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LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE PARA CONCURSOS

| Apostila 2022 – Prof. Ayres Barros


OS: 0085/7/22-Gil

CONCURSO: CARREIRAS POLICIAIS – PMCE – SOLDADO

INTRODUÇÃO
1. Conceitos introdutórios ao Direito Penal e à Legislação Extravagante;
2. Base constitucional, base legal e consequências jurídicas – crimes de racismo, crimes hediondos
e equiparados.
3. Aspectos penais e processuais aplicáveis aos crimes hediondos e equiparados –

LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
4. Racismo.
5. Crimes relacionados à discriminação e ao preconceito –
6. Racismo institucional.
7. Homofobia, discriminação por orientação sexual e identidade de gênero e o crime de racismo.
ASSUNTO: 8. Lei de Tortura
9. Lei de Tortura – Comentários –
10. Lei dos Crimes Hediondos –
11. Lei dos Crimes Hediondos – Comentários –
12. Estatuto do Desarmamento –
13. Estatuto do Desarmamento – Comentários –
14. Lei de Drogas –
15. Lei de Drogas – Comentários –
16. Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/16). Violências de gênero.
17. Lei de Abuso de Autoridade –
18. Lei de organização criminosa –
19. Estatuto da pessoa com deficiência –

O Direito Penal é um meio de controle social formalizado,


que representa a espécie mais aguda de intervenção
estatal. É formado por um conjunto de normas jurídicas
(princípios e regras) que definem as infrações de natureza
penal e suas conseqüências jurídicas correspondentes –
penas ou medidas de segurança.
Em outras palavras, o Direito Penal é o conjunto de
princípios e leis destinados a combater o crime e a
contravenção penal, mediante a imposição de sanção penal.
Nele se definem os fatos puníveis e se cominam as penas.

CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
Direito Penal objetivo e subjetivo –
AO DIREITO PENAL E À LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
• Direito penal objetivo - Trata-se de um conjunto de
normas estatais, nas quais tem previsão de crimes e
◼ DIREITO PENAL
contravenções.
Conceitos - O Tipo penal traz um preceito primário e secundário. O
tipo primário secundário traz a conduta criminosa,
Direito penal é o ramo do direito público (que diz respeito a
descrevendo de forma taxativa o crime. O preceito
função ou dever do Estado) que define as infrações penais,
secundário traz a pena para quem viola o preceito
estabelecendo as penas e as medidas de segurança
primário.
aplicáveis aos infratores.

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• Direito penal subjetivo - Trata-se do direito de punir do Pena (LEP). Ela atua na fase da execução da pena. Dessa
Estado. Aquele que descumpriu o preceito primário será forma, o Sistema Prisional deve proporcionar meios para
punido pelo na forma prevista em lei. que, após o cumprimento de sua pena, o indivíduo possa
retornar à sociedade.

FUNÇÃO DO DIREITO PENAL - 4. TEORIA ECLÉTICA - MISTA - UNIFICADORA - A teoria


adotada pelo Art. 59 do Código Penal (CP) foi a teoria mista,
A primeira delas é a indispensável proteção de bens uma vez que ela une as finalidades da Teoria absoluta (que
jurídicos essenciais, ou seja, os bens jurídicos mais visa a retribuição ao mal causado) em conjunto com Teoria
importantes, como a vida, patrimônio, honra, dignidade Relativa (que visa a prevenção do crime.) Dessa forma, a
sexual. Desta forma, protegem-se os bens jurídicos teoria eclética tem por fim retribuir ao condenado o mal
fundamentais do indivíduo e da sociedade. causado bem como prevenir que o condenado (prevenção
A segunda função do Direito Penal é a função garantidora especial) e a sociedade (prevenção especial) pratiquem
ou de garantia. Por essa função, o Estado deverá garantir a novos crimes.
proteção da dignidade do indivíduo supostamente autor do
crime. Deverá o Estado, responsável pelo Direito de Punir,
ficar adstrito a atuar somente de acordo com a legalidade, 01. DIVISÃO DO DIREITO PENAL -
devendo obediência ao cumprimento dos princípios A doutrina costuma diferenciar Direito Penal comum e
garantidores do Direito Penal previstos na Constitucional Direito Penal especial, essa conhecida também como
Federal e demais legislações. legislação extravagante.
4.1. Direito Penal comum - O Direito Penal comum tem
FINALIDADE DO DIREITO PENAL - previsão no Código Penal e é dividido em parte Geral e
Parte Especial.
Tem tripla finalidade: Retributiva, preventiva e
ressocializadora (ou reeducativa) • Parte Geral - A Parte Geral tem previsão entre os
art. 1º e 120 do CP, e trata de Teorias relacionadas
3.1. Finalidade Retributiva - A teoria absoluta defende
ao tempo e lugar do crime, conceito de crime,
unicamente a ideia de retribuição, ou seja, aquele que
tentativa, consumação, excludentes de ilicitudes,
cometeu um delito é merecedor de um mal, como forma de
concurso de pessoas, penas, prazos prescricionais.
retribuição pelo crime causado. Dessa forma, a pena
Ou seja, trata de regras gerais.
configura mais um instrumento de vingança do que de
justiça efetiva. • Parte Especial - Já a Parte Especial tem previsão a
partir do art. 121. Ela traz os crimes em espécie e
3.2. Finalidade Preventiva - A Teoria Relativa defende que a
suas respectivas penas. Por exemplo, do crime de
pena deverá ter como finalidade a prevenção de novos
homicídio, infanticídio, furto, roubo...
crimes, ou seja, evitar que os condenados voltem a praticar
infrações penais. A finalidade preventiva se divide em 4.2. Legislação penal extravagante - A legislação
Prevenção Geral e Prevenção Especial. extravagante trata, em sua maioria, dos crimes não
previstos no Código Penal, como por exemplo, a Lei dos
2.1. Prevenção Geral - A prevenção geral visa à
Crimes Hediondos, Lei de Drogas, Estatuto do
sociedade, ou seja, a coletividade, sendo que sua
Desarmamento, Lei dos Crimes Ambientais. Cada lei poderá
atuação ocorre antes da prática dos crimes. Por
trazer regras próprias, como conceitos, prazos
exemplo, com a cominação de uma pena para
diferenciados, concessão ou vedação de benefícios.
determinado crime, o legislador quer, em seu fim, evitar
que os membros da sociedade pratiquem aquele crime.
2.1. Prevenção Especial - Diferentemente da prevenção 02. CONCEITO DE INFRAÇÃO PENAL -
geral, no qual a finalidade não tem pessoa determinada, • Critério bipartido - (também chamado de Critério
aqui na prevenção especial a pena destina-se aquele dualista ou binário) Infração Penal é um termo
que praticou o crime. Desta forma, tem por fim evitar genérico, que poderá ser divido em crimes ou
não mais a prática do crime (pois já o fez), e sim a sua delitos; e contravenções. Podemos perceber que
reincidência. crime e delito são sinônimos, no entanto crime é
3. FINALIDADE RESSOCIALIZADORA OU REEDUCATIVA - diferente de contravenção.
Essa finalidade tem previsão no art. 1° da Lei de Execução
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Ressalta-se que não há diferença na estrutura jurídica entre os crimes/delitos e as contravenções. Desta forma são
caracterizadas como fato típico, ilícito e culpável.

Observação - Contravenção penal também chamado de delito liliputiano, crime vagabundo ou crime anão (Rogério Sanches
Cunha)
• Critério de escolha - Não há diferença substancial entre crime e contravenção. O critério de escolha para definir se o
bem jurídico será protegido por crime ou contravenção é meramente político, ou seja, os fatos mais graves devem
ser rotulados como crimes e os menos graves como contravenção. Desta forma, dependerá do contexto atual.
Um grande exemplo é o porte ilegal de arma de fogo, que até 1997 era tipificado como contravenção penal. Depois
virou conduta criminosa; e hoje, além de crime, é punido de forma mais gravosa por ser crime hediondo.
• Diferença entre crime/delito e contravenção - Conforme o art. 1ºda Lei de Introdução ao Código Penal,
“Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer
alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.”

Crime/Delito Contravenção Penal

Lei comina pena de reclusão ou de A lei comina isoladamente, pena de prisão


detenção, quer isoladamente, quer simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou
Penas alternativa ou cumulativamente com cumulativamente.”
a pena de multa.

CP - Art. 33 - A pena de reclusão deve LCP - Art. 6º - A pena de prisão simples deve
ser cumprida em regime fechado, ser cumprida, sem rigor penitenciário, em
semi-aberto ou aberto. A de estabelecimento especial ou seção especial de
Cumprimento da
detenção, em regime semi-aberto, ou prisão comum, em regime semi-aberto ou
pena
aberto, salvo necessidade de aberto.
transferência a regime fechado
Pena Privativa de Reclusão ou detenção (art. 33º,CP). Prisão simples (art. 6º, LCP).
Liberdade
Pública ou privada (art. 100º, CP). Pública incondicionada (art. 17º, LCP)
Ação Penal

Justiça Estadual ou Federal Só Justiça Estadual, exceto se o réu tem foro


Competência
por prerrogativa de função na Justiça Federal.
É punível (art. 14º, parágrafo único, Não é punível (art. 4º, LCP).
Tentativa
CP).
Limite Temporal da 40 anos (art. 75º, CP) 5 anos (art. 10º, LCP).
Pena

CONCEITO DE CRIME – penal, em seu preceito secundário, traz uma pena para
aquele que descumpri-la. Em outras palavras, é tudo aquilo
A doutrina costuma classificar o crime em três aspectos:
que está previsto em norma penal, sob ameaça de uma
aspecto formal, material e analítico.
pena.
Conceito formal - é considerado crime tudo que a lei prevê
Conceito material - em sentido material, crime o
como tal, ou seja, é crime o que está expressamente
comportamento humano que causou a lesão ao bem
previsto em uma norma penal incriminadora. Essa norma
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jurídico protegido. Em outras palavras, é a conduta que culpa – torna o fato atípico. Já o erro de
viola de forma significativa o bem jurídico protegido pela tipo evitável, vencível ou inescusável
normal penal. somente exclui a tipicidade dolosa,
Observação: Esses conceitos não são suficientes para mantém, se previsto em lei, o crime
definir crime, pois tratam-se de conceitos vagos e culposo
imprecisos. A doutrina adota como conceito de crime o 2. Ilícito - É relação de contrariedade entre conduta do
Critério analítico. Vejamos. agente e a norma penal. Ocorre quando há um
Conceito analítico - O conceito analítico leva em descumprimento da norma penal imposta pelo Estado.
consideração os elementos que compõem a infração penal. São excludentes de ilicitude previstas no art. 23 do CP.
Analisa-se o crime sob o aspecto da sua estrutura. Assim, • Legítima Defesa;
para que possamos ter um crime passível de punição por • Estado de Necessidade;
meio de sanção penal, deverá existir os seguintes
elementos: fato típico + ilicitude + culpabilidade, adotando- • Estrito cumprimento do dever legal;
se, portanto, a teoria tripartite do crime. • Exercício regular de direito;
Observação - O crime é um todo unitário e indivisível. Para 3. Culpabilidade - Trata-se de juízo de reprovação que
que possa ser responsabilizado penalmente deverão estar recai sobre a conduta típica e ilícita que o agente se
presentes todos os elementos do crime: fato típico + propõe a realizar.
ilicitude + culpabilidade. São elementos do fato típico da culpabilidade:
1. Fato típico - O fato típico consiste em uma conduta • Imputabilidade;
humana (dolosa ou culposa) que produz um resultado
naturalístico e que se encaixa na definição do crime • Potencial consciência da ilicitude;
previsto na norma. Em outras palavras, é o fato • Exigibilidade de conduta diversa.
humano descrito abstratamente na lei como infração a
uma norma penal.
São excludentes de culpabilidade –
São elementos do fato típico:
1. Excluem a Imputabilidade.
• Conduta dolosa ou culposa;
- Inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento
• Resultado; mental incompleto ou retardado (artigo 26, caput);
• Nexo causal entre a conduta e o - Inimputabilidade por menoridade penal (artigo 27);
resultado;
- Inimputabilidade por embriaguez completa, proveniente
• Tipicidade. de caso fortuito.
Observação - Na falta de qualquer destes elementos, o
fato passa a ser atípico e, por conseguinte, não há
2. Exclui a Potencial consciência da ilicitude.
crime.
- Erro de proibição (artigo 21, caput);
1.1. Excluem o fato típico –
3. Excluem a Exigibilidade de conduta diversa.
▪ Caso fortuito e força maior – exclui a
conduta. - Coação moral irresistível (artigo 22, 1ª parte);

▪ Hipnose – exclui a conduta. - Obediência hierárquica (artigo 22, 2ª parte);

▪ Sonambulismo – exclui a conduta.


▪ Movimento reflexo – exclui a conduta. CONCEITOS INERENTES AO TIPO PENAL -

▪ Coação física irresistível – aquela que A principal função do tipo penal é descrever, de forma
exclui o controle dos movimentos do objetiva, um comportamento proibido pelo Direito Penal.
corpo – um empurrão por exemplo. – Essa descrição tem por fim limitar e individualizar as
exclui a conduta. condutas relevantes para o Direito Penal. Todos os
elementos que compõem a descrição de um
▪ Erro de tipo inevitável, invencível,
escusável – exclui tanto o dolo, quanto a

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comportamento abstrato proibido pelo Direito Penal Exemplos: Homicídio - “Matar alguém.”
formam o tipo. • Plurinucleares - Também chamado de tipos tipo
Os elementos que compõem o tipo penal podem ser penal misto-alternativo, ação múltipla ou de
objetivos, normativos e subjetivos. conteúdo variado. Recebem esse nome, pois
• Tipos Objetivos - é tudo aquilo capaz de identificar e possuem vários núcleos do tipo.
delimitar o conteúdo da proibição penal. Exemplos: Art. 33 da Lei nº 11.343/2006.
Exemplos - autor da ação, uma ação ou uma omissão, 2. Objeto Jurídico - ou seja, o bem juridicamente
um resultado, nexo causal e imputação objetiva. tutelado/protegido pela lei penal.
• Tipos normativos - São aqueles que necessitam de uma Exemplos - No crime de homicídio é a vida. No crime
valoração por parte do interprete, ou seja, para serem de Tráfico Ilícito de Drogas, é a saúde pública.
constatados exigem a aplicação de uma atividade 3. Objeto material - é a pessoa ou a coisa contra a qual
valorativa, um juízo de valor. recai a conduta criminosa do agente.
Exemplos - “dignidade e decoro” (art. 140 do CP); Exemplos: No crime de furto, o objeto material do
“Justa causa” crime é a coisa alheia móvel subtraída pelo agente. No
• Tipo subjetivo - é tudo aquilo que move o sujeito, ou crime de tráfico (art. 33), é o droga.
seja, sua intenção, sua vontade. O tipo subjetivo é o 4. Elemento Subjetivo - é o elemento psicológico, o que
dolo, caracterizado como elemento subjetivo geral. está na cabeça do sujeito, a sua intenção, finalidade. O
Dolo é caracterizada como a vontade livre e consciência elemento poderá ser dolo ou culpa.
do agente direcionadas à realização da conduta
Dolo – É o elemento subjetivo geral, pois faz parte de
descrita em um tipo penal objetivo.
todos os tipos penai. Podemos conceituar dolo como a
• Elementares - São dados essências à figura típica, sem vontade consciente de realizar os elementos objetivos
as quais ocorre atipicidade do crime. Essa atipicidade do tipo penal. Como regra, todo crime é doloso.
poderá ser: Somente será punido na forma culposa se assim a lei
- Absoluta - quando extraída do tipo penal deixa de prevê expressamente.
ser crime. Citamos a expressão “coisa alheia Em suma: o dolo é a regra; a culpa é exceção. Desta
móvel” do furto. Sem essa expressão não há crime forma, se a lei não trouxer expressamente a punição
de furto. pela forma culposa, significa dizer que ele não poderá
Exemplo: ser praticado na forma culposa. O Código Penal, em
seu art. 18, I, adotou a teoria da vontade ou
Furto -
assentimento.
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem,
5. Culpa - ocorre quando há uma conduta voluntária do
coisa alheia móvel:
sujeito ativo, que produz um resultado antijurídico não
- Relativa - quando extraída do tipo penal há uma querido, uma vez que agiu com negligência,
desclassificação para outro crime. Citamos o imprudência ou imperícia. No entanto, esse resultado
exemplo de violação de domicílio por autoridade não querido poderia ter sido evitado, caso o agente
pública no exercício da fundação prevista na Lei tivesse dado a devida atenção.
4898/65, Art. 3º, alínea “b”. Se a violação não for
6. Crime Doloso (Art. 18, Inciso I, CP) – É quando o
por autoridade pública, haverá o crime de Violação
agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-
de domicílio, Art. 150 do CP.
lo.
1. Núcleo do tipo - é o verbo que descreve a conduta
7. Crime Culposo (Art. 18, Inciso II, CP) – É quando o
proibida pela lei penal. É a ação ou omissão executada
agente não quis o resultado, mas deu causa a este por
pelo sujeito ativo. O núcleo do tipo tem a finalidade de
imprudência, negligência ou imperícia.
evidenciar a ação que se procura evitar ou impor. Os
tipos penais poderão ser uninucleares ou 8. Crime Preterdoloso - É uma espécie de crime
plurinucleares. agravado pelo resultado. Nesse crime há o dolo no
antecedente (Conduta) e Culpa no conseqüente
• Uninucleares - são os tipos penais que possuem
(Resultado).
um único núcleo.

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9. Sujeito ativo do crime - é aquele que pratica a Exemplo - Art. 158 Extorsão, Art. 159 – Extorsão
conduta criminosa. Mediante Sequestro.
10. Crime comum - pode ser praticado por qualquer 21. Crime de mera conduta - É aquele em que a norma
pessoa, não exigindo qualidade especial. Ex.: penal prevê a conduta e não prevê qualquer resultado
homicídio, roubo, furto. naturalístico para sua consumação. Ou seja, com a
11. Crime próprio - exige uma condição ou qualidade simples conduta o crime já se consuma. Ex. Art. 135 –
específica do sujeito ativo. Ex.: mãe no infanticídio e Omissão de Socorro.
servidor público no peculato. 22. Crime Consumado (Art. 14, I, CP) - considera-se
12. Sujeito Passivo - É o titular do bem jurídico protegido consumado, quando nele se reúnem todos os
pela lei penal. É aquele tem seu bem jurídico protegido elementos de sua definição legal;
lesionado, violado. Pode ser sujeitos passivo o Estado, 23. Crime Tentado (Art. 14, II, CP) – considera-se tentado,
bem como a vítima ou ofendido. quando, iniciada a execução, não se consuma por
13. Sujeito passivo mediato, indireto, permanente, circunstâncias alheias à vontade do agente.
formal, constante - é o Estado, titular do direito de 24. Crime de dano - consuma-se com a efetiva lesão do
punir, cabendo a ele pertence o direito público bem jurídico tutelado. Ex.: furto.
subjetivo de exigir o cumprimento da legislação penal. 25. Crime de perigo abstrato - o perigo de lesão ao bem
14. Sujeito passivo imediato, direto, eventual, material, jurídico é presumido pela lei. Ex.: tráfico ilícito de
acidental - é a pessoa física ou jurídica que sofre substâncias entorpecentes.
diretamente a lesão ao bem jurídico, especificado pela 26. Crime de perigo concreto - o perigo de lesão ao bem
norma penal. jurídico deve ser devidamente demonstrado ou
15. Crime comissivo - cometidos por meio de uma ação. comprovado. Ex.: expor a vida ou saúde de alguém a
Ex.: sequestro. perigo (art. 132, CP) e dirigir sem habilitação (art. 309,
16. Crime omissivo - praticado através de uma omissão, CTB).
abstenção, um não agir. Ex.: omissão de socorro. 27. Infrações penais de menor potencial ofensivo -
17. Crime omissivo próprio: há somente a omissão de um Conforme o Art. 61 da Lei 9.099/95, consideram-se
dever de agir, imposto normativamente, dispensando, infrações penais de menor potencial ofensivo as
via de regra, a investigação sobre a relação de contravenções penais e os crimes a que a lei comine
causalidade naturalística (são delitos de mera pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada
conduta). ou não com multa.

18. Crime omissivo impróprio: o dever de agir é para 28. Crimes de Atentado - é aquele em que a lei pune de
evitar um resultado concreto. Trata-se da análise que forma idêntica o crime consumado e o crime tentado,
envolve um crime de resultado material, exigindo, isto é, não há diminuição da pena em face da
consequentemente, a presença de nexo causal entre tentativa. Ou seja, o simples fato de tentar praticar o
conduta omitida (esperada) e o resultado. Esse nexo, crime já configura sua consumação. Ou outras
no entanto, para a maioria da doutrina, não é palavras: é aquele que o crime tentado é punido da
naturalístico (do nada não pode vir nada). Na verdade, mesma forma que o crime consumado.
o vínculo é jurídico, isto é, o sujeito não causou, mas Exemplo - Delitos do art. 3° da Lei de Abuso de
como não o impediu é equiparado ao verdadeiro Autoridade.
causador do resultado (é o nexo de não impedimento). 29. Crime instantâneo - a consumação se dá em uma
19. Crime Material - É aquele em que a norma penal única conduta e não produz resultado prolongado no
prevê um resultado naturalístico e a ocorrência do tempo, ou seja, o momento consumativo é definido.
resultado é necessário para que haja a consumação do Ex.: homicídio
crime. Ex. Art. 121 Homicídio 30. Crime permanente - a consumação se dá em uma
20. Crime Formal - É aquele em que a norma penal prevê única conduta, contudo se prolonga no tempo
a conduta e o resultado naturalístico, no entanto a lei enquanto durar a vontade do agente.
não exige a ocorrência do resultado para que haja a Ex.: extorsão mediante sequestro, porte ilegal de arma
consumação do crime. de fogo ou de substâncias entorpecentes.
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31. Crime unissubjetivo - pode ser praticado por uma 40.3. SÚMULA - é a consolidação do posicionamento
única pessoa. Havendo concurso de agentes, tratar-se- jurisprudencial dos tribunais. É a formalização, através
á de concurso eventual. Ex.: homicídio, aborto, de um enunciado, do pensamento majoritário dos
estelionato, etc. órgãos colegiados sobre determinada matéria.
32. Crime plurissubjetivo ou de concurso necessário - 40.4. SÚMULA VINCULANTE -
somente pode ser praticado por mais de uma pessoa e É aprovada pelo O Supremo Tribunal Federal, de ofício
com liame subjetivo entre as mesmas (concurso de ou por provocação, mediante decisão de dois terços
agentes). Ex.: associação criminosa, organização dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
criminosa, rixa, etc. matéria constitucional.
33. Crime unissubsistente - admite a prática do crime por Como o próprio nome sugere, a súmula terá efeito
meio de um único ato. Ex.: injúria verbal. vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
34. Crime plurissubsistente - exige uma ação consistente Judiciário e à administração pública direta e indireta,
em vários atos. Ex.: homicídio. nas esferas federal, estadual e municipal, bem como
35. Crime omissivo próprio ou puro - São aqueles que o proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma
preceito primário traz uma conduta negativa, ou seja, estabelecida em lei.
um não fazer o que a lei determina. Dessa forma, a Ela tem por objetivo a validade, a interpretação e a
simples omissão, o não fazer aquilo que estava eficácia de normas determinadas, acerca das quais
previsto na lei, configura o crime, dispensando haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou
qualquer resultado naturalístico. No crime omissivo entre esses e a administração pública que acarrete
próprio, a omissão está previsto no próprio tipo penal. grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de
Não admitem a tentativa. processos sobre questão idêntica.
36. Omissão Imprópria ou Crime Comissivo Por Omissão -
É aquele em que se pratica pela inobservância do 41. DIFERENÇAS – QUALIFICADORA, CAUSA DE
dever jurídico de agir. Omissão penalmente relevante. AUMENTO DE PENA E AGRAVANTE –
Omissão Imprópria (art. 13 parag. 2º “a”, “b” e “c)
41.1. Qualificadoras – Aumenta diretamente a pena base
37. Crime Vago - É aquele em que o sujeito passivo é em um quantum já delimitado, ou seja, define a pena
pessoa indeterminada, é a coletividade. de acordo com o crime praticado e de modo exato.
38. Crime Transeunte - É aquele crime em que passa e Assim, a qualificadora traz um novo patamar mínimo e
não deixa vestígios. Art. 140 Injúria máximo.
39. Crime Não-Transeunte - É aquele que passa e deixa Ex.: Observe que o art. 121, caput, estabelece pena de
vestígios. Ex. Art. 121 Homicídio. Art. 129 – Lesão reclusão de 6 a 20 anos para o preceito primário
Corporal. “matar alguém”.

40. DIFERENÇA ENTRE PRECEDENTE, JURISPRUDÊNCIA, Entretanto, traz no §2.º as qualificadoras, hipóteses
SÚMULA E SÚMULA VINCULANTE – em que a pena passa a ser de 12 a 30 anos. Note que a
pena base abstrata dobrou.
40.1. PRECEDENTE - consiste em qualquer julgamento que
venha a ser, futuramente, utilizado como fundamento, 41.2. Causas de aumento de pena ou majorante – A lei
como base, de um novo julgamento. É preciso que se também prescreve as circunstâncias pelas quais a pena
trate, porém, de uma decisão que transcenda o caso é aumentada e em quais crimes. Entretanto, referida
concreto. majoração será sempre em frações.

40.2. JURISPRUDÊNCIA - é um conjunto de decisões Ex.: art. 121, §4.º “(...) a pena é aumentada de 1/3 (um
judiciais proferidas num mesmo sentido, pelos terço) se o crime é cometido contra pessoa menor de
tribunais, sobre uma mesma matéria. É extraída do 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.”
entendimento majoritário dos tribunais quando da 41.3. Agravantes – A disposição sobre as agravantes é feita
interpretação e aplicação de uma mesma questão de modo genérico na lei. Nesta última espécie, o juiz
jurídica. verá as particularidades de cada caso. Estão descritas
no art. 61 do CP: “São circunstâncias que sempre

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agravam a pena, quando não constituem ou qualificam Vejam que a constituição determina, de forma expressa,
o crime: (...)”. os casos em que a lei deverá criminalizar referida conduta
Ex.: hipótese de reincidência (inc. I do referido art.) como forma de proteção a bem ou interesse. Este é o
mandado de criminalização expresso. (Bibliografia: Cleber
Masson)
BASE CONSTITUCIONAL, BASE LEGAL E CONSEQUÊNCIAS
JURÍDICAS – CRIMES DE RACISMO, CRIMES HEDIONDOS E
CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS
EQUIPARADOS.
Consequências jurídicas para quem praticar os Crimes de
Racismo; Ação de Grupos Armados; Hediondos e
ASPECTOS PENAIS E PROCESSUAIS APLICÁVEIS AOS Equiparados - Tráfico de Drogas; Tortura; Terrorismo;
CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS –
Art. 5º -Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
• Penas em espécie (art. 33, CP; Art. 5º, XLVI, CF/88) qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
• Fiança e Liberdade Provisória;
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
• Prisão temporária; nos termos seguintes: (...)

• Prescrição; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e


imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
• Indulto, Graça e Anistia;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis
• Institutos Despenalizadores – Composição dos Danos de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de
Civil, Transação Penal, Suspensão Condicionais do entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
Processo – Art. 74, 76, 89 do JECRIM; como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
• Espécie de privação de Liberdade (Art. 33, CP – Reclusão
omitirem;
e Detenção)
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
• Regime Inicial de Cumprimento da Pena (Art. 2º, §1º, grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
LCH; Art. 1º, §7, Lei de Tortura; Art. 110, LEP) constitucional e o Estado Democrático;
• Progressão de Regime (Art. 2º, §2, LCH; Art. 112, LEP)
• Saída Temporária (Art. 122, LEP) INAFIANÇABILIDADE –

• Livramento Condicional (art. 5º, LCH; Art. 83, V, CP; Art. • Previsão legal no CPP – Arts. 321 ao Art. 350.
44, Lei de Drogas) Conceito – Fiança penal, a grosso modo, é o
• Suspensão Condicional da Pena (Art. 77, CP) pagamento pela própria liberdade provisória, na
forma de caução real, permitido
constitucionalmente. A regra é que seja concedida
pelo juiz e excepcionalmente pelo delegado de
BASE CONSTITUCIONAL – ART. 5º, incisos XLII, XLIII, XLIV – polícia.
CPP – Art. 321. Ausentes os requisitos que
autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz
Crimes: Racismo; Ação de Grupos Armados; Hediondos e
deverá conceder liberdade provisória, impondo, se
Equiparados – Tráfico de Drogas; Tortura; Terrorismo;
for o caso, as medidas cautelares previstas no art.
319 deste Código e observados os critérios
Mandado constitucional de criminalização - constantes do art. 282 deste Código. (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Os mandados de criminalização indicam matérias sobre as
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
quais o legislador ordinário não tem a faculdade de legislar,
mas a obrigatoriedade de tratar, protegendo determinados I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado
bens ou interesses de forma adequada e dentro do possível, fiança anteriormente concedida ou infringido, sem
integral. motivo justo, qualquer das obrigações a que se
referem os arts. 327 e 328 deste Código;

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II - em caso de prisão civil ou militar; STF - HC 104.339/SP - “O Supremo Tribunal Federal, ao


IV - quando presentes os motivos que autorizam a julgar o HC 104.339/SP, declarou a inconstitucionalidade
decretação da prisão preventiva (art. 312). da expressão "e liberdade provisória", constante do art.
44, caput, da Lei n. 11.343/06, afastando o óbice à
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o
concessão da liberdade provisória aos acusados da prática
afiançado a comparecer perante a autoridade,
de crimes hediondos e equiparados, razão pela qual a
todas as vezes que for intimado para atos do
decretação da prisão preventiva sempre deve ser
inquérito e da instrução criminal e para o
fundamentada na presença dos requisitos do art. 312 do
julgamento. Quando o réu não comparecer, a
Código de Processo Penal - CPP. (RHC 81676 / SP)”
fiança será havida como quebrada.
STF – Revela-se inconstitucional a cláusula legal que,
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de
fundada no art. 44 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas),
quebramento da fiança, mudar de residência, sem
veda, aprioristicamente, a concessão de liberdade
prévia permissão da autoridade processante, ou
provisória nas hipóteses dos delitos de tráfico ilícito de
ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua
entorpecentes e de associação criminosa para o tráfico,
residência, sem comunicar àquela autoridade o
entre outros. Precedente: HC 104.339/SP, Rel. Min. GILMAR
lugar onde será encontrado.
MENDES, Plenário.
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o
valor da fiança, se, condenado, o acusado não se
apresentar para o início do cumprimento da pena Prisão temporária –
definitivamente imposta. (Redação dada pela LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989 – Art.
Lei nº 12.403, de 2011). 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o face da representação da autoridade policial ou de
saldo será entregue a quem houver prestado a requerimento do Ministério Público, e terá o prazo
fiança, depois de deduzidos os encargos a que o de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em
réu estiver obrigado. caso de extrema e comprovada necessidade.

LCH – Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da Lei dos Crimes hediondos – Art.2º, § 4o A prisão
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de
afins e o terrorismo são insuscetíveis de: 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos
II - fiança. neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias,
prorrogável por igual período em caso de extrema
Lei de Tortura – Art. 1º, § 6º O crime de tortura é
e comprovada necessidade. (Incluído
inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
pela Lei nº 11.464, de 2007)

LIBERDADE PROVISÓRIA – STF


DA PRESCRIÇÃO –
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no
1. Conceito –É a perda do direito Estado de punir, pelo
prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a
decurso de tempo. Considera-se que não há mais
realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de
interesse estatal na repressão do crime, considerando
custódia com a presença do acusado, seu advogado
não apenas o decurso temporal, mas também a
constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro
adaptação do infrator à vida social, configurada pela
do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá,
não reincidência.
fundamentadamente:
2. Teoria do esquecimento – baseia-se no fato de que,
I - relaxar a prisão ilegal; ou
após certo decurso de tempo, que varia conforme a
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando gravidade do delito, a lembrança do crime apaga-se da
presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, mente da sociedade, não mais existindo o temor
e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas causado pela sua prática, deixando de haver, por isso,
cautelares diversas da prisão; ou motivo para a sua punição;
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

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3. Regra no Brasil – Os crimes prescrevem, seguindo a O indulto coletivo abrange sempre um


regra do CP, art. 109; grupo de sentenciados e normalmente
4. Exceção – Não prescrevem – inclui os beneficiários, exigindo requisitos
objetivos e subjetivos;
4.1. Racismo e Ação de Grupos Armados (...)
4.2. Injúria Racial – STJ (2015); STF (2018)
• Graça e Indulto são concedidos pelo Presidente da
5. Os Crimes Hediondos Prescrevem?
República;
6. O crime de tortura prescreve?

REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA –


INDULTO, GRAÇA E ANISTIA –
Conceitos – A anistia, graça e indulto são indulgências
Lei de Execução Penal –
provindas de órgãos alheios ao Poder Judiciário. São causas
de renúncia do Estado ao exercício do direito de punir. Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime
no qual o condenado iniciará o cumprimento da
Lei dos Crimes Hediondos -
pena privativa de liberdade, observado o disposto
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o
no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o
terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula
Vinculante) O Juiz, no momento da aplicação da pena, escolhe o regime
I - anistia, graça e indulto; inicial do cumprimento de pena, baseada na pena aplicada
Lei de Tortura – Art. 1º, § 6º O crime de tortura é (art. 59, CP), atendendo à individualização da pena previsto
inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. na CF (art. 5º, XLVI - a lei regulará a individualização da pena
e adotará, entre outras, as seguintes ... )

1. Da Anistia – Penas de Privação de Liberdade –

• Opera Ex. tunc , i.e., para o passado, apagando o crime, • Constituição Federal - CF/88 –
extinguindo a punibilidade e demais conseqüências de Art. 5º, XLVI - a lei regulará a individualização da
natureza penal "(Jesus, p. 604) pena e adotará, entre outras, as seguintes:
• Então, caso o sujeito vier a praticar um novo crime, não a) privação ou restrição da liberdade;
será considerado reincidente. Ela "rescinde a
condenação, ainda que transitada e julgado".(Führer, p.
118). • Código Penal - Decreto-Lei N. 2.848/ 1940.
Reclusão e detenção
• A anistia "não abrange os efeitos civis". (Führer, p. 118).
Caso os efeitos penais de sentença condenatória Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em
transitada em julgado, mas os efeitos civis não regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de
desaparecem. detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo
necessidade de transferência a regime
fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
2. Da graça e indulto 11.7.1984)
• Conceitos – A graça é espécie da indulgência de ordem § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser
individual, pois só alcança determinada pessoa. executadas em forma progressiva, segundo o
A graça, forma de clemência soberana, destina-se a mérito do condenado, observados os seguintes
pessoa determinada e não a fato, sendo semelhante ao critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência
indulto individual a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

• Conceito – O indulto é medida de caráter coletivo. a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos
deverá começar a cumpri-la em regime fechado;

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b) o condenado não reincidente, cuja pena seja LEI DE TORTURA – INÍCIO DO CUMPRIMENTO DE PENAL
superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito),
Art. 1º, § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei,
poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime
salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena
semi-aberto;
em regime fechado.
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual
PRIMEIRA TURMA - INFORMATIVO STF n. 789
ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início,
cumpri-la em regime aberto. Crime de tortura e regime inicial de cumprimento
da pena –
O condenado por crime de tortura iniciará o
LEI DOS CRIMES HEDIONDOS – INÍCIO DO CUMPRIMENTO
cumprimento da pena em regime fechado, nos
DE PENAL
termos do disposto no § 7º do art. 1º da Lei
Art.2º, § 1o A pena por crime previsto neste artigo será 9.455/1997 - Lei de Tortura. Com base nessa
cumprida inicialmente em regime fechado. (Redação orientação, a Primeira Turma denegou pedido
dada pela Lei nº 11.464, de 2007) formulado em “habeas corpus”, no qual se
Informativo 672 do STF - É inconstitucional o § 1º do art. pretendia o reconhecimento de constrangimento
2º da Lei 8.072/90 (“Art. 2º Os crimes hediondos, a prática ilegal consubstanciado na fixação, em sentença
da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins penal transitada em julgado, do cumprimento das
e o terrorismo são insuscetíveis de: ... § 1º A pena por penas impostas aos pacientes em regime
crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em inicialmente fechado. Alegavam os impetrantes a
regime fechado”). Com base nesse entendimento, o ocorrência de violação ao princípio da
Plenário, por maioria, deferiu habeas corpus com a individualização da pena, uma vez que
finalidade de alterar para semiaberto o regime inicial de desrespeitados os artigos 33, § 3º, e 59 do CP.
pena do paciente, o qual fora condenado por tráfico de Apontavam a existência de similitude entre o
drogas com reprimenda inferior a 8 anos de reclusão e disposto no artigo 1º, § 7º, da Lei de Tortura e o
regime inicialmente fechado, por força da Lei 11.464/2007, previsto no art. 2º, § 1º, da Lei de Crimes
que instituíra a obrigatoriedade de imposição desse regime Hediondos, dispositivo legal que já teria sido
a crimes hediondos e assemelhados — v. Informativo 670. declarado inconstitucional pelo STF no julgamento
Destacou-se que a fixação do regime inicial fechado se do HC 111.840/ES (DJe de 17.12.2013).
dera exclusivamente com fundamento na lei em vigor. Salientavam, por fim, afronta ao Enunciado 719 da
Observou-se que não se teriam constatado requisitos Súmula do STF.
subjetivos desfavoráveis ao paciente, considerado
O Ministro Marco Aurélio (relator) denegou a
tecnicamente primário. Ressaltou-se que, assim como no
ordem. Considerou que, no caso, a dosimetria e o
caso da vedação legal à substituição de pena privativa de
regime inicial de cumprimento das penas fixadas
liberdade por restritiva de direitos em condenação pelo
atenderiam aos ditames legais. Asseverou não
delito de tráfico — já declarada inconstitucional pelo STF —,
caber articular com a Lei de Crimes Hediondos,
a definição de regime deveria sempre ser analisada
pois a regência específica (Lei 9.455/1997) prevê
independentemente da natureza da infração. Ademais,
expressamente que o condenado por crime de
seria imperioso aferir os critérios, de forma concreta, por
tortura iniciará o cumprimento da pena em
se tratar de direito subjetivo garantido
regime fechado, o que não se confundiria com a
constitucionalmente ao indivíduo. Consignou-se que a
imposição de regime de cumprimento da pena
Constituição contemplaria as restrições a serem impostas
integralmente fechado. Assinalou que o legislador
aos incursos em dispositivos da Lei 8.072/90, e dentre elas
ordinário, em consonância com a CF/1988, teria
não se encontraria a obrigatoriedade de imposição de regime
feito uma opção válida, ao prever que, considerada
extremo para início de cumprimento de pena. Salientou-se
a gravidade do crime de tortura, a execução da
que o art. 5º, XLIII, da CF, afastaria somente a fiança, a
pena, ainda que fixada no mínimo legal, deveria ser
graça e a anistia, para, no inciso XLVI, assegurar, de forma
cumprida inicialmente em regime fechado, sem
abrangente, a individualização da pena. Vencidos os
prejuízo de posterior progressão. Os Ministros
Ministros Luiz Fux, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio, que
Roberto Barroso e Rosa Weber acompanharam o
denegavam a ordem. HC 111840/ES, rel. Min. Dias Toffoli,
relator, com a ressalva de seus entendimentos
27.6.2012. (HC-111840)
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pessoais no sentido do não conhecimento do A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF)
“writ”. O Ministro Luiz Fux, não obstante entender concedeu Habeas Corpus (HC 130074), impetrado pela
que o presente “habeas corpus” faria as vezes de Defensoria Pública do Estado de São Paulo, para garantir a
revisão criminal, ante o trânsito em julgado da um condenado por tráfico de drogas a substituição da pena
decisão impugnada, acompanhou o relator. HC privativa de liberdade por duas penas restritiva de direitos,
123316/SE, rel. Min. Marco Aurélio, 9.6.2015. (HC- a serem estabelecidas pelo Juízo das Execuções Criminais. A
123316) decisão foi tomada na sessão desta terça-feira (16), por
unanimidade. (STF, 16 de fevereiro de 2016)

CABIMENTO DE SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE


LIBERDADE POR RESTRITTIVA DE DIREITO – PROGRESSÃO DE REGIME –
Código Penal – A progressão de regime é um direito garantido a presos que
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas estão em cumprindo pena (como regra). Para a concessão
e substituem as privativas de liberdade, do beneficio o juiz analisa se o preso preenche os requisitos
quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) da lei, uma vez preenchidos, o será concedido.

I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a


quatro anos e o crime não for cometido com violência 6.1. REQUISITOS PARA PROGREDIR DE REGIME –
ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena
1. Objetivo – tempo de pena cumprida (LEP, art. 112)
aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei
nº 9.714, de 1998) 2. Subjetivo – bom comportamento carcerário (art.
112, 1º)
II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação
dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 3. Requisito Formal (LEP, art. 112, §2º)

III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e


a personalidade do condenado, bem como os motivos e 6.2. MODIFICAÇÃO DOS CRITÉRIOS OBJETIVOS PARA
as circunstâncias indicarem que essa substituição seja PROGRESSÃO DE REGIME –
suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

1. CRIME COMUM –
Apesar de divergência doutrinária, prevalece que é possível
• Até 23 de Janeiro de 2020 – Adotava-se a regra do
a substituição da privativa de liberdade por restritiva de
Art. 112 da LEP –
direito nos crimes hediondos e equiparados. Nesse sentido,
temos o Supremo Tribunal Federal. Assim, sempre o réu Cumprimento de 1/6 da Pena, sem diferenciar se o
preencher os requisitos do art. 44 do Código Penal, é crime é com violência ou grave ameaça; ou se era
admissível tal substituição, ainda que se trate dos crimes primário ou reincidente;
equiparados aos hediondos. (STF, HC 90.380/RS, rel. Min. Art. 112. A pena privativa de liberdade será
Nilson Naves, 6.ª Turma, j. 17.08.2008, noticiado no executada em forma progressiva com a
Informativo 360) transferência para regime menos rigoroso, a ser
determinada pelo juiz, quando o preso tiver
cumprido ao menos um sexto da pena no regime
1. O STF, no julgamento HC 97.256/RS- RIO GRANDE DO
anterior e ostentar bom comportamento carcerário,
SUL, entendeu inconstitucional o art. 44 da Lei de Drogas
comprovado pelo diretor do estabelecimento,
que vedada ao crime de tráfico de drogas a conversão da
respeitadas as normas que vedam a
pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos,
progressão.
por ofender à garantia constitucional da individualização da
pena (inciso XLVI do art. 5º da CF/88) Obs: Texto revogado pela Lei Anticrime;
• A partir do dia 24 de Janeiro de 2020 – Adota-se
uma NOVA a regra do Art. 112 da LEP –
2ª Turma determina aplicação de penas restritivas de
direito a réu primário – Exigência de diversos requisitos diferenciados,
agora fazendo distinção se o crime é com violência

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ou grave ameaça; ou se era primário ou reincidente; quintos), se reincidente, observado o disposto


ou hediondo ou equiparado com ou sem morte. nos §§ 3º e 4º do art. 112 da Lei nº 7.210, de 11 de
julho de 1984 (Lei de Execução Penal). (Redação
dada pela Lei nº 13.769, de 2018) (Revogado
2. CRIME HEDIONDO OU EQUIPARADO –
pela Lei nº 13.964, de 2019)
• Até 28 de março de 2007 – Todos os condenados
(crimes hediondos, equiparados)
Exame criminológico –
Súmula 471 do STJ – Os condenados por crimes
hediondos ou assemelhados cometidos antes da Súmula 439 - Admite-se o exame criminológico pelas
vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada.
disposto no artigo 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de (Súmula 439, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe
Execução Penal) para a progressão de regime 13/05/2010)
prisional” Súmula Vinculante 26 - Para efeito de progressão de
Texto Anterior da Lei de Execução Penal – regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou
equiparado, o juízo da execução observará a
Art. 112. A pena privativa de liberdade será
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 8.072, de 25 de julho
executada em forma progressiva com a
de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche,
transferência para regime menos rigoroso, a ser
ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício,
determinada pelo juiz, quando o preso TIVER
podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado,
CUMPRIDO AO MENOS UM SEXTO DA PENA NO
a realização de exame criminológico.
REGIME ANTERIOR e ostentar bom comportamento
carcerário, comprovado pelo diretor do
estabelecimento, respeitadas as normas que vedam Lei de Organização Criminosa –
a progressão. (Redação dada pela Lei nº
Art. 2º, § 9º O condenado expressamente em sentença
10.792, de 2003)
por integrar organização criminosa ou por crime
praticado por meio de organização criminosa não
• Após 28 de março de 2007 – Diferenças entre poderá progredir de regime de cumprimento de pena
crimes hediondos, equiparados e comuns) ou obter livramento condicional ou outros benefícios
prisionais se houver elementos probatórios que
Texto Anterior – Antes da Alteração pelo Pacote
indiquem a manutenção do vínculo
Anticrime –
associativo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Lei dos Crimes Hediondos – Art. 2º, § 2º A
progressão de regime, no caso dos condenados
pelos crimes previstos neste artigo, dar-se- LIVRAMENTO CONDICIONAL –
á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da Conceito - O Livramento condicional é destinado ao preso
pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três foi condenado a uma pena privativa de liberdade superior a
quintos), se reincidente, observado o disposto dois anos. Assim, aquele que está cumprindo essa pena tem
nos §§ 3º e 4º do art. 112 da Lei nº 7.210, de 11 de direito à liberdade antecipada (ou seja, antes do termino do
julho de 1984 (Lei de Execução Penal). (Redação cumprimento da pena), desde que cumpridos os requisitos
dada pela Lei nº 13.769, de 2018) (Revogado objetivos e subjetivos. Em outras palavras, o livramento
pela Lei nº 13.964, de 2019) condicional é um benefício que permite o cumprimento de
parte da pena em liberdade.

• A partir do dia 23 de Janeiro de 2020 – Lei


anticrime (Lei nº 13.964/2019); Requisitos do livramento condicional
Lei dos Crimes Hediondos – Art. 2º, § 2º A Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional
progressão de regime, no caso dos condenados ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou
pelos crimes previstos neste artigo, dar-se- superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada
á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três

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I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for
não for reincidente em crime doloso e tiver bons reincidente em crime hediondo ou equiparado com
antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de resultado morte, vedado o livramento
condicional. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
11.7.1984)
2019) (Vigência)
II - cumprida mais da metade se o condenado for
reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) Lei de Organização Criminosa –
Art. 2º, § 9º O condenado expressamente em sentença
III - comprovado: (Redação dada pela Lei nº
por integrar organização criminosa ou por crime
13.964, de 2019)
praticado por meio de organização criminosa não poderá
a) bom comportamento durante a execução da progredir de regime de cumprimento de pena ou obter
pena; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) livramento condicional ou outros benefícios prisionais se
houver elementos probatórios que indiquem a
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12
manutenção do vínculo associativo. (Incluído pela Lei
(doze) meses; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019
nº 13.964, de 2019)
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;
e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Lei de Drogas –
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34
trabalho honesto; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis,
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a
fazê-lo, o dano causado pela infração; (Redação dada conversão de suas penas em restritivas de direitos.
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste
artigo, dar-se-á o livramento condicional após o
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos
cumprimento de dois terços da pena, vedada sua
de condenação por crime hediondo, prática de tortura,
concessão ao reincidente específico.
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de
pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente
específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela DA SAÍDA TEMPORÁRIA – LEP
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, semi-aberto poderão obter autorização para saída
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos
concessão do livramento ficará também subordinada à seguintes casos:
constatação de condições pessoais que façam presumir que
I - visita à família;
o liberado não voltará a delinqüir. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem
como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do
Juízo da Execução;
Lei de Execução Penal – Livramento Condicional –
III - participação em atividades que concorram para o
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada retorno ao convívio social.
em forma progressiva com a transferência para regime
menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere
preso tiver cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei o caput deste artigo o condenado que cumpre pena por
nº 13.964, de 2019) (Vigência) praticar crime hediondo com resultado morte. (Incluído
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado
pela Lei nº 13.964, de 2019)
for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou
equiparado, com resultado morte, se for primário,
vedado o livramento condicional; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)

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RACISMO. Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes


RACISMO INSTITUCIONAL. resultantes de preconceitos de raça ou de cor.
HOMOFOBIA, DISCRIMINAÇÃO POR ORIENTAÇÃO SEXUAL Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes
E IDENTIDADE resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor,
DE GÊNERO E O CRIME DE RACISMO etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada
pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

DO CRIME DE RACISMO PREVISTO NA CONSTITUIÇÃO Art. 2º (Vetado).


FEDERAL – Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém,
devidamente habilitado, a qualquer cargo da
Administração Direta ou Indireta, bem como das
PREVISÃO NA CF/88 –
concessionárias de serviços públicos.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por
Democrático de Direito e tem como fundamentos: motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional, obstar a promoção
III - a dignidade da pessoa humana.
funcional. (Incluído pela Lei nº 12.288, de
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da 2010) (Vigência)
República Federativa do Brasil:
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de privada.
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
formas de discriminação.
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
preconceito de descendência ou origem nacional ou
e aos estrangeiros residentes no País a
étnica: (Incluído pela Lei nº 12.288, de
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
2010) (Vigência)
igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes: (...) I - deixar de conceder os equipamentos necessários
ao empregado em igualdade de condições com os demais
XLI - a lei punirá qualquer discriminação
trabalhadores; (Incluído pela Lei nº 12.288, de
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
2010) (Vigência)
XLII - a prática do racismo constitui crime
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
obstar outra forma de benefício profissional; (Incluído
reclusão, nos termos da lei;
pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência)
III - proporcionar ao empregado tratamento
CRIME DE RACISMO – diferenciado no ambiente de trabalho, especialmente
LEI N. 7.716 DE 1989 quanto ao salário. (Incluído pela Lei nº 12.288, de
2010) (Vigência)

LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989. § 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação


de serviços à comunidade, incluindo atividades de
Mensagem de veto
promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou
Vide Lei nº 12.735, de 2012 qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores,
Texto compilado exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para
emprego cujas atividades não justifiquem essas
(Vide ADO Nº 26)
exigências. (Incluído pela Lei nº 12.288, de
Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de 2010) (Vigência)
cor.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
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Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do
comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente cargo ou função pública, para o servidor público, e a
ou comprador. suspensão do funcionamento do estabelecimento
Pena: reclusão de um a três anos. particular por prazo não superior a três meses.

Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou Art. 17. (Vetado).


ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17
ou privado de qualquer grau. desta Lei não são automáticos, devendo ser
Pena: reclusão de três a cinco anos. motivadamente declarados na sentença.

Parágrafo único. Se o crime for praticado contra Art. 19. (Vetado).


menor de dezoito anos a pena é agravada de 1/3 (um Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação
terço). ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
hotel, pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento Pena: reclusão de um a três anos e multa.(Redação
similar. dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Pena: reclusão de três a cinco anos. § 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou
restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para
abertos ao público. fins de divulgação do nazismo. (Redação dada pela Lei nº
9.459, de 15/05/97)
Pena: reclusão de um a três anos.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em
pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes
sociais abertos ao público. § 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é
cometido por intermédio dos meios de comunicação social
Pena: reclusão de um a três anos.
ou publicação de qualquer natureza: (Redação dada pela
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento Lei nº 9.459, de 15/05/97)
em salões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído
massagem ou estabelecimento com as mesmas
pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
finalidades.
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá
Pena: reclusão de um a três anos.
determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de
edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou escada desobediência: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de
de acesso aos mesmos: 15/05/97)
Pena: reclusão de um a três anos. I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes dos exemplares do material respectivo;(Incluído pela Lei
públicos, como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, nº 9.459, de 15/05/97)
trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte II - a cessação das respectivas transmissões
concedido. radiofônicas ou televisivas.(Incluído pela Lei nº 9.459, de
Pena: reclusão de um a três anos. 15/05/97)

Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao II - a cessação das respectivas transmissões
serviço em qualquer ramo das Forças Armadas. radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da publicação por
qualquer meio; (Redação dada pela Lei nº 12.735, de
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
2012) (Vigência)
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou
III - a interdição das respectivas mensagens ou
forma, o casamento ou convivência familiar e social.
páginas de informação na rede mundial de
Pena: reclusão de dois a quatro anos. computadores. (Incluído pela Lei nº 12.288, de
Art. 15. (Vetado). 2010) (Vigência)

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§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da Estatuto da pessoa com deficiência – LEI Nº 13.146 de
condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a 2015.
destruição do material apreendido. (Incluído pela Lei nº
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
9.459, de 15/05/97)
Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua
pessoa em razão de sua deficiência:
publicação. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 22. Revogam-se as disposições em
contrário. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990) § 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a
vítima encontrar-se sob cuidado e responsabilidade
Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da
do agente.
Independência e 101º da República.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos
JOSÉ SARNEY
no caput deste artigo é cometido por intermédio de
Paulo Brossard meios de comunicação social ou de publicação de
Este texto não substitui o publicado no DOU de qualquer natureza:
6.1.1989 e retificada em 9.1.1989 Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa.

CRIMES RELACIONADOS À DISCRIMINAÇÃO E AO § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá


PRECONCEITO – determinar, ouvido o Ministério Público ou a
pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob
pena de desobediência:
Código Penal – Injúria Discriminatória –
I - recolhimento ou busca e apreensão dos
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a exemplares do material discriminatório;
dignidade ou o decoro: II - interdição das respectivas mensagens ou páginas
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. de informação na internet.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: § 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito
I - quando o ofendido, de forma reprovável, da condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a
provocou diretamente a injúria; destruição do material apreendido.

II - no caso de retorsão imediata, que consista em


outra injúria. LEI Nº 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE 1989 –
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência,
fato, que, por sua natureza ou pelo meio sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para
empregado, se considerem aviltantes: Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde,
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou
além da pena correspondente à violência. difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério
Público, define crimes, e dá outras providências.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a Art. 8o Constitui crime punível com reclusão de
condição de pessoa idosa ou portadora de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa: (Redação
deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
de 2003) I - recusar, cobrar valores adicionais,
Pena - reclusão de um a três anos e suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar
multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997) inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de
qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão
de sua deficiência; (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
II - obstar inscrição em concurso público ou
acesso de alguém a qualquer cargo ou emprego

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público, em razão de sua deficiência; (Redação por qualquer outro meio ou instrumento necessário
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
III - negar ou obstar emprego, trabalho ou Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano
promoção à pessoa em razão de sua e multa.
deficiência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, § 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar,
de 2015) (Vigência) humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa,
IV - recusar, retardar ou dificultar internação por qualquer motivo.
ou deixar de prestar assistência médico-hospitalar e § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço)
ambulatorial à pessoa com se a vítima se encontrar sob os cuidados ou
deficiência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, responsabilidade do agente.
de 2015) (Vigência)
§ 3º Não constitui crime a negativa de crédito
V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar motivada por superendividamento do
execução de ordem judicial expedida na ação civil a idoso. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
que alude esta Lei; (Redação dada pela Lei nº
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão
13.146, de 2015) (Vigência)
de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos
I – obstar o acesso de alguém a qualquer
indispensáveis à propositura da ação civil pública
cargo público por motivo de idade;
objeto desta Lei, quando
requisitados. (Redação dada pela Lei nº II – negar a alguém, por motivo de idade,
13.146, de 2015) (Vigência) emprego ou trabalho;

§ 1o Se o crime for praticado contra pessoa III – recusar, retardar ou dificultar


com deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é atendimento ou deixar de prestar assistência à
agravada em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 2o A pena pela adoção deliberada de LEI Nº 12.984, DE 2 DE JUNHO DE 2014 –
critérios subjetivos para indeferimento de inscrição,
Define o crime de discriminação dos portadores do vírus da
de aprovação e de cumprimento de estágio
imunodeficiência humana (HIV) e doentes de aids.
probatório em concursos públicos não exclui a
responsabilidade patrimonial pessoal do Art. 1º Constitui crime punível com reclusão,
administrador público pelos danos de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, as seguintes
causados. (Incluído pela Lei nº 13.146, de condutas discriminatórias contra o portador do HIV e
2015) (Vigência) o doente de aids, em razão da sua condição de
portador ou de doente:
§ 3o Incorre nas mesmas penas quem impede
ou dificulta o ingresso de pessoa com deficiência em I - recusar, procrastinar, cancelar ou segregar
planos privados de assistência à saúde, inclusive com a inscrição ou impedir que permaneça como aluno
cobrança de valores diferenciados. (Incluído em creche ou estabelecimento de ensino de qualquer
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) curso ou grau, público ou privado;

§ 4o Se o crime for praticado em atendimento II - negar emprego ou trabalho;


de urgência e emergência, a pena é agravada em 1/3 III - exonerar ou demitir de seu cargo ou
(um terço). (Incluído pela Lei nº 13.146, de emprego;
2015) (Vigência)
IV - segregar no ambiente de trabalho ou
escolar;
Estatuto do Idoso – LEI N 10.741 DE 2003. V - divulgar a condição do portador do HIV ou
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo de doente de aids, com intuito de ofender-lhe a
ou dificultando seu acesso a operações bancárias, dignidade;
aos meios de transporte, ao direito de contratar ou VI - recusar ou retardar atendimento de
saúde.
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Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua doloso, circunstância que o qualifica, por configurar
publicação. motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”);

HOMOFOBIA, DISCRIMINAÇÃO POR ORIENTAÇÃO SEXUAL 2. A repressão penal à prática da homotransfobia não
E IDENTIDADE DE GÊNERO E O CRIME DE RACISMO. alcança nem restringe ou limita o exercício da
liberdade religiosa, qualquer que seja a denominação
confessional professada, a cujos fiéis e ministros
STF enquadra homofobia e transfobia como crimes de (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos
racismo ao reconhecer omissão legislativa – 13 de Junho muçulmanos e líderes ou celebrantes das religiões
de 2019. afro-brasileiras, entre outros) é assegurado o direito
O Plenário concluiu nesta quinta-feira (13) o julgamento das de pregar e de divulgar, livremente, pela palavra, pela
ações que tratam da matéria e decidiu que, até que o imagem ou por qualquer outro meio, o seu
Congresso Nacional edite lei específica, as condutas pensamento e de externar suas convicções de acordo
homofóbicas e transfóbicas se enquadram na tipificação da com o que se contiver em seus livros e códigos
Lei do Racismo. sagrados, bem assim o de ensinar segundo sua
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que orientação doutrinária e/ou teológica, podendo buscar
houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional por e conquistar prosélitos e praticar os atos de culto e
não editar lei que criminalize atos de homofobia e de respectiva liturgia, independentemente do espaço,
transfobia. público ou privado, de sua atuação individual ou
coletiva, desde que tais manifestações não configurem
Por maioria, o Plenário aprovou a tese proposta pelo relator
discurso de ódio, assim entendidas aquelas
da ADO, ministro Celso de Mello, formulada em três pontos.
exteriorizações que incitem a discriminação, a
O primeiro prevê que, até que o Congresso Nacional edite
hostilidade ou a violência contra pessoas em razão de
lei específica, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais
sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero;
ou supostas, se enquadram nos crimes previstos na Lei
7.716/2018 e, no caso de homicídio doloso, constitui
circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe. 3. O conceito de racismo, compreendido em sua
No segundo ponto, a tese prevê que a repressão penal à dimensão social, projeta-se para além de aspectos
prática da homotransfobia não alcança nem restringe o estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta,
exercício da liberdade religiosa, desde que tais enquanto manifestação de poder, de uma construção
manifestações não configurem discurso de ódio. de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de
Finalmente, a tese estabelece que o conceito de racismo justificar a desigualdade e destinada ao controle
ultrapassa aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos ideológico, à dominação política, à subjugação social e
e alcança a negação da dignidade e da humanidade de à negação da alteridade, da dignidade e da
grupos vulneráveis. Ficou vencido o ministro Marco Aurélio. humanidade daqueles que, por integrarem grupo
vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem ao
estamento que detém posição de hegemonia em uma
ADO 26/DF
dada estrutura social, são considerados estranhos e
1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso diferentes, degradados à condição de marginais do
Nacional destinada a implementar os mandados de ordenamento jurídico, expostos, em consequência de
criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º odiosa inferiorização e de perversa estigmatização, a
da Constituição da República, as condutas uma injusta e lesiva situação de exclusão do sistema
homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que geral de proteção do direito. (13 de Junho de 2019)
envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à
(Fonte:
identidade de gênero de alguém, por traduzirem
http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idCo
expressões de racismo, compreendido este em sua
nteudo=414010)
dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e
mediante adequação típica, aos preceitos primários de
incriminação definidos na Lei nº 7.716, de 08/01/1989,
constituindo, também, na hipótese de homicídio

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CÓDIGO PENAL – pretendeu obstar, vedando a seus agentes a prescrição,


INJÚRIA RACIAL – INJÚRIA QUALIFICADA – RACISMO entre outros benefícios.
IMPRÓPRIO – Ainda, conforme as palavras do Relator, citando a doutrina
Injúria do Professor e magistério Guilherme de Souza Nucci
(Código Penal Comentado, 14ª edição, p. 756-757): “Da
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o
mesma forma que a Lei 7.716/89 estabelece várias figuras
decoro:
típicas de crime resultantes de preconceitos de raça de cor,
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. não quer dizer, em nossa visão, que promova um rol
[...] exaustivo. Por isso, com o advento da Lei 9.459/97,
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos introduzindo a denominada injúria racial, criou-se mais um
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição delito no cenário do racismo, portanto, imprescritível,
de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação inafiançável e sujeito à pena de reclusão.” [...] (AgRg no
dada pela Lei nº 10.741, de 2003) AREsp 686.965/DF, 6ªT.STJ, DJe 31/08/2015)

Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído


pela Lei nº 9.459, de 1997) Injúria racial considerada imprescritível pelo STF
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se STF: “ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal
procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. Federal (STF), determinou o trânsito em julgado do
140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. processo de injúria racial envolvendo o jornalista Paulo
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Henrique Amorim. A decisão do STF, que condenou o
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 jornalista a um ano e oito meses de prisão, será cumprida e
deste Código, e mediante representação do ofendido, no convertida em restrição a direitos. [...]
caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § Também como afirmado na mencionada decisão, na linha
3o do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei nº do Parecer da Procuradoria-Geral da República, releva
12.033. de 2009) prestigiar o que decidido pelo STJ, notadamente
considerada a alentada análise da legislação
infraconstitucional realizada naquele Tribunal, que
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – Em 2015, o STJ
reconheceu não ser taxativo o rol dos crimes previstos na
entendeu de modo totalmente diverso da doutrina,
Lei nº 7.716/1989, encontrando-se presentes o preconceito
afirmando que o crime de injúria racial é imprescritível e
e a intolerância da conduta tipificada como injúria racial,
inafiançável. Vejamos:
destacando-se, no ponto, que a própria questão referente à
De acordo com o Relator Ministro Ericson Maranho imprescritibilidade é insuscetível de reapreciação por se
(Desembargador Convocado do TJ/SP), “Importante tratar de matéria infraconstitucional", argumentou o
enfatizar, ainda, que a questão da imprescritibilidade do ministro. (STF, HC 130.104, junho de 2018)
delito de injúria racial foi reconhecida por mim ao
entendimento de que esse crime, por também traduzir
preconceito de cor, atitude que conspira no sentido da RACISMO INSTITUCIONAL
segregação, veio a somar-se àqueles outros, definidos na Deste Modo, o Racismo Institucional é basicamente o
Lei nº 7.716/89, cujo rol não é taxativo. Vêm, a propósito, tratamento diferenciado entre raças no interior de
as palavras de CELSO LAFER, quando diz que “A base do organizações, empresas, grupos, associações e instituições
crime da prática do racismo são os preconceitos e sua congêneres. Em resumo, e de forma coloquial,
propagação, que discriminam grupos e pessoas, a elas considerando a problemática singular entre negros e
atribuindo as características de uma ‘raça’ inferior em brancos, é você tratar o negro de uma forma e o branco de
função de sua aparência ou origem. O racismo está na outra. É você optar por um em prejuízo do outro, ou mesmo
cabeça das pessoas. Justificou a escravidão e o preferir, ou até, de forma indireta, ofertar tratamentos
colonialismo. Promove a desigualdade, a intolerância em diferenciados, de modo a privilegiar um em detrimento do
relação ao ‘outro’, e pode levar à segregação (como foi o outro, sem qualquer respaldo legal.
caso do apartheid na África do Sul) e ao genocídio (como foi
(https://www.geledes.org.br/racismo-institucional-o-ato-
o holocausto conduzido pelos nazistas)” (Racismo - O STF e
silencioso-que-distingue-as-
o caso Ellwanger, pg. A2). Esta conduta é que a Lei Maior
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racas/?gclid=Cj0KCQjwu7OIBhCsARIsALxCUaNskPSGi8- DO CRIME DE TORTURA –


TL11Rc-fP0xDFfmqk3KaqF-D4xVb2DkvZ8eGme90Be-
EaAnd_EALw_wcB)

Presidência da República
Para que não se conclua sem mesmo apresentar a Casa Civil
conceituação formal, cita-se definição extraída do Programa Subchefia para Assuntos Jurídicos
de Combate ao Racismo Institucional incorporado no país
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.
no ano de 2005:
Define os crimes de tortura e dá outras providências.
“o fracasso das instituições e organizações em prover um
serviço profissional e adequado às pessoas em virtude de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
sua cor, cultura, origem racial ou étnica. Ele se manifesta Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
em normas, práticas e comportamentos discriminatórios Art. 1º Constitui crime de tortura:
adotados no cotidiano do trabalho, os quais são resultantes I - constranger alguém com emprego de violência ou
do preconceito racial, uma atitude que combina grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
estereótipos racistas, falta de atenção e ignorância. Em
a) com o fim de obter informação, declaração ou
qualquer caso, o racismo institucional sempre coloca
confissão da vítima ou de terceira pessoa;
pessoas de grupos raciais ou étnicos discriminados em
situação de desvantagem no acesso a benefícios gerados b) para provocar ação ou omissão de natureza
pelo Estado e por demais instituições e criminosa;
organizações. (Projeto de uma parceria que contou com: a c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
SEPPIR, o Ministério Público Federal, o Ministério da Saúde,
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), e o
autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a
Departamento Britânico para o Desenvolvimento
intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
Internacional e Redução da Pobreza (DFID), como agente
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
financiador, e o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), e teve como foco principal a Pena - reclusão, de dois a oito anos.
saúde (CRI, pg 22, 2006). § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
O racismo institucional é a desigualdade de tratamento presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico
que os negros recebem em relação aos brancos dentro de ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto
uma instituição. Portanto, se uma pessoa recebe um em lei ou não resultante de medida legal.
tratamento diferente por ser negra, isso se enquadra em § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
um caso de racismo institucional. quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na
https://www.vittude.com/empresas/racismo-institucional- pena de detenção de um a quatro anos.
o-que-e-como-combater § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
O racismo institucional atua de forma difusa no gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
funcionamento cotidiano de instituições e organizações, resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
provocando uma desigualdade na distribuição de serviços, § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
benefícios e oportunidades aos diferentes segmentos da I - se o crime é cometido por agente público;
população do ponto de vista racial. Aponta-se que, para sua
II - se o crime é cometido contra criança, gestante,
desconstrução, é preciso a implementação de políticas
deficiente e adolescente;
públicas que provoquem um processo de desrracialização,
assim como gerar reflexões acadêmicas de como operam II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
esses mecanismos portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
(sessenta) anos; '(Redação dada pela Lei nº 10.741,
https://www.scielo.br/j/icse/a/hxpmJ5PB3XsWkHZNwrHv4
de 2003)
Dv/?format=pdf&lang=pt
III - se o crime é cometido mediante seqüestro.

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§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, 01. CONTEXTO HISTÓRICO NO BRASIL –


função ou emprego público e a interdição para seu
O repúdio à prática da tortura nasceu após a Segunda
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
Guerra Mundial, com a aprovação de várias convenções e
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível tratados internacionais. No entanto, o Brasil passou a
de graça ou anistia. proibir expressamente a prática da tortura com a
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo Constituição Federal de 1988 (CF/88). Antes disso, o Brasil
a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em era signatário de alguns tratados internacionais que
regime fechado. proibiam a prática da tortura, como a Declaração Universal
dos Direitos Humanos (DUDH 1945) e a Convenção
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o
Americana De Direitos Humanos (1969), conhecido como
crime não tenha sido cometido em território nacional,
“Pacto de San José DA Costa Rica.”
sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em
local sob jurisdição brasileira.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua 02. BASE CONSTITUCIONAL –
publicação. Dos Princípios Fundamentais
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela
julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito
109º da República. e tem como fundamentos:
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO III - a dignidade da pessoa humana;
Nelson A. Jobim Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.4.1997 suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
(...)
II - prevalência dos direitos humanos;
LEI DE TORTURA – COMENTÁRIOS –

Dos Direitos e Garantias Fundamentais –


PREVISÃO NA CF/88 –
Art. 5° - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à propriedade, nos termos seguintes:
igualdade, à segurança e à propriedade, nos III - ninguém será submetido a tortura nem a
termos seguintes: tratamento desumano ou degradante.
III - ninguém será submetido a tortura nem a XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
tratamento desumano ou degradante; insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas eles respondendo os mandantes, os executores e os
afins, o terrorismo e os definidos como crimes que, podendo evitá-los, se omitirem;
hediondos, por eles respondendo os mandantes,
os executores e os que, podendo evitá-los, se
03. CONTEXTO INTERNACIONAL –
omitirem; (Regulamento)

3.1. Tortura como crime próprio –


Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas
cruéis, desumanos ou degradantes – Adotada pela

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Resolução 39/46, da Assembleia Geral das Nações Unidas, Artigo 7o


em 10 de dezembro de 1984. Crimes contra a Humanidade
• Decreto N. 40, de 15 de fevereiro de 1991 – 1. Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se
Promulga a Convenção Contra a Tortura e Outros por "crime contra a humanidade", qualquer um dos
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou atos seguintes, quando cometido no quadro de um
Degradantes. ataque, generalizado ou sistemático, contra
ARTIGO 1º qualquer população civil, havendo conhecimento
1. Para os fins da presente Convenção, o termo desse ataque:
"tortura" designa qualquer ato pelo qual dores ou (....)
sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são f) Tortura;
infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de 2. Para efeitos do parágrafo 1º:
obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações
e) Por "tortura" entende-se o ato por meio do qual
ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou uma
uma dor ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais,
terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de
são intencionalmente causados a uma pessoa que
ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou
esteja sob a custódia ou o controle do acusado;
outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado
este termo não compreende a dor ou os
em discriminação de qualquer natureza; quando
sofrimentos resultantes unicamente de sanções
tais dores ou sofrimentos são infligidos por um
legais, inerentes a essas sanções ou por elas
funcionário público ou outra pessoa no exercício
ocasionadas;
de funções públicas, ou por sua instigação, ou
com o seu consentimento ou aquiescência. Não se Artigo 29
considerará como tortura as dores ou sofrimentos Imprescritibilidade
que sejam conseqüência unicamente de sanções Os crimes da competência do Tribunal não
legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou prescrevem.
delas decorram.

3.2. Tortura como crime imprescritível – 04. VEDAÇÃO À TORTURA – NATUREZA ABSOLUTA
Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional
• Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de 2002 – 4.1. Tratados internacionais – A Convenção contra a
Promulga o Estatuto de Roma do Tribunal Penal tortura e outros tratamentos ou penas cruéis,
Internacional. desumanos ou degradantes, promulgado pelo
Artigo 5o Brasil através do Decreto 40 de 1991, em seu
artigo 2, item 2, traz a previsão que a proibição é
Crimes da Competência do Tribunal –
absoluta. Vejamos:
1. A competência do Tribunal restringir-se-á aos
Artigo 1
crimes mais graves, que afetam a comunidade
internacional no seu conjunto. Nos termos do ITEM 2. Nenhuma circunstância excepcional, como
presente Estatuto, o Tribunal terá competência ameaça ou estado de guerra, instabilidade política
para julgar os seguintes crimes: interna ou qualquer outra emergência pública,
poderá ser invocada como justificativa para a
a) O crime de genocídio;
tortura.
b) Crimes contra a humanidade;
c) Crimes de guerra; 4.2. Constituição Federal de 1988 –
d) O crime de agressão. Art. 5º (...) III - ninguém será submetido a tortura
nem a tratamento desumano ou degradante;

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4.3. Teoria do cenário da bomba relógio – • Art. 1º, §1º – Tortura pela tortura; ou tortura
“A teoria da “ticking bomb scenario”; em tradução livre, prova;
“cenário da bomba relógio”, constantemente defendida por • Art. 1º, §2º – Tortura omissiva; tortura imprópria.
países de primeira escala, especialmente pelos Estados
6.2. Qualificadoras – Art. 1º, §3º
Unidos da América, busca relativizar a proibição da tortura,
6.3. Majorantes – Art. 1º, §4º
expressamente vedada pelo artigo 5º, III, da nossa carta
magna, quando o embate de direitos atingir um bem 6.4. Efeitos da condenação – Art. 1º, §5º
jurídico maior.” (Paulo Mitsuru Shiokawa Neto; site 6.5. Consequências – Art. 1º, §6º
Jusbrasi)
6.6. Regime Inicial fechado – Art. 1º, §7º
“A presente teoria tem o escopo de relativizar a proibição da
tortura (que, na nossa Constituição, está no artigo 5°, III). 6.7. Princípio da Extraterritorialidade; – Art. 2º
Segundo a teoria, se bombas relógio são instaladas em
determinados locais, não havendo outros meios de se
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME DE TORTURA –
localizar as bombas ou desarmá-las, a tortura do terrorista
responsável é justificável. Portanto, a aludida teoria tem a 1.1. Bem jurídico protegido;
finalidade de justificar o uso da tortura em situações 1.2. Sujeito ativo do crime;
excepcionais, em que não existe outra maneira eficaz de O que é “crime jabuticaba”?
conter uma atividade terrorista.” (por Flávia Teixeira
Os Tratados Internacionais tratam o delito de
Ortega; jusBrasil)
tortura como crime próprio ou especial, ou seja, só
podendo ser praticado por funcionário público,
exigindo-se, portanto, a qualidade de
TORTURA NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE representante estatal. Porém, no Brasil, o crime de
(LEI 8069/90 - ECA) tortura destoou da tortura dos Tratados
Internacionais, tratando o delito como crime
Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob sua
comum, podendo ser praticado por qualquer
autoridade, guarda ou vigilância a tortura: (Revogado
pessoa. Desta forma, não se exige a qualidade de
pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997)
representante estatal. Trata-se, portanto, do
5.1. Lei de tortura – Tortura majorada – chamado crime jabuticaba, pois só existe no Brasil.
Art. 1º, §4º - Aumenta-se a pena de um sexto até Caráter bifronte – Qualquer pessoa poderá
um terço: praticar
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, 1.3. Sujeito passivo do crime;
portador de deficiência, adolescente ou maior de 1.4. Elemento subjetivo;
60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº
1.5. Dolo Específico;
10.741, de 2003)
1.6. Natureza hedionda;
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13
de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do 1.7. Crime de máximo potencial ofensivo – São
Adolescente. aqueles que a constituição exigiu um tratamento
diferenciado. São eles: Tráfico, Terrorismo,
Tortura e os definidos como hediondos. Dessa
ESTRUTURA DA LEI DE TORTURA forma, não se aplicam os institutos da Lei
9.099/95, como transação pena; suspensão
6.1. Espécies de Tortura; condicional do processo; rito sumaríssimo.

• Art. 1º, I, “a” – Tortura confissão; Tortura Prova;


Tortura probatória; DA ANÁLISE DOS CRIMES EM ESPÉCIE –
• Art. 1º, I, “b” – Tortura Crime. Art. 1º Constitui crime de tortura:

• Art. 1º, I, “c” – Tortura discriminatória; Racial; I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
• Art. 1º, II – Tortura castigo;
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a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão exercício de emprego, cargo ou função." (Incluído
da vítima ou de terceira pessoa; pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois)
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; anos. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei
nº 10.224, de 15 de 2001)
Classificação geral dos crimes
§ 2 o A pena é aumentada em até um terço se a
1. Sujeito Ativo –
vítima é menor de 18 (dezoito) anos. (Incluído
2. Se praticado por funcionário publico – Aumento de pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena de um sexto até um terço.
3. Núcleo do tipo –
• Dolo Específico –
4. Meios de execução –
• Ausência do dolo específico –
5. Causando –
• Momento consumativo –
6. Finalidade específica (Dolo Específico) –
• Crime formal –
• Não obtenção do resultado pretendido –
Estrutura básica de alguns crimes no Código Penal –
• Sujeito ativo –
Constrangimento ilegal
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência
ou grave ameaça, ou depois de lhe haver TORTURA CONFISSÃO – TORTURA PROVA – TORTURA
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade PROBATÓRIA –
de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a Art. 1º, I, a – Constitui crime de tortura constranger
fazer o que ela não manda: alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de
multa. obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de
terceira pessoa;
Extorsão
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência
ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si
ou para outrem indevida vantagem econômica, a Classificação do crime
fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma • Sujeito ativo –
coisa:
• Não obtenção do resultado pretendido –
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
• Natureza da informação.
Estupro
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência
TORTURA CRIME–
ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a
praticar ou permitir que com ele se pratique outro Art. 1º, I, b – Constitui crime de tortura constranger
ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
12.015, de 2009) causando-lhe sofrimento físico ou mental para provocar
ação ou omissão de natureza criminosa;
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Assédio sexual (Incluído pela Lei nº 10.224,
de 15 de 2001)
Art. 216-A . Constranger alguém com o intuito de TORTURA RACIAL –
obter vantagem ou favorecimento sexual, Art. 1º, I, c – Constitui crime de tortura constranger
prevalecendo-se o agente da sua condição de alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
superior hierárquico ou ascendência inerentes ao

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causando-lhe sofrimento físico ou mental para em razão apontar as principais: “elemento subjetivo”, “meios de
de discriminação racial ou religiosa; execução” e “intensidade do sofrimento da vítima”.
Pena - reclusão, de dois a oito anos. Nesse mesmo sentido, temos a jurisprudência do STJ.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA –

Classificação do crime I. A figura do inc. II do artigo 1º, da Lei nº 9.455/97


implica na existência de vontade livre e consciente do
• Rol taxativo –
detentor da guarda, do poder ou da autoridade sobre a
vítima de causar sofrimento de ordem física ou moral,
TORTURA CASTIGO (Art. 1º, II) – como forma de castigo ou prevenção.

Art. 1º, II – Constitui crime de tortura submeter alguém, II. O tipo do artigo 136, do Código Penal, por sua vez,
sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de se aperfeiçoa com a simples exposição a perigo a vida
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou
mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida vigilância, em razão de excesso nos meios de correção
de caráter preventivo. ou disciplina.
III. Enquanto na hipótese de maus-tratos, a finalidade
da conduta é a repreensão de uma indisciplina, na
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
tortura, o propósito é causar o padecimento da vítima.
Classificação do crime
IV. Para a configuração da segunda figura do crime de
1. Núcleo do tipo – tortura é indispensável a prova cabal da intenção
2. Sujeito Ativo – deliberada de causar o sofrimento físico ou moral,
3. Sujeito Passivo desvinculada do objetivo de educação.

4. Meios de execução – V. Evidenciado ter o Tribunal a quo desclassificado a


conduta de tortura para a de maus tratos por entender
5. Causando –
pela inexistência provas capazes a conduzir a certeza do
6. Finalidade específica (Dolo Específico) – propósito de causar sofrimento físico ou moral à vítima,
7. Diferença entre tortura castigo (Art. 1º, II) e Maus- inviável a desconstituição da decisão pela via do
tratos (Art. 136, CP) recurso especial. (REsp 610.395/SC, Rel. Min. Gilson
Dipp, Quinta Turma, julgado em 25.05.2004, DJ
Maus-tratos
02.08.2004 p. 544).
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa
LEI 9.455/97 - CÓDIGO PENAL -
sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de
Art. 1°, II - TORTURA – Art. 136 - MAUS TRATOS -
educação, ensino, tratamento ou custódia, quer
CASTIGO
privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis,
quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, Submeter alguém a Expor a perigo a vida ou a
quer abusando de meios de correção ou disciplina: intenso sofrimento físico saúde
ou mental.
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. Pessoa sob sua guarda, Pessoa sob sua autoridade,
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza poder ou autoridade; guarda ou vigilância.
grave: Com emprego de violência Quer privando-a de
Pena - reclusão, de um a quatro anos. ou grave ameaça; alimentação ou cuidados
§ 2º - Se resulta a morte: indispensáveis, quer
sujeitando-a a trabalho
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
excessivo ou inadequado;
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é
Com o fim de aplicar Para fim de educação, ensino,
praticado contra pessoa menor de 14 (catorze)
castigo pessoal ou medida tratamento ou custódia; quer
anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990)
de caráter preventivo. abusando de meios de
São várias as diferenças entre a Tortura castigo (Art. 1º, correção ou disciplina.
II) e Maus-tratos (Art. 136, CP). De início, podemos
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TORTURA PELA TORTURA – TORTURA PRÓPRIA – 2. Sujeito Ativo –


(Art. 1º, §1º) – 3. Pena –
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa 4. Finalidade específica (Dolo Específico) –
ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou
5. Natureza não hedionda –
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em
lei ou não resultante de medida legal. CF/88 – Art. 5º - XLIII - a lei considerará crimes
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
Classificação do crime hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
1. Núcleo do tipo – executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

2. Sujeito Ativo –
3. Sujeito Passivo – TORTURA QUALIFICADA – (Art. 1º, §3º) –

4. Meios de execução – § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou


gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
5. Causando –
resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
6. Finalidade específica (Dolo Específico) –
Desnecessidade de finalidade específica –
Classificação do crime
Aqui não há qualquer finalidade específica, ou seja,
1. Tortura qualificada pela lesão grave –
não é exigido para seu aperfeiçoamento o especial
fim de agir por parte do agente, bastando, para a Código Penal –
configuração do crime, o dolo de praticar a conduta Lesão corporal
descrita no tipo objetivo. Desta forma, a submissão Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde
de pessoa presa a sofrimento físico ou mental a de outrem:
atos não previstos em lei não exige o dolo
Pena - detenção, de três meses a um ano.
específico configura o crime em análise. Nesse
sentido: Lesão corporal de natureza grave

STJ - (Informativo 433) – § 1º Se resulta:

[...] Então, é inegável que a vítima, enquanto I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais
estava detida, foi submetida a intenso sofrimento de trinta dias;
físico por ato que não estava previsto em lei, nem II - perigo de vida;
resultava de medida legal, o que configurou a
III - debilidade permanente de membro, sentido ou
tortura prevista no art. 1º, § 1º, da Lei n.
função;
9.455/1997. Essa modalidade de tortura, ao
contrário das demais, não exige especial fim de IV - aceleração de parto:
agir por parte do agente para configurar-se, Pena - reclusão, de um a cinco anos.
bastando o dolo de praticar a conduta descrita no § 2° Se resulta:
tipo objetivo. [...]
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incuravel;
TORTURA OMISSIVA – TORTURA IMPRÓPRIA –
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou
(Art. 1º, §2º) –
função;
Art. 1º,§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
IV - deformidade permanente;
quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na
pena de detenção de um a quatro anos. V - aborto:

Classificação do crime Pena - reclusão, de dois a oito anos.

1. Núcleo do tipo –

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2. Tortura qualificada pela morte – Ocorre quando TORTURA MAJORADA (Art. 1º, §4º) –
da tortura resulta morte, a reclusão é de oito a § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
dezesseis anos.
I - se o crime é cometido por agente público;
3. Homicídio qualificado pela tortura –
• Motivação da majorante –
CP – Art. 121, § 2°, III – Se o homicídio é cometido:
• Bis in idem” - Tortura Praticada por Agente
com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia,
Público - Art. 1º, §2º (Segunda parte) –
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que
possa resultar perigo comum: Consiste na repetição (bis) de uma sanção sobre
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. mesmo fato (in idem). Para evitar o “Bis In Idem”,
não se aplica na hipótese em que a condição de
Crime Progressivo – Crime progressivo é aquele
funcionário já é requisito da própria existência do
realizado mediante um único ato ou atos que
tipo penal. Assim, nas hipóteses em que o tipo
compõem único contexto. Em outras palavras,
penal é próprio de funcionário público (art. 1º, §2º,
ocorre quando o agente, para alcançar um
segunda parte - verbo “apurar”), não incidirá esse
resultado mais grave, passa por uma conduta
aumento de pena. Nesse sentido, STJ.
inicial que produz um evento menos grave. No
Vejamos:
crime progressivo o agente, desde o início, tem a
intenção de praticar um crime mais grave, mas, “A figura típica prevista no § 2.º, do art. 1.º, da Lei
para concretizá-lo, passa pelo menos grave. Nesse de Tortura, constitui-se em crime próprio,
caso, o dolo continua o mesmo. porquanto exige condição especial do sujeito. Ou
seja, é um delito que somente pode ser praticado
4. Concurso material de crimes – Tortura e homicídio
por pessoa que, ao presenciar tortura, omite-se, a
• Tortura-Prova (Art. 1°, I, “a”)
despeito do "dever de evitá-las ou apurá-las" (como
• Homicídio qualificado pela conexão
é o caso do carcereiro policial). Em tais casos, a
consequencial (Art. 121, § 2º, V) –
incidência da circunstância agravante prevista no
• CP – Art. 121, § 2°, V – Se o homicídio é
art. 61, inciso II, alínea g, do Código Penal, e da
cometido: para assegurar a execução, a
majorante de pena estabelecida no art. 1.º, § 4.º,
ocultação, a impunidade ou vantagem de
inciso I, da Lei n.º 9.455/1997 ("se o crime é
outro crime:
cometido por agente público"), constitui evidente
Progressão criminosa – Na progressão bis in idem na valoração da condição pessoal do
criminosa o agente inicialmente queria o sujeito ativo.” (HC 131.828 - 02/12/2013)
resultado menos grave, mas, no "meio do
II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
caminho" muda de idéia e passa a querer o
portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
resultado mais grave.
(sessenta) anos; '(Redação dada pela Lei nº 10.741, de
A progressão criminosa é aquela realizada 2003)
mediante dois atos, dois movimentos, ou seja,
• Motivação da majorante –
quando o agente inicia um comportamento
que configura um crime menos grave, porém, • Conceitos dos sujeitos passivos –
ainda dentro do mesmo inter criminis, resolve ECA – Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos
praticar uma infração mais grave, que desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
pressupõe a primeira. Nesse caso, o dolo incompletos, e adolescente aquela entre doze e
progride, ou seja, o dolo muda durante a dezoito anos de idade.
prática do crime.
Estatuto do Idoso – Art. 1o É instituído o Estatuto
5. Consequências – Tortura qualificada pela morte e do Idoso, destinado a regular os direitos
homicídio qualificado pela tortura – assegurados às pessoas com idade igual ou
• Natureza Hedionda; superior a 60 (sessenta) anos.
• Tentativa; Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
• Pena; Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) –
• Competência; Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela

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que tem impedimento de longo prazo de natureza devendo ser motivadamente declarados
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em na sentença.
interação com uma ou mais barreiras, pode 2. Lei de Organização Criminosa –
obstruir sua participação plena e efetiva na
Art. 2º, § 6º A condenação com trânsito
sociedade em igualdade de condições com as
em julgado acarretará ao funcionário
demais pessoas.
público a perda do cargo, função,
III - se o crime é cometido mediante seqüestro. emprego ou mandato eletivo e a
• Motivação da majorante – interdição para o exercício de função ou
cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos
subsequentes ao cumprimento da pena.
EFEITOS DA CONDENAÇÃO (Art. 1º, §5º) –
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou
emprego público e a interdição para seu exercício pelo • IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA –
dobro do prazo da pena aplicada. STJ - A tortura de preso custodiado em delegacia
• Efeito automático da condenação – “A perda do praticada por policial constitui ato de
cargo, função ou emprego público é efeito improbidade administrativa que atenta contra os
automático da condenação pela prática do crime de princípios da administração pública.
tortura, não sendo necessária fundamentação Além do mais, é injustificável pretender que os atos
concreta para a sua aplicação" (AgRg no Ag mais gravosos à dignidade da pessoa humana e aos
1388953/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS direitos humanos, entre os quais a tortura,
MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 20/06/2013, praticados por servidores públicos, mormente
DJe 28/06/2013): policiais armados, sejam punidos apenas no âmbito
disciplinar, civil e penal, afastando-se a aplicação
• STJ: “Isso porque, conforme dispõe o § 5º do art. 1º
da Lei da Improbidade Administrativa. Essas
deste diploma legal, a perda do cargo, função ou
práticas ofendem diretamente a Administração
emprego público é efeito automático da
Pública, porque o Estado brasileiro tem a obrigação
condenação, sendo dispensável fundamentação
de garantir a integridade física, psíquica e moral de
concreta. (REsp 1.044.866-MG, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 2/10/2014.) todos, sob pena de inúmeros reflexos jurídicos,
inclusive na ordem internacional. Pondere-se que o
agente público incumbido da missão de garantir o
• STJ: “Ao contrário do disposto no art. 92, I, do respeito à ordem pública, como é o caso do policial,
Código Penal, que exige sejam externados os ao descumprir com suas obrigações legais e
motivos para a decretação da perda do cargo, constitucionais de forma frontal, mais que atentar
função ou emprego público, a Lei n.º 9.455/97, em apenas contra um indivíduo, atinge toda a
seu § 5º, do art. 1º, prevê como efeito extrapenal coletividade e a própria corporação a que pertence
automático e obrigatório da sentença condenatória, de forma imediata.
a referida penalidade de perda do cargo, função ou [...] Tanto é assim que essas condutas são
emprego público. (HC Nº 92.247 - DF; MINISTRA tipificadas, entre outros estatutos, no art. 322 do
LAURITA VAZ; 18 de dezembro de 2007) CP, que integra o Capítulo I ("Dos Crimes Praticados
1. Lei de Combate ao Racismo – por Funcionário Público contra a Administração
Art. 16. Constitui efeito da condenação a Pública"), que por sua vez está inserido no Título XI
perda do cargo ou função pública, para o ("Dos Crimes contra a Administração Pública"), e
servidor público, e a suspensão do também nos arts. 3º e 4º da Lei n. 4.898/1965, que
funcionamento do estabelecimento trata do abuso de autoridade. Em síntese, atentado
particular por prazo não superior a três à vida e à liberdade individual de particulares,
meses. praticado por agentes públicos armados - incluindo
tortura, prisão ilegal e "justiciamento" -, afora
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts.
repercussões nas esferas penal, civil e disciplinar,
16 e 17 desta Lei não são automáticos,
pode configurar improbidade administrativa,
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porque, além de atingir a pessoa-vítima, alcança, cautelar do “status libertatis” daquele que sofre a
simultaneamente, interesses caros à Administração persecução criminal instaurada pelo Estado. Esse
em geral, às instituições de segurança pública em entendimento vem sendo observado em sucessivos
especial, e ao próprio Estado Democrático de julgamentos proferidos no âmbito desta Corte,
Direito. Precedente citado: REsp 1.081.743-MG, ainda que o delito imputado ao réu seja
Segunda Turma, julgado em 24/3/2015. REsp classificado como crime hediondo ou constitua
1.177.910-SE, Rel. Ministro Herman Benjamin, espécie delituosa a este legalmente equiparada
julgado em 26/8/2015, DJe 17/2/2016. (RTJ 172/184, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE –
RTJ 182/601-602, Red. p/ o acórdão Min.
SEPÚLVEDA PERTENCE – RHC 71.954/PA, Rel. Min.
• STJ – NÃO PRESCREVE A AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
SEPÚLVEDA PERTENCE, v.g.):
POR CRIME DE TORTURA PRATICADO NO REGIME
MILITAR – • INDULTO –

“As ações de indenização por danos derivados de Art. 5° - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
atos de tortura ocorridos durante o Regime Militar qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
são imprescritíveis." estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça
propriedade, nos termos seguintes:
(STJ) reiterou o entendimento já consolidado de
que, em casos em que se busca a defesa de direitos XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
fundamentais, indenização por danos morais insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o
decorrentes de atos de tortura por motivo político tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
ou de qualquer outra espécie, não há que terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
prevalecer a prescrição de cinco anos eles respondendo os mandantes, os executores e os
(qüinqüenal).” que, podendo evitá-los, se omitirem;

(REsp 1374376/CE, Rel. Ministro HERMAN SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL –


BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 1. A concessão de indulto aos condenados a penas
07/05/2013, DJe 23/05/2013) privativas de liberdade insere-se no exercício do poder
discricionário do Presidente da República, limitado à
vedação prevista no inciso XLIII do artigo 5º da Carta da
CONSEQUÊNCIAS (Art. 1º, §6º) –
República. A outorga do benefício, precedido das
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de cautelas devidas, não pode ser obstado por hipotética
graça ou anistia. alegação de ameaça à segurança social, que tem como
• Fiança e liberdade provisória – parâmetro simplesmente o montante da pena aplicada.

A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO 2. Revela-se inconstitucional a possibilidade de que o


CONSTITUI FATOR DE LEGITIMAÇÃO DA PRIVAÇÃO indulto seja concedido aos condenados por crimes
CAUTELAR DA LIBERDADE. hediondos, de tortura, terrorismo ou tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, independentemente do
– A natureza da infração penal não constitui, só por
lapso temporal da condenação. Interpretação
si, fundamento justificador da decretação da prisão
conforme a Constituição dada ao § 2º do artigo 7º do
cautelar daquele que sofre a persecução criminal
Decreto 4495/02 para fixar os limites de sua aplicação,
instaurada pelo Estado. Precedentes.
assegurando-se legitimidade à indulgencia principis.
STF – Impende assinalar, por isso mesmo, que a Referendada a cautelar deferida pelo Ministro Vice-
gravidade em abstrato do crime, qualquer que Presidente no período de férias forenses. (medida
seja, não basta para justificar, só por si, a cautelar em ação direta de inconstitucionalidade nº
privação cautelar da liberdade individual de 2795, relatada pelo ministro Maurício Corrêa, Pleno,
qualquer paciente. publicada no Diário de Justiça em 2 de junho de 2003).
O Supremo Tribunal Federal tem advertido que a SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL –
natureza da infração penal não se revela
(...) é constitucional o art. 2º, I, da Lei 8.072/1990,
circunstância apta, “per se”, a justificar a privação
porque, nele, a menção ao indulto é meramente
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expletiva da proibição de graça aos condenados por Hediondos, dispositivo legal que já teria sido
crimes hediondos ditada pelo art. 5º, XLIII, da declarado inconstitucional pelo STF no julgamento
Constituição. Na Constituição, a graça individual e o do HC 111.840/ES (DJe de 17.12.2013).
indulto coletivo – que ambos, tanto podem ser totais ou Salientavam, por fim, afronta ao Enunciado 719 da
parciais, substantivando, nessa última hipótese, a Súmula do STF.
comutação de pena – são modalidades do poder de O Ministro Marco Aurélio (relator) denegou a
graça do presidente da República (art. 84, XII) – que, no ordem. Considerou que, no caso, a dosimetria e o
entanto, sofre a restrição do art. 5º, XLIII, para excluir a regime inicial de cumprimento das penas fixadas
possibilidade de sua concessão, quando se trata de atenderiam aos ditames legais. Asseverou não
condenação por crime hediondo. Proibida a comutação caber articular com a Lei de Crimes Hediondos,
de pena, na hipótese do crime hediondo, pela pois a regência específica (Lei 9.455/1997) prevê
Constituição, é irrelevante que a vedação tenha sido expressamente que o condenado por crime de
omitida no Decreto 3.226/1999. tortura iniciará o cumprimento da pena em
[HC 84.312, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 15-6-2004, regime fechado, o que não se confundiria com a
1ª T, DJ de 25-6-2004.] = HC 103.618, rel. min. Dias imposição de regime de cumprimento da pena
Toffoli, j. 24-8-2010, 1ª T, DJE de 8-11-2010 = HC integralmente fechado. Assinalou que o legislador
81.810, rel. min. Cezar Peluso, j. 16-4-2009, P, DJE de 7- ordinário, em consonância com a CF/1988, teria
8-2009 Vide HC 95.830, rel. min. Ellen Gracie, j. 9-6- feito uma opção válida, ao prever que, considerada
2009, 2ª T, DJE de 26-6-2009 Vide RE 452.991, rel. min. a gravidade do crime de tortura, a execução da
Marco Aurélio, j. 7-4-2009, 1ª T, DJE de 21-8-2009 pena, ainda que fixada no mínimo legal, deveria ser
cumprida inicialmente em regime fechado, sem
prejuízo de posterior progressão. Os Ministros
REGIME INICIAL DO CUMPRIMENTO DE PENA (Art. 1º, §7º)
Roberto Barroso e Rosa Weber acompanharam o
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a relator, com a ressalva de seus entendimentos
hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em pessoais no sentido do não conhecimento do
regime fechado. “writ”. O Ministro Luiz Fux, não obstante entender
DIVERGÊNCIA NO ÂMBITO DO SUPREMO que o presente “habeas corpus” faria as vezes de
TRIBUNAL FEDERAL – revisão criminal, ante o trânsito em julgado da
decisão impugnada, acompanhou o relator. HC
PRIMEIRA TURMA - INFORMATIVO STF n. 789
123316/SE, rel. Min. Marco Aurélio, 9.6.2015. (HC-
Crime de tortura e regime inicial de cumprimento 123316)
da pena –
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.
O condenado por crime de tortura iniciará o CRIME DE TORTURA. REGIME INICIAL FECHADO
cumprimento da pena em regime fechado, nos FIXADO EXCLUSIVAMENTE COM BASE NO ART. 1º,
termos do disposto no § 7º do art. 1º da Lei § 7º, DA LEI 9.455/97. INCONSTITUCIONALIDADE
9.455/1997 - Lei de Tortura. Com base nessa DECLARADA. RECONHECIMENTO DA ILEGALIDADE
orientação, a Primeira Turma denegou pedido PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. ALTERAÇÃO DO
formulado em “habeas corpus”, no qual se REGIME PARA O SEMIABERTO, COM FULCRO NO
pretendia o reconhecimento de constrangimento ART. 33 E PARÁGRAFOS DO CÓDIGO PENAL.
ilegal consubstanciado na fixação, em sentença
1. A obrigatoriedade do regime inicial fechado
penal transitada em julgado, do cumprimento das
prevista na Lei do Crime de Tortura foi
penas impostas aos pacientes em regime
superada pela Suprema Corte, de modo que a
inicialmente fechado. Alegavam os impetrantes a
mera natureza do crime não configura
ocorrência de violação ao princípio da
fundamentação idônea a justificar a fixação do
individualização da pena, uma vez que
regime mais gravoso para os condenados pela
desrespeitados os artigos 33, § 3º, e 59 do CP.
prática de crimes hediondos e equiparados.
Apontavam a existência de similitude entre o Para estabelecer o regime prisional, deve o
disposto no artigo 1º, § 7º, da Lei de Tortura e o magistrado avaliar o caso concreto, seguindo
previsto no art. 2º, § 1º, da Lei de Crimes os parâmetros estabelecidos pelo artigo 33 e

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parágrafos do Código Penal. (RHC 76.642/RN, Art. 1o São considerados hediondos os seguintes
Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
MOURA, SEXTA TURMA, julgado em dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou
11/10/2016, DJe 28/10/2016) tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de
1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984)
HIPÓTESE DE EXTRATERRITORIALIDADE I - homicídio (art. 121), quando praticado em
(Art. 2º) – atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art.
não tenha sido cometido em território nacional, sendo a 121, § 2o, I, II, III, IV e V); (Inciso incluído pela Lei nº
vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob 8.930, de 1994)
jurisdição brasileira. I - homicídio (art. 121), quando praticado em
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art.
121, § 2o, I, II, III, IV, V e VI); (Redação dada pela Lei nº
REVOGÇÃO DO ART. 233 DO ECA (Art. 4º) – 13.104, de 2015)
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho I – homicídio (art. 121), quando praticado em
de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art.
da República. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); (Redação dada
pela Lei nº 13.142, de 2015)
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade
Nelson A. Jobim
típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.4.1997 só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I,
II, III, IV, V, VI, VII e VIII); (Redação dada pela Lei nº
LEI DOS CRIMES HEDIONDOS - 13.964, de 2019)
LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990. I - homicídio (art. 121), quando praticado em
atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
Texto compilado
cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art.
Mensagem de veto 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX); (Redação
Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, dada pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima
providências. (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
Art. 1º São considerados hediondos os crimes de integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de
latrocínio (art. 157, § 3º, in fine), extorsão qualificada pela Segurança Pública, no exercício da função ou em
morte, (art. 158, § 2º), extorsão mediante seqüestro e na decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
forma qualificada (art. 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º), parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
estupro (art. 213, caput e sua combinação com o art. 223, condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
caput e parágrafo único), atentado violento ao pudor (art. II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso
214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
único), epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º), II - roubo: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
envenenamento de água potável ou de substância 2019)
alimentícia ou medicinal, qualificado pela morte (art. 270,
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da
combinado com o art. 285), todos do Código Penal
vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei nº
(Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940), e de
13.964, de 2019)
genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro
de 1956), tentados ou consumados.

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b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo consumado. (Parágrafo incluído pela Lei nº
(art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo 8.930, de 1994)
de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído Parágrafo único. Consideram-se também hediondos
pela Lei nº 13.964, de 2019) o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte
morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei nº 13.964, de ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da
2019) Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § ou consumados. (Redação dada pela Lei nº 13.497, de 2017)
o
2 ); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) Parágrafo único. Consideram-se também hediondos,
III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade tentados ou consumados: (Redação dada pela Lei nº
da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 13.964, de 2019)
3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956; (Incluído pela
qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso Lei nº 13.964, de 2019)
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo
V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22
223, caput e parágrafo único); (Inciso incluído pela de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
Lei nº 8.930, de 1994) 2019)

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo,
o
2 ); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua
combinação com o art. 223, caput e parágrafo IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo,
único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826,
de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964,
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o,
de 2019)
2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
2009) V - o crime de organização criminosa, quando
direcionado à prática de crime hediondo ou
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, §
equiparado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o
VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo
nº 9.695, de 1998)
são insuscetíveis de: (Vide Súmula Vinculante)
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou
I - anistia, graça e indulto;
alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou
medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a II - fiança e liberdade provisória.
redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464,
1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) de 2007)
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra § 1º A pena por crime previsto neste artigo será
forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou cumprida integralmente em regime fechado.
de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e § 1o A pena por crime previsto neste artigo será
2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014) cumprida inicialmente em regime fechado. (Redação dada
IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou pela Lei nº 11.464, de 2007)
de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § § 2º Em caso de sentença condenatória, o juiz
4º-A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o liberdade.
crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei § 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos
no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento
de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de

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3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem
11.464, de 2007) prejuízo da multa.
§ 2º A progressão de regime, no caso ........................................................................
dos condenados pelos crimes previstos neste artigo,
Art. 159. ...............................................................
dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da
pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
reincidente, observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 112 § 1º .................................................................
da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
Penal). (Redação dada pela Lei nº 13.769, de
§ 2º .................................................................
2018) (Revogado pela Lei nº 13.964, de 2019)
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº
7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos § 3º .................................................................
neste artigo, terá o prazo de trinta dias, prorrogável por Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
igual período em caso de extrema e comprovada
........................................................................
necessidade.
Art. 213. ...............................................................
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz
decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em Pena - reclusão, de seis a dez anos.
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) Art. 214. ...............................................................
o Pena - reclusão, de seis a dez anos.
§ 4 A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei
o
n 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos ........................................................................
neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável
Art. 223. ...............................................................
por igual período em caso de extrema e comprovada
necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007) Pena - reclusão, de oito a doze anos.

Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de Parágrafo único. ........................................................


segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
impostas a condenados de alta periculosidade, cuja
........................................................................
permanência em presídios estaduais ponha em risco a
ordem ou incolumidade pública. Art. 267. ...............................................................

Art. 4º (Vetado). Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o ........................................................................


seguinte inciso: Art. 270. ...............................................................
"Art. 83. .............................................................. Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
........................................................................ ......................................................................."
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o
condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico seguinte parágrafo:
ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o "Art. 159. ..............................................................
apenado não for reincidente específico em crimes dessa
........................................................................
natureza."
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º
autor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação
e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput
do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois
e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com
terços."
a seguinte redação:
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena
"Art. 157. .............................................................
prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de
de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.

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Parágrafo único. O participante e o associado que DEFINIÇÃO DE CRIMES HEDIONDOS –


denunciar à autoridade o bando ou quadrilha,
A definição de crimes hediondos será feita de acordo com o
possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida
critério adotado. Há três critérios ou sistemas adotados
de um a dois terços.
para definir crimes hediondos. Vejamos:
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes
• Sistema legal - É crime hediondo todo aquele que a
capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e
lei prevê expressamente como tal, desconsiderando
seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art.
o caso concreto por parte do juiz. Desta forma,
223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com
quem diz que o crime é Hediondo ou não é o
o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal,
legislador, e não o juiz. Assim, o rol dos crimes
são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de
hediondos, conforme previsto na lei, é taxativo, e
trinta anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das
não exemplificativo.
hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
• Sistema Judicial - Fica a critério do juiz se o crime é
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de
hediondo ou não. O Juiz analisa o caso concreto e
1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a
decide pela hediondez ou não.
seguinte redação:
• Sistema Misto - Aqui o legislador traz um rol
"Art. 35. ................................................................
exemplificativo de crimes hediondos. O juiz,
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo conforme o caso concreto, decidirá pela hediondez
serão contados em dobro quando se tratar dos crimes ou não.
previstos nos arts. 12, 13 e 14."
Art. 11. (Vetado).
ROL TAXATIVO - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE –
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua
Somente a lei poderá indicar os crimes hediondos, não
publicação.
cabendo ao juiz analisar se o crime é hediondo ou não.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência
LEI DOS CRIMES HEDIONDOS E O CÓDIGO PENAL –
e 102º da República.
FERNANDO COLLOR Art. 1º - São considerados hediondos os seguintes crimes,
Bernardo Cabral todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou
Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990
tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide
* Lei nº 7.210, de 1984)

LEI DOS CRIMES HEDIONDOS – Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso I –
COMENTÁRIOS – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica
de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só
agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II,
MANDADO CONSTITUCIONAL DE CRIMINALIZAÇÃO –
III, IV, V, VI e VII, VIII, IX);
O critério adotado pela lei dos crimes hediondos é uma
obediência à Constituição Federal de 1988, uma vez que a
CF/88 exigiu, através de um mandado constitucional de Previsão no CP –
criminalização. Vejamos: Homicídio simples
CF/88, Art. 5°, XLIII - a lei considerará crimes Art. 121. Matar alguem:
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes
Caso de diminuição de pena
e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os § 1º Se o agente comete o crime impelido por
mandantes, os executores e os que, podendo evitá- motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o
los, se omitirem. domínio de violenta emoção, logo em seguida a
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injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a II - menosprezo ou discriminação à condição


pena de um sexto a um terço. de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Homicídio qualificado § 2º-B. A pena do homicídio contra menor de
§ 2° Se o homicídio é cometido: 14 (quatorze) anos é aumentada de: (Incluído
pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
I - mediante paga ou promessa de
recompensa, ou por outro motivo torpe; I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é
pessoa com deficiência ou com doença que
II - por motivo futil;
implique o aumento de sua
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, vulnerabilidade; (Incluído pela Lei nº 14.344, de
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou 2022) Vigência
de que possa resultar perigo comum;
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente,
IV - à traição, de emboscada, ou mediante padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou companheiro, tutor, curador, preceptor ou
torne impossivel a defesa do ofendido; empregador da vítima ou por qualquer outro título
V - para assegurar a execução, a ocultação, a tiver autoridade sobre ela. (Incluído pela Lei nº
impunidade ou vantagem de outro crime: 14.344, de 2022) Vigência

Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Homicídio culposo

Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº


de 2015) 4.611, de 1965)

VI - contra a mulher por razões da condição Pena - detenção, de um a três anos.


de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de Aumento de pena
2015)
§ 4o No homicídio culposo, a pena é
VII – contra autoridade ou agente aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição inobservância de regra técnica de profissão, arte ou
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato
Nacional de Segurança Pública, no exercício da socorro à vítima, não procura diminuir as
função ou em decorrência dela, ou contra seu conseqüências do seu ato, ou foge para evitar
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a
até terceiro grau, em razão dessa pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é
condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou
VIII - com emprego de arma de fogo de uso maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela
restrito ou proibido: (Incluído pela Lei nº Lei nº 10.741, de 2003)
13.964, de 2019) (Vigência) § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz
Homicídio contra menor de 14 (quatorze) poderá deixar de aplicar a pena, se as
anos (Incluído pela Lei nº 14.344, de conseqüências da infração atingirem o próprio
2022) Vigência agente de forma tão grave que a sanção penal se
torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de
IX - contra menor de 14 (quatorze)
24.5.1977)
anos: (Incluído pela Lei nº 14.344, de
2022) Vigência § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço)
até a metade se o crime for praticado por milícia
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
privada, sob o pretexto de prestação de serviço de
§ 2o-A Considera-se que há razões de segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído
condição de sexo feminino quando o crime pela Lei nº 12.720, de 2012)
envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de
I - violência doméstica e familiar; (Incluído 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
pela Lei nº 13.104, de 2015) praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

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I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses I - Incapacidade permanente para o trabalho;


posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº II - enfermidade incuravel;
13.104, de 2015)
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos,
IV - deformidade permanente;
com deficiência ou com doenças degenerativas que
acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade V - aborto:
física ou mental; (Redação dada pela Lei nº Pena - reclusão, de dois a oito anos.
14.344, de 2022) Vigência
Lesão corporal seguida de morte
III - na presença física ou virtual de
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam
descendente ou de ascendente da vítima; (Redação
que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de
dada pela Lei nº 13.771, de 2018)
produzí-lo:
IV - em descumprimento das medidas
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III
do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto Diminuição de pena
de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018) § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o
Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso I – A
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. Substituição da pena
129, § 2º) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, §
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda
3º), quando praticadas contra autoridade ou agente
substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
mil réis a dois contos de réis:
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou em I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou anterior;
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa II - se as lesões são recíprocas.
condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
Lesão corporal culposa
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Previsão no CP –
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
CAPÍTULO II Aumento de pena
DAS LESÕES CORPORAIS
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer
Lesão corporal
qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
outrem:
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do
Pena - detenção, de três meses a um ano. art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990)
Lesão corporal de natureza grave Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de
§ 1º Se resulta: 2004)

I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente,
de trinta dias; descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o
II - perigo de vida;
agente das relações domésticas, de coabitação ou de
III - debilidade permanente de membro, sentido ou hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
função;
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três)
IV - aceleração de parto: anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se
§ 2° Se resulta: as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo,

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aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo
10.886, de 2004) depois de subtraída a coisa, emprega violência
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar
aumentada de um terço se o crime for cometido contra a impunidade do crime ou a detenção da coisa para
pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº si ou para terceiro.
11.340, de 2006) § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou metade: (Redação dada pela Lei nº
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 13.654, de 2018)
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força I – (revogado); (Redação dada pela Lei
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou nº 13.654, de 2018)
em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
III - se a vítima está em serviço de transporte
condição, a pena é aumentada de um a dois
de valores e o agente conhece tal circunstância.
terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
IV - se a subtração for de veículo automotor
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por
que venha a ser transportado para outro Estado ou
razões da condição do sexo feminino, nos termos do § 2º-A
para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de
do art. 121 deste Código: (Incluído pela Lei nº 14.188, de
1996)
2021)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder,
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro
restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº
anos). (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
9.426, de 1996)
VI – se a subtração for de substâncias
Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso II – explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação,
montagem ou emprego. (Incluído pela Lei
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído
nº 13.654, de 2018)
pela Lei nº 8.930, de 1994)
VII - se a violência ou grave ameaça é
II - roubo:
exercida com emprego de arma branca; (Incluído
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima pela Lei nº 13.964, de 2019)
(art. 157, § 2º, inciso V);
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de
I – se a violência ou ameaça é exercida com
uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);
emprego de arma de fogo; (Incluído pela
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte Lei nº 13.654, de 2018)
(art. 157, § 3º);
II – se há destruição ou rompimento de
obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de
Previsão no CP – artefato análogo que cause perigo
comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é
Roubo exercida com emprego de arma de fogo de uso
restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si
prevista no caput deste artigo. (Incluído pela
ou para outrem, mediante grave ameaça ou
Lei nº 13.964, de 2019)
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de § 3º Se da violência resulta: (Redação
resistência: dada pela Lei nº 13.654, de 2018)

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão
de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e

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multa; (Incluído pela Lei nº 13.654, de Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso IV –
2018)
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a (art. 159, caput, e §§ l°, 2º e 3º ); (Inciso incluído pela Lei
30 (trinta) anos, e multa. nº 8.930, de 1994)

Latrocínio Previsão no CP –
Súmula 603 - A competência para o processo e Extorsão mediante seqüestro
julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de
tribunal do júri.
obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,
Súmula 610 - Há crime de latrocínio, quando o como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº
homicídio se consuma, ainda que não realize o 8.072, de 25.7.90 (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
agente a subtração de bens da vítima.
Pena - reclusão, de oito a quinze
anos.. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso III – 25.7.1990)

III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § § 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e
2o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18
(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o
III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da
crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide
vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, §
Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Redação dada
3º);
pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão, de doze a vinte
Previsão no CP – anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
Extorsão 25.7.1990)

Art. 158 - Constranger alguém, mediante § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de


violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
para si ou para outrem indevida vantagem Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro
econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
fazer alguma coisa: 25.7.1990)
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais 8.072, de 25.7.90
pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta
pena de um terço até metade. anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante 25.7.1990)
violência o disposto no § 3º do artigo § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o
anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 concorrente que o denunciar à autoridade,
§ 3o Se o crime é cometido mediante a facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua
restrição da liberdade da vítima, e essa condição é pena reduzida de um a dois terços. (Redação
necessária para a obtenção da vantagem dada pela Lei nº 9.269, de 1996)
econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão
Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso V –
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o , V - estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada
respectivamente. (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 12.015, de 2009)
11.923, de 2009)

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Previsão no CP – § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de


natureza grave: (Incluído pela Lei nº 12.015,
Estupro
de 2009)
Art. 213. Constranger alguém, mediante
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte)
violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
ou a praticar ou permitir que com ele se pratique
outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº § 4o Se da conduta resulta morte: (Incluído
12.015, de 2009) pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta)
anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
2009) § 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º,
o
§ 1 Se da conduta resulta lesão corporal de 3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente
natureza grave ou se a vítima é menor de 18 do consentimento da vítima ou do fato de ela ter
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) mantido relações sexuais anteriormente ao
anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) crime. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze)
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) PRESUNÇÃO DE VULNERABILIDADE É RELATIVA OU
§ 2o
Se da conduta resulta ABSOLUTA?
morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) SÚMULA 593 DO STJ - “O crime de estupro de vulnerável
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) configura-se com a conjunção carnal ou prática de ato
anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante o
eventual consentimento da vítima para a prática do ato,
experiência sexual anterior ou existência de relacionamento
Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso VI – amoroso com o agente”.
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o,
3o e 4º); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso VII –
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, §
Previsão no CP – 1º). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

Estupro de vulnerável (Incluído pela Previsão no CP –


Lei nº 12.015, de 2009)
Epidemia
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a
outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)
propagação de germes patogênicos:
anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de dez a quinze
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze)
anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
25.7.1990)
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é
ações descritas no caput com alguém que, por
aplicada em dobro.
enfermidade ou deficiência mental, não tem o
necessário discernimento para a prática do ato, ou § 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção,
que, por qualquer outra causa, não pode oferecer de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois a
resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, de quatro anos.
2009)
§ 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso VII – B –
12.015, de 2009)
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art.
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273, caput e §1º , § 1°-A e § 1º-B, com a redação dada VI - adquiridos de estabelecimento sem licença
pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso da autoridade sanitária competente. (Incluído pela
incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

Previsão no CP – STF: É INCONSTITUCIONAL A PENA DE RECLUSÃO DE 10 A


15 ANOS COMINADA PARA A IMPORTAÇÃO DE
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de
MEDICAMENTO SEM REGISTRO
produto destinado a fins terapêuticos ou
medicinais (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) O art. 273 do Código Penal tipifica, no caput, o crime de
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de
alterar produto destinado a fins terapêuticos ou produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais. A pena,
medicinais: (Redação dada pela Lei nº 9.677, de de reclusão variável entre dez e quinze anos, se aplica
2.7.1998) também contra quem importa, vende, expõe à venda, tem
em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos,
entrega a consumo o produto falsificado, corrompido,
e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
adulterado ou alterado (§ 1º).
2.7.1998)
O § 1º-B determina que se sujeita às mesmas penas
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem
do caput quem pratica as ações do § 1º – isto é, importa,
importa, vende, expõe à venda, tem em depósito
vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de
para vender ou, de qualquer forma, distribui ou
qualquer forma, distribui ou entrega a consumo – produtos
entrega a consumo o produto falsificado,
que, apesar de não falsificados, corrompidos, alterados ou
corrompido, adulterado ou alterado. (Redação
adulterados, encontram-se numa das seguintes condições:
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
I – sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se
sanitária competente: é o produto que, embora não
refere este artigo os medicamentos, as matérias-
corrompido, não foi devidamente registrado no órgão
primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos,
sanitário. Trata-se, pois, de norma penal em branco, já que
os saneantes e os de uso em diagnóstico. (Incluído
a exigência de registro é determinada pelo poder público,
pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
por meio de normas próprias;
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo
II – em desacordo com a fórmula constante do registro
quem pratica as ações previstas no § 1º em relação
previsto no inciso anterior: aqui também não ocorre
a produtos em qualquer das seguintes
falsificação, porém a conduta recai em produto cuja
condições: (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
composição é diversa daquela que consta do registro no
I - sem registro, quando exigível, no órgão de órgão sanitário;
vigilância sanitária competente; (Incluído pela Lei
III – sem as características de identidade e qualidade
nº 9.677, de 2.7.1998)
admitidas para a sua comercialização: é o produto que não
II - em desacordo com a fórmula constante do conta com as características admitidas pelo poder público
registro previsto no inciso anterior; (Incluído pela para ser comercializado;
Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
IV – com redução de seu valor terapêutico ou de sua
III - sem as características de identidade e atividade: é o produto que deixa de apresentar a eficácia
qualidade admitidas para a sua necessária ao combate de determinada doença;
comercialização; (Incluído pela Lei nº 9.677, de
V – de procedência ignorada: dificulta a fiscalização pelo
2.7.1998)
órgão sanitário em razão da inexistência de dados acerca da
IV - com redução de seu valor terapêutico ou origem do produto;
de sua atividade; ((Incluído pela Lei nº 9.677, de
VI – adquiridos de estabelecimento sem licença da
2.7.1998)
autoridade sanitária competente: é o produto não
V - de procedência ignorada; (Incluído pela Lei necessariamente corrompido, mas originário do comércio
nº 9.677, de 2.7.1998) clandestino, o que também dificulta a fiscalização pela
autoridade sanitária.

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Como não se trata de produto falsificado (logo, da pena prevista na lei. A restrição da liberdade individual
materialmente apto ao consumo), questiona-se a não pode ser excessiva, mas compatível e proporcional à
necessidade do Direito Penal para lidar com essas condutas. ofensa causada pelo comportamento humano criminoso. 6.
Como sustentamos em nosso Manual, a infração pode ser Arguição acolhida para declarar inconstitucional o preceito
melhor resolvida no âmbito administrativo, respeitando-se, secundário da norma” (AI no HC 239.363/PR, Rel. Min.
desse modo, o princípio da ofensividade (que exige, na Sebastião Reis Júnior, DJe 10/4/2015).
incriminação, a presença de relevante e intolerável lesão ou Em sessão plenária ocorrida ontem (24/03/2021), o
perigo de lesão ao bem jurídico tutelado). Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional a pena
Questiona-se, ainda, a proporcionalidade da pena, pois o cominada à conduta de importar medicamento sem registro
legislador pune com a mesma intensidade duas situações na Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A maioria dos
diametralmente opostas: no caput e no § 1º, ministros considerou desproporcional a pena, maior do que
produto falsificado; no § 1º-B, sobretudo irregularidades no a cominada para crimes mais graves, e decidiu repristinar,
âmbito administrativo). Julgando habeas corpus que para o inciso I do § 1º-B, a pena cominada ao art. 273 antes
versava sobre a conduta tipificada no § 1º-B, inciso V, a da Lei 9.677/98 (que também incluiu no tipo penal o
Corte Especial do STJ considerou inconstitucional a pena dispositivo sob julgamento). Firmou-se a seguinte tese de
cominada em razão da desproporcionalidade em relação a repercussão geral:
condutas muito mais graves, como a extorsão mediante “É inconstitucional a aplicação do preceito secundário do
sequestro e o estupro de vulnerável. Concluiu o tribunal que, artigo 273 do Código Penal, com a redação dada pela Lei
no lugar da reprimenda estabelecida Código Penal, devia ser 9.677/1998 – reclusão de 10 a 15 anos – à hipótese prevista
aplicada a do art. 33, caput, da Lei 11.343/06: no seu parágrafo 1º-B, inciso I, que versa sobre a
“1. A intervenção estatal por meio do Direito Penal deve ser importação de medicamento sem registro no órgão de
sempre guiada pelo princípio da proporcionalidade, vigilância sanitária. Para esta situação específica, fica
incumbindo também ao legislador o dever de observar esse repristinado o preceito secundário do artigo 273, na
princípio como proibição de excesso e como proibição de redação originária – reclusão de um a três anos e multa”
proteção insuficiente. 2. É viável a fiscalização judicial da (RE 979.962/RS, j. 24/03/21).
constitucionalidade dessa atividade legislativa, examinando, FONTE:
como diz o Ministro Gilmar Mendes, se o legislador https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2021/03/25/stf-e-
considerou suficientemente os fatos e prognoses e se inconstitucional-pena-de-reclusao-de-10-15-anos-cominada-para-
utilizou de sua margem de ação de forma adequada para a importacao-de-medicamento-sem-
registro/#:~:text=Jurisprud%C3%AAncia%2C%20STF-
proteção suficiente dos bens jurídicos fundamentais. 3. Em
,STF%3A%20%C3%89%20inconstitucional%20a%20pena%20de%20reclus
atenção ao princípio constitucional da proporcionalidade e %C3%A3o%20de%2010%20a,importa%C3%A7%C3%A3o%20de%20medic
razoabilidade das leis restritivas de direitos (CF, art. 5º, LIV), amento%20sem%20registro&text=O%20art.,a%20fins%20terap%C3%AAu
é imprescindível a atuação do Judiciário para corrigir o ticos%20ou%20medicinais.

exagero e ajustar a pena cominada à conduta inscrita no


art. 273, § 1º-B, do Código Penal. 4. O crime de ter em Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso VIII–
depósito, para venda, produto destinado a fins terapêuticos
ou medicinais de procedência ignorada é de perigo abstrato VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de
e independe da prova da ocorrência de efetivo risco para exploração sexual de criança ou adolescente ou de
quem quer que seja. E a indispensabilidade do dano vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela
concreto à saúde do pretenso usuário do produto evidencia Lei nº 12.978, de 2014)
ainda mais a falta de harmonia entre o delito e a pena
abstratamente cominada (de 10 a 15 anos de reclusão) se Previsão no CP –
comparado, por exemplo, com o crime de tráfico ilícito de
drogas – notoriamente mais grave e cujo bem jurídico Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à
também é a saúde pública. 5. A ausência de relevância prostituição ou outra forma de exploração sexual
penal da conduta, a desproporção da pena em ponderação alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por
com o dano ou perigo de dano à saúde pública decorrente enfermidade ou deficiência mental, não tem o
da ação e a inexistência de consequência calamitosa do agir necessário discernimento para a prática do ato,
convergem para que se conclua pela falta de razoabilidade facilitá-la, impedir ou dificultar que a

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abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da
2009) pena correspondente à violência.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro,
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) aplica-se também multa.
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de
obter vantagem econômica, aplica-se também Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, caput, inciso IX –
multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de
§ 2o Incorre nas mesmas penas: (Incluído
artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-
pela Lei nº 12.015, de 2009)
A).
I - quem pratica conjunção carnal ou outro
ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e
maior de 14 (catorze) anos na situação descrita Previsão no CP –
no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº Furto
12.015, de 2009)
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem,
II - o proprietário, o gerente ou o responsável coisa alheia móvel:
pelo local em que se verifiquem as práticas referidas Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o
12.015, de 2009)
crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de
efeito obrigatório da condenação a cassação da
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir
licença de localização e de funcionamento do
a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de
estabelecimento. (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009) um a dois terços, ou aplicar somente a pena de
multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia
Favorecimento da prostituição ou outra
elétrica ou qualquer outra que tenha valor
forma de exploração sexual (Redação dada econômico.
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Furto qualificado
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos,
prostituição ou outra forma de exploração sexual,
e multa, se o crime é cometido:
facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a
abandone: (Redação dada pela Lei nº 12.015, I - com destruição ou rompimento de obstáculo
de 2009) à subtração da coisa;
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e II - com abuso de confiança, ou mediante
multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, fraude, escalada ou destreza;
de 2009) III - com emprego de chave falsa;
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, IV - mediante concurso de duas ou mais
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, pessoas.
tutor ou curador, preceptor ou empregador da
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10
vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma,
(dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo
obrigação de cuidado, proteção ou
ou de artefato análogo que cause perigo
vigilância: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de
2009)
2018)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito)
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a
anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
8 (oito) anos, e multa, se o furto mediante fraude é
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de cometido por meio de dispositivo eletrônico ou
violência, grave ameaça ou fraude: informático, conectado ou não à rede de

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computadores, com ou sem a violação de I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei
mecanismo de segurança ou a utilização de nº 2.889, de 1º de outubro de 1956;
programa malicioso, ou por qualquer outro meio
fraudulento análogo. (Incluído pela Lei nº
Previsão na Lei de Genocídio –
14.155, de 2021)
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no
artigo, considerada a relevância do resultado todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou
gravoso: (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021) religioso, como tal: (Vide Lei nº 7.960, de 1989)

I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois a) matar membros do grupo;


terços), se o crime é praticado mediante a b) causar lesão grave à integridade física ou
utilização de servidor mantido fora do território mental de membros do grupo;
nacional; (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021) c) submeter intencionalmente o grupo a
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, condições de existência capazes de ocasionar-lhe a
se o crime é praticado contra idoso ou destruição física total ou parcial;
vulnerável. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021) d) adotar medidas destinadas a impedir os
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, nascimentos no seio do grupo;
se a subtração for de veículo automotor que venha e) efetuar a transferência forçada de crianças
a ser transportado para outro Estado ou para o do grupo para outro grupo;
exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
Será punido:
§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5
Com as penas do art. 121, § 2º, do Código
(cinco) anos se a subtração for de semovente
Penal, no caso da letra a;
domesticável de produção, ainda que abatido ou
dividido em partes no local da Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da
subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de letra b;
2016) Com as penas do art. 270, no caso da letra c;
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 Com as penas do art. 125, no caso da letra d;
(dez) anos e multa, se a subtração for de
Com as penas do art. 148, no caso da letra e;
substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua Art. 2º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas
fabricação, montagem ou para prática dos crimes mencionados no artigo
emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de anterior: (Vide Lei nº 7.960, de 1989)
2018) Pena: Metade da cominada aos crimes ali
previstos.

Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, parágrafo único – Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a
cometer qualquer dos crimes de que trata o art.
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o 1º: (Vide Lei nº 7.960, de 1989)
crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei
Pena: Metade das penas ali cominadas.
no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte
ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 § 1º A pena pelo crime de incitação será a
da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos mesma de crime incitado, se este se consumar.
tentados ou consumados. (Redação dada pela Lei § 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço),
nº 13.497, de 2017) quando a incitação for cometida pela imprensa.

Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, parágrafo único, inciso I


Parágrafo único. Consideram-se também hediondos,
tentados ou consumados:

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Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, parágrafo único, inciso VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem
II, III e IV– autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma,
munição ou explosivo.
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso
proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de § 2º Se as condutas descritas no caput e no §
dezembro de 2003; 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso
proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto
(doze) anos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
Comércio ilegal de arma de fogo
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo,
acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar,
de 22 de dezembro de 2003; conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda,
ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
Previsão no Estatuto do Desarmamento – alheio, no exercício de atividade comercial ou
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, autorização ou em desacordo com determinação
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, legal ou regulamentar:
empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem multa.
autorização e em desacordo com determinação legal
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e
ou regulamentar: (Redação dada pela Lei nº
multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
13.964, de 2019)
Parágrafo único. Equipara-se à atividade
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e
comercial ou industrial, para efeito deste artigo,
multa.
qualquer forma de prestação de serviços, fabricação
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o
quem: exercido em residência.
§ 1º Nas mesmas penas incorre § 1º Equipara-se à atividade comercial ou
quem: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou prestação de serviços, fabricação ou comércio
qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
artefato; residência. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019)
II – modificar as características de arma de fogo,
de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de § 2º Incorre na mesma pena quem vende ou
uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem
de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, autorização ou em desacordo com a determinação
perito ou juiz; legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
quando presentes elementos probatórios razoáveis de
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar
conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº
artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou
13.964, de 2019)
em desacordo com determinação legal ou
regulamentar; Tráfico internacional de arma de fogo
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada
fornecer arma de fogo com numeração, marca ou ou saída do território nacional, a qualquer título, de
qualquer outro sinal de identificação raspado, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização
suprimido ou adulterado; da autoridade competente:
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou multa.
explosivo a criança ou adolescente; e

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Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três)


anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, anos. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de
de 2019) 2013) (Vigência)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem Parágrafo único. A pena aumenta-se até a
vende ou entrega arma de fogo, acessório ou metade se a associação é armada ou se houver a
munição, em operação de importação, sem participação de criança ou adolescente. (Redação
autorização da autoridade competente, a agente dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
policial disfarçado, quando presentes elementos Constituição de milícia privada (Incluído
probatórios razoáveis de conduta criminal dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar,
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a manter ou custear organização paramilitar, milícia
pena é aumentada da metade se a arma de fogo, particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de
acessório ou munição forem de uso proibido ou praticar qualquer dos crimes previstos neste
restrito. Código: (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de
2012)
Lei dos Crimes Hediondos, Art. 1º, parágrafo único, inciso Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
V– anos. (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
V - o crime de organização criminosa, quando direcionado
à prática de crime hediondo ou equiparado.” (NR) Lei de Drogas –
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas
Previsão na Lei de Organização Criminosa – para o fim de praticar, reiteradamente ou não,
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §
Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e
1º , e 34 desta Lei:
dispõe sobre a investigação criminal, os meios de
obtenção da prova, infrações penais correlatas e o Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
procedimento criminal a ser aplicado. pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e
duzentos) dias-multa.
§ 1º Considera-se organização criminosa a
associação de 4 (quatro) ou mais pessoas Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput
estruturalmente ordenada e caracterizada pela deste artigo incorre quem se associa para a prática
divisão de tarefas, ainda que informalmente, com reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem
de qualquer natureza, mediante a prática de infrações Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico
penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são
(quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. insuscetíveis de: (Vide Súmula Vinculante)
Art. 2º Promover, constituir, financiar ou I - anistia, graça e indulto;
integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa,
organização criminosa: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DECRETO
FEDERAL. INDULTO. LIMITES. CONDENADOS PELOS CRIMES
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
PREVISTOS NO INCISO XLIII DO ARTIGO 5º DA
multa, sem prejuízo das penas correspondentes às
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE.
demais infrações penais praticadas.
INTERPRETAÇÃO CONFORME. REFERENDO DE MEDIDA
LIMINAR DEFERIDA.
Código Penal – 2. Revela-se inconstitucional a possibilidade de que o
Associação Criminosa indulto seja concedido aos condenados por crimes
hediondos, de tortura, terrorismo ou tráfico ilícito de
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas,
entorpecentes e drogas afins, independentemente do lapso
para o fim específico de cometer crimes: (Redação
temporal da condenação. Interpretação conforme a
dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
Constituição dada ao § 2º do artigo 7º do Decreto 4495/02
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para fixar os limites de sua aplicação, assegurando-se prisão preventiva sempre deve ser fundamentada na
legitimidade à indulgencia principis. Referendada a cautelar presença dos requisitos do art. 312 do Código de Processo
deferida pelo Ministro Vice-Presidente no período de férias Penal - CPP. (RHC 81676 / SP)”
forenses.
(medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida
nº 2795, relatada pelo ministro Maurício Corrêa, Pleno,
inicialmente em regime fechado. (Redação dada pela Lei
publicada no Diário de Justiça em 2 de junho de 2003).
nº 11.464, de 2007)
LEI 8.072/90 E REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - PENA -
Habeas Corpus. Comutação de pena. indulto. INFORMATIVO 672 DO STF - É inconstitucional o § 1º do
Inadmissibilidade. Crime equiparado a hediondo art. 2º da Lei 8.072/90 (“Art. 2º Os crimes hediondos, a
caracterizado. Impossibilidade. Aplicação do art. 8º, II, do prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
Decreto nº 6.706/08. Ordem denegada. drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: ... § 1º A
1. A comutação nada mais é do que uma espécie de indulto pena por crime previsto neste artigo será cumprida
parcial (em que há apenas a redução da pena). daí porque a inicialmente em regime fechado”). Com base nesse
vedação à concessão de indulto em favor daqueles que entendimento, o Plenário, por maioria, deferiu habeas
praticaram crime hediondo - prevista no Art. 2º, I, da Lei Nº corpus com a finalidade de alterar para semiaberto o
8.072/90 - Abrange também a comutação. Precedentes. regime inicial de pena do paciente, o qual fora condenado
(HC nº 84.734/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluso, por tráfico de drogas com reprimenda inferior a 8 anos de
DJe de 26/3/10; HC nº 96;431/RJ, Segunda Turma, Rel. reclusão e regime inicialmente fechado, por força da Lei
Min. Cezar Peluso, DJe de 15/5/09; HC nº 94.679/SP, 11.464/2007, que instituíra a obrigatoriedade de imposição
Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe de desse regime a crimes hediondos e assemelhados — v.
19/12/08). 2. Ordem denegada. Informativo 670. Destacou-se que a fixação do regime
inicial fechado se dera exclusivamente com fundamento
na lei em vigor. Observou-se que não se teriam constatado
requisitos subjetivos desfavoráveis ao paciente,
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) considerado tecnicamente primário. Ressaltou-se que,
assim como no caso da vedação legal à substituição de pena
LIBERDADE PROVISÓRIA -
privativa de liberdade por restritiva de direitos em
É um direito do acuso de aguardar em liberdade seu condenação pelo delito de tráfico — já declarada
julgamento. Geralmente, está ligado a certas condições inconstitucional pelo STF —, a definição de regime deveria
e/ou obrigações. Embora o crime ainda seja inafiançável, o sempre ser analisada independentemente da natureza da
acusado poderá ser beneficiado com a Liberdade Provisória, infração. Ademais, seria imperioso aferir os critérios, de
quando não presentes os requisitos da manutenção de sua forma concreta, por se tratar de direito subjetivo
prisão, conforme previsão nos arts. 212 e 213 do CPP. Por garantido constitucionalmente ao indivíduo. Consignou-se
fim, a liberdade provisória só poderá ser concedida se for que a Constituição contemplaria as restrições a serem
sem fiança, uma vez que a concessão de fiança é vedada. impostas aos incursos em dispositivos da Lei 8.072/90, e
Nesse sentido, é importante ressaltar que a súmula 697 do dentre elas não se encontraria a obrigatoriedade de imposição de
STF foi superada. regime extremo para início de cumprimento de pena.
STF - Súmula 697 - A proibição de liberdade provisória nos Salientou-se que o art. 5º, XLIII, da CF, afastaria somente a
processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da fiança, a graça e a anistia, para, no inciso XLVI, assegurar, de
prisão processual por excesso de prazo. forma abrangente, a individualização da pena. Vencidos os
Ministros Luiz Fux, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio, que
STF - HC 104.339/SP - “O Supremo Tribunal Federal, ao
denegavam a ordem. HC 111840/ES, rel. Min. Dias Toffoli,
julgar o HC 104.339/SP, declarou a inconstitucionalidade da
27.6.2012. (HC-111840)
expressão "e liberdade provisória", constante do art. 44,
caput, da Lei n. 11.343/06, afastando o óbice à concessão
da liberdade provisória aos acusados da prática de crimes
hediondos e equiparados, razão pela qual a decretação da

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§ 2º A progressão de regime, no caso dos condenados III – cadastrar as autorizações de porte de arma de
pelos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal;
cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado IV – cadastrar as transferências de propriedade,
for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de
observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 112 da Lei nº alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de
7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução fechamento de empresas de segurança privada e de
Penal). (Redação dada pela Lei nº 13.769, de transporte de valores;
2018)
V – identificar as modificações que alterem as
SÚMULA 471 DO STJ - “Os condenados por crimes características ou o funcionamento de arma de fogo;
hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já
Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da
existentes;
Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão
de regime prisional.” VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo,
inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e
Súmula Vinculante 26 - “Para efeito de progressão de
judiciais;
regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou
equiparado, o juízo da execução observará a VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072, de 25 de como conceder licença para exercer a atividade;
julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado IX – cadastrar mediante registro os produtores,
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do atacadistas, varejistas, exportadores e importadores
benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
fundamentado, a realização de exame criminológico.” X – cadastrar a identificação do cano da arma, as
Súmula 439 - Admite-se o exame criminológico pelas características das impressões de raiamento e de
peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada. microestriamento de projétil disparado, conforme
(Súmula 439, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo
13/05/2010) fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos
Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de
ESTATUTO DO DESARMAMENTO –
porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem
LEI 10.826 DE 2003 –
como manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não
LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003. alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus
de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – registros próprios.
Sinarm, define crimes e dá outras providências. CAPÍTULO II
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o DO REGISTRO
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no
CAPÍTULO I órgão competente.
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito
o
Art. 1 O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, serão registradas no Comando do Exército, na forma do
instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia regulamento desta Lei.
Federal, tem circunscrição em todo o território nacional. Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o
Art. 2o Ao Sinarm compete: interessado deverá, além de declarar a efetiva
necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I – identificar as características e a propriedade de
armas de fogo, mediante cadastro; I – comprovação de idoneidade, com a apresentação
de certidões de antecedentes criminais fornecidas pela
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas
Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar
e vendidas no País;
respondendo a inquérito policial ou a processo criminal;
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I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de mesmas características daquela a ser


certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não Art. 5º O Certificado de Registro de Arma de Fogo,
estar respondendo a inquérito policial ou a processo com validade em todo o território nacional, autoriza o seu
criminal, que poderão ser fornecidas por meios proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no
eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, interior de sua residência ou domicílio, ou dependência
de 2008) desses, desde que seja ele o titular ou o responsável legal
II – apresentação de documento comprobatório de do estabelecimento ou empresa.
ocupação lícita e de residência certa; Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão validade em todo o território nacional, autoriza o seu
psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no
forma disposta no regulamento desta Lei. interior de sua residência ou domicílio, ou dependência
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja
arma de fogo após atendidos os requisitos anteriormente ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento
estabelecidos, em nome do requerente e para a arma ou empresa. (Redação dada pela Lei nº 10.884,
indicada, sendo intransferível esta autorização. de 2004)

§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita § 1o O certificado de registro de arma de fogo será
no calibre correspondente à arma adquirida e na expedido pela Polícia Federal e será precedido de
quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. autorização do Sinarm.

§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita § 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do
no calibre correspondente à arma registrada e na art. 4o deverão ser comprovados periodicamente, em
quantidade estabelecida no regulamento desta período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação
do Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em
território nacional é obrigada a comunicar a venda à § 3o Os registros de propriedade, expedidos pelos
autoridade competente, como também a manter banco de órgãos estaduais, realizados até a data da publicação desta
dados com todas as características da arma e cópia dos Lei, deverão ser renovados mediante o pertinente registro
documentos previstos neste artigo. federal no prazo máximo de 3 (três) anos.
§ 3o Os registros de propriedade expedidos pelos
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo,
órgãos estaduais, realizados até a data da publicação desta
acessórios e munições responde legalmente por essas
Lei, deverão ser renovados mediante o pertinente registro
mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade
federal até o dia 31 de dezembro de
enquanto não forem vendidas.
2007. (Redação dada pela Medida Provisória nº
§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e 379, de 2007).
munições entre pessoas físicas somente será efetivada o
§ 3 Os registros de propriedade, expedidos pelos
mediante autorização do Sinarm. órgãos estaduais, realizados até a data da publicação desta
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § Lei, deverão ser renovados mediante o pertinente registro
o
1 será concedida, ou recusada com a devida federal no prazo máximo de 3 (três) anos. (Vide
fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar Medida Provisória nº 390, de 2007)
da data do requerimento do interessado. § 4o Para a renovação do certificado de registro de
arma de fogo de cano longo de alma raiada, calibre igual
§ 7o O registro precário a que se refere o §
o ou inferior a .22, e de alma lisa, calibre igual ou inferior a
4 prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos I,
16, deverão ser cumpridos, apenas, os requisitos dos
II e III deste artigo.
incisos I e II do caput do art. 4o, em período não inferior a
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do três anos, em conformidade com o estabelecido no
inciso III do caput deste artigo, na forma do regulamento, regulamento. (Incluído pela Medida Provisória
o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido nº 379, de 2007). (Vide Medida Provisória nº
que comprove estar autorizado a portar arma com as 390, de 2007)
§ 3o Os registros de propriedade expedidos pelos
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órgãos estaduais, realizados até a data da publicação desta II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos
Lei, deverão ser renovados mediante o pertinente registro do caput do art. 144 da Constituição Federal;
federal até o dia 2 de julho de 2008. (Redação II- os integrantes de órgãos referidos
dada pela Medida Provisória nº 394, de 2007). nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144
§ 3o Os registros de propriedade expedidos pelos da Constituição Federal e os da
órgãos estaduais, realizados até a data da publicação desta Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); (Redação
Lei, deverão ser renovados mediante o pertinente registro dada pela Lei nº 13.500, de 2017)
federal até 31 de dezembro de 2008. (Redação
III – os integrantes das guardas municipais das capitais
dada pela Medida Provisória nº 417, de 2008)
dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas
de registro de propriedade expedido por órgão estadual no regulamento desta Lei; (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN
ou do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei 5948) (Vide ADC 38)
que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32
IV – os integrantes das guardas municipais dos
desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro
Municípios com mais de 250.000 (duzentos e cinqüenta
federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a
mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
apresentação de documento de identificação pessoal e
quando em serviço;
comprovante de residência fixa, ficando dispensado do
pagamento de taxas e do cumprimento das demais IV - os integrantes das guardas municipais dos
exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. Municípios com mais de cinqüenta mil e menos de
4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de quinhentos mil habitantes, quando em
2008) (Prorrogação de prazo) serviço; (Redação dada pela Medida Provisória nº
157, de 2003)
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no §
3o deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá IV - os integrantes das guardas municipais dos
obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos
registro provisório, expedido na rede mundial de de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em
computadores - internet, na forma do regulamento e serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867, de
obedecidos os procedimentos a seguir: (Redação 2004) (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948) (Vide ADC
dada pela Lei nº 11.706, de 2008) 38)

I - emissão de certificado de registro provisório pela V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de


internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança
e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República; (Vide Decreto nº 9.685, de 2019)
II - revalidação pela unidade do Departamento de
Polícia Federal do certificado de registro provisório pelo VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos
prazo que estimar como necessário para a emissão no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;
definitiva do certificado de registro de VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e
propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e
§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do as guardas portuárias;
disposto no caput deste artigo, considera-se residência ou VIII – as empresas de segurança privada e de
domicílio toda a extensão do respectivo imóvel transporte de valores constituídas, nos termos desta Lei;
rural. (Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019)
IX – para os integrantes das entidades de desporto
CAPÍTULO III legalmente constituídas, cujas atividades esportivas
DO PORTE demandem o uso de armas de fogo, na forma do
regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o
legislação ambiental.
território nacional, salvo para os casos previstos em
legislação própria e para: X – os integrantes da Carreira Auditoria da Receita
Federal, Auditores-Fiscais e Técnicos da Receita
I – os integrantes das Forças Armadas;
Federal. (Incluído pela Lei nº 11.118, de 2005)

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X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita II - sujeitos à formação funcional, nos termos do
Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos regulamento; e (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Redação III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de
dada pela Lei nº 11.501, de 2007) controle interno. (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. § 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de
92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da 2014)
União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de
§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo dos
seus quadros pessoais que efetivamente estejam no
integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e
exercício de funções de segurança, na forma de
X do caput está condicionada à comprovação do requisito
regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de
a que se refere o inciso III do caput do art. 4o, nas
Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério
condições estabelecidas no regulamento. (Redação
Público - CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
dada pela Medida Provisória nº 379, de 2007).
§ 1o As pessoas descritas nos incisos I, II, III, V, VI, VII
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo dos
e X do caput terão direito de portar arma de fogo
integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI e VII
fornecida pela respectiva corporação ou instituição,
está condicionada à comprovação do requisito a que se
mesmo fora de serviço, bem como armas de fogo de
refere o inciso III do art. 4o, nas condições estabelecidas no
propriedade particular, na forma do regulamento, em
regulamento desta Lei. (Vide Medida Provisória
ambos os casos. (Redação dada pela Medida
nº 390, de 2007)
Provisória nº 379, de 2007). (Medida Provisória
nº 379, revogada pela n° 390, de 2007) § 2o A autorização para o porte de arma de fogo dos
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e
deste artigo terão direito de portar arma de fogo fornecida X está condicionada à comprovação do requisito a que se
pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de refere o inciso III do art. 4o, nas condições estabelecidas no
serviço, na forma do regulamento, aplicando-se nos casos regulamento desta Lei. (Redação dada pela
de armas de fogo de propriedade particular os dispositivos Medida Provisória nº 417, de 2008)
do regulamento desta Lei. § 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e
do caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo X do caput deste artigo está condicionada à comprovação
de propriedade particular ou fornecida pela respectiva do requisito a que se refere o inciso III do caput do art.
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos 4o desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento
termos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e § 3o A autorização para o porte de arma de fogo das
VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) guardas municipais está condicionada à formação
§ 1o-A Os servidores a que se refere o inciso X do funcional de seus integrantes em estabelecimentos de
caput deste artigo terão direito de portar armas de fogo ensino de atividade policial, à existência de mecanismos
para sua defesa pessoal, o que constará da carteira de fiscalização e de controle interno, nas condições
funcional que for expedida pela repartição a que estabelecidas no regulamento desta Lei.
o
estiverem subordinados . (Incluído pela Lei nº § 3 A autorização para o porte de arma de fogo das
11.118, de 2005) (Revogado pela Lei nº 11.706, guardas municipais está condicionada à formação
de 2008) funcional de seus integrantes em estabelecimentos de
ensino de atividade policial e à existência de mecanismos
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes
de fiscalização e de controle interno, nas condições
e guardas prisionais poderão portar arma de fogo de
estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a
propriedade particular ou fornecida pela respectiva
supervisão do Comando do Exército. (Redação
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde
dada pela Lei nº 10.867, de 2004)
que estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993, de
2014) § 3o A autorização para o porte de arma de fogo das
guardas municipais está condicionada à formação
I - submetidos a regime de dedicação
funcional de seus integrantes em estabelecimentos de
exclusiva; (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
ensino de atividade policial, à existência de mecanismos
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de fiscalização e de controle interno, nas condições Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados
estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a das empresas de segurança privada e de transporte de
supervisão do Ministério da Justiça. (Redação valores, constituídas na forma da lei, serão de
dada pela Lei nº 10.884, de 2004) propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias empresas, somente podendo ser utilizadas quando em
federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os serviço, devendo essas observar as condições de uso e de
militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,
direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do sendo o certificado de registro e a autorização de porte
cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa.
artigo, na forma do regulamento desta Lei. § 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, que comprovem de segurança privada e de transporte de valores
depender do emprego de arma de fogo para prover sua responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art.
subsistência alimentar familiar, será autorizado, na forma 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções
prevista no regulamento desta Lei, o porte de arma de administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência
fogo na categoria "caçador". (Vide Lei nº 11.191, policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,
de 2005) roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo,
acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25
primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o
(vinte e cinco) anos que comprovem depender do
fato.
emprego de arma de fogo para prover sua subsistência
alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o § 2o A empresa de segurança e de transporte de
porte de arma de fogo, na categoria caçador para valores deverá apresentar documentação comprobatória
subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro do preenchimento dos requisitos constantes do art.
simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de 4o desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o fogo.
interessado comprove a efetiva necessidade em § 3o A listagem dos empregados das empresas
requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes referidas neste artigo deverá ser atualizada
documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, semestralmente junto ao Sinarm.
de 2008) Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos
I - documento de identificação pessoal; (Incluído servidores das instituições descritas no inciso XI do art.
pela Lei nº 11.706, de 2008) 6o serão de propriedade, responsabilidade e guarda das
II - comprovante de residência em área rural; respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas
e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) quando em serviço, devendo estas observar as condições
de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão
III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei
competente, sendo o certificado de registro e a
nº 11.706, de 2008)
autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em
§ 6o Aos integrantes das guardas municipais dos nome da instituição. (Incluído pela Lei nº
Municípios que integram regiões metropolitanas será 12.694, de 2012)
autorizado porte de arma de fogo, quando em
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de
serviço. (Incluído pela Lei nº 10.867, de 2004)
que trata este artigo independe do pagamento de
§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à taxa. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
sua arma de fogo, independentemente de outras
§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do
tipificações penais, responderá, conforme o caso, por
Ministério Público designará os servidores de seus quadros
porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso
pessoais no exercício de funções de segurança que
permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos de 50% (cinquenta por cento) do número de servidores
Municípios que integram regiões metropolitanas será que exerçam funções de segurança. (Incluído pela
autorizado porte de arma de fogo, quando em Lei nº 12.694, de 2012)
serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

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§ 3o O porte de arma pelos servidores das III – apresentar documentação de propriedade de


instituições de que trata este artigo fica condicionado à arma de fogo, bem como o seu devido registro no órgão
apresentação de documentação comprobatória do competente.
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4 o desta § 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista
Lei, bem como à formação funcional em estabelecimentos neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o
de ensino de atividade policial e à existência de portador dela seja detido ou abordado em estado de
mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou
condições estabelecidas no regulamento desta alucinógenas.
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores
§ 4o A listagem dos servidores das instituições de constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços
que trata este artigo deverá ser atualizada relativos:
semestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei nº
I – ao registro de arma de fogo;
12.694, de 2012)
II – à renovação de registro de arma de fogo;
§ 5o As instituições de que trata este artigo são
obrigadas a registrar ocorrência policial e a comunicar à III – à expedição de segunda via de registro de arma
Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras de fogo;
formas de extravio de armas de fogo, acessórios e IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
V – à renovação de porte de arma de fogo;
(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o
fato. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) VI – à expedição de segunda via de porte federal de
arma de fogo.
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades
desportivas legalmente constituídas devem obedecer às § 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à
condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e
órgão competente, respondendo o possuidor ou o do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas
autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do responsabilidades.
regulamento desta Lei. § 2o As taxas previstas neste artigo serão isentas para
Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização os proprietários de que trata o § 5o do art. 6o e para os
do porte de arma para os responsáveis pela segurança de integrantes dos incisos I, II, III, IV, V, VI e VII do art. 6 o, nos
cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao limites do regulamento desta Lei.
Comando do Exército, nos termos do regulamento desta § 2º São isentas do pagamento das taxas previstas
Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma neste artigo as pessoas e as instituições a que se referem
de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de o caput e os incisos I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta
representantes estrangeiros em competição internacional Lei. (Redação dada pela Medida Provisória nº
oficial de tiro realizada no território nacional. 379, de 2007).
o
§ 2 São isentas do pagamento das taxas previstas
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de
neste artigo as pessoas e as instituições a que se
uso permitido, em todo o território nacional, é de
referem os incisos I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta
competência da Polícia Federal e somente será concedida
Lei. (Vide Medida Provisória nº 390, de 2007)
após autorização do Sinarm. o
§ 2 São isentas do pagamento das taxas previstas
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser neste artigo as pessoas e as instituições a que se
concedida com eficácia temporária e territorial limitada, referem os incisos I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta
nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o Lei. (Redação dada pela Medida Provisória nº 417,
requerente: de 2008)
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício § 2o São isentas do pagamento das taxas previstas
de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua neste artigo as pessoas e as instituições a que se referem
integridade física; os incisos I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei; Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o São isentos de taxas o registro e a renovação do
certificado de registro de arma de fogo de cano longo de
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alma raiada, calibre igual ou inferior a .22, e de alma lisa, Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma
calibre igual ou inferior a 16. (Incluído pela e as condições do credenciamento de profissionais pela
Medida Provisória nº 379, de 2007). (Vide Polícia Federal para comprovação da aptidão psicológica e
Medida Provisória nº 390, de 2007) da capacidade técnica para o manuseio de arma de
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
e condições do credenciamento de profissionais pela § 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor
Polícia Federal para comprovação da aptidão psicológica e cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor
da capacidade técnica para o manuseio de arma de médio dos honorários profissionais para realização de
fogo. (Incluído pela Medida Provisória nº 379, de avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do
2007). (Vide Medida Provisória nº 390, de 2007) Conselho Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei nº
o
§ 1 Na comprovação da aptidão psicológica, o valor 11.706, de 2008)
cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor § 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor
médio dos honorários profissionais estabelecidos na cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá
tabela do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da
pela Medida Provisória nº 379, de 2007). (Vide munição. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Medida Provisória nº 390, de 2007)
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o
nos §§ 1o e 2o deste artigo implicará o descredenciamento
pagamento ao instrutor de armamento e tiro terá como
do profissional pela Polícia Federal. (Incluído pela
base a hora-aula particular, em valor não superior a R$
Lei nº 11.706, de 2008)
80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da
munição. (Incluído pela Medida Provisória nº CAPÍTULO IV
379, de 2007). (Vide Medida Provisória nº 390, de DOS CRIMES E DAS PENAS
2007)
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos
nos §§ 1o e 2o implicará o descredenciamento do Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de
profissional pela Polícia Federal. (Incluído pela fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em
Medida Provisória nº 379, de 2007). (Vide desacordo com determinação legal ou regulamentar, no
Medida Provisória nº 390, de 2007) interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o
e condições do credenciamento de profissionais, pela responsável legal do estabelecimento ou empresa:
Polícia Federal, para comprovação da aptidão psicológica e Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
da capacidade técnica para o manuseio de arma de Omissão de cautela
fogo. (Incluído pela Medida Provisória nº 417,
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias
de 2008)
o para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
§ 1 Na comprovação da aptidão psicológica, o valor
portadora de deficiência mental se apodere de arma de
cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor
fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua
médio dos honorários profissionais para avaliação
propriedade:
psicológica estabelecido na tabela do Conselho Federal de
Psicologia. (Incluído pela Medida Provisória nº Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
417, de 2008) Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o
o
§ 2 Na comprovação da capacidade técnica, o valor proprietário ou diretor responsável de empresa de
cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá segurança e transporte de valores que deixarem de
exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia
munição. (Incluído pela Medida Provisória nº 417, Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
de 2008) de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob
o
§ 3 A cobrança de valores superiores aos previstos sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois
nos §§ 1o e 2o implicará o descredenciamento do de ocorrido o fato.
profissional pela Polícia Federal. (Incluído pela
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
Medida Provisória nº 417, de 2008)

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Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato
em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, explosivo ou incendiário, sem autorização ou em
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou desacordo com determinação legal ou regulamentar;
ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer
permitido, sem autorização e em desacordo com arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro
determinação legal ou regulamentar: sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. V – vender, entregar ou fornecer, ainda que
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver explosivo a criança ou adolescente; e
registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112- VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização
1) legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou
Disparo de arma de fogo explosivo.
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º
lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou deste artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a
em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze)
finalidade a prática de outro crime: anos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Comércio ilegal de arma de fogo
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar,
inafiançável. (Vide Adin 3.112-1) conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de
qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer,
exercício de atividade comercial ou industrial, arma de
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição
de uso proibido ou restrito, sem autorização e em Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou
de uso restrito, sem autorização e em desacordo com clandestino, inclusive o exercido em residência.
determinação legal ou regulamentar: (Redação dada § 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial,
pela Lei nº 13.964, de 2019) para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino,
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: inclusive o exercido em residência. (Redação dada pela
Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) § 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega
arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer
em desacordo com a determinação legal ou regulamentar,
sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
a agente policial disfarçado, quando presentes elementos
II – modificar as características de arma de fogo, de probatórios razoáveis de conduta criminal
forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de
Tráfico internacional de arma de fogo
qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou
juiz; Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou
saída do território nacional, a qualquer título, de arma de

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fogo, acessório ou munição, sem autorização da do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei
autoridade competente: nº 11.706, de 2008)
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. § 1o Todas as munições comercializadas no País
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e deverão estar acondicionadas em embalagens com
multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) sistema de código de barras, gravado na caixa, visando
possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente,
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
entre outras informações definidas pelo regulamento
vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em
desta Lei.
operação de importação, sem autorização da autoridade
competente, a agente policial disfarçado, quando § 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta expedidas autorizações de compra de munição com
criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de identificação do lote e do adquirente no culote dos
2019) projéteis, na forma do regulamento desta Lei.

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena § 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um)
é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou ano da data de publicação desta Lei conterão dispositivo
munição forem de uso proibido ou restrito. intrínseco de segurança e de identificação, gravado no
corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei,
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e
exclusive para os órgãos previstos no art. 6o.
18, a pena é aumentada da metade se forem praticados
por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. § 4o As instituições de ensino policial e as guardas
6o, 7o e 8o desta Lei. municipais referidas nos incisos III e IV do art. 6o e no seu §
6o poderão adquirir insumos e máquinas de recarga de
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17
munição para o fim exclusivo de suprimento de suas
e 18, a pena é aumentada da metade se: (Redação dada
atividades, mediante autorização concedida nos termos
pela Lei nº 13.964, de 2019)
definidos em regulamento. (Incluído pela Medida
I - forem praticados por integrante dos órgãos e Provisória nº 417, de 2008)
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei;
§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas
ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
municipais referidas nos incisos III e IV do caput do art.
II - o agente for reincidente específico em crimes 6o desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir insumos e
dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são suprimento de suas atividades, mediante autorização
insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin concedida nos termos definidos em
3.112-1) regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

CAPÍTULO V Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o


art. 2º desta Lei, compete ao Comando do Exército
DISPOSIÇÕES GERAIS
autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação,
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo
convênios com os Estados e o Distrito Federal para o e demais produtos controlados, inclusive o registro e o
cumprimento do disposto nesta Lei. porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores,
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral, bem atiradores e caçadores.
como a definição das armas de fogo e demais produtos Art. 25. Armas de fogo, acessórios ou munições
controlados, de usos proibidos, restritos ou permitidos apreendidos serão, após elaboração do laudo pericial e
será disciplinada em ato do Chefe do Poder Executivo sua juntada aos autos, encaminhados pelo juiz
Federal, mediante proposta do Comando do Exército. competente, quando não mais interessarem à persecução
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem penal, ao Comando do Exército, para destruição, no prazo
como a definição das armas de fogo e demais produtos máximo de 48 (quarenta e oito) horas.
controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou Parágrafo único. As armas de fogo apreendidas ou
obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato encontradas e que não constituam prova em inquérito
do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta policial ou criminal deverão ser encaminhadas, no mesmo
prazo, sob pena de responsabilidade, pela autoridade

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competente para destruição, vedada a cessão para § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706,
qualquer pessoa ou instituição. de 2008)
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a § 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se
quando não mais interessarem à persecução penal serão trate de arma de uso permitido ou de uso restrito,
encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do semestralmente, da relação de armas acauteladas em
Exército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, juízo, mencionando suas características e o local onde se
para destruição ou doação aos órgãos de segurança encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e
2008) simulacros de armas de fogo, que com estas se possam
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a confundir.
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas
quando não mais interessarem à persecução penal serão e os simulacros destinados à instrução, ao adestramento,
encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas
Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para pelo Comando do Exército.
destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar,
às Forças Armadas, na forma do regulamento desta
excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)
restrito.
§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
Exército que receberem parecer favorável à doação,
às aquisições dos Comandos Militares.
obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou
órgão de segurança pública, atendidos os critérios de Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em entidades constantes dos incisos I, II e III do art. 6 o desta
relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas Lei.
instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de Art. 28. É vedado ao menor de vinte e cinco anos
interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
entidades constantes dos incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e X
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas
do caput do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela
em decorrência do tráfico de drogas de abuso, ou de
Medida Provisória nº 379, de 2007).
qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
produção ou comercialização de drogas abusivas, ou,
adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
ainda, que tenham sido adquiridas com recursos
entidades constantes dos incisos I, II e III do art. 6 o desta
provenientes do tráfico de drogas de abuso, perdidas em
Lei. (Vide Medida Provisória nº 390, de 2007)
favor da União e encaminhadas para o Comando do
Art. 28. É vedado ao menor de vinte e cinco anos
Exército, devem ser, após perícia ou vistoria que atestem
adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
seu bom estado, destinadas com prioridade para os órgãos
entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do
de segurança pública e do sistema penitenciário da
art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Medida
unidade da federação responsável pela
Provisória nº 417, de 2008)
apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação
adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
das armas a serem doadas ao juiz competente, que
entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X
determinará o seu perdimento em favor da instituição
do caput do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela
beneficiada. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já
responsabilidade da instituição beneficiada, que
concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a
procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no
publicação desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

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Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de
de validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la, fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo,
perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4 o, 6o e entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e
10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
publicação, sem ônus para o requerente. Art. 32. Os possuidores e proprietários de armas de
Art. 30. Os possuidores e proprietários de armas de fogo não registradas poderão, no prazo de 180 (cento e
fogo não registradas deverão, sob pena de oitenta) dias após a publicação desta Lei, entregá-las à
responsabilidade penal, no prazo de 180 (cento e oitenta) Polícia Federal, mediante recibo e, presumindo-se a boa-
dias após a publicação desta Lei, solicitar o seu registro fé, poderão ser indenizados, nos termos do regulamento
apresentando nota fiscal de compra ou a comprovação da desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de
origem lícita da posse, pelos meios de prova em direito 2004) (Vide Lei nº 11.118, de 2005) (Vide
admitidos. (Vide Lei nº 10.884, de Lei nº 11.191, de 2005)
2004) (Vide Lei nº 11.118, de 2005) (Vide Parágrafo único. Na hipótese prevista neste artigo e
Lei nº 11.191, de 2005) no art. 31, as armas recebidas constarão de cadastro
Art. 30. Os possuidores e proprietários de armas de específico e, após a elaboração de laudo pericial, serão
fogo de fabricação nacional, de uso permitido e não encaminhadas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao
registradas, deverão solicitar o seu registro até o dia 31 de Comando do Exército para destruição, sendo vedada sua
dezembro de 2008, apresentando nota fiscal de compra ou utilização ou reaproveitamento para qualquer fim.
comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de Art. 32. Os possuidores e proprietários de armas de
prova em direito admitidos, ou declaração firmada na qual fogo poderão entregá-las, espontaneamente, mediante
constem as características da arma e a sua condição de recibo e, presumindo-se de boa fé, poderão ser
proprietário. (Redação dada pela Medida indenizados. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 417, de 2008) Provisória nº 417, de 2008)
Parágrafo único. Os possuidores e proprietários de
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de
armas de fogo de procedência estrangeira, de uso
fogo poderão entregá-la, espontaneamente, mediante
permitido, fabricadas anteriormente ao ano de 1997,
recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na
poderão solicitar o seu registro no prazo e condições
forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de
estabelecidos no caput. (Incluído pela Medida
eventual posse irregular da referida
Provisória nº 417, de 2008)
arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de 2008)
fogo de uso permitido ainda não registrada deverão
Parágrafo único. O procedimento de entrega de arma
solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008,
de fogo de que trata o caput será definido em
mediante apresentação de documento de identificação
regulamento. (Incluído pela Medida Provisória nº
pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados
417, de 2008) (Revogado pela Lei nº 11.706, de
de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita
2008)
da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou
declaração firmada na qual constem as características da Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil
arma e a sua condição de proprietário, ficando este reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme
dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das especificar o regulamento desta Lei:
demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo) deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova,
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do facilite ou permita o transporte de arma ou munição sem a
disposto no caput deste artigo, o proprietário de arma de devida autorização ou com inobservância das normas de
fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, segurança;
certificado de registro provisório, expedido na forma do § II – à empresa de produção ou comércio de
4o do art. 5o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.706, armamentos que realize publicidade para venda,
de 2008) estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
exceto nas publicações especializadas.

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Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, § 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá
com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado
adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências em outubro de 2005.
necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas, § 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o
ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. disposto neste artigo entrará em vigor na data de
5o da Constituição Federal. publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela Eleitoral.
prestação dos serviços de transporte internacional e Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro
interestadual de passageiros adotarão as providências de 1997.
necessárias para evitar o embarque de passageiros
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua
armados.
publicação.
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da
registros balísticos serão armazenados no Banco Nacional
Independência e 115o da República.
de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Márcio Thomaz Bastos
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como
José Viegas Filho
objetivo cadastrar armas de fogo e armazenar
Marina Silva
características de classe e individualizadoras de projéteis e
de estojos de munição deflagrados por arma de Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2003
fogo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será ESTATUTO DO DESARMAMENTO –
constituído pelos registros de elementos de munição COMENTÁRIOS –
deflagrados por armas de fogo relacionados a crimes, para
CAPÍTULO IV
subsidiar ações destinadas às apurações criminais federais,
DOS CRIMES E DAS PENAS -
estaduais e distritais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
GENERALIDADES
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será
01. INTRODUÇÃO - A Lei N. 10.826/03 pune diversas
gerido pela unidade oficial de perícia criminal. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) condutas, como a posse e o porte de arma de fogo sem
autorização ou em desacordo com a legislação, o
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de comércio, o tráfico e o disparo. Com a punição para
Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele que essas condutas, quer o legislador evitar que as mesmas
permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos citadas acima não evoluam para crimes mais graves.
previstos nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, Ora, se alguém porta uma arma de fogo sem observar
penal e administrativamente. (Incluído pela Lei nº as formalidades legais, bem intencionado não está.
13.964, de 2019)
Desse modo, o Estatuto do Desarmamento pune o
§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da perigo antes que evolua para um efetivo dano, como,
base de dados do Banco Nacional de Perfis por exemplo, crime de homicídio, roubo e sequestro.
Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco 02. OBJETO JURÍDICO - O Estatuto do Desarmamento (Lei
Nacional de Perfis Balísticos serão regulamentados em ato N. 10.826/03) protege diversos bens jurídicos, tendo
do Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, como o principal a incolumidade Pública (incolumidade
de 2019) significa livre de perigo; são e salvo), ou seja,
CAPÍTULO VI preservação da segurança pública.

DISPOSIÇÕES FINAIS STF - De acordo com o STF, “o objeto jurídico


tutelado não é a incolumidade física, mas a segurança
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo
pública e a paz social (...).” (HC 104.206/RS, 1.ª Turma,
e munição em todo o território nacional, salvo para as
Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 26/08/2010).
entidades previstas no art. 6o desta Lei.
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Informativo 570 do STJ - Conforme o texto probabilidade de vir a ocorrer algum dano é
retirado o Informativo 570 do STJ, o “bem jurídico presumida pelo tipo penal. Além disso, o objeto
denominado incolumidade pública que, segundo a jurídico tutelado não é a incolumidade física, mas a
doutrina, compreende o complexo de bens e interesses segurança pública e a paz social, sendo irrelevante
relativos à vida, à integridade corpórea e à saúde de o fato de estar a arma de fogo municiada ou não.”
todos e de cada um dos indivíduos que compõem a (HC 104.206/RS, 1.ª Turma, Rel. Min. Cármen
sociedade.” Lúcia, DJe de 26/08/2010)
• TIPO PENAL PREVENTIVO -
03. OBJETO MATERIAL - é a pessoa ou coisa sobre a qual Informativo 493 do STJ - 2012 - “Segundo se
recai a conduta criminosa. Nesse caso são objetos observou, a lei antecipa a punição para o ato
materiais: Arma de Fogo, Acessório, Munição, Explosivo de portar arma de fogo; é, portanto, um tipo
e Incendiário. O Estatuto não traz o conceito desses penal preventivo, que busca minimizar o
objetos materiais, sendo necessário recorrer a outra risco de comportamentos que vêm
norma para conceituar, no caso o Decreto 3.665 de produzindo efeitos danosos à sociedade, na
2000 e o Decreto 5.123/2004. Portanto trata-se uma tentativa de garantir aos cidadãos o exercício
norma penal em branco heterogênea. do direito à segurança e à própria vida.
• Norma penal em branco - é aquela que há a Conclui-se, assim, ser irrelevante aferir a
necessidade de uma outra norma para conceituar eficácia da arma para a configuração do tipo
o preceito primário do artigo ou seu objeto penal, que é misto-alternativo, em que se
material. consubstanciam, justamente, as condutas que
• Normal penal em branco heterogênea - O o legislador entendeu por bem prevenir, seja
complemento da norma penal é oriundo de fonte ela o simples porte de munição ou mesmo o
legislativa diversa daquela que editou a norma que porte de arma desmuniciada.” HC 211.823-
precisa de complemento. SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado
em 22/3/2012.
Exemplo - Estatuto do desarmamento cita arma de
fogo. A definição de arma de fogo está em outra • Arma branca - Tudo aquilo que não for arma de
fonte legislativa, o decreto 5.123/04. fogo, será arma branca por, ou seja, o conceito se
dará por exclusão. O estatuto do desarmamento
não prevê as armas brancas.
04. CLASSIFICAÇÃO –
• Porte ostensivo de arma branca - O porte
CRIME DE DANO E DE PERIGO ABSTRATO - ostensivo de arma branca, em local público,
• CRIME DE PERIGO ABSTRATO - No crime de perigo configura contravenção penal, conforme o
abstrato, o perigo de lesão ao bem jurídico é artigo 19 do Decreto-Lei nº 3.688/41.
presumido, ou seja, dispensa a necessidade de SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA -
prova. Desta forma, com a simples conduta do
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO EM
agente, o crime estará configurado, gerando uma
HABEAS CORPUS. PORTE DE ARMA BRANCA.
situação de perigo ao bem jurídico.
ALEGADA ATIPICIDADE. ART. 19 DA LEI DAS
Exemplo - os crimes da Lei 10.826/03, arts. 12, art.
CONTRAVENÇÕES PENAIS. LEI 9.437/1997.
14, Art. 16.
REVOGAÇÃO APENAS NO QUE SE REFERE AO
• CRIME DE MERA CONDUTA - Os crimes da Lei PORTE DE ARMA DE FOGO. SUBSISTÊNCIA DA
10.826 de 2003 são crimes de mera conduta. Uma CONTRAVENÇÃO QUANTO AO PORTE DE ARMA
vez praticada a conduta descrita no tipo penal, BRANCA. RECURSO DESPROVIDO. A
estará consumado o crime. Lei 9.437/1997, ao instituir o Sistema Nacional
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - de Armas e tipificar o crime de porte não
autorizado de armas de fogo, não revogou o
“O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso
art. 19 da Lei das Contravenções Penais, de
permitido é de mera conduta e de perigo abstrato,
forma que subsiste a contravenção penal em
ou seja, consuma-se independentemente da
relação ao porte de arma branca. Precedentes.
ocorrência de efetivo prejuízo para a sociedade, e a
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Agravo regimental desprovido. (STJ, AgRg no RHC O porte é emitido pela Polícia Federal e somente
26.829/MG, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD será concedida após autorização do Sinarm,
(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE), conforme previsto no art. 10 do Estatuto do
SEXTA TURMA, julgado em 08/05/2014, extraído Desarmamento. Vejamos:
do sitewww.stj.jus.br). Art. 10. A autorização para o porte de
• Explosivo - “Pode-se entender que um explosivo é, arma de fogo de uso permitido, em todo o
em sentido amplo, um material extremamente território nacional, é de competência da
instável, que pode se decompor rapidamente, Polícia Federal e somente será concedida
formando produtos estáveis. Esse processo é após autorização do Sinarm.
denominado de explosão e é acompanhado por USO RESTRITO -
uma intensa liberação de energia, que pode ser
• REGISTRO - O Registro será emitido pelo Comando
feita sob diversas formas e gera uma considerável
do Exército, conforme previsão no Decreto
destruição decorrente da liberação dessa energia.”
5.123/04, em seu Art. 11 e 18; e na Lei 10.826/03,
(Informativo n. 599)
ar. 3° - Vejamos:
(REsp 1.627.028-SP, Rel. Min. Maria Thereza de
Assis Moura, por unanimidade, julgado em Decreto 5.123/04 - Art. 11 - “Arma de fogo de uso
21/2/2017, DJe 3/3/2017.) restrito é aquela de uso exclusivo das Forças
Armadas, de instituições de segurança pública e de
pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente
REGISTRO DA ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO OU MUNIÇÃO - autorizadas pelo Comando do Exército, de acordo
USO PERMITIDO - com legislação específica.”
• REGISTRO - O Registro será emitido pela Polícia Art. 18. Compete ao Comando do Exército
Federal, com prévia autorização do SINARM. O autorizar a aquisição e registrar as armas de fogo
Registro autoriza o proprietário a possuir sua arma de uso restrito.
exclusivamente no interior de sua residência ou § 1° As armas de que trata o caput serão
domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no cadastradas no SIGMA e no SINARM, conforme o
seu local de trabalho, conforme previsto na Lei caso.
10.826/03. Vejamos:
Lei 10.826/03 - Art. 3° É obrigatório o registro de
Art. 5° O certificado de Registro de Arma arma de fogo no órgão competente.
de Fogo, com validade em todo o território
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito
nacional, autoriza o seu proprietário a
serão registradas no Comando do Exército, na
manter a arma de fogo exclusivamente no
forma do regulamento desta Lei.
interior de sua residência ou domicílio, ou
dependência desses, ou, ainda, no seu • PORTE - Caberá ao Comando do Exército autorizar,
local de trabalho, desde que seja ele o conforme artigo 27 da Lei 10.826/03. Vejamos:
titular ou o responsável legal pelo Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar,
estabelecimento ou empresa. (Redação excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de
dada pela Lei nº 10.884, de 2004) uso restrito.
§ 1° O certificado de registro de arma de Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
fogo será expedido pela Polícia Federal e aplica às aquisições dos Comandos Militares.
será precedido de autorização do Sinarm.
DOS CRIMES PROPRIAMENTE DITOS -
• PORTE - Como regra, o porte de arma de fogo é
POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO
vedado em todo território nacional, com ressalvas
(art. 12) - A lei 10.826/03 traz o seguinte texto -
previstas no art. 6° do Estatuto do Desarmamento.
A própria lei traz, em seu art. 6°, um rol de pessoas Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de
autorizadas a portar arma de fogo. fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em
desacordo com determinação legal ou regulamentar,
no interior de sua residência ou dependência desta, ou,
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ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular considerado como a extensão do local de trabalho.
ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: 6. A adoção de tal entendimento ocasionaria a indevida
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. ampliação do art. 12 do Estatuto do Desarmamento,
permitindo a qualquer profissional o livre transporte de
arma de fogo em diversos locais, sob o argumento de que o
CARACTERÍSTICAS DO CRIME -
veículo conduzido consistiria em extensão do local de
• Sujeito Ativo - “Arma dentro da Residência” - é trabalho. (STJ, SEXTA TURMA; Julgado em 20.05.2013;
aquele que pratica o núcleo do tipo previsto no Relator Ministro OG FERNANDES)
artigo. Dentro da residência, é crime comum,
podendo ser praticado por qualquer pessoa, não
exigindo qualidade especial. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - SEXTA TURMA -
APREENSÃO DE ARMA EM CAMINHÃO. TIPIFICAÇÃO.
• Sujeito Ativo - “Local de trabalho” - é crime
O veículo utilizado profissionalmente não pode ser
próprio, exigindo qualidade especial de titular ou
responsável legal. considerado local de trabalho para tipificar a conduta
como posse de arma de fogo de uso permitido (art. 12 da
• Sujeito Passivo - coletividade, sujeito passivo Lei n. 10.826/2003). No caso, um motorista de caminhão
indeterminado. profissional foi parado durante fiscalização da Polícia
Obs. Crime vago - O crime vago é aquele que Rodoviária Federal, quando foram encontrados dentro do
tem como sujeito passivo uma entidade sem veículo um revólver e munições intactas. Denunciado por
personalidade, que não possui sujeito passivo porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 14 do
determinado. Estatuto do Desarmamento), a conduta foi desclassificada
LOCAL DO CRIME - para posse irregular de arma de fogo de uso permitido (art.
12 do mesmo diploma), reconhecendo-se, ainda, a abolitio
• INTERIOR DA SUA RESIDÊNCIA - O crime se
criminis temporária. O entendimento foi reiterado pelo
consuma quando o sujeito ativo possui ou mantém
tribunal de origem no julgamento da apelação. O Min.
a posse da arma de uso permitido no interior de
Relator registrou que a expressão local de trabalho contida
sua residência, ou seja, intra-muros.
no art. 12 indica um lugar determinado, não móvel,
• LOCAL DE TRABALHO - O crime em análise conhecido, sem alteração de endereço. Dessa forma, a
também se configura se for praticado no local de referida expressão não pode abranger todo e qualquer
trabalho. Local de trabalho é aquele onde ele espaço por onde o caminhão transitar, pois tal
exerce seu ofício, como médico no seu consultório, circunstância está sim no âmbito da conduta prevista
advogado no seu escritório ou comerciante no seu como porte de arma de fogo. Precedente citado: HC
comércio. 116.052-MG, DJe 9/12/2008. REsp 1.219.901-MG, Rel. Min.
• TRANSPORTE DE ARMAS EM VEÍCULOS - Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/4/2012.
MOTORISTA DE TÁXI e CAMINHÕES - PORTE POSSE (ART. 12) DE MUNIÇÃO SEM ARMA DE FOGO –
ILEGAL - Em setembro de 2017, o STF aplicou o princípio a
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - insignificância a um caso, onde o sujeito ativo possuía, em
1. (...) sua residência, apenas uma munição de calibre 38.
Segundo a Defensoria estadual, a mera posse de uma
3. No mais, melhor sorte não assiste ao agravante, visto
munição isolada, apreendida dentro da residência de S.L.D.,
que não é possível desclassificar o crime de porte ilegal
sem a arma de fogo, atrairia o reconhecimento da
para o delito definido no artigo 12 do Estatuto do
atipicidade da conduta tida como delituosa, em
Desarmamento, conforme pretende a Defesa.
consonância com os princípios da insignificância,
4. Dispõe o art. 12 da Lei n. 10.826/03 que somente
proporcionalidade e razoabilidade.
caracteriza o delito de posse quando o artefato se
encontrar "no interior da residência ou dependência desta, Assim, o STF decidiu que a tipicidade material pode ser
ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular afastada na posse de munição se, no caso concreto, a
ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa". conduta não se revela perigosa, como no caso da posse, na
5. Ora, conquanto o recorrente seja motorista de táxi e o própria residência do agente, de um projétil
utilize para sua atividade laboral, este não pode ser desacompanhado de arma de fogo

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Em seu voto, o ministro Lewandowski reconhece que se impõem registro das armas no órgão competente.
trata de conduta formalmente típica, mas que, a seu ver, (...)
não se mostra típica em sua dimensão material. A mens legis do denominado Estatuto do
“Não é possível vislumbrar, nas circunstâncias, Desarmamento foi proteger a incolumidade
situação que exponha o corpo social a perigo, uma pública, por meio de tipos penais e de outros
vez que a única munição apreendida, guardada na dispositivos destinados ao maior controle de armas
residência do acusado e desacompanhada de arma de fogo pelo governo. Nesse cenário, foi instituído
de fogo, por si só, é incapaz de provocar qualquer o Sistema Nacional de Armas (SINARM), órgão
lesão à incolumidade pública” (RHC 143.449/MS, j. competente para, entre outras atividades,
26/09/2017). identificar as características e a propriedade de
armas de fogo. (...)

• STF - ARMA DE FOGO. REGISTRO VENCIDO - Afasta-se, ainda, a alegação de que a condição de
Delegado de Polícia autorizaria a posse e o porte
“Habeas corpus. Penal. Crime de posse irregular de
das armas, pois essa autorização deve ser
arma de fogo de uso permitido (art. 12 da Lei nº
complementada com a necessidade do
10.826/03). Atipicidade da conduta. Pretendido
cumprimento das formalidades legais previstas na
reconhecimento da existência de mera infração
Lei n. 10.826/2003. Por fim, não é possível a
administrativa. (...) Arma de fogo. Registro
aplicação, à hipótese concreta, do princípio da
vencido. Apreensão no domicílio do paciente.
adequação social, formulado por Hans Welzel,
Agente que, em tese, possuía arma de fogo em
vetor geral de hermenêutica, segundo o qual, dada
desacordo com determinação legal ou
a natureza subsidiária e fragmentária do direito
regulamentar. Caso que se reveste de
penal, não se pode reputar como criminosa uma
peculiaridades que tornam atípica a conduta do
ação ou omissão aceita ou tolerada pela sociedade,
paciente (...) Dolo ausente. Não conhecimento da
ainda que formalmente subsumida a um tipo legal
impetração. Concessão da ordem, de ofício, para
incriminador. (RHC 70.141-RJ, Rel. Min. Rogério
determinar o trancamento da ação penal. 05/2016
Schietti Cruz, por unanimidade, julgado em
- (HC 133468 / MG - 24)
7/2/2017, DJe 16/2/2017.)
• STJ - ATIPICIDADE DA CONDUTA DE POSSE ILEGAL
DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO COM
REGISTRO VENCIDO - OMISSÃO DE CAUTELA – (Art. 13, CAPUT) - A lei 10.826/03
traz o seguinte texto -
Não configura o crime de posse ilegal de arma de
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para
fogo (art. 12 da lei nº 10.826/2003) a conduta do
impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
agente que mantém sob guarda, no interior de
portadora de deficiência mental se apodere de arma de
sua residência, arma de fogo de uso permitido
fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua
com registro vencido. (...) Se o agente já procedeu
propriedade:
ao registro da arma, a expiração do prazo é mera
irregularidade administrativa que autoriza a Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
apreensão do artefato e aplicação de multa. A
conduta, no entanto, não caracteriza ilícito penal.
CARACTERÍSTICAS DO CRIME -
(STJ. 5ªTurma. HC 294.078/SP, Rei. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 26/08/2014.) • Sujeito Passivo – O sujeito passivo é próprio, uma
vez que só poderá ser sujeito passivo desse crime o
• STJ - Posse e porte ilegal de armas de fogo e
menor de 18 anos ou portador de deficiência
munições de uso permitido. Ausência de
mental. Ressalta-se que o dispositivo só citou o
certificado federal. Delegado de Polícia Civil.
portador de deficiência mental, não fazendo
Irrelevância. Conduta Típica.
referência ao portador de deficiência física.
É típica e antijurídica a conduta de policial civil
• Consumação – Apoderamento da arma por parte
que, mesmo autorizado a portar ou possuir arma
do sujeito passivo – O crime se consuma quando o
de fogo, não observa as imposições legais
sujeito ativo deixa de observar as cautelas
previstas no Estatuto do Desarmamento, que
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necessária e ocorre o apoderamento por parte do veracidade do cadastro de arma de fogo perante
sujeito passivo. Dessa forma, não basta que o ao Sinarm.
agente deixe de tomar as cautelas necessárias, é • Objeto Material – é a pessoa ou coisa sobre a qual
necessário que o sujeito passivo se apodere do recai a conduta.
objeto material (arma de fogo).
• Consumação – Trata-se de um crime a prazo, uma
• Elemento Subjetivo – Crime Culposo – vez que o crime só irá se consumar depois de
• Entregar dolosamente arma de fogo - Se o decorridos 24 horas da ocorrência do fato.
proprietário ou possuidor da arma de fogo • Momento do início da contagem - De acordo com
entregar, dolosamente, a arma de fogo, a doutrina majoritária, a contagem do prazo de 24
responderá pelo crime de Porte de arma de fogo horas começa a iniciar a partir do momento que o
de uso permitido (art. 14) ou Porte de arma de sujeito ativo toma conhecimento do ilícito, apesar
fogo de uso restrito (art. 16), conforme o caso. de a literalidade do artigo trazer que é a partir da
Vejamos: ocorrência do fato. Caso contrário, estaria
Art. 14 – Portar (...) fornecer, (...) ceder... configurada a responsabilidade objetiva.
arma de fogo (...) de uso permitido.
• Crime Omissivo Próprio ou Puro – é classificado
Art. 16 – Portar (...) fornecer, (...) ceder...
com crime omissivo próprio ou puro, uma vez que
arma de fogo (...) de uso permitido.
o artigo traz uma conduta negativa, o não agir, que
se consuma com a mera omissão.
• Tentativa – Como se trata de crime culposo, não
• Tentativa – Como se trata de crime omissivo
admite a tentativa.
próprio ou puro, não admite a tentativa.
• POSSE ILEGAL + OMISSÃO DE CAUTELA – É
possível haver concurso de crimes nesse caso,
PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO – (ART. 14) - A lei
quando o agente possui a arma de fogo sem
10.826/03 traz o seguinte texto -
autorização ou em desacordo com a determinação
legal ou regulamentar e um menor de 18 anos, por Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber,
exemplo, se apodera da arma. Nesse caso, haverá ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
concurso material de crimes. gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
manter sob guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição, de uso permitido, sem
CONDUTA EQUIPARADA À OMISSÃO DE CAUTELA – (Art. autorização e em desacordo com determinação
13, parágrafo único) - A lei 10.826/03 traz o seguinte texto - legal ou regulamentar:
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
proprietário ou diretor responsável de empresa de
multa.
segurança e transporte de valores que deixarem de registrar
ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda,
furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, CARACTERÍSTICAS DO CRIME –
acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas 1. Sujeito Ativo – é crime comum, podendo ser
primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato. praticado por qualquer pessoa, não exigindo
qualidade especial.
CARACTERÍSTICAS DO CRIME - 2. Sujeito Ativo – Coletividade.
• Sujeito Ativo – Como o crime só poderá ser pratica 3. Objeto Material – é a pessoa ou coisa sobre a
por proprietário ou diretor responsável pela qual recai a conduta criminosa. Nesse caso são
empresa de segurança e transporte de valores, é objetos materiais: Arma de fogo, Acessório,
crime próprio. Munição. Esses já foram conceituados acima.
• Sujeito Passivo - é a Coletividade. 4. Objeto Jurídico – Incolumidade Pública;
• Objeto Jurídico Protegido – O bem jurídico Segurança pública.
protegido é a incolumidade pública; bem como a 5. TIPO MISTO ALTERNATIVO – O caput do art. 14
prevê 13 condutas criminosas que, se praticadas
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pelo sujeito, incorrerá nesse crime. Temos, Ressalta-se que se a ineficácia for relativa, haverá crime
portanto, um tipo penal misto alternativo. Dessa sim.
forma, em obediência ao princípio da
alternatividade, se no mesmo contexto fático, INFORMATIVO 570 - STJ - DIREITO PENAL. ATIPICIDADE DA
tratando-se do mesmo objetivo material, o CONDUTA DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO INEFICAZ.
sujeito praticar várias condutas previstas, Demonstrada por laudo pericial a total ineficácia da arma
incorrerá em um único crime. Nesse caso, não de fogo e das munições apreendidas, deve ser reconhecida
há que se falarem concurso de crimes. a atipicidade da conduta do agente que detinha a posse do
EXEMPLO – “Alfa” empresta um revolver a referido artefato e das aludidas munições de uso proibido,
“Bravo”; adquire uma pistola de “Charlie” e vende sem autorização e em desacordo com a determinação
munição para “Delta”. legal/regulamentar. Inicialmente, convém destacar que a
Nesse caso, não há se falar em um único crime, Terceira Seção do STJ pacificou entendimento no sentido de
pois são contextos fáticos diferentes e objetos que o tipo penal de posse ou porte ilegal de arma de fogo é
materiais distintos. O sujeito deverá responder por delito de mera conduta ou de perigo abstrato, sendo
cada crime de forma isolada, em concurso irrelevante a demonstração de seu efetivo caráter
material, formal, ou, se presente os requisitos, em ofensivo e, assim, desnecessária a realização de laudo
crime continuado. pericial para atestar a potencialidade lesiva da arma de
fogo ou da munição apreendida (EREsp 1.005.300-RS, DJe
Obs. O “tipo misto alternativo” é também chamado de
19/12/2013). Contudo, se tiver sido realizado laudo técnico
plurinucleares, crime de ação múltipla ou de conteúdo
na arma de fogo e este tiver apontado a total ineficácia do
variado.
artefato, descartando, por completo, a sua potencialidade
lesiva e, ainda, consignado que as munições apreendidas
PORTE SIMULTÂNEO DE DUAS ARMAS DE FOGO DE USO estavam percutidas e deflagradas, a aplicação da
PERMITIDO – jurisprudência supramencionada deve ser afastada. Isso
porque, nos termos do que foi proferido no AgRg no HC
Se, no mesmo contexto fático, o sujeito porta duas armas
149.191-RS (Sexta Turma, DJe 17/5/2010), arma, para ser
de fogo, ou seja, praticando um núcleo do tipo penal, ele
arma, há de ser eficaz; caso contrário, de arma não se cuida.
responderá apenas por um crime. Nesse caso, a quantidade
(...)Nessa ordem de ideias, a Quinta Turma do STJ (AgRg no
de armas será levada em consideração na dosagem da
AREsp 397.473-DF, DJe 25/08/2014), ao enfrentar situação
pena.
fática similar - porte de arma de fogo periciada e
totalmente ineficiente - asseverou que o objeto
PORTE SIMULTÂNEO DE UMA ARMA DE FOGO DE USO apreendido não se enquadrava no conceito técnico de
PERMITIDO E UMA DE USO RESTRITO – arma de fogo, razão pela qual considerou descaracterizado
Apesar de divergência, prevalece que o sujeito irá o crime de porte ilegal de arma de fogo. De modo
responder pelo crime mais grave, porte de uso restrito. A semelhante, embora pacífico que a incidência da causa de
quantidade de arma será levada em consideração na aumento de pena pelo uso de arma de fogo no delito de
dosagem da pena. roubo dispensa a sua apreensão e perícia, as Turmas de
Direito Penal do STJ consolidaram entendimento no sentido
de que, caso atestada a ineficácia e inaptidão da arma,
ARMA DE FOGO QUEBRADA – INFORMATIVO 570 do STJ –
torna-se incabível a aplicação da majorante prevista no art.
Se a arma estiver quebrada e, em razão disso, 157, § 2º, I, do CP. Desse modo, conclui-se que arma de
totalmente inapta a efetuar disparos, não restará fogo pressupõe artefato destinado e capaz de ferir ou
configurado o crime em análise. A demonstração será feita matar, de maneira que deve ser reconhecida a atipicidade
mediante laudo pericial. Desta forma, não há que se falar da conduta de possuir munições deflagradas e percutidas,
em crime em razão da atipicidade da conduta do agente. bem como arma de fogo inapta a disparar, ante a ausência
Ora, a arma só poderá ser considerada como tal se de potencialidade lesiva, tratando-se de crime impossível
estiver apta a efetuar disparos, enquadrando-se no conceito pela ineficácia absoluta do meio. REsp 1.451.397-MG, Rel.
técnico de arma. Do contrário, será um simples pedaço de Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 15/9/2015,
metal. DJe 1º/10/2015.

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PORTE (ART. 14) DE MUNIÇÃO SEM ARMA DE FOGO – em obra de arte, para confecção de chaveiro etc.” (AgRg no
INFORMATIVO 688 do STF – REsp 1.621.389/RS, DJe 01/08/2017)
É crime sim, uma vez que se trata de crime de perigo
abstrato, não sendo necessário demonstrar e perigo efetivo EMENTA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.
da conduta do agente. DIREITO PENAL. PORTE DE MUNIÇÃO DE ARMA DE FOGO
INFORMATIVO 688 do STF - Porte de munição e lesividade DE USO PERMITIDO. ART. 14 DA LEI 10.826/2003.
da conduta TIPICIDADE DA CONDUTA. CRIME DE PERIGO ABSTRATO.
A 2ª Turma denegou habeas corpus no qual se requeria a 1. O porte de munição de arma de fogo de uso permitido
absolvição do paciente — condenado pelo porte de constitui crime de perigo abstrato, portanto irrelevante a
munição destinada a revólver de uso permitido, sem presença da arma de fogo para sua tipificação (art. 14 da Lei
autorização legal ou regulamentar (Lei 10.826/2003, art. 14) 10.826/2003). Precedentes. 2. Recurso ordinário em habeas
— sob o argumento de ausência de lesividade da conduta. corpus não provido. (STF - RHC: 119019 ES, Relator: Min.
Inicialmente, não se conheceu do writ quanto à alegada ROSA WEBER, Data de Julgamento: 11/03/2014, Primeira
atipicidade em razão de abolitio criminis temporária, pois Turma, Data de Publicação: DJe-060 DIVULG 26-03-2014
não veiculada no STJ. No que concerne ao pedido PUBLIC 27-03-2014)
alternativo de absolvição do paciente, enfatizou-se que a POSSE (ART. 12) DE MUNIÇÃO SEM ARMA DE FOGO –
objetividade jurídica da norma penal em comento Em setembro de 2017, o STF aplicou o princípio a
transcenderia a mera proteção da incolumidade pessoal insignificância a um caso, onde o sujeito ativo possuía, em
para alcançar, também, a tutela da liberdade individual e sua residência, apenas uma munição de calibre 38.
do corpo social como um todo, asseguradas ambas pelo
Segundo a Defensoria estadual, a mera posse de uma
incremento dos níveis de segurança coletiva que a lei
munição isolada, apreendida dentro da residência de S.L.D.,
propiciaria. Por fim, firmou-se ser irrelevante cogitar-se da
sem a arma de fogo, atrairia o reconhecimento da
lesividade da conduta de portar apenas munição, porque a
atipicidade da conduta tida como delituosa, em
hipótese seria de crime de perigo abstrato, para cuja
consonância com os princípios da insignificância,
caracterização não importaria o resultado concreto da
proporcionalidade e razoabilidade.
ação.
Assim, o STF decidiu que a tipicidade material pode ser
afastada na posse de munição se, no caso concreto, a
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – conduta não se revela perigosa, como no caso da posse, na
“É pacífico nesta Corte Superior o entendimento no própria residência do agente, de um projétil
sentido de que é inaplicável o princípio da insignificância desacompanhado de arma de fogo
aos crimes de posse e de porte de arma de fogo e ou Em seu voto, o ministro Lewandowski reconhece que se
munição, ante a natureza de crimes de perigo abstrato, trata de conduta formalmente típica, mas que, a seu ver,
independentemente da quantidade de munição ou armas não se mostra típica em sua dimensão material.
apreendidas” (AgRg no AREsp 1.098.040/ES, DJe
“Não é possível vislumbrar, nas circunstâncias, situação que
24/08/2017).
exponha o corpo social a perigo, uma vez que a única
munição apreendida, guardada na residência do acusado e
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – desacompanhada de arma de fogo, por si só, é incapaz de
“A teor dos precedentes desta Corte, o porte ilegal de provocar qualquer lesão à incolumidade pública” (RHC
munição, ainda que não associado a arma de fogo de calibre 143.449/MS, j. 26/09/2017).
compatível, é lesivo à segurança pública e compromete a
paz social. Por tal razão, em princípio, é incabível a
USO DA MUNIÇÃO COMO PINGENTE — INFORMATIVO 826
aplicação do princípio da insignificância ao crime previsto
DO STF -
no art. 12 da Lei n. 10.826/2003. 2. A sentença descreve a
apreensão em poder do acusado de seis munições de uso “É atípica a conduta daquele que porta, na forma
permitido, em desacordo com a determinação legal ou de pingente, munição desacompanhada de arma.
regulamentar, o que é suficiente para caracterizar a HC 133984/MG, rel. Min. Cármen Lúcia, 17.5.2016.
tipicidade material da conduta, pois a natureza dos (HC-133984)
projéteis não estava descaracterizada mediante utilização
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PORTE DE ARMA DE FOGO POR VIGIA APÓS O HORÁRIO


DE EXPEDIENTE. LOCAL DO CRIME - O crime ocorre em vários contextos,
“O fato de o empregador obrigar seu empregado a portar vejamos:
arma de fogo durante o exercício das atribuições de vigia - Lugar habitado - Lugar onde há pessoas, que
não caracteriza coação moral irresistível (art. 22 do CP) podem estar lá de forma transitória ou
capaz de excluir a culpabilidade do crime de “porte ilegal de permanente.
arma de fogo de uso permitido” (art. 14 da Lei n. Ex.: Bares, restaurantes, casa, apartamento, desde
10.826/2003) atribuído ao empregado que tenha sido que habitados.
flagrado portando, em via pública, arma de fogo, após o
- Adjacências do Lugar habitado - em locais
término do expediente laboral, no percurso entre o
próximos; aos arredores do lugar habitado.
trabalho e a sua residência. (...) Ademais, “importa não
confundir, aqui, a atividade exercida pelo réu (vigia) com a - Em via pública ou em direção à via pública - é um
de um vigilante (profissional contratado por meio de acesso terrestre. Pode ser urbana
estabelecimentos 228 financeiros ou por empresa (localizada dentro de uma cidade) ou rural, como
especializada em prestação de serviços de vigilância e ruas, avenidas e praças.
transporte de valores), cuja categoria é regulamentada pela
Lei nº 7.102/83, ao qual é assegurado o direito de portar
DELITO SUBSIDIÁRIO - Trata-se de uma subsidiariedade
armas de fogo, quando em efetivo exercício da profissão”
expressa. Dessa forma, se a intenção do sujeito for matar
(REsp 1.221.960- SP, Sexta Turma, DJe 9/3/2011)
alguém, ele responderá somente pelo crime de homicídio,
REsp 1.456.633-RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
ficando o delito de disparo de arma de fogo absolvido, uma
julgado em 5/4/2016, DJe 13/4/2016 (Informativo n. 581).
vez que o homicídio é um delito mais grave.
Delito “soldado de reserva” - Hungria chama o
PORTE DE ARMA DE BRINQUEDO, SIMULACRO E RÉPLICA
delito subsidiário de “soldado de reserva”. Assim,
— é fato atípico.
quando não for possível aplicar a norma mais
VEDAÇÃO À FIANÇA - A Lei 10.826/03 traz o seguinte texto grave, aplica-se a menos grave.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
POSSE (ART. 12) ILEGAL DE ARMA DE FOGO E DISPARO -
registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)
Se o proprietário o titular ou responsável pela
O parágrafo único do art. 14 vedou a concessão de
empresa, possuindo de forma ilegal arma de fogo, vier a
liberdade provisória com fiança. No entanto, o STF, por
disparar arma de fogo de dentro do local de trabalho em
meio da ADIn 3.112, declarou inconstitucional esse
direção a via pública, responderá somente pelo delito de
dispositivo. O argumento usado pelo STF foi que a
disparo, ficando o delito de posse absorvido, em razão do
vedação fere o princípio da razoabilidade, não podendo
princípio da consunção.
ser equiparados aos crimes de tráfico, terrorismo,
tortura e aos Hediondos.
VEDAÇÃO À FIANÇA - A Lei 10.826/03 traz o seguinte texto

DISPARO DE ARMA DE FOGO - (ART. 15) - A lei 10.826/03 Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
traz o seguinte texto - inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição O parágrafo único do art. 14 vedou a concessão de
em lugar habitado ou em suas adjacências, em via liberdade provisória com fiança. No entanto, o STF, por
pública ou em direção a ela, desde que essa meio da ADIn 3.112, declarou inconstitucional esse
conduta não tenha como finalidade a prática de dispositivo. O argumento usado pelo STF foi que a
outro crime: vedação fere o princípio da razoabilidade, não podendo
ser equiparados aos crimes de tráfico, terrorismo,
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
tortura e aos Hediondos.
multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
inafiançável

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POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO de arma de uso permitido ou restrito) e aquele que cede
RESTRITO (Art. 16) - A lei 10.826/03 traz o seguinte texto - arma de fogo na atividade comercial (art. 17) a outrem está
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, na comprovação dos seguintes requisitos: finalidade de
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que obter lucro e estabilidade/permanência na prática dos atos
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob de comércio.
sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição
de uso restrito, sem autorização e em desacordo com REQUISITOS PARA CONFIGURAR DO CRIME –
determinação legal ou regulamentar:
Para que haja a configuração do crime em análise, deverão
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. está presentes os dois requisito: finalidade da obtenção de
lucro e estabilidade, permanência, constância, continuidade
PORTE SIMULTÂNEO DE DUAS ARMAS DE FOGO DE USO na prática do ato de comércio.
RESTRITO – Desse modo, a prática eventual, ocasional, esporádica, não
Se, no mesmo contexto fático, o sujeito porta duas armas reiterada de vendas de munição de forma irregular não
de fogo, ou seja, haverá só um crime. Nesse caso, a configura o crime em análise.
quantidade de armas será levada em consideração na
dosagem da pena. TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO (art. 18) –
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE – O crime de tráfico
PORTE DE ARMA DE FOGO SEM MUNIÇÃO – É pacífico na internacional de arma de fogo é crime especial em relação
jurisprudência do STF e do STJ que o porte de arma de fogo aos crimes de contrabando (art. 334 - A, CP) e facilitação de
mesmo sem munição é crime. contrabando (art. 318, CP).

E M E N T A RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. EXPLOSIVO OU INCENDIÁRIO – Como já vimos acima, os


PORTE DE MUNIÇÃO DE ARMA DE FOGO DE USO objetos materiais do crime são: de arma de fogo, acessório
RESTRITO. ARTIGO 16 DA LEI 10.826/2003. CRIME DE ou munição. Não foram incluídos os explosivos e
PERIGO ABSTRATO. TIPICIDADE DA CONDUTA. incendiários. Dessa forma, se alguém for flagrado nas
importando e exportando explosivo ou incendiário
1. O porte de munição de arma de fogo de uso restrito responderá pelo crime do art. 334-A do CP, contrabando.
constitui crime de perigo abstrato, portanto, irrelevante a
Competência e julgamento- Compete à Justiça Federal.
presença da arma de fogo para sua tipificação.
Precedentes. (STF - RHC: 118304 ES, Relator: Min. ROSA
TRÁFICO INTERNACIONAL DE MUNIÇÃO E PRINCÍPIO DA
WEBER, Data de Julgamento: 17/12/2013, Primeira Turma,
INSIGNIFICÂNCIA -
Data de Publicação: DJe-031 DIVULG 13-02-2014 PUBLIC 14-
02-2014) A 1ª Turma, por maioria, indeferiu habeas corpus em que
se pretendia a aplicação do princípio da insignificância
para trancar ação penal instaurada contra o paciente, pela
revisão legal. suposta prática do crime de tráfico internacional de
munição (Lei 10.826/2003, art. 18). A defesa sustentava
que seria objeto da denúncia apenas a apreensão de 3
COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO (art. 17) –
cápsulas de munição de origem estrangeira, daí a
DIFERENÇA ENTRE AS CONDUTAS DOS ARTs. 14 e 16 aplicabilidade do referido postulado. Aduziu-se que o
(Porte de arma de fogo de uso permitido e restrito) E denunciado faria do tráfico internacional de armas seu meio
COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO - de vida e que teriam sido encontrados em seu poder
Inicialmente, destaca-se que o exercício do comércio ilegal diversos armamentos e munições que, em situação regular,
poderá ser praticado em estabelecimentos cadastrados (ou não teriam sido objeto da peça acusatória. Nesse sentido,
seja, habilitados para vender armas de fogo) e clandestinos. não se poderia cogitar da mínima ofensividade da conduta
A grande diferença entre aquele cede a outrem arma de ou da ausência de periculosidade social da ação, porquanto
fogo, configurando crime do art. 14 ou 16 (porte de ilegal a hipótese seria de crime de perigo abstrato, para o qual
não importaria o resultado concreto. Vencido o Min. Marco
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Aurélio, que deferia a ordem por reputar configurado no Por fim, os crimes previstos nos art. 16, 17 e 18 do Estatuto
caso o crime de bagatela, tendo em vista que a imputação do desarmamento cabe a liberdade provisória, desde que
diria respeito tão-somente às 3 cápsulas de origem ausentes os requisitos que motivam sua manutenção. Nesse
estrangeira, mas não a todo o material apreendido. HC sentido, "Insusceptibilidade de liberdade provisória quanto
97777/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.10.2010. aos delitos elencados nos arts. 16, 17 e 18.
(HC-97777) Inconstitucionalidade reconhecida, visto que o texto
magno não autoriza a prisão ex lege, em face dos
princípios da presunção de inocência e da obrigatoriedade
LIBERDADE PROVISÓRIA (Art. 21) A lei 10.826/03 traz o
de fundamentação dos mandados de prisão pela
seguinte texto -
autoridade judiciária competente". (ADI 3112, DJe-131 25-
Art. 21 - Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são 10-2007)
insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)
De acordo com o Código de Processo Penal (CPP), a prisão APREENSÃO DAS ARMAS DE FOGO - (ART. 25) - A lei
provisória é uma medida cautelar que deverá estar 10.826/03 traz o seguinte texto -
fundamentada nos princípios da necessidade e
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a
excepcionalidade. Dessa forma, deve-se manter a prisão de
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos
alguém quando presentes os requisitos da prisão preventiva
autos, quando não mais interessarem à persecução
prevista no art. 312 do CPP, conforme orientação
penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao
jurisprudencial.
Comando do Exército, no prazo máximo de 48
Ainda reforça a doutrina, amparada na jurisprudência, que (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação
não há previsão de prisão ex lege no nosso ordenamento aos órgãos de segurança pública ou às Forças
jurídico. Isto é, não existe prisão decorrente unicamente de Armadas, na forma do regulamento desta Lei.
lei, sem observar os requisitos legais, sem motivação, (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
violando os princípios do contraditório e ampla defesa.
Dito isso, fica claro que a intenção do legislador no sentido
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006
de proibir a concessão de liberdade provisória nos arts. 16,
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre
17 e 18 do Estatuto do desarmamento. No entanto, tal
Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso
dispositivo foi declarado inconstitucional pelo STF na Adin
indevido, atenção e reinserção social de usuários e
3112 com base nos seguintes motivos:
dependentes de drogas; estabelece normas para repressão
• Inexistência de prisão ex lege, ou seja, à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas;
decorrente unicamente de lei; define crimes e dá outras providências.
• Afronto ao princípio da presunção de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
inocência (art. 5°, inciso LVII); Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
• Afronto ao princípio da Proporcionalidade - A TÍTULO I
pena prevista no tipo penal deve ser
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
proporcional ao mal causado. Os crimes que
foram objetos dessa Adin 3112 são Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de
considerados de mera conduta, dessa forma, Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve
merecem um tratamento menos severo. medidas para prevenção do uso indevido, atenção e
Diferente dos crimes de máximo potencial reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
ofensivo (tráfico, tortura, terrorismo e os estabelece normas para repressão à produção não
definidos como hediondos), que por força autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
constitucional recebem um tratamento mais Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se
severo. Assim, aqueles crimes (art. 16, 17 e 18 como drogas as substâncias ou os produtos capazes de
do Estatuto do desarmamento) não poderão causar dependência, assim especificados em lei ou
ser tratados de igual modo com esses (tráfico, relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo
tortura, terrorismo e os definidos como Poder Executivo da União.
hediondos).

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Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território fatores de proteção para o uso indevido de drogas e
nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a outros comportamentos correlacionados;
colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla
possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a participação social, para o estabelecimento dos
hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como fundamentos e estratégias do Sisnad;
o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações
V - a promoção da responsabilidade compartilhada
Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a
entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da
respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-
participação social nas atividades do Sisnad;
religioso.
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a
fatores correlacionados com o uso indevido de drogas,
cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste
com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos,
em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, VII - a integração das estratégias nacionais e
respeitadas as ressalvas supramencionadas. internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
TÍTULO II
de repressão à sua produção não autorizada e ao seu
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE tráfico ilícito;
DROGAS
VIII - a articulação com os órgãos do Ministério
Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à
integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas cooperação mútua nas atividades do Sisnad;
com:
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reconheça a interdependência e a natureza complementar
reinserção social de usuários e dependentes de drogas; das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e
II - a repressão da produção não autorizada e do reinserção social de usuários e dependentes de drogas,
tráfico ilícito de drogas. repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito
§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de de drogas;
princípios, regras, critérios e recursos materiais e humanos X - a observância do equilíbrio entre as atividades
que envolvem as políticas, planos, programas, ações e de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
projetos sobre drogas, incluindo-se nele, por adesão, os de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Estados, produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a
Distrito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº garantir a estabilidade e o bem-estar social;
13.840, de 2019) XI - a observância às orientações e normas
§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema emanadas do Conselho Nacional Antidrogas - Conad.
Único de Saúde - SUS, e com o Sistema Único de Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:
Assistência Social - SUAS. (Incluído pela Lei nº 13.840,
I - contribuir para a inclusão social do cidadão,
de 2019)
visando a torná-lo menos vulnerável a assumir
CAPÍTULO I comportamentos de risco para o uso indevido de drogas,
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SIS TEMA seu tráfico ilícito e outros comportamentos
NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS correlacionados;
Art. 4º São princípios do Sisnad: II - promover a construção e a socialização do
I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa conhecimento sobre drogas no país;
humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua III - promover a integração entre as políticas de
liberdade; prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
II - o respeito à diversidade e às especificidades usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
populacionais existentes; produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas
públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União,
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de
Distrito Federal, Estados e Municípios;
cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como

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IV - assegurar as condições para a coordenação, a VI – (VETADO);(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)


integração e a articulação das atividades de que trata o VII – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.840, de
art. 3º desta Lei. 2019)
CAPÍTULO II VIII - promover a integração das políticas sobre
DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO D O SISTEMA drogas com os Estados, o Distrito Federal e os
NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS Municípios; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
CAPÍTULO II IX - financiar, com Estados, Distrito Federal e
(Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019) Municípios, a execução das políticas sobre drogas,
observadas as obrigações dos integrantes do
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
Sisnad; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
DROGAS
X - estabelecer formas de colaboração com Estados,
Seção I
Distrito Federal e Municípios para a execução das políticas
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) sobre drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Da Composição do Sistema Nacional de Políticas Públicas XI - garantir publicidade de dados e informações
sobre Drogas sobre repasses de recursos para financiamento das
Art. 6º (VETADO) políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de
2019)
Art. 7º A organização do Sisnad assegura a
orientação central e a execução descentralizada das XII - sistematizar e divulgar os dados estatísticos
atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, nacionais de prevenção, tratamento, acolhimento,
distrital, estadual e municipal e se constitui matéria reinserção social e econômica e repressão ao tráfico ilícito
definida no regulamento desta Lei. de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

Art. 7º-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº XIII - adotar medidas de enfretamento aos crimes
13.840, de 2019) transfronteiriços; e (Incluído pela Lei nº 13.840, de
2019)
Art. 8º (VETADO)
XIV - estabelecer uma política nacional de controle
Seção II
de fronteiras, visando a coibir o ingresso de drogas no
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) País. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Das Competências Art. 8º-B . (VETADO). (Incluído pela Lei nº
Art. 8º-A. Compete à União: (Incluído pela Lei 13.840, de 2019)
nº 13.840, de 2019) Art. 8º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
I - formular e coordenar a execução da Política 13.840, de 2019)
Nacional sobre Drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de CAPÍTULO II-A
2019)
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
II - elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre
DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS
Drogas, em parceria com Estados, Distrito Federal,
Municípios e a sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.840, Seção I
de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
III - coordenar o Sisnad; (Incluído pela Lei Do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas
nº 13.840, de 2019)
Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de
IV - estabelecer diretrizes sobre a organização e Políticas sobre Drogas, dentre outros: (Incluído pela
funcionamento do Sisnad e suas normas de Lei nº 13.840, de 2019)
referência; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
I - promover a interdisciplinaridade e integração
V - elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, dos programas, ações, atividades e projetos dos órgãos e
prioridades, indicadores e definir formas de financiamento entidades públicas e privadas nas áreas de saúde,
e gestão das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei educação, trabalho, assistência social, previdência social,
nº 13.840, de 2019) habitação, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção
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do uso de drogas, atenção e reinserção social dos usuários § 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5
ou dependentes de drogas; (Incluído pela Lei nº (cinco) anos a contar de sua aprovação.
13.840, de 2019) § 2º O poder público deverá dar a mais ampla
II - viabilizar a ampla participação social na divulgação ao conteúdo do Plano Nacional de Políticas
formulação, implementação e avaliação das políticas sobre sobre Drogas.
drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) Seção II
III - priorizar programas, ações, atividades e (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
projetos articulados com os estabelecimentos de ensino,
Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas
com a sociedade e com a família para a prevenção do uso
de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas,
constituídos por Estados, Distrito Federal e Municípios,
IV - ampliar as alternativas de inserção social e
terão os seguintes objetivos: (Incluído pela Lei nº
econômica do usuário ou dependente de drogas,
13.840, de 2019)
promovendo programas que priorizem a melhoria de sua
escolarização e a qualificação profissional; (Incluído I - auxiliar na elaboração de políticas sobre
pela Lei nº 13.840, de 2019) drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

V - promover o acesso do usuário ou dependente de II - colaborar com os órgãos governamentais no


drogas a todos os serviços públicos; (Incluído pela Lei planejamento e na execução das políticas sobre drogas,
nº 13.840, de 2019) visando à efetividade das políticas sobre
drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
VI - estabelecer diretrizes para garantir a
efetividade dos programas, ações e projetos das políticas III - propor a celebração de instrumentos de
sobre drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) cooperação, visando à elaboração de programas, ações,
atividades e projetos voltados à prevenção, tratamento,
VII - fomentar a criação de serviço de atendimento
acolhimento, reinserção social e econômica e repressão ao
telefônico com orientações e informações para apoio aos
tráfico ilícito de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840,
usuários ou dependentes de drogas; (Incluído pela Lei
de 2019)
nº 13.840, de 2019)
IV - promover a realização de estudos, com o
VIII - articular programas, ações e projetos de
objetivo de subsidiar o planejamento das políticas sobre
incentivo ao emprego, renda e capacitação para o
drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
trabalho, com objetivo de promover a inserção
profissional da pessoa que haja cumprido o plano V - propor políticas públicas que permitam a
individual de atendimento nas fases de tratamento ou integração e a participação do usuário ou dependente de
acolhimento; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) drogas no processo social, econômico, político e cultural
no respectivo ente federado; e (Incluído pela Lei nº
IX - promover formas coletivas de organização para
13.840, de 2019)
o trabalho, redes de economia solidária e o
cooperativismo, como forma de promover autonomia ao VI - desenvolver outras atividades relacionadas às
usuário ou dependente de drogas egresso de tratamento políticas sobre drogas em consonância com o Sisnad e com
ou acolhimento, observando-se as especificidades os respectivos planos. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
regionais; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 2019)

X - propor a formulação de políticas públicas que Seção III


conduzam à efetivação das diretrizes e princípios previstos (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
no art. 22; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Dos Membros dos Conselhos de Políticas sobre Drogas
XI - articular as instâncias de saúde, assistência
Art. 8º-F. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
social e de justiça no enfrentamento ao abuso de drogas;
13.840, de 2019)
e (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
CAPÍTULO III
XII - promover estudos e avaliação dos resultados
das políticas sobre drogas. (Incluído pela Lei nº (VETADO)
13.840, de 2019) Art. 9º (VETADO)
Art. 10. (VETADO)
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Art. 11. (VETADO) II - a adoção de conceitos objetivos e de


Art. 12. (VETADO) fundamentação científica como forma de orientar as ações
dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar
Art. 13. (VETADO)
preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços
Art. 14. (VETADO) que as atendam;
CAPÍTULO IV III - o fortalecimento da autonomia e da
DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES responsabilidade individual em relação ao uso indevido de
SOBRE DROGAS drogas;

CAPÍTULO IV IV - o compartilhamento de responsabilidades e a


colaboração mútua com as instituições do setor privado e
(Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e
DO ACOMPANHAMENTO E DA AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio
SOBRE DROGAS do estabelecimento de parcerias;
Art. 15. (VETADO) V - a adoção de estratégias preventivas
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da diferenciadas e adequadas às especificidades
atenção à saúde e da assistência social que atendam socioculturais das diversas populações, bem como das
usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao diferentes drogas utilizadas;
órgão competente do respectivo sistema municipal de VI - o reconhecimento do “não-uso”, do
saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, “retardamento do uso” e da redução de riscos como
preservando a identidade das pessoas, conforme resultados desejáveis das atividades de natureza
orientações emanadas da União. preventiva, quando da definição dos objetivos a serem
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de alcançados;
repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais
informações do Poder Executivo. vulneráveis da população, levando em consideração as
TÍTULO III suas necessidades específicas;
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, VIII - a articulação entre os serviços e organizações
ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E que atuam em atividades de prevenção do uso indevido de
DEPENDENTES DE DROGAS drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de
CAPÍTULO I drogas e respectivos familiares;

DA PREVENÇÃO IX - o investimento em alternativas esportivas,


culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como
Seção I
forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) vida;
Das Diretrizes X - o estabelecimento de políticas de formação
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso continuada na área da prevenção do uso indevido de
indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis
direcionadas para a redução dos fatores de de ensino;
vulnerabilidade e risco e para a promoção e o XI - a implantação de projetos pedagógicos de
fortalecimento dos fatores de proteção. prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido ensino público e privado, alinhados às Diretrizes
de drogas devem observar os seguintes princípios e Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a
diretrizes: drogas;

I - o reconhecimento do uso indevido de drogas XII - a observância das orientações e normas


como fator de interferência na qualidade de vida do emanadas do Conad;
indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de
pertence; controle social de políticas setoriais específicas.

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Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso Seção I


indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas
Disposições Gerais
pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente - Conanda. Art. 20. Constituem atividades de atenção ao
usuário e dependente de drogas e respectivos familiares,
Seção II
para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos
Da Semana Nacional de Políticas Sobre Drogas associados ao uso de drogas.
Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de Art. 21. Constituem atividades de reinserção social
Políticas sobre Drogas, comemorada anualmente, na do usuário ou do dependente de drogas e respectivos
quarta semana de junho. (Incluído pela Lei nº 13.840, familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para
de 2019) sua integração ou reintegração em redes sociais.
§ 1º No período de que trata o caput , serão Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção
intensificadas as ações de: (Incluído pela Lei nº 13.840, social do usuário e do dependente de drogas e respectivos
de 2019) familiares devem observar os seguintes princípios e
I - difusão de informações sobre os problemas diretrizes:
decorrentes do uso de drogas; (Incluído pela Lei nº I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas,
13.840, de 2019) independentemente de quaisquer condições, observados
II - promoção de eventos para o debate público os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios
sobre as políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei nº e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política
13.840, de 2019) Nacional de Assistência Social;

III - difusão de boas práticas de prevenção, II - a adoção de estratégias diferenciadas de


tratamento, acolhimento e reinserção social e econômica atenção e reinserção social do usuário e do dependente de
de usuários de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de drogas e respectivos familiares que considerem as suas
2019) peculiaridades socioculturais;

IV - divulgação de iniciativas, ações e campanhas de III - definição de projeto terapêutico


prevenção do uso indevido de drogas; (Incluído pela individualizado, orientado para a inclusão social e para a
Lei nº 13.840, de 2019) redução de riscos e de danos sociais e à saúde;

V - mobilização da comunidade para a participação IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e


nas ações de prevenção e enfrentamento às aos respectivos familiares, sempre que possível, de forma
drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;

VI - mobilização dos sistemas de ensino previstos V - observância das orientações e normas


na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de emanadas do Conad;
Diretrizes e Bases da Educação Nacional , na realização de VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de
atividades de prevenção ao uso de drogas. (Incluído controle social de políticas setoriais específicas.
pela Lei nº 13.840, de 2019) VII - estímulo à capacitação técnica e
CAPÍTULO II profissional; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL VIII - efetivação de políticas de reinserção social
DE USUÁRIOS O U DEPENDENTES DE DROGAS voltadas à educação continuada e ao trabalho; (Incluído
CAPÍTULO II pela Lei nº 13.840, de 2019)

(Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019) IX - observância do plano individual de atendimento
na forma do art. 23-B desta Lei; (Incluído pela Lei nº
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, TRATAMENTO,
13.840, de 2019)
ACOLHIMENTO E DE REINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA
DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS X - orientação adequada ao usuário ou dependente
de drogas quanto às consequências lesivas do uso de

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drogas, ainda que ocasional. (Incluído pela Lei nº individualizado; e (Incluído pela Lei nº 13.840, de
13.840, de 2019) 2019)
Seção II IV - acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) Sisnad, de forma articulada. (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019)
Da Educação na Reinserção Social e Econômica
§ 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos
Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos
técnicos de tratamento, em âmbito nacional. (Incluído
integrantes do Sisnad terão atendimento nos programas
pela Lei nº 13.840, de 2019)
de educação profissional e tecnológica, educação de
jovens e adultos e alfabetização. (Incluído pela Lei nº § 2º A internação de dependentes de drogas
13.840, de 2019) somente será realizada em unidades de saúde ou hospitais
gerais, dotados de equipes multidisciplinares e deverá ser
Seção III
obrigatoriamente autorizada por médico devidamente
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do
Do Trabalho na Reinserção Social e Econômica Estado onde se localize o estabelecimento no qual se dará
a internação. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 22-B. (VETADO).
§ 3º São considerados 2 (dois) tipos de
Seção IV
internação: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
I - internação voluntária: aquela que se dá com o
Do Tratamento do Usuário ou Dependente de consentimento do dependente de drogas; (Incluído
Drogas pela Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, II - internação involuntária: aquela que se dá, sem o
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios consentimento do dependente, a pedido de familiar ou do
desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao responsável legal ou, na absoluta falta deste, de servidor
dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do público da área de saúde, da assistência social ou dos
Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 órgãos públicos integrantes do Sisnad, com exceção de
desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada. servidores da área de segurança pública, que constate a
Art. 23-A. O tratamento do usuário ou dependente existência de motivos que justifiquem a
de drogas deverá ser ordenado em uma rede de atenção à medida. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
saúde, com prioridade para as modalidades de tratamento § 4º A internação voluntária: (Incluído pela
ambulatorial, incluindo excepcionalmente formas de Lei nº 13.840, de 2019)
internação em unidades de saúde e hospitais gerais nos
I - deverá ser precedida de declaração escrita da
termos de normas dispostas pela União e articuladas com
pessoa solicitante de que optou por este regime de
os serviços de assistência social e em etapas que
tratamento; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
permitam: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
II - seu término dar-se-á por determinação do
I - articular a atenção com ações preventivas que
médico responsável ou por solicitação escrita da pessoa
atinjam toda a população; (Incluído pela Lei nº 13.840,
que deseja interromper o tratamento. (Incluído pela
de 2019)
Lei nº 13.840, de 2019)
II - orientar-se por protocolos técnicos predefinidos,
§ 5º A internação involuntária: (Incluído pela
baseados em evidências científicas, oferecendo
Lei nº 13.840, de 2019)
atendimento individualizado ao usuário ou dependente de
drogas com abordagem preventiva e, sempre que I - deve ser realizada após a formalização da decisão
indicado, ambulatorial; (Incluído pela Lei nº 13.840, de por médico responsável; (Incluído pela Lei nº 13.840,
2019) de 2019)

III - preparar para a reinserção social e econômica, II - será indicada depois da avaliação sobre o tipo de
respeitando as habilidades e projetos individuais por meio droga utilizada, o padrão de uso e na hipótese
de programas que articulem educação, capacitação para o comprovada da impossibilidade de utilização de outras
trabalho, esporte, cultura e acompanhamento alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à
saúde; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
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III - perdurará apenas pelo tempo necessário à individual a ser adotado, levantando no
desintoxicação, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, mínimo: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
tendo seu término determinado pelo médico I - o tipo de droga e o padrão de seu uso;
responsável; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) e (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
IV - a família ou o representante legal poderá, a II - o risco à saúde física e mental do usuário ou
qualquer tempo, requerer ao médico a interrupção do dependente de drogas ou das pessoas com as quais
tratamento. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) convive. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 6º A internação, em qualquer de suas § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de
modalidades, só será indicada quando os recursos extra- 2019)
hospitalares se mostrarem insuficientes. (Incluído pela
§ 3º O PIA deverá contemplar a participação dos
Lei nº 13.840, de 2019)
familiares ou responsáveis, os quais têm o dever de
§ 7º Todas as internações e altas de que trata esta contribuir com o processo, sendo esses, no caso de
Lei deverão ser informadas, em, no máximo, de 72 crianças e adolescentes, passíveis de responsabilização
(setenta e duas) horas, ao Ministério Público, à Defensoria civil, administrativa e criminal, nos termos da Lei nº 8.069,
Pública e a outros órgãos de fiscalização, por meio de de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do
sistema informatizado único, na forma do regulamento Adolescente . (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a
§ 8º É garantido o sigilo das informações responsabilidade da equipe técnica do primeiro projeto
disponíveis no sistema referido no § 7º e o acesso será terapêutico que atender o usuário ou dependente de
permitido apenas às pessoas autorizadas a conhecê-las, drogas e será atualizado ao longo das diversas fases do
sob pena de responsabilidade. (Incluído pela Lei nº atendimento. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
13.840, de 2019)
§ 5º Constarão do plano individual, no
§ 9º É vedada a realização de qualquer modalidade mínimo: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
de internação nas comunidades terapêuticas
I - os resultados da avaliação multidisciplinar;
acolhedoras. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 10. O planejamento e a execução do projeto
II - os objetivos declarados pelo
terapêutico individual deverão observar, no que couber, o
atendido; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
previsto na Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001 , que
dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas III - a previsão de suas atividades de integração
portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo social ou capacitação profissional; (Incluído pela Lei nº
assistencial em saúde mental. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
13.840, de 2019) IV - atividades de integração e apoio à
Seção V família; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) V - formas de participação da família para efetivo
cumprimento do plano individual; (Incluído pela Lei nº
Do Plano Individual de Atendimento
13.840, de 2019)
Art. 23-B . O atendimento ao usuário ou
VI - designação do projeto terapêutico mais
dependente de drogas na rede de atenção à saúde
adequado para o cumprimento do previsto no plano;
dependerá de: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
e (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
I - avaliação prévia por equipe técnica
VII - as medidas específicas de atenção à saúde do
multidisciplinar e multissetorial; e (Incluído pela Lei nº
atendido. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
13.840, de 2019)
§ 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30
II - elaboração de um Plano Individual de
(trinta) dias da data do ingresso no atendimento. (Incluído
Atendimento - PIA. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
pela Lei nº 13.840, de 2019)
2019)
§ 7º As informações produzidas na avaliação e as
§ 1º A avaliação prévia da equipe técnica
registradas no plano individual de atendimento são
subsidiará a elaboração e execução do projeto terapêutico

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consideradas sigilosas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de VI - vedação de isolamento físico do usuário ou
2019) dependente de drogas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 2019)
Municípios poderão conceder benefícios às instituições § 1º Não são elegíveis para o acolhimento as
privadas que desenvolverem programas de reinserção no pessoas com comprometimentos biológicos e psicológicos
mercado de trabalho, do usuário e do dependente de de natureza grave que mereçam atenção médico-
drogas encaminhados por órgão oficial. hospitalar contínua ou de emergência, caso em que
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins deverão ser encaminhadas à rede de saúde. (Incluído
lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da pela Lei nº 13.840, de 2019)
assistência social, que atendam usuários ou dependentes § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de
de drogas poderão receber recursos do Funad, 2019)
condicionados à sua disponibilidade orçamentária e § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de
financeira. 2019)
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de
em razão da prática de infração penal, estiverem 2019)
cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de
medida de segurança, têm garantidos os serviços de
2019)
atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema
penitenciário. CAPÍTULO III

Seção VI DOS CRIMES E DAS PENAS

(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
Do Acolhimento em Comunidade Terapêutica
substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério
Acolhedora
Público e o defensor.
Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito,
dependente de drogas na comunidade terapêutica
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal,
acolhedora caracteriza-se por: (Incluído pela Lei nº
drogas sem autorização ou em desacordo com
13.840, de 2019)
determinação legal ou regulamentar será submetido às
I - oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou seguintes penas:
dependente de drogas que visam à
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
abstinência; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
II - prestação de serviços à comunidade;
II - adesão e permanência voluntária, formalizadas
por escrito, entendida como uma etapa transitória para a III - medida educativa de comparecimento a
reinserção social e econômica do usuário ou dependente programa ou curso educativo.
de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) § 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para
III - ambiente residencial, propício à formação de seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
vínculos, com a convivência entre os pares, atividades destinadas à preparação de pequena quantidade de
práticas de valor educativo e a promoção do substância ou produto capaz de causar dependência física
desenvolvimento pessoal, vocacionada para acolhimento ou psíquica.
ao usuário ou dependente de drogas em vulnerabilidade § 2º Para determinar se a droga destinava-se a
social; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à
IV - avaliação médica prévia; (Incluído pela Lei quantidade da substância apreendida, ao local e às
nº 13.840, de 2019) condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias
sociais e pessoais, bem como à conduta e aos
V - elaboração de plano individual de atendimento
antecedentes do agente.
na forma do art. 23-B desta Lei; e (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019) § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput
deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5
(cinco) meses.
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§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos destinada à sua preparação, observadas as demais
incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo exigências legais.
prazo máximo de 10 (dez) meses. Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente
§ 5º A prestação de serviços à comunidade será destruídas pelas autoridades de polícia judiciária, que
cumprida em programas comunitários, entidades recolherão quantidade suficiente para exame pericial, de
educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos tudo lavrando auto de levantamento das condições
congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as
se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo medidas necessárias para a preservação da prova.
ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. § 1º A destruição de drogas far-se-á por
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a guardando-se as amostras necessárias à preservação da
que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz prova.
submetê-lo, sucessivamente a: § 2º A incineração prevista no § 1º deste artigo será
I - admoestação verbal; precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério
II - multa. Público, e executada pela autoridade de polícia judiciária
competente, na presença de representante do Ministério
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que
Público e da autoridade sanitária competente, mediante
coloque à disposição do infrator, gratuitamente,
auto circunstanciado e após a perícia realizada no local da
estabelecimento de saúde, preferencialmente
incineração.
ambulatorial, para tratamento especializado.
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se
destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A,
refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à
que recolherá quantidade suficiente para exame pericial,
reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-
de tudo lavrando auto de levantamento das condições
multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as
superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um,
medidas necessárias para a preservação da
segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um
prova. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário
mínimo. § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
12.961, de 2014)
Parágrafo único. Os valores decorrentes da
imposição da multa a que se refere o § 6º do art. 28 serão § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas. 12.961, de 2014)

Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e § 3º Em caso de ser utilizada a queimada para
a execução das penas, observado, no tocante à destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas
interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto
do Código Penal. no Decreto nº 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber,
dispensada a autorização prévia do órgão próprio do
TÍTULO IV
Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO
§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
serão expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da
CAPÍTULO I Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.
DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO II
Art. 31. É indispensável a licença prévia da DOS CRIMES
autoridade competente para produzir, extrair, fabricar,
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,
transformar, preparar, possuir, manter em depósito,
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
importar, exportar, reexportar, remeter, transportar,
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou
adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem

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autorização ou em desacordo com determinação legal ou Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar,
regulamentar: oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título,
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto
dias-multa. destinado à fabricação, preparação, produção ou
transformação de drogas, sem autorização ou em
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica,
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em
pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil)
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que
dias-multa.
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o
insumo ou produto químico destinado à preparação de fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos
drogas; crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:

II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
autorização ou em desacordo com determinação legal ou pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos)
regulamentar, de plantas que se constituam em matéria- dias-multa.
prima para a preparação de drogas; Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do
que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou crime definido no art. 36 desta Lei.
vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta
determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito Lei:
de drogas. Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro
insumo ou produto químico destinado à preparação de mil) dias-multa.
drogas, sem autorização ou em desacordo com a Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo,
determinação legal ou regulamentar, a agente policial organização ou associação destinados à prática de
disfarçado, quando presentes elementos probatórios qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e
razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído 34 desta Lei:
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-
indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274) multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente,
de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo doses excessivas ou em desacordo com determinação legal
de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a ou regulamentar:
consumirem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao
dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. Conselho Federal da categoria profissional a que pertença
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste o agente.
artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o
terços, vedada a conversão em penas restritivas de consumo de drogas, expondo a dano potencial a
direitos , desde que o agente seja primário, de bons incolumidade de outrem:
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
nem integre organização criminosa. (Vide Resolução
além da apreensão do veículo, cassação da habilitação
nº 5, de 2012)
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respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os
pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o
(duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa,
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas
aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem
(quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.
(seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput Parágrafo único. As multas, que em caso de
deste artigo for de transporte coletivo de passageiros. concurso de crimes serão impostas sempre
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo
Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: se, em virtude da situação econômica do acusado,
considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no
I - a natureza, a procedência da substância ou do
máximo.
produto apreendido e as circunstâncias do fato
evidenciarem a transnacionalidade do delito; Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e §
1º , e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de
sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória,
função pública ou no desempenho de missão de educação,
vedada a conversão de suas penas em restritivas de
poder familiar, guarda ou vigilância;
direitos.
III - a infração tiver sido cometida nas dependências
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput
ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino
deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o
ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais,
cumprimento de dois terços da pena, vedada sua
culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de
concessão ao reincidente específico.
locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem
espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da
serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito
reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da
transportes públicos; omissão, qualquer que tenha sido a infração penal
praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter
IV - o crime tiver sido praticado com violência,
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer
entendimento.
processo de intimidação difusa ou coletiva;
Parágrafo único. Quando absolver o agente,
V - caracterizado o tráfico entre Estados da
reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à
Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
época do fato previsto neste artigo, as condições referidas
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na
adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico
diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e adequado.
determinação;
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço
VII - o agente financiar ou custear a prática do a dois terços se, por força das circunstâncias previstas no
crime. art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
voluntariamente com a investigação policial e o processo ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
criminal na identificação dos demais co-autores ou entendimento.
partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base
produto do crime, no caso de condenação, terá pena em avaliação que ateste a necessidade de
reduzida de um terço a dois terços. encaminhamento do agente para tratamento, realizada
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, por profissional de saúde com competência específica na
com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado
Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do o disposto no art. 26 desta Lei.
produto, a personalidade e a conduta social do agente.

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CAPÍTULO III quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta
DO PROCEDIMENTO PENAL deste, por pessoa idônea.

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por § 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere
crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste o § 1º deste artigo não ficará impedido de participar da
Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições elaboração do laudo definitivo.
do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal. § 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante,
§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade
no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os formal do laudo de constatação e determinará a
crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra
processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da necessária à realização do laudo definitivo. (Incluído
Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre pela Lei nº 12.961, de 2014)
os Juizados Especiais Criminais. § 4º A destruição das drogas será executada pelo
§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze)
desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o dias na presença do Ministério Público e da autoridade
autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo sanitária. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de § 5º O local será vistoriado antes e depois de
a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e efetivada a destruição das drogas referida no § 3º , sendo
providenciando-se as requisições dos exames e perícias lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia,
necessários. certificando-se neste a destruição total
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as delas. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
providências previstas no § 2º deste artigo serão tomadas Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem
de imediato pela autoridade policial, no local em que se a ocorrência de prisão em flagrante será feita por
encontrar, vedada a detenção do agente. (Vide ADIN 3807) incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado
§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à
2º deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo realização do laudo definitivo, aplicando-se, no que
de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia couber, o procedimento dos §§ 3º a 5º do art.
judiciária entender conveniente, e em seguida liberado. 50. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem
9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais a ocorrência de prisão em flagrante será feita por
Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados
imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à
especificada na proposta. realização do laudo definitivo. (Redação dada pela
Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos
arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo
que as circunstâncias o recomendem, empregará os de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90
instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas (noventa) dias, quando solto.
previstos na Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999. Parágrafo único. Os prazos a que se refere este
Seção I artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério
Público, mediante pedido justificado da autoridade de
Da Investigação
polícia judiciária.
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51
autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente,
desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os
comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do
autos do inquérito ao juízo:
auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do
Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato,
justificando as razões que a levaram à classificação do
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em
delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou
flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é
do produto apreendido, o local e as condições em que se
suficiente o laudo de constatação da natureza e
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desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco)
a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou testemunhas e requerer as demais provas que entender
II - requererá sua devolução para a realização de pertinentes.
diligências necessárias. Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por
prejuízo de diligências complementares: escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, § 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar


cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo e exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar
competente até 3 (três) dias antes da audiência de todas as razões de defesa, oferecer documentos e
instrução e julgamento; justificações, especificar as provas que pretende produzir
e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens,
direitos e valores de que seja titular o agente, ou que § 2º As exceções serão processadas em apartado,
figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3
encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
da audiência de instrução e julgamento. § 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias,
relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e § 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5
ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos (cinco) dias.
investigatórios: § 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do
investigação, constituída pelos órgãos especializados preso, realização de diligências, exames e perícias.
pertinentes; Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e
II - a não-atuação policial sobre os portadores de hora para a audiência de instrução e julgamento, ordenará
drogas, seus precursores químicos ou outros produtos a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério
utilizados em sua produção, que se encontrem no Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os
território brasileiro, com a finalidade de identificar e laudos periciais.
responsabilizar maior número de integrantes de operações § 1º Tratando-se de condutas tipificadas como
de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37
cabível. desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste afastamento cautelar do denunciado de suas atividades,
artigo, a autorização será concedida desde que sejam se for funcionário público, comunicando ao órgão
conhecidos o itinerário provável e a identificação dos respectivo.
agentes do delito ou de colaboradores. § 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo
Seção II será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao
Da Instrução Criminal recebimento da denúncia, salvo se determinada a
realização de avaliação para atestar dependência de
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito
drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.
policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças
de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento,
no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes após o interrogatório do acusado e a inquirição das
providências: testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao
representante do Ministério Público e ao defensor do
I - requerer o arquivamento;
acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte)
II - requisitar as diligências que entender minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a
necessárias; critério do juiz.
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o
juiz indagará das partes se restou algum fato para ser
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esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se juiz determinar a prática de atos necessários à


o entender pertinente e relevante. conservação de bens, direitos ou valores.
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz § 4º A ordem de apreensão ou seqüestro de bens,
sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o
ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos. Ministério Público, quando a sua execução imediata possa
§ 1º Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido comprometer as investigações.
controvérsia, no curso do processo, sobre a natureza ou Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério
quantidade da substância ou do produto, ou sobre a Público ou do assistente de acusação, ou mediante
regularidade do respectivo laudo, determinará que se representação da autoridade de polícia judiciária, poderá
proceda na forma do art. 32, § 1º , desta Lei, preservando- decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a
se, para eventual contraprova, a fração que apreensão e outras medidas assecuratórias nos casos em
fixar. (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014) que haja suspeita de que os bens, direitos ou valores
§ 2º Igual procedimento poderá adotar o juiz, em sejam produto do crime ou constituam proveito dos
decisão motivada e, ouvido o Ministério Público, quando a crimes previstos nesta Lei, procedendo-se na forma
quantidade ou valor da substância ou do produto o dos arts. 125 e seguintes do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
indicar, precedendo a medida a elaboração e juntada aos outubro de 1941 - Código de Processo
autos do laudo toxicológico. (Revogado pela Lei nº Penal . (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
12.961, de 2014) § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 13.840, de 2019)
1º , e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons 13.840, de 2019)
antecedentes, assim reconhecido na sentença § 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei nº
condenatória. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo
CAPÍTULO IV Penal , o juiz poderá determinar a prática de atos
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE necessários à conservação dos bens, direitos ou
BENS DO ACUSADO valores. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do § 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens,


Ministério Público ou mediante representação da direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o
autoridade de polícia judiciária, ouvido o Ministério Ministério Público, quando a sua execução imediata puder
Público, havendo indícios suficientes, poderá decretar, no comprometer as investigações. (Redação dada pela Lei
curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras nº 13.840, de 2019)
medidas assecuratórias relacionadas aos bens móveis e § 5º Decretadas quaisquer das medidas previstas
imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes no caput deste artigo, o juiz facultará ao acusado que, no
previstos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido prazo de 5 (cinco) dias, apresente provas, ou requeira a
com sua prática, procedendo-se na forma dos arts. 125 a produção delas, acerca da origem lícita do bem ou do valor
144 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - objeto da decisão, exceto no caso de veículo apreendido
Código de Processo Penal. em transporte de droga ilícita. (Incluído pela Lei nº
§ 1º Decretadas quaisquer das medidas previstas 14.322, de 2022)
neste artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 § 6º Provada a origem lícita do bem ou do valor, o
(cinco) dias, apresente ou requeira a produção de provas juiz decidirá por sua liberação, exceto no caso de veículo
acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto da apreendido em transporte de droga ilícita, cuja destinação
decisão. observará o disposto nos arts. 61 e 62 desta Lei, ressalvado
§ 2º Provada a origem lícita do produto, bem ou o direito de terceiro de boa-fé. (Incluído pela Lei nº
valor, o juiz decidirá pela sua liberação. 14.322, de 2022)

§ 3º Nenhum pedido de restituição será conhecido Art. 60-A. Quando as medidas assecuratórias de que
sem o comparecimento pessoal do acusado, podendo o trata o art. 60 recaírem sobre moeda estrangeira, títulos,
valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de

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pagamento, será determinada, imediatamente, a § 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes


conversão em moeda nacional. (Incluído pela da data de entrada em vigor da Medida Provisória nº 885,
Medida Provisória nº 885, de 2019) de 17 de junho de 2019, e que estejam custodiados nas
§ 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie dependências do Banco Central do Brasil devem ser
será encaminhada a instituição financeira ou equiparada transferidos à Caixa Econômica Federal, no prazo de 360
para alienação na forma prevista pelo Conselho Monetário (trezentos e sessenta) dias, para que se proceda à
Nacional. (Incluído pela Medida Provisória nº 885, alienação ou custódia, de acordo com o previsto nesta
de 2019) Lei. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 2º Em caso de impossibilidade da alienação a que Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da
se refere o § 1º, a moeda estrangeira será custodiada pela prova dos fatos e comprovado o interesse público ou
instituição financeira até decisão sobre o seu social, ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante
destino. (Incluído pela Medida Provisória nº 885, de 2019) autorização do juízo competente, ouvido o Ministério
Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos
§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda
poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que
estrangeira, caso seja verificada a inexistência de valor de
atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e
mercado, a moeda poderá ser doada à representação
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
diplomática do seu país de origem ou destruída. (Incluído
na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito
pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.
§ 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre
da data de entrada em vigor da Medida Provisória nº 885,
veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à
de 17 de junho de 2019 , e que estejam custodiados nas
autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro
dependências do Banco Central do Brasil serão
e controle a expedição de certificado provisório de registro
transferidos, no prazo de trezentos e sessenta dias, à Caixa
e licenciamento, em favor da instituição à qual tenha
Econômica Federal para que se proceda à alienação ou
deferido o uso, ficando esta livre do pagamento de multas,
custódia, de acordo com o previsto nesta Lei. (Incluído
encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado
pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
da decisão que decretar o seu perdimento em favor da
Art. 60-A. Se as medidas assecuratórias de que trata União.
o art. 60 desta Lei recaírem sobre moeda estrangeira,
Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações,
títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como
aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e dos
ordem de pagamento, será determinada, imediatamente,
maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de
a sua conversão em moeda nacional. (Incluído pela
qualquer natureza utilizados para a prática dos crimes
Lei nº 13.886, de 2019)
definidos nesta Lei será imediatamente comunicada pela
§ 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie autoridade de polícia judiciária responsável pela
deve ser encaminhada a instituição financeira, ou investigação ao juízo competente. (Redação dada pela
equiparada, para alienação na forma prevista pelo Lei nº 13.840, de 2019)
Conselho Monetário Nacional. (Incluído pela Lei nº
Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações,
13.886, de 2019)
aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e dos
§ 2º Na hipótese de impossibilidade da alienação a maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de
que se refere o § 1º deste artigo, a moeda estrangeira será qualquer natureza utilizados para a prática, habitual ou
custodiada pela instituição financeira até decisão sobre o não, dos crimes definidos nesta Lei será imediatamente
seu destino. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) comunicada pela autoridade de polícia judiciária
§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda responsável pela investigação ao juízo competente.
estrangeira a que se refere o § 2º deste artigo, caso seja (Redação dada pela Lei nº 14.322, de 2022)
verificada a inexistência de valor de mercado, seus § 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da
espécimes poderão ser destruídos ou doados à comunicação de que trata o caput , determinará a
representação diplomática do país de origem. (Incluído alienação dos bens apreendidos, excetuadas as armas, que
pela Lei nº 13.886, de 2019) serão recolhidas na forma da legislação específica.
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

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§ 2º A alienação será realizada em autos apartados, § 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
dos quais constará a exposição sucinta do nexo de 13.886, de 2019)
instrumentalidade entre o delito e os bens apreendidos, a § 9º O Ministério Público deve fiscalizar o
descrição e especificação dos objetos, as informações cumprimento da regra estipulada no § 1º deste
sobre quem os tiver sob custódia e o local em que se artigo. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
encontrem. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 10. Aplica-se a todos os tipos de bens confiscados a
§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens regra estabelecida no § 1º deste artigo. (Incluído
apreendidos, que será realizada por oficial de justiça, no pela Lei nº 13.886, de 2019)
prazo de 5 (cinco) dias a contar da autuação, ou, caso
§ 11. Os bens móveis e imóveis devem ser vendidos
sejam necessários conhecimentos especializados, por
por meio de hasta pública, preferencialmente por meio
avaliador nomeado pelo juiz, em prazo não superior a 10
eletrônico, assegurada a venda pelo maior lance, por
(dez) dias. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
preço não inferior a 50% (cinquenta por cento) do valor da
§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor avaliação judicial. (Incluído pela Lei nº 13.886, de
do Funad, o Ministério Público e o interessado para se 2019)
manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias e, dirimidas
§ 12. O juiz ordenará às secretarias de fazenda e aos
eventuais divergências, homologará o valor atribuído aos
órgãos de registro e controle que efetuem as averbações
bens. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
necessárias, tão logo tenha conhecimento da
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
de 2019)
§ 13. Na alienação de veículos, embarcações ou
§ 6º Os valores arrecadados, descontadas as aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão congênere
despesas do leilão, serão depositados em conta judicial competente para o registro, bem como as secretarias de
remunerada e, após sentença condenatória transitada em fazenda, devem proceder à regularização dos bens no
julgado, serão revertidos ao Funad. (Incluído pela prazo de 30 (trinta) dias, ficando o arrematante isento do
Lei nº 13.840, de 2019) (Revogado pela Medida pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem
Provisória nº 885, de 2019) prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo
§ 7º No caso da alienação de veículos, embarcações proprietário. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade ou ao órgão de § 14. Eventuais multas, encargos ou tributos
registro e controle a expedição de certificado de registro e pendentes de pagamento não podem ser cobrados do
licenciamento em favor do arrematante, ficando este livre arrematante ou do órgão público alienante como condição
do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, para regularização dos bens. (Incluído pela Lei nº
sem prejuízo da cobrança de débitos fiscais, os quais 13.886, de 2019)
permanecem sob responsabilidade do antigo
§ 15. Na hipótese de que trata o § 13 deste artigo, a
proprietário. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
autoridade de trânsito ou o órgão congênere competente
2019) (Revogado pela Medida Provisória nº 885, de
para o registro poderá emitir novos identificadores dos
2019)
bens. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 8º Nos casos em que a apreensão tiver recaído
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e
sobre dinheiro, inclusive moeda estrangeira, ou cheques
quaisquer outros meios de transporte, os maquinários,
emitidos como ordem de pagamento para fins ilícitos, o
utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza,
juiz determinará sua conversão em moeda nacional
utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei,
corrente, que será depositada em conta judicial
após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da
remunerada, e, após sentença condenatória com trânsito
autoridade de polícia judiciária, excetuadas as armas, que
em julgado, será revertida ao Funad. (Incluído pela
serão recolhidas na forma de legislação específica.
Lei nº 13.840, de 2019) (Revogado pela Medida
Provisória nº 885, de 2019) Art. 62. Comprovado o interesse público na
utilização de quaisquer dos bens de que trata o art. 61, os
§ 6º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária poderão
13.886, de 2019)
deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo
§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido
13.886, de 2019)
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o Ministério Público e garantida a prévia avaliação dos proceda à alienação dos bens apreendidos, excetuados
respectivos bens. (Redação dada pela Lei nº 13.840, aqueles que a União, por intermédio da Senad, indicar
de 2019) para serem colocados sob uso e custódia da autoridade de
§ 1º Comprovado o interesse público na utilização polícia judiciária, de órgãos de inteligência ou militares,
de qualquer dos bens mencionados neste artigo, a envolvidos nas ações de prevenção ao uso indevido de
autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob drogas e operações de repressão à produção não
sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no
mediante autorização judicial, ouvido o Ministério interesse dessas atividades.
Público. (Revogado pela Medida Provisória nº 885, § 4º Quando a autorização judicial recair sobre
de 2019) veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº autoridade ou ao órgão de registro e controle a expedição
13.886, de 2019) de certificado provisório de registro e licenciamento em
favor do órgão ao qual tenha deferido o uso ou custódia,
§ 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor do
ficando este livre do pagamento de multas, encargos e
Funad para que, em 10 (dez) dias, avalie a existência do
tributos anteriores à decisão de utilização do bem até o
interesse público mencionado no caput deste artigo e
trânsito em julgado da decisão que decretar o seu
indique o órgão que deve receber o bem. (Incluído
perdimento em favor da União. (Redação dada
pela Lei nº 13.886, de 2019)
pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A deste
§ 5º Excluídos os bens que se houver indicado para
artigo, os órgãos de segurança pública que participaram
os fins previstos no § 4º deste artigo, o requerimento de
das ações de investigação ou repressão ao crime que deu
alienação deverá conter a relação de todos os demais bens
causa à medida. (Incluído pela Lei nº 13.886, de
apreendidos, com a descrição e a especificação de cada um
2019)
deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o
§ 2º Feita a apreensão a que se refere o caput deste local onde se encontram.
artigo, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques
§ 5º Na hipótese de levantamento, se houver
emitidos como ordem de pagamento, a autoridade de
indicação de que os bens utilizados na forma deste artigo
polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de
sofreram depreciação superior àquela esperada em razão
imediato, requerer ao juízo competente a intimação do
do transcurso do tempo e do uso, poderá o interessado
Ministério Público.
requerer nova avaliação judicial. (Redação dada
§ 2º A autorização judicial de uso de bens deverá pela Lei nº 13.840, de 2019)
conter a descrição do bem e a respectiva avaliação e
§ 6º Requerida a alienação dos bens, a respectiva
indicar o órgão responsável por sua utilização. (Redação
petição será autuada em apartado, cujos autos terão
dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
tramitação autônoma em relação aos da ação penal
§ 3º Intimado, o Ministério Público deverá requerer principal.
ao juízo, em caráter cautelar, a conversão do numerário
§ 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º,
apreendido em moeda nacional, se for o caso, a
o ente federado ou a entidade que utilizou o bem
compensação dos cheques emitidos após a instrução do
indenizará o detentor ou proprietário dos
inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos, e
bens. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
o depósito das correspondentes quantias em conta
judicial, juntando-se aos autos o recibo. § 7º Autuado o requerimento de alienação, os autos
serão conclusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo
§ 3º O órgão responsável pela utilização do bem
de instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados
deverá enviar ao juiz periodicamente, ou a qualquer
para a sua prática e risco de perda de valor econômico
momento quando por este solicitado, informações sobre
pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens
seu estado de conservação. (Redação dada pela Lei nº
relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, o
13.840, de 2019)
Ministério Público e o interessado, este, se for o caso, por
§ 4º Após a instauração da competente ação penal, edital com prazo de 5 (cinco) dias.
o Ministério Público, mediante petição autônoma,
§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
requererá ao juízo competente que, em caráter cautelar,
13.840, de 2019)

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§ 8º Feita a avaliação e dirimidas eventuais finalidade. (Incluído pela Medida Provisória nº 885,
divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, de 2019)
homologará o valor atribuído aos bens e determinará § 1º Os depósitos a que se refere o caput serão
sejam alienados em leilão. repassados pela Caixa Econômica Federal para a Conta
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº Única do Tesouro Nacional, independentemente de
13.840, de 2019) qualquer formalidade, no prazo de vinte e quatro horas,
§ 9º Realizado o leilão, permanecerá depositada em contado do momento da realização do
conta judicial a quantia apurada, até o final da ação penal depósito. (Incluído pela Medida Provisória nº 885,
respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente de 2019)
com os valores de que trata o § 3º deste artigo. § 2º Na hipótese de absolvição do acusado em
§ 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº decisão judicial, o valor do depósito será devolvido ao
13.840, de 2019) acusado pela Caixa Econômica Federal no prazo de até três
dias úteis, acrescido de juros, na forma estabelecida pelo §
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos
4º do art. 39 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de
interpostos contra as decisões proferidas no curso do
1995 . (Incluído pela Medida Provisória nº 885, de
procedimento previsto neste artigo.
2019)
§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento
13.840, de 2019)
em favor da União, o valor do depósito será transformado
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4º em pagamento definitivo, respeitados os direitos de
deste artigo, recaindo a autorização sobre veículos, eventuais lesados e de terceiros de boa-fé. (Incluído
embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle
§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica
a expedição de certificado provisório de registro e
Federal, por decisão judicial, serão efetuados como
licenciamento, em favor da autoridade de polícia judiciária
anulação de receita do Fundo Nacional Antidrogas no
ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando estes
exercício em que ocorrer a devolução. (Incluído pela
livres do pagamento de multas, encargos e tributos
Medida Provisória nº 885, de 2019)
anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que
decretar o seu perdimento em favor da União. § 5º A Caixa Econômica Federal manterá o controle
dos valores depositados ou devolvidos. (Incluído
§ 11. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
13.840, de 2019)
Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores
§ 12. Na alienação de veículos, embarcações ou
referentes ao produto da alienação ou a numerários
aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão de registro
apreendidos ou que tenham sido convertidos deve ser
equivalente procederá à regularização dos bens no prazo
efetuado na Caixa Econômica Federal, por meio de
de trinta dias, de modo que o arrematante ficará livre do
documento de arrecadação destinado a essa
pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem
finalidade. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo
proprietário. (Incluído pela Medida Provisória nº § 1º Os depósitos a que se refere o caput deste
885, de 2019) artigo devem ser transferidos, pela Caixa Econômica
Federal, para a conta única do Tesouro Nacional,
§ 13. Na hipótese de que trata o § 12, a autoridade
independentemente de qualquer formalidade, no prazo de
de trânsito ou o órgão de registro equivalente poderá
24 (vinte e quatro) horas, contado do momento da
emitir novos identificadores dos bens. (Incluído pela
realização do depósito, onde ficarão à disposição do
Medida Provisória nº 885, de 2019)
Funad. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores
§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em
referentes ao produto da alienação ou relacionados a
decisão judicial, o valor do depósito será devolvido a ele
numerários apreendidos ou que tenham sido convertidos,
pela Caixa Econômica Federal no prazo de até 3 (três) dias
serão efetuados na Caixa Econômica Federal, por meio de
úteis, acrescido de juros, na forma estabelecida pelo § 4º
documento de arrecadação destinado a essa
do art. 39 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de
1995. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
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§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento § 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº


em favor da União, o valor do depósito será transformado 13.886, de 2019)
em pagamento definitivo, respeitados os direitos de § 4º Transitada em julgado a sentença
eventuais lesados e de terceiros de boa- condenatória, o juiz do processo, de ofício ou a
fé. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad
§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos
Federal, por decisão judicial, devem ser efetuados como em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em
anulação de receita do Funad no exercício em que ocorrer que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder
a devolução. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) estejam, para os fins de sua destinação nos termos da
§ 5º A Caixa Econômica Federal deve manter o legislação vigente.
controle dos valores depositados ou § 4º-A. Antes de encaminhar os bens ao órgão gestor
devolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) do Funad, o juíz deve: (Incluído pela Lei nº 13.886,
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz de 2019)
decidirá sobre o perdimento do produto, bem ou valor I – ordenar às secretarias de fazenda e aos órgãos de
apreendido, seqüestrado ou declarado indisponível. registro e controle que efetuem as averbações necessárias,
Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá caso não tenham sido realizadas quando da apreensão;
sobre: (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019) e (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

I - o perdimento do produto, bem, direito ou valor II – determinar, no caso de imóveis, o registro de


apreendido ou objeto de medidas assecuratórias; propriedade em favor da União no cartório de registro de
e (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) imóveis competente, nos termos do caput e do parágrafo
único do art. 243 da Constituição Federal, afastada a
II - o levantamento dos valores depositados em
responsabilidade de terceiros prevista no inciso VI
conta remunerada e a liberação dos bens utilizados nos
do caput do art. 134 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de
termos do art. 62. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
1966 (Código Tributário Nacional), bem como determinar à
2019)
Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio
§ 1º Os valores apreendidos em decorrência dos da União a incorporação e entrega do imóvel, tornando-o
crimes tipificados nesta Lei e que não forem objeto de livre e desembaraçado de quaisquer ônus para sua
tutela cautelar, após decretado o seu perdimento em destinação. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad.
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840,
§ 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos em de 2019)
decorrência dos crimes tipificados nesta Lei ou objeto de
§ 6º Na hipótese do inciso II do caput , decorridos
medidas assecuratórias, após decretado seu perdimento
360 (trezentos e sessenta) dias do trânsito em julgado e do
em favor da União, serão revertidos diretamente ao
conhecimento da sentença pelo interessado, os bens
Funad. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
apreendidos, os que tenham sido objeto de medidas
§ 2º Compete à Senad a alienação dos bens assecuratórias ou os valores depositados que não forem
apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo reclamados serão revertidos ao Funad. (Incluído
perdimento já tenha sido decretado em favor da União. pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição será
relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos, conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado,
indicando o local em que se encontram e a entidade ou o podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à
órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua conservação de bens, direitos ou valores. (Incluído
destinação nos termos da legislação pela Lei nº 13.840, de 2019)
vigente. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 63-B. O juiz determinará a liberação total ou
§ 3º A Senad poderá firmar convênios de parcial dos bens, direitos e objeto de medidas
cooperação, a fim de dar imediato cumprimento ao assecuratórias quando comprovada a licitude de sua
estabelecido no § 2º deste artigo. (Revogado pela origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e
Medida Provisória nº 885, de 2019) valores necessários e suficientes à reparação dos danos e
ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas
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decorrentes da infração penal. (Incluído pela Lei nº § 4º Na alienação de veículos, embarcações ou


13.840, de 2019) aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão de registro
Art. 63-C. Compete à Secretaria Nacional de equivalente procederá à regularização dos bens no prazo
Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça e Segurança de trinta dias, de modo que o arrematante ficará livre do
Pública proceder à destinação dos bens apreendidos e não pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem
leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento seja prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo
decretado em favor da União, por meio das seguintes proprietário. (Incluído pela Medida Provisória nº
modalidades: (Incluído pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
885, de 2019) § 5º Na hipótese do § 4º, a autoridade de trânsito
I - alienação, mediante: (Incluído pela Medida ou o órgão de registro equivalente poderá emitir novos
Provisória nº 885, de 2019) identificadores dos bens. (Incluído pela Medida
Provisória nº 885, de 2019)
a) licitação; (Incluído pela Medida Provisória
nº 885, de 2019) § 6º A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas
do Ministério da Justiça e Segurança Pública poderá
b) doação com encargo a entidades ou órgãos
celebrar convênios ou instrumentos congêneres com
públicos que contribuam para o alcance das finalidades do
órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito
Fundo Nacional Antidrogas; ou (Incluído pela
Federal ou dos Municípios, a fim de dar imediato
Medida Provisória nº 885, de 2019)
cumprimento ao estabelecido neste artigo. (Incluído
c) venda direta, observado o disposto no inciso II pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
§ 7º Observados os procedimentos licitatórios
1993 ; (Incluído pela Medida Provisória nº 885, de
previstos em lei, fica autorizada a contratação da iniciativa
2019)
privada para a execução das ações de avaliação,
II - incorporação ao patrimônio de órgão da administração e alienação dos bens a que se refere esta
administração pública, observadas as finalidades do Fundo Lei. (Incluído pela Medida Provisória nº 885, de
Nacional Antidrogas; (Incluído pela Medida 2019)
Provisória nº 885, de 2019)
Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça e
III - destruição; ou (Incluído pela Medida Segurança Pública regulamentar os procedimentos
Provisória nº 885, de 2019) relativos à administração, à preservação e à destinação
IV - inutilização. (Incluído pela Medida dos recursos provenientes de delitos e atos ilícitos e
Provisória nº 885, de 2019) estabelecer os valores abaixo dos quais se deve proceder à
sua destruição ou inutilização. (Incluído pela
§ 1º A alienação por meio de licitação será na
Medida Provisória nº 885, de 2019)
modalidade leilão, para bens móveis e imóveis,
independentemente do valor de avaliação, isolado ou Art. 63-C. Compete à Senad, do Ministério da Justiça
global, de bem ou de lotes, assegurada a venda pelo maior e Segurança Pública, proceder à destinação dos bens
lance, por preço que não seja inferior a cinquenta por apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo
cento do valor da avaliação. (Incluído pela Medida perdimento seja decretado em favor da União, por meio
Provisória nº 885, de 2019) das seguintes modalidades: (Incluído pela Lei nº
13.886, de 2019)
§ 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º será
amplamente divulgado em jornais de grande circulação e I – alienação, mediante: (Incluído pela Lei nº
em sítios eletrônicos oficiais, principalmente no Município 13.886, de 2019)
em que será realizado, dispensada a publicação em diário a) licitação; (Incluído pela Lei nº 13.886, de
oficial. (Incluído pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
2019)
b) doação com encargo a entidades ou órgãos
§ 3º Nas alienações realizadas por meio de sistema públicos, bem como a comunidades terapêuticas
eletrônico da administração pública, a publicidade dada acolhedoras que contribuam para o alcance das
pelo sistema substituirá a publicação em diário oficial e em finalidades do Funad; ou (Incluído pela Lei nº
jornais de grande circulação. (Incluído pela Medida 13.886, de 2019)
Provisória nº 885, de 2019)
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c) venda direta, observado o disposto no inciso II § 8º Observados os procedimentos licitatórios


do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de previstos em lei, fica autorizada a contratação da iniciativa
1993; (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) privada para a execução das ações de avaliação, de
II – incorporação ao patrimônio de órgão da administração e de alienação dos bens a que se refere esta
administração pública, observadas as finalidades do Lei. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
Funad; (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça e
III – destruição; ou (Incluído pela Lei nº 13.886, Segurança Pública regulamentar os procedimentos
de 2019) relativos à administração, à preservação e à destinação
dos recursos provenientes de delitos e atos ilícitos e
IV – inutilização. (Incluído pela Lei nº 13.886,
estabelecer os valores abaixo dos quais se deve proceder à
de 2019)
sua destruição ou inutilização. (Incluído pela Lei nº
§ 1º A alienação por meio de licitação deve ser 13.886, de 2019)
realizada na modalidade leilão, para bens móveis e
Art. 63-E. O produto da alienação dos bens
imóveis, independentemente do valor de avaliação,
apreendidos ou confiscados será revertido integralmente
isolado ou global, de bem ou de lotes, assegurada a venda
ao Funad, nos termos do parágrafo único do art. 243 da
pelo maior lance, por preço não inferior a 50% (cinquenta
Constituição Federal, vedada a sub-rogação sobre o valor
por cento) do valor da avaliação. (Incluído pela Lei
da arrematação para saldar eventuais multas, encargos ou
nº 13.886, de 2019)
tributos pendentes de pagamento. (Incluído pela
§ 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º deste Lei nº 13.886, de 2019)
artigo será amplamente divulgado em jornais de grande
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo
circulação e em sítios eletrônicos oficiais, principalmente
não prejudica o ajuizamento de execução fiscal em relação
no Município em que será realizado, dispensada a
aos antigos devedores. (Incluído pela Lei nº
publicação em diário oficial. (Incluído pela Lei nº
13.886, de 2019)
13.886, de 2019)
Art. 63-F. Na hipótese de condenação por infrações
§ 3º Nas alienações realizadas por meio de sistema
às quais esta Lei comine pena máxima superior a 6 (seis)
eletrônico da administração pública, a publicidade dada
anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como
pelo sistema substituirá a publicação em diário oficial e em
produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à
jornais de grande circulação. (Incluído pela Lei nº
diferença entre o valor do patrimônio do condenado e
13.886, de 2019)
aquele compatível com o seu rendimento
§ 4º Na alienação de imóveis, o arrematante fica lícito. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
livre do pagamento de encargos e tributos anteriores, sem
§ 1º A decretação da perda prevista no caput deste
prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo
artigo fica condicionada à existência de elementos
proprietário. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
probatórios que indiquem conduta criminosa habitual,
§ 5º Na alienação de veículos, embarcações ou reiterada ou profissional do condenado ou sua vinculação
aeronaves deverão ser observadas as disposições dos §§ a organização criminosa. (Incluído pela Lei nº
13 e 15 do art. 61 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
13.886, de 2019)
§ 2º Para efeito da perda prevista no caput deste
§ 6º Aplica-se às alienações de que trata este artigo a artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos os
proibição relativa à cobrança de multas, encargos ou bens: (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
tributos prevista no § 14 do art. 61 desta
I – de sua titularidade, ou sobre os quais tenha
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
domínio e benefício direto ou indireto, na data da infração
§ 7º A Senad, do Ministério da Justiça e Segurança penal, ou recebidos posteriormente; e (Incluído
Pública, pode celebrar convênios ou instrumentos pela Lei nº 13.886, de 2019)
congêneres com órgãos e entidades da União, dos Estados,
II – transferidos a terceiros a título gratuito ou
do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como com
mediante contraprestação irrisória, a partir do início da
comunidades terapêuticas acolhedoras, a fim de dar
atividade criminal. (Incluído pela Lei nº 13.886, de
imediato cumprimento ao estabelecido neste
2019)
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

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§ 3º O condenado poderá demonstrar a inexistência substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e


da incompatibilidade ou a procedência lícita do outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS nº 344,
patrimônio. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) de 12 de maio de 1998.
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei nº
firmar convênio com os Estados, com o Distrito Federal e 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e
com organismos orientados para a prevenção do uso do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às
indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e do
usuários ou dependentes e a atuação na repressão à fornecimento de dados necessários à atualização do
produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas
vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela polícias judiciárias.
arrecadados, para a implantação e execução de programas Art. 67-A. Os gestores e entidades que recebam
relacionados à questão das drogas. recursos públicos para execução das políticas sobre drogas
TÍTULO V deverão garantir o acesso às suas instalações, à
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL documentação e a todos os elementos necessários à
efetiva fiscalização pelos órgãos competentes. (Incluído
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-
pela Lei nº 13.840, de 2019)
intervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e
do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros,
espírito das Convenções das Nações Unidas e outros destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na
instrumentos jurídicos internacionais relacionados à prevenção do uso indevido de drogas, atenção e
questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo reinserção social de usuários e dependentes e na
brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito
países e organismos internacionais e, quando necessário, de drogas.
deles solicitará a colaboração, nas áreas de: Art. 69. No caso de falência ou liquidação
I - intercâmbio de informações sobre legislações, extrajudicial de empresas ou estabelecimentos
experiências, projetos e programas voltados para hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim
atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de como nos serviços de saúde que produzirem, venderem,
reinserção social de usuários e dependentes de drogas; adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem
drogas ou de qualquer outro em que existam essas
II - intercâmbio de inteligência policial sobre
substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual
produção e tráfico de drogas e delitos conexos, em
tramite o feito:
especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o
desvio de precursores químicos; I - determinar, imediatamente à ciência da falência
ou liquidação, sejam lacradas suas instalações;
III - intercâmbio de informações policiais e judiciais
sobre produtores e traficantes de drogas e seus II - ordenar à autoridade sanitária competente a
precursores químicos. urgente adoção das medidas necessárias ao recebimento e
guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;
TÍTULO V-A
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
acompanhar o feito.
DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS SOBRE
§ 1º Da licitação para alienação de substâncias ou
DROGAS
produtos não proscritos referidos no inciso II do caput
Art. 65-A . (VETADO). (Incluído pela Lei nº deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas
13.840, de 2019) regularmente habilitadas na área de saúde ou de pesquisa
TÍTULO VI científica que comprovem a destinação lícita a ser dada ao
produto a ser arrematado.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º deste
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do
artigo, o produto não arrematado será, ato contínuo à
art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da
hasta pública, destruído pela autoridade sanitária, na
lista mencionada no preceito, denominam-se drogas

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presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Art. 75. Revogam-se a Lei nº 6.368, de 21 de
Ministério Público. outubro de 1976, e a Lei nº 10.409, de 11 de janeiro de
§ 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas 2002.
especialidades farmacêuticas em condições de emprego Brasília, 23 de agosto de 2006; 185º da
terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Independência e 118º da República.
Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
saúde.
Márcio Thomaz Bastos
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes
Guido Mantega
previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito
transnacional, são da competência da Justiça Federal. Jorge Armando Felix

Parágrafo único. Os crimes praticados nos Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.8.2006
Municípios que não sejam sede de vara federal serão *
processados e julgados na vara federal da circunscrição
respectiva.
LEI 11.343 DE 2006
Art. 71. (VETADO)
LEI DE DROGAS
Art. 72. Sempre que conveniente ou necessário, o
juiz, de ofício, mediante representação da autoridade de
polícia judiciária, ou a requerimento do Ministério Público, DIVISÃO DA LEI DE DROGAS
determinará que se proceda, nos limites de sua jurisdição 1. PARTE ADMINISTRATIVA (Art. 1º ao 26-A)
e na forma prevista no § 1º do art. 32 desta Lei, à
✓ SISNAD –
destruição de drogas em processos já encerrados.
✓ Prevenção do uso indevido de drogas –
Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o
inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante representação ✓ Atenção usuários e dependentes de
do delegado de polícia ou a requerimento do Ministério drogas;
Público, determinará a destruição das amostras guardadas ✓ Reinserção social de usuários e
para contraprova, certificando isso nos dependentes de drogas;
autos. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
✓ Das internações;
Art. 72. Encerrado o processo criminal ou
✓ Do acolhimento em comunidade
arquivado o inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante
terapêutica acolhedora;
representação da autoridade de polícia judiciária, ou a
requerimento do Ministério Público, determinará a
destruição das amostras guardadas para contraprova, 2. PARTE CRIMINAL (art. 27 ao Art. 48)
certificando nos autos. (Redação dada pela Lei nº ✓ Dos Crimes em espécie;
13.840, de 2019)
Art. 73. A União poderá celebrar convênios com os
3. PARTE PROCESSUAL (art. 49 ao 75)
Estados visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e
do uso indevido de drogas.
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com CAPÍTULO III
os Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção DOS CRIMES E DAS PENAS
e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e
com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso
indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS CRIMES –
social de usuários e dependentes de drogas. (Redação 1. Objeto Material –
dada pela Lei nº 12.219, de 2010)
1.1. Norma Penal em branco heterogênea –
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e
1.2. Regra –
cinco) dias após a sua publicação.
1.3. Exceção –

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2. Bem Jurídico Protegido – § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste
2.1. Regra – artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco)
meses.
2.2. Exceção –
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos
incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo
3. Lesão ao bem jurídico protegido – prazo máximo de 10 (dez) meses.
3.1. Crime de perigo abstrato – § 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida
3.2. Crime de perigo concreto – em programas comunitários, entidades educacionais ou
assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres,
públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem,
4. Sujeito Passivo – preferencialmente, da prevenção do consumo ou da
5. Sujeito Ativo – recuperação de usuários e dependentes de drogas.
5.1. Regra – § 6º Para garantia do cumprimento das medidas
5.2. Exceção – educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a
que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz
submetê-lo, sucessivamente a:
6. Elemento Subjetivo –
I - admoestação verbal;
6.1. Regra –
II - multa.
6.2. Exceção –
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à
disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de
7. Natureza Hedionda – saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento
especializado.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere
PORTE DE DROGAS PARA O CONSUMO PESSOAL –
o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem
substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um,
Público e o defensor. segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, mínimo.
drogas sem autorização ou em desacordo com Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da
determinação legal ou regulamentar será submetido às multa a que se refere o § 6º do art. 28 serão creditados à
seguintes penas: conta do Fundo Nacional Antidrogas.
I - advertência sobre os efeitos das drogas; Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a
II - prestação de serviços à comunidade; execução das penas, observado, no tocante à interrupção
III - medida educativa de comparecimento a programa ou do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código
curso educativo. Penal.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu Classificação do crime –


consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
destinadas à preparação de pequena quantidade de
1. Natureza Jurídica –
substância ou produto capaz de causar dependência física
ou psíquica. 1.1. Contexto histórico –

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo • Antiga Lei de Drogas – Lei N. 6.368/76 –
pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da Art. 16. Adquirir, guardar ou trazer consigo, para
substância apreendida, ao local e às condições em que se o uso próprio, substância entorpecente ou que
desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, determine dependência física ou psíquica, sem
bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
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autorização ou em desacordo com determinação TURMA, Data de Publicação: DJe


legal ou regulamentar: 01/02/2010).
Pena - Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 1.4. Crítica doutrinária – descarceirização –
anos, e pagamento de (vinte) a 50 (cinqüenta) 1.5. Repercussão Geral no Recurso Extraordinário
dias-multa. nº 635.659 – constitucionalidade do artigo 28
da Lei de Drogas –
• Atual Lei de Drogas – Lei 11.343/06 – Há pendente de julgamento no STF matéria
Art. 28. (...) às seguintes penas: acerca da constitucionalidade do artigo 28 da Lei
de Drogas, especialmente sobre a legitimidade
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
da tutela do direito penal em contraposição às
II - prestação de serviços à comunidade;
garantias constitucionais da intimidade e da vida
III - medida educativa de comparecimento a
privada, para decidir sobre a tipicidade do porte
programa ou curso educativo.
de droga para consumo pessoal.
• Ausência de Pena Privativa de Liberdade –
Reclusão e Detenção –
2. Reincidência –
2.1. Lei de Drogas – Art. 28, § 4º Em caso de
• Lei de introdução do Código Penal –
reincidência, as penas previstas nos incisos II e III
DECRETO-LEI Nº 3.914/1941.
do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo
Art 1º Considera-se crime a infração penal máximo de 10 (dez) meses.
que a lei comina pena de reclusão ou de
2.2. Reincidência Específica – Já na reincidência
detenção, quer isoladamente, quer
específica é exigido que os delitos sejam da
alternativa ou cumulativamente com a
mesma natureza, ou seja, se não estiverem
pena de multa; contravenção, a infração
previstos no mesmo dispositivo legal devem ao
penal a que a lei comina, isoladamente,
menos apresentarem caracteres fundamentais
pena de prisão simples ou de multa, ou
comuns.
ambas, alternativa ou cumulativamente.
(https://jus.com.br/artigos/4009/efeitos-da-
reincidencia-de-acordo-com-a-doutrina)
1.2. Tese defendida por Luiz Flávio Gomes e
STJ: A reincidência de que trata o § 4º do art. 28 da
Rogério Sanches Cunha –
Lei nº 11.343/2006 é a específica –
• Abolitio criminis – Descriminalização –
• Infração Penal Sui Generis – 1. A melhor exegese, segundo a interpretação
1.3. Plenário do Supremo Tribunal Federal – topográfica, essencial à hermenêutica, é de que os
Despenalização – parágrafos não são unidades autônomas, estando
direcionados pelo caput do artigo a que se referem.
• "O Plenário do Supremo Tribunal Federal,
2. Embora não conste da letra da lei, é forçoso
por ocasião do julgamento de Questão de
concluir que a reincidência de que trata o § 4º do
Ordem suscitada nos autos do RE 430105
art. 28 da Lei 11.343/2006 é a específica. Revisão do
QO/RJ, rejeitou as teses de abolitio
entendimento.
criminis e infração penal sui generis para o
3. Aquele que reincide no contato típico com drogas
crime previsto no art. 28 da Lei 11.343/06,
para consumo pessoal fica sujeito a resposta penal
afirmando a natureza de crime da conduta
mais severa: prazo máximo de 10 meses.
perpetrada pelo usuário de drogas, não
4. Condenação anterior por crime de roubo não
obstante a despenalização". RE 430105
impede a aplicação das penas do art. 28, II e III, da
2811.3432. Ordem denegada. (90090 DF
Lei 11.343/06, com a limitação de 5 meses de que
2007/0210677-3, Relator: Ministro
dispõe o § 3º do referido dispositivo legal.
ARNALDO ESTEVES LIMA, Data de
5. Recurso improvido.(REsp 1771304/ES, Rel.
Julgamento: 03/12/2009, T5 - QUINTA

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Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado droga para consumo próprio, que conquanto seja
em 10/12/2019, DJe 12/12/2019) crime, é punida apenas com "advertência sobre os
Reincidência Genérica – A reincidência genérica não efeitos das drogas", "prestação de serviços à
exige que os delitos sejam da mesma natureza, ou comunidade" e "medida educativa de
seja, podem ser quaisquer crimes, previstos em comparecimento a programa ou curso educativo",
dispositivos legais diversos, que afetem qualquer tipo mormente se se considerar que em casos tais não há
de bem jurídico. qualquer possibilidade de conversão em pena
(https://jus.com.br/artigos/4009/efeitos-da- privativa de liberdade pelo descumprimento, como
reincidencia-de-acordo-com-a-doutrina) no caso das penas substitutivas.

A condenação pelo art. 28 da Lei 11.343/2006 (porte 3. Há de se considerar, ainda, que a própria
de droga para uso próprio) NÃO configura constitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas,
reincidência – que está cercado de acirrados debates acerca da
4. (...) Contudo, as condenações anteriores por legitimidade da tutela do direito penal em
contravenções penais não são aptas a gerar contraposição às garantias constitucionais da
reincidência, tendo em vista o que dispõe o art. 63 do intimidade e da vida privada, está em discussão
Código Penal, que apenas se refere a crimes perante o Supremo Tribunal Federal, que admitiu
anteriores. E, se as contravenções penais, puníveis Repercussão Geral no Recurso Extraordinário nº
com pena de prisão simples, não geram reincidência, 635.659 para decidir sobre a tipicidade do porte de
mostra-se desproporcional o delito do art. 28 da Lei droga para consumo pessoal.
n. 11.343/2006 configurar reincidência, tendo em 4. E, em face dos questionamentos acerca da
vista que nem é punível com pena privativa de proporcionalidade do direito penal para o controle do
liberdade. consumo de drogas em prejuízo de outras medidas
5. Nesse sentido, a Sexta Turma deste Superior de natureza extrapenal relacionadas às políticas de
Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp n. redução de danos, eventualmente até mais severas
1.672.654/SP, da relatoria da Ministra MARIA para a contenção do consumo do que aquelas
THEREZA, julgado em 21/8/2018, proferiu julgado previstas atualmente, o prévio apenamento por
considerando desproporcional o reconhecimento da porte de droga para consumo próprio, nos termos do
reincidência por condenação pelo delito anterior do artigo 28 da Lei de Drogas, não deve constituir causa
art. 28 da Lei n. 11.343/2006. geradora de reincidência.
6. Para aplicação da causa de diminuição de pena do 5. Recurso improvido. (REsp 1672654/SP, Rel.
art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006, o condenado Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
deve preencher, cumulativamente, todos os TURMA, julgado em 21/08/2018, DJe 30/08/2018)
requisitos legais, quais sejam, ser primário, de bons STJ: 1. "Em face dos questionamentos acerca da
antecedentes, não se dedicar a atividades criminosas proporcionalidade do direito penal para o
nem integrar organização criminosa, podendo a controle do consumo de drogas em prejuízo de
reprimenda ser reduzida de 1/6 (um sexto) a 2/3
outras medidas de natureza extrapenal
(dois terços), a depender das circunstâncias do caso
relacionadas às políticas de redução de danos,
concreto. No caso, tendo em vista que a reincidência
eventualmente até mais severas para a
foi o único fundamento para não aplicar a benesse e
tendo sido afastada a agravante, de rigor a aplicação contenção do consumo do que aquelas previstas
da redutora. (HC 453.437/SP, Rel. Ministro atualmente, o prévio apenamento por porte de
REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, droga para consumo próprio, nos termos do
julgado em 04/10/2018, DJe 15/10/2018) artigo 28 da Lei de Drogas, não deve constituir
causa geradora de reincidência" (RESP
STJ – (...) 1.672.654/SP, Rel. Ministra Maria THEREZA DE
2. Todavia, se a contravenção penal, punível com Assis MOURA, SEXTA TURMA, julgado em
pena de prisão simples, não configura reincidência, 21/08/2018, DJe 30/08/2018). 2. Agravo
resta inequivocamente desproporcional a regimental não provido. (STJ; AgRg-AREsp
consideração, para fins de reincidência, da posse de 1.366.654; Proc. 2018/0246451-3; SP; Quinta
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Turma; Rel. Min. Ribeiro Dantas; Julg. 16⁄2⁄2017, DJe 24⁄2⁄2017)” (AgRg no HC
13/12/2018; DJE 19/12/2018; Pág. 4767) 448.115/SP, j. 23/04/2019)

3. Núcleos do tipo – 5. Procedimento Criminal –

• Adquirir, guardar, tiver em depósito, 5.1. Infração de menor potencial ofensivo –


transportar ou trouxer consigo, para Lei N. 9.099 de 1995 – Art. 61. Consideram-se
consumo pessoal; infrações penais de menor potencial ofensivo, para
• Usar; Consumir; Uso pretérito de drogas - os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os
Fato atípico – crimes a que a lei comine pena máxima não superior
a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
Lei de Drogas – Art. 48, §1º - O agente de qualquer
4. Objeto material –
das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se
4.1. Drogas – houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33
4.2. Plantas – Art. 28, § 1º Às mesmas medidas a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma
submete-se quem, para seu consumo pessoal, dos arts. 60 e seguintes da Lei 9.099/95, que dispõe
semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à sobre os Juizados Especiais Criminais
preparação de pequena quantidade de
substância ou produto capaz de causar Lei de Drogas – Art. 48, §5º - “para os fins do
dependência física ou psíquica. disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de 1995, que
4.3. Necessidade de exame toxicológico – dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o
• Necessária apreensão da substância para Ministério Público poderá propor a aplicação
realização de exame químico toxicológico e imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser
assim comprovar a materialidade do delito especificada na proposta.”
(BRASILEIRO, Renato, Legislação Criminal
Especial Comentada, 6ª Ed. JusPodivm, 2018, STF – As infrações atribuídas ao usuário de drogas
p. 985). serão submetidas ao rito estabelecido para os crimes
de menor potencial ofensivo, possibilitando até
• SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – A
mesmo a proposta de aplicação imediata da pena de
comprovação da materialidade do delito de
que trata o art. 76 da L. 9.099/95 (art. 48, §§ 1º e
posse de drogas para uso próprio (artigo 28 da
5º); (STF; 1ª Turma; Recurso Extraordinário; 430105
Lei n.11.343/06) exige a elaboração de laudo
QO / RJ - Rio de Janeiro; 13 fev. 2007)
de constatação da substância entorpecente
que evidencie a natureza e a quantidade da
substância apreendida. 5.2. Analise para diferenciação entre “Drogas para
Vários precedentes desta tese versavam sobre consumo pessoal” e “Drogas para tráfico” –
a punição da posse de drogas no interior de • Sistema de quantificação Legal - A lei traz
estabelecimentos prisionais, o que, além das uma quantidade diária que cada pessoa
consequências estabelecidas na Lei 11.343/06, poderá adquirir para consumo pessoal. Assim,
provoca a responsabilização por falta grave: se aquela pessoa for encontrada com
• “A jurisprudência do STJ firmou “a orientação substância e essa quantidade não for superior
no sentido da imprescindibilidade do laudo a permitida em lei, não há que se falar em
toxicológico para comprovar a materialidade tráfico de drogas.
da infração disciplinar e a natureza da • Sistema de quantificação Judicial - De modo
substância encontrada com o apenado no diverso, esse sistema não traz uma
interior de estabelecimento prisional” (HC n. quantidade predefinida. Cabe ao juiz, na
373.648⁄MG, Rel. Min. JOEL ILAN análise do caso concreto, decidir se aquela
PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em pessoa é traficante ou não.

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Art. 28 – § 2º Para determinar se a droga desobediência quando a lei extrapenal não


destinava-se a consumo pessoal, o juiz trouxer previsão expressa acerca da
atenderá à natureza e à quantidade da possibilidade de sua cumulação com outras
substância apreendida, ao local e às condições sanções de natureza civil ou
em que se desenvolveu a ação, às administrativa.” (HC - 15.596 - SP;
circunstâncias sociais e pessoais, bem como à 28/02/2005)
conduta e aos antecedentes do agente.

6.5. Art. 28, §6º - instrumentos acessórios na


6. Penas Aplicadas ao condenado pelo art. 28 – aplicação da pena – Medidas Coercitivas –
Art. 28 – (...) Art. 28 – § 6º Para garantia do
cumprimento das medidas educativas a
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
que se refere o caput, nos incisos I, II e III,
II - prestação de serviços à comunidade; a que injustificadamente se recuse o
III - medida educativa de comparecimento a agente, poderá o juiz submetê-lo,
programa ou curso educativo. sucessivamente a:
I - admoestação verbal;II - multa.
6.1. Ausência de Pena Privativa de Liberdade – 6.6. Pagamento de multa –
6.2. Aplicação – Multa da lei de drogas Multa no Código Penal
Lei de Drogas – Art. 27. As penas previstas neste (art.28 – § 6º, II) (art.49 )
Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou Medida coercitiva Pena autônoma.
cumulativamente, bem como substituídas a
A multa será destinada ao A multa será destinada ao
qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o
Fundo Nacional fundo penitenciário
defensor.
Antidrogas.
O valor será fixado dias- O valor será fixado e
6.3. Prazos das penas – multa, em quantidade calculada em dias-multa.
Lei de Drogas – Art. 28 – § 3º As penas previstas nunca inferior a 40 Será, no mínimo, de 10 (dez)
nos incisos II e III do caput deste artigo serão (quarenta) nem superior a e, no máximo, de 360
aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. 100 (cem), (trezentos e sessenta) dias-
multa.
Lei de Drogas – Art. 28 – § 4º Em caso de
reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do
caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo 7. Prescrição
máximo de 10 (dez) meses.
Prescrição na Lei de Drogas –
Lei de Drogas – Art. 28 – § 5º A prestação de
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a
serviços à comunidade será cumprida em
execução das penas, observado, no tocante à
programas comunitários, entidades educacionais
interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e
ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos
seguintes do Código Penal.
congêneres, públicos ou privados sem fins
lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da
prevenção do consumo ou da recuperação de Prescrição no Código Penal –
usuários e dependentes de drogas.
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado
a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110
6.4. Descumprimento das penas – deste Código, regula-se pelo máximo da pena
privativa de liberdade cominada ao crime,
• Descaracterização do crime de
verificando-se:
desobediência – STJ: “Esta Corte Federal
Superior firmou já entendimento no sentido VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior
de que não há falar em crime de a 1 (um) ano.
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Redução dos prazos de prescrição – depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda
prescrição quando o criminoso era, ao tempo do que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da determinação legal ou regulamentar:
sentença, maior de 70 (setenta) anos. Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos)
dias-multa.
TÍTULO IV
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS 1. Mandado constitucional de criminalização -
1.1. CF/88 - Art. 5° - XLIII - a lei considerará crimes
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
CAPÍTULO I
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes
DISPOSIÇÕES GERAIS e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade crimes hediondos, por eles respondendo os
competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, mandantes, os executores e os que, podendo evitá-
preparar, possuir, manter em depósito, importar, los, se omitirem.
exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, 1.2. Natureza: Crime Equiparado a hediondo –
oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para
1.3. Crimes Equiparados a hediondos na Lei de Drogas
qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua
preparação, observadas as demais exigências legais. 1.4. Consequências em virtude da natureza hedionda –

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente • Vedação aos institutos da: fiança, graça,
destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, anistia e indulto.
que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, • Possibilidade de cabimento de Regime
de tudo lavrando auto de levantamento das condições Semiaberto ou Aberto –
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as
STF reafirma jurisprudência que veda regime
medidas necessárias para a preservação da
prisional baseado apenas na hediondez do crime -
prova. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
O Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou sua
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961,
jurisprudência dominante no sentido da
de 2014)
inconstitucionalidade da fixação de regime inicial
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, fechado para cumprimento de pena com base
de 2014) exclusivamente no artigo 2º, parágrafo 1º, da Lei
§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a 8.072/1990 (Lei de Crimes Hediondos). (...)
plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à Segundo ele, embora esteja consolidado no STF o
proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto nº entendimento de que é inviável a fixação do regime
2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a inicial fechado unicamente em razão da hediondez
autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do crime. (...) (Recurso Extraordinário com Agravo
do Meio Ambiente - Sisnama. (ARE) 1052700, de relatoria do ministro Edson
Fachin, 16 de novembro de 2017)
§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão
expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da Regime aberto a réu primário por tráfico de
Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor. drogas – Supremo reconhece regime aberto a réu
primário por tráfico de drogas –
CAPÍTULO II
É inadequado obrigar que um réu primário inicie o
DOS CRIMES cumprimento da pena em regime fechado,
especialmente depois de ter sido aplicada na
TRÁFICO DE DROGAS – sentença a cláusula de diminuição de pena porque
ele tem bons antecedentes. Assim entendeu a 1ª
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir,
Turma do Supremo Tribunal Federal, nesta terça-
fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em
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feira (4/10), ao conceder Habeas Corpus para um • Verbo remeter – Consumação – STJ: "Na
homem condenado a 1 ano e 8 meses de reclusão hipótese vertente, restou caracterizada a
por tráfico de drogas. (HC 125.188; 4 de outubro de conduta de remeter cocaína para o exterior,
2016) podendo ser enquadrada na modalidade
• Possibilidade de cabimento da Substituição da remeter ou exportar, conforme análise do juízo
pena privativa de liberdade por restritiva de competente. Não há falar em tentativa, mas em
direitos – consumação do crime de tráfico, pois houve a
completa realização do ato de execução com a
2ª Turma determina aplicação de penas restritivas
remessa da droga. Ressalte-se ser desnecessária
de direito a réu primário –
para a consumação do crime que a substância
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal entorpecente enviada chegue ao seu
(STF) concedeu Habeas Corpus (HC 130074), destinatário, o que configuraria mero
impetrado pela Defensoria Pública do Estado de exaurimento do delito. Aplicação do art. 70 do
São Paulo, para garantir a um condenado por Código de Processo Penal." (CC - 41.775 - RS; 26
tráfico de drogas a substituição da pena privativa de maio de 2004)
de liberdade por duas penas restritiva de direitos,
• Verbo adquirir – Consumação –
a serem estabelecidas pelo Juízo das Execuções
Criminais. A decisão foi tomada na sessão desta STJ: “A conduta consistente em negociar por
terça-feira (16), por unanimidade. (STF, 16 de telefone a aquisição de droga e também
fevereiro de 2016) disponibilizar o veículo que seria utilizado para o
transporte do entorpecente configura o crime de
tráfico de drogas em sua forma consumada - e
2. Classificação do crime – não tentada -, ainda que a polícia, com base em
2.1. Bem Jurídico protegido – indícios obtidos por interceptações telefônicas,
tenha efetivado a apreensão do material
2.2. Sujeito Passivo –
entorpecente antes que o investigado
2.3. Crime de Perigo Abstrato – efetivamente o recebesse. Inicialmente, registre-
2.4. Elemento Subjetivo – Dolo. se que o tipo penal em análise é de ação
2.5. Núcleos do tipo penal – 18 verbos - múltipla ou conteúdo variado, pois apresenta
várias formas de violação da mesma proibição,
• Crimes permanentes no art. 33 – expor à bastando, para a consumação do crime, a
venda, ter em depósito, transportar, trazer prática de uma das ações ali previstas.
consigo, guardar
STF: Segunda Turma do STF (HC 71.853-RJ, DJ
• Consumação – Geral – 19/5/1995) decidiu que a modalidade de tráfico
STJ: O tráfico de drogas é crime de ação "adquirir" completa-se no instante em que
múltipla e a prática de um dos verbos ocorre a avença entre comprador e vendedor.
contidos no art. 33, caput, da Lei n. De igual forma, conforme entendimento do STJ,
11.343/2006 é suficiente para a incide no tipo penal, na modalidade "adquirir", o
consumação do delito. (Julgados: HC agente que, embora sem receber a droga,
437114/PR, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, concorda com o fornecedor quanto à coisa, não
QUINTA TURMA, julgado em 21/08/2018, havendo necessidade, para a configuração do
DJe 28/08/2018;) delito, de que se efetue a tradição da droga
• STJ – Grau de Pureza – Para a configuração adquirida, pois que a compra e venda se realiza
do delito de tráfico de drogas previsto no pelo consenso sobre a coisa e o preço (REsp
caput do art. 33 da Lei n. 11.343/2006, é 1.215-RJ, Sexta Turma, DJ 12/3/1990). Conclui-
desnecessária a aferição do grau de pureza se, pois, que a negociação com aquisição da
da substância apreendida. (Julgados: RHC droga e colaboração para seu transporte
57526/SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, constitui conduta típica, encontrando-se
QUINTA TURMA, julgado em 25/08/2015, presente a materialidade do crime de tráfico de
DJe 11/09/2015;)
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drogas. (HC 212.528-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, delitos de tráfico de drogas e uso de substância
julgado em 1º/9/2015, DJe 23/9/2015) entorpecente, pois são crimes de perigo abstrato ou
presumido, “sendo irrelevante para esse específico fim
a quantidade apreendida”. (REsp 1.637.113)
• Verbos prescrever ou ministrar –
STJ - “O princípio da insignificância não se aplica ao
Art. 33 – (...) prescrever, ministrar, (...) drogas,
uso e tráfico de drogas. Como esses são crimes de
ainda que gratuitamente, sem autorização ou
perigo abstrato, é irrelevante a quantidade da
em desacordo com determinação legal ou
substância apreendida. Com base nesse entendimento,
regulamentar:
a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça afastou a
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, insignificância e, em decisão unânime, determinou o
drogas, sem que delas necessite o paciente, ou recebimento de denúncia por prática de tráfico
fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo internacional em razão da importação clandestina de
com determinação legal ou regulamentar: 14 sementes de maconha por remessa postal.” (REsp
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 1.637.113; Brasília (DF), 06 de abril de 2017)
anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200
(duzentos) dias-multa. 3.2. Pela possibilidade da aplicação do Princípio da
Concurso de Crimes – Art. 282 do CP x Art. 33 Insignificância –
da Lei de Drogas – 2ª Turma anula condenação de mulher flagrada com
Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou 1g de maconha
farmacêutica A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF),
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a em sessão virtual, anulou a condenação por tráfico de
profissão de médico, dentista ou farmacêutico, drogas imposta a uma mulher flagrada com 1g de
sem autorização legal ou excedendo-lhe os maconha. Por maioria, o colegiado concedeu o Habeas
limites: Corpus (HC) 127573, seguindo o voto do relator,
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. ministro Gilmar Mendes, que entendeu aplicável ao
Parágrafo único - Se o crime é praticado com o caso o princípio da insignificância, pois a conduta
fim de lucro, aplica-se também multa. descrita nos autos não é capaz de lesionar ou colocar
em perigo a paz social, a segurança ou a saúde
STJ – Quando o agente no exercício irregular da
pública.
medicina prescreve substância caracterizada
como droga, resta configurado, em tese, o delito
do art. 282 do Código Penal, em concurso Desproporcionalidade –
formal com o art. 33, caput, da Lei n.
Em seu voto, o relator destacou que a resposta do
11.343/2006. Julgados: HC 139667/RJ, Rel.
Estado não foi adequada nem necessária para repelir o
Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA,
tráfico de 1g de maconha. Segundo Gilmar Mendes,
julgado em 17/12/2009, DJe 01/02/2010; HC
esse é um exemplo emblemático de flagrante
9126/GO, Rel. Ministro HAMILTON
desproporcionalidade na aplicação da pena em
CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em
hipóteses de quantidade irrisória de entorpecentes, e
05/12/2000, DJ 13/08/2001 p. 265. (Vide
não houve indícios de que a mulher teria anteriormente
Informativo de Jurisprudência N. 420) (Vide
comercializado quantidade maior de droga. De acordo
Jurisprudência em Teses N. 126 – TESE 6)
com o ministro, no âmbito dos crimes de tráfico de
drogas, a solução para a desproporcionalidade entre a
3. Princípio da Insignificância – Tema divergente – lesividade da conduta e a reprimenda estatal é a
adoção do princípio da insignificância.
3.1. Pela Impossibilidade da aplicação do Princípio da
Insignificância – O relator observou que o STF tem entendido que o
princípio da insignificância não se aplica ao delito de
[...] Em decisão monocrática, o ministro Jorge Mussi
tráfico, ainda que a quantidade de droga apreendida
acolheu o recurso, invocando entendimento do STJ
seja ínfima. Porém, considerou que a jurisprudência
segundo o qual não se aplica a insignificância aos
deve avançar na criação de critérios objetivos para
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separar o traficante de grande porte do traficante de 1. Classificação do crime –


pequenas quantidades, que vende drogas apenas em
1.1. Natureza –
razão de seu próprio vício.
• Conduta equiparada ao tráfico de
Para ele, se não houver uma clara comprovação da
drogas –
possibilidade de risco de dano da conduta, o
comportamento não deverá constituir crime, ainda que • Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15
o ato praticado se adeque à definição legal. “Em (quinze) anos e pagamento de 500
verdade, não haverá crime quando o comportamento (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos)
não for suficiente para causar um dano ou um perigo dias-multa.
efetivo de dano ao bem jurídico, diante da mínima 1.2. Núcleos do tipo –
ofensividade da conduta”, explicou. 1.3. Objeto Material – de plantas que se constituam
Seu voto foi seguido pelos ministros Celso de Mello e em matéria-prima para a preparação de drogas;
Ricardo Lewandowski. Ficaram vencidos os ministros 1.4. Sujeito Ativo –
Edson Fachin e Cármen Lúcia. (Terça-feira, 12 de
1.5. Elemento Subjetivo – Dolo.
novembro de 2019)
1.6. Diferença para o art. 28, §1º da Lei d Drogas –
Art. 28 – § 1º Às mesmas medidas submete-se
quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva
ARTIGO 33, §1, I, II, III, IV – Condutas equiparadas ao ou colhe plantas destinadas à preparação de
tráfico de drogas – pequena quantidade de substância ou produto
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: capaz de causar dependência física ou psíquica.
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire,
vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a
transporta, traz consigo ou guarda, ainda que propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância,
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com ou consente que outrem dele se utilize, ainda que
determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
insumo ou produto químico destinado à preparação de determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito
drogas; de drogas.
1. Classificação do crime – 1. Classificação do crime –
1.1. Natureza – 5.2. Natureza –
• Conduta equiparada ao tráfico de drogas – • Conduta equiparada ao tráfico de
• Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) drogas –
anos e pagamento de 500 (quinhentos) a • Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. (quinze) anos e pagamento de 500
1.2. Núcleos do tipo – (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos)
1.3. Objeto Material – matéria-prima, insumo ou dias-multa.
produto químico destinado à preparação de 5.3. Núcleos do tipo –
drogas; 5.4. Objeto Material – local ou bem de
1.4. Sujeito Ativo – qualquer natureza;
1.5. Elemento Subjetivo – Dolo. 5.5. Sujeito Ativo –
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou 5.6. Elemento Subjetivo – Dolo. Para o tráfico
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, ilícito de drogas.
de plantas que se constituam em matéria-prima para a 5.7. Auxílio para fins de uso indevido de drogas –
preparação de drogas; Art. 33, § 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém
ao uso indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274)

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Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e 9. Agente Provocador –


multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. • Sem prévia autorização judicial –
• Há instigação, provocação para que
ARTIGO 33, §3º – Agente Disfarçado – alguém pratique crime, sem que essa
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou pessoa tenha tal propósito –
produto químico destinado à preparação de drogas, sem • Crime impossível –
autorização ou em desacordo com a determinação legal ou
• Súmula 145 do STF –
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta Presença de elementos probatórios razoáveis de
criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de conduta criminal preexistente
2019) “Para a validade da atuação do agente disfarçado
Introdução – Incluído pela Lei N. 13.964 de 2019 – deve haver a demonstração de provas em grau
suficiente a indicar que o autor realizou antes uma
Conceito –
conduta criminosa, circunstância objeto da
“De todo o exposto, à luz das normas contidas na investigação proporcionada pelo disfarce. Há,
Lei 13.964/2019, pode-se esboçar a definição de portanto, uma relação utilitarista-consequencial
agente disfarçado como aquele que, ocultando sua entres esses elementos típicos. A investigação
real identidade, posiciona-se com aparência de um realizada pelo agente disfarçado, em razão da
cidadão comum (não chega a infiltrar-se no grupo qualificada apreensão de informações
criminoso) e, partir disso, coleta elementos que proporcionada pelo disfarce, colhe elementos
indiquem a conduta criminosa preexistente do probatórios razoáveis acerca da conduta criminosa
sujeito ativo. O agente disfarçado ora em estudo preexistente. .” (Renee do Ó Souza, Rogério
não se insere no seio do ambiente criminoso e Sanches Cunha e Caroline de Assis e Silva Holmes
tampouco macula a voluntariedade na conduta Lins; disponível em:
delitiva do autor dos fatos.” (Renee do Ó Souza, https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2
Rogério Sanches Cunha e Caroline de Assis e Silva 019/12/27/nova-figura-agente-disfarcado-
Holmes Lins; disponível em: prevista-na-lei-13-9642019/)
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2
019/12/27/nova-figura-agente-disfarcado-
prevista-na-lei-13-9642019/) STF – Súmula 145

Características – “Não há crime, quando a preparação do flagrante


pela polícia torna impossível a sua consumação.”
1. Atuação exclusiva de agentes policiais – Polícia
Judiciária – Lei de Organização Criminosa – Agente da Ação
Controlada –
2. Ocultação da sua real identidade –
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a
3. O agente disfarçado não entra do ambiente
intervenção policial ou administrativa relativa à
criminoso –
ação praticada por organização criminosa ou a ela
4. O agente disfarçado não macula (mancha, suja, vinculada, desde que mantida sob observação e
compromete) a voluntariedade na conduta delitiva acompanhamento para que a medida legal se
do autor dos fatos; concretize no momento mais eficaz à formação de
5. Objetivo – Assegura a criminalização autônoma provas e obtenção de informações.
do crime; afasta a tese de flagrante preparado, § 1º O retardamento da intervenção policial ou
logo, afasta a tese de crime impossível. administrativa será previamente comunicado ao
6. Independe de autorização Judicial – juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os
seus limites e comunicará ao Ministério Público.
7. Depende da presença de elementos probatórios
razoáveis de conduta criminal preexistente; § 2º A comunicação será sigilosamente distribuída
de forma a não conter informações que possam
8. Diferença entre agente disfarçado, agente
indicar a operação a ser efetuada.
infiltrado e agente da ação controlada –
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Lei de Organização Criminosa – Da Infiltração de 1.4. Consumação – Divergência –


Agentes • Com o efetivo uso da droga. Crime
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em material. (RBL)
tarefas de investigação, representada pelo
• O crime se consuma no momento do
delegado de polícia ou requerida pelo Ministério
induzimento, instigação ou auxilio,
Público, após manifestação técnica do delegado de
sendo desnecessário que a pessoa faça
polícia quando solicitada no curso de inquérito
o efetivo uso da substância. É crime
policial, será precedida de circunstanciada,
formal. (RSC; GH)
motivada e sigilosa autorização judicial, que
estabelecerá seus limites. 1.5. Sujeito Passivo –

§ 1º Na hipótese de representação do delegado de • Pessoa certa e determinada;


polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o • Menor de 18 anos; Pessoa com
Ministério Público. capacidade de entendimento e
§ 2º Será admitida a infiltração se houver indícios determinação diminuída ou suprimida;
de infração penal de que trata o art. 1º e se a prova Art. 40, VI - sua prática envolver ou
não puder ser produzida por outros meios visar a atingir criança ou adolescente
disponíveis. ou a quem tenha, por qualquer motivo,
Lei de Organização Criminosa – agentes de polícia diminuída ou suprimida a capacidade
infiltrados virtuais – de entendimento e determinação;

Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de


polícia infiltrados virtuais, obedecidos os requisitos • Pessoas indeterminadas –
do caput do art. 10, na internet, com o fim de Incitação ao crime
investigar os crimes previstos nesta Lei e a eles Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática
conexos, praticados por organizações criminosas, de crime:
desde que demonstrada sua necessidade e
Pena - detenção, de três a seis meses, ou
indicados o alcance das tarefas dos policiais, os
multa.
nomes ou apelidos das pessoas investigadas e,
quando possível, os dados de conexão ou
Apologia de crime ou criminoso
cadastrais que permitam a identificação dessas
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia
pessoas. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena - detenção, de três a seis meses, ou
ARTIGO 33, §2º – INDUZIMENTO AO USO INDEVIDO DE multa.
DROGAS – 1.6. Marcha da maconha – STF afasta
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de criminalização da “marcha da maconha” pela
droga: (Vide ADI nº 4.274) Lei de Tóxicos –
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 O Supremo Tribunal Federal (STF) reforçou,
(cem) a 300 (trezentos) dias-multa. nesta quarta-feira (23), a legalidade dos eventos
1. Classificação do crime – chamados “marcha da maconha”, que reúnem
manifestantes favoráveis à descriminalização da
1.1. Natureza –
droga. Por unanimidade, os ministros decidiram
• Conduta equiparada ao tráfico de que esse tipo de manifestação não pode ser
drogas – considerado crime previsto no artigo 33,
1.2. Núcleos do tipo – parágrafo 2º, da Lei de Tóxicos (Lei nº
11.343/2006), o que configuraria afronta aos
• Induzir e instigar – Moral;
direitos de reunião e de livre expressão do
• Auxiliar – Material; pensamento, previstos na Constituição Federal.
1.3. Elemento Subjetivo – Dolo.

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(Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ARTIGO 33, §4º – TRÁFICO PRIVILEGIADO –


4274; Quarta-feira, 23 de novembro de 2011) § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo,
as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois
ARTIGO 33, §3º – USO COMPARTILHADO DE DROGAS – terços, vedada a conversão em penas restritivas de
direitos , desde que o agente seja primário, de bons
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas
lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a
nem integre organização criminosa. (Vide Resolução
consumirem:
nº 5, de 2012)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e
1. Classificação do crime –
pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos)
dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. 1.1. Nomenclatura –

1. Classificação do crime – 1.2. Aplicabilidade –

1.1. Natureza – 1.3. Natureza – Redução de Pena –

• Conduta equiparada ao tráfico de 1.4. Natureza não hedionda –


drogas – • Previsão Legal – Lei de Execução Penal –
1.2. Núcleos do tipo – Oferecer Art. 112 (...) § 5º Não se considera
hediondo ou equiparado, para os fins
1.3. Requisitos cumulativos –
deste artigo, o crime de tráfico de drogas
1.4. Elemento Subjetivo – Dolo com fim específico. previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº
1.5. Consumação – Crime Formal – O crime se 11.343, de 23 de agosto de
consuma no momento em que o sujeito ativo 2006. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
“oferece” a droga com o fim de consumir a 2019)
droga em conjunto com a vítima. Desse modo, • Previsão Jurisprudencial – STF: Crime de
com a simples oferta o crime se consuma, pouco tráfico privilegiado de entorpecentes não
importa se a vítima aceita ou não. tem natureza hedionda –
1.6. Sujeito Passivo – Pessoa de seu Na sessão desta quinta-feira (23), o
relacionamento" – A relação exigida na lei Plenário do Supremo Tribunal Federal
poderá ser de fato ou jurídica, não se exigindo (STF) entendeu que o chamado tráfico
laços sanguíneos ou familiares. Ex: ser os privilegiado, no qual as penas podem ser
amigos, familiares, cônjuge, namorada, reduzidas, conforme o artigo 33,
imputável ou não. parágrafo 4º, da Lei 11.343/2006 (Lei de
Sujeito Passivo criança ou adolescente – Nesse Drogas), não deve ser considerado crime
caso, incidirá o aumento de pena do art. 40, VI de natureza hedionda. A discussão ocorreu
dessa lei. Assim, a pena será aumentada de um no julgamento do Habeas Corpus (HC)
sexto a dois terços, se a prática envolver ou visar 118533, que foi deferido por maioria dos
a atingir criança ou adolescente ou a quem votos.
tenha, por qualquer motivo, diminuída ou Para a ministra Cármen Lúcia, o tráfico
suprimida a capacidade de entendimento e privilegiado não se harmoniza com a
determinação. qualificação de hediondez do delito
1.7. Responsabilização criminal – Vamos analisar as definido no caput e no parágrafo 1º do
responsabilidades de cada integrante. artigo 33 da Lei de Drogas. (...) (Quinta-
feira, 23 de junho de 2016)
• Sujeito Ativo – Aquele que oferece a droga
poderá incorrer em dois crimes: no art. 33, • Superior Tribunal de Justiça - Tráfico
§3º e no art. 28 (porte de drogas para o privilegiado não é crime hediondo -
consumo pessoal). O Superior Tribunal de Justiça (STJ),
• Sujeito Passivo – alinhando-se a entendimento definido pelo
Supremo Tribunal Federal, afirmou

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recentemente que o crime de tráfico 1.3. Súmula 636-STJ: A folha de


privilegiado de drogas não tem natureza antecedentes criminais é documento
hedionda. A posição foi adotada pela suficiente a comprovar os maus
Terceira Seção ao julgar a Pet 11.796, em antecedentes e a reincidência.
novembro de 2016. Na ocasião, o
colegiado resolveu cancelar o enunciado
Condenação simultânea –
da Súmula 512/STJ.
STJ: É inviável a aplicação da causa especial
• Dessa forma, o tratamento mais severo
de diminuição de pena prevista no § 4º do
como aplicado aos Crimes hediondos e aos
art. 33 da Lei n. 11.343/2006 quando há
equiparados (tortura, tráfico ilícito de
condenação simultânea do agente nos
entorpecentes e drogas afins e
crimes de tráfico de drogas e de associação
terrorismo), como a vedação de concessão
para o tráfico, por evidenciar a sua dedicação
de fiança, anistia, graça ou indulto; bem
a atividades criminosas ou a sua participação
como a exigência de requisitos mais
em organização criminosa. Julgados: AgRg
severos para a progressão de regime, após
no AREsp 1465052/SP, Rel. Ministro JORGE
o cumprimento de dois quintos da pena, se
MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em
o réu for primário, e de três quintos, se for
18/06/2019, DJe 02/08/2019
reincidente... não são aplicados ao tráfico
privilegiado (art. 33, §4º) Outra tese destacada afirma que "é inviável
a aplicação da causa especial de diminuição
2. Requisitos cumulativos – STJ: A causa de diminuição
de pena prevista no parágrafo 4º do artigo
de pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei de Drogas
33 da Lei 11.343/2006 quando há
só pode ser aplicada se todos os requisitos,
condenação simultânea do agente nos
cumulativamente, estiverem presentes. Julgados:
crimes de tráfico de drogas e de associação
HC 510077/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA
para o tráfico, por restar evidenciada a sua
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 25/06/2019,
dedicação a atividades criminosas ou a sua
DJe 05/08/2019;
participação em organização criminosa".
1. Agente primário – é aquele que não tenha sido
Com esse entendimento, a 6ª Turma rejeitou
julgado definitivamente com trânsito em julgado
o pedido da defesa para que um réu fosse
por crime anterior.
enquadrado em tráfico privilegiado, após ter
1.1. Reincidência – sido condenado simultaneamente pelos
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando crimes de tráfico de drogas e de associação
o agente comete novo crime, depois de para o tráfico (AgRg no AREsp 1.282.174).
transitar em julgado a sentença que, no Os ministros concluíram que, mesmo sendo o
País ou no estrangeiro, o tenha condenado réu primário, mantida a condenação pelo
por crime anterior. crime de associação para o tráfico, não há
Art. 64 - Para efeito de reincidência: como reconhecer em seu favor a incidência
I - não prevalece a condenação anterior, da minorante do tráfico privilegiado.
se entre a data do cumprimento ou
extinção da pena e a infração posterior
6. Nem integre organização criminosa –
tiver decorrido período de tempo superior
a 5 (cinco) anos, computado o período de • Lei 12.850/13, art. 1º, §1º - “considera-se
prova da suspensão ou do livramento organização criminosa a associação de 4
condicional, se não ocorrer revogação; (quatro) ou mais pessoas estruturalmente
(Prazo depurador) ordenada e caracterizada pela divisão de
tarefas, ainda que informalmente, com
II - não se consideram os crimes militares
objetivo de obter, direta ou indiretamente,
próprios e políticos.
vantagem de qualquer natureza, mediante
1.2. Condenação pelo art. 28 da Lei de a prática de infrações penais cujas penas
Drogas
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máximas sejam superiores a 4 (quatro) inicial aberto. O Colegiado entendeu que o paciente
anos, ou que sejam de caráter atende aos requisitos do art. 44 do CP, razão pela qual
transnacional.” o juízo deve considerá-los ao estabelecer a reprimenda,
• “Mula do tráfico” - A jurisprudência do STJ de acordo com o princípio constitucional da
admite a aplicação do benefício da individualização da pena. - HC 133028/SP, rel. Min.
redução da pena ao agente transportar de Gilmar Mendes, 12.4.2016. (HC-133028)
drogas, na condição de mula ocasional.
Vejamos: ARTIGO 34 – MAQUINÁRIO PARA O TRÁFICO –
• STJ: “É possível o reconhecimento do Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer,
tráfico privilegiado ao agente vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir,
transportador de drogas, na qualidade de guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
"mula", uma vez que a simples atuação maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto
nessa condição não induz, destinado à fabricação, preparação, produção ou
automaticamente, à conclusão de que ele transformação de drogas, sem autorização ou em
seja integrante de organização criminosa. desacordo com determinação legal ou regulamentar:
(...) Diante da jurisprudência hesitante
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento
desta Corte, entende-se por bem acolher e
de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
acompanhar o entendimento uníssono do
Supremo Tribunal Federal, no sentido de
que a simples atuação como "mula" não 1. Classificação do crime –
induz automaticamente a conclusão de 1.1. Natureza do crime –
que o agente integre organização
1.2. Núcleos do tipo –
criminosa, sendo imprescindível, para
tanto, prova inequívoca do seu 1.3. Objetos materiais –
envolvimento, estável e permanente, com 2. Tipo subsidiário ao crime de tráfico de drogas –
o grupo criminoso. Portanto, a exclusão da
Se houver um pequeno laboratório de drogas, no qual
causa de diminuição prevista no § 4° do
são encontradas balanças, éter, acetona, alicate de
art. 33 da Lei n. 11.343/2006, somente se
unha... o agente deverá responder apenas pelo crime
justifica quando indicados expressamente
de tráfico de drogas, art. 33.
os fatos concretos que comprovem que a
“mula” integre a organização criminosa • Crime de tráfico de drogas – (Art. 33, caput) –
(HC 132.459, Rel. Min. Ricardo STJ: “Segundo precedentes da Sexta Turma desta
Lewandowski, DJe 13/2/2017). Corte, as condutas tipificadas nos arts. 33, § 1º, e 34
da Lei n. 11.343/2006 têm natureza subsidiária em
relação àquelas previstas no art. 33, caput, da mesma
2. Possibilidade de Concessão da substituição da pena
Lei (anteriormente previstas nos arts. 12 e 13 das Lei
privativa de liberdade por restritiva de direitos –
n. 6.368/1976). Sendo assim, quando praticadas
STF – Não sendo o paciente reincidente, nem tendo todas num mesmo contexto fático, responde o agente
contra si circunstâncias judiciais desfavoráveis (CP, art. apenas pelo crime tipificado no art. 33, caput, da Lei
59), a gravidade em abstrato do crime do art. 33, n. 11.343/2006 (REsp N. 1.470.276 - SP; Julgamento:
“caput”, da Lei 11.343/2006, não constitui motivação 01.09.2016)
idônea para justificar a fixação do regime mais gravoso.
• Crimes autônomos – Tráfico de drogas e Maquinário
Com esse entendimento, a Segunda Turma, após
para o tráfico –
superar o óbice do Enunciado 691 da Súmula do STF,
concedeu “habeas corpus” de ofício para garantir ao “Contudo, a posse ou depósito de maquinário e
paciente, condenado à pena de um ano e oito meses de utensílios que demonstrem a existência de um
reclusão pela prática do delito de tráfico de drogas, a verdadeiro laboratório voltado à fabricação ou
substituição da reprimenda por duas penas restritivas transformação de drogas implica autonomia das
de direitos, a serem estabelecidas pelo juízo das condutas, por não serem esses objetos meios
execuções criminais, bem assim a fixação do regime necessários ou fase normal de execução do tráfico de
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drogas. (BRASILEIRO, Renato, Legislação Criminal considerado hediondo, o crime de associação para o
Especial Comentada, 6ª Ed. JusPodivm, 2018, p. tráfico, no que se refere à concessão do livramento
1046). Nesse sentido, STJ: condicional, deve, em razão do princípio da
“Deve ficar demonstrada a real lesividade dos objetos especialidade, observar a regra estabelecida pelo art.
tidos como instrumentos destinados à fabricação, 44, parágrafo único, da Lei n. 11.343/2006:
preparação, produção ou transformação de drogas, cumprimento de 2/3 (dois terços) da pena e vedação do
ou seja, relevante analisar se os objetos apreendidos benefício ao reincidente específico. Julgados: AgRg no
são aptos a vulnerar o tipo penal em tela. No caso dos HC 499706/SP, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA
autos, a apreensão de medidores, aquecedores, fogão PALHEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 18/06/2019,
de boca, liquidificador industrial, 5 (cinco)
liquidificadores de uso doméstico, triturador elétrico, 1.2. Núcleo do tipo – “Associar” – Associação –
8 (oito) peneiras, diversas fitas isolantes, Estabilidade e permanência –
tanques/tóneis, sendo 3 (três) de tamanho grande e 2
STJ – Para a caracterização do crime de associação
(dois) pequenos, 2 (duas) balanças de precisão, 3
para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei n.
(três) minibalanças de precisão, 6 (seis) fardos de
sacos plásticos transparentes e 1 (um) galão de 20 11.343/2006) é imprescindível o dolo de se associar
(vinte) litros de amoníaco, todos com resquícios de com estabilidade e permanência. Julgados: AgRg no HC
cocaína em pó ou já transformada em crack, bem 509521/RO, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA
como a existência de provas que demonstram a TURMA, julgado em 11/06/2019, DJe 25/06/2019;
existência de laboratório destinado ao refinamento de
cocaína e da transformação desta em crack, STJ – “No caso, as instâncias ordinárias, ao concluírem
demonstram a autonomia das condutas e inviabilizam pela condenação dos pacientes em relação ao crime
a incidência do princípio da consunção, por não serem previsto no artigo 35 da Lei n. 11.343/2006, em
esses objetos meios necessários ou fase normal de momento algum fizeram referência ao vínculo
execução do tráfico de drogas.” AgRg no AGRAVO EM associativo estável e permanente porventura existente
RECURSO ESPECIAL Nº 303.213 - SP; 08 de outubro de entre eles, de maneira que, constatada a mera
2013) associação eventual entre os acusados para a prática
do tráfico de drogas, devem ser absolvidos em relação
ao delito de associação para o narcotráfico” (STJ — HC
ARTIGO 35 – ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS –
108.359/MS, Rel. Min. Rogério Schietti, 6ª Turma,
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de julgado em 26/11/2013, DJe 12/12/2013)
praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes
previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
1.3. Sujeitos Ativos – Crime de concurso necessário – Crime
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento
plurissubjetivo – Crime plurilateral –
de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
Crime plurissubjetivo de condutas paralelas –
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo
incorre quem se associa para a prática reiterada do crime • Participação do menor – inimputável –De acordo
definido no art. 36 desta Lei. com o STJ, o menor poderá contabilizado no número
mínimo para configurar o delito de associação. Além
1. Classificação do crime –
disso, poderá, inclusive, aumentar a pena de um sexto
1.1. Natureza do crime – a dois terços, conforme previsto no art. 40, inciso VI.
STJ – “O crime de associação para o tráfico de (Informativo N° 576, STJ)
entorpecentes (art. 35 da Lei n. 11.343/2006) não • STJ – Participação do menor – Aumento de Pena –
figura no rol taxativo de crimes hediondos ou de delitos
Não acarreta bis in idem a incidência simultânea
a eles equiparados. Julgados: AgRg no HC 499706/SP,
das majorantes previstas no art. 40 da Lei n. 11.
Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA
343/2006 aos crimes de tráfico de drogas e de
TURMA, julgado em 18/06/2019
associação para fins de tráfico, porquanto são
Livramento Condicional – cumprimento de 2/3 (dois delitos autônomos, cujas penas devem ser
terços) da pena – STJ – A despeito de não ser calculadas e fixadas separadamente. Julgados: HC
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250455/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA no tráfico, limitando-se a fornecer dinheiro ou bens
TURMA, julgado em 17/12/2015 para subsidiar a mercancia, sem importar, exportar,
remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,
expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar,
1.4. Consumação – Crime formal –
trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
• Apreensão de drogas – STJ – Para a configuração entregar a consumo ou fornecer drogas
do crime de associação para o tráfico de drogas, ilicitamente.[...] (REsp 1.290.296-PR, Rel. Min. Maria
previsto no art. 35 da Lei n. 11.343/2006, é Thereza de Assis Moura, julgado em 17/12/2013
irrelevante apreensão de drogas na posse direta do (Informativo nº 534). Julgados: HC 306136/MG, Rel.
agente. Julgados: HC 515917/PR, Rel. Ministro Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,
REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 03/11/2015.
julgado em 25/06/2019, DJe 05/08/2019
1.4. Concurso de crimes – STJ: “Na hipótese de
autofinanciamento para o tráfico ilícito de drogas,
1.5. Elemento subjetivo – Dolo, com um fim especial de não há concurso material entre os crimes de tráfico
agir. (art. 33, caput, da Lei 11.343/2006) e de
financiamento ao tráfico (art. 36), devendo, nessa
1.6. Concurso de Crimes –
situação, ser o agente condenado às penas do crime
1.7. Tentativa – de tráfico com incidência da causa de aumento de
1.8. Tipo penal preventivo – pena prevista no art. 40, VII. (REsp 1.290.296-PR, Rel.
1.9. Aplicação da redução de pena do tráfico privilegiado – Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
17/12/2013 (Informativo nº 534).
STJ – É inviável a aplicação da causa especial de
diminuição de pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei n. 1.5. Autofinanciamento –
11.343/2006 quando há condenação simultânea do STJ – De acordo com a doutrina especialista no
agente nos crimes de tráfico de drogas e de associação assunto, denomina-se autofinanciamento a situação
para o tráfico, por evidenciar a sua dedicação a em que o agente atua, ao mesmo tempo, como
atividades criminosas ou a sua participação em financiador e como traficante de drogas. [...]
organização criminosa. Julgados: AgRg no AREsp Observa-se, ademais, que, para os casos de tráfico
1465052/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA cumulado com o financiamento ou custeio da prática
TURMA, julgado em 18/06/2019, DJe 02/08/2019; do crime, expressamente foi estabelecida a aplicação
da causa de aumento de pena do art. 40, VII, da
ARTIGO 36 – FINANCIAMENTO PARA O TRÁFICO DE referida lei, cabendo ressaltar, entretanto, que a
DROGAS – aplicação da aludida causa de aumento de pena
cumulada com a condenação pelo financiamento ou
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos
custeio do tráfico configuraria inegável bis in idem. De
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
outro modo, atestar a impossibilidade de aplicação
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento daquela causa de aumento em casos de
de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias- autofinanciamento para o tráfico levaria à conclusão
multa. de que a previsão do art. 40, VII, seria inócua quanto
1. Classificação do crime – às penas do art. 33, caput. REsp 1.290.296-PR, Rel.
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
1.1. Núcleos do tipo –
17/12/2013 (Informativo nº 534).
1.2. Dolo –
STJ – O agente que atua diretamente na traficância e
1.3. Conduta do financiador – Financiamento para o que também financia ou custeia a aquisição de drogas
tráfico de outrem – deve responder pelo crime previsto no art. 33, caput,
STJ: “[...] Posto isso, tem-se que o legislador, ao da Lei n. 11.343/2006 com a incidência da causa de
prever como delito autônomo a atividade de financiar aumento de pena prevista no art. 40, VII, da Lei n.
ou custear o tráfico (art. 36 da Lei 11.343/2006), 11.343/2006, afastando-se, por conseguinte, a
objetivou – em exceção à teoria monista – punir o conduta autônoma prevista no art. 36 da referida
agente que não tem participação direta na execução legislação. Julgados: HC 306136/MG, Rel. Ministro
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ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em associação, nem seja coautor ou partícipe do delito de
03/11/2015, DJe 19/11/2015; tráfico.” HC 224.849-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 11/6/2013

ARTIGO 37 – COLABORADOR COMO INFORMANTE – 1.4. Tipo penal subsidiário –

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, O tipo penal do art. 37 da referida lei (colaboração
organização ou associação destinados à prática de como informante) reveste-se de verdadeiro caráter
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e de subsidiariedade, só ficando preenchida a
34 desta Lei: tipicidade quando não se comprovar a prática de
crime mais grave. De fato, cuidando-se de agente que
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de
participe do próprio delito de tráfico ou de associação,
300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
a conduta consistente em colaborar com informações
1. Classificação do crime – já será inerente aos mencionados tipos. (...)HC
1.1. Conduta do colaborador – 224.849-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado
STJ – (...) caracterizando-se como colaborador aquele em 11/6/2013.
que transmite informação relevante para o êxito das 1.5. Concurso de Crimes – Impossibilidade –
atividades do grupo, associação ou organização STJ: “Considerar que o informante possa ser punido
criminosa destinados à prática de qualquer dos crimes duplamente (pela associação e pela colaboração com
previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 da Lei a própria associação da qual faça parte), contraria o
11.343/2006. (HC 224.849-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio princípio da subsidiariedade e revela indevido bis in
Bellizze, julgado em 11/6/2013.) idem, punindo-se, de forma extremamente severa,
1.2. Colaboração de forma esporádica, eventual, sem aquele que exerce função que não pode ser entendida
vínculo efetivo – Art. 37 – como a mais relevante na divisão de tarefas do
STJ – O crime de colaboração com o tráfico, art. 37 da mundo do tráfico.” STJ. 5ª Turma. HC 224.849-RJ, Rel.
Lei n. 11.343/2006, é um tipo penal subsidiário em Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 11/6/2013
relação aos delitos dos arts. 33 e 35 da referida lei e (Info 527)
tem como destinatário o agente que colabora como STJ: “Responderá apenas pelo crime de associação do
informante, de forma esporádica, eventual, sem art. 35 da Lei 11.343/2006 - e não pelo mencionado
vínculo efetivo, para o êxito da atividade de grupo, de crime em concurso com o de colaboração como
associação ou de organização criminosa destinados à informante, previsto no art. 37 da mesma lei - o
prática de qualquer dos delitos previstos nos arts. 33, agente que, já integrando associação que se destine à
caput e § 1º, e 34 da Lei de Drogas. Julgados: AgRg no prática do tráfico de drogas, passar, em determinado
REsp 1738851/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE momento, a colaborar com esta especificamente na
ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em condição de informante.” (HC 224.849-RJ, Rel. Min.
21/08/2018 Marco Aurélio Bellizze, julgado em 11/6/2013)
1.3. Colaboração habitual, com vínculo efetivo com o 1.6. Conduta do “fogueteiro” STF – “(...) Reputou-se que
grupo – a conduta do “fogueteiro” no tráfico enquadrar-se-ia
STJ – (...) Se a prova indica que o agente mantém como informante (...) Asseverou-se que essa conduta
vínculo ou envolvimento com esses grupos, fora reproduzida, não no art. 33 da Lei 11.343/2006,
conhecendo e participando de sua rotina, bem como mas no seu art. 37 (“Colaborar, como informante,
cumprindo sua tarefa na empreitada comum, a com grupo, organização ou associação destinados à
conduta não se subsume ao tipo do art. 37, podendo prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33,
configurar outros crimes, como o tráfico ou a caput e § 1º, e 34 desta Lei: Pena reclusão, de 2 a 6
associação, nas modalidades autoria e participação. anos, e pagamento de 300 a 700 dias-multa”). HC
HC 224.849-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 106155/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o
julgado em 11/6/2013. acórdão Min. Luiz Fux, 4.10.2011. (HC-106155)
(Informativo 643)
STJ – “Dessa forma, conclui-se que só pode ser
considerado informante, para fins de incidência do
art. 37 da Lei 11.343/2006, aquele que não integre a
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1.7. Autoridade pública – Caso uma autoridade pública, 1.4. Crime de perigo concreto –
por exemplo, um policial, venha a colaborar como 1.5. Código de Trânsito Brasileiro –
informante com grupo, organização ou associação,
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade
ele responderá por esse delito (art. 37) e o delito de
psicomotora alterada em razão da influência de álcool
corrupção passiva (art. 317), previsto no código penal.
ou de outra substância psicoativa que determine
dependência: (Redação dada pela Lei nº 12.760, de
ARTIGO 38 – PRESCRIÇÃO CULPOSA DE DROGAS – 2012)

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e
sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
excessivas ou em desacordo com determinação legal ou habilitação para dirigir veículo automotor.
regulamentar:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e ARTIGO 40 – CAUSAS DE AUMENTO DE PENA –
pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao aumentadas de um sexto a dois terços, se:
Conselho Federal da categoria profissional a que pertença
• Aplicabilidade –
o agente.
• Causas de aumento não previstas –
1. Tráfico intermunicipal;
3. Classificação do crime –
2. Concurso eventual de agentes –
3.1. Natureza do crime –
3. Contra idoso, gestante, deficiente –
3.2. Núcleos do tipo –
3.3. Elemento Subjetivo –
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto
3.4. Sujeitos do Crime – apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a
3.5. Tentativa – transnacionalidade do delito;
• Nomenclatura – Tráfico transnacional –
ARTIGO 38 – CONDUÇÃO EMBARCAÇÃO OU AERONAVE • STJ – SÚMULA N. 607 – A majorante do tráfico
APÓS O CONSUMO DE DROGAS – transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei n.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o 11.343/2006) configura-se com a prova da
consumo de drogas, expondo a dano potencial a destinação internacional das drogas, ainda que não
incolumidade de outrem: consumada a transposição de fronteiras. Terceira
Seção, julgado em 11/04/2018, DJe 17/04/2018.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da
(Informativo n. 622)
apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva
ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena • Competência - Justiça Federal - No caso de tráfico
privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 transnacional, a competência será da Justiça
(duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. Federal.

Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas Lei de Drogas - Art. 70 – O processo e o
cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37
(seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias- desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são
multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de da competência da Justiça Federal.
transporte coletivo de passageiros. Súmula 522 do STF – “Salvo ocorrência de tráfico
1. Classificação do crime – para o exterior, quando, então, a competência será
da justiça federal, compete à justiça dos estados o
1.1. Núcleo do tipo –
processo e julgamento dos crimes relativos a
1.2. Sujeitos do Crime – entorpecentes.”
1.3. Consumação – 02 requisitos:

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Súmula 528 – STJ – Compete ao juiz federal do 1. Maior proveito e facilidade na difusão e no
local da apreensão da droga remetida do exterior comércio de drogas em região de grande
pela via postal processar e julgar o crime de tráfico circulação de pessoas;
internacional. 2. Exposição de maior frequentadores do local a
• Aplicação cumulativa: transnacionalidade e à um risco inerente à atividade criminosa da
interestadualidade – narcotraficância.
É cabível a aplicação cumulativa das causas de
aumento relativas à transnacionalidade e à • STJ: “Inicialmente, cumpre salientar que, segundo a
interestadualidade do delito, previstas nos incisos I jurisprudência desta Corte, para o reconhecimento
e V do art. 40 da Lei de Drogas, quando da majorante prevista no inciso III do art. 40 da Lei
evidenciado que a droga proveniente do exterior de Drogas, não é necessária a comprovação da
se destina a mais de um estado da Federação, efetiva mercancia nos locais elencados na lei,
sendo o intuito dos agentes distribuir o tampouco que a substância entorpecente atinja,
entorpecente estrangeiro por mais de uma diretamente, os trabalhadores, os estudantes, as
localidade do país. Julgados: AgRg no REsp pessoas hospitalizadas etc., sendo suficiente que a
1744207/TO, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA prática ilícita ocorra nas dependências, em locais
TURMA, julgado em 26/06/2018, DJe 01/08/2018; próximos ou nas imediações de tais localidades.”
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função (HC 528.851-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
pública ou no desempenho de missão de educação, poder Sexta Turma, por unanimidade, julgado em
familiar, guarda ou vigilância; 05/05/2020, DJe 12/05/2020)

III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou • Rol taxativo –


imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou STJ: “Não incide a causa de aumento de pena
hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, prevista no inciso III do art. 40 da Lei n.
culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de 11.343/2006 em caso de tráfico de drogas
locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem cometido nas dependências ou nas imediações de
espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de igreja.” (HC 528.851-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti
serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em
reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em 05/05/2020, DJe 12/05/2020)
transportes públicos;
• Ausência de aglomeração de pessoas nas
• Justificativa do aumento de Pena – Decerto, a proximidades dos locais –
razão de ser dessa causa especial de aumento de STJ – “Não incide a causa de aumento de pena
pena é a de punir, com maior rigor, aquele que, nas prevista no art. 40, inciso III, da Lei n. 11.343/2006,
imediações ou nas dependências dos locais se a prática de narcotraficância ocorrer em dia e
especificados no inciso III do art. 40 da Lei n. horário em que não facilite a prática criminosa e a
11.343/2006, dada a maior aglomeração de disseminação de drogas em área de maior
pessoas, tem como mais ágil e facilitada a prática aglomeração de pessoas.” (Informativo n. 622)
do tráfico de drogas (aqui incluídos quaisquer dos
“Conclui-se, por fim, que, diante da prática do
núcleos previstos no art. 33 da citada lei),
delito em dia e horário (domingo de madrugada)
justamente porque, em localidades como tais, é
em que o estabelecimento de ensino não estava em
mais fácil para o traficante passar despercebido à
funcionamento, de modo a facilitar a prática
fiscalização policial, além de ser maior o grau de
criminosa e a disseminação de drogas em área de
vulnerabilidade das pessoas reunidas em
maior aglomeração de pessoas, não há falar em
determinados lugares. (HC 528.851-SP, Rel. Min.
incidência da majorante prevista no artigo 40,
Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por
inciso III, da Lei n. 11.343/2006, pois ausente a
unanimidade, julgado em 05/05/2020, DJe
ratio legis da norma em tela. (REsp 1.719.792-MG,
12/05/2020)
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, por
unanimidade, julgado em 13/03/2018, DJe
26/03/2018)
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• Transporte público – Turma, DJe 16/2/2009. HC 250.455-RJ, Rel. Min.


STJ: “A utilização de transporte público com a única Nefi Cordeiro, julgado em 17/12/2015, DJe
finalidade de levar a droga ao destino, de forma 5/2/2016.
oculta, sem o intuito de disseminá-la entre os VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
passageiros ou frequentadores do local, não
implica a incidência da causa de aumento de pena ARTIGO 41 – COLABORAÇÃO PREMIADA –
do inciso III do artigo 40 da Lei 11.343/2006” (REsp
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar
1.443.214/MS, rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 6ª
voluntariamente com a investigação policial e o processo
Turma, j. 04.09.2014, noticiado no Informativo
criminal na identificação dos demais co-autores ou
547).
partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave produto do crime, no caso de condenação, terá pena
ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo reduzida de um terço a dois terços.
de intimidação difusa ou coletiva;
Lei de Organização Criminosa –
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou
Colaboração premiada –
entre estes e o Distrito Federal;
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes,
• Súmula 587 do STJ – Para a incidência da
conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois
majorante prevista no artigo 40, inciso V, da lei
terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la
11.343/06 é desnecessária a efetiva transposição
por restritiva de direitos daquele que tenha
de fronteiras entre Estados da Federação, sendo
colaborado efetiva e voluntariamente com a
suficiente a demonstração inequívoca da intenção
investigação e com o processo criminal, desde que
de realizar o tráfico interestadual.
dessa colaboração advenha um ou mais dos
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou seguintes resultados:
adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo,
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o
diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e
Ministério Público poderá deixar de oferecer
determinação;
denúncia se a proposta de acordo de colaboração
• Delito previsto na lei de drogas e no ECA – Caso o referir-se a infração de cuja existência não tenha
delito praticado pelo agente e pelo menor de 18 prévio conhecimento e o colaborador: (Redação
anos não esteja previsto nos arts. 33 a 37 da Lei de dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Drogas, o réu poderá ser condenado pelo crime de
I - não for o líder da organização criminosa;
corrupção de menores, porém, se a conduta estiver
tipificada em um desses artigos (33 a 37), pelo II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos
princípio da especialidade, não será possível a termos deste artigo.
condenação por aquele delito, mas apenas a § 4º-A. Considera-se existente o conhecimento
majoração da sua pena com base no art. 40, VI, da prévio da infração quando o Ministério Público ou a
Lei n. 11.343/2006. (STJ, REsp 1622781/MT, Rel. autoridade policial competente tenha instaurado
Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, inquérito ou procedimento investigatório para
julgado em 22/11/2016, DJe 12/12/2016) apuração dos fatos apresentados pelo
• STJ – A participação do menor pode ser colaborador. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
considerada para configurar o crime de associação 2019)
para o tráfico (art. 35) e, ao mesmo tempo, para § 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a
agravar a pena como causa de aumento do art. 40, pena poderá ser reduzida até a metade ou será
VI, da Lei n. 11.343/2006. (...) Assim, é cabível a admitida a progressão de regime ainda que
aplicação da majorante se o crime envolver ou ausentes os requisitos objetivos.
visar a atingir criança ou adolescente em delito de ARTIGO 42 – FIXAÇÃO DAS PENAS –
associação para o tráfico de drogas configurado
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com
pela associação do agente com menor de idade.
preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código
Precedentes citados: HC 237.782-SP, Quinta Turma,
DJe 21/8/2014; e REsp 1.027.109-SC, Quinta
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Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos


produto, a personalidade e a conduta social do agente. definidos como crimes hediondos.
Código Penal – Art. 59 - O juiz, atendendo à • Liberdade Provisória – Supremo Tribunal
culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, Federal –
à personalidade do agente, aos motivos, às STF – 1. A inafiançabilidade do delito de tráfico de
circunstâncias e conseqüências do crime, bem entorpecentes, estabelecida constitucionalmente,
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, não significa óbice à liberdade provisória,
conforme seja necessário e suficiente para considerado o conflito do inciso XLIII com o LXVI
reprovação e prevenção do crime: (Redação dada (’ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
sem fiança’), ambos do art. 5º da CF.
ARTIGO 43 – FIXAÇÃO DAS PENAS DE MULTA – 2. Para manter a prisão em flagrante, deve o
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a magistrado fazê-lo com base em elementos
39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 concretos e individualizados, aptos a demonstrar a
desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo necessidade da prisão do indivíduo, nos termos do
a cada um, segundo as condições econômicas dos art. 312 do Código de Processo Penal. [...] 4. Está
acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior sedimentado na Corte o entendimento de que a
a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo. gravidade em abstrato do delito não basta para
justificar, por si só, a privação cautelar da
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de
liberdade individual do agente. Precedentes. (...) ”
crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem
(HC nº 108.345/SP, Primeira Turma, de HC 127366
ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação
/ SP)
econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes,
ainda que aplicadas no máximo. • Sursis – STJ –
4. A vedação genérica e apriorística de substituição
ARTIGO 44 – CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS –
da pena privativa de liberdade por restritivas de
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 direitos, nas condenações por crimes hediondos ou
a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, equiparados, como é o caso do tráfico ilícito de
graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a entorpecentes, restou superada em face da
conversão de suas penas em restritivas de direitos. declaração de inconstitucionalidade do art. 44 da
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste Lei n. 11.343/2006. HABEAS CORPUS Nº 187.874
artigo, dar-se-á o livramento condicional após o (2015) (...)
cumprimento de dois terços da pena, vedada sua 5. "É desproporcional e carece de razoabilidade a
concessão ao reincidente específico. negativa de concessão de sursis se já resta
superada a própria vedação legal à conversão da
• CF/88 - Art. 5º, inciso XLIII - a lei considerará
pena, mormente porque inexiste óbice à concessão
crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
dos benefícios na conduta do parágrafo 2º do art.
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de
33 da Lei nº 11.343/06, que pode até ser
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
sancionada com reprimenda mais severa que a do
definidos como crimes hediondos, por eles
caput quando concedido o benefício do parágrafo
respondendo os mandantes, os executores e os
4º do mesmo artigo" (REsp 1287561, Rel. Ministra
que, podendo evitá-los, se omitirem;
MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA)
• LCH - Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da
6. Habeas corpus não conhecido, mas concedida a
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
ordem de ofício, para determinar que o juízo da
drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
execução proceda à fixação do regime inicial de
(...) cumprimento da pena com expressa observância
II - fiança. das regras do art. 33 do CP, bem como à
• CPP - Art. 323, II - Não será concedida fiança: verificação do cabimento das penas alternativas e
nos crimes de tortura, tráfico ilícito de do sursis, excluída a vedação genérica do art. 44

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da Lei de Drogas. Brasília (DF), 17 de março de LEI DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA
2015 (Data do Julgamento) MULHER
• Conversão de suas penas em restritivas de LEI MARIA DA PENHA –
direitos –
RESOLUÇÃO N° 5 DE 2012 – LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006
Em 2012, por meio da Resolução Nº 5, o Senado Vigência
Federal Suspendeu a execução da expressão (Vide ADI nº 4424)
"vedada a conversão em penas restritivas de
Vide Lei nº 14.149, de 2021
direitos" do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23
de agosto de 2006, uma vez que foi declarada Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da
Tribunal Federal nos autos do Habeas Corpus nº Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de
97.256/RS. Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
Supremo Tribunal Federal.
a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos
“1. (...) Logo, a lei comum não tem a força de Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
subtrair do juiz sentenciante o poder-dever de Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal
impor ao delinqüente a sanção criminal que a ele, e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.
juiz, afigurar-se como expressão de um concreto
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
balanceamento ou de uma empírica ponderação de
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
circunstâncias objetivas com protagonizações
subjetivas do fato-tipo. (...) Pelo que é vedado TÍTULO I
subtrair da instância julgadora a possibilidade de DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
se movimentar com certa discricionariedade nos
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e
quadrantes da alternatividade sancionatória.
prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher,
3. As penas restritivas de direitos são, em essência, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da
uma alternativa aos efeitos certamente Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
traumáticos, estigmatizantes e onerosos do Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana
cárcere. (...) para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
5. Ordem parcialmente concedida tão-somente Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela
para remover o óbice da parte final do art. 44 da República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos
Lei 11.343/2006, assim como da expressão Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
análoga “vedada a conversão em penas Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às
restritivas de direitos”, constante do § 4º do art. mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
33 do mesmo diploma legal. Declaração incidental Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe,
de inconstitucionalidade, com efeito ex nunc, da raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível
proibição de substituição da pena privativa de educacional, idade e religião, goza dos direitos
liberdade pela pena restritiva de direitos; fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe
determinando-se ao Juízo da execução penal que asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem
faça a avaliação das condições objetivas e violência, preservar sua saúde física e mental e seu
subjetivas da convolação em causa, na concreta aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
situação do paciente.” (HC 97256 / RS /
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições
01/09/2010)
para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao
acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à
cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à
convivência familiar e comunitária.

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§ 1º O poder público desenvolverá políticas que I - a violência física, entendida como qualquer
visem garantir os direitos humanos das mulheres no conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de II - a violência psicológica, entendida como
resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
exploração, violência, crueldade e opressão. diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar
criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e
direitos enunciados no caput. decisões, mediante ameaça, constrangimento,
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão humilhação, manipulação, isolamento, vigilância
considerados os fins sociais a que ela se destina e, constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
especialmente, as condições peculiares das mulheres em ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir
situação de violência doméstica e familiar. ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde
psicológica e à autodeterminação;
TÍTULO II
II - a violência psicológica, entendida como
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
MULHER
diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e
CAPÍTULO I perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar
DISPOSIÇÕES GERAIS ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e
decisões, mediante ameaça, constrangimento,
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância
doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que
patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de
lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
2015)
autodeterminação; (Redação dada pela Lei nº
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida 13.772, de 2018)
como o espaço de convívio permanente de pessoas, com
III - a violência sexual, entendida como qualquer
ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a
agregadas;
participar de relação sexual não desejada, mediante
II - no âmbito da família, compreendida como a intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza
comunidade formada por indivíduos que são ou se a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por sexualidade, que a impeça de usar qualquer método
afinidade ou por vontade expressa; contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez,
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem,
agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o
independentemente de coabitação. exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas IV - a violência patrimonial, entendida como
neste artigo independem de orientação sexual. qualquer conduta que configure retenção, subtração,
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos
mulher constitui uma das formas de violação dos direitos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos
humanos. ou recursos econômicos, incluindo os destinados a
satisfazer suas necessidades;
CAPÍTULO II
V - a violência moral, entendida como qualquer
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
FAMILIAR CONTRA A MULHER
TÍTULO III
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar
contra a mulher, entre outras: DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

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CAPÍTULO I IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os


DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos
humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao
Art. 8º A política pública que visa coibir a violência
problema da violência doméstica e familiar contra a
doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de
mulher.
um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios e de ações não- CAPÍTULO II
governamentais, tendo por diretrizes: DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas de Art. 9º A assistência à mulher em situação de
segurança pública, assistência social, saúde, educação, violência doméstica e familiar será prestada de forma
trabalho e habitação; articulada e conforme os princípios e as diretrizes
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema
e outras informações relevantes, com a perspectiva de Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública,
gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às entre outras normas e políticas públicas de proteção, e
conseqüências e à freqüência da violência doméstica e emergencialmente quando for o caso.
familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a § 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão
serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica da mulher em situação de violência doméstica e familiar
dos resultados das medidas adotadas; no cadastro de programas assistenciais do governo
III - o respeito, nos meios de comunicação social, federal, estadual e municipal.
dos valores éticos e sociais da pessoa e da família, de § 2º O juiz assegurará à mulher em situação de
forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou violência doméstica e familiar, para preservar sua
exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo integridade física e psicológica:
com o estabelecido no inciso III do art. 1º , no inciso IV do I - acesso prioritário à remoção quando servidora
art. 3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal ; pública, integrante da administração direta ou indireta;
IV - a implementação de atendimento policial II - manutenção do vínculo trabalhista, quando
especializado para as mulheres, em particular nas necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis
Delegacias de Atendimento à Mulher; meses.
V - a promoção e a realização de campanhas III - encaminhamento à assistência judiciária, quando
educativas de prevenção da violência doméstica e familiar for o caso, inclusive para eventual ajuizamento da ação de
contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou
em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de de dissolução de união estável perante o juízo
proteção aos direitos humanos das mulheres; competente. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, § 3º A assistência à mulher em situação de violência
termos ou outros instrumentos de promoção de parceria doméstica e familiar compreenderá o acesso aos
entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e
não-governamentais, tendo por objetivo a implementação tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de
de programas de erradicação da violência doméstica e emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente
familiar contra a mulher; Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos
Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.
dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas § 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão,
enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e de violência física, sexual ou psicológica e dano moral ou
raça ou etnia; patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os
VIII - a promoção de programas educacionais que danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de
disseminem valores éticos de irrestrito respeito à Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos
dignidade da pessoa humana com a perspectiva de gênero relativos aos serviços de saúde prestados para o total
e de raça ou etnia; tratamento das vítimas em situação de violência

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doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim violência doméstica, quando se tratar de crime contra a
arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado mulher, obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído
responsável pelas unidades de saúde que prestarem os pela Lei nº 13.505, de 2017)
serviços. (Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência) I - salvaguarda da integridade física, psíquica e
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso emocional da depoente, considerada a sua condição
em caso de perigo iminente e disponibilizados para o peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e
monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
familiar amparadas por medidas protetivas terão seus II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a
custos ressarcidos pelo agressor. (Vide Lei nº 13.871, mulher em situação de violência doméstica e familiar,
de 2019) (Vigência) familiares e testemunhas terão contato direto com
§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e investigados ou suspeitos e pessoas a eles
5º deste artigo não poderá importar ônus de qualquer relacionadas; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
natureza ao patrimônio da mulher e dos seus III - não revitimização da depoente, evitando
dependentes, nem configurar atenuante ou sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos âmbitos
ensejar possibilidade de substituição da pena criminal, cível e administrativo, bem como
aplicada. (Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência) questionamentos sobre a vida privada. (Incluído pela
§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e Lei nº 13.505, de 2017)
familiar tem prioridade para matricular seus dependentes § 2º Na inquirição de mulher em situação de
em instituição de educação básica mais próxima de seu violência doméstica e familiar ou de testemunha de delitos
domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o
a apresentação dos documentos comprobatórios do seguinte procedimento: (Incluído pela Lei nº 13.505,
registro da ocorrência policial ou do processo de violência de 2017)
doméstica e familiar em curso. (Incluído pela Lei
I - a inquirição será feita em recinto especialmente
nº 13.882, de 2019)
projetado para esse fim, o qual conterá os equipamentos
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus próprios e adequados à idade da mulher em situação de
dependentes matriculados ou transferidos conforme o violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à
disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às informações gravidade da violência sofrida; (Incluído pela Lei nº
será reservado ao juiz, ao Ministério Público e aos órgãos 13.505, de 2017)
competentes do poder público. (Incluído pela Lei nº
II - quando for o caso, a inquirição será
13.882, de 2019)
intermediada por profissional especializado em violência
CAPÍTULO III doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL ou policial; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de III - o depoimento será registrado em meio
violência doméstica e familiar contra a mulher, a eletrônico ou magnético, devendo a degravação e a mídia
autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência integrar o inquérito. (Incluído pela Lei nº 13.505, de
adotará, de imediato, as providências legais cabíveis. 2017)
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput Art. 11. No atendimento à mulher em situação de
deste artigo ao descumprimento de medida protetiva de violência doméstica e familiar, a autoridade policial
urgência deferida. deverá, entre outras providências:
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de I - garantir proteção policial, quando necessário,
violência doméstica e familiar o atendimento policial e comunicando de imediato ao Ministério Público e ao
pericial especializado, ininterrupto e prestado por Poder Judiciário;
servidores - preferencialmente do sexo feminino - II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de
previamente capacitados. (Incluído pela Lei nº 13.505, saúde e ao Instituto Médico Legal;
de 2017)
III - fornecer transporte para a ofendida e seus
§ 1º A inquirição de mulher em situação de dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver
violência doméstica e familiar ou de testemunha de risco de vida;
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IV - se necessário, acompanhar a ofendida para III - descrição sucinta do fato e das medidas
assegurar a retirada de seus pertences do local da protetivas solicitadas pela ofendida.
ocorrência ou do domicílio familiar; IV - informação sobre a condição de a ofendida ser
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos pessoa com deficiência e se da violência sofrida resultou
nesta Lei e os serviços disponíveis. deficiência ou agravamento de deficiência
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.836, de 2019)
nesta Lei e os serviços disponíveis, inclusive os de § 2º A autoridade policial deverá anexar ao
assistência judiciária para o eventual ajuizamento perante documento referido no § 1º o boletim de ocorrência e
o juízo competente da ação de separação judicial, de cópia de todos os documentos disponíveis em posse da
divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de ofendida.
união estável. (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019) § 3º Serão admitidos como meios de prova os
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e
familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, postos de saúde.
deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na
seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos formulação de suas políticas e planos de atendimento à
no Código de Processo Penal: mulher em situação de violência doméstica e familiar,
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de
tomar a representação a termo, se apresentada; Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher
II - colher todas as provas que servirem para o (Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de
esclarecimento do fato e de suas circunstâncias; equipes especializadas para o atendimento e a
investigação das violências graves contra a mulher.
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
para a concessão de medidas protetivas de urgência; 13.505, de 2017)

IV - determinar que se proceda ao exame de corpo § 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de
de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais 2017)
necessários; § 2º (VETADO. (Incluído pela Lei nº 13.505, de
V - ouvir o agressor e as testemunhas; 2017)

VI - ordenar a identificação do agressor e fazer § 3º A autoridade policial poderá requisitar os


juntar aos autos sua folha de antecedentes criminais, serviços públicos necessários à defesa da mulher em
indicando a existência de mandado de prisão ou registro situação de violência doméstica e familiar e de seus
de outras ocorrências policiais contra ele; dependentes. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

VI-A - verificar se o agressor possui registro de Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou
porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese de iminente à vida ou à integridade física da mulher em
existência, juntar aos autos essa informação, bem como situação de violência doméstica e familiar, ou de seus
notificar a ocorrência à instituição responsável pela dependentes, o agressor será imediatamente afastado do
concessão do registro ou da emissão do porte, nos termos lar, domicílio ou local de convivência com a
da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do ofendida: (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
Desarmamento); (Incluído pela Lei nº 13.880, de Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou
2019) iminente à vida ou à integridade física ou psicológica da
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou
policial ao juiz e ao Ministério Público. de seus dependentes, o agressor será imediatamente
afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo
ofendida: (Redação dada pela Lei nº 14.188, de 2021)
pela autoridade policial e deverá conter:
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº
I - qualificação da ofendida e do agressor;
13.827, de 2019)
II - nome e idade dos dependentes;

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II - pelo delegado de polícia, quando o Município § 2º Iniciada a situação de violência doméstica e


não for sede de comarca; ou (Incluído pela Lei nº familiar após o ajuizamento da ação de divórcio ou de
13.827, de 2019) dissolução de união estável, a ação terá preferência no
III - pelo policial, quando o Município não for sede juízo onde estiver. (Incluído pela Lei nº 13.894, de
de comarca e não houver delegado disponível no 2019)
momento da denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, de Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para
2019) os processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste I - do seu domicílio ou de sua residência;
artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo de 24 II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
(vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a
III - do domicílio do agressor.
manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo
dar ciência ao Ministério Público concomitantemente. Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à
(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) representação da ofendida de que trata esta Lei, só será
admitida a renúncia à representação perante o juiz, em
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da
audiência especialmente designada com tal finalidade,
ofendida ou à efetividade da medida protetiva de
antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
urgência, não será concedida liberdade provisória ao
Público.
preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência
TÍTULO IV
doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
DOS PROCEDIMENTOS básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
CAPÍTULO I substituição de pena que implique o pagamento isolado de
DISPOSIÇÕES GERAIS multa.

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução CAPÍTULO II


das causas cíveis e criminais decorrentes da prática de DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se- Seção I
ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo
Disposições Gerais
Civil e da legislação específica relativa à criança, ao
adolescente e ao idoso que não conflitarem com o Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da
estabelecido nesta Lei. ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas:
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com I - conhecer do expediente e do pedido e decidir
competência cível e criminal, poderão ser criados pela sobre as medidas protetivas de urgência;
União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos II - determinar o encaminhamento da ofendida ao
Estados, para o processo, o julgamento e a execução das órgão de assistência judiciária, quando for o caso;
causas decorrentes da prática de violência doméstica e
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao
familiar contra a mulher.
órgão de assistência judiciária, quando for o caso, inclusive
Parágrafo único. Os atos processuais poderão para o ajuizamento da ação de separação judicial, de
realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de
normas de organização judiciária. união estável perante o juízo competente; (Redação
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
de divórcio ou de dissolução de união estável no Juizado III - comunicar ao Ministério Público para que adote
de Violência Doméstica e Familiar contra a as providências cabíveis.
Mulher. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)
IV - determinar a apreensão imediata de arma de
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de fogo sob a posse do agressor. (Incluído pela Lei nº
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a 13.880, de 2019)
pretensão relacionada à partilha de bens. (Incluído
pela Lei nº 13.894, de 2019)

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Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão III - proibição de determinadas condutas, entre as
ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério quais:
Público ou a pedido da ofendida. a) aproximação da ofendida, de seus familiares e
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância
concedidas de imediato, independentemente de audiência entre estes e o agressor;
das partes e de manifestação do Ministério Público, b) contato com a ofendida, seus familiares e
devendo este ser prontamente comunicado. testemunhas por qualquer meio de comunicação;
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão c) freqüentação de determinados lugares a fim de
aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser preservar a integridade física e psicológica da ofendida;
substituídas a qualquer tempo por outras de maior
IV - restrição ou suspensão de visitas aos
eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei
dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento
forem ameaçados ou violados.
multidisciplinar ou serviço similar;
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério
V - prestação de alimentos provisionais ou
Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas
provisórios.
protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se
entender necessário à proteção da ofendida, de seus VI – comparecimento do agressor a programas de
familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério recuperação e reeducação; e (Incluído pela Lei nº
Público. 13.984, de 2020)

Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da VII – acompanhamento psicossocial do agressor,
instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em grupo de
decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do apoio. (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)
Ministério Público ou mediante representação da § 1º As medidas referidas neste artigo não
autoridade policial. impedem a aplicação de outras previstas na legislação em
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as
preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser
motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, comunicada ao Ministério Público.
se sobrevierem razões que a justifiquem. § 2º Na hipótese de aplicação do inciso I,
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos encontrando-se o agressor nas condições mencionadas
processuais relativos ao agressor, especialmente dos no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de
pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão,
da intimação do advogado constituído ou do defensor corporação ou instituição as medidas protetivas de
público. urgência concedidas e determinará a restrição do porte de
armas, ficando o superior imediato do agressor
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar
responsável pelo cumprimento da determinação judicial,
intimação ou notificação ao agressor .
sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de
Seção II desobediência, conforme o caso.
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o § 3º Para garantir a efetividade das medidas
Agressor protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica momento, auxílio da força policial.
e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz § 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo,
poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art.
separadamente, as seguintes medidas protetivas de 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de
urgência, entre outras: Processo Civil).
I - suspensão da posse ou restrição do porte de Seção III
armas, com comunicação ao órgão competente, nos
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida
termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 ;
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem
II - afastamento do lar, domicílio ou local de
prejuízo de outras medidas:
convivência com a ofendida;
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I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a § 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a


programa oficial ou comunitário de proteção ou de autoridade judicial poderá conceder fiança. (Incluído
atendimento; pela Lei nº 13.641, de 2018)
II - determinar a recondução da ofendida e a de § 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação
seus dependentes ao respectivo domicílio, após de outras sanções cabíveis. (Incluído pela Lei nº
afastamento do agressor; 13.641, de 2018)
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, CAPÍTULO III
sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
filhos e alimentos;
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não
IV - determinar a separação de corpos. for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da
V - determinar a matrícula dos dependentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.
ofendida em instituição de educação básica mais próxima Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo
do seu domicílio, ou a transferência deles para essa de outras atribuições, nos casos de violência doméstica e
instituição, independentemente da existência de familiar contra a mulher, quando necessário:
vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)
I - requisitar força policial e serviços públicos de
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da saúde, de educação, de assistência social e de segurança,
sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular entre outros;
da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e
seguintes medidas, entre outras:
particulares de atendimento à mulher em situação de
I - restituição de bens indevidamente subtraídos violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as
pelo agressor à ofendida; medidas administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a
II - proibição temporária para a celebração de atos e quaisquer irregularidades constatadas;
contratos de compra, venda e locação de propriedade em III - cadastrar os casos de violência doméstica e
comum, salvo expressa autorização judicial; familiar contra a mulher.
III - suspensão das procurações conferidas pela CAPÍTULO IV
ofendida ao agressor;
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
IV - prestação de caução provisória, mediante
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e
depósito judicial, por perdas e danos materiais
criminais, a mulher em situação de violência doméstica e
decorrentes da prática de violência doméstica e familiar
familiar deverá estar acompanhada de advogado,
contra a ofendida.
ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei.
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de
competente para os fins previstos nos incisos II e III deste
violência doméstica e familiar o acesso aos serviços de
artigo.
Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita,
Seção IV nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) atendimento específico e humanizado.
Do Crime de Descumprimento de Medidas TÍTULO V
Protetivas de Urgência
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere
Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão
medidas protetivas de urgência previstas nesta
contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a
Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
ser integrada por profissionais especializados nas áreas
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) psicossocial, jurídica e de saúde.
anos. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
Art. 30. Compete à equipe de atendimento
§ 1º A configuração do crime independe da multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe forem
competência civil ou criminal do juiz que deferiu as reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por
medidas. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
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escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria IV - programas e campanhas de enfrentamento da


Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência, e violência doméstica e familiar;
desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, V - centros de educação e de reabilitação para os
prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressores.
agressor e os familiares, com especial atenção às crianças
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
e aos adolescentes.
Municípios promoverão a adaptação de seus órgãos e de
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir seus programas às diretrizes e aos princípios desta Lei.
avaliação mais aprofundada, o juiz poderá determinar a
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos
manifestação de profissional especializado, mediante a
transindividuais previstos nesta Lei poderá ser exercida,
indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.
concorrentemente, pelo Ministério Público e por
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua associação de atuação na área, regularmente constituída
proposta orçamentária, poderá prever recursos para a há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil.
criação e manutenção da equipe de atendimento
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição
multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes
poderá ser dispensado pelo juiz quando entender que não
Orçamentárias.
há outra entidade com representatividade adequada para
TÍTULO VI o ajuizamento da demanda coletiva.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e
Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de familiar contra a mulher serão incluídas nas bases de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e
criminais acumularão as competências cível e criminal Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de dados e
para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de informações relativo às mulheres.
violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas Parágrafo único. As Secretarias de Segurança
as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela Pública dos Estados e do Distrito Federal poderão remeter
legislação processual pertinente. suas informações criminais para a base de dados do
Parágrafo único. Será garantido o direito de Ministério da Justiça.
preferência, nas varas criminais, para o processo e o Art. 38-A. O juiz competente providenciará o
julgamento das causas referidas no caput. registro da medida protetiva de urgência. (Incluído
TÍTULO VII pela Lei nº 13.827, de 2019)
DISPOSIÇÕES FINAIS Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência
Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência serão registradas em banco de dados mantido e
Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça,
acompanhada pela implantação das curadorias necessárias garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria
e do serviço de assistência judiciária. Pública e dos órgãos de segurança pública e de assistência
social, com vistas à fiscalização e à efetividade das
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os
medidas protetivas. (Incluído pela Lei nº 13.827, de
Municípios poderão criar e promover, no limite das
2019)
respectivas competências:
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
I - centros de atendimento integral e
Municípios, no limite de suas competências e nos termos
multidisciplinar para mulheres e respectivos dependentes
das respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão
em situação de violência doméstica e familiar;
estabelecer dotações orçamentárias específicas, em cada
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos exercício financeiro, para a implementação das medidas
dependentes menores em situação de violência doméstica estabelecidas nesta Lei.
e familiar;
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, excluem outras decorrentes dos princípios por ela
serviços de saúde e centros de perícia médico-legal adotados.
especializados no atendimento à mulher em situação de
Art. 41. Aos crimes praticados com violência
violência doméstica e familiar;
doméstica e familiar contra a mulher, independentemente
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da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de comparecimento obrigatório do agressor a programas de
setembro de 1995. recuperação e reeducação.” (NR)
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e
outubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa a cinco) dias após sua publicação.
vigorar acrescido do seguinte inciso IV: Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da
“Art. 313. ................................................. Independência e 118º da República.
................................................................ LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
IV - se o crime envolver violência doméstica e Dilma Rousseff
familiar contra a mulher, nos termos da lei específica, para Este texto não substitui o publicado no DOU de 8.8.2006
garantir a execução das medidas protetivas de urgência.” *
(NR)
LEI MARIDA PENHA
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-
COM COMENTÁRIOS
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 61. .................................................. ARTIGO 1º - FINALIDADE E OBJETO DA LEI –

................................................................. Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para:


II - ............................................................ 1. Coibir e prevenir a violência doméstica e
familiar contra a mulher;
.................................................................
2. Dispõe sobre a criação dos Juizados de
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de
Violência Doméstica e Familiar contra a
relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade,
Mulher;
ou com violência contra a mulher na forma da lei
específica; 3. Estabelece medidas de assistência e proteção
às mulheres em situação de violência
........................................................... ” (NR)
doméstica e familiar.
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as
seguintes alterações: NATUREZA –
“Art. 129. .................................................. Inicialmente, vale mencionar que a Lei Maria da
.................................................................. Penha não é uma lei de natureza Penal. Na
verdade, ela tem natureza Multidisciplinar, uma
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente,
vez que trata de diversos ramos do direito, como
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
administrativo, cível, processual, penal,
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
assistencial.
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. ARTIGO 4º - INTERPRETAÇÃO DA LEI

.................................................................. Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão


considerados os fins sociais a que ela se destina e,
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será
especialmente, as condições peculiares das
aumentada de um terço se o crime for cometido contra
mulheres em situação de violência doméstica e
pessoa portadora de deficiência.” (NR)
família.
Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de
1984 (Lei de Execução Penal), passa a vigorar com a
seguinte redação: ARTIGO 4º - DIREITOS DA MULHER

“Art. 152. ................................................... Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições


para o exercício efetivo dos direitos à vida, à
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica
segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à
contra a mulher, o juiz poderá determinar o

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cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, 27/9/2013. HC 277.561-AL, Rel. Min. Jorge
ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à Mussi, julgado em 6/11/2014
dignidade, ao respeito e à convivência familiar e 2. Elemento subjetivo – Exclusivamente o dolo.
comunitária.
3. Sujeito ativo e sujeito passivo –
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que
3.1. Sujeito ativo na LMP – Ao contrário do
visem garantir os direitos humanos das mulheres
Sujeito Passivo, que só poderá ser mulher, o
no âmbito das relações domésticas e familiares no
sujeito ativo tanto poderá ser homem como
sentido de resguardá-las de toda forma de
mulher. A fundamentação está no Art. 5º,
negligência, discriminação, exploração, violência,
parágrafo único da LMP, dispondo que as
crueldade e opressão.
relações pessoais enunciadas no artigo 5º
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público independem de orientação sexual. Nesse
criar as condições necessárias para o efetivo sentido STJ,
exercício dos direitos enunciados no caput.
[...] Sujeito passivo da violência doméstica, objeto
da referida lei, é a mulher. Sujeito ativo pode ser
REQUISITOS PARA INCIDIR A APLICAÇÃO DA LEI MARIA DA tanto o homem quanto a mulher, desde que fique
PENHA – caracterizado o vínculo de relação doméstica,
familiar ou de afetividade. [...] (STJ, 3ª Seção, CC
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência
88.027/MG, Rel. Min. Og Fernandes, DJe
doméstica e familiar contra a mulher qualquer
18/12/2008).
ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou STJ: [...] Nessa mesma linha, entende a
psicológico e dano moral ou patrimonial: jurisprudência do STJ que o sujeito ativo do crime
pode ser tanto o homem como a mulher, desde que
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida
esteja presente o estado de vulnerabilidade
como o espaço de convívio permanente de pessoas,
caracterizado por uma relação de poder e
com ou sem vínculo familiar, inclusive as
submissão. Precedentes citados: HC 175.816-RS,
esporadicamente agregadas;
Quinta Turma, DJe 28/6/2013; e HC 250.435-RJ,
II - no âmbito da família, compreendida como a Quinta Turma, DJe
comunidade formada por indivíduos que são ou se
3.2. Sujeito Passivo na LMP – Somente a mulher.
consideram aparentados, unidos por laços naturais,
O homem não. Só a mulher. Nesse sentido,
por afinidade ou por vontade expressa;
STJ: 27/9/2013. HC 277.561-AL, Rel. Min.
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o Jorge Mussi, julgado em 6/11/2014.
agressor conviva ou tenha convivido com a
ofendida, independentemente de coabitação.
REQUISITOS CUMULATIVOS PARA INCIDIR A LMP –
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas
neste artigo independem de orientação sexual. Desta forma, pode-se dizer que a incidência da citada
lei está condicionada à presença de 3 (três)
pressupostos cumulativos:
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA –
1. Violência doméstica e familiar contra a mulher;
2. Ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
1. Objeto jurídico da lei (STJ) – O bem protegido morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
pela lei “é a mulher em situação de psicológico e dano moral ou patrimonial.
vulnerabilidade, não só em relação ao cônjuge
3. Violência dolosa praticada no âmbito da unidade
ou companheiro, mas também qualquer outro
doméstica, no âmbito da família, ou em qualquer
familiar ou pessoa que conviva com a vítima,
relação íntima de afeto.
independentemente do gênero do agressor.
[...] HC 175.816-RS, Quinta Turma, DJe Observação - “violência doméstica E familiar - Os
28/6/2013 e HC 250.435-RJ, Quinta Turma, DJe requisitos “violência doméstica e familiar” não são

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cumulativos. O texto deverá ser interpretado da II - a violência psicológica, entendida como


seguinte forma: “violência doméstica OU familiar” qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e
perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
ANÁLISE DOS REQUIITOS –
degradar ou controlar suas ações,
1. Violência doméstica e familiar contra a mulher – comportamentos, crenças e decisões, mediante
Este é primeiro requisito, que trata especificamente ameaça, constrangimento, humilhação,
do sujeito passivo. manipulação, isolamento, vigilância constante,
2. Baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral violação de sua intimidade, ridicularização,
ou patrimonial – exploração e limitação do direito de ir e vir ou
qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
Conceito de “Violência de Gênero” – Como violência
saúde psicológica e à
preconceito, tendo como motivação a opressão à
autodeterminação; (Redação dada pela Lei
mulher, fundamento de aplicação da LMP. Trata-se
nº 13.772, de 2018)
da violência que se vale do hipossuficiência da vítima
mulher, discriminação quanto ao sexo feminino. Desta III - a violência sexual, entendida como qualquer
forma, para que se aplique a LMP devem estar conduta que a constranja a presenciar, a manter
presentes os requisitos da lei, como a demonstração ou a participar de relação sexual não desejada,
da situação de vulnerabilidade ou hipossuficiencia mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da
da mulher, numa perspectiva de gênero. Assim, força; que a induza a comercializar ou a utilizar,
ausentes os requisitos, incidirá o CP ou outro tipo de qualquer modo, a sua sexualidade, que a
penal previsto na Legislação Extravagante. impeça de usar qualquer método contraceptivo ou
que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto
Nesse sentido, presentes todos os requisitos, temos as
ou à prostituição, mediante coação, chantagem,
seguintes hipóteses de aplicação da LMP:
suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o
1. Marido contra Esposa. exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
2. Irmão contra Irmã. IV - a violência patrimonial, entendida como
3. Pai contra Filha. qualquer conduta que configure retenção,
subtração, destruição parcial ou total de seus
4. Mãe contra Filha.
objetos, instrumentos de trabalho, documentos
5. Filha contra Mãe pessoais, bens, valores e direitos ou recursos
6. Relações homoafetivas entre mulheres. econômicos, incluindo os destinados a satisfazer
suas necessidades;
3. Violência dolosa praticada no âmbito da unidade
doméstica, no âmbito da família, ou em qualquer V - a violência moral, entendida como qualquer
relação íntima de afeto. conduta que configure calúnia, difamação ou
injúria.
Súmula 600 – Para a configuração da violência
doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei n.
11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a CONCEITO X FORMAS DE VIOLÊNCIA X
coabitação entre autor e vítima. CRIME/CONTRAVENÇÃO –
1. Rol exemplificativo de formas de violência –
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 2. Forma de violência – Natureza não criminal –
CONTRA A MULHER
3. Violência Física – Natureza criminal –
Art. 7º São formas de violência doméstica e
3.1. Lesão corporal – Art. 129. Ofender a
familiar contra a mulher, entre outras:
integridade corporal ou a saúde de outrem:
I - a violência física, entendida como qualquer Pena - detenção, de três meses a um ano.
conduta que ofenda sua integridade ou saúde
4. Violência Psicológica – Natureza criminal –
corporal;

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4.1. Ameaça – Art. 147 - Ameaçar alguém, por o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou
palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.
meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e (Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018)
grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou 5. VIOLÊNCIA MORAL – Natureza não criminal -
multa.
Art. 138 – Calúnia –
Parágrafo único - Somente se procede
mediante representação. Art. 139 – Difamação –

4.2. Perseguição – Art. 147-A. Perseguir Art. 140 – Injúria –


alguém, reiteradamente e por qualquer Art. 140, 2º - Injúria Real
meio, ameaçando-lhe a integridade física
Art. 140, §3º - Injúria racial –
ou psicológica, restringindo-lhe a
capacidade de locomoção ou, de qualquer Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo
forma, invadindo ou perturbando sua esfera somente se procede mediante queixa, salvo
de liberdade ou privacidade. (Incluído quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência
pela Lei nº 14.132, de 2021) resulta lesão corporal

§ 3º Somente se procede mediante Parágrafo único. Procede-se mediante requisição


representação. (Incluído pela Lei nº do Ministro da Justiça, no caso do inciso I
14.132, de 2021) do caput do art. 141 deste Código, e mediante
representação do ofendido, no caso do inciso II do
4.3. Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher
mesmo artigo, bem como no caso do § 3 o do art.
que a prejudique e perturbe seu pleno
140 deste Código.
desenvolvimento ou que vise a degradar ou a
controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, 6. AÇÃO PENAL NAS HIPÓTESES DE CRIMES OU
isolamento, chantagem, ridicularização, CONTRAVENÇÕES.
limitação do direito de ir e vir ou qualquer
6.1. Ação Penal Pública Incondicionada –
outro meio que cause prejuízo à sua saúde
psicológica e autodeterminação: (Incluído 6.2. Ação Penal Pública condicionada –
pela Lei nº 14.188, de 2021) 6.3. Ação Penal Privada –
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos, e multa, se a conduta não constitui
7. AÇÃO PENAL NOS CRIMES DE LESÃO LEVE –
crime mais grave. (Incluído pela Lei nº
14.188, de 2021) CP – Art. 100 - A ação penal é pública, salvo
quando a lei expressamente a declara privativa do
ofendido.
4.4. Registro não autorizado da intimidade sexual
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou § 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério
registrar, por qualquer meio, conteúdo com Público, dependendo, quando a lei o exige, de
cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de representação do ofendido ou de requisição do
caráter íntimo e privado sem autorização dos Ministro da Justiça. Lesão corporal
participantes: (Incluído pela Lei nº 13.772, Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a
de 2018) saúde de outrem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) Pena - detenção, de três meses a um ano.
ano, e multa.
JECRIM –
Parágrafo único. Na mesma pena incorre
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da
quem realiza montagem em fotografia,
legislação especial, dependerá de representação a
vídeo, áudio ou qualquer outro registro com

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ação penal relativa aos crimes de lesões corporais essa é movida pelo princípio da obrigatoriedade e
leves e lesões culposas. indisponibilidade.
LMP – Art. 41. Aos crimes praticados com Audiência Específica - Para evitar qualquer espécie
violência doméstica e familiar contra a mulher, de vício na retratação da vítima, vício relacionado à
independentemente da pena prevista, não se sua vontade, ou seja, para verificar se a vítima não
aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. foi coagida, não está sob ameaça... essa retratação
só será admitida perante o juiz, em audiência
especialmente designada com tal finalidade, antes
Súmula n. 542 do STJ: “A ação penal relativa ao
do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
crime de lesão corporal resultante de violência
Público. Desse modo, cabendo ao magistrado
doméstica contra a mulher é pública
verificar na referida audiência a espontaneidade e
incondicionada”.
a liberdade na prática de tal ato
Informativo 604 STJ - A ação penal nos crimes de
Não aplicabilidade aos crimes de Lesão Leve e
lesão corporal leve cometidos em detrimento da
Lesão culposa -
mulher, no âmbito doméstico e familiar, é pública
incondicionada. STJ. 3ª Seção. Pet 11.805-DF, Rel. A retratação da representação não se aplica aos
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 10/5/2017 crimes de Lesão Leve e Lesão culposa, uma vez que
(recurso repetitivo) (Info 604). esses são de ação pena pública incondicionada,
conforme o exposto na Súmula N. 542 do STJ.
Limite para a retratação - Conforme exposto no
8. Princípio da Insignificância – Súmula 589 do
dispositivo legal, a retratação da representação
STJ – É inaplicável o princípio da insignificância
deverá ser feita até o recebimento da denúncia.
nos crimes ou contravenções penais praticados
contra a mulher no âmbito das relações
domésticas. Os Tribunais Superiores têm VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. LEI MARIA DA PENHA.
afastado a insignificância nas infrações penais AUDIÊNCIA.
envolvendo violência doméstica e familiar
Consignou-se que a realização da audiência deve
contra a mulher;
ser precedida de manifestação de vontade da
ofendida, se assim ela o desejar, em retratar-se da
RETRATAÇÃO – representação registrada, cabendo ao magistrado
verificar a espontaneidade e a liberdade na
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à
prática de tal ato. Com esse entendimento, a
representação da ofendida de que trata esta Lei,
Turma concedeu a segurança para determinar que
só será admitida a renúncia à representação
a audiência de retratação da representação da
perante o juiz, em audiência especialmente
ação penal de natureza pública condicionada
designada com tal finalidade, antes do
somente seja realizada após prévia manifestação
recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
da ofendida. Precedentes citados: HC 178.744-MG,
Público.
DJe 24/6/2011; HC 168.003-ES, DJe 1º/6/2011, e
“Renúncia” - Apesar de o art. 16 dispor HC 96.601-MS, DJe 22/11/2010. RMS 34.607-MS,
expressamente sobre “renúncia”, estamos diante Rel. Min. Adilson Vieira Macabu (Desembargador
um caso de Retração, que é o arrependimento da convocado do TJ/RJ), julgado em 13/9/2011.
representação pela vítima no caso de crime de ação
penal pública condicionada.
VEDAÇÕES – LEI MARIA DA PENHA -
Retratação - A grosso modo, a retratação é o
“desdizer-se”, “voltar atrás”, “retirar o que foi Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência
dito”. doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
Hipótese - A retratação só é cabível nos crimes de
substituição de pena que implique o pagamento isolado
ação que dependem da representação da vítima.
de multa.
De outro lado, a retratação não será cabível nos
crimes de ação penal pública incondicionada, pois
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Lei Maria da Penha – § 2º O juiz assegurará à mulher em situação de


Art. 41. Aos crimes praticados com violência violência doméstica e familiar, para preservar sua
doméstica e familiar contra a mulher, integridade física e psicológica:
independentemente da pena prevista, não se aplica I - acesso prioritário à remoção quando servidora
a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. pública, integrante da administração direta ou
Súmula 536 indireta;

A suspensão condicional do processo e a transação II - manutenção do vínculo trabalhista, quando


penal não se aplicam na hipótese de delitos necessário o afastamento do local de trabalho, por
sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. (Súmula até seis meses.
536, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2015, DJe III - encaminhamento à assistência judiciária, quando
15/06/2015) for o caso, inclusive para eventual ajuizamento da
Súmula 588 ação de separação judicial, de divórcio, de anulação
de casamento ou de dissolução de união estável
A prática de crime ou contravenção penal contra a
perante o juízo competente. (Incluído pela Lei nº
mulher com violência ou grave ameaça no
13.894, de 2019)
ambiente doméstico impossibilita a substituição da
pena privativa de liberdade por restritiva de ASSISTÊNCIA À SAÚDE –
direitos. (Súmula 588, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em § 3º A assistência à mulher em situação de
13/09/2017, DJe 18/09/2017) violência doméstica e familiar compreenderá o
Súmula 589 acesso aos benefícios decorrentes do
desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo
É inaplicável o princípio da insignificância nos
os serviços de contracepção de emergência, a
crimes ou contravenções penais praticados contra
profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis
a mulher no âmbito das relações domésticas.
(DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
(Súmula 589, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
(AIDS) e outros procedimentos médicos necessários
13/09/2017, DJe 18/09/2017)
e cabíveis nos casos de violência sexual.
RESPONSABILIDADE DO AGRESSOR –
CAPÍTULO II RESSARCIMENTO DE DANOS –
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar
DOMÉSTICA E FAMILIAR
lesão, violência física, sexual ou psicológica e dano
Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a
doméstica e familiar será prestada de forma articulada e ressarcir todos os danos causados, inclusive
conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de
Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, acordo com a tabela SUS, os custos relativos aos
no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras serviços de saúde prestados para o total
normas e políticas públicas de proteção, e tratamento das vítimas em situação de violência
emergencialmente quando for o caso. doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim
FORMAS DE ASSISTÊNCIA – arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado
responsável pelas unidades de saúde que
1. Assistência Jurídica –
prestarem os serviços. (Vide Lei nº 13.871, de
2. Assistência Social – 2019) (Vigência)
3. Assistência à saúde – RESPONSABILIDADE DO AGRESSOR – RESSARCIMENTO DE
4. Assistência à Segurança Pública – DANOS –
ASSISTÊNCIA SOCIAL/TRABALHISTA – § 5º Os dispositivos de segurança destinados ao
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão uso em caso de perigo iminente e disponibilizados
da mulher em situação de violência doméstica e para o monitoramento das vítimas de violência
familiar no cadastro de programas assistenciais do doméstica ou familiar amparadas por medidas
governo federal, estadual e municipal. protetivas terão seus custos ressarcidos pelo

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agressor. (Vide Lei nº 13.871, de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA


2019) (Vigência) Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e sanciono a seguinte Lei:
5º deste artigo não poderá importar ônus de CAPÍTULO I
qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos
DISPOSIÇÕES GERAIS
seus dependentes, nem configurar atenuante ou
ensejar possibilidade de substituição da pena Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de
aplicada. (Vide Lei nº 13.871, de autoridade, cometidos por agente público, servidor ou
2019) (Vigência) não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de
exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.
PRIORIDADE PARA MATRICULAR SEUS
DEPENDENTES EM INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO § 1º As condutas descritas nesta Lei constituem
BÁSICA crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo
agente com a finalidade específica de prejudicar outrem
§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e
ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por
familiar tem prioridade para matricular seus
mero capricho ou satisfação pessoal.
dependentes em instituição de educação básica
mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los para § 2º A divergência na interpretação de lei ou na
essa instituição, mediante a apresentação dos avaliação de fatos e provas não configura abuso de
documentos comprobatórios do registro da autoridade.
ocorrência policial ou do processo de violência CAPÍTULO II
doméstica e familiar em curso. (Incluído
DOS SUJEITOS DO CRIME
pela Lei nº 13.882, de 2019)
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus
autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da
dependentes matriculados ou transferidos
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer
conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal,
acesso às informações será reservado ao juiz, ao
dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não
Ministério Público e aos órgãos competentes do
se limitando a:
poder público. (Incluído pela Lei nº
13.882, de 2019) I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles
equiparadas;
MPU –
II - membros do Poder Legislativo;
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem
prejuízo de outras medidas: III - membros do Poder Executivo;

V - determinar a matrícula dos dependentes da IV - membros do Poder Judiciário;


ofendida em instituição de educação básica mais V - membros do Ministério Público;
próxima do seu domicílio, ou a transferência deles VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
para essa instituição, independentemente da
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os
existência de vaga. (Incluído pela Lei nº
efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que
13.882, de 2019)
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019 forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego
ou função em órgão ou entidade abrangidos
Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade;
pelo caput deste artigo.
altera a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei nº
9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de CAPÍTULO III
julho de 1990, e a Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994; e DA AÇÃO PENAL
revoga a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e
Art. 3º (VETADO).
dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal).

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Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação CAPÍTULO V


penal pública incondicionada. (Promulgação partes DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA
vetadas)
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal
Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas
pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao
independentemente das sanções de natureza civil ou
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer
administrativa cabíveis.
denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do
processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, Parágrafo único. As notícias de crimes previstos
a todo tempo, no caso de negligência do querelante, nesta Lei que descreverem falta funcional serão
retomar a ação como parte principal. informadas à autoridade competente com vistas à
apuração.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no
prazo de 6 (seis) meses, contado da data em que se Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa
esgotar o prazo para oferecimento da denúncia. são independentes da criminal, não se podendo mais
questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando
CAPÍTULO IV
essas questões tenham sido decididas no juízo criminal.
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim
DE DIREITOS
como no administrativo-disciplinar, a sentença penal que
Seção I reconhecer ter sido o ato praticado em estado de
Dos Efeitos da Condenação necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento
Art. 4º São efeitos da condenação: de dever legal ou no exercício regular de direito.

I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano CAPÍTULO VI


causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento do DOS CRIMES E DAS PENAS
ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação Art. 9º (VETADO).
dos danos causados pela infração, considerando os
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade
prejuízos por ele sofridos;
em manifesta desconformidade com as hipóteses
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato legais: (Promulgação partes vetadas)
ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
III - a perda do cargo, do mandato ou da função multa.
pública.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar
III do caput deste artigo são condicionados à ocorrência de de:
reincidência em crime de abuso de autoridade e não são
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
automáticos, devendo ser declarados motivadamente na
sentença. II - substituir a prisão preventiva por medida
cautelar diversa ou de conceder liberdade provisória,
Seção II
quando manifestamente cabível;
Das Penas Restritivas de Direitos
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus,
Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas quando manifestamente cabível.’
das privativas de liberdade previstas nesta Lei são:
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de
I - prestação de serviços à comunidade ou a testemunha ou investigado manifestamente descabida ou
entidades públicas; sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a multa.
perda dos vencimentos e das vantagens;
Art. 11. (VETADO).
III - (VETADO).
Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal:
podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
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Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por
multa. advogado ou defensor público, sem a presença de seu
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: patrono.

I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução Art. 16. (VETADO).


de prisão temporária ou preventiva à autoridade judiciária Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se
que a decretou; falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou quando
II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de deva fazê-lo durante sua detenção ou
qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua família prisão: (Promulgação partes vetadas)
ou à pessoa por ela indicada; Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 multa.
(vinte e quatro) horas, a nota de culpa, assinada pela Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem,
autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do como responsável por interrogatório em sede de
condutor e das testemunhas; procedimento investigatório de infração penal, deixa de
IV - prolonga a execução de pena privativa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa
liberdade, de prisão temporária, de prisão preventiva, de identidade, cargo ou função.
medida de segurança ou de internação, deixando, sem Art. 17. (VETADO).
motivo justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial
soltura imediatamente após recebido ou de promover a durante o período de repouso noturno, salvo se capturado
soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal. em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido,
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, consentir em prestar declarações:
mediante violência, grave ameaça ou redução de sua Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
capacidade de resistência, a: multa.
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o
curiosidade pública; envio de pleito de preso à autoridade judiciária
II - submeter-se a situação vexatória ou a competente para a apreciação da legalidade de sua prisão
constrangimento não autorizado em lei; ou das circunstâncias de sua custódia:
III - (VETADO). Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
III - produzir prova contra si mesmo ou contra multa.
terceiro: (Promulgação partes vetadas) Parágrafo único. Incorre na mesma pena o
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e magistrado que, ciente do impedimento ou da demora,
multa, sem prejuízo da pena cominada à violência. deixa de tomar as providências tendentes a saná-lo ou,
não sendo competente para decidir sobre a prisão, deixa
Art. 14. (VETADO).
de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão,
Art. 20. (VETADO).
pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo: Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista
pessoal e reservada do preso com seu
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
advogado: (Promulgação partes vetadas)
multa.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Parágrafo único. (VETADO).
multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
prossegue com o interrogatório: (Promulgação partes
impede o preso, o réu solto ou o investigado de
vetadas)
entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de
silêncio; ou audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele
comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de

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interrogatório ou no caso de audiência realizada por Art. 24. Constranger, sob violência ou grave
videoconferência. ameaça, funcionário ou empregado de instituição
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento
mesma cela ou espaço de confinamento: pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar
local ou momento de crime, prejudicando sua apuração:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
mantém, na mesma cela, criança ou adolescente na Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em
companhia de maior de idade ou em ambiente procedimento de investigação ou fiscalização, por meio
inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 manifestamente ilícito:
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou multa.
astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz
imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer uso de prova, em desfavor do investigado ou fiscalizado,
nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora com prévio conhecimento de sua ilicitude.
das condições estabelecidas em lei: Art. 26. (VETADO).
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar
multa. procedimento investigatório de infração penal ou
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista administrativa, em desfavor de alguém, à falta de
no caput deste artigo, quem: qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou
I - coage alguém, mediante violência ou grave de infração administrativa: (Vide ADIN 6234) (Vide
ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas ADIN 6240)
dependências; Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
II - (VETADO); multa.

III - cumpre mandado de busca e apreensão Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de
domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h sindicância ou investigação preliminar sumária,
(cinco horas). devidamente justificada.

§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação
socorro, ou quando houver fundados indícios que sem relação com a prova que se pretenda produzir,
indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra
de flagrante delito ou de desastre. ou a imagem do investigado ou acusado:

Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
diligência, de investigação ou de processo, o estado de multa.
lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de Art. 29. Prestar informação falsa sobre
responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo
alguém ou agravar-lhe a responsabilidade: com o fim de prejudicar interesse de investigado: (Vide
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e ADIN 6234) (Vide ADIN 6240)
multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem multa.
pratica a conduta com o intuito de: Parágrafo único. (VETADO).
I - eximir-se de responsabilidade civil ou Art. 30. (VETADO).
administrativa por excesso praticado no curso de Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal,
diligência; civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ou
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados contra quem sabe inocente: (Promulgação partes
ou informações incompletos para desviar o curso da vetadas)
investigação, da diligência ou do processo.
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Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa. multa.
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, Art. 38. (VETADO).
procrastinando-a em prejuízo do investigado ou Art. 38. Antecipar o responsável pelas
fiscalizado: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240) investigações, por meio de comunicação, inclusive rede
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e social, atribuição de culpa, antes de concluídas as
multa. apurações e formalizada a acusação: (Promulgação
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, partes vetadas)
inexistindo prazo para execução ou conclusão de Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
procedimento, o estende de forma imotivada, multa.
procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do CAPÍTULO VII
fiscalizado.
DO PROCEDIMENTO
Art. 32. (VETADO).
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou dos delitos previstos nesta Lei, no que couber, as
advogado acesso aos autos de investigação preliminar, ao disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de
termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei nº 9.099, de 26
procedimento investigatório de infração penal, civil ou de setembro de 1995.
administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias,
CAPÍTULO VIII
ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em
curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, DISPOSIÇÕES FINAIS
cujo sigilo seja imprescindível: (Promulgação partes Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro
vetadas) de 1989, passa a vigorar com a seguinte redação:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e “Art.2º
multa. ...........................................................................................
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de ...........................................................................................
obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o
expresso amparo legal:
período de duração da prisão temporária estabelecido
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso
multa. deverá ser libertado.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se ...........................................................................................
utiliza de cargo ou função pública ou invoca a condição de
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a
agente público para se eximir de obrigação legal ou para
autoridade responsável pela custódia deverá,
obter vantagem ou privilégio indevido.
independentemente de nova ordem da autoridade
Art. 34. (VETADO). judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se
Art. 35. (VETADO). já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão
temporária ou da decretação da prisão preventiva.
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a
indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que § 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de
extrapole exacerbadamente o valor estimado para a prisão no cômputo do prazo de prisão temporária.” (NR)
satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração, pela Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de
parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la: 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e “Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de
multa. comunicações telefônicas, de informática ou telemática,
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça,
no exame de processo de que tenha requerido vista em sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados
órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu em lei:
andamento ou retardar o julgamento: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
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Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade ENUNCIADOS SOBRE A LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE
judicial que determina a execução de conduta prevista O Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério
no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei.” Público dos Estados e da União (CNPG) e o Grupo Nacional
(NR) de Coordenadores de Centro de Apoio Criminal (GNCCRIM),
Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de com o objetivo de contribuir com a atividade-fim dos
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a membros do Ministério Público na interpretação da Lei de
vigorar acrescida do seguinte art. 227-A: Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/2019), emitiram 30
“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I enunciados acerca do tema.
do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de O documento contendo os enunciados foi assinado pelo
dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos Presidente do CNPG e Procurador-Geral do Ministério
nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso de Público do Estado do Mato Grosso do Sul, Paulo Cezar dos
autoridade, são condicionados à ocorrência de Passos, e pelo Procurador-Geral do Ministério Público do
reincidência. Estado do Rio Grande do Sul e Presidente do GNCCRIM,
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da Fabiano Dallazen, e pode ser conferido na íntegra aqui.
função, nesse caso, independerá da pena aplicada na ENUNCIADO #1 (art. 1º.)
reincidência.” Os tipos incriminadores da Lei de Abuso de Autoridade
Art. 43. (VETADO). exigem elemento subjetivo diverso do mero dolo,
Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa restringindo o alcance da norma.
a vigorar acrescida do seguinte art. 7º-B: (Promulgação ENUNCIADO #2 (art. 1º.) A divergência na interpretação de
partes vetadas) lei ou na avaliação de fatos e provas, salvo quando
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou teratológica, não configura abuso de autoridade, ficando
prerrogativa de advogado previstos nos incisos II, III, IV e V excluído o dolo.
do caput do art. 7º desta Lei: ENUNCIADO #3 (art. 3º.)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e Os crimes da Lei de Abuso de Autoridade são perseguidos
multa.’” mediante ação penal pública incondicionada. A queixa
Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de subsidiária pressupõe comprovada inércia do Ministério
dezembro de 1965, e o § 2º do art. 150 e o art. 350, ambos Público, caracterizada pela inexistência de qualquer
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 manifestação ministerial.
(Código Penal). ENUNCIADO #4 (art. 4º.) O requerimento do ofendido para
Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 a reparação dos danos causados pela infração penal
(cento e vinte) dias de sua publicação oficial. dispensa qualquer rigor formal.

Brasília, 5 de setembro de 2019; 198o da ENUNCIADO #5 (art. 9º.) O sujeito ativo do art. 9º, “caput”,
Independência e 131o da República. da Lei de Abuso de Autoridade, diferentemente do
parágrafo único, não alcança somente autoridade judiciária.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
O verbo nuclear “decretar” tem o sentido de determinar,
Sérgio Moro decidir e ordenar medida de privação da liberdade em
Wagner de Campos Rosário manifesta desconformidade com as hipóteses legais.
Jorge Antonio de Oliveira Francisco ENUNCIADO #6 (art. 10) Os investigados e réus não podem
ser conduzidos coercitivamente à presença da autoridade
André Luiz de Almeida Mendonça
policial ou judicial para serem interrogados. Outras
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.9.2019 - hipóteses de condução coercitiva, mesmo de investigados
Edição extra-A e retificado em 18.9.2019 ou réus para atos diversos do interrogatório, são possíveis,
observando-se as formalidades legais.
• Enunciado de acordo com as ADPFs 395 e 444

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ENUNCIADO #7 (art. 10) A condução coercitiva pressupõe conhecimento inequívoco da sua origem e do nexo de
motivação e descumprimento de prévia notificação. relação entre a prova ilícita e aquela dela derivada.
ENUNCIADO #8 (art. 12) Com o fim de preservar a sua ENUNCIADO #17 (art. 27) A configuração do abuso de
identidade, imagem e dados pessoais, é possível, nas autoridade pela deflagração de investigação criminal com
exceções legais, que da nota de culpa não conste o nome do base em matéria jornalística, necessariamente, há de ser
condutor, das testemunhas e das vítimas. avaliada a partir dos critérios interpretativos trazidos pela
ENUNCIADO #9 (art. 12) A execução imediata do alvará de Lei (art. 1º, § 1º) e da flagrante ausência de standard
soltura deve ocorrer após o cumprimento dos probatório mínimo que a justifique.
procedimentos de segurança necessários, incluindo a ENUNCIADO #18 (art. 28) O crime do art. 28 da Lei de
checagem sobre a existência de outras ordens de prisão e Abuso de Autoridade (Divulgar gravação ou trecho de
da autenticidade do próprio alvará. gravação sem relação com a prova que se pretenda
ENUNCIADO #10 (art. 13) Constranger o preso ou o produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo
detento, mediante violência ou grave ameaça, a produzir a honra ou a imagem do investigado ou acusado) pressupõe
prova contra si mesmo ou contra terceiro pode configurar interceptação legal (legítima e lícita), ocorrendo abuso no
delito de abuso de autoridade (Lei 13.869/19) ou crime de manuseio do conteúdo obtido com a medida.
tortura (Lei 9.455/97), a depender das circunstâncias do ENUNCIADO #19 (ART. 29) O legislador, na tipificação do
caso concreto. crime do art. 29 da Lei de Abuso de Autoridade, optou por
ENUNCIADO #11 (art. 18) Para efeitos do artigo 18 da Lei de restringir o alcance do tipo, pressupondo por parte do
Abuso de Autoridade, compreende-se por repouso noturno agente a finalidade única de prejudicar interesse de
o período de 21h00 a 5h00, nos termos do artigo 22, § 1°, investigado. Agindo com a finalidade de beneficiar, pode
III, da mesma Lei. responder por outro delito, como prevaricação (art. 319 do
CP), a depender das circunstâncias do caso concreto.
ENUNCIADO #12 (art. 18) Ressalvadas as hipóteses de
prisão em flagrante e concordância do interrogado ENUNCIADO #20 (art. 30) O crime do art. 30 da Lei de
devidamente assistido, o interrogatório extrajudicial do Abuso de Autoridade deve ser declarado, incidentalmente,
preso iniciado antes, não pode adentrar o período de inconstitucional. Não apenas em razão da elementar “justa
repouso noturno, devendo ser o ato encerrado e, se causa” ser expressão vaga e indeterminada, como também
necessário, complementado no dia seguinte. porque gera retrocesso na tutela dos bens jurídicos
envolvidos, já protegidos pelo art. 339 do CP, punido,
ENUNCIADO #13 (art. 21) A violação à regra de separação
inclusive, com pena em dobro.
de custodiados, acompanhada de sofrimento físico ou
mental do preso, conforme as circunstâncias do caso, não ENUNCIADO #21 (art. 31) A elementar “injustificadamente”
tipifica o crime do art. 21 da Lei de Abuso de Autoridade, deve ser interpretada no sentido de que o excesso de prazo
mas o delito de tortura (art. 1º, caput, inciso I, da Lei nº na instrução do procedimento investigatório não resultará
9.455/97), infração penal equiparada a hediondo, sofrendo de simples operação aritmética, impondo-se considerar a
os consectários da Lei 8.072/1990. complexidade do feito, atos procrastinatórios não
atribuíveis ao presidente da investigação e ao número de
ENUNCIADO #14 (art. 22) A elementar “imóvel” do artigo
pessoas envolvidas na apuração. Todos fatores que,
22 da Lei de Abuso de Autoridade deve ser conceituada nos
analisados em conjunto ou separadamente, indicam ser, ou
termos do artigo 79 do Código Civil.
não, razoável o prazo para o seu encerramento.
ENUNCIADO #15 (art. 22) O mandado de busca e
ENUNCIADO #22 (art. 33) Quem se utiliza de cargo ou
apreensão deverá ser cumprido durante o dia (art. 5º., XI,
função pública ou invoca a condição de agente público para
CF/88). Mesmo havendo luz solar, veda-se seu
se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou
cumprimento entre 21h00 e 5h00, sob pena de caracterizar
privilégio indevido pratica abuso de autoridade (art. 33,
abuso de autoridade (art. 22, §1º., inc. III).
parágrafo único) se o comportamento não estiv9er atrelado
ENUNCIADO #16 (art. 25) Ressalvadas situações à finalidade de contraprestação do agente ou autoridade.
excepcionais pacificadas, o uso da prova derivada da ilícita Caso contrário, outro será o crime, como corrupção passiva
está abrangido pelo tipo penal incriminador do art. 25 da (art. 317 do CP).
Lei de Abuso de Autoridade, devendo o agente ter
ENUNCIADO #23 (art. 36) O delito do art. 36 da Lei de
Abuso de Autoridade (abusiva indisponibilidade de ativos

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financeiros) pressupõe, objetivamente, uma ação (decretar) LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013
seguida de uma omissão (deixar de corrigir).
Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação
ENUNCIADO #24 (art. 39) Os crimes de abuso de criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais
autoridade com pena máxima superior a dois anos, salvo no correlatas e o procedimento criminal; altera o Decreto-Lei
caso de foro por prerrogativa de função, são processados nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); revoga
pelo rito dos crimes funcionais, observando-se a defesa a Lei nº 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá outras
preliminar do art. 514 do CPP. providências.
ENUNCIADO #25 (art. 39) Por ser privativa do servidor A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
público, o particular concorrente no crime de abuso de Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
autoridade não faz jus à preliminar contestação prevista no
CAPÍTULO I
art. 514 do CPP.
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
ENUNCIADO #26 (art. 39) A inobservância do disposto no
artigo 514 do CPP é causa de nulidade relativa, devendo ser Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e
alegada no tempo oportuno, comprovando-se o prejuízo, dispõe sobre a investigação criminal, os meios de
sob pena de preclusão. obtenção da prova, infrações penais correlatas e o
procedimento criminal a ser aplicado.
ENUNCIADO #27 (art. 39) A formalidade do art. 514 do CPP
é dispensável quando a denúncia envolver, além do crime § 1º Considera-se organização criminosa a associação
funcional, delito de outra natureza, ambos em concurso. de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que
ENUNCIADO #28 (ANPP) Crimes de abuso de autoridade,
informalmente, com objetivo de obter, direta ou
cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante
presentes os pressupostos do art. 18 da Res. 181/17 do
a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam
CNMP, admitirão o acordo de não persecução penal, salvo
superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter
se a sua celebração não atender ao que seja necessário e
transnacional.
suficiente para a reprovação e prevenção do crime.
§ 2º Esta Lei se aplica também:
ENUNCIADO #29 (representações indevidas)
Representações indevidas por abuso de autoridade podem, I - às infrações penais previstas em tratado ou
em tese, caracterizar crime de denunciação caluniosa (CP, convenção internacional quando, iniciada a execução no
art. 339), dano civil indenizável (CC, art. 953) e, caso o País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no
reclamante seja agente público, infração disciplinar ou estrangeiro, ou reciprocamente;
político-administrativa. II - às organizações terroristas internacionais,
ENUNCIADO #30 (art. 256 CPP) A representação indevida reconhecidas segundo as normas de direito internacional,
por abuso de autoridade contra juiz, promotor de Justiça, por foro do qual o Brasil faça parte, cujos atos de suporte
delegados ou agentes públicos em geral, não enseja, por si ao terrorismo, bem como os atos preparatórios ou de
só, a suspeição ante a aplicação da regra de que ninguém execução de atos terroristas, ocorram ou possam ocorrer
pode se beneficiar da própria torpeza, nos termos do que em território nacional.
disposto, inclusive, no art. 256 do CPP. II - às organizações terroristas, entendidas como
Brasília, 26 de novembro de 2019. aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo
legalmente definidos. (Redação dada pela lei nº
PAULO CEZAR DOS PASSOS, Procurador-Geral do Ministério
13.260, de 2016)
Público do Estado do Mato Grosso do Sul e Presidente do
CNPG. Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar,
pessoalmente ou por interposta pessoa, organização
FABIANO DALLAZEN, Procurador-Geral do Ministério
criminosa:
Público do Estado do Rio Grande do Sul e Presidente do
GNCCRIM. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa,
sem prejuízo das penas correspondentes às demais
Fonte:
infrações penais praticadas.
https://www.cnpg.org.br/images/arquivos/documentos_pu
blicos/Enunciados/2019/Enunciados-GNCCRIM-Lei-de-
Abuso-de-Autoridade.pdf
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§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de regime de cumprimento de pena ou obter livramento
qualquer forma, embaraça a investigação de infração condicional ou outros benefícios prisionais se houver
penal que envolva organização criminosa. elementos probatórios que indiquem a manutenção do
§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na vínculo associativo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
atuação da organização criminosa houver emprego de 2019)
arma de fogo. CAPÍTULO II
§ 3º A pena é agravada para quem exerce o DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA
comando, individual ou coletivo, da organização PROVA
criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão
execução. permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei, os
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 seguintes meios de obtenção da prova:
(dois terços): I - colaboração premiada;
I - se há participação de criança ou adolescente; II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos,
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se ópticos ou acústicos;
a organização criminosa dessa condição para a prática de III - ação controlada;
infração penal;
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e
III - se o produto ou proveito da infração penal telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de
destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou
IV - se a organização criminosa mantém conexão comerciais;
com outras organizações criminosas independentes; V - interceptação de comunicações telefônicas e
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a telemáticas, nos termos da legislação específica;
transnacionalidade da organização. VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e
§ 5º Se houver indícios suficientes de que o fiscal, nos termos da legislação específica;
funcionário público integra organização criminosa, poderá VII - infiltração, por policiais, em atividade de
o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, investigação, na forma do art. 11;
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração,
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais,
quando a medida se fizer necessária à investigação ou
distritais, estaduais e municipais na busca de provas e
instrução processual.
informações de interesse da investigação ou da instrução
§ 6º A condenação com trânsito em julgado criminal.
acarretará ao funcionário público a perda do cargo,
§ 1º Havendo necessidade justificada de manter
função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o
sigilo sobre a capacidade investigatória, poderá ser
exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito)
dispensada licitação para contratação de serviços técnicos
anos subsequentes ao cumprimento da pena.
especializados, aquisição ou locação de equipamentos
§ 7º Se houver indícios de participação de policial destinados à polícia judiciária para o rastreamento e
nos crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia obtenção de provas previstas nos incisos II e
instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério V. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
Público, que designará membro para acompanhar o feito
§ 2º No caso do § 1º , fica dispensada a publicação
até a sua conclusão.
de que trata o parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666,
§ 8º As lideranças de organizações criminosas de 21 de junho de 1993, devendo ser comunicado o órgão
armadas ou que tenham armas à disposição deverão de controle interno da realização da
iniciar o cumprimento da pena em estabelecimentos contratação. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
penais de segurança máxima. (Incluído pela Lei nº
Seção I
13.964, de 2019)
Da Colaboração Premiada
§ 9º O condenado expressamente em sentença por
integrar organização criminosa ou por crime praticado por Seção I
meio de organização criminosa não poderá progredir de Da Colaboração Premiada

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(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) poderes específicos para iniciar o procedimento de
Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é colaboração e suas tratativas, ou firmada pessoalmente
negócio jurídico processual e meio de obtenção de prova, pela parte que pretende a colaboração e seu advogado ou
que pressupõe utilidade e interesse públicos. (Incluído defensor público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
pela Lei nº 13.964, de 2019) § 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada
Art. 3º-B. O recebimento da proposta para deve ser realizada sem a presença de advogado
formalização de acordo de colaboração demarca o início constituído ou defensor público. (Incluído pela Lei nº
das negociações e constitui também marco de 13.964, de 2019)
confidencialidade, configurando violação de sigilo e § 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou
quebra da confiança e da boa-fé a divulgação de tais de colaborador hipossuficiente, o celebrante deverá
tratativas iniciais ou de documento que as formalize, até o solicitar a presença de outro advogado ou a participação
levantamento de sigilo por decisão judicial. (Incluído de defensor público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
pela Lei nº 13.964, de 2019) 2019)
§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada § 3º No acordo de colaboração premiada, o
poderá ser sumariamente indeferida, com a devida colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os
justificativa, cientificando-se o interessado. (Incluído quais concorreu e que tenham relação direta com os fatos
pela Lei nº 13.964, de 2019) investigados. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes § 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de
deverão firmar Termo de Confidencialidade para colaboração e os anexos com os fatos adequadamente
prosseguimento das tratativas, o que vinculará os órgãos descritos, com todas as suas circunstâncias, indicando as
envolvidos na negociação e impedirá o indeferimento provas e os elementos de corroboração. (Incluído pela Lei
posterior sem justa causa. (Incluído pela Lei nº 13.964, nº 13.964, de 2019)
de 2019) Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes,
§ 3º O recebimento de proposta de colaboração para conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois
análise ou o Termo de Confidencialidade não implica, por terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por
si só, a suspensão da investigação, ressalvado acordo em restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva
contrário quanto à propositura de medidas processuais e voluntariamente com a investigação e com o processo
penais cautelares e assecuratórias, bem como medidas criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou
processuais cíveis admitidas pela legislação processual civil mais dos seguintes resultados:
em vigor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) I - a identificação dos demais coautores e partícipes
§ 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser da organização criminosa e das infrações penais por eles
precedido de instrução, quando houver necessidade de praticadas;
identificação ou complementação de seu objeto, dos fatos II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão
narrados, sua definição jurídica, relevância, utilidade e de tarefas da organização criminosa;
interesse público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das
§ 5º Os termos de recebimento de proposta de atividades da organização criminosa;
colaboração e de confidencialidade serão elaborados pelo
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do
celebrante e assinados por ele, pelo colaborador e pelo
proveito das infrações penais praticadas pela organização
advogado ou defensor público com poderes
criminosa;
específicos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - a localização de eventual vítima com a sua
§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por
integridade física preservada.
iniciativa do celebrante, esse não poderá se valer de
nenhuma das informações ou provas apresentadas pelo § 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício
colaborador, de boa-fé, para qualquer outra levará em conta a personalidade do colaborador, a
finalidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão
social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.
Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve
estar instruída com procuração do interessado com § 2º Considerando a relevância da colaboração
prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o
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delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a § 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste
manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou artigo, serão remetidos ao juiz, para análise, o respectivo
representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao termo, as declarações do colaborador e cópia da
colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o
previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, colaborador, acompanhado de seu defensor, oportunidade
o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 em que analisará os seguintes aspectos na
(Código de Processo Penal). homologação: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o 2019)
processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso I - regularidade e legalidade; (Incluído pela Lei nº
por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até 13.964, de 2019)
que sejam cumpridas as medidas de colaboração, II - adequação dos benefícios pactuados àqueles
suspendendo-se o respectivo prazo prescricional. previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, sendo
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput , o Ministério nulas as cláusulas que violem o critério de definição do
Público poderá deixar de oferecer denúncia se o regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do
colaborador: Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o Penal), as regras de cada um dos regimes previstos no
Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se a Código Penal e na Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei
proposta de acordo de colaboração referir-se a infração de de Execução Penal) e os requisitos de progressão de
cuja existência não tenha prévio conhecimento e o regime não abrangidos pelo § 5º deste artigo; (Incluído
colaborador: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - não for o líder da organização criminosa; III - adequação dos resultados da colaboração aos
resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV e V
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos
do caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
termos deste artigo.
2019)
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento
IV - voluntariedade da manifestação de vontade,
prévio da infração quando o Ministério Público ou a
especialmente nos casos em que o colaborador está ou
autoridade policial competente tenha instaurado inquérito
esteve sob efeito de medidas cautelares. (Incluído pela
ou procedimento investigatório para apuração dos fatos
Lei nº 13.964, de 2019)
apresentados pelo colaborador. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) § 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise
fundamentada do mérito da denúncia, do perdão judicial e
§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a
das primeiras etapas de aplicação da pena, nos termos
pena poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
progressão de regime ainda que ausentes os requisitos
(Código Penal) e do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro
objetivos.
de 1941 (Código de Processo Penal), antes de conceder os
§ 6º O juiz não participará das negociações realizadas benefícios pactuados, exceto quando o acordo prever o
entre as partes para a formalização do acordo de não oferecimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 4º-A
colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o deste artigo ou já tiver sido proferida
investigado e o defensor, com a manifestação do sentença. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério
§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de
Público e o investigado ou acusado e seu defensor.
renúncia ao direito de impugnar a decisão
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º , o homologatória. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
respectivo termo, acompanhado das declarações do
§ 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta
colaborador e de cópia da investigação, será remetido ao
que não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao
juiz para homologação, o qual deverá verificar sua
caso concreto.
regularidade, legalidade e voluntariedade, podendo para
este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença § 8º O juiz poderá recusar a homologação da
de seu defensor. proposta que não atender aos requisitos legais,
devolvendo-a às partes para as adequações
necessárias. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
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§ 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador II - recebimento de denúncia ou queixa-


poderá, sempre acompanhado pelo seu defensor, ser crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
ouvido pelo membro do Ministério Público ou pelo III - sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº
delegado de polícia responsável pelas investigações. 13.964, de 2019)
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso § 17. O acordo homologado poderá ser rescindido
em que as provas autoincriminatórias produzidas pelo em caso de omissão dolosa sobre os fatos objeto da
colaborador não poderão ser utilizadas exclusivamente em colaboração. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
seu desfavor.
§ 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe
§ 10-A Em todas as fases do processo, deve-se que o colaborador cesse o envolvimento em conduta ilícita
garantir ao réu delatado a oportunidade de manifestar-se relacionada ao objeto da colaboração, sob pena de
após o decurso do prazo concedido ao réu que o rescisão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
delatou. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 5º São direitos do colaborador:
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo
I - usufruir das medidas de proteção previstas na
homologado e sua eficácia.
legislação específica;
§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou
II - ter nome, qualificação, imagem e demais
não denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo
informações pessoais preservados;
a requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade
judicial. III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos
demais coautores e partícipes;
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de
colaboração será feito pelos meios ou recursos de IV - participar das audiências sem contato visual com
gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, os outros acusados;
inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade V - não ter sua identidade revelada pelos meios de
das informações. comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de prévia autorização por escrito;
colaboração deverá ser feito pelos meios ou recursos de VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso
gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, dos demais corréus ou condenados.
inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade
VI - cumprir pena ou prisão cautelar em
das informações, garantindo-se a disponibilização de cópia
estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou
do material ao colaborador. (Redação dada pela Lei nº
condenados. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
13.964, de 2019)
2019)
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador
Art. 6º O termo de acordo da colaboração premiada
renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao
deverá ser feito por escrito e conter:
silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a
verdade. I - o relato da colaboração e seus possíveis
resultados;
§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e
execução da colaboração, o colaborador deverá estar II - as condições da proposta do Ministério Público
assistido por defensor. ou do delegado de polícia;

§ 16. Nenhuma sentença condenatória será III - a declaração de aceitação do colaborador e de


proferida com fundamento apenas nas declarações de seu defensor;
agente colaborador. IV - as assinaturas do representante do Ministério
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será Público ou do delegado de polícia, do colaborador e de seu
decretada ou proferida com fundamento apenas nas defensor;
declarações do colaborador: (Redação dada pela Lei nº V - a especificação das medidas de proteção ao
13.964, de 2019) colaborador e à sua família, quando necessário.
I - medidas cautelares reais ou pessoais; (Incluído Art. 7º O pedido de homologação do acordo será
pela Lei nº 13.964, de 2019) sigilosamente distribuído, contendo apenas informações
que não possam identificar o colaborador e o seu objeto.
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§ 1º As informações pormenorizadas da colaboração riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento


serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a ou proveito do crime.
distribuição, que decidirá no prazo de 48 (quarenta e oito) Seção III
horas.
Da Infiltração de Agentes
§ 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas
Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma
de investigação, representada pelo delegado de polícia ou
de garantir o êxito das investigações, assegurando-se ao
requerida pelo Ministério Público, após manifestação
defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos
técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso
elementos de prova que digam respeito ao exercício do
de inquérito policial, será precedida de circunstanciada,
direito de defesa, devidamente precedido de autorização
motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá
judicial, ressalvados os referentes às diligências em
seus limites.
andamento.
§ 1º Na hipótese de representação do delegado de
§ 3º O acordo de colaboração premiada deixa de ser
polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o
sigiloso assim que recebida a denúncia, observado o
Ministério Público.
disposto no art. 5º .
§ 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os
infração penal de que trata o art. 1º e se a prova não
depoimentos do colaborador serão mantidos em sigilo até
puder ser produzida por outros meios disponíveis.
o recebimento da denúncia ou da queixa-crime, sendo
vedado ao magistrado decidir por sua publicidade em § 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6
qualquer hipótese. (Redação dada pela Lei nº 13.964, (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde
de 2019) que comprovada sua necessidade.

Seção II § 4º Findo o prazo previsto no § 3º , o relatório


circunstanciado será apresentado ao juiz competente, que
Da Ação Controlada
imediatamente cientificará o Ministério Público.
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a
§ 5º No curso do inquérito policial, o delegado de
intervenção policial ou administrativa relativa à ação
polícia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério
praticada por organização criminosa ou a ela vinculada,
Público poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da
desde que mantida sob observação e acompanhamento
atividade de infiltração.
para que a medida legal se concretize no momento mais
eficaz à formação de provas e obtenção de informações. Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia
infiltrados virtuais, obedecidos os requisitos do caput do
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou
art. 10, na internet, com o fim de investigar os crimes
administrativa será previamente comunicado ao juiz
previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados por
competente que, se for o caso, estabelecerá os seus
organizações criminosas, desde que demonstrada sua
limites e comunicará ao Ministério Público.
necessidade e indicados o alcance das tarefas dos policiais,
§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, quando
forma a não conter informações que possam indicar a possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam
operação a ser efetuada. a identificação dessas pessoas. (Incluído pela Lei nº
§ 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos 13.964, de 2019)
autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao § 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, consideram-
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das se: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
investigações.
I - dados de conexão: informações referentes a hora,
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto data, início, término, duração, endereço de Protocolo de
circunstanciado acerca da ação controlada. Internet (IP) utilizado e terminal de origem da
Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição conexão; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou II - dados cadastrais: informações referentes a nome
administrativa somente poderá ocorrer com a cooperação e endereço de assinante ou de usuário registrado ou
das autoridades dos países que figurem como provável autenticado para a conexão a quem endereço de IP,
itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os identificação de usuário ou código de acesso tenha sido
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atribuído no momento da conexão. (Incluído pela Lei nº Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos
13.964, de 2019) eletrônicos praticados durante a operação deverão ser
§ 2º Na hipótese de representação do delegado de registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao
polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º Será admitida a infiltração se houver indícios de Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados
infração penal de que trata o art. 1º desta Lei e se as citados no caput deste artigo serão reunidos em autos
provas não puderem ser produzidas por outros meios apartados e apensados ao processo criminal juntamente
disponíveis. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da
identidade do agente policial infiltrado e a intimidade dos
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6
envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações,
mediante ordem judicial fundamentada e desde que o Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a
total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja representação do delegado de polícia para a infiltração de
comprovada sua necessidade. (Incluído pela Lei nº agentes conterão a demonstração da necessidade da
13.964, de 2019) medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando
possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e
§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o
o local da infiltração.
relatório circunstanciado, juntamente com todos os atos
eletrônicos praticados durante a operação, deverão ser Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro
registrados, gravados, armazenados e apresentados ao juiz público poderão incluir nos bancos de dados próprios,
competente, que imediatamente cientificará o Ministério mediante procedimento sigiloso e requisição da
Público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) autoridade judicial, as informações necessárias à
efetividade da identidade fictícia criada, nos casos de
§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado de
infiltração de agentes na internet. (Incluído pela Lei nº
polícia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério
13.964, de 2019)
Público e o juiz competente poderão requisitar, a qualquer
tempo, relatório da atividade de infiltração. (Incluído Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente
pela Lei nº 13.964, de 2019) distribuído, de forma a não conter informações que
possam indicar a operação a ser efetivada ou identificar o
§ 7º É nula a prova obtida sem a observância do
agente que será infiltrado.
disposto neste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) § 1º As informações quanto à necessidade da
operação de infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz
Art. 10-B. As informações da operação de infiltração
competente, que decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro)
serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela
horas, após manifestação do Ministério Público na
autorização da medida, que zelará por seu
hipótese de representação do delegado de polícia,
sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
devendo-se adotar as medidas necessárias para o êxito
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o das investigações e a segurança do agente infiltrado.
acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério
§ 2º Os autos contendo as informações da operação
Público e ao delegado de polícia responsável pela
de infiltração acompanharão a denúncia do Ministério
operação, com o objetivo de garantir o sigilo das
Público, quando serão disponibilizados à defesa,
investigações. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
assegurando-se a preservação da identidade do agente.
Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta a
§ 3º Havendo indícios seguros de que o agente
sua identidade para, por meio da internet, colher indícios
infiltrado sofre risco iminente, a operação será sustada
de autoria e materialidade dos crimes previstos no art. 1º
mediante requisição do Ministério Público ou pelo
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que Ministério Público e à autoridade judicial.
deixar de observar a estrita finalidade da investigação
Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação,
responderá pelos excessos praticados. (Incluído pela Lei
a devida proporcionalidade com a finalidade da
nº 13.964, de 2019)
investigação, responderá pelos excessos praticados.

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Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da sobre a estrutura de organização criminosa que sabe
infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no inverídicas:
curso da investigação, quando inexigível conduta diversa. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 14. São direitos do agente: Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada; investigações que envolvam a ação controlada e a
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que infiltração de agentes:
couber, o disposto no art. 9º da Lei nº 9.807, de 13 de Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
julho de 1999, bem como usufruir das medidas de Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais,
proteção a testemunhas; registros, documentos e informações requisitadas pelo
III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de
voz e demais informações pessoais preservadas durante a investigação ou do processo:
investigação e o processo criminal, salvo se houver decisão Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
judicial em contrário; multa.
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de
fotografado ou filmado pelos meios de comunicação, sem forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso dos
sua prévia autorização por escrito. dados cadastrais de que trata esta Lei.
Seção IV CAPÍTULO III
Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, DISPOSIÇÕES FINAIS
Documentos e Informações
Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações
Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público penais conexas serão apurados mediante procedimento
terão acesso, independentemente de autorização judicial, ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
apenas aos dados cadastrais do investigado que informem outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado o
exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o disposto no parágrafo único deste artigo.
endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas
Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser
telefônicas, instituições financeiras, provedores de
encerrada em prazo razoável, o qual não poderá exceder a
internet e administradoras de cartão de crédito.
120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver preso,
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, prorrogáveis em até igual período, por decisão
pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e permanente fundamentada, devidamente motivada pela complexidade
do juiz, do Ministério Público ou do delegado de polícia da causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu.
aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou decretado pela autoridade judicial competente, para
móvel manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição garantia da celeridade e da eficácia das diligências
das autoridades mencionadas no art. 15, registros de investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse
identificação dos números dos terminais de origem e de do representado, amplo acesso aos elementos de prova
destino das ligações telefônicas internacionais, que digam respeito ao exercício do direito de defesa,
interurbanas e locais. devidamente precedido de autorização judicial,
Seção V ressalvados os referentes às diligências em andamento.
Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção Parágrafo único. Determinado o depoimento do
da Prova investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o dos autos, ainda que classificados como sigilosos, no prazo
colaborador, sem sua prévia autorização por escrito: mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo
ser ampliado, a critério da autoridade responsável pela
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
investigação.
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de
Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a
pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações
seguinte redação:

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“ Associação Criminosa Parágrafo único. Esta Lei tem como base a


Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e
para o fim específico de cometer crimes: seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso
Nacional por meio do Decreto Legislativo nº 186, de 9 de
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
julho de 2008 , em conformidade com o procedimento
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se previsto no § 3º do art. 5º da Constituição da República
a associação é armada ou se houver a participação de Federativa do Brasil , em vigor para o Brasil, no plano
criança ou adolescente.” (NR) jurídico externo, desde 31 de agosto de 2008, e
Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de promulgados pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a 2009 , data de início de sua vigência no plano interno.
seguinte redação: Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela
“Art. 342. ................................................................. que tem impedimento de longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação
multa.
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
................................................................” (NR) com as demais pessoas.
Art. 26. Revoga-se a Lei nº 9.034, de 3 de maio de § 1º A avaliação da deficiência, quando necessária,
1995. será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional
Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 e interdisciplinar e considerará: (Vigência) (Vide
(quarenta e cinco) dias de sua publicação oficial. Decreto nº 11.063, de 2022)
Brasília, 2 de agosto de 2013; 192º da Independência I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do
e 125º da República. corpo;
DILMA ROUSSEFF II - os fatores socioambientais, psicológicos e
José Eduardo Cardozo pessoais;

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.8.2013 - III - a limitação no desempenho de atividades; e
Edição extra IV - a restrição de participação.
* § 2º O Poder Executivo criará instrumentos para
avaliação da deficiência. (Vide Lei nº 13.846, de
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.
2019) (Vide Lei nº 14.126, de 2021)
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
se:
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
I - acessibilidade: possibilidade e condição de
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
alcance para utilização, com segurança e autonomia, de
LIVRO I espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações,
PARTE GERAL transportes, informação e comunicação, inclusive seus
TÍTULO I sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e
instalações abertos ao público, de uso público ou privados
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por
CAPÍTULO I pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;
DISPOSIÇÕES GERAIS II - desenho universal: concepção de produtos,
Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da ambientes, programas e serviços a serem usados por todas
Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto
Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva;
condições de igualdade, o exercício dos direitos e das III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias,
visando à sua inclusão social e cidadania. estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a
funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da
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pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e
visando à sua autonomia, independência, qualidade de liberdades fundamentais;
vida e inclusão social; VII - elemento de urbanização: quaisquer
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude componentes de obras de urbanização, tais como os
ou comportamento que limite ou impeça a participação referentes a pavimentação, saneamento, encanamento
social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás,
de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de iluminação pública, serviços de comunicação,
movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que
informação, à compreensão, à circulação com segurança, materializam as indicações do planejamento urbanístico;
entre outros, classificadas em: VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos existentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou
espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso adicionados aos elementos de urbanização ou de
coletivo; edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos não provoque alterações substanciais nesses elementos,
edifícios públicos e privados; tais como semáforos, postes de sinalização e similares,
terminais e pontos de acesso coletivo às
c) barreiras nos transportes: as existentes nos
telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos,
sistemas e meios de transportes;
marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de
d) barreiras nas comunicações e na informação: natureza análoga;
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que
que dificulte ou impossibilite a expressão ou o
tenha, por qualquer motivo, dificuldade de
recebimento de mensagens e de informações por
movimentação, permanente ou temporária, gerando
intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da
redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da
informação;
coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso,
e) barreiras atitudinais: atitudes ou gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
comportamentos que impeçam ou prejudiquem a
X - residências inclusivas: unidades de oferta do
participação social da pessoa com deficiência em
Serviço de Acolhimento do Sistema Único de Assistência
igualdade de condições e oportunidades com as demais
Social (Suas) localizadas em áreas residenciais da
pessoas;
comunidade, com estruturas adequadas, que possam
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou contar com apoio psicossocial para o atendimento das
impedem o acesso da pessoa com deficiência às necessidades da pessoa acolhida, destinadas a jovens e
tecnologias; adultos com deficiência, em situação de dependência, que
V - comunicação: forma de interação dos cidadãos não dispõem de condições de autossustentabilidade e com
que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a vínculos familiares fragilizados ou rompidos;
Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de XI - moradia para a vida independente da pessoa
textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de com deficiência: moradia com estruturas adequadas
comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos capazes de proporcionar serviços de apoio coletivos e
multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e individualizados que respeitem e ampliem o grau de
oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados autonomia de jovens e adultos com deficiência;
e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da
de comunicação, incluindo as tecnologias da informação e
família, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta
das comunicações;
cuidados básicos e essenciais à pessoa com deficiência no
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas
e ajustes necessários e adequados que não acarretem ou os procedimentos identificados com profissões
ônus desproporcional e indevido, quando requeridos em legalmente estabelecidas;
cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que
possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e
exerce atividades de alimentação, higiene e locomoção do
estudante com deficiência e atua em todas as atividades

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escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade
e modalidades de ensino, em instituições públicas e competente qualquer forma de ameaça ou de violação aos
privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos direitos da pessoa com deficiência.
identificados com profissões legalmente estabelecidas; Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a juízes e os tribunais tiverem conhecimento de fatos que
pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as caracterizem as violações previstas nesta Lei, devem
funções de atendente pessoal. remeter peças ao Ministério Público para as providências
CAPÍTULO II cabíveis.

DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família


assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a
Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à
efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não
sexualidade, à paternidade e à maternidade, à
sofrerá nenhuma espécie de discriminação.
alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização,
§ 1º Considera-se discriminação em razão da ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à
deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao
por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à
prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à
exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar
pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição
razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas. Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
§ 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de
fruição de benefícios decorrentes de ação afirmativa. outras normas que garantam seu bem-estar pessoal, social
e econômico.
Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de
toda forma de negligência, discriminação, exploração, Seção Única
violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento Do Atendimento Prioritário
desumano ou degradante.
Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a
Parágrafo único. Para os fins da proteção receber atendimento prioritário, sobretudo com a
mencionada no caput deste artigo, são considerados finalidade de:
especialmente vulneráveis a criança, o adolescente, a
I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
mulher e o idoso, com deficiência.
II - atendimento em todas as instituições e serviços
Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade
de atendimento ao público;
civil da pessoa, inclusive para:
III - disponibilização de recursos, tanto humanos
I - casar-se e constituir união estável;
quanto tecnológicos, que garantam atendimento em
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; igualdade de condições com as demais pessoas;
III - exercer o direito de decidir sobre o número de IV - disponibilização de pontos de parada, estações e
filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre terminais acessíveis de transporte coletivo de passageiros
reprodução e planejamento familiar; e garantia de segurança no embarque e no desembarque;
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a V - acesso a informações e disponibilização de
esterilização compulsória; recursos de comunicação acessíveis;
V - exercer o direito à família e à convivência VI - recebimento de restituição de imposto de
familiar e comunitária; e renda;
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e VII - tramitação processual e procedimentos
à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de judiciais e administrativos em que for parte ou
oportunidades com as demais pessoas. interessada, em todos os atos e diligências.
§ 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos
ao acompanhante da pessoa com deficiência ou ao seu

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atendente pessoal, exceto quanto ao disposto nos incisos Parágrafo único. O processo de habilitação e de
VI e VII deste artigo. reabilitação tem por objetivo o desenvolvimento de
§ 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, potencialidades, talentos, habilidades e aptidões físicas,
a prioridade conferida por esta Lei é condicionada aos cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais,
protocolos de atendimento médico. profissionais e artísticas que contribuam para a conquista
da autonomia da pessoa com deficiência e de sua
TÍTULO II
participação social em igualdade de condições e
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS oportunidades com as demais pessoas.
CAPÍTULO I Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei
DO DIREITO À VIDA baseia-se em avaliação multidisciplinar das necessidades,
habilidades e potencialidades de cada pessoa, observadas
Art. 10. Compete ao poder público garantir a
as seguintes diretrizes:
dignidade da pessoa com deficiência ao longo de toda a
vida. I - diagnóstico e intervenção precoces;

Parágrafo único. Em situações de risco, emergência II - adoção de medidas para compensar perda ou
ou estado de calamidade pública, a pessoa com deficiência limitação funcional, buscando o desenvolvimento de
será considerada vulnerável, devendo o poder público aptidões;
adotar medidas para sua proteção e segurança. III - atuação permanente, integrada e articulada de
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser políticas públicas que possibilitem a plena participação
obrigada a se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, social da pessoa com deficiência;
a tratamento ou a institucionalização forçada. IV - oferta de rede de serviços articulados, com
Parágrafo único. O consentimento da pessoa com atuação intersetorial, nos diferentes níveis de
deficiência em situação de curatela poderá ser suprido, na complexidade, para atender às necessidades específicas da
forma da lei. pessoa com deficiência;

Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido V - prestação de serviços próximo ao domicílio da
da pessoa com deficiência é indispensável para a pessoa com deficiência, inclusive na zona rural,
realização de tratamento, procedimento, hospitalização e respeitadas a organização das Redes de Atenção à Saúde
pesquisa científica. (RAS) nos territórios locais e as normas do Sistema Único
de Saúde (SUS).
§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação
de curatela, deve ser assegurada sua participação, no Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e
maior grau possível, para a obtenção de consentimento. de reabilitação para a pessoa com deficiência, são
garantidos:
§ 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com
deficiência em situação de tutela ou de curatela deve ser I - organização, serviços, métodos, técnicas e
realizada, em caráter excepcional, apenas quando houver recursos para atender às características de cada pessoa
indícios de benefício direto para sua saúde ou para a com deficiência;
saúde de outras pessoas com deficiência e desde que não II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável com
III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação,
participantes não tutelados ou curatelados.
materiais e equipamentos adequados e apoio técnico
Art. 13. A pessoa com deficiência somente será profissional, de acordo com as especificidades de cada
atendida sem seu consentimento prévio, livre e pessoa com deficiência;
esclarecido em casos de risco de morte e de emergência
IV - capacitação continuada de todos os
em saúde, resguardado seu superior interesse e adotadas
profissionais que participem dos programas e serviços.
as salvaguardas legais cabíveis.
Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão
CAPÍTULO II
promover ações articuladas para garantir à pessoa com
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO deficiência e sua família a aquisição de informações,
Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é orientações e formas de acesso às políticas públicas
um direito da pessoa com deficiência. disponíveis, com a finalidade de propiciar sua plena
participação social.
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Parágrafo único. Os serviços de que trata VIII - informação adequada e acessível à pessoa com
o caput deste artigo podem fornecer informações e deficiência e a seus familiares sobre sua condição de
orientações nas áreas de saúde, de educação, de cultura, saúde;
de esporte, de lazer, de transporte, de previdência social, IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e
de assistência social, de habitação, de trabalho, de o desenvolvimento de deficiências e agravos adicionais;
empreendedorismo, de acesso ao crédito, de promoção,
X - promoção de estratégias de capacitação
proteção e defesa de direitos e nas demais áreas que
permanente das equipes que atuam no SUS, em todos os
possibilitem à pessoa com deficiência exercer sua
níveis de atenção, no atendimento à pessoa com
cidadania.
deficiência, bem como orientação a seus atendentes
CAPÍTULO III pessoais;
DO DIREITO À SAÚDE XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de
Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da locomoção, medicamentos, insumos e fórmulas
pessoa com deficiência em todos os níveis de nutricionais, conforme as normas vigentes do Ministério
complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso da Saúde.
universal e igualitário. § 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às
§ 1º É assegurada a participação da pessoa com instituições privadas que participem de forma
deficiência na elaboração das políticas de saúde a ela complementar do SUS ou que recebam recursos públicos
destinadas. para sua manutenção.
§ 2º É assegurado atendimento segundo normas Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações
éticas e técnicas, que regulamentarão a atuação dos destinadas à prevenção de deficiências por causas
profissionais de saúde e contemplarão aspectos evitáveis, inclusive por meio de:
relacionados aos direitos e às especificidades da pessoa I - acompanhamento da gravidez, do parto e do
com deficiência, incluindo temas como sua dignidade e puerpério, com garantia de parto humanizado e seguro;
autonomia.
II - promoção de práticas alimentares adequadas e
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, prevenção e
pessoa com deficiência, especialmente em serviços de cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e
habilitação e de reabilitação, deve ser garantida nutrição da mulher e da criança;
capacitação inicial e continuada.
III - aprimoramento e expansão dos programas de
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública imunização e de triagem neonatal;
destinados à pessoa com deficiência devem assegurar:
IV - identificação e controle da gestante de alto
I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados risco.
por equipe multidisciplinar;
Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre de saúde são obrigadas a garantir à pessoa com
que necessários, para qualquer tipo de deficiência, deficiência, no mínimo, todos os serviços e produtos
inclusive para a manutenção da melhor condição de saúde ofertados aos demais clientes.
e qualidade de vida;
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, saúde da pessoa com deficiência no local de residência,
tratamento ambulatorial e internação; será prestado atendimento fora de domicílio, para fins de
IV - campanhas de vacinação; diagnóstico e de tratamento, garantidos o transporte e a
V - atendimento psicológico, inclusive para seus acomodação da pessoa com deficiência e de seu
familiares e atendentes pessoais; acompanhante.

VI - respeito à especificidade, à identidade de Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em


gênero e à orientação sexual da pessoa com deficiência; observação é assegurado o direito a acompanhante ou a
atendente pessoal, devendo o órgão ou a instituição de
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o
saúde proporcionar condições adequadas para sua
direito à fertilização assistida;
permanência em tempo integral.

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§ 1º Na impossibilidade de permanência do qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo


acompanhante ou do atendente pessoal junto à pessoa de toda forma de violência, negligência e discriminação.
com deficiência, cabe ao profissional de saúde responsável Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar,
pelo tratamento justificá-la por escrito. desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e
§ 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § avaliar:
1º deste artigo, o órgão ou a instituição de saúde deve I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis
adotar as providências cabíveis para suprir a ausência do e modalidades, bem como o aprendizado ao longo de toda
acompanhante ou do atendente pessoal. a vida;
Art. 23. São vedadas todas as formas de II - aprimoramento dos sistemas educacionais,
discriminação contra a pessoa com deficiência, inclusive visando a garantir condições de acesso, permanência,
por meio de cobrança de valores diferenciados por planos participação e aprendizagem, por meio da oferta de
e seguros privados de saúde, em razão de sua condição. serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as
Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o barreiras e promovam a inclusão plena;
acesso aos serviços de saúde, tanto públicos como III - projeto pedagógico que institucionalize o
privados, e às informações prestadas e recebidas, por atendimento educacional especializado, assim como os
meio de recursos de tecnologia assistiva e de todas as demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às
formas de comunicação previstas no inciso V do art. 3º características dos estudantes com deficiência e garantir o
desta Lei. seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade,
Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia;
públicos quanto privados, devem assegurar o acesso da IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como
pessoa com deficiência, em conformidade com a legislação primeira língua e na modalidade escrita da língua
em vigor, mediante a remoção de barreiras, por meio de portuguesa como segunda língua, em escolas e classes
projetos arquitetônico, de ambientação de interior e de bilíngues e em escolas inclusivas;
comunicação que atendam às especificidades das pessoas
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas
com deficiência física, sensorial, intelectual e mental.
em ambientes que maximizem o desenvolvimento
Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de acadêmico e social dos estudantes com deficiência,
violência praticada contra a pessoa com deficiência serão favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a
objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde aprendizagem em instituições de ensino;
públicos e privados à autoridade policial e ao Ministério
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de
Público, além dos Conselhos dos Direitos da Pessoa com
novos métodos e técnicas pedagógicas, de materiais
Deficiência.
didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera- assistiva;
se violência contra a pessoa com deficiência qualquer ação
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração
ou omissão, praticada em local público ou privado, que lhe
de plano de atendimento educacional especializado, de
cause morte ou dano ou sofrimento físico ou psicológico.
organização de recursos e serviços de acessibilidade e de
CAPÍTULO IV disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de
DO DIREITO À EDUCAÇÃO tecnologia assistiva;
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com VIII - participação dos estudantes com deficiência e
deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em de suas famílias nas diversas instâncias de atuação da
todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de comunidade escolar;
forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o
seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais desenvolvimento dos aspectos linguísticos, culturais,
e sociais, segundo suas características, interesses e vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento,
necessidades de aprendizagem. a criatividade, as habilidades e os interesses do estudante
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da com deficiência;
comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos
programas de formação inicial e continuada de
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professores e oferta de formação continuada para o Art. 29. (VETADO).


atendimento educacional especializado; Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e
XI - formação e disponibilização de professores para permanência nos cursos oferecidos pelas instituições de
o atendimento educacional especializado, de tradutores e ensino superior e de educação profissional e tecnológica,
intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de públicas e privadas, devem ser adotadas as seguintes
profissionais de apoio; medidas:
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e I - atendimento preferencial à pessoa com
de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma a deficiência nas dependências das Instituições de Ensino
ampliar habilidades funcionais dos estudantes, Superior (IES) e nos serviços;
promovendo sua autonomia e participação; II - disponibilização de formulário de inscrição de
XIII - acesso à educação superior e à educação exames com campos específicos para que o candidato com
profissional e tecnológica em igualdade de oportunidades deficiência informe os recursos de acessibilidade e de
e condições com as demais pessoas; tecnologia assistiva necessários para sua participação;
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos III - disponibilização de provas em formatos
de nível superior e de educação profissional técnica e acessíveis para atendimento às necessidades específicas
tecnológica, de temas relacionados à pessoa com do candidato com deficiência;
deficiência nos respectivos campos de conhecimento; IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de tecnologia assistiva adequados, previamente
de condições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas solicitados e escolhidos pelo candidato com deficiência;
e de lazer, no sistema escolar; V - dilação de tempo, conforme demanda
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, apresentada pelo candidato com deficiência, tanto na
trabalhadores da educação e demais integrantes da realização de exame para seleção quanto nas atividades
comunidade escolar às edificações, aos ambientes e às acadêmicas, mediante prévia solicitação e comprovação
atividades concernentes a todas as modalidades, etapas e da necessidade;
níveis de ensino; VI - adoção de critérios de avaliação das provas
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar; escritas, discursivas ou de redação que considerem a
XVIII - articulação intersetorial na implementação de singularidade linguística da pessoa com deficiência, no
políticas públicas. domínio da modalidade escrita da língua portuguesa;

§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e VII - tradução completa do edital e de suas


modalidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente o retificações em Libras.
disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, CAPÍTULO V
XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo DO DIREITO À MORADIA
vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer
Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à
natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas
moradia digna, no seio da família natural ou substituta,
no cumprimento dessas determinações.
com seu cônjuge ou companheiro ou desacompanhada, ou
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes em moradia para a vida independente da pessoa com
da Libras a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva.
deve-se observar o seguinte:
§ 1º O poder público adotará programas e ações
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na estratégicas para apoiar a criação e a manutenção de
educação básica devem, no mínimo, possuir ensino médio moradia para a vida independente da pessoa com
completo e certificado de proficiência na deficiência.
Libras; (Vigência)
§ 2º A proteção integral na modalidade de
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando residência inclusiva será prestada no âmbito do Suas à
direcionados à tarefa de interpretar nas salas de aula dos pessoa com deficiência em situação de dependência que
cursos de graduação e pós-graduação, devem possuir nível não disponha de condições de autossustentabilidade, com
superior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução vínculos familiares fragilizados ou rompidos.
e Interpretação em Libras. (Vigência)
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Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou § 2º A pessoa com deficiência tem direito, em
subsidiados com recursos públicos, a pessoa com igualdade de oportunidades com as demais pessoas, a
deficiência ou o seu responsável goza de prioridade na condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual
aquisição de imóvel para moradia própria, observado o remuneração por trabalho de igual valor.
seguinte: § 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com
I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das deficiência e qualquer discriminação em razão de sua
unidades habitacionais para pessoa com deficiência; condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção,
II - (VETADO); contratação, admissão, exames admissional e periódico,
permanência no emprego, ascensão profissional e
III - em caso de edificação multifamiliar, garantia de
reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão
acessibilidade nas áreas de uso comum e nas unidades
plena.
habitacionais no piso térreo e de acessibilidade ou de
adaptação razoável nos demais pisos; § 4º A pessoa com deficiência tem direito à
participação e ao acesso a cursos, treinamentos, educação
IV - disponibilização de equipamentos urbanos
continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e
comunitários acessíveis;
incentivos profissionais oferecidos pelo empregador, em
V - elaboração de especificações técnicas no projeto igualdade de oportunidades com os demais empregados.
que permitam a instalação de elevadores.
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência
§ 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste acessibilidade em cursos de formação e de capacitação.
artigo, será reconhecido à pessoa com deficiência
Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas
beneficiária apenas uma vez.
de trabalho e emprego promover e garantir condições de
§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os acesso e de permanência da pessoa com deficiência no
critérios de financiamento devem ser compatíveis com os campo de trabalho.
rendimentos da pessoa com deficiência ou de sua família.
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao
§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência empreendedorismo e ao trabalho autônomo, incluídos o
interessada nas unidades habitacionais reservadas por cooperativismo e o associativismo, devem prever a
força do disposto no inciso I do caput deste artigo, as participação da pessoa com deficiência e a disponibilização
unidades não utilizadas serão disponibilizadas às demais de linhas de crédito, quando necessárias.
pessoas.
Seção II
Art. 33. Ao poder público compete:
Da Habilitação Profissional e Reabilitação Profissional
I - adotar as providências necessárias para o
Art. 36. O poder público deve implementar serviços
cumprimento do disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e
e programas completos de habilitação profissional e de
II - divulgar, para os agentes interessados e reabilitação profissional para que a pessoa com deficiência
beneficiários, a política habitacional prevista nas possa ingressar, continuar ou retornar ao campo do
legislações federal, estaduais, distrital e municipais, com trabalho, respeitados sua livre escolha, sua vocação e seu
ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade. interesse.
CAPÍTULO VI § 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em
DO DIREITO AO TRABALHO critérios previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, programa de
habilitação ou de reabilitação que possibilite à pessoa com
Seção I
deficiência restaurar sua capacidade e habilidade
Disposições Gerais profissional ou adquirir novas capacidades e habilidades
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao de trabalho.
trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente § 2º A habilitação profissional corresponde ao
acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com processo destinado a propiciar à pessoa com deficiência
as demais pessoas. aquisição de conhecimentos, habilidades e aptidões para
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado exercício de profissão ou de ocupação, permitindo nível
ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir suficiente de desenvolvimento profissional para ingresso
ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos. no campo de trabalho.

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§ 3º Os serviços de habilitação profissional, de III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da


reabilitação profissional e de educação profissional devem pessoa com deficiência apoiada;
ser dotados de recursos necessários para atender a toda IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos
pessoa com deficiência, independentemente de sua empregadores, com vistas à definição de estratégias de
característica específica, a fim de que ela possa ser inclusão e de superação de barreiras, inclusive atitudinais;
capacitada para trabalho que lhe seja adequado e ter
V - realização de avaliações periódicas;
perspectivas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele
progredir. VI - articulação intersetorial das políticas públicas;

§ 4º Os serviços de habilitação profissional, de VII - possibilidade de participação de organizações


reabilitação profissional e de educação profissional da sociedade civil.
deverão ser oferecidos em ambientes acessíveis e Art. 38. A entidade contratada para a realização de
inclusivos. processo seletivo público ou privado para cargo, função ou
§ 5º A habilitação profissional e a reabilitação emprego está obrigada à observância do disposto nesta Lei
profissional devem ocorrer articuladas com as redes e em outras normas de acessibilidade vigentes.
públicas e privadas, especialmente de saúde, de ensino e CAPÍTULO VII
de assistência social, em todos os níveis e modalidades,
DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL
em entidades de formação profissional ou diretamente
com o empregador. Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os
benefícios no âmbito da política pública de assistência
§ 6º A habilitação profissional pode ocorrer em
social à pessoa com deficiência e sua família têm como
empresas por meio de prévia formalização do contrato de
objetivo a garantia da segurança de renda, da acolhida, da
emprego da pessoa com deficiência, que será considerada
habilitação e da reabilitação, do desenvolvimento da
para o cumprimento da reserva de vagas prevista em lei,
autonomia e da convivência familiar e comunitária, para a
desde que por tempo determinado e concomitante com a
promoção do acesso a direitos e da plena participação
inclusão profissional na empresa, observado o disposto em
social.
regulamento.
§ 1º A assistência social à pessoa com deficiência,
§ 7º A habilitação profissional e a reabilitação
nos termos do caput deste artigo, deve envolver conjunto
profissional atenderão à pessoa com deficiência.
articulado de serviços do âmbito da Proteção Social Básica
Seção III e da Proteção Social Especial, ofertados pelo Suas, para a
Da Inclusão da Pessoa com Deficiência no Trabalho garantia de seguranças fundamentais no enfrentamento
de situações de vulnerabilidade e de risco, por fragilização
Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com
de vínculos e ameaça ou violação de direitos.
deficiência no trabalho a colocação competitiva, em
igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos § 2º Os serviços socioassistenciais destinados à
termos da legislação trabalhista e previdenciária, na qual pessoa com deficiência em situação de dependência
devem ser atendidas as regras de acessibilidade, o deverão contar com cuidadores sociais para prestar-lhe
fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a cuidados básicos e instrumentais.
adaptação razoável no ambiente de trabalho. Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que
Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa não possua meios para prover sua subsistência nem de tê-
com deficiência pode ocorrer por meio de trabalho com la provida por sua família o benefício mensal de 1 (um)
apoio, observadas as seguintes diretrizes: salário-mínimo, nos termos da Lei nº 8.742, de 7 de
dezembro de 1993 .
I - prioridade no atendimento à pessoa com
deficiência com maior dificuldade de inserção no campo CAPÍTULO VIII
de trabalho; DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL
II - provisão de suportes individualizados que Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do
atendam a necessidades específicas da pessoa com Regime Geral de Previdência Social (RGPS) tem direito à
deficiência, inclusive a disponibilização de recursos de aposentadoria nos termos da Lei Complementar nº 142, de
tecnologia assistiva, de agente facilitador e de apoio no 8 de maio de 2013 .
ambiente de trabalho;

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CAPÍTULO IX diversos, de boa visibilidade, em todos os setores,


DO DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE, AO TURISMO E AO próximos aos corredores, devidamente sinalizados,
LAZER evitando-se áreas segregadas de público e obstrução das
saídas, em conformidade com as normas de acessibilidade.
Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à
cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de § 2º No caso de não haver comprovada procura
oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe pelos assentos reservados, esses podem,
garantido o acesso: excepcionalmente, ser ocupados por pessoas sem
deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida,
I - a bens culturais em formato acessível;
observado o disposto em regulamento.
II - a programas de televisão, cinema, teatro e
§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este
outras atividades culturais e desportivas em formato
artigo devem situar-se em locais que garantam a
acessível; e
acomodação de, no mínimo, 1 (um) acompanhante da
III - a monumentos e locais de importância cultural e pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida,
a espaços que ofereçam serviços ou eventos culturais e resguardado o direito de se acomodar proximamente a
esportivos. grupo familiar e comunitário.
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual § 4º Nos locais referidos no caput deste artigo, deve
em formato acessível à pessoa com deficiência, sob haver, obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de
qualquer argumento, inclusive sob a alegação de proteção emergência acessíveis, conforme padrões das normas de
dos direitos de propriedade intelectual. acessibilidade, a fim de permitir a saída segura da pessoa
§ 2º O poder público deve adotar soluções com deficiência ou com mobilidade reduzida, em caso de
destinadas à eliminação, à redução ou à superação de emergência.
barreiras para a promoção do acesso a todo patrimônio § 5º Todos os espaços das edificações previstas
cultural, observadas as normas de acessibilidade, no caput deste artigo devem atender às normas de
ambientais e de proteção do patrimônio histórico e acessibilidade em vigor.
artístico nacional.
§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas
Art. 43. O poder público deve promover a as sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa com
participação da pessoa com deficiência em atividades deficiência. (Vigência)
artísticas, intelectuais, culturais, esportivas e recreativas,
§ 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência
com vistas ao seu protagonismo, devendo:
não poderá ser superior ao valor cobrado das demais
I - incentivar a provisão de instrução, de pessoas.
treinamento e de recursos adequados, em igualdade de
Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser
oportunidades com as demais pessoas;
construídos observando-se os princípios do desenho
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos e universal, além de adotar todos os meios de
nos serviços prestados por pessoa ou entidade envolvida acessibilidade, conforme legislação em
na organização das atividades de que trata este artigo; e vigor. (Vigência) (Reglamento)
III - assegurar a participação da pessoa com § 1º Os estabelecimentos já existentes deverão
deficiência em jogos e atividades recreativas, esportivas, disponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de seus
de lazer, culturais e artísticas, inclusive no sistema escolar, dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo, 1 (uma)
em igualdade de condições com as demais pessoas. unidade acessível.
Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, § 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste
ginásios de esporte, locais de espetáculos e de artigo deverão ser localizados em rotas acessíveis.
conferências e similares, serão reservados espaços livres e
CAPÍTULO X
assentos para a pessoa com deficiência, de acordo com a
capacidade de lotação da edificação, observado o disposto DO DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE
em regulamento. Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da
§ 1º Os espaços e assentos a que se refere este pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida será
artigo devem ser distribuídos pelo recinto em locais assegurado em igualdade de oportunidades com as demais

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pessoas, por meio de identificação e de eliminação de Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre,
todos os obstáculos e barreiras ao seu acesso. aquaviário e aéreo, as instalações, as estações, os portos e
§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de os terminais em operação no País devem ser acessíveis, de
transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, em todas forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.
as jurisdições, consideram-se como integrantes desses § 1º Os veículos e as estruturas de que trata
serviços os veículos, os terminais, as estações, os pontos o caput deste artigo devem dispor de sistema de
de parada, o sistema viário e a prestação do serviço. comunicação acessível que disponibilize informações
§ 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições sobre todos os pontos do itinerário.
desta Lei, sempre que houver interação com a matéria § 2º São asseguradas à pessoa com deficiência
nela regulada, a outorga, a concessão, a permissão, a prioridade e segurança nos procedimentos de embarque e
autorização, a renovação ou a habilitação de linhas e de de desembarque nos veículos de transporte coletivo, de
serviços de transporte coletivo. acordo com as normas técnicas.
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de § 3º Para colocação do símbolo internacional de
acesso nos veículos, as empresas de transporte coletivo de acesso nos veículos, as empresas de transporte coletivo de
passageiros dependem da certificação de acessibilidade passageiros dependem da certificação de acessibilidade
emitida pelo gestor público responsável pela prestação do emitida pelo gestor público responsável pela prestação do
serviço. serviço.
Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e
aberto ao público, de uso público ou privado de uso de turismo, na renovação de suas frotas, são obrigadas ao
coletivo e em vias públicas, devem ser reservadas vagas cumprimento do disposto nos arts. 46 e 48 desta
próximas aos acessos de circulação de pedestres, Lei. (Vigência)
devidamente sinalizadas, para veículos que transportem Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de
pessoa com deficiência com comprometimento de veículos acessíveis e a sua utilização como táxis e vans , de
mobilidade, desde que devidamente identificados. forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem
devem equivaler a 2% (dois por cento) do total, garantida, reservar 10% (dez por cento) de seus veículos acessíveis à
no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada e com as pessoa com deficiência. (Vide Decreto nº 9.762, de
especificações de desenho e traçado de acordo com as 2019) (Vigência)
normas técnicas vigentes de acessibilidade.
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas de valores adicionais pelo serviço de táxi prestado à
devem exibir, em local de ampla visibilidade, a credencial pessoa com deficiência.
de beneficiário, a ser confeccionada e fornecida pelos
§ 2º O poder público é autorizado a instituir
órgãos de trânsito, que disciplinarão suas características e
incentivos fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade
condições de uso.
dos veículos a que se refere o caput deste artigo.
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata
Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a
este artigo sujeita os infratores às sanções previstas
oferecer 1 (um) veículo adaptado para uso de pessoa com
no inciso XVII do art. 181 da Lei nº 9.503, de 23 de
deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte) veículos de sua
setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro) .
frota. (Vide Decreto nº 9.762, de 2019) (Vigência)
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no
este artigo sujeita os infratores às sanções previstas
mínimo, câmbio automático, direção hidráulica, vidros
no inciso XX do art. 181 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro
elétricos e comandos manuais de freio e de embreagem.
de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro) . (Redação
dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) TÍTULO III

§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo DA ACESSIBILIDADE


é vinculada à pessoa com deficiência que possui CAPÍTULO I
comprometimento de mobilidade e é válida em todo o
DISPOSIÇÕES GERAIS
território nacional.

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Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à § 5º Desde a etapa de concepção, as políticas
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida viver públicas deverão considerar a adoção do desenho
de forma independente e exercer seus direitos de universal.
cidadania e de participação social. Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a
Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das mudança de uso de edificações abertas ao público, de uso
disposições desta Lei e de outras normas relativas à público ou privadas de uso coletivo deverão ser
acessibilidade, sempre que houver interação com a executadas de modo a serem acessíveis.
matéria nela regulada: § 1º As entidades de fiscalização profissional das
I - a aprovação de projeto arquitetônico e atividades de Engenharia, de Arquitetura e correlatas, ao
urbanístico ou de comunicação e informação, a fabricação anotarem a responsabilidade técnica de projetos, devem
de veículos de transporte coletivo, a prestação do exigir a responsabilidade profissional declarada de
respectivo serviço e a execução de qualquer tipo de obra, atendimento às regras de acessibilidade previstas em
quando tenham destinação pública ou coletiva; legislação e em normas técnicas pertinentes.
II - a outorga ou a renovação de concessão, § 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão
permissão, autorização ou habilitação de qualquer de certificado de projeto executivo arquitetônico,
natureza; urbanístico e de instalações e equipamentos temporários
III - a aprovação de financiamento de projeto com ou permanentes e para o licenciamento ou a emissão de
utilização de recursos públicos, por meio de renúncia ou certificado de conclusão de obra ou de serviço, deve ser
de incentivo fiscal, contrato, convênio ou instrumento atestado o atendimento às regras de acessibilidade.
congênere; e § 3º O poder público, após certificar a acessibilidade
IV - a concessão de aval da União para obtenção de de edificação ou de serviço, determinará a colocação, em
empréstimo e de financiamento internacionais por entes espaços ou em locais de ampla visibilidade, do símbolo
públicos ou privados. internacional de acesso, na forma prevista em legislação e
em normas técnicas correlatas.
Art. 55. A concepção e a implantação de projetos
que tratem do meio físico, de transporte, de informação e Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso
comunicação, inclusive de sistemas e tecnologias da coletivo já existentes devem garantir acessibilidade à
informação e comunicação, e de outros serviços, pessoa com deficiência em todas as suas dependências e
equipamentos e instalações abertos ao público, de uso serviços, tendo como referência as normas de
público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana acessibilidade vigentes.
como na rural, devem atender aos princípios do desenho Art. 58. O projeto e a construção de edificação de
universal, tendo como referência as normas de uso privado multifamiliar devem atender aos preceitos de
acessibilidade. acessibilidade, na forma regulamentar. (Regulamento)
§ 1º O desenho universal será sempre tomado como § 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis
regra de caráter geral. pelo projeto e pela construção das edificações a que se
§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o refere o caput deste artigo devem assegurar percentual
desenho universal não possa ser empreendido, deve ser mínimo de suas unidades internamente acessíveis, na
adotada adaptação razoável. forma regulamentar.

§ 3º Caberá ao poder público promover a inclusão § 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para
de conteúdos temáticos referentes ao desenho universal a aquisição de unidades internamente acessíveis a que se
nas diretrizes curriculares da educação profissional e refere o § 1º deste artigo.
tecnológica e do ensino superior e na formação das Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos
carreiras de Estado. espaços públicos, o poder público e as empresas
§ 4º Os programas, os projetos e as linhas de concessionárias responsáveis pela execução das obras e
pesquisa a serem desenvolvidos com o apoio de dos serviços devem garantir, de forma segura, a fluidez do
organismos públicos de auxílio à pesquisa e de agências de trânsito e a livre circulação e acessibilidade das pessoas,
fomento deverão incluir temas voltados para o desenho durante e após sua execução.
universal.

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Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de § 2º Telecentros comunitários que receberem
acessibilidade previstas em legislação e em normas recursos públicos federais para seu custeio ou sua
técnicas, observado o disposto na Lei nº 10.098, de 19 de instalação e lan houses devem possuir equipamentos e
dezembro de 2000 , nº 10.257, de 10 de julho de 2001 , instalações acessíveis.
e nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 : § 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o §
I - os planos diretores municipais, os planos 2º deste artigo devem garantir, no mínimo, 10% (dez por
diretores de transporte e trânsito, os planos de mobilidade cento) de seus computadores com recursos de
urbana e os planos de preservação de sítios históricos acessibilidade para pessoa com deficiência visual, sendo
elaborados ou atualizados a partir da publicação desta Lei; assegurado pelo menos 1 (um) equipamento, quando o
II - os códigos de obras, os códigos de postura, as resultado percentual for inferior a 1 (um).
leis de uso e ocupação do solo e as leis do sistema viário; Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança; que trata o art. 63 desta Lei deve ser observada para
obtenção do financiamento de que trata o inciso III do art.
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de
54 desta Lei.
sanções; e
Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de
V - a legislação referente à prevenção contra
telecomunicações deverão garantir pleno acesso à pessoa
incêndio e pânico.
com deficiência, conforme regulamentação específica.
§ 1º A concessão e a renovação de alvará de
Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de
funcionamento para qualquer atividade são condicionadas
aparelhos de telefonia fixa e móvel celular com
à observação e à certificação das regras de acessibilidade.
acessibilidade que, entre outras tecnologias assistivas,
§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de possuam possibilidade de indicação e de ampliação
habilitação equivalente e sua renovação, quando esta tiver sonoras de todas as operações e funções disponíveis.
sido emitida anteriormente às exigências de
Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e
acessibilidade, é condicionada à observação e à
imagens devem permitir o uso dos seguintes recursos,
certificação das regras de acessibilidade.
entre outros:
Art. 61. A formulação, a implementação e a
I - subtitulação por meio de legenda oculta;
manutenção das ações de acessibilidade atenderão às
seguintes premissas básicas: II - janela com intérprete da Libras;

I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma III - audiodescrição.


e reserva de recursos para implementação das ações; e Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos de
II - planejamento contínuo e articulado entre os incentivo à produção, à edição, à difusão, à distribuição e à
setores envolvidos. comercialização de livros em formatos acessíveis, inclusive
em publicações da administração pública ou financiadas
Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência,
com recursos públicos, com vistas a garantir à pessoa com
mediante solicitação, o recebimento de contas, boletos,
deficiência o direito de acesso à leitura, à informação e à
recibos, extratos e cobranças de tributos em formato
comunicação.
acessível.
§ 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para
CAPÍTULO II
o abastecimento ou a atualização de acervos de
DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO bibliotecas em todos os níveis e modalidades de educação
Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da e de bibliotecas públicas, o poder público deverá adotar
internet mantidos por empresas com sede ou cláusulas de impedimento à participação de editoras que
representação comercial no País ou por órgãos de não ofertem sua produção também em formatos
governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo- acessíveis.
lhe acesso às informações disponíveis, conforme as § 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos
melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas digitais que possam ser reconhecidos e acessados
internacionalmente. por softwares leitores de telas ou outras tecnologias
§ 1º Os sítios devem conter símbolo de assistivas que vierem a substituí-los, permitindo leitura
acessibilidade em destaque.
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com voz sintetizada, ampliação de caracteres, diferentes CAPÍTULO III


contrastes e impressão em Braille. DA TECNOLOGIA ASSISTIVA
§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso
adaptação e a produção de artigos científicos em formato a produtos, recursos, estratégias, práticas, processos,
acessível, inclusive em Libras. métodos e serviços de tecnologia assistiva que maximizem
Art. 69. O poder público deve assegurar a sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida.
disponibilidade de informações corretas e claras sobre os Art. 75. O poder público desenvolverá plano
diferentes produtos e serviços ofertados, por quaisquer específico de medidas, a ser renovado em cada período de
meios de comunicação empregados, inclusive em 4 (quatro) anos, com a finalidade de: (Regulamento)
ambiente virtual, contendo a especificação correta de
I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive
quantidade, qualidade, características, composição e
com oferta de linhas de crédito subsidiadas, específicas
preço, bem como sobre os eventuais riscos à saúde e à
para aquisição de tecnologia assistiva;
segurança do consumidor com deficiência, em caso de sua
utilização, aplicando-se, no que couber, os arts. 30 a 41 da II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de
Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 . importação de tecnologia assistiva, especialmente as
questões atinentes a procedimentos alfandegários e
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os
sanitários;
anúncios publicitários veiculados na imprensa escrita, na
internet, no rádio, na televisão e nos demais veículos de III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à
comunicação abertos ou por assinatura devem produção nacional de tecnologia assistiva, inclusive por
disponibilizar, conforme a compatibilidade do meio, os meio de concessão de linhas de crédito subsidiado e de
recursos de acessibilidade de que trata o art. 67 desta Lei, parcerias com institutos de pesquisa oficiais;
a expensas do fornecedor do produto ou do serviço, sem IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia
prejuízo da observância do disposto nos arts. 36 a 38 da produtiva e de importação de tecnologia assistiva;
Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 .
V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, novos recursos de tecnologia assistiva no rol de produtos
mediante solicitação, exemplares de bulas, prospectos, distribuídos no âmbito do SUS e por outros órgãos
textos ou qualquer outro tipo de material de divulgação governamentais.
em formato acessível.
Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste
Art. 70. As instituições promotoras de congressos, artigo, os procedimentos constantes do plano específico
seminários, oficinas e demais eventos de natureza de medidas deverão ser avaliados, pelo menos, a cada 2
científico-cultural devem oferecer à pessoa com (dois) anos.
deficiência, no mínimo, os recursos de tecnologia assistiva
CAPÍTULO IV
previstos no art. 67 desta Lei.
DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA E
Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e
POLÍTICA
os demais eventos de natureza científico-cultural
promovidos ou financiados pelo poder público devem Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com
garantir as condições de acessibilidade e os recursos de deficiência todos os direitos políticos e a oportunidade de
tecnologia assistiva. exercê-los em igualdade de condições com as demais
pessoas.
Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os
projetos a serem desenvolvidos com o apoio de agências § 1º À pessoa com deficiência será assegurado o
de financiamento e de órgãos e entidades integrantes da direito de votar e de ser votada, inclusive por meio das
administração pública que atuem no auxílio à pesquisa seguintes ações:
devem contemplar temas voltados à tecnologia assistiva. I - garantia de que os procedimentos, as instalações,
Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou os materiais e os equipamentos para votação sejam
em parceria com organizações da sociedade civil, apropriados, acessíveis a todas as pessoas e de fácil
promover a capacitação de tradutores e intérpretes da compreensão e uso, sendo vedada a instalação de seções
Libras, de guias intérpretes e de profissionais habilitados eleitorais exclusivas para a pessoa com deficiência;
em Braille, audiodescrição, estenotipia e legendagem.
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II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar- § 4º As medidas previstas neste artigo devem ser
se e a desempenhar quaisquer funções públicas em todos reavaliadas periodicamente pelo poder público, com vistas
os níveis de governo, inclusive por meio do uso de novas ao seu aperfeiçoamento.
tecnologias assistivas, quando apropriado; Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o
III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a desenvolvimento, a inovação e a difusão de tecnologias
propaganda eleitoral obrigatória e os debates transmitidos voltadas para ampliar o acesso da pessoa com deficiência
pelas emissoras de televisão possuam, pelo menos, os às tecnologias da informação e comunicação e às
recursos elencados no art. 67 desta Lei; tecnologias sociais.
IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:
para tanto, sempre que necessário e a seu pedido, I - o emprego de tecnologias da informação e
permissão para que a pessoa com deficiência seja comunicação como instrumento de superação de
auxiliada na votação por pessoa de sua escolha. limitações funcionais e de barreiras à comunicação, à
§ 2º O poder público promoverá a participação da informação, à educação e ao entretenimento da pessoa
pessoa com deficiência, inclusive quando com deficiência;
institucionalizada, na condução das questões públicas, II - a adoção de soluções e a difusão de normas que
sem discriminação e em igualdade de oportunidades, visem a ampliar a acessibilidade da pessoa com deficiência
observado o seguinte: à computação e aos sítios da internet, em especial aos
I - participação em organizações não serviços de governo eletrônico.
governamentais relacionadas à vida pública e à política do LIVRO II
País e em atividades e administração de partidos políticos;
PARTE ESPECIAL
II - formação de organizações para representar a
TÍTULO I
pessoa com deficiência em todos os níveis;
DO ACESSO À JUSTIÇA
III - participação da pessoa com deficiência em
organizações que a representem. CAPÍTULO I

TÍTULO IV DISPOSIÇÕES GERAIS

DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da


pessoa com deficiência à justiça, em igualdade de
Art. 77. O poder público deve fomentar o
oportunidades com as demais pessoas, garantindo,
desenvolvimento científico, a pesquisa e a inovação e a
sempre que requeridos, adaptações e recursos de
capacitação tecnológicas, voltados à melhoria da
tecnologia assistiva.
qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com deficiência
e sua inclusão social. § 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com
deficiência em todo o processo judicial, o poder público
§ 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a
deve capacitar os membros e os servidores que atuam no
geração de conhecimentos e técnicas que visem à
Poder Judiciário, no Ministério Público, na Defensoria
prevenção e ao tratamento de deficiências e ao
Pública, nos órgãos de segurança pública e no sistema
desenvolvimento de tecnologias assistiva e social.
penitenciário quanto aos direitos da pessoa com
§ 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e deficiência.
social devem ser fomentadas mediante a criação de cursos
§ 2º Devem ser assegurados à pessoa com
de pós-graduação, a formação de recursos humanos e a
deficiência submetida a medida restritiva de liberdade
inclusão do tema nas diretrizes de áreas do conhecimento.
todos os direitos e garantias a que fazem jus os apenados
§ 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica sem deficiência, garantida a acessibilidade.
de instituições públicas e privadas para o desenvolvimento
§ 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público
de tecnologias assistiva e social que sejam voltadas para
tomarão as medidas necessárias à garantia dos direitos
melhoria da funcionalidade e da participação social da
previstos nesta Lei.
pessoa com deficiência.
Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de
tecnologia assistiva disponíveis para que a pessoa com
deficiência tenha garantido o acesso à justiça, sempre que
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figure em um dos polos da ação ou atue como § 3º No caso de pessoa em situação de


testemunha, partícipe da lide posta em juízo, advogado, institucionalização, ao nomear curador, o juiz deve dar
defensor público, magistrado ou membro do Ministério preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza
Público. familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.
Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não
garantido o acesso ao conteúdo de todos os atos será exigida a situação de curatela da pessoa com
processuais de seu interesse, inclusive no exercício da deficiência.
advocacia. Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de
Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão proteger os interesses da pessoa com deficiência em
garantidos por ocasião da aplicação de sanções penais. situação de curatela, será lícito ao juiz, ouvido o Ministério
Art. 82. (VETADO). Público, de oficio ou a requerimento do interessado,
nomear, desde logo, curador provisório, o qual estará
Art. 83. Os serviços notariais e de registro não
sujeito, no que couber, às disposições do Código de
podem negar ou criar óbices ou condições diferenciadas à
Processo Civil .
prestação de seus serviços em razão de deficiência do
solicitante, devendo reconhecer sua capacidade legal TÍTULO II
plena, garantida a acessibilidade. DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
Parágrafo único. O descumprimento do disposto Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de
no caput deste artigo constitui discriminação em razão de pessoa em razão de sua deficiência:
deficiência. Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
CAPÍTULO II § 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a
DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI vítima encontrar-se sob cuidado e responsabilidade do
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o agente.
direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade § 2º Se qualquer dos crimes previstos
de condições com as demais pessoas. no caput deste artigo é cometido por intermédio de meios
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência de comunicação social ou de publicação de qualquer
será submetida à curatela, conforme a lei. natureza:

§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
de processo de tomada de decisão apoiada. § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá
§ 3º A definição de curatela de pessoa com determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido
deficiência constitui medida protetiva extraordinária, deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de
proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada desobediência:
caso, e durará o menor tempo possível. I - recolhimento ou busca e apreensão dos
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, exemplares do material discriminatório;
anualmente, contas de sua administração ao juiz, II - interdição das respectivas mensagens ou páginas
apresentando o balanço do respectivo ano. de informação na internet.
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos § 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui
relacionados aos direitos de natureza patrimonial e efeito da condenação, após o trânsito em julgado da
negocial. decisão, a destruição do material apreendido.
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos,
próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à pensão, benefícios, remuneração ou qualquer outro
privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto. rendimento de pessoa com deficiência:
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
devendo constar da sentença as razões e motivações de multa.
sua definição, preservados os interesses do curatelado. Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um
terço) se o crime é cometido:

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I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, e privadas, observados os requisitos e procedimentos


inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; ou previstos em legislação específica.
II - por aquele que se apropriou em razão de ofício § 4º Para assegurar a confidencialidade, a
ou de profissão. privacidade e as liberdades fundamentais da pessoa com
Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em deficiência e os princípios éticos que regem a utilização de
hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamento ou informações, devem ser observadas as salvaguardas
congêneres: estabelecidas em lei.

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e § 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente


multa. poderão ser utilizados para as seguintes finalidades:

Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não I - formulação, gestão, monitoramento e avaliação
prover as necessidades básicas de pessoa com deficiência das políticas públicas para a pessoa com deficiência e para
quando obrigado por lei ou mandado. identificar as barreiras que impedem a realização de seus
direitos;
Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer
meio eletrônico ou documento de pessoa com deficiência II - realização de estudos e pesquisas.
destinados ao recebimento de benefícios, proventos, § 6º As informações a que se refere este artigo
pensões ou remuneração ou à realização de operações devem ser disseminadas em formatos acessíveis.
financeiras, com o fim de obter vantagem indevida para si Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias
ou para outrem: pelos órgãos de controle interno e externo, deve ser
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e observado o cumprimento da legislação relativa à pessoa
multa. com deficiência e das normas de acessibilidade vigentes.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos
terço) se o crime é cometido por tutor ou curador. da lei, a pessoa com deficiência moderada ou grave que:
TÍTULO III I - receba o benefício de prestação continuada
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de
1993 , e que passe a exercer atividade remunerada que a
Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da
enquadre como segurado obrigatório do RGPS;
Pessoa com Deficiência (Cadastro-Inclusão), registro
público eletrônico com a finalidade de coletar, processar, II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o
sistematizar e disseminar informações georreferenciadas benefício de prestação continuada previsto no art. 20 da
que permitam a identificação e a caracterização Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , e que exerça
socioeconômica da pessoa com deficiência, bem como das atividade remunerada que a enquadre como segurado
barreiras que impedem a realização de seus direitos. obrigatório do RGPS.

§ 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de


Poder Executivo federal e constituído por base de dados, pessoa com deficiência perante os órgãos públicos quando
instrumentos, procedimentos e sistemas eletrônicos. seu deslocamento, em razão de sua limitação funcional e
de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus
§ 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão
desproporcional e indevido, hipótese na qual serão
serão obtidos pela integração dos sistemas de informação
observados os seguintes procedimentos:
e da base de dados de todas as políticas públicas
relacionadas aos direitos da pessoa com deficiência, bem I - quando for de interesse do poder público, o
como por informações coletadas, inclusive em censos agente promoverá o contato necessário com a pessoa com
nacionais e nas demais pesquisas realizadas no País, de deficiência em sua residência;
acordo com os parâmetros estabelecidos pela Convenção II - quando for de interesse da pessoa com
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu deficiência, ela apresentará solicitação de atendimento
Protocolo Facultativo. domiciliar ou fará representar-se por procurador
§ 3º Para coleta, transmissão e sistematização de constituído para essa finalidade.
dados, é facultada a celebração de convênios, acordos, Parágrafo único. É assegurado à pessoa com
termos de parceria ou contratos com instituições públicas deficiência atendimento domiciliar pela perícia médica e

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social do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pelo “Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de
serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, interesses coletivos, difusos, individuais homogêneos e
contratado ou conveniado, que integre o SUS e pelas individuais indisponíveis da pessoa com deficiência
entidades da rede socioassistencial integrantes do Suas, poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela
quando seu deslocamento, em razão de sua limitação Defensoria Pública, pela União, pelos Estados, pelos
funcional e de condições de acessibilidade, imponha-lhe Municípios, pelo Distrito Federal, por associação
ônus desproporcional e indevido. constituída há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil,
Art. 96. O § 6º -A do art. 135 da Lei nº 4.737, de 15 por autarquia, por empresa pública e por fundação ou
de julho de 1965 (Código Eleitoral) , passa a vigorar com a sociedade de economia mista que inclua, entre suas
seguinte redação: finalidades institucionais, a proteção dos interesses e a
promoção de direitos da pessoa com deficiência.
“Art. 135. .......................................................................
.................................................................................” (NR)
........................................................................................
“Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a
§ 6º -A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada
5 (cinco) anos e multa:
eleição, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para
orientá-los na escolha dos locais de votação, de maneira a I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender,
garantir acessibilidade para o eleitor com deficiência ou procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno
com mobilidade reduzida, inclusive em seu entorno e nos em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau,
sistemas de transporte que lhe dão acesso. público ou privado, em razão de sua deficiência;

..................................................................................” (NR) II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de


alguém a qualquer cargo ou emprego público, em razão de
Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
sua deficiência;
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de
1943 , passa a vigorar com as seguintes alterações: III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à
pessoa em razão de sua deficiência;
“Art. 428. ..................................................................
IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de
...........................................................................................
prestar assistência médico-hospitalar e ambulatorial à
§ 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a pessoa com deficiência;
comprovação da escolaridade de aprendiz com deficiência
V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de
deve considerar, sobretudo, as habilidades e competências
ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
relacionadas com a profissionalização.
VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos
...........................................................................................
indispensáveis à propositura da ação civil pública objeto
§ 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos desta Lei, quando requisitados.
ou mais, a validade do contrato de aprendizagem
§ 1º Se o crime for praticado contra pessoa com
pressupõe anotação na CTPS e matrícula e frequência em
deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada
programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação
em 1/3 (um terço).
de entidade qualificada em formação técnico-profissional
metódica.” (NR) § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos
para indeferimento de inscrição, de aprovação e de
“Art. 433. ..................................................................
cumprimento de estágio probatório em concursos públicos
........................................................................................... não exclui a responsabilidade patrimonial pessoal do
I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, administrador público pelos danos causados.
salvo para o aprendiz com deficiência quando desprovido § 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta
de recursos de acessibilidade, de tecnologias assistivas e o ingresso de pessoa com deficiência em planos privados
de apoio necessário ao desempenho de suas atividades; de assistência à saúde, inclusive com cobrança de valores
..................................................................................” (NR) diferenciados.

Art. 98. A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989 , § 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência
passa a vigorar com as seguintes alterações: e emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR)

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Art. 99. O art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de § 4º (VETADO).


1990 , passa a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII: ................................................................................” (NR)
“Art. 20. ...................................................................... “Art. 93. (VETADO):
........................................................................................... I - (VETADO);
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por II - (VETADO);
prescrição, necessite adquirir órtese ou prótese para
III - (VETADO);
promoção de acessibilidade e de inclusão social.
IV - (VETADO);
..................................................................................” (NR)
V - (VETADO).
Art. 100. A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990
(Código de Defesa do Consumidor) , passa a vigorar com as § 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de
seguintes alterações: beneficiário reabilitado da Previdência Social ao final de
contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa)
“Art. 6º .......................................................................
dias e a dispensa imotivada em contrato por prazo
........................................................................................... indeterminado somente poderão ocorrer após a
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III contratação de outro trabalhador com deficiência ou
do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com beneficiário reabilitado da Previdência Social.
deficiência, observado o disposto em regulamento.” (NR) § 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe
“Art. 43. ...................................................................... estabelecer a sistemática de fiscalização, bem como gerar
........................................................................................... dados e estatísticas sobre o total de empregados e as
vagas preenchidas por pessoas com deficiência e por
§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste
beneficiários reabilitados da Previdência Social,
artigo devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis,
fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às
inclusive para a pessoa com deficiência, mediante
entidades representativas dos empregados ou aos
solicitação do consumidor.” (NR)
cidadãos interessados.
Art. 101. A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 ,
§ 3º Para a reserva de cargos será considerada somente a
passa a vigorar com as seguintes alterações:
contratação direta de pessoa com deficiência, excluído o
“Art. 16. ...................................................................... aprendiz com deficiência de que trata a Consolidação das
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e 5.452, de 1º de maio de 1943.
um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual § 4º (VETADO).” (NR)
ou mental ou deficiência grave;
“Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios
........................................................................................... operacionalizados pelo INSS, não será exigida
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, apresentação de termo de curatela de titular ou de
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha beneficiário com deficiência, observados os
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; procedimentos a serem estabelecidos em regulamento.”

.................................................................................” (NR) Art. 102. O art. 2º da Lei nº 8.313, de 23 de


dezembro de 1991 , passa a vigorar acrescido do seguinte
“Art. 77. .....................................................................
§ 3º :
...........................................................................................
“Art. 2º .........................................................................
§ 2º ..............................................................................
...........................................................................................
...........................................................................................
§ 3º Os incentivos criados por esta Lei somente serão
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de concedidos a projetos culturais que forem
ambos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 disponibilizados, sempre que tecnicamente possível,
(vinte e um) anos de idade, salvo se for inválido ou tiver também em formato acessível à pessoa com deficiência,
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; observado o disposto em regulamento.” (NR)
...................................................................................

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Art. 103. O art. 11 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
1992 , passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IX: uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação
“Art. 11. ..................................................................... plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.
...........................................................................................
...........................................................................................
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de
acessibilidade previstos na legislação.” (NR) § 9º Os rendimentos decorrentes de estágio
supervisionado e de aprendizagem não serão computados
Art. 104. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 ,
para os fins de cálculo da renda familiar per capita a que
passa a vigorar com as seguintes alterações:
se refere o § 3º deste artigo.
“Art. 3º .....................................................................
...........................................................................................
..........................................................................................
§ 11. Para concessão do benefício de que trata
§ 2º ........................................................................... o caput deste artigo, poderão ser utilizados outros
.......................................................................................... elementos probatórios da condição de miserabilidade do
grupo familiar e da situação de vulnerabilidade, conforme
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem
regulamento.” (NR)
cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para
pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Art. 106. (VETADO).
Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas Art. 107. A Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995 ,
na legislação. passa a vigorar com as seguintes alterações:
........................................................................................... “Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação
margem de preferência para: de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo,
origem, raça, cor, estado civil, situação familiar,
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que
deficiência, reabilitação profissional, idade, entre outros,
atendam a normas técnicas brasileiras; e
ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7º da
que comprovem cumprimento de reserva de cargos Constituição Federal. ” (NR)
prevista em lei para pessoa com deficiência ou para
“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos
reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras
dispositivos legais que tipificam os crimes resultantes de
de acessibilidade previstas na legislação.
preconceito de etnia, raça, cor ou deficiência, as infrações
.................................................................................” (NR) ao disposto nesta Lei são passíveis das seguintes
“Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e cominações:
no inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, ..................................................................................” (NR)
durante todo o período de execução do contrato, a reserva
“Art. 4º ........................................................................
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou
para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o
de acessibilidade previstas na legislação. período de afastamento, mediante pagamento das
remunerações devidas, corrigidas monetariamente e
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o
acrescidas de juros legais;
cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos serviços
e nos ambientes de trabalho.” ....................................................................................”
(NR)
Art. 105. O art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro
de 1993 , passa a vigorar com as seguintes alterações: Art. 108. O art. 35 da Lei nº 9.250, de 26 de
dezembro de 1995 , passa a vigorar acrescido do seguinte
“Art. 20. ......................................................................
§ 5º :
...........................................................................................
“Art. 35. ......................................................................
§ 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação
..........................................................................................
continuada, considera-se pessoa com deficiência aquela
que tem impedimento de longo prazo de natureza física,

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§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da
único do art. 3º da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e
2003 , a pessoa com deficiência, ou o contribuinte que loterias federais e similares cuja realização estiver sujeita a
tenha dependente nessa condição, tem preferência na autorização federal, deduzindo-se esse valor do montante
restituição referida no inciso III do art. 4º e na alínea destinado aos prêmios;
“c” do inciso II do art. 8º .” (NR) ...........................................................................................
Art. 109. A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 § 1º Do total de recursos financeiros resultantes do
(Código de Trânsito Brasileiro) , passa a vigorar com as percentual de que trata o inciso VI do caput , 62,96%
seguintes alterações: (sessenta e dois inteiros e noventa e seis centésimos por
“Art. 2º ........................................................... cento) serão destinados ao Comitê Olímpico Brasileiro
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são (COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro centésimos
consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação por cento) ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB),
pública, as vias internas pertencentes aos condomínios devendo ser observado, em ambos os casos, o conjunto de
constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de normas aplicáveis à celebração de convênios pela União.
estacionamento de estabelecimentos privados de uso ..................................................................................” (NR)
coletivo.” (NR) Art. 111. O art. 1º da Lei nº 10.048, de 8 de
“Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de novembro de 2000 , passa a vigorar com a seguinte
que trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser redação:
sinalizadas com as respectivas placas indicativas de “Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade
destinação e com placas informando os dados sobre a igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as
infração por estacionamento indevido.” lactantes, as pessoas com crianças de colo e os obesos
“Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei.” (NR)
assegurada acessibilidade de comunicação, mediante Art. 112. A Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de
emprego de tecnologias assistivas ou de ajudas técnicas 2000 , passa a vigorar com as seguintes alterações:
em todas as etapas do processo de habilitação.
“Art. 2º .......................................................................
§ 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas
I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para
teóricas dos cursos que precedem os exames previstos no
utilização, com segurança e autonomia, de espaços,
art. 147 desta Lei deve ser acessível, por meio de
mobiliários, equipamentos urbanos, edificações,
subtitulação com legenda oculta associada à tradução
transportes, informação e comunicação, inclusive seus
simultânea em Libras.
sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e
§ 2º É assegurado também ao candidato com deficiência instalações abertos ao público, de uso público ou privados
auditiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por
intérprete da Libras, para acompanhamento em aulas pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;
práticas e teóricas.”
II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
“Art. 154. (VETADO).” comportamento que limite ou impeça a participação social
“Art. 181. ................................................................... da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de
.......................................................................................... seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e
de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à
XVII - .........................................................................
compreensão, à circulação com segurança, entre outros,
Infração - grave; classificadas em:
.................................................................................” (NR) a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos
Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei nº espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso
9.615, de 24 de março de 1998 , passam a vigorar com a coletivo;
seguinte redação: b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios
“Art. 56. .................................................................... públicos e privados;

........................................................................................... c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e


meios de transportes;
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d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas
entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos,
dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de meios e formatos aumentativos e alternativos de
mensagens e de informações por intermédio de sistemas comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das
de comunicação e de tecnologia da informação; comunicações;
III - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento X - desenho universal: concepção de produtos, ambientes,
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou programas e serviços a serem usados por todas as pessoas,
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico,
pode obstruir sua participação plena e efetiva na incluindo os recursos de tecnologia assistiva.” (NR)
sociedade em igualdade de condições com as demais “Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públicas,
pessoas; dos parques e dos demais espaços de uso público deverão
IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, ser concebidos e executados de forma a torná-los
por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, acessíveis para todas as pessoas, inclusive para aquelas
permanente ou temporária, gerando redução efetiva da com deficiência ou com mobilidade reduzida.
mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório
da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa de urbanização e parte da via pública, normalmente
com criança de colo e obeso; segregado e em nível diferente, destina-se somente à
V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com circulação de pedestres e, quando possível, à implantação
deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de de mobiliário urbano e de vegetação.” (NR)
atendente pessoal; “Art. 9º ........................................................................
VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes de Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instalados
obras de urbanização, tais como os referentes a em vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso
pavimentação, saneamento, encanamento para esgotos, aos serviços de reabilitação, devem obrigatoriamente
distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação estar equipados com mecanismo que emita sinal sonoro
pública, serviços de comunicação, abastecimento e suave para orientação do pedestre.” (NR)
distribuição de água, paisagismo e os que materializam as
“Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em
indicações do planejamento urbanístico;
área de circulação comum para pedestre que ofereça risco
VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas de acidente à pessoa com deficiência deverá ser indicada
vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados mediante sinalização tátil de alerta no piso, de acordo com
aos elementos de urbanização ou de edificação, de forma as normas técnicas pertinentes.”
que sua modificação ou seu traslado não provoque
“Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos
alterações substanciais nesses elementos, tais como
congêneres devem fornecer carros e cadeiras de rodas,
semáforos, postes de sinalização e similares, terminais e
motorizados ou não, para o atendimento da pessoa com
pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de
deficiência ou com mobilidade reduzida.”
água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e
quaisquer outros de natureza análoga; Art. 113. A Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001
(Estatuto da Cidade) , passa a vigorar com as seguintes
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
alterações:
equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias,
estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a “Art. 3º ......................................................................
funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da ...........................................................................................
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida,
III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os
visando à sua autonomia, independência, qualidade de
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de
vida e inclusão social;
construção de moradias e melhoria das condições
IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que habitacionais, de saneamento básico, das calçadas, dos
abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua passeios públicos, do mobiliário urbano e dos demais
Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o espaços de uso público;
Braille, o sistema de sinalização ou de comunicação tátil,
IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano,
os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim
inclusive habitação, saneamento básico, transporte e
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mobilidade urbana, que incluam regras de acessibilidade assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva.”
aos locais de uso público; (NR)
.................................................................................” (NR) “Art. 1.518 . Até a celebração do casamento podem os pais
“Art. 41. .................................................................... ou tutores revogar a autorização.” (NR)

........................................................................................... “Art. 1.548. ...................................................................

§ 3º As cidades de que trata o caput deste artigo devem I - (Revogado);


elaborar plano de rotas acessíveis, compatível com o plano ..................................................................................” (NR)
diretor no qual está inserido, que disponha sobre os “Art. 1.550. ..................................................................
passeios públicos a serem implantados ou reformados
...........................................................................................
pelo poder público, com vistas a garantir acessibilidade da
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida a § 1º ..............................................................................
todas as rotas e vias existentes, inclusive as que § 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em
concentrem os focos geradores de maior circulação de idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua
pedestres, como os órgãos públicos e os locais de vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou
prestação de serviços públicos e privados de saúde, curador.” (NR)
educação, assistência social, esporte, cultura, correios e
“Art. 1.557. ................................................................
telégrafos, bancos, entre outros, sempre que possível de
maneira integrada com os sistemas de transporte coletivo ...........................................................................................
de passageiros.” (NR) III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico
Art. 114. A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 irremediável que não caracterize deficiência ou de
(Código Civil) , passa a vigorar com as seguintes alterações: moléstia grave e transmissível, por contágio ou por
herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge
“Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer
ou de sua descendência;
pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
(dezesseis) anos. IV - (Revogado).” (NR)

I - (Revogado); “Art. 1.767. ..................................................................

II - (Revogado); I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não


puderem exprimir sua vontade;
III - (Revogado).” (NR)
II - (Revogado);
“Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à
maneira de os exercer: III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;

..................................................................................... IV - (Revogado);

II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; ....................................................................................”


(NR)
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não
puderem exprimir sua vontade; “Art. 1.768. O processo que define os termos da curatela
deve ser promovido:
...........................................................................................
...........................................................................................
Parágrafo único . A capacidade dos indígenas será
regulada por legislação especial.” (NR) IV - pela própria pessoa.” (NR)

“Art. 228. ..................................................................... “Art. 1.769 . O Ministério Público somente promoverá o


processo que define os termos da curatela:
...........................................................................................
I - nos casos de deficiência mental ou intelectual;
II - (Revogado);
...........................................................................................
III - (Revogado);
III - se, existindo, forem menores ou incapazes as pessoas
...........................................................................................
mencionadas no inciso II.” (NR)
§ 1º ..............................................................................
“Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos termos da
§ 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em curatela, o juiz, que deverá ser assistido por equipe
igualdade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe
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multidisciplinar, entrevistará pessoalmente o § 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de


interditando.” (NR) decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe
“Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá
potencialidades da pessoa, os limites da curatela, pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão
circunscritos às restrições constantes do art. 1.782, e apoio.
indicará curador. § 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e
Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja
em conta a vontade e as preferências do interditando, a inserida nos limites do apoio acordado.
ausência de conflito de interesses e de influência indevida, § 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha
a proporcionalidade e a adequação às circunstâncias da relação negocial pode solicitar que os apoiadores contra-
pessoa.” (NR) assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito,
“Art. 1.775-A . Na nomeação de curador para a pessoa sua função em relação ao apoiado.
com deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela § 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou
compartilhada a mais de uma pessoa.” prejuízo relevante, havendo divergência de opiniões entre
“Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz,
receberão todo o apoio necessário para ter preservado o ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão.
direito à convivência familiar e comunitária, sendo evitado § 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão
o seu recolhimento em estabelecimento que os afaste indevida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá
desse convívio.” (NR) a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia
Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da ao Ministério Público ou ao juiz.
Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , § 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador
passa a vigorar com a seguinte redação: e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu
“TÍTULO IV interesse, outra pessoa para prestação de apoio.

Da Tutela, da Curatela e da Tomada de Decisão Apoiada” § 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o
término de acordo firmado em processo de tomada de
Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da
decisão apoiada.
Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) ,
passa a vigorar acrescido do seguinte Capítulo III: § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua
participação do processo de tomada de decisão apoiada,
“CAPÍTULO III
sendo seu desligamento condicionado à manifestação do
Da Tomada de Decisão Apoiada juiz sobre a matéria.
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo § 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que
pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 couber, as disposições referentes à prestação de contas na
(duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e curatela.”
que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na
Art. 117. O art. 1º da Lei nº 11.126, de 27 de junho
tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-
de 2005 , passa a vigorar com a seguinte redação:
lhes os elementos e informações necessários para que
possa exercer sua capacidade. “Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual
acompanhada de cão-guia o direito de ingressar e de
§ 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada,
permanecer com o animal em todos os meios de
a pessoa com deficiência e os apoiadores devem
transporte e em estabelecimentos abertos ao público, de
apresentar termo em que constem os limites do apoio a
uso público e privados de uso coletivo, desde que
ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive
observadas as condições impostas por esta Lei.
o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos
direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar. ...........................................................................................

§ 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será § 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as
requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação modalidades e jurisdições do serviço de transporte
expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto coletivo de passageiros, inclusive em esfera internacional
no caput deste artigo. com origem no território brasileiro.” (NR)

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Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei nº 11.904, de Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação
14 de janeiro de 2009 , passa a vigorar acrescido da do disposto nesta Lei ao tratamento diferenciado,
seguinte alínea “k”: simplificado e favorecido a ser dispensado às
“Art. 46. ...................................................................... microempresas e às empresas de pequeno porte, previsto
no § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 123, de 14 de
...........................................................................................
dezembro de 2006 .
IV - ..............................................................................
Art. 123. Revogam-se os seguintes
........................................................................................... dispositivos: (Vigência)
k) de acessibilidade a todas as pessoas. I - o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº 9.008, de 21
.................................................................................” (NR) de março de 1995 ;

Art. 119. A Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 , II - os incisos I, II e III do art. 3º da Lei nº 10.406, de
passa a vigorar acrescida do seguinte art. 12-B: 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);

“Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, III - os incisos II e III do art. 228 da Lei nº 10.406, de
reservar-se-ão 10% (dez por cento) das vagas para 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);
condutores com deficiência. IV - o inciso I do art. 1.548 da Lei nº 10.406, de 10 de
§ 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma janeiro de 2002 (Código Civil);
do caput deste artigo, o condutor com deficiência deverá V - o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº 10.406, de 10
observar os seguintes requisitos quanto ao veículo de janeiro de 2002 (Código Civil);
utilizado:
VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei nº 10.406,
I - ser de sua propriedade e por ele conduzido; e de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);
II - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº 10.406, de 10 de
legislação vigente. janeiro de 2002 (Código Civil).
§ 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar
estabelecida no caput deste artigo, as remanescentes em vigor em até 2 (dois) anos, contados da entrada em
devem ser disponibilizadas para os demais concorrentes.” vigor desta Lei.
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir
esfera de governo, a elaboração de relatórios discriminados, a partir da entrada em vigor desta Lei, para
circunstanciados sobre o cumprimento dos prazos o cumprimento dos seguintes dispositivos:
estabelecidos por força das Leis nº 10.048, de 8 de
I - incisos I e II do § 2º do art. 28 , 48 (quarenta e
novembro de 2000 , e nº 10.098, de 19 de dezembro de
oito) meses;
2000 , bem como o seu encaminhamento ao Ministério
Público e aos órgãos de regulação para adoção das II - § 6º do art. 44 , 48 (quarenta e oito) meses;
providências cabíveis. II - § 6º do art. 44, 60 (sessenta)
Parágrafo único. Os relatórios a que se refere meses; (Redação dada pela Medida Provisória nº
o caput deste artigo deverão ser apresentados no prazo de 917, de 2019)
1 (um) ano a contar da entrada em vigor desta Lei. II - § 6º do art. 44, 60 (sessenta)
Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações meses; (Redação dada pela Lei nº 14.009, de 2020)
previstos nesta Lei não excluem os já estabelecidos em II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro)
outras legislações, inclusive em pactos, tratados, meses; (Redação dada pela Medida Provisória nº
convenções e declarações internacionais aprovados e 1.025, de 2020)
promulgados pelo Congresso Nacional, e devem ser II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro)
aplicados em conformidade com as demais normas meses; (Redação dada pela Lei nº 14.159, de 2021)
internas e acordos internacionais vinculantes sobre a
III - art. 45 , 24 (vinte e quatro) meses;
matéria.
IV - art. 49 , 48 (quarenta e oito) meses.
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica
à pessoa com deficiência. Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a
vigência da Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 .
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Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 _______________________________________________
(cento e oitenta) dias de sua publicação oficial . _________________________________________________
Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da Independência _________________________________________________
e 127º da República. _________________________________________________
_________________________________________________
DILMA ROUSSEF
_________________________________________________
Marivaldo de Castro Pereira
_________________________________________________
Joaquim Vieira Ferreira Levy
_________________________________________________
Renato Janine Ribeiro
_________________________________________________
Armando Monteiro
_________________________________________________
Nelson Barbosa
_________________________________________________
Gilberto Kassab
_________________________________________________
Luis Inácio Lucena Adams
_________________________________________________
Gilberto José Spier Vargas
_________________________________________________
Guilherme Afif Domingos
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Este texto não substitui o publicado no DOU de 7.7.2015 _________________________________________________
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