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1- Introdução:
II- Fontes do Direito Penal- fonte é o local de onde provém o direito, bem como a
forma como se exterioriza. Podem ser:
a) Material- é o local em que o direito é criado. No Direito Penal, quem cria a
norma é a União, através de seu Poder Legislativo (art. 22, inc. I, da CF). Porém, os Estados-
Membros também podem legislar sobre o assunto, desde que autorizados pela União por lei
complementar (art. 22, parágrafo único, CF).
b) Formal- é a forma pelo qual o direito se exterioriza. Se divide em:
b.1) Imediata- é a lei;
b.2) Mediata- são os costumes, os princípios gerais do direito e, para alguns, os atos
administrativos.
Obs: costumes não revogam lei; a norma penal incriminadora, por força do princípio
da legalidade, só pode ser revelada por lei; já a norma penal não incriminadora pode ser criada
ou revogada por lei, costumes e princípios gerais do direito.
III- Integração da lei penal- o sistema jurídico não pode ser lacunoso. Portanto, é
utilizado a analogia (apenas a in bonam partem), os costumes e os princípios gerais do direito
para evitar as lacunas.
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CURSO PREPARATÓRIO PARA 1ª FASE DA OAB (XXII EXAME)
Professor: Thiago Peres | Matéria: Direito Penal
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II- Lei penal no tempo (art. 2º, CP)- vigora o princípio da “tempus regit actum”,
ou seja, aplicamos a lei vigente no momento da prática do crime. Porém, pode haver o conflito
de leis penais no tempo, que é resolvido pelos princípios da irretroatividade da lei penal mais
severa e da retroatividade da lei penal mais benéfica. Aqui nascem as seguintes situações:
a) Abolitio criminis- (art. 2º, caput): “Ninguém pode ser punido por fato que lei
posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais
da sentença condenatória”. Atinge inclusive processos com trânsito em julgado. Desaparecem
os efeitos penais principais e secundários, só não desaparecendo o dever de indenizar (efeito
civil da condenação);
b) Novatio legis incriminadora- é aquela lei que cria o delito. É irretroativa, só
valendo para os fatos praticados após a sua vigência;
c) Novatio legis in mellius- (art. 2º, parágrafo único): “A lei posterior, que de
qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por
sentença condenatória transitada em julgado”. É retroativa, atingindo inclusive processos com
trânsito em julgado;
d) Novatio legis in pejus- é uma lei que de qualquer forma piora a situação do
réu. É irretroativa, só valendo para os fatos praticados após a sua vigência;
ATENÇÃO 1! Crimes permanentes e continuados (Súmula 711, STF): “A LEI PENAL
MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA
VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA”;
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III- Lei excepcional e temporária (art. 3º, CP)- “A lei excepcional ou temporária,
embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência”. Salvo disposição legal em
contrário, são auto-revogáveis e ultrativas (efeito carrapato). Portanto, salvo disposição em
contrário, o princípio da retroatividade benigna não se aplica às hipóteses da lei excepcional
ou temporária.
IV- Tempo do crime (art. 4º, CP)- “Considera-se praticado o crime no momento da
ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”. É importante para saber
sobre a capacidade penal do agente, bem como sobre a lei aplicável ao fato. O CP adotou a
teoria da atividade. A exceção é a prescrição, que adotou a teoria do resultado.
V- Lugar do crime (art. 6º, CP)- “Considera-se praticado o crime no lugar em que
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado”. É importante para resolver os crimes à distância. O CP adotou a
teoria da ubiquidade. No caso dos delitos plurilocais, deve ser observado o artigo 70 do CPP
(teoria do resultado), exceto nos crimes de homicídio, nos regulados pelo ECA e pelo JECRIM,
onde prevalecerá a teoria da atividade.
VI- Conflito aparente de normas- ocorre quando duas ou mais normas aparentam
regular o mesmo fato. É resolvido pelos seguintes princípios:
a) Especialidade;
b) Subsidiariedade;
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aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; não ter sido o agente absolvido no
estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou,
por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável”;
VIII- Proibição do “bis in idem” (art. 8º, CP): “A pena cumprida no estrangeiro
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada,
quando idênticas”.
IX- Eficácia da sentença estrangeira (art. 9º, CP)- em regra, a sentença estrangeira
não produz efeitos no Brasil. Para produzir alguns efeitos, deve ser homologado pelo STJ, para
obrigar a reparação dos danos e outros efeitos civis, ou sujeitar o réu a medida de segurança.
Para os efeitos civis, a homologação deve ser requerida pela parte interessada. No caso da
medida de segurança, não será necessário o pedido ser houver tratado de extradição entre os
países, sendo necessário o pedido do Ministro da Justiça no caso de ausência de tratado. Para
os efeitos penais, não é necessário a homologação, bastando à prova legal da existência da
sentença estrangeira.
X- Prazo penal (ler art. 10, CP): “O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum”. No prazo penal, inclui-se o dia
do começo, excluindo-se o dia do final. O prazo penal não se prorroga, vencendo mesmo que
termine em dia não útil ou sem expediente forense.
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3- Teoria do Crime
IV- Sujeito ativo (pessoa física ou jurídica) e Sujeito Passivo (constante ou formal-
Estado- e eventual ou material- vítima).
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imprudência e imperícia) está prevista no artigo 18, inciso II. Fora os requisitos normais de
qualquer delito (conduta, resultado, nexo causal e tipicidade), deve haver a inobservância do
dever de cuidado objetivo e a previsibilidade do resultado objetivo (são aqueles exigidos de
qualquer pessoa mediana). Só existirá crime culposo quando houver expressa disposição legal
(artigo 18, parágrafo único). São espécies de culpa: inconsciente (o agente não prevê o
resultado, que é previsível, agindo por negligência, imprudência ou imperícia); consciente ou
com previsão (o agente prevê o resultado, mais acredita que conseguirá evitá-lo, que o
resultado não ocorrerá, não obtendo êxito em seu intento– lembrar da distinção com dolo
eventual- fodeu, no primeiro caso, e foda-se, no segundo); imprópria ou por equiparação (o
agente age de forma dolosa, acreditando estar acobertado por alguma excludente que, se
existisse, tornaria legítima a sua conduta. É a única espécie de culpa que admite tentativa-
lembrar do exemplo do pai que mata a filha que vai e volta da balada escondida, achando-se
tratar de um ladrão que esta invadindo a residência). No direito Penal não há compensação de
culpas (culpa concorrente), só se livrando o agente nos casos de culpa exclusiva da vítima. No
preterdolo, existe dolo no antecedente e culpa no consequente. São crimes que se qualificam
pelo resultado culposo. O agente quer produzir um resultado, mas em virtude de sua conduta
dolosa, acaba produzindo um resultado mais grave, a título de culpa. Ex: lesão seguida de
morte. Nos crimes preterdolosos, não há que se falar em possibilidade de tentativa.
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causa. Para evitar a responsabilização infinita, deve verificar a existência de dolo na conduta
do agente (nexo de causalidade psíquico) pois, caso contrário, o fabricante de uma arma
responderia pelo homicídio, por exemplo.
Concausa é a convergência de uma causa externa à vontade do autor da conduta,
influindo na produção do resultado naturalístico por ele desejado. As absolutamente
independentes são as que, por si só, produzem o resultado naturalístico. Sejam preexistentes,
concomitantes ou supervenientes sempre rompem o nexo causal, respondendo o agente
apenas pelos atos praticados. Já as relativamente independentes surgem da conduta do autor.
As preexistentes, concomitantes e supervenientes que por si só não produziriam o resultado
não rompem o nexo causal, respondendo o agente pelo resultado, enquanto as
supervenientes que por si só produzem o resultado sim, respondendo o autor apenas pelos
atos já praticados (nesse caso o CP adotou a teoria da causalidade adequada). Ex: O agente dá
uma facada na perna da vítima em região não letal, que falece ao caminho do hospital, em
razão de um acidente automobilístico. O agente responderá apenas pelo crime de lesão
corporal. Nucci ensina que para saber se haverá o rompimento do nexo causal deve-se fazer
duas perguntas: a causa relativamente independente superveniente era imprevisível para o
agente? Sozinha, provocaria o resultado? Respondendo afirmativamente as duas questões,
rompe-se o nexo causal, respondendo o agente apenas pelos atos praticados.
Teoria da Imputação Objetiva:
Essa teoria é um terceiro filtro ao nexo causal. Lembrem que o nexo causal é
formado pela junção da causalidade física (teoria conditio sine qua non), pela causalidade
normativa (evita o regresso ao infinito pois só responde pelo crime aquele que deu causa ao
resultado naturalístico por dolo e culpa), e agora a teoria da imputação objetiva. Em momento
algum essa teoria consagra a responsabilidade penal objetiva. Deveria, na verdade, se chamar
de teoria da restrição da imputação, pois o agente responderia criminalmente apenas quando
criar um risco socialmente inadequado, isto é, um risco proibido.
Exemplo: filho convida o pai para pescar em uma parte perigosa do Rio Piracicaba,
com a intenção de que o pai escorregasse na pedra e morresse. Realmente, o pai aceita o
convite, vai pescar, escorrega, cai no rio e morre afogado. Pergunta-se: 1) pela teoria da
equivalência dos antecedentes causais, o filho deu causa a morte do pai? Sim, passando-se
pelo primeiro filtro! 2) O filho teve dolo ou culpa? Sim, pois convidou com essa intenção,
passando-se pelo segundo filtro! 3) O filho criou um risco socialmente inadequado, ou seja, é
proibido convidar alguém para pescar na parte perigosa do rio? Não! Pela teoria da imputação
objetiva, o filho não pode ser punido, pois não se pune a mera cogitação, já que o filho em
nada contribuiu para que o pai escorregasse nas pedras e morresse afogado.
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- a conduta deve criar um risco socialmente inadequado: Ex: farmacêutico que vende
remédio vencido;
- o resultado naturalístico deve estar abrangido pelo tipo penal: considera-se que o
resultado não estará abrangido pelo tipo penal quando a vítima assumir voluntariamente o
resultado advindo do perigo e quando a causa principal do resultado foi emanada de uma
pessoa que tinha o dever jurídico de impedir o resultado. Ex: jogador de futebol tem problema
cardíaco, mas implora para o médico que o libere para o jogo, assinando termo de
responsabilidade. O médico não responde pela morte, pois o risco foi assumido
voluntariamente pelo agente. Ex. 2: corto a perna de uma pessoa, que vai ao hospital para dar
pontos e o médico, por imperícia, acaba amputando a perna da pessoa. Eu não responderei
pela lesão corporal qualificada.
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b) Legítima defesa (art. 25, CP)- ocorre quando alguém, usando moderadamente
dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
São requisitos:
I- Existência de agressão humana injusta atual (que está acontecendo) ou
iminente (que está prestes a acontecer) - a mera provocação não legitima a reação, podendo
ser reconhecido em seu favor uma causa de diminuição de pena. O uso de animal como
instrumento (autoria mediata) também enseja a legítima defesa. Caso contrário, o ataque de
animal configurará estado de necessidade;
II- Direito próprio ou alheio;
III- Uso dos meios necessários para repeli-la;
IV- Uso moderado dos meios necessários;
V- Elemento subjetivo.
Obs: o excesso doloso será punível. O culposo se houver previsão de culpa. Cuidado
com o erro de tipo permissivo. Não é possível legítima defesa de legítima defesa, pois a
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agressão deve ser injusta. Só será possível no excesso da legítima defesa, onde teremos a
legítima defesa sucessiva.
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- semi-imputabilidade (artigo 26, parágrafo único)- a pena pode ser reduzida de 1/3 a
2/3, ou ser aplicada medida de segurança;
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“Erro de tipo”
É o erro sobre elementar, circunstância ou dado irrelevante da figura típica. Se divide
em:
a) Essencial- é o erro sobre elementar ou circunstância da figura típica. Se divide
em Incriminador e Permissivo (descriminante putativa- é igual a culpa imprópria). Ambos
podem ser invencível, inevitável ou escusável (exclui o dolo e a culpa) ou vencível, evitável e
inescusável (excluem o dolo, respondendo por culpa se houver previsão legal).
ATENÇÃO 1! Exemplo de erro de tipo essencial incriminador em relação à elementar:
em uma sala de aula onde todos os alunos utilizam o mesmo computador fornecidos pela
Instituição no ato da matrícula, o agente acreditando que o computador que está em cima da
mesa é o seu, leva o do colega para casa, por engano. Vejam que o erro caiu sobre elementar,
pois o crime de furto exige que a coisa seja alheia. Nesse caso, se o erro foi invencível, exclui-
se o dolo e a culpa, não respondendo o agente por qualquer delito. Se for erro vencível
(qualquer homem médio faria a distinção do computador), excluir-se-á o dolo, respondendo o
agente apenas a título de culpa. Lembre-se que só existe crime na modalidade culposa quando
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expressamente mencionado em lei. No exemplo, o agente não responderia por delito algum,
ante a inexistência de furto culposo.
ATENÇÃO 2! Exemplo de erro de tipo essencial incriminador em relação à
circunstância: o agente mata uma pessoa que aparenta ter 40 anos. Quando se levanta a idade
da vítima descobre-se que ela possui mais de 60 anos. Vejam que o erro recaiu sobre
circunstância, já que trata-se de causa de aumento de pena do crime de homicídio. Ficando
comprovado que o erro é invencível, estará excluída a causa de aumento de pena.
ATENÇÃO 3! Exemplo de erro de tipo essencial permissivo: pai que mata a filha que
sai escondido para a balada, pensando tratar-se de um ladrão. Se invencível, exclui o dolo e a
culpa. S vencível, exclui o dolo, respondendo o agente por homicídio culposo.
b) Acidental- é o erro de tipo em que o crime não estará excluído em hipótese
alguma, já que o erro recai sobre dado irrelevante da figura típica. Se divide em:
b.1) erro sobre o objeto: o agente furta uma bijuteria achando tratar-se de joia.
Responderá mesmo assim pelo crime de furto;
b.2) erro sobre a pessoa: o agente mata Carlos pensando tratar-se de Rodrigo.
Responde pelo homicídio normalmente, como se inclusive tivesse matado Rodrigo, atribuindo-
se todas as eventuais elementares ou circunstâncias existentes. Exemplo: mãe, que sob a
influência do estado puerperal, mata outra criança achando tratar-se de seu filho. Mesmo
assim responderá pelo crime de infanticídio;
b.3) erro na execução (“aberratio ictus”): o agente mata Carlos ao tentar matar
Rodrigo. Responde pelo homicídio normalmente, como se inclusive tivesse matado Rodrigo,
atribuindo-se todas as eventuais elementares ou circunstâncias existentes;
b.4) resultado diverso do pretendido (“aberratio criminis”): responderá o agente
pelo resultado pretendido, se houver previsão de crime culposo. Exemplo: ao tentar quebrar
uma vidraça com uma pedra (crime de dano), o agente acaba errando a vidraça e acertando
uma pessoa que passava pelo local, respondendo assim por lesão corporal culposa. Caso não
haja crime culposo pelo resultado praticado, responderá por tentativa de delito do primeiro
delito. Caso o agente no exemplo acerte a vidraça e a pessoa, responderá por ambos os
delitos, em concurso formal de infrações;
b.5) erro sobre o nexo causal (“aberratio causae”)- dolo geral. O agente acha que
matou a vítima a facadas e, para livrar-se do corpo, o joga no rio. Ao ser localizado o corpo,
descobre-se por exame que a vítima morreu por afogamento. Responderá da mesma forma
pelo homicídio consumado.
ATENÇÃO! Erro provocado por terceiro: responde pelo crime o terceiro que
determinar o erro.
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IX- Crime consumado- (artigo 14, inciso I)- ocorre quando nele se reúnem todos
os elementos do tipo penal.
X- Crime tentado- (artigo 14, inciso II)- ocorre quando iniciada a execução, o
delito não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. São espécies:
a) Imperfeita ou propriamente dita- o agente não consegue realizar todos os
atos de execução, por circunstâncias alheias à sua vontade;
b) Perfeita ou crime falho- o agente realiza todos os atos de execução, mas o
crime não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade;
c) Branca- o objeto material sequer é atingido pela conduta do agente;
d) Cruenta- o objeto material é atingido pela conduta do agente;
e) Abandonada ou qualificada- são os casos de desistência voluntária e
arrependimento eficaz, que serão estudados em seguida;
f) Quase crime- é o crime impossível.
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XII- Arrependimento posterior (artigo 16, CP)- nos crimes sem violência ou grave
ameaça à pessoa, restituindo a agente a coisa ou reparando o dano, até o recebimento da
denúncia ou queixa, por ato voluntário, a pena deve ser diminuída de 1/3 a 2/3.
XIII- Crime impossível (art. 17)- o fato será atípico por ineficácia absoluta do meio
ou impropriedade absoluta do objeto material. Se forem relativas, haverá crime.
XIV- Concurso de pessoas (art. 29, CP): “Quem, de qualquer modo, concorre para o
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”.
a) Teorias- monista (autores e partícipes respondem pelo mesmo delito), dualista
(o autor responde por um delito, e o partícipe por outro) e pluralista (cada partícipe responde
por delito próprio, podendo responder inclusive por delitos diferentes). O CP adotou a teoria
monista. Porém, há exceções de aplicação da teoria pluralista (art. 29, parágrafo 2º; art. 124 e
126 do CP).
b) Requisitos: pluralidade de condutas (podem ser comissivas e omissivas,
podendo haver uma conduta comissiva e outra omissiva na mesma situação, no caso dos
crimes omissivos impróprios. Exemplo: o segurança de um banco, insatisfeito com o serviço,
podendo evitar o assalto, deixa que o crime ocorra sem qualquer interferência. Sua conduta
omissiva contribui para o sucesso da conduta comissiva do assaltante); relevância causal
(típica) das condutas (a conduta deve ter alguma influência no resultado, sob pena de ser
considerada atípica) e liame (vínculo) subjetivo (não se exige ajuste prévio, basta que um
acabe aderindo à conduta do outro). Existindo esses três requisitos, todos os agentes
responderão pelo delito, na medida de sua culpabilidade. Exemplo de não configuração:
taxista que não sabe que está dando fuga a uma pessoa que acabou de furtar uma relojoaria.
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mesmo assim, emprestar a garagem, o dono da garagem responderá por receptação (quando
visar seu proveito próprio ou de terceiro que não o autor do crime antecedente) ou por
favorecimento real (quando visar única e exclusivamente beneficiar o autor do crime
antecedente).
f) Participação em crime menos grave (artigos 29, parágrafo 2º): “Se algum dos
concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena
será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave”.
b) Espécies:
I- Concurso material (artigo 69)- “Quando o agente, mediante mais de uma ação
ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as
penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas
de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela”. Exemplo: após roubar um depósito de
gás, o agente furta uma motocicleta para fugir. As penas do roubo e do furto serão somadas.
Pode ser homogêneo (mesmos crimes) e heterogêneo (crimes diversos);
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II- Concurso formal (artigo 70)- “Quando o agente, mediante uma só ação ou
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se a mais grave das penas
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até
metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e
os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo
anterior”. Exemplo: com um único tiro, o agente acaba matando duas pessoas. Por serem
crimes idênticos, irá se pegar a pena de um deles, aumentado de 1/6 até a metade. Pode ser
homogêneo (mesmos crimes) e heterogêneo (crimes diversos); próprio ou perfeito (sistema da
exasperação, aumentando de 1/6 até a ½, não podendo a pena ultrapassar o cúmulo material,
chamado essa regra de concurso material benéfico) ou impróprio ou imperfeito (cúmulo
material, em razão dos desígnios autônomos, como no exemplo dado, se o agente quis matar
as duas pessoas com um único tiro).
III- Crime continuado (artigo 71)- “Quando o agente, mediante mais de uma ação
ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar,
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como
continuação do primeiro, aplica-se a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços”. Portanto, são
requisitos: mais de uma ação ou omissão; mais de dois crimes da mesma espécie (do mesmo
tipo penal); condições semelhantes de tempo (máximo de 30 dias); condições semelhantes de
lugar (no máximo cidades vizinhas); mesma forma de execução (semelhança do modus
operandi, não exigindo identidade). Preenchidos os requisitos, será presumido que o agente
praticou um único crime. Pode ser comum (exasperação de 1/6 a 2/3) ou qualificado (cúmulo
material, previsto no parágrafo único- o juiz pegará a pena do mais grave e poderá aumentar
até o triplo, respeitado o limite da soma das penas, também chamada essa hipótese de
concurso material benéfico). Para ocorrer o crime continuado qualificado, o réu deve ter
praticado crimes dolosos contra vítimas diferentes, mediante violência ou grave ameaça a
pessoa.
c) Pena de multa (artigo 72): “No concurso de crimes, as penas de multa são
aplicadas distinta e integralmente”.
Das Penas:
I- Sanção penal- são as penas e as medidas de segurança. O CP adotou o sistema
vicariante (aplica-se a pena ou medida de segurança).
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a.1) Fixação do regime inicial (art. 33): O juiz deverá levar em conta:
- quantidade da pena aplicada: na reclusão, pena maior que 08 anos- fechado; pena
superior a 04, e inferior a 08 anos- semiaberto; pena igual ou inferior a 04 anos- aberto. Já na
detenção, pena superior a 04 anos- semiaberto; pena igual ou inferior a 04 anos- aberto
- primariedade ou reincidência do acusado: na reclusão, a reincidência faz com que o
regime inicial seja o fechado ou o semiaberto (ver Súmula 269, STJ); na detenção, semiaberto.
- circunstâncias judiciais (art. 59, caput, CP)- as circunstâncias judiciais desfavoráveis
podem, desde que fundamentado de forma correta pelo juiz, alterar o regime inicial de
cumprimento de pena.
ATENÇÃO! Ver Súmulas 718 e 719 do STF, e 440 do STJ.
ATENÇÃO 2! Algumas leis especiais limitam a escolha do regime inicial. Ex: lei dos
crimes hediondos (lei nº 8.072/90), onde o regime inicial será o fechado.
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a.3) Remição (art. 120, LEP)- caberá nos regimes fechado e semiaberto. A cada 03
dias trabalhados, descontará um dia da pena do sentenciado.
ATENÇÃO! Súmula 341, STJ- a frequência em curso de ensino formal é causa de
remição.
ATENÇÃO 2! Art. 127, LEP- o cometimento de falta grave faz com que o preso perca
os dias remidos, no limite de 1/3, recomeçando a contagem a partir da data da infração
disciplinar (lei nº 12.433/2011).
ATENÇÃO 3! O preso que fica doente, quando estava trabalhando, continua remindo
nos dias em que ficar afastado.
ATENÇÃO 4! Súmula 533 do STJ: Para o reconhecimento da prática de falta
disciplinar no âmbito da execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento
administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser
realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado.
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a.5) Regime Disciplinar Diferenciado (art. 52, LEP)- o preso que praticar crime doloso
ou falta grave, que ocasionar subversão da ordem e disciplina internas do presídio, sem
prejuízo da sanção penal, sofrerá RDD. Também poderá ser aplicado a membros de facção ou a
presos de alto risco para o presídio ou para a sociedade, dependendo, em todos os casos, de
decisão judicial. O RDD tem as seguintes características:
- duração máxima de 360 dias, podendo ser repetido por nova falta grave, no limite
de 1/6 da pena;
- recolhimento em cela individual;
- visita semanais de 02 pessoas, sem contar crianças, por 02 horas;
- 02 horas de banho de sol fora da cela.
- não reincidência em crime doloso (pode haver se a medida for adequada, e desde
que não seja reincidente específico);
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b.3) Espécies:
- prestação pecuniária (art. 45, parágrafo 1º, CP): “A prestação pecuniária consiste no
pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com
destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem
superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do
montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os
beneficiários”;
- perda de bens ou valores (art. 45, parágrafo 3º, CP): “A perda de bens e valores
pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo
Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo
causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do
crime”;
- interdição temporária de direitos (art. 47, CP): “As penas de interdição temporária
de direitos são: proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de
mandato eletivo; proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de
habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; suspensão de autorização ou
de habilitação para dirigir veículo; proibição de frequentar determinados lugares; proibição de
inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
- limitação de finais de semana (art. 48, CP): “A limitação de fim de semana consiste
na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de
albergado ou outro estabelecimento adequado”.
ATENÇÃO! Penas igual ou inferiores a 01 ano- substituição por multa ou por uma
restritiva de direito; penas maiores que 01 ano- uma restritiva de direito ou multa, ou duas
restritivas de direito. A prestação de serviço à comunidade só pode ser aplicada em penas
superiores a 06 meses.
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ATENÇÃO 2! A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para
efeitos de reincidência.
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ATENÇÃO 5: Súmula 545 do STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação
do convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, do Código
Penal.
VI- SURSIS
Pode ser processual e penal. O processual está previsto no art. 89 da nº lei 9.099/95,
e são aplicadas aos delitos que tem pena mínima igual ou inferior a 01 ano. O juiz recebe a
denúncia e homologa, caso seja ofertado pelo Ministério Público. Cumprida o acordo, gera a
extinção da punibilidade, não ocorrendo à reincidência. Já o penal está previsto no artigo 77,
do CP, e possui algumas espécies. Em regra, o réu deve ter sido condenado à pena igual ou
inferior a 02 anos. Se cumprido o acordo, extingue a pena privativa de liberdade. Se cometer
novo crime após o cumprimento do SURSIS, gera reincidência.
Espécies de suspensão condicional da pena:
- não reincidência em crime doloso, salvo se a pena do primeiro delito for de multa;
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c) SURSIS Etário- art. 77, parágrafo 2º- é aplicado ao réu que, na sentença, possui
mais de 70 anos. São os mesmos requisitos, salvo a pena aplicada, que pode ser de até 04 anos
(igual ou inferior), sendo que, nessa espécie de suspensão, o período de prova será de 04 a 06
anos.
- condenação irrecorrível por crime doloso, salvo se a pena for apenas de multa;
ATENÇÃO 2! Prorrogação automática (art. 81, parágrafo 2º, CP)- ocorre se o réu
praticar novo crime ou contravenção no período de prova. Se condenado, há revogação do
SURSIS; se absolvido, ocorre à extinção da pena. A prorrogação dura até o julgamento desse
novo delito.
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Obs 3: audiência adminitória (art. 160, LEP)- ocorre após o trânsito em julgado da
sentença. Começa desta data o período de prova. O não comparecimento injustificado do réu
leva a extinção da suspensão, sendo executada imediatamente a pena (art. 161, LEP).
Atenção: - Súmula 441, STJ- “A falta grave não interrompe o prazo para a obtenção
do livramento condicional”. Veja que é diferente da remição, em que a falta grave faz com que
o sentenciado perca os dias remidos no limite de 1/3 (ver artigo 127, LEP).
Observações:
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- revogação facultativa (art. 87, CP): “O juiz poderá, também, revogar o livramento,
se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for
irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de
liberdade”;
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IX- Reabilitação- (ler artigos 93 , 94, e 95 do CP): é o benefício que tem por
finalidade restituir o condenado à situação anterior à condenação, retirando as anotações de
seu boletim de antecedentes. Possibilita a suspensão parcial dos efeitos extrapenais
específicos do art. 92, incisos I e II (parcialmente porque não permite a reintegração na
situação anterior) e a suspensão integral do efeito extrapenal específico do art. 92, inciso III.
Exige condenação definitiva e decurso do prazo de 02 anos a contar da extinção ou término da
execução da pena, podendo ser computado o período de prova do SURSIS e do livramento, se
não ocorrer a revogação desses benefícios. A competência para examinar o pedido é do juiz do
processo de conhecimento, e não do juiz da execução.
X- Medida de segurança (ler arts. 96 e 97): são aplicadas aos criminosos que
possuam doenças mentais ou perturbação da saúde mental (inimputáveis ou semi-
imputáveis), necessitando assim de internação em hospital de custódia e tratamento (medida
de segurança detentiva- aplicada obrigatoriamente aos crimes punidos com reclusão, podendo
também ser aplicada nos crimes punidos com detenção), ou tratamento ambulatorial (medida
de segurança restritiva- aplicada aos crimes punidos com detenção). O prazo mínimo será de
01 a 03 anos, sendo renovado até que seja cessada a periculosidade do agente. Porém a LEP
permite que o juiz antecipe o exame de cessação da periculosidade a qualquer tempo. O STJ
vem entendendo que a medida de segurança não pode ultrapassar a pena em abstrato do
delito praticado, evitando assim uma pena perpétua. A desinternação ou liberação será
sempre condicional, devendo ser restabelecida se o agente, no prazo de um ano, comete novo
fato indicativo da persistência de sua periculosidade.
a) Morte do agente;
b) Anistia, graça e indulto- a anistia é concedida pelo Congresso Nacional,
mediante lei ordinária. Dirige-se a fatos, determinando seu esquecimento. Afasta todos os
efeitos penais (principais e secundários), menos os efeitos civis. Pode ocorrer antes ou depois
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ATENÇÃO: Súmula 535 do STJ: A prática de falta grave não interrompe o prazo para
fim de comutação de pena ou indulto.
PRESCRIÇÃO:
Todas as vezes que é praticada uma infração penal, o Estado tem um prazo para a
apuração da infração e para a imposição da sanção penal. Mas há um outro prazo ainda que
deve ser observado: a sanção imposta deve ser cumprida dentro de um determinado período,
caso contrário ocorrerá a prescrição também, mas a prescrição da pretensão executória.
Prescrição é a perda do jus puniendi do Estado ou do direito de executar a sanção imposta em
virtude do decurso de um determinado lapso temporal. Esta limitação temporal que é dada ao
Estado é uma garantia do cidadão. Por isso uma crítica que pode ser feita à CF é a
imprescritibilidade de determinados crimes. Há quem sustente que todas as vezes que alguém
é condenado a uma pena muito elevada, pode ser arguida a inconstitucionalidade. Isto, pois a
pena de grande duração acaba inviabilizando a reinserção social e, com isto, é afetada a sua
principal finalidade. A prescrição é matéria de ordem pública que pode ser reconhecida de
ofício por parte do juiz ou em atenção a requerimento da parte. Ela pode ser reconhecida em
sede de IP, no processo judicial ou na fase de execução de pena; ela pode ser reconhecida nos
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crimes de ação penal de iniciativa privada, de ação penal pública condicionada ou de ação
penal pública incondicionada
O art. 117 do CP trata das causas interruptivas da prescrição. Ocorre que há causas
interruptivas da prescrição que são aplicadas em algumas formas prescricionais e não às
outras, assim como existem causas que interessam a uma única forma prescricional (ex.:
reincidência, que interessa apenas à prescrição executória).
II - pela pronúncia;
VI - pela reincidência.
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II- Prescrição retroativa: nesta modalidade os prazos são contados para trás. Se inicia
a partir da sentença condenatória transitada em julgado para a acusação, ou quando
improvido o seu recurso. Exemplo: no crime de furto, o juiz de 1ª Instância condena o réu a
uma pena de 01 ano e 02 meses de reclusão. O MP não apela, havendo apelação só para a
defesa. Como o Tribunal não pode reformar a sentença para pior, sem o recurso da acusação,
houve nesse caso o transito em julgado para a acusação, iniciando-se assim o prazo
prescricional para essa modalidade de prescrição. Jogamos essa pena em concreto na tabela
do artigo 109 do CP, só que fazemos o caminho inverso, ou seja, da sentença ao recebimento
da denúncia, e, se não houver prescrição, do recebimento da denúncia até o início do prazo
prescricional.
ATENÇÃO 2! Essa mesma lei aumentou o prazo prescricional do inciso VI, do artigo
109, do CP, que passou de 02 para 03 anos. Sendo assim, crimes praticados antes de 05 de
maio de 2010, com pena inferior a 01 ano, prescreverão em 02 anos.
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reconhecimento. Por sua vez, o STF algumas vezes já reconheceu essa modalidade de
prescrição. Estamos aguardando o posicionamento do STF após a Súmula editada pelo STJ.
Dessa forma, pelas circunstâncias subjetivas do réu e do processo, é fácil saber qual
pena lhe será aplicada em caso de eventual condenação.
E a CF traz no artigo 37 alguns princípios que devem ser seguidos pela Administração
Pública, dentre eles o princípio da eficiência.
Dessa forma, sabendo que a pena em concreto, aplicada na sentença, irá gerar uma
prescrição retroativa, por qual motivo seguir o processo até o final, enchendo a pauta e
gastando o dinheiro público em um processo que futuramente irá ser reconhecida a
prescrição?
Esta sentença penal condenatória, necessariamente deverá ter imposto uma sanção
penal ao sentenciado. A prescrição da pretensão executória dispensa o sentenciado, apenas do
cumprimento da pena; irão perdurar todos os demais efeitos da sentença penal condenatória,
quer dizer, o nome do réu será lançado no rol dos culpados, ele terá que pagar as custas e
despesas processuais, deverá reparar o dano pela prática do crime, pela via especial (não
ordinária) e essa condenação irá gerar futura reincidência.
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de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou,
na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos”.
Parte Especial
Todos estes crimes são julgados pelo Tribunal do Júri, pois são dolosos contra a vida,
com exceção, é óbvio, do homicídio culposo, que será julgado por uma Vara Criminal Comum,
assim como os outros crimes que o resultado morte ocorre a título de culpa. Ex: latrocínio,
lesão corporal seguida de morte, etc.
I- Sujeito ativo- qualquer pessoa (é crime comum). São excluídos os que tentam
contra a própria vida, uma vez que nem a tentativa de suicídio é fato punível;
II- Sujeito passivo- qualquer pessoa com vida extrauterina;
III- Consumação- com a morte da vítima, que hoje se dá com a morte encefálica. É
apurada por exame necroscópico;
IV- Elemento subjetivo- dolo direto ou eventual;
V- Tentativa- é possível (é crime material).
A.2) Homicídio privilegiado- está previsto no artigo 121, parágrafo 1º, do CP. É causa
especial de diminuição de pena, de 1/6 a 1/3. Trata-se de circunstância de caráter pessoal, e
por isso não se comunica aos coautores e partícipes. Pode ocorrer em duas hipóteses: se o
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agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor moral ou social, ou se o agente
comete o crime sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da
vítima.
A.3) Homicídio qualificado- está previsto no artigo 121, parágrafo 2º, incisos I a VII,
do CP. Todas as suas formas são hediondas. São casos em que os motivos determinantes, os
meios empregados ou os recursos empregados demonstram maior periculosidade do agente e
menor possibilidade de defesa da vítima, tornando o fato mais grave do que o homicídio
simples. (ler artigo).
A.4) Homicídio culposo- está previsto no artigo 121, parágrafo 3º, do CP. É aquele
causado por negligência, imprudência ou imperícia. Se ocasionado na direção de veículo
automotor, possui tipo específico: artigo 302, do CTB.
Observação: causas de aumento de pena (artigo 121, parágrafo 4º, do CP)- a pena
do homicídio doloso será aumentada em 1/3 se o crime for praticado contra pessoa menor de
14 anos ou maior de 60 anos. Já a do homicídio culposo será aumentada no mesmo patamar
se resultar da inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, se o agente deixa de
prestar socorro imediato a vítima, se não procura diminuir as consequências de seus atos ou se
foge para evitar a prisão em flagrante.
Atenção: A lei 12.720, de 27/09/2012, acrescentou no artigo 121 o parágrafo 6º, que
possui a seguinte redação: “A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por
grupo de extermínio”.
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C) Infanticídio- está previsto no artigo 123, do CP. Ocorre quando a mãe mata o
filho, durante o parto ou logo após, sob a influência do estado puerperal. Não confundir o
estado puerperal com a depressão pós-parto, que pode gerar a inimputabilidade ou semi-
imputabilidade, já que é considerada patologia psiquiátrica. O estado puerperal será
constatado por laudo, e é temporário. São alterações psíquicas na mulher geradas pelo parto.
Se ficar constatado que não estava sob a influência do estado puerperal, haverá crime de
homicídio.
I- Sujeito ativo- somente a mãe pode ser autora. Admite-se coautoria e
participação (crime próprio);
II- Sujeito passivo- é o filho que está nascendo ou que acabou de nascer;
III- Consumação- com a morte do filho, que hoje se dá com a morte encefálica;
IV- Elemento subjetivo- dolo direto ou eventual. Se a morte decorrer por culpa,
mesmo que a mãe esteja sob o estado puerperal, responderá por homicídio culposo;
V- Tentativa- é possível.
Obs: se a mãe sob o estado puerperal mata outra criança achando tratar-se de seu
filho, responderá pelo crime, já que o erro de tipo acidental, nesse caso, sobre a pessoa, não
exclui o crime.
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permite seu uso, o que gera atipicidade para os que defendem a nidação, e exercício regular
de direito para os que defendem a fecundação.
I- Sujeito ativo- qualquer pessoa;
II- Sujeito passivo- o feto e/ou a gestante, no aborto sem consentimento;
III- Consumação- com a morte do feto;
IV- Elemento subjetivo- dolo direto ou eventual;
V- Tentativa- é possível.
D.1) Autoaborto e aborto consentido- está previsto no artigo 124, do CP. É crime de
mão própria, só admitindo assim participação. Se alguém realizar o aborto com o
consentimento da gestante, ela responderá por este crime, e a outra pessoa pelo artigo 126.
Observação: causa de aumento de pena- as penas do artigo 125 e 126 poderão sofrer
acréscimo de 1/3, se da manobra abortiva resultar lesão grave, e duplicadas, se resultar a
morte da gestante, mesmo que o aborto fique na modalidade tentada.
D.3) Aborto legal ou permitido (artigo 128)- pode ocorrer em duas hipóteses:
I- aborto necessário ou terapêutico- o aborto deve ser praticado por médico, para
salvar a vida da gestante (é necessário esses dois requisitos). Independe de autorização
judicial. Se praticado por parteira, não responderá pelo crime em razão do estado de
necessidade;
II- aborto ético, sentimental, humanitário- o aborto deve ser praticado por médico,
nos casos de gravidez decorrentes de estupro, com o consentimento da gestante ou de seu
representante legal. O médico independe de autorização legal, mas deverá provar que o crime
sexual estava configurado, cercando-se de garantias (cópia de processo, etc). Se praticado por
parteira, só não responderá pelo crime se provar que a gestante não possuía acesso ao
médico.
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Está previsto no artigo 129, do CP. É toda e qualquer ofensa causada à integridade
física ou à saúde de outrem, desde que o objetivo não seja a prática de outro crime. Se divide
em: leve, grave (impede a vítima das ocupações habituais por mais de 30 dias, causa
debilidade permanente de membro, sentido ou função, acelera o parto ou causa risco de
morte ao ofendido), gravíssima (incapacidade permanente para o trabalho, perda ou
inutilização de membro, sentido ou função, causa aborto, enfermidade incurável ou
deformidade permanente), seguida de morte, culposa, decorrente de violência doméstica.
Atenção que a lei 12.720, de 27/09/2012, modificou o parágrafo 7º, que passou a ter
a seguinte redação: “Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses
dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código”.
Atenção 2! § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos
arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional
de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é
aumentada de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015).
Atenção 3! A lei nº 13.142/2015 incluiu o delito de lesão corporal gravíssima e a
lesão seguida de morte no rol dos crimes hediondos da lei nº 8.072/90: “I-A – lesão corporal
dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, §
3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
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C) Maus – tratos (artigo 136)- A conduta típica é expor a perigo a vida ou saúde
da vítima pelo abuso voluntário do agente, que deve exercer sua autoridade ou poder de
correção e disciplina com prudência e moderação. A 1ª conduta típica é a de privar a vítima de
alimentos indispensáveis, ou seja, a de não lhe proporcionar o responsável, alimentação
adequada. A 2ª é privar de cuidados indispensáveis ao dependente (cama, de roupa, de
higiene, de assistência médica, de medicamentos etc.). A 3ª é sujeitar a vítima a trabalho
excessivo ou impróprio. A 4ª ocorre pelo abuso dos meios de correção e disciplina. Somente
pode ser autor a pessoa que tem outra sob sua guarda, autoridade ou vigilância para fins de
educação, ensino, tratamento ou custódia. Portanto, só podem ser sujeito passivo as pessoas
que se encontram subordinadas aos pais, tutores, professores, etc. Consuma-se com a
exposição do sujeito passivo ao perigo de dano por meio de uma conduta ativa ou omissiva. A
tentativa admite-se tão somente nas modalidades comissivas.
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Noção: A lei penal aduz expressamente a imputação falsa de um fato definido como
crime. Para a caracterização do crime de calunia, é necessário que a imputação realizada seja
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falsa e que o réu saiba desta circunstância, bem como que o fato atribuído à vítima seja
definido como crime.
Assim, podemos indicar os três pontos principais que especializam a calunia com
relação às demais infrações penais contra a honra: a) a imputação de um fato; b) esse fato
imputado à vítima deve ser obrigatoriamente falso; c) além de falso, o fato deve ser definido
como crime. Também ocorrerá o delito de calunia quando o fato em si for verdadeiro, ou seja,
quando houver, realmente, a prática de um fato definido como crime, sendo que o agente
imputa falsamente a sua autoria à vítima.
Sujeito passivo: Qualquer pessoa. De acordo com o STF a pessoa jurídica não pode
ser sujeito passivo deste crime.
Tentativa: É possível apenas na calúnia praticada por escrito. Na calunia verbal por
ser crime unissubsistente, é inadmissível.
Exceção da verdade: A lei admite, em regra que o caluniador prove que a ofensa é
verdadeira, afastando dessa forma o crime de calúnia. Todavia, nas hipóteses dos incisos I a III
do parágrafo 3º, ela será inadmissível:
I - Se, constituindo o fato imputado crime de ação penal privada, o ofendido não foi
condenado por sentença irrecorrível;
III - Se do crime imputado, embora de ação penal pública, o ofendido foi absolvido
por sentença irrecorrível.
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Professor: Thiago Peres | Matéria: Direito Penal
Retratação: Se o agente se retratar (desdizer) voltar atrás no que havia dito antes da
sentença, será o mesmo isento de pena. È causa Extintiva da Punibilidade artigo 107, VI CP.
Sujeito ativo: Trata-se a difamação de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa.
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Perdão judicial: Provocação e retorsão (parágrafo 1º): O código Penal, em seu artigo
140, parágrafo 1º, prevê duas hipóteses de perdão judicial. Nesses casos há a configuração do
crime de injúria, mas o juiz pode deixar de aplicar a pena: (a) quando o ofendido, de forma
reprovável, provocou diretamente a injúria; (b) no caso de retorsão imediata, que consiste em
outra injúria.
Injúria real (parágrafo 2º): Verifica-se pelo emprego de violência ou vias de fato, que,
por sua natureza ou pelo meio empregado, sejam considerados aviltantes. A violência ou vias
de fato devem ser empregadas com nítido propósito de injuriar, pois, ausente tal propósito,
outro será o crime configurado (lesão corporal, contravenção de vias de fato, crimes de
perigo).
Forma majorante (artigo 141): A pena será aumentada em 1/3 se qualquer dos
crimes contra a honra for cometido: I - contra Presidente da República, ou contra chefe de
governo estrangeiro; II – contra funcionário público, em razão de suas funções; III – na
presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação
ou da injúria; IV – contra pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência, exceto no
caso de injúria; parágrafo único: Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de
recompensa, aplica-se a pena em dobro.
Retratação:
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1.2) Furto Noturno- art. 155, parágrafo 1º, CP- a pena é aumentada em 1/3 se o
crime é praticado durante o repouso noturno. Não será aplicado no furto qualificado.
1.3) Furto privilegiado- art. 155, parágrafo 2º, CP- se o réu for primário e a coisa de
pequeno valor (não ultrapassar 01 salário mínimo), poderá a pena de reclusão ser substituída
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por detenção, diminuída de 1/3 a 2/3 ou ser aplicado somente a pena de multa. A
jurisprudência vem entendendo ser possível furto qualificado privilegiado.
Observações- ver anotações de aula: diferença entre furto qualificado pelo abuso de
confiança (posse vigiada) e apropriação indébita (posse não vigiada); furto qualificado pela
fraude (a fraude faz diminuir a vigilância, e o agente subtrai o bem) e estelionato (a fraude faz
com que a vítima entregue o bem ao agente);
3- Do roubo e da extorsão
A) Roubo- está previsto no artigo 157, CP (roubo simples). É o furto praticado com
violência ou grave ameaça. É impossível o roubo de uso ou o roubo insignificante. Se divide em
próprio (violência ou grave ameaça antes da subtração) e impróprio (violência ou grave
ameaça após a subtração, antes da posse mansa e pacífica- antes de se consumar o furto), sob
pena de configurar furto em concurso material com lesão corporal). Configurar-se-á toda vez
que o agente simular portar uma arma, ou fazer menção, ou utilizar arma de brinquedo.
I- Sujeito ativo- qualquer pessoa;
II- Sujeito passivo- qualquer pessoa.
III- Consumação- Súmula 582 do STJ: Consuma-se o crime de roubo com a
inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por
breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada,
sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
IV- Elemento subjetivo- dolo;
V- Tentativa- é possível, salvo no latrocínio preterdoloso.
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A.2) Roubo qualificado- artigo 157, parágrafo 3º- só a segunda parte (que resulta
morte) é hediondo. É o conhecido latrocínio, que se consuma com o evento morte,
independentemente do agente conseguir ou não subtrair o bem. Só ocorrerá se houver
violência. A grave ameaça não configura esse delito, por falta de previsão legal.
B) Extorsão- está previsto no artigo 158, do CP. Ocorre quando o agente constrange
alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem
indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. Se
houver violência, aplica-se o disposto no parágrafo 3º do artigo 157. Ver anotações de aula
sobre o sequestro relâmpago (art. 158, parágrafo 3º)
I- Sujeito ativo- qualquer pessoa;
II- Sujeito passivo- qualquer pessoa.
III- Consumação- ocorre com o constrangimento, sendo crime formal,
consumando-se independentemente da obtenção da vantagem econômica.
IV- Elemento subjetivo- dolo de obter vantagem econômica, sob pena de
configurar constrangimento ilegal (art. 146)l;
V- Tentativa- é possível.
C) Extorsão mediante sequestro- está previsto no artigo 159, do CP. Ocorre quando
o agente sequestra alguém com o intuito de obter para si ou para outrem qualquer vantagem.
Se houver grave ameaça ou violência, ver parágrafos do artigo 159, assim como a delação
premiada.
VI- Sujeito ativo- qualquer pessoa;
VII- Sujeito passivo- qualquer pessoa.
VIII- Consumação- ocorre com o sequestro, sendo crime formal, consumando-se
independentemente da obtenção da vantagem econômica.
IX- Elemento subjetivo- dolo de obter qualquer vantagem econômica, sob pena de
configurar sequestro (art. 148);
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X- Tentativa- é possível.
D) Extorsão indireta (art. 160)- São duas condutas previstas: exigir (impor) ou
receber (tomar, aceitar). O objeto material é o documento que pode dar causa a procedimento
criminal, isto é, que seja capaz de dar causa a processo penal (contra a vítima ou contra
terceira pessoa). Assim, na extorsão indireta, o documento exigido ou recebido pelo credor
servirá para extorquir o devedor, coagindo-o a pagar a dívida, sob a ameaça de ser instaurado
procedimento criminal. Trata-se de crime doloso. O agente deve exigir ou receber documento
ciente de que este é para garantir uma dívida. É ainda necessário o dolo de aproveitamento,
consistente no fato de o agente abusar da situação do devedor. Em regra, este se encontra em
situação de dificuldade econômica, mas o delito também se caracteriza quando presentes
outras situações aflitivas, como doenças ou vício em entorpecentes. Consuma-se com a
exigência (crime formal). Na hipótese de receber por tratar-se de crime material, se consuma
com o efetivo recebimento do documento. Admitisse a Tentativa.
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que é ultrapassado o prazo legal ou convencional para o repasse das contribuições recolhidas
ao INSS. A tentativa é admissível.
Apropriação indébita privilegiada: Aplica-se ao crime de apropriação indébita as
causas de diminuição de pena prevista no artigo 155, parágrafo 2º. Assim, nos crimes de
apropriação indébita ou nos assemelhados, é aplicável o privilegio mencionado.
Causa extintiva da punibilidade: O juiz poderá conceder o perdão ou até mesmo uma
sanção menos rigorosa (aplicação exclusiva da pena de multa), desde que o agente sendo
primário e portador de bons antecedentes, preencha os requisitos do parágrafo 3º (subjetivos
e objetivos): Tenha promovido após o inicio da ação fiscal e antes de oferecida à denúncia, o
pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios, podendo configurar o
arrependimento posterior do artigo 16 do CP; o valor da contribuição devida, inclusive
acessórios, seja igual ou inferior aquele estabelecido pela previdência social,
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
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Receptação própria (caput, 1ª parte): a conduta típica consiste em: Adquirir; receber;
transportar; conduzir; ou ocultar, coisa que sabe ser produto de crime. Nas modalidades
transportar, conduzir e ocultar, o crime é permanente, admitindo-se a prisão em flagrante a
qualquer momento.
Atividade comercial (parágrafo 2º): Equipara-se para efeito deste parágrafo qualquer
forma de comércio.
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Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com
a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que
abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime:
B) Violação sexual mediante fraude (art. 215)- por ter sido reunido os crimes de
estupro mediante fraude, e avp mediante fraude, com o aumento da pena base, não se aplica
aos fatos pretéritos.
C) Assédio sexual- art. 216-A, CP. Constranger alguém com o intuito de obter
vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente de superioridade hierárquica ou
ascendência inerente ao exercício de emprego, cargo ou função. É crime formal, pois se
consuma independentemente da obtenção da vantagem. A tentativa, embora difícil, é
possível.
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B) Mediação de vulnerável para servir a lascívia de outrem- art. 218, CP. Ver
anotações de aula sobre o problema quando a indução gera ato sexual (o indutor responderá
pelo art. 218 ou como partícipe do art. 217-A?).
Observações gerais: ação penal- em regra será pública condicionada à
representação, salvo quando a vítima for menor de 18 anos ou vulnerável, ocasião em que
será pública incondicionada. Ver causas de aumento de pena (art. 226, I e II, e art. 234-A, CP).
Ver anotações de aula sobre o direito intertemporal.
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discernimento para a prática do ato; a prostituta pode ser vítima do delito nas hipóteses em
que o agente impede ou dificulta que ela abandone a vida decaída. Finalmente, o delito pode
ser praticado por omissão nas hipóteses em que o agente tem o dever jurídico específico de
agir, previsto no § 2° do art. 13 do CP. Exemplo: os pais respondem pelo delito se souberem
que o filho ou filha menor exercem o meretrício.
Ressalta-se que em 2014 esse delito, do artigo 218-B, passou a ser considerado crime
hediondo.
A) Associação ao Crime- está previsto ano artigo 288, do CP, com redação dada
pela lei 12.850/13, de 02/08/2013.
“Associação Criminosa
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer
crimes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se
houver a participação de criança ou adolescente.”
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1- Da falsidade documental
A) Falsificação de documento particular (artigo 298)
Para a caracterização do delito previsto no artigo 298 do Código Penal, basta a
vontade livre e consciente de falsificar ou alterar o documento particular. Trata-se de crime
deito formal, de mera atividade, não exigindo o dano efetivo, porquanto basta a possibilidade
de que ocorra. Ou seja, do ato resulte a capacidade de ofender a fé pública,
independentemente de qualquer outro resultado. Em sede de crime de falsidade documental,
a comprovação da materialidade pelo exame de corpo de delito não é indispensável à
propositura da ação penal.
Documento particular: É todo aquele formado sem a intervenção de oficial ou
funcionário público ou pessoa investida de fé pública.
Elemento subjetivo do tipo: É o dolo, que prevê o delito de falsificação de documento
público. Não há previsão da forma culposa deste crime.
Sujeito ativo: Trata-se de crime comum, pois qualquer pessoa pode praticá-lo.
Sujeito passivo: É o Estado e o terceiro eventualmente lesado pela conduta delitiva.
Da Consumação e Tentativa: O crime se consuma com a falsificação ou alteração do
documento, sendo prescindível o uso efetivo deste. A tentativa é perfeitamente possível.
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ações de: omitir declaração que deveria constar do documento; nele inserir declaração falsa
ou diversa da que deveria ser escrita; fazer inserir declaração falsa ou diversa da que deveria
ser escrita. O elemento subjetivo do tipo é o dolo em omitir, inserir ou fazer inserir, e o
elemento subjetivo do tipo referido pelo especial fim de agir, não havendo forma culposa
deste crime. Trata-se de crime comum. Reputa-se o crime consumado com a efetiva omissão
ou a inserção da declaração falsa ou diversa da que deveria constar. Trata-se de crime formal,
prescindi-se, portanto, da ocorrência efetiva do dano, bastando à capacidade de lesar terceiro.
A tentativa é perfeitamente possível na modalidade comissiva do crime (inserir e fazer inserir).
É, contudo inadmissível, na conduta omissiva (omitir).
Causa de aumento de pena (parágrafo único): aumenta-se à pena de sexta parte: a)
se o agente é funcionário público ou b) se a falsificação ou alteração é de assentamento de
registro civil.
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lhe fora confiado. O desvio deve ser, porém, em proveito próprio ou alheio (patrimonial ou
moral). Se o desvio for praticado em beneficio da própria administração, poderá ocorrer outro
delito, mas não o peculato. Pune-se a apropriação pelo funcionário público de dinheiro, valor
ou quaisquer outros bem móveis, públicos ou particulares, de que tem a posse em razão do
cargo. É o denominado peculato-apropriação. O agente tem aposse licita do bem móvel,
público ou particular, e inverte esse título, pois passa a comportar-se como se dono fosse, isto
é, consome-o, aliena-o etc. É necessário que a posse decorra do cargo, que os bens lhe sejam
confiados em razão do oficio. Pune-se ainda na segunda parte do dispositivo o peculato-
desvio. Nessa modalidade, o agente tem a posse da coisa e lhe dá destinação diversa da
exigida por lei, agindo em proveito próprio ou de terceiro. Trata-se de crime próprio, podendo
ser praticado somente por funcionário público. O sujeito passivo é o estado e o particular. Na
modalidade peculato-apropriação, consuma-se quando o agente, efetivamente passa a dispor
do objeto material como se fosse seu. Na modalidade de peculato-desvio, consuma-se com o
efetivo desvio, sem dependência de ser alcançado o fim visado. A tentativa é perfeitamente
possível. O ressarcimento do dano ou restituição da coisa apropriada, se tratando de peculato
doloso, não extingue a punibilidade, podendo apenas influir na aplicação da pena. Se a
reparação do ano for anterior ao recebimento da denúncia, constituirá causa de diminuição da
pena, nos termos do artigo 16 do CP. Se posterior ao recebimento da denúncia e antes do
julgamento constituirá atenuante genérica (art. 65, III, b). Finalmente, caso a reparação do
dano ocorra em instância recursal, poderá eventualmente incidir a atenuante inonimada
prevista no art. 66 do CP.
Peculato – furto (ART. 312, PARÁGRAFO 1º): estamos aqui diante do chamado
peculato impróprio, pois, na realidade, pune-se aqui não uma forma de apropriação, mas de
furto, só que praticado por funcionário público, que se vale dessa qualidade para cometê-lo. O
funcionário público, no caso, não tem a posse ou detenção do bem, mas se vale das facilidades
que o cargo lhe proporciona para subtrair ou concorrer para que outrem subtraia bens da
administração pública. Consuma-se com a efetiva subtração. Admitisse a forma tentada.
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ativo só pode ser funcionário público. O sujeito passivo é o Estado. Reputa-se o crime
consumado com o primeiro ato inequívoco de patrocínio, independentemente da obtenção do
resultado pretendido. A tentativa é admissível.
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por interposta pessoa, com o objetivo de determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de
oficio. Deve o ato necessariamente ser de especifica atribuição do funcionário público. Pode
ser praticada por qualquer pessoa. O sujeito passivo é o Estado. Consuma-se com o simples
oferta ou promessa de vantagem indevida por parte do particular ao funcionário público. A
tentativa é possível.
Causa de aumento de pena (parágrafo único): A pena será aumentada de um terço,
se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de oficio, ou
pratica infringindo dever funcional. Estamos diante de uma forma majorada do crime de
corrupção ativa. Aqui a conduta do funcionário vai além do recebimento da vantagem
indevida, pois, ele efetivamente: retarda a prática do ato; deixa de praticar o ato; pratica
infringindo dever funcional.
D) Contrabando ou descaminho (art. 334 e 334-A do CP)
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto
devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela
Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº
13.008, de 26.6.2014)
§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
(Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Redação dada
pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente
no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução
clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de
outrem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe
serem falsos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras,
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A pena do contrabando foi majorada, mais, por tratar-se de novatio legis in pejus, só
poderá ser aplicada aos crimes praticados após 26/06/2014.
Para o descaminho, é necessário o emprego de fraude para iludir o fisco, evitando o
pagamento do tributo devido.
O crime em estudo contém duas figuras no caput do artigo: o contrabando: é a
importação ou exportação de mercadoria proibida, isto é, entrada ou saída de mercadorias do
País; descaminho consistente na conduta de iludir no todo ou em parte, o pagamento de
direito ou posto devido pela entrada ou saída da mercadoria, no caso permitida. Qualquer
pessoa pode praticar o crime, enquanto o sujeito passivo é o Estado. Se a entrada ou saída da
mercadoria do território nacional se deu pela alfândega, dá-se a consumação no momento de
sua liberação; se a entrada ou saída se deram por outro meio que não este, o crime se
consuma no exato instante em que são transpostas as fronteiras do País. Na hipótese de
importação feita por meio de navio ou avião, a consumação se dá no exato instante em que a
mercadoria ingressa em território nacional, muito embora se exija o pouso da aeronave ou o
atracamento da embarcação, uma vez que, se o sujeito estiver apenas em trânsito pelo País,
não ocorrerá o delito em questão. A tentativa é perfeitamente possível.
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ser praticado por qualquer pessoa, não se exigindo nenhuma qualidade especial. O sujeito
passivo é o Estado, titular do bem jurídico ofendido, e a pessoa diretamente lesada com a ação
ou omissão do sujeito ativo.
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