis.
Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão
CAPÍTULO II
promover ações articuladas para garantir à pessoa com
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO deficiência e sua família a aquisição de informações,
Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é orientações e formas de acesso às políticas públicas
um direito da pessoa com deficiência. disponíveis, com a finalidade de propiciar sua plena
participação social.
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Parágrafo único. Os serviços de que trata VIII - informação adequada e acessível à pessoa com
o caput deste artigo podem fornecer informações e deficiência e a seus familiares sobre sua condição de
orientações nas áreas de saúde, de educação, de cultura, saúde;
de esporte, de lazer, de transporte, de previdência social, IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e
de assistência social, de habitação, de trabalho, de o desenvolvimento de deficiências e agravos adicionais;
empreendedorismo, de acesso ao crédito, de promoção,
X - promoção de estratégias de capacitação
proteção e defesa de direitos e nas demais áreas que
permanente das equipes que atuam no SUS, em todos os
possibilitem à pessoa com deficiência exercer sua
níveis de atenção, no atendimento à pessoa com
cidadania.
deficiência, bem como orientação a seus atendentes
CAPÍTULO III pessoais;
DO DIREITO À SAÚDE XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de
Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da locomoção, medicamentos, insumos e fórmulas
pessoa com deficiência em todos os níveis de nutricionais, conforme as normas vigentes do Ministério
complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso da Saúde.
universal e igualitário. § 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às
§ 1º É assegurada a participação da pessoa com instituições privadas que participem de forma
deficiência na elaboração das políticas de saúde a ela complementar do SUS ou que recebam recursos públicos
destinadas. para sua manutenção.
§ 2º É assegurado atendimento segundo normas Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações
éticas e técnicas, que regulamentarão a atuação dos destinadas à prevenção de deficiências por causas
profissionais de saúde e contemplarão aspectos evitáveis, inclusive por meio de:
relacionados aos direitos e às especificidades da pessoa I - acompanhamento da gravidez, do parto e do
com deficiência, incluindo temas como sua dignidade e puerpério, com garantia de parto humanizado e seguro;
autonomia.
II - promoção de práticas alimentares adequadas e
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, prevenção e
pessoa com deficiência, especialmente em serviços de cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e
habilitação e de reabilitação, deve ser garantida nutrição da mulher e da criança;
capacitação inicial e continuada.
III - aprimoramento e expansão dos programas de
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública imunização e de triagem neonatal;
destinados à pessoa com deficiência devem assegurar:
IV - identificação e controle da gestante de alto
I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados risco.
por equipe multidisciplinar;
Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre de saúde são obrigadas a garantir à pessoa com
que necessários, para qualquer tipo de deficiência, deficiência, no mínimo, todos os serviços e produtos
inclusive para a manutenção da melhor condição de saúde ofertados aos demais clientes.
e qualidade de vida;
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, saúde da pessoa com deficiência no local de residência,
tratamento ambulatorial e internação; será prestado atendimento fora de domicílio, para fins de
IV - campanhas de vacinação; diagnóstico e de tratamento, garantidos o transporte e a
V - atendimento psicológico, inclusive para seus acomodação da pessoa com deficiência e de seu
familiares e atendentes pessoais; acompanhante.
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Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou § 2º A pessoa com deficiência tem direito, em
subsidiados com recursos públicos, a pessoa com igualdade de oportunidades com as demais pessoas, a
deficiência ou o seu responsável goza de prioridade na condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual
aquisição de imóvel para moradia própria, observado o remuneração por trabalho de igual valor.
seguinte: § 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com
I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das deficiência e qualquer discriminação em razão de sua
unidades habitacionais para pessoa com deficiência; condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção,
II - (VETADO); contratação, admissão, exames admissional e periódico,
permanência no emprego, ascensão profissional e
III - em caso de edificação multifamiliar, garantia de
reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão
acessibilidade nas áreas de uso comum e nas unidades
plena.
habitacionais no piso térreo e de acessibilidade ou de
adaptação razoável nos demais pisos; § 4º A pessoa com deficiência tem direito à
participação e ao acesso a cursos, treinamentos, educação
IV - disponibilização de equipamentos urbanos
continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e
comunitários acessíveis;
incentivos profissionais oferecidos pelo empregador, em
V - elaboração de especificações técnicas no projeto igualdade de oportunidades com os demais empregados.
que permitam a instalação de elevadores.
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência
§ 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste acessibilidade em cursos de formação e de capacitação.
artigo, será reconhecido à pessoa com deficiência
Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas
beneficiária apenas uma vez.
de trabalho e emprego promover e garantir condições de
§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os acesso e de permanência da pessoa com deficiência no
critérios de financiamento devem ser compatíveis com os campo de trabalho.
rendimentos da pessoa com deficiência ou de sua família.
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao
§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência empreendedorismo e ao trabalho autônomo, incluídos o
interessada nas unidades habitacionais reservadas por cooperativismo e o associativismo, devem prever a
força do disposto no inciso I do caput deste artigo, as participação da pessoa com deficiência e a disponibilização
unidades não utilizadas serão disponibilizadas às demais de linhas de crédito, quando necessárias.
pessoas.
Seção II
Art. 33. Ao poder público compete:
Da Habilitação Profissional e Reabilitação Profissional
I - adotar as providências necessárias para o
Art. 36. O poder público deve implementar serviços
cumprimento do disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e
e programas completos de habilitação profissional e de
II - divulgar, para os agentes interessados e reabilitação profissional para que a pessoa com deficiência
beneficiários, a política habitacional prevista nas possa ingressar, continuar ou retornar ao campo do
legislações federal, estaduais, distrital e municipais, com trabalho, respeitados sua livre escolha, sua vocação e seu
ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade. interesse.
CAPÍTULO VI § 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em
DO DIREITO AO TRABALHO critérios previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, programa de
habilitação ou de reabilitação que possibilite à pessoa com
Seção I
deficiência restaurar sua capacidade e habilidade
Disposições Gerais profissional ou adquirir novas capacidades e habilidades
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao de trabalho.
trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente § 2º A habilitação profissional corresponde ao
acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com processo destinado a propiciar à pessoa com deficiência
as demais pessoas. aquisição de conhecimentos, habilidades e aptidões para
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado exercício de profissão ou de ocupação, permitindo nível
ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir suficiente de desenvolvimento profissional para ingresso
ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos. no campo de trabalho.
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pessoas, por meio de identificação e de eliminação de Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre,
todos os obstáculos e barreiras ao seu acesso. aquaviário e aéreo, as instalações, as estações, os portos e
§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de os terminais em operação no País devem ser acessíveis, de
transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, em todas forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.
as jurisdições, consideram-se como integrantes desses § 1º Os veículos e as estruturas de que trata
serviços os veículos, os terminais, as estações, os pontos o caput deste artigo devem dispor de sistema de
de parada, o sistema viário e a prestação do serviço. comunicação acessível que disponibilize informações
§ 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições sobre todos os pontos do itinerário.
desta Lei, sempre que houver interação com a matéria § 2º São asseguradas à pessoa com deficiência
nela regulada, a outorga, a concessão, a permissão, a prioridade e segurança nos procedimentos de embarque e
autorização, a renovação ou a habilitação de linhas e de de desembarque nos veículos de transporte coletivo, de
serviços de transporte coletivo. acordo com as normas técnicas.
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de § 3º Para colocação do símbolo internacional de
acesso nos veículos, as empresas de transporte coletivo de acesso nos veículos, as empresas de transporte coletivo de
passageiros dependem da certificação de acessibilidade passageiros dependem da certificação de acessibilidade
emitida pelo gestor público responsável pela prestação do emitida pelo gestor público responsável pela prestação do
serviço. serviço.
Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e
aberto ao público, de uso público ou privado de uso de turismo, na renovação de suas frotas, são obrigadas ao
coletivo e em vias públicas, devem ser reservadas vagas cumprimento do disposto nos arts. 46 e 48 desta
próximas aos acessos de circulação de pedestres, Lei. (Vigência)
devidamente sinalizadas, para veículos que transportem Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de
pessoa com deficiência com comprometimento de veículos acessíveis e a sua utilização como táxis e vans , de
mobilidade, desde que devidamente identificados. forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem
devem equivaler a 2% (dois por cento) do total, garantida, reservar 10% (dez por cento) de seus veículos acessíveis à
no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada e com as pessoa com deficiência. (Vide Decreto nº 9.762, de
especificações de desenho e traçado de acordo com as 2019) (Vigência)
normas técnicas vigentes de acessibilidade.
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas de valores adicionais pelo serviço de táxi prestado à
devem exibir, em local de ampla visibilidade, a credencial pessoa com deficiência.
de beneficiário, a ser confeccionada e fornecida pelos
§ 2º O poder público é autorizado a instituir
órgãos de trânsito, que disciplinarão suas características e
incentivos fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade
condições de uso.
dos veículos a que se refere o caput deste artigo.
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata
Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a
este artigo sujeita os infratores às sanções previstas
oferecer 1 (um) veículo adaptado para uso de pessoa com
no inciso XVII do art. 181 da Lei nº 9.503, de 23 de
deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte) veículos de sua
setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro) .
frota. (Vide Decreto nº 9.762, de 2019) (Vigência)
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no
este artigo sujeita os infratores às sanções previstas
mínimo, câmbio automático, direção hidráulica, vidros
no inciso XX do art. 181 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro
elétricos e comandos manuais de freio e de embreagem.
de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro) . (Redação
dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) TÍTULO III
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Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à § 5º Desde a etapa de concepção, as políticas
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida viver públicas deverão considerar a adoção do desenho
de forma independente e exercer seus direitos de universal.
cidadania e de participação social. Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a
Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das mudança de uso de edificações abertas ao público, de uso
disposições desta Lei e de outras normas relativas à público ou privadas de uso coletivo deverão ser
acessibilidade, sempre que houver interação com a executadas de modo a serem acessíveis.
matéria nela regulada: § 1º As entidades de fiscalização profissional das
I - a aprovação de projeto arquitetônico e atividades de Engenharia, de Arquitetura e correlatas, ao
urbanístico ou de comunicação e informação, a fabricação anotarem a responsabilidade técnica de projetos, devem
de veículos de transporte coletivo, a prestação do exigir a responsabilidade profissional declarada de
respectivo serviço e a execução de qualquer tipo de obra, atendimento às regras de acessibilidade previstas em
quando tenham destinação pública ou coletiva; legislação e em normas técnicas pertinentes.
II - a outorga ou a renovação de concessão, § 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão
permissão, autorização ou habilitação de qualquer de certificado de projeto executivo arquitetônico,
natureza; urbanístico e de instalações e equipamentos temporários
III - a aprovação de financiamento de projeto com ou permanentes e para o licenciamento ou a emissão de
utilização de recursos públicos, por meio de renúncia ou certificado de conclusão de obra ou de serviço, deve ser
de incentivo fiscal, contrato, convênio ou instrumento atestado o atendimento às regras de acessibilidade.
congênere; e § 3º O poder público, após certificar a acessibilidade
IV - a concessão de aval da União para obtenção de de edificação ou de serviço, determinará a colocação, em
empréstimo e de financiamento internacionais por entes espaços ou em locais de ampla visibilidade, do símbolo
públicos ou privados. internacional de acesso, na forma prevista em legislação e
em normas técnicas correlatas.
Art. 55. A concepção e a implantação de projetos
que tratem do meio físico, de transporte, de informação e Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso
comunicação, inclusive de sistemas e tecnologias da coletivo já existentes devem garantir acessibilidade à
informação e comunicação, e de outros serviços, pessoa com deficiência em todas as suas dependências e
equipamentos e instalações abertos ao público, de uso serviços, tendo como referência as normas de
público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana acessibilidade vigentes.
como na rural, devem atender aos princípios do desenho Art. 58. O projeto e a construção de edificação de
universal, tendo como referência as normas de uso privado multifamiliar devem atender aos preceitos de
acessibilidade. acessibilidade, na forma regulamentar. (Regulamento)
§ 1º O desenho universal será sempre tomado como § 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis
regra de caráter geral. pelo projeto e pela construção das edificações a que se
§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o refere o caput deste artigo devem assegurar percentual
desenho universal não possa ser empreendido, deve ser mínimo de suas unidades internamente acessíveis, na
adotada adaptação razoável. forma regulamentar.
§ 3º Caberá ao poder público promover a inclusão § 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para
de conteúdos temáticos referentes ao desenho universal a aquisição de unidades internamente acessíveis a que se
nas diretrizes curriculares da educação profissional e refere o § 1º deste artigo.
tecnológica e do ensino superior e na formação das Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos
carreiras de Estado. espaços públicos, o poder público e as empresas
§ 4º Os programas, os projetos e as linhas de concessionárias responsáveis pela execução das obras e
pesquisa a serem desenvolvidos com o apoio de dos serviços devem garantir, de forma segura, a fluidez do
organismos públicos de auxílio à pesquisa e de agências de trânsito e a livre circulação e acessibilidade das pessoas,
fomento deverão incluir temas voltados para o desenho durante e após sua execução.
universal.
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Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de § 2º Telecentros comunitários que receberem
acessibilidade previstas em legislação e em normas recursos públicos federais para seu custeio ou sua
técnicas, observado o disposto na Lei nº 10.098, de 19 de instalação e lan houses devem possuir equipamentos e
dezembro de 2000 , nº 10.257, de 10 de julho de 2001 , instalações acessíveis.
e nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 : § 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o §
I - os planos diretores municipais, os planos 2º deste artigo devem garantir, no mínimo, 10% (dez por
diretores de transporte e trânsito, os planos de mobilidade cento) de seus computadores com recursos de
urbana e os planos de preservação de sítios históricos acessibilidade para pessoa com deficiência visual, sendo
elaborados ou atualizados a partir da publicação desta Lei; assegurado pelo menos 1 (um) equipamento, quando o
II - os códigos de obras, os códigos de postura, as resultado percentual for inferior a 1 (um).
leis de uso e ocupação do solo e as leis do sistema viário; Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança; que trata o art. 63 desta Lei deve ser observada para
obtenção do financiamento de que trata o inciso III do art.
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de
54 desta Lei.
sanções; e
Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de
V - a legislação referente à prevenção contra
telecomunicações deverão garantir pleno acesso à pessoa
incêndio e pânico.
com deficiência, conforme regulamentação específica.
§ 1º A concessão e a renovação de alvará de
Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de
funcionamento para qualquer atividade são condicionadas
aparelhos de telefonia fixa e móvel celular com
à observação e à certificação das regras de acessibilidade.
acessibilidade que, entre outras tecnologias assistivas,
§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de possuam possibilidade de indicação e de ampliação
habilitação equivalente e sua renovação, quando esta tiver sonoras de todas as operações e funções disponíveis.
sido emitida anteriormente às exigências de
Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e
acessibilidade, é condicionada à observação e à
imagens devem permitir o uso dos seguintes recursos,
certificação das regras de acessibilidade.
entre outros:
Art. 61. A formulação, a implementação e a
I - subtitulação por meio de legenda oculta;
manutenção das ações de acessibilidade atenderão às
seguintes premissas básicas: II - janela com intérprete da Libras;
II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar- § 4º As medidas previstas neste artigo devem ser
se e a desempenhar quaisquer funções públicas em todos reavaliadas periodicamente pelo poder público, com vistas
os níveis de governo, inclusive por meio do uso de novas ao seu aperfeiçoamento.
tecnologias assistivas, quando apropriado; Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o
III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a desenvolvimento, a inovação e a difusão de tecnologias
propaganda eleitoral obrigatória e os debates transmitidos voltadas para ampliar o acesso da pessoa com deficiência
pelas emissoras de televisão possuam, pelo menos, os às tecnologias da informação e comunicação e às
recursos elencados no art. 67 desta Lei; tecnologias sociais.
IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:
para tanto, sempre que necessário e a seu pedido, I - o emprego de tecnologias da informação e
permissão para que a pessoa com deficiência seja comunicação como instrumento de superação de
auxiliada na votação por pessoa de sua escolha. limitações funcionais e de barreiras à comunicação, à
§ 2º O poder público promoverá a participação da informação, à educação e ao entretenimento da pessoa
pessoa com deficiência, inclusive quando com deficiência;
institucionalizada, na condução das questões públicas, II - a adoção de soluções e a difusão de normas que
sem discriminação e em igualdade de oportunidades, visem a ampliar a acessibilidade da pessoa com deficiência
observado o seguinte: à computação e aos sítios da internet, em especial aos
I - participação em organizações não serviços de governo eletrônico.
governamentais relacionadas à vida pública e à política do LIVRO II
País e em atividades e administração de partidos políticos;
PARTE ESPECIAL
II - formação de organizações para representar a
TÍTULO I
pessoa com deficiência em todos os níveis;
DO ACESSO À JUSTIÇA
III - participação da pessoa com deficiência em
organizações que a representem. CAPÍTULO I
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
de processo de tomada de decisão apoiada. § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá
§ 3º A definição de curatela de pessoa com determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido
deficiência constitui medida protetiva extraordinária, deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de
proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada desobediência:
caso, e durará o menor tempo possível. I - recolhimento ou busca e apreensão dos
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, exemplares do material discriminatório;
anualmente, contas de sua administração ao juiz, II - interdição das respectivas mensagens ou páginas
apresentando o balanço do respectivo ano. de informação na internet.
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos § 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui
relacionados aos direitos de natureza patrimonial e efeito da condenação, após o trânsito em julgado da
negocial. decisão, a destruição do material apreendido.
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos,
próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à pensão, benefícios, remuneração ou qualquer outro
privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto. rendimento de pessoa com deficiência:
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
devendo constar da sentença as razões e motivações de multa.
sua definição, preservados os interesses do curatelado. Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um
terço) se o crime é cometido:
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Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não I - formulação, gestão, monitoramento e avaliação
prover as necessidades básicas de pessoa com deficiência das políticas públicas para a pessoa com deficiência e para
quando obrigado por lei ou mandado. identificar as barreiras que impedem a realização de seus
direitos;
Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer
meio eletrônico ou documento de pessoa com deficiência II - realização de estudos e pesquisas.
destinados ao recebimento de benefícios, proventos, § 6º As informações a que se refere este artigo
pensões ou remuneração ou à realização de operações devem ser disseminadas em formatos acessíveis.
financeiras, com o fim de obter vantagem indevida para si Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias
ou para outrem: pelos órgãos de controle interno e externo, deve ser
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e observado o cumprimento da legislação relativa à pessoa
multa. com deficiência e das normas de acessibilidade vigentes.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos
terço) se o crime é cometido por tutor ou curador. da lei, a pessoa com deficiência moderada ou grave que:
TÍTULO III I - receba o benefício de prestação continuada
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de
1993 , e que passe a exercer atividade remunerada que a
Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da
enquadre como segurado obrigatório do RGPS;
Pessoa com Deficiência (Cadastro-Inclusão), registro
público eletrônico com a finalidade de coletar, processar, II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o
sistematizar e disseminar informações georreferenciadas benefício de prestação continuada previsto no art. 20 da
que permitam a identificação e a caracterização Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , e que exerça
socioeconômica da pessoa com deficiência, bem como das atividade remunerada que a enquadre como segurado
barreiras que impedem a realização de seus direitos. obrigatório do RGPS.
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social do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pelo “Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de
serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, interesses coletivos, difusos, individuais homogêneos e
contratado ou conveniado, que integre o SUS e pelas individuais indisponíveis da pessoa com deficiência
entidades da rede socioassistencial integrantes do Suas, poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela
quando seu deslocamento, em razão de sua limitação Defensoria Pública, pela União, pelos Estados, pelos
funcional e de condições de acessibilidade, imponha-lhe Municípios, pelo Distrito Federal, por associação
ônus desproporcional e indevido. constituída há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil,
Art. 96. O § 6º -A do art. 135 da Lei nº 4.737, de 15 por autarquia, por empresa pública e por fundação ou
de julho de 1965 (Código Eleitoral) , passa a vigorar com a sociedade de economia mista que inclua, entre suas
seguinte redação: finalidades institucionais, a proteção dos interesses e a
promoção de direitos da pessoa com deficiência.
“Art. 135. .......................................................................
.................................................................................” (NR)
........................................................................................
“Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a
§ 6º -A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada
5 (cinco) anos e multa:
eleição, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para
orientá-los na escolha dos locais de votação, de maneira a I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender,
garantir acessibilidade para o eleitor com deficiência ou procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno
com mobilidade reduzida, inclusive em seu entorno e nos em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau,
sistemas de transporte que lhe dão acesso. público ou privado, em razão de sua deficiência;
Art. 98. A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989 , § 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência
passa a vigorar com as seguintes alterações: e emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR)
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Art. 103. O art. 11 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
1992 , passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IX: uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação
“Art. 11. ..................................................................... plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.
...........................................................................................
...........................................................................................
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de
acessibilidade previstos na legislação.” (NR) § 9º Os rendimentos decorrentes de estágio
supervisionado e de aprendizagem não serão computados
Art. 104. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 ,
para os fins de cálculo da renda familiar per capita a que
passa a vigorar com as seguintes alterações:
se refere o § 3º deste artigo.
“Art. 3º .....................................................................
...........................................................................................
..........................................................................................
§ 11. Para concessão do benefício de que trata
§ 2º ........................................................................... o caput deste artigo, poderão ser utilizados outros
.......................................................................................... elementos probatórios da condição de miserabilidade do
grupo familiar e da situação de vulnerabilidade, conforme
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem
regulamento.” (NR)
cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para
pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Art. 106. (VETADO).
Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas Art. 107. A Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995 ,
na legislação. passa a vigorar com as seguintes alterações:
........................................................................................... “Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação
margem de preferência para: de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo,
origem, raça, cor, estado civil, situação familiar,
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que
deficiência, reabilitação profissional, idade, entre outros,
atendam a normas técnicas brasileiras; e
ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7º da
que comprovem cumprimento de reserva de cargos Constituição Federal. ” (NR)
prevista em lei para pessoa com deficiência ou para
“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos
reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras
dispositivos legais que tipificam os crimes resultantes de
de acessibilidade previstas na legislação.
preconceito de etnia, raça, cor ou deficiência, as infrações
.................................................................................” (NR) ao disposto nesta Lei são passíveis das seguintes
“Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e cominações:
no inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, ..................................................................................” (NR)
durante todo o período de execução do contrato, a reserva
“Art. 4º ........................................................................
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou
para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o
de acessibilidade previstas na legislação. período de afastamento, mediante pagamento das
remunerações devidas, corrigidas monetariamente e
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o
acrescidas de juros legais;
cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos serviços
e nos ambientes de trabalho.” ....................................................................................”
(NR)
Art. 105. O art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro
de 1993 , passa a vigorar com as seguintes alterações: Art. 108. O art. 35 da Lei nº 9.250, de 26 de
dezembro de 1995 , passa a vigorar acrescido do seguinte
“Art. 20. ......................................................................
§ 5º :
...........................................................................................
“Art. 35. ......................................................................
§ 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação
..........................................................................................
continuada, considera-se pessoa com deficiência aquela
que tem impedimento de longo prazo de natureza física,
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§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da
único do art. 3º da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e
2003 , a pessoa com deficiência, ou o contribuinte que loterias federais e similares cuja realização estiver sujeita a
tenha dependente nessa condição, tem preferência na autorização federal, deduzindo-se esse valor do montante
restituição referida no inciso III do art. 4º e na alínea destinado aos prêmios;
“c” do inciso II do art. 8º .” (NR) ...........................................................................................
Art. 109. A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 § 1º Do total de recursos financeiros resultantes do
(Código de Trânsito Brasileiro) , passa a vigorar com as percentual de que trata o inciso VI do caput , 62,96%
seguintes alterações: (sessenta e dois inteiros e noventa e seis centésimos por
“Art. 2º ........................................................... cento) serão destinados ao Comitê Olímpico Brasileiro
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são (COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro centésimos
consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação por cento) ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB),
pública, as vias internas pertencentes aos condomínios devendo ser observado, em ambos os casos, o conjunto de
constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de normas aplicáveis à celebração de convênios pela União.
estacionamento de estabelecimentos privados de uso ..................................................................................” (NR)
coletivo.” (NR) Art. 111. O art. 1º da Lei nº 10.048, de 8 de
“Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de novembro de 2000 , passa a vigorar com a seguinte
que trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser redação:
sinalizadas com as respectivas placas indicativas de “Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade
destinação e com placas informando os dados sobre a igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as
infração por estacionamento indevido.” lactantes, as pessoas com crianças de colo e os obesos
“Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei.” (NR)
assegurada acessibilidade de comunicação, mediante Art. 112. A Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de
emprego de tecnologias assistivas ou de ajudas técnicas 2000 , passa a vigorar com as seguintes alterações:
em todas as etapas do processo de habilitação.
“Art. 2º .......................................................................
§ 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas
I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para
teóricas dos cursos que precedem os exames previstos no
utilização, com segurança e autonomia, de espaços,
art. 147 desta Lei deve ser acessível, por meio de
mobiliários, equipamentos urbanos, edificações,
subtitulação com legenda oculta associada à tradução
transportes, informação e comunicação, inclusive seus
simultânea em Libras.
sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e
§ 2º É assegurado também ao candidato com deficiência instalações abertos ao público, de uso público ou privados
auditiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por
intérprete da Libras, para acompanhamento em aulas pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;
práticas e teóricas.”
II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
“Art. 154. (VETADO).” comportamento que limite ou impeça a participação social
“Art. 181. ................................................................... da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de
.......................................................................................... seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e
de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à
XVII - .........................................................................
compreensão, à circulação com segurança, entre outros,
Infração - grave; classificadas em:
.................................................................................” (NR) a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos
Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei nº espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso
9.615, de 24 de março de 1998 , passam a vigorar com a coletivo;
seguinte redação: b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios
“Art. 56. .................................................................... públicos e privados;
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas
entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos,
dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de meios e formatos aumentativos e alternativos de
mensagens e de informações por intermédio de sistemas comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das
de comunicação e de tecnologia da informação; comunicações;
III - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento X - desenho universal: concepção de produtos, ambientes,
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou programas e serviços a serem usados por todas as pessoas,
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico,
pode obstruir sua participação plena e efetiva na incluindo os recursos de tecnologia assistiva.” (NR)
sociedade em igualdade de condições com as demais “Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públicas,
pessoas; dos parques e dos demais espaços de uso público deverão
IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, ser concebidos e executados de forma a torná-los
por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, acessíveis para todas as pessoas, inclusive para aquelas
permanente ou temporária, gerando redução efetiva da com deficiência ou com mobilidade reduzida.
mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório
da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa de urbanização e parte da via pública, normalmente
com criança de colo e obeso; segregado e em nível diferente, destina-se somente à
V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com circulação de pedestres e, quando possível, à implantação
deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de de mobiliário urbano e de vegetação.” (NR)
atendente pessoal; “Art. 9º ........................................................................
VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes de Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instalados
obras de urbanização, tais como os referentes a em vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso
pavimentação, saneamento, encanamento para esgotos, aos serviços de reabilitação, devem obrigatoriamente
distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação estar equipados com mecanismo que emita sinal sonoro
pública, serviços de comunicação, abastecimento e suave para orientação do pedestre.” (NR)
distribuição de água, paisagismo e os que materializam as
“Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em
indicações do planejamento urbanístico;
área de circulação comum para pedestre que ofereça risco
VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas de acidente à pessoa com deficiência deverá ser indicada
vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados mediante sinalização tátil de alerta no piso, de acordo com
aos elementos de urbanização ou de edificação, de forma as normas técnicas pertinentes.”
que sua modificação ou seu traslado não provoque
“Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos
alterações substanciais nesses elementos, tais como
congêneres devem fornecer carros e cadeiras de rodas,
semáforos, postes de sinalização e similares, terminais e
motorizados ou não, para o atendimento da pessoa com
pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de
deficiência ou com mobilidade reduzida.”
água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e
quaisquer outros de natureza análoga; Art. 113. A Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001
(Estatuto da Cidade) , passa a vigorar com as seguintes
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
alterações:
equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias,
estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a “Art. 3º ......................................................................
funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da ...........................................................................................
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida,
III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os
visando à sua autonomia, independência, qualidade de
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de
vida e inclusão social;
construção de moradias e melhoria das condições
IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que habitacionais, de saneamento básico, das calçadas, dos
abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua passeios públicos, do mobiliário urbano e dos demais
Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o espaços de uso público;
Braille, o sistema de sinalização ou de comunicação tátil,
IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano,
os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim
inclusive habitação, saneamento básico, transporte e
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mobilidade urbana, que incluam regras de acessibilidade assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva.”
aos locais de uso público; (NR)
.................................................................................” (NR) “Art. 1.518 . Até a celebração do casamento podem os pais
“Art. 41. .................................................................... ou tutores revogar a autorização.” (NR)
..................................................................................... IV - (Revogado);
Da Tutela, da Curatela e da Tomada de Decisão Apoiada” § 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o
término de acordo firmado em processo de tomada de
Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da
decisão apoiada.
Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) ,
passa a vigorar acrescido do seguinte Capítulo III: § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua
participação do processo de tomada de decisão apoiada,
“CAPÍTULO III
sendo seu desligamento condicionado à manifestação do
Da Tomada de Decisão Apoiada juiz sobre a matéria.
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo § 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que
pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 couber, as disposições referentes à prestação de contas na
(duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e curatela.”
que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na
Art. 117. O art. 1º da Lei nº 11.126, de 27 de junho
tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-
de 2005 , passa a vigorar com a seguinte redação:
lhes os elementos e informações necessários para que
possa exercer sua capacidade. “Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual
acompanhada de cão-guia o direito de ingressar e de
§ 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada,
permanecer com o animal em todos os meios de
a pessoa com deficiência e os apoiadores devem
transporte e em estabelecimentos abertos ao público, de
apresentar termo em que constem os limites do apoio a
uso público e privados de uso coletivo, desde que
ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive
observadas as condições impostas por esta Lei.
o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos
direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar. ...........................................................................................
§ 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será § 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as
requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação modalidades e jurisdições do serviço de transporte
expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto coletivo de passageiros, inclusive em esfera internacional
no caput deste artigo. com origem no território brasileiro.” (NR)
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Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei nº 11.904, de Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação
14 de janeiro de 2009 , passa a vigorar acrescido da do disposto nesta Lei ao tratamento diferenciado,
seguinte alínea “k”: simplificado e favorecido a ser dispensado às
“Art. 46. ...................................................................... microempresas e às empresas de pequeno porte, previsto
no § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 123, de 14 de
...........................................................................................
dezembro de 2006 .
IV - ..............................................................................
Art. 123. Revogam-se os seguintes
........................................................................................... dispositivos: (Vigência)
k) de acessibilidade a todas as pessoas. I - o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº 9.008, de 21
.................................................................................” (NR) de março de 1995 ;
Art. 119. A Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 , II - os incisos I, II e III do art. 3º da Lei nº 10.406, de
passa a vigorar acrescida do seguinte art. 12-B: 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);
“Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, III - os incisos II e III do art. 228 da Lei nº 10.406, de
reservar-se-ão 10% (dez por cento) das vagas para 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);
condutores com deficiência. IV - o inciso I do art. 1.548 da Lei nº 10.406, de 10 de
§ 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma janeiro de 2002 (Código Civil);
do caput deste artigo, o condutor com deficiência deverá V - o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº 10.406, de 10
observar os seguintes requisitos quanto ao veículo de janeiro de 2002 (Código Civil);
utilizado:
VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei nº 10.406,
I - ser de sua propriedade e por ele conduzido; e de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);
II - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº 10.406, de 10 de
legislação vigente. janeiro de 2002 (Código Civil).
§ 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar
estabelecida no caput deste artigo, as remanescentes em vigor em até 2 (dois) anos, contados da entrada em
devem ser disponibilizadas para os demais concorrentes.” vigor desta Lei.
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir
esfera de governo, a elaboração de relatórios discriminados, a partir da entrada em vigor desta Lei, para
circunstanciados sobre o cumprimento dos prazos o cumprimento dos seguintes dispositivos:
estabelecidos por força das Leis nº 10.048, de 8 de
I - incisos I e II do § 2º do art. 28 , 48 (quarenta e
novembro de 2000 , e nº 10.098, de 19 de dezembro de
oito) meses;
2000 , bem como o seu encaminhamento ao Ministério
Público e aos órgãos de regulação para adoção das II - § 6º do art. 44 , 48 (quarenta e oito) meses;
providências cabíveis. II - § 6º do art. 44, 60 (sessenta)
Parágrafo único. Os relatórios a que se refere meses; (Redação dada pela Medida Provisória nº
o caput deste artigo deverão ser apresentados no prazo de 917, de 2019)
1 (um) ano a contar da entrada em vigor desta Lei. II - § 6º do art. 44, 60 (sessenta)
Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações meses; (Redação dada pela Lei nº 14.009, de 2020)
previstos nesta Lei não excluem os já estabelecidos em II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro)
outras legislações, inclusive em pactos, tratados, meses; (Redação dada pela Medida Provisória nº
convenções e declarações internacionais aprovados e 1.025, de 2020)
promulgados pelo Congresso Nacional, e devem ser II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro)
aplicados em conformidade com as demais normas meses; (Redação dada pela Lei nº 14.159, de 2021)
internas e acordos internacionais vinculantes sobre a
III - art. 45 , 24 (vinte e quatro) meses;
matéria.
IV - art. 49 , 48 (quarenta e oito) meses.
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica
à pessoa com deficiência. Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a
vigência da Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 .
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Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 _______________________________________________
(cento e oitenta) dias de sua publicação oficial . _________________________________________________
Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da Independência _________________________________________________
e 127º da República. _________________________________________________
_________________________________________________
DILMA ROUSSEF
_________________________________________________
Marivaldo de Castro Pereira
_________________________________________________
Joaquim Vieira Ferreira Levy
_________________________________________________
Renato Janine Ribeiro
_________________________________________________
Armando Monteiro
_________________________________________________
Nelson Barbosa
_________________________________________________
Gilberto Kassab
_________________________________________________
Luis Inácio Lucena Adams
_________________________________________________
Gilberto José Spier Vargas
_________________________________________________
Guilherme Afif Domingos
_________________________________________________
Este texto não substitui o publicado no DOU de 7.7.2015 _________________________________________________
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