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DIREITO TRIBUTÁRIO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

1. TRIBUTO Lei ordinária: os impostos acima citados, como regra


geral, são criados por meio de lei ordinária, ressalvados
os casos do imposto sobre grande fortuna (IGF) e os
Conceito: tributo é toda prestação pecuniária
impostos residuais (art. 154, I, da CF/88). que são criados
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
por meio de lei complementar.
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída
em lei e cobrada mediante atividade administrativa
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TAXA
plenamente vinculada (art. 3º do CTN).
Conceito: as taxas são espécies de tributo
Espécies de tributo: I) impostos, II) taxas, III) diretamente relacionadas à atuação da Administração
contribuições de melhoria, IV) empréstimos compulsórios Pública (tributo vinculado), podendo ser criadas pela
e V) contribuições especiais. União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos
Municípios em duas hipóteses:
IMPOSTO
Conceito: o imposto é a espécie de tributo cujo TAXA DE POLÍCIA OU
fato gerador é uma situação totalmente desvinculada TAXA DE SERVIÇO
FISCALIZAÇÃO
de qualquer atividade estatal específica relativa ao
contribuinte, por isso, o imposto é considerado um tributo O fato gerador decorre do O fato gerador é a utilização
não vinculado. exercício regular do poder efetiva ou potencial de
de polícia, como no caso da serviço público específico
Assim, o fato gerador de um imposto não pode licença de pesca e de alvará e divisível prestado ao
estar relacionado a qualquer atividade prestada pelo de funcionamento de contribuinte ou posto a
Estado, como limpeza urbana, segurança, saneamento certos estabelecimentos. sua disposição. O serviço
básico, etc., devendo se relacionar à própria atividade do público, portanto, deve
contribuinte, como auferir renda (IR), transferir um bem específico, isto é, de
(ITCMD, ITBI), ser proprietário de alguma coisa (IPTU, natureza precisamente
IPVA, ITR), etc. estipulada (o contribuinte
sabe para qual serviço a
IMPOSTOS IMPOSTOS IMPOSTOS taxa está sendo recolhida) e
FEDERAIS ESTADUAIS MUNICIPAIS ainda divisível (uti singuli),
(ARTIGOS 153 E (ART. 155 DA (ART. 156 DA ou seja, passível de gozo
154 DA CF/88) CF/88) CF/88) individualizado por cada
contribuinte.
1 - Imposto de 1 - Imposto sobre 1- Imposto
Importação (II) transmissão sobre
causa mortis propriedade NÃO PODE COBRAR PODE COBRAR TAXA DE
2 - Imposto de e doação, de predial e TAXA DE SERVIÇO SERVIÇO
Exportação (IE) quaisquer bens territorial
ou direitos urbana (IPTU) Serviço de Iluminação Coleta domiciliar de lixo
3 - Imposto de (ITCMD)
Renda (IR) 2 - Imposto de Segurança Pública As custas judiciais e os
2- Imposto transmissão emolumentos cartorários
4 - Imposto sobre “inter vivos”, Limpeza pública (varrição têm natureza jurídica de
sobre Produtos operações a qualquer de ruas, desentupimento taxa de serviço
Industrializados relativas à título, por ato de bueiros, etc.).
(IPI) circulação de oneroso, de
mercadorias bens imóveis, Base de cálculo: as taxas não podem ter base
5 - Imposto sobre e sobre por natureza de cálculo própria de impostos. Entretanto, deve-se
operações de prestações ou acessão ressaltar que, ao analisar a possibilidade de cobrança de
crédito, câmbio de serviços física, e de taxa de coleta de lixo com base na metragem do imóvel,
e seguro, ou de transporte direitos o Supremo Tribunal Federal sedimentou posicionamento
relativas a interestadual e reais sobre no sentido de que é possível a utilização de um ou mais
títulos ou valores intermunicipal e imóveis, elementos da base de cálculo de determinado imposto
mobiliários (IOF) de comunicação exceto os de para taxa, sendo vedada apenas a integral identidade
(ICMS) garantia, bem entre uma base de cálculo e outra, conforme Súmula
6 – Imposto sobre
como cessão Vinculante n. 29.
Propriedade
3- Imposto de direitos a
Territorial Rural Súmula Vinculante 29: “É constitucional a adoção, no
sobre sua aquisição
(ITR) cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da
propriedade (ITBI)
de veículos base de cálculo própria de determinado imposto, desde
7 - Imposto
automotores 3 - Imposto que não haja integral identidade entre uma base e outra”.
Sobre Grandes
Fortunas (IGF) (IPVA) sobre serviços
de qualquer Taxa versus Tarifa: as taxas derivam do exercício do
natureza (ISS) poder de polícia ou da prestação de serviço público e são
8 - Impostos
compulsoriamente cobradas por força de lei. Já as tarifas
Residuais
decorrem da atuação do Estado ou de terceiros, como
9 - Imposto concessionárias de serviço público, no desempenho de
Extraordinário atividade econômica, sendo o seu pagamento facultativo,
de Guerra (IGR) 1
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já que prevalece a autonomia do particular em contratar


o serviço (tarifa postal, de transportes, telefônica, de gás, O Supremo Tribunal Federal,
de fornecimento de água, de energia, etc.). As tarifas, conforme RE 138.284, subdivide
portanto, não são tributos. as contribuições sociais em três
categorias: a) Contribuições
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA de Seguridade Social: pagas
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pelo empregador (PIS, CSLL


Conceito (art. 145 da CF e art. 81 do CTN): o fato e COFINS, por exemplo), pelo
gerador da contribuição de melhoria é a valorização trabalhador e demais segurados
do imóvel em decorrência de obra pública. Trata-se de da previdência social, bem
tributo também vinculado a uma atividade estatal (obra como em virtude de receita de
pública), mas vinculado indiretamente, já que, além da concursos de prognósticos, b)
obra pública, deve haver a valorização do imóvel. O Valor outras contribuições sociais:
cobrado a título de contribuição de melhoria possui dois A União poderá criar outras
limites: a) limite global: Não pode ser arrecadado um valor contribuições destinadas a
global superior ao limite da obra e b) limite individual: CONTRIBUIÇÕES garantir e manter a seguridade
Corresponde à valorização do imóvel do contribuinte. SOCIAIS social, desde que observados
os requisitos do art. 154, I, da
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO CF/88: Devem ser intuídas por
Lei complementar, não podem
Conceito: é tributo transitório de competência ser cumulativas, além do que
exclusiva da União, podendo ser criado apenas mediante devem inovar quanto a base de
lei complementar nas hipóteses expressamente previstas cálculo e hipótese de incidência e
no art. 148 da CF/88: 1) despesas extraordinárias, c) Contribuições Sociais gerais:
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa São destinadas para financiar
ou sua iminência (não precisa respeitar o princípio da a atuação do Estado em outros
anterioridade) e 2) investimento público de caráter campos sociais não previstos
urgente e de relevante interesse nacional (Deve respeitar no art. 195 da CF/88, como no
o princípio da anterioridade). caso do salário-educação (§
5º do art. 212 da CF/88) e das
Restituição: os empréstimos compulsórios são contribuições ao Sistema “S”.
restituíveis, ou seja, finalizada a situação que justificou
a sua criação, os recursos obtidos deverão ser Não possui como finalidade
restituídos em dinheiro para os contribuintes, devendo principal a arrecadaçãode tributos,
a lei complementar fixar obrigatoriamente o prazo mas sim permitir a atuação do
do empréstimo e as condições de seu resgate (art. 15, governo federal no mercado,
parágrafo único, do CTN). regulando a oferta de bens ou
serviços. Trata-se, portanto, de
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS tributo extrafiscal.
Nos termos do art. 149 da CF/88, a União possui CIDE A competência para instituir
competência exclusiva para instituir as contribuições CIDE é da União, por meio de lei
especiais, ressalvado o disposto no § 1º do art. 149 da ordinária ou medida provisória,
CF/88 que estabelece que os Estados, os Municípios e mas não se permite sua instituição
o Distrito Federal devem instituir contribuição para sobre as receitas decorrentes
o custeio do regime de previdência próprio de seus de exportação (art. 149, § 2º, I,
servidores, bem como o estabelecido no art. 149-A, da CF/88). A única CIDE prevista
que trata da contribuição para o custeio do serviço de na Constituição Federal é a
iluminação pública (CIP ou COSIP), de competência denominada CIDE-Combustíveis
exclusiva dos Municípios e do Distrito Federal.
São de competência exclusiva da
As contribuições especiais mais importantes para União e se destinam a financiar
a prova da OAB/FGV são: 1) contribuições sociais, 2) a atividade representativa e
contribuições de intervenção no domínio econômico fiscalizatória das entidades que
(CIDE), 3) contribuições de interesse das categorias representam essas categorias,
profissionais ou econômicas (contribuições profissionais CONTRIBUIÇÕES possuindo, portanto, caráter
ou corporativas) e 4) contribuição para custeio do serviço PROFISSIONAIS
OU parafiscal.
de Iluminação Pública.
CORPORATIVAS
São exemplos de contribuições
corporativas as destinadas a
instituições de fiscalização de
profissões regulamentadas, como
CREA, CRM, CRO, etc.

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Como não é possível a cobrança C. PRIVATIVA C. PRIVATIVA C. PRIVATIVA


de taxa para o serviço de DA UNIÃO DOS ESTADOS DOS MUNICÍPIOS
iluminação pública, a EC nº
39 inseriu o art. 149-A na (II) (ITCMD) (IPTU)
Constituição Federal, prevendo
(IE) (ICMS) (ITBI)
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CONTRIBUIÇÃO a existência de uma contribuição


PARA O CUSTEIO sui generis para o custeio do (IR) (IPVA) (ISS)
DO SERVIÇO DE serviço de iluminação pública.
ILUMINAÇÃO Trata-se de tributo vinculado, (IPI)
PÚBLICA (CIP OU de competência exclusiva dos
COSIP) Municípios e do Distrito Federal, (IOF)
devendo ser estabelecida por lei
ordinária do ente que a instituir, (ITR)
permitindo-se ainda a sua
cobrança na fatura de consumo (IGF)
de energia elétrica.
Competência Cumulativa: como o Distrito Federal não
pode ser dividido em Municípios (art. 32, caput, da CF/88),
2. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ele terá competência cumulativa para instituir os impostos
estaduaise osmunicipais (IPTU, ISS, ITBI, ICMS,IPVA, ITCMD).
Conceito: considera-se competência tributária o Além disso, caso haja a criação deterritórios federais, a União,
poder conferido pela Constituição Federal aos entes além dos impostos federais, terá competência para instituir
federativos para criarem tributos. os impostos estaduais e, se o território não for dividido em
municípios, também os municipais
Norma geral: a Constituição Federal estabelece que
cabe à Lei Complementar estabelecer normas gerais Competência Residual: a competência residual
em matéria de legislação tributária, como definição se refere à possibilidade da União, mediante lei
de tributos e de suas espécies, fatos geradores, bases complementar, criar impostos que não estão previstos na
de cálculo e contribuintes (art. 146, III, da CF/88). No Constituição Federal, desde que o imposto criado não seja
entanto, a lei complementar possui caráter geral e até cumulativo nem tenha base de cálculo ou fato gerador de
que ela seja editada, os entes políticos poderão instituir imposto já existente.
e cobrar os impostos normalmente, conforme § 3º do art.
24 da CF/88. Competência Comum: a competência comum, ou
concorrente, se refere a possibilidade de todos os entes
Capacidade Tributária Ativa: embora a competência políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios)
seja indelegável, é possível que o ente político delegue cobrarem taxas ou contribuições de melhoria, mas o
as atribuições de arrecadar e fiscalizar tributo, ou seja, é tributo somente poderá ser cobrado por aquele ente que
possível a delegação da capacidade tributária ativa, o que realizou o serviço (taxa) ou a obra pública (contribuição
é denominado de parafiscalidade. de melhoria), já que não se permite a bitributação.

Lei ordinária: a competência tributária é exercida, Competência Especial: a competência especial se


via de regra, mediante lei ordinária. No entanto, refere à possibilidade de serem instituídos empréstimos
a própria Constituição Federal estabelece que a compulsórios (art. 148 da CF/88) e contribuições
competência tributária da União será exercida mediante especiais (art. 149 da CF/88).
lei complementar federal nas seguintes situações
específicas: a) empréstimos compulsórios (art. 148 da Competência Extraordinária: trata-se de competência
CF/88), b) imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII, outorgada à União para instituir, na iminência ou no
da CF/88), c) impostos residuais da União (art. 154, I, da caso de guerra externa, impostos extraordinários, nos
CF/88) e d) outras contribuições sociais não previstas termos do art. 154, II, da CF/88. A instituição de impostos
nos incisos I a IV do art. 195 da CF/88. extraordinários não depende de lei complementar, isto
é, pode ser feita por lei ordinária ou medida provisória.
CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS Vale lembrar que, em caso de guerra externa ou de sua
iminência, a União pode instituir também empréstimo
Competência Privativa: na competência privativa, compulsório, mas nesse caso exige-se lei complementar.
apenas o ente indicado pela Constituição Federal poderá
criar o tributo, sendo vedado a sua instituição por
qualquer outro ente. 3. SIMPLES NACIONAL
A Constituição Federal autoriza que lei complementar
da União institua regime único de arrecadação de
impostos, prevendo tratamento diferenciado e favorecido
para as microempresas e para as empresas de pequeno
porte (art. 146, III, “d” e parágrafo único, da CF/88). Com
base nessa autorização constitucional, a Lei Complementar
nº 123/2006 criou o Simples Nacional, que é um regime
tributário diferenciado, simplificado e compartilhado de
cobrança, arrecadação e fiscalização de tributos, sendo
aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.
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No Simples o recolhimento dos tributos é feito de Princípio da Igualdade: assegura que contribuintes
forma unificada, isto é, as micro e pequenas empresas em estado de equivalência devem ser tratados de forma
recolhem os tributos federais, estaduais e municipais igualitária (igualdade formal), permitindo-se apenas o
em uma única guia, cabendo a União repassar os valores tratamento diferenciado para atender a uma finalidade
dos tributos aos Estados e Municípios. Há, portanto, lícita, para amenizar situações de notória desigualdade
um sistema compartilhado de cobrança, arrecadação e (igualdade material), como no caso do art. 145, § 1º, da
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fiscalização. CF/88 (sempre que possível, os impostos terão caráter


pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte) e do art. 146, III, “d”, da
4. REPARTIÇÃO DAS RECEITAS CF/88 (tratamento diferenciado e favorecido para as
TRIBUTÁRIAS microempresas e para as empresas de pequeno porte).

Existem muito mais impostos federais do que Princípio da Irretroatividade: veda-se a cobrança de
impostos estaduais ou municipais. Em razão desse tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes
desequilíbrio, a Constituição Federal estabeleceu regras do início da vigência da lei que os houver instituído ou
de repartição tributária das receitas obtidas (arts. 157 aumentado (art. 150, III, “a”, da CF/88).
a 162), estipulando hipóteses de repasse de parte das
O princípio da irretroatividade é aplicado apenas ao
receitas da União para os Estados, Distrito Federal e
conceito de tributo, permitindo-se, por outro lado, que
Municípios, assim como repasse das receitas dos Estados
a lei retroaja nos seguintes casos previstos no art. 106
para os Municípios.
do CTN: a) lei expressamente interpretativa, excluída
Principais hipóteses: a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos
interpretados: Lei interpretativa é aquela editada para
Imposto de renda retido na fonte dos servidores esclarecer o alcance de lei anterior (interpretação
estaduais e municipais: nos casos dos Estados, Distrito autêntica), podendo neste caso retroagir, desde que não
federal ou Municípios reterem Imposto de Renda na fonte seja para aplicar penalidade ao contribuinte e b) tratando-
de seus servidores, a receita ficará integralmente (100%) de ato não definitivamente julgado, quando a lei for mais
para o ente político que procedeu à retenção (art. 157, I, benéfica quanto à infração: A título de exemplo, se uma lei
da CF/88). de 2016 institui um tributo com alíquota de 10% e multa
de 20%, caso o contribuinte não pague tempestivamente
Impostos residuais da União: se a União criar novos o tributo e, posteriormente, uma lei de 2017 diminua a
impostos (competência residual – art. 154, I, da CF/88), multa para 15%, o contribuinte que deixou de pagar o
20% do produto arrecadado será repassado aos Estados tributo poderá ser beneficiado com a redução da multa
e ao Distrito Federal, conforme estipulado na própria lei pela lei de 2017, desde que ainda não a tenha recolhido. A
que criar o imposto (art. 157, II, e 158, I, da CF/88). lei tributária poderá retroagir apenas em relação à multa
não recolhida. Não haverá efeitos retroativos em relação
Imposto Territorial Rural (ITR): metade (50%) à obrigação de pagar o tributo.
do valor arrecadado pela União a título de ITR deve
ser repassado ao Município onde estiver localizado o Princípio da Anterioridade: objetiva estabelecer um
imóvel rural (art. 158, II, da CF/88). Se o Município for período mínimo e razoável entre a publicação da lei que
responsável pela fiscalização e arrecadação do ITR, aumenta ou institui um tributo e a sua exigência, a fim de
caberá a ele a totalidade (100%) do valor arrecadado (art. que o contribuinte não seja pego de surpresa e consiga se
153, § 4º, III, da CF/88). preparar economicamente para pagar a exação.

IPVA: cabe ao Município metade (50%) do produto da


arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade ANTERIORIDADE
ANTERIORIDADE ANUAL NONAGESIMAL
de veículos automotores licenciados em seus territórios.

ICMS: cabe ao Município vinte e cinco por cento A norma que cria ou Além de respeitar a
(25%) do produto da arrecadação do imposto do Estado amenta tributo possui anterioridade anual, a lei
sobre operações relativas à circulação de mercadorias e eficácia apenas no ano que instituir ou aumentar
sobre prestações de serviços de transporte interestadual seguinte da publicação. tributar terá eficácia
e intermunicipal e de comunicação. apenas após 90 dias de
sua publicação.

5. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS Aplicação: o princípio da anterioridade somente


AO PODER DE TRIBUTAR se aplica aos casos de instituição ou majoração de
tributo. Eventuais reduções ou extinções são aplicadas
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS: imediatamente. Além disso, norma legal que apenas
altera o prazo para recolhimento do tributo também não
Princípio da Legalidade: o tributo é criado por lei se sujeita ao princípio da anterioridade, tendo aplicação
ordinária. Há, entretanto, algumas situações específicas imediata, conforme Súmula Vincula n. 50 do STF:
que a própria Constituição Federal exige lei complementar
Exceções à anterioridade anual (podem ser
para a instituição de tributo, são elas: Imposto sobre
cobrados no mesmo ano): II, IE, IOF, IPI, empréstimo
Grandes Fortunas (art. 153, VII, da CF/88), Empréstimos
compulsório para atender despesas extraordinárias
compulsórios (art. 148 da CF/88), Impostos residuais
decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou
(art. 154, I, da CF/88) e outras contribuições sociais não
sua iminência, imposto extraordinário de guerra (IEG),
previstas nos incisos I a IV do art. 195 da CF/88.
restabelecimento da alíquota do CIDE- Combustível e do
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ICMS – combustível, contribuições sociais. IMUNIDADE RECÍPROCA: a imunidade recíproca tem


como base o princípio federativo e estabelece, conforme art.
Exceções à anterioridade nonagesimal (não precisam 150, VI, “a”, da CF/88, que é vedado à União, aos Estados,
esperar 90 dias): II, IE, IOF, IR, empréstimo compulsório ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre
para atender despesas extraordinárias decorrentes de patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. A imunidade
calamidade pública, guerra externa ou sua iminência, recíproca, assim como as demais imunidades previstas
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imposto extraordinário de guerra (IEG), fixação da base no art. 150 da CF/88, se refere apenas a impostos, não
de cálculo do IPTU e IPVA. abrangendo taxas, contribuições de melhoria, empréstimos
compulsórios ou contribuições especiais
Princípio da Vedação do Efeito Confiscatório: objetiva,
com base na razoabilidade, impor um limite ao direito de Autarquias e fundações: as autarquias e fundações
tributar do Estado, vendando-se a cobrança de tributos instituídas pelo Poder Público ocorre apenas em relação
com efeitos de aniquilar a propriedade do contribuinte, as atividades vinculadas a suas finalidades essenciais ou
o que deverá ser analisado caso a caso (art. 150, IV, da às delas decorrentes.
CF/88).
IMUNIDADE PARA TEMPLOS DE QUALQUER CULTO:
Princípio da liberdade de tráfego de bens e pessoas conforme disposto no art. 150, VI, “b”, da CF/88, é vedado
(art. 150, V, da CF/88): veda-se que as entidades políticas à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
estabeleçam tributos interestaduais ou intermunicipais, instituir impostos sobre templos de qualquer culto. De
limitando o tráfego de bens e pessoas, salvo nos casos acordo com o Supremo Tribunal Federal, o conceito de
admitidos pela própria Constituição Federal (ICMS templo deve ser lido da forma ampla, englobando a os
cobrado para circulação de mercadorias e serviços entre locais e anexos onde ocorrem as reuniões religiosas,
estados) e de pedágio pela utilização de vias conservadas casa do líder religioso de propriedade da Igreja,
pelo Poder Público. O STF entende que pedágio não é estacionamentos, cemitérios das entidades, serviços
tributo, ou seja, não tem natureza de taxa, mas sim preço religiosos, etc., desde que relacionados com as finalidades
público ou tarifa. Sendo assim, não se aplicam à cobrança essenciais da entidade (art. 150, § 4º, da CF/88).
de pedágio os princípios tributários (não precisa ser
instituído por lei, nem mesmo obedecer a anterioridade IMUNIDADES DE LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E
anual ou nonagesimal). O PAPEL DESTINADO À SUA IMPRESSÃO: a imunidade
sob análise é de natureza objetiva, abrangendo apenas
Princípio da Uniformidade Geográfica da Tributação: os impostos incidentes sobre bens e coisas, como ICMS,
trata-se de princípio que deriva da isonomia tributária, IPI e II. Os impostos que incidem sobre pessoas, portanto,
determinando que a União mantenha tratamento uniforme como IPVA, ITBI, IR, não são abrangidos pela imunidade.
em relação aos demais entes federativos na tributação É importante destacar que o Supremo Tribunal Federal
federal, admitindo-se apenas tratamento diferenciado possui entendimento no sentido de que a imunidade
para a promoção do equilíbrio do desenvolvimento abrange os álbuns de figurinhas (RE 221.239/SP),
socioeconômico entre as diferentes regiões do país, por assim como os filmes e papéis fotográficos necessários à
meio de incentivos fiscais, como no caso da Zona Franca publicação de jornais e periódicos (Súmula n. 657).
de Manaus, conforme art. 92-A do ADCT.

Princípio da Vedação ao bis in idem: O princípio da 6. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA


vedação ao bis in idem estabelece que o mesmo fato
jurídico não pode ser tributado mais de uma vez pela FONTES FORMAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
mesma pessoa política, salvo quando expressamente
autorizado pela Constituição, como no caso de Imposto LEI ORDINÁRIA: conforme previsto no art. 97 do CTN,
sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e contribuição cabe à lei ordinária dispor sobre os principais elementos
social sobre o lucro – CSLL, que possuem como fato do tributo, como sujeitos passivo e ativo, definição do
gerador o fato da empresa auferir lucro (195, I, “c” e art. fato gerador e da obrigação tributária principal, fixação
153, III). de alíquota e base de cálculo, cominação de penalidades
para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos,
Bitributação: bis in idem não se confunde com ou para outras infrações nela definidas, hipóteses de
bitributação. Enquanto o primeiro se refere à proibição exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou
do mesmo ente político cobrar mais de um tributo sobre ainda de dispensa ou redução de penalidades.
o mesmo fato gerador, a bitributação ocorre quando
entes tributantes diferentes exigem do mesmo sujeito LEI COMPLEMENTAR: como regra geral, cabe à lei
passivo tributos decorrentes do mesmo fato gerador. A ordinária instituir tributos. No entanto, existem quatro
bitributação também é proibida, salvo quando se tratar exceções, todas referentes a tributos federais, cuja
de imposto extraordinário de guerra, em que a União criação depende de lei complementar: a) Empréstimos
poderá cobrar tributos compreendidos ou não em sua Compulsórios (art. 148 da CF/88); b) Imposto Sobre
competência tributária. Grandes Fortunas (art. 153, VII, da CF/88); c) Impostos
Residuais (art. 154, I, da CF/88) e d) Contribuições de
IMUNIDADES Seguridade Social Residuais (art. 195, § 4º, da CF/88).
Imunidade é regra constitucional que proíbe os Outras matérias: a lei complementar, além de ser
entes federativos de cobrarem tributos em determinadas exigida para a elaboração de alguns tributos federais,
situações (regra negativa de competência). também será essencial para tratar dos seguintes
assuntos: a) conflito de competência em matéria
IMUNIDADE ISENÇÃO tributária entre os entes políticos (art. 146, I, da CF/88),
b) limitações constitucionais ao poder de tributar (art.
Prevista na Constituição Prevista em lei ordinária 5
Federal do próprio ente tributante
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DIREITO TRIBUTÁRIO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

146, II, da CF/88), c) normas gerais de direito tributários, Interpretação literal: conforme art. 111 do CTN,
d) regime único de arrecadação e e) alíquotas máximas e interpreta-se literalmente a legislação tributária que
mínimas do ISS. disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito
tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do
Normas gerais: caso não exista lei complementar cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
prevendo definições gerais aos tributos, isso não retira a Quando o CTN se refere a interpretar literalmente quer
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competência plena dos entendes políticos de instituir e dizer interpretar restritivamente.


cobrar os seus tributos até que seja edita a lei complementar.
Interpretação mais favorável ao contribuinte:
Nos casos em que a Constituição Federal não exige a tratando-se de norma tributária que define infrações ou
edição de lei complementar, caso esta venha a instituir o comine penalidades ela deve ser interpretada, no caso de
tributo, será considerada materialmente como lei ordinária, dúvida, de forma mais favorável ao contribuinte.
podendo ser alterada posteriormente por outra lei ordinária.
Pecunia non olet (Interpretação objetiva do fato
MEDIDA PROVISÓRIA: medida provisória pode tratar gerador): configurado o fato gerador, o tributo poderá
de matéria tributária, salvo nos temas reservados à lei ser exigido, independentemente dos atos praticados
complementar. A instituição ou majoração de impostos, pelo contribuinte, ainda que ilícitos, já que, para o Direito
com exceção do II, IE, IPI e IOF, só produzirá efeitos no Tributário, o dinheiro não tem cheiro.
exercício financeiro seguinte se houver sido convertida
em lei até o último dia daquele em que foi editada. INTEGRAÇÃO: no Direito Tributário, entretanto, a
integração vem expressamente regrada no art. 108 do CTN,
RESOLUÇÕES DO SENADO: a função mais importante devendo a autoridade competente se valer, nesta ordem,
das resoluções do senado em matéria tributária é da analogia, dos princípios gerais de direito tributário, dos
estabelecer parâmetros para as alíquotas dos impostos princípios gerais de direito público e da equidade.
estaduais. Com efeito, a Constituição Federal, nos
parágrafos 1 º, 2º e 6º do art. 155, determina que resolução O art. 118 do CTN estabelece ainda duas regras muitos
do Senado Federal deverá estabelecer limites para as importantes sobre a integração: a) O emprego da analogia
alíquotas dos impostos estaduais, na seguinte forma: não poderá resultar na exigência de tributo não previsto
ITCMD alíquotas máximas, IPVA alíquotas mínimas e em lei e b) o emprego da equidade não poderá resultar na
ICMS alíquotas máximas e mínimas. dispensa do pagamento de tributo devido (§ 2º).

DECRETOS: os decretos possuem campo de


aplicação nos limites da lei que será regulamentada, 7. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
podendo, a título de exemplo, tratar sobre preenchimento
de guias, prazo, data e local de pagamento, atualização DEFINIÇÃO: em matéria tributária, há basicamente
do valor monetário da base de cálculo, etc. Além disso, duas espécies de obrigações: principal e acessória.
por expressa previsão na Constituição Federal, decreto
poderá alterar alíquotas dos seguintes tributos: II, IE, IPI,
OBRIGAÇÃO PRINCIPAL OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA
IOF e CIDE-combustíveis

APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA - Dever de pagar imposto - Dever instrumental


ou multa
- Não depende de previsão
Como decorrência do princípio da irretroatividade
- Depende de previsão legal, podendo ser prevista
(art. 150, III, “a”, da CF/88), a legislação tributária é
expressa em lei em qualquer uma das
aplicada, como regra geral, apenas aos fatos geradores
espécies da legislação
futuros e pendentes, não podendo retroagir para
tributária.
prejudicar nem beneficiar o contribuinte.

Exceções: o art. 106 do CTN estabelece 2 hipóteses O descumprimento de obrigação acessória converte-
em que a lei tributária poderá retroagir: a) Lei se no pagamento de multa, ou seja, converte-se em
expressamente interpretativa, excluída a aplicação de obrigação principal.
penalidade à infração dos dispositivos interpretados
e b) ato não definitivamente julgado, quando a lei for FATO GERADOR: de acordo com a doutrina, a
mais benéfica quanto à infração (a lei tributária poderá expressão “fato gerador” é utilizada em dois sentidos
retroagir apenas em relação à multa não recolhida. Não pelo legislador: a) fato gerador no sentido de hipótese
haverá efeitos retroativos em relação à obrigação de de incidência (arts. 114 e 115 do CTN): Corresponde à
pagar o tributo.). descrição abstrata prevista na lei e b) Fato gerador no
sentido de fato imponível: Corresponde à ocorrência
Lançamento tributário: de acordo com o art. 114 do fática concreta que dá origem à obrigação tributária
CTN, o lançamento tributário será regido pela lei vigente principal ou acessória.
à época do fato gerador e não do lançamento, salvo se
a lei instituir novos critérios de apuração ou processos SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
de fiscalização, ampliando os poderes de investigação Sujeito ativo: é a pessoa jurídica de direito púbico que
das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito
possui a capacidade tributária ativa (fiscalizar e arrecadar
maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último
o tributo). Como regra geral, a própria pessoa política
caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária
competente para criar o tributo é responsável pela sua
a terceiros.
fiscalização e arrecadação, mas é possível que o ente
INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA tributante delegue essa capacidade ativa para outra pessoa
jurídica de direito público (parafiscalidade), como, por
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DIREITO TRIBUTÁRIO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

exemplo, uma autarquia. (art. 132 do CTN): havendo fusão, incorporação ou


transformação, a empresa resultante será responsável
Sujeito passivo: é a pessoa obrigada ao pagamento pelas dívidas tributárias anteriores. Além disso, se
de tributo ou penalidade pecuniária, podendo ser houver extinção da pessoa jurídica e a atividade continuar
contribuinte (sujeito passivo direto), quando tem relação sendo desenvolvida pelo espólio ou por um dos sócios,
pessoal e direta com a situação que constitui o respectivo estes respondem pelas dívidas tributárias da empresa
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fato gerador; ou responsável, quando, sem revestir extinta; e) aquisição de estabelecimento ou fundo de
a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de comércio (art. 133 do CTN): Essa responsabilidade será:
disposição expressa de lei (sujeito passivo indireto). I) integral, se o alienante deixar de exercer atividades
econômicas ou profissionais ou II) subsidiária , se o
Solidariedade: em relação à obrigação tributária, não alienante continuar a desempenhar qualquer atividade
é possível a solidariedade ativa, mas há duas hipóteses econômica ou profissional, ou voltar a desempenhar em
de solidariedade passiva, conforme art. 124 do CTN: a) até 6 meses.
Por expressa determinação legal e b) Por interesse
comum no fato gerador.
RESPONSABILIDADE RESPONSABILIDADE
Efeitos da solidariedade: são os seguintes efeitos INTEGRAL DO SUBSIDIÁRIA DO
da solidariedade: I - o pagamento efetuado por um ADQUIRENTE ADQUIRENTE
dos obrigados aproveita aos demais; II - a isenção ou
remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se Se o alienante deixar Se o alienante continuar
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse de exercer atividades a desempenhar qualquer
caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo e III econômicas ou atividade econômica ou
- a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos profissionais profissional.
obrigados, favorece ou prejudica aos demais.
Se o alienante voltar a
desempenhar em até 6
8. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA meses a atividade.

Há algumas situações, por expressa disposição legal, Súmula n. 554 do STJ: “Na hipótese de sucessão
em que o ônus da contribuição tributária recai sobre empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange
terceiro que não praticou o fato gerador (sujeito passivo não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas
indireto), fenômeno que caracteriza a responsabilidade também as multas moratórias ou punitivas referentes a
tributária, conforme art. 128 do CTN. fatos geradores ocorridos até a data da sucessão”.

RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO: ocorre Falência: a decretação da falência, por si só, não
quando a lei determina que terceira pessoa ocupe o polo implica responsabilidade dos sócios da empresa falida, já
passivo da relação tributária antes mesmo da ocorrência que não há previsão legal nesse sentido
do fato gerador, sendo muito comum no imposto de
Responsabilidade de terceiros: possui caráter
renda e no ICMS (Exemplo: o empregador deve reter o
imposto de renda sobre os salários de seus empregados predominantemente sancionatório e objetiva
na fonte, ou seja, antes mesmo do dinheiro ser entregue responsabilizar aquele que se omitiu ou agiu
aos empregados). indevidamente em relação à obrigação tributária daquele
que estava sob seus cuidados.
RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA:
Súmula n. 430 do STJ: “O inadimplemento da
a determinação do responsável pelo pagamento do
tributo é feita posteriormente à ocorrência do fato obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a
gerador, ou seja, a obrigação tributária nasce para o responsabilidade solidária do sócio-gerente”.
contribuinte, mas é transferida posteriormente para Responsabilidade por infração: no Direito Tributário,
terceiro. A responsabilidade por transferência, por sua
a responsabilidade pela prática de infração é, como
vez, é subdivida em três categorias: a) responsabilidade
regra geral, de natureza objetiva, isto é, não depende
dos sucessores, b) responsabilidade de terceiros e c)
da intenção do agente ou do responsável, ou dos efeitos
responsabilidade por infrações.
causados pelo ato ilícito. Sendo assim, o sujeito passivo
Responsabilidade dos sucessores: o fato gerador deverá arcar com o pagamento da sanção tributária
ocorre, mas posteriormente um evento sucessório mesmo que não tenha tido intenção de praticar o ato que
transfere esse dever para uma outra pessoa. Pode a ensejou e independentemente da extensão dos danos
ocorrer em razão dos seguintes eventos: a) aquisição ao Fisco
de bem imóvel (art. 130 do CTN): apenas os tributos
referentes à propriedade, domínio ou posse do imóvel 9. CRÉDITO TRIBUTÁRIO
que são transferidos para o adquirente. Tributos que se
referem à atividade empresarial (ISS, Taxa de inspeção LANÇAMENTO: representa a constituição do crédito
sanitária, etc.) não são transferidos; b) aquisição de bem tributário. Isso porque a obrigação tributária, embora
móvel (art. 131, I, do CTN); c) sucessão causa mortis: nasça com o fato gerador, não pode ser exigível até
são pessoalmente responsáveis: I) o espólio, pelos que autoridade administrativa promova o lançamento
tributos devidos pelo de cujus, até a data da abertura da tributário, constituindo o crédito.
sucessão; II) o cônjuge meeiro e os sucessores a qualquer
título, pelos tributos devidos até a data da partilha ou LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AO LANÇAMENTO: conforme
adjudicação, limitada a responsabilidade ao valor da art. 144 do CTN, o lançamento reporta-se à data da ocorrência
meação, quinhão ou legado; d) extinção da pessoa jurídica do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente,
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DIREITO TRIBUTÁRIO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

ainda que posteriormente modificada ou revogada (Exemplo: mnemônica MODERECOPA (formada pela primeira sílaba
A lei que criou a taxa de coleta de lixo foi revogada. Ainda de cada causa de suspensão).
assim o fisco municipal pode lançar e cobrar a taxa em relação
aos anos em que a lei estava vigente). A moratória representa a dilação
Exceção: como exceção à regra geral, aplica-se do prazo para pagamento do
tributo, sem que o sujeito passivo
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imediatamente a legislação que, posteriormente à


tenha que pagar juros ou multa. A
ocorrência do fato gerador da obrigação, instituir novos
concessão da moratória depende
critérios de apuração ou processos de fiscalização,
de lei específica. Durante a
ampliando os poderes de investigação das autoridades MORATÓRIA
moratória, continua a fluir o prazo
administrativas, ou outorgando ao crédito maiores
prescricional contra o fisco. A
garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o
moratória é a única hipótese de
efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.
suspensão da exigibilidade em que
Modalidades de lançamento: não ocorre concomitantemente a
suspensão da prescrição.

É o realizado pela autoridade fiscal O depósito, normalmente judicial,


sem a participação de terceiros deve ser em dinheiro e integral
e ocorre nas seguintes hipóteses e, quando realizado, suspende a
(art. 149 do CTN): a) Expressa exigibilidade do crédito tributário,
determinação legal - Geralmente evitando a incidência de juros e de
as leis municipais e estaduais multa, bem como a propositura de
LANÇAMENTO ação fiscal. A Súmula Vinculante n.
DE OFÍCIO determinam o lançamento de
ofício para o IPTU e o IPVA; b) DEPÓSITO DO 28 do STF, no entanto, estabelece
Para constituir multas e c) Como MONTANTE que é inconstitucional a exigência
INTEGRAL de depósito prévio como requisito
modalidade suplementar em
relação às demais, no caso de de admissibilidade de ação judicial
erro, dolo, ou omissão do sujeito na qual se pretenda discutir a
passivo ou da própria autoridade. exigibilidade do crédito tributário.
EssaSúmula, segundo entendimento
Atualmente em desuso no Brasil, da FGV, procura afastar a incidência
LANÇAMENTO é realizado pela autoridade fiscal do princípio solve et repete (“pague e
POR com base nas informações sobre depois reclame”)
DECLARAÇÃO matéria de fato prestadas pelo O sujeito passivo, após ser notificado
contribuinte ou por terceiros. do lançamento, poderá impugnar
o crédito administrativamente.
É o tipo de lançamento mais comum
RECLAMAÇÕES Se o fizer tempestivamente, a
no Brasil e ocorre quando o sujeito
E RECURSOS exigibilidade do crédito tributário
passivo realiza a constituição
NA ESFERA ficará suspensa, até que haja decisão
do crédito sem prévio exame ADMINISTRATIVA administrativa a respeito, hipótese
da autoridade fiscal, ou seja, o
em que será possível inclusive a
sujeito passivo, por conta própria,
obtenção de Certidão Positiva de
apura, informa e paga o montante
Débito com Efeito de Negativa.
LANÇAMENTO devido para, posteriormente, ter a
POR homologação da Fazenda Pública. O sujeito passivo, após notificado
HOMOLOGAÇÃO o Fisco poderá: a) homologar do lançamento, poderá impetrar
expressamente o pagamento CONCESSÃO mandado de segurança para
no prazo de 5 anos; b) realizar o DE LIMINAR EM defender direito líquido e certo
MANDADO DE
lançamento de ofício em relação SEGURANÇA contra a cobrança. Se obtiver
a eventuais diferenças; c) deixar liminar favorável, a exigibilidade
transcorrer o prazo de 5 anos, do crédito ficará suspensa
hipótese em que ocorrerá a
LIMINAR Seja por meio de mandado
denominada homologação tácita. OU TUTELA de segurança ou outra ação
ANTECIPADA específica, a decisão favorável
SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO EM OUTRAS judicial suspenderá a exigibilidade
ESPÉCIES DE do crédito
O crédito tributário (devidamente constituído) pode AÇÃO JUDICIAL
ter sua exigibilidade suspensa, impedindo o início de sua
O parcelamento é concedido na
cobrança, nas hipóteses expressamente previstas no art.
forma e condições estabelecidas
151 do CTN: I - Moratória; II - Depósito do seu montante
em lei específica (art. 155-A do
integral; III - Reclamações e os recursos, nos termos das
PARCELAMENTO CTN). Trata-se de situação muito
leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV -
parecida com a moratória, no
Concessão de medida liminar em mandado de segurança,
entanto, permite-se a incidência
V – Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada,
de juros
em outras espécies de ação judicial e VI – Parcelamento.
Para a memorização das causas de suspensão do Certidão Positiva de Débito com Efeito de Negativa:
crédito tributário, recomenda-se a utilização da expressão de acordo com o art. 206 do CTN, uma vez suspensa a
exigibilidade do crédito tributário, é possível a emissão
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DIREITO TRIBUTÁRIO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

da Certidão Positiva de Débito com Efeito de Negativa. impugnação, o prazo somente terá início após a notificação
da decisão final sobre a impugnação. Em ambos os casos,
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO o prazo prescricional será de 5 anos.
A extinção do crédito tributário significa o seu • Interrupção: o art. 174 do CTN, entretanto, prevê
desaparecimento e ocorre nas hipóteses previstas no art. algumas hipóteses de interrupção (inicia-se novamente
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156 do CTN: I - o pagamento; II - a compensação; III - a a contagem) do prazo prescricional, a saber: I – pelo
transação; IV - remissão; V - a prescrição e a decadência; despacho do juiz que ordenar a citação em execução
VI - a conversão de depósito em renda; VII - o pagamento fiscal; II - pelo protesto judicial; III - por qualquer ato
antecipado e a homologação do lançamento nos termos do judicial que constitua em mora o devedor; IV - por
disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que
em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; importe em reconhecimento do débito pelo devedor.
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida
a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser • Suspensão: embora o CTN não se refira à suspensão
objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em da prescrição, entende-se que ela ocorrerá nos casos
julgado; XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na de suspensão da exigibilidade do crédito tributário,
forma e condições estabelecidas em lei. conforme estudado anteriormente.

Pagamento: se não houver prazo específico, o • Súmula n. 409 do STJ: “Em execução fiscal, a
pagamento deve ocorrer no prazo de 30 dias após o prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode
lançamento, sob pena de incidir juros e multa. Importante ser decretada de ofício.”
destacar que o pagamento de uma prestação não
pressupõe a quitação das prestações anteriores (art. A decadência, portanto, ocorre antes da constituição
158), além do que a imposição de penalidade não ilide do crédito tributário. A prescrição, por sua vez, ocorre
o pagamento integral do crédito tributário (art. 157), ou apenas após a constituição do crédito.
seja, mesmo que o sujeito passivo pagar a multa, deverá
ainda pagar integralmente o crédito tributário. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

• Imputação do pagamento: havendo várias dívidas O CTN prevê duas hipóteses de exclusão do
do sujeito passivo em relação ao mesmo sujeito ativo, crédito tributários (isenção e anistia), consignando
a imputação do pagamento deve ser feita na seguinte expressamente que a exclusão do crédito não dispensa o
ordem: I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação sujeito passivo das obrigações acessórias (apresentação
própria, e em segundo lugar aos decorrentes de de declaração, por exemplo).
responsabilidade tributária; II - primeiramente, às
contribuições de melhoria, depois às taxas e, por fim, ISENÇÃO: representa a dispensa legal do pagamento
aos impostos, III - na ordem crescente dos prazos de do tributo devido. Como regra geral, o ente político que
prescrição; IV - na ordem decrescente dos montantes. possui o poder de tributar é que poderá conceder a
isenção, desde que por meio de lei específica. Além disso,
• Pagamento indevido: Se o sujeito passivo realizar salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é
pagamento indevido ao Fisco, poderá pleitear extensiva: I - às taxas e às contribuições de melhoria e II
administrativamente a sua restituição no prazo de 5 - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão
anos. Caso o pedido de restituição seja negado, o sujeito (art. 177 do CTN).
passivo poderá ajuizar ação anulatória no prazo de 2
anos, contados da decisão administrativa denegatória • Revogação da isenção: a) isenção não onerosa: pode ser
revogada ou modificada a qualquer tempo, produzindo
Remissão: somente pode ser concedida por lei efeitos a partir do exercício financeiro seguinte e b)
específica e representa o perdão do crédito tributário. A isenção onerosa: A isenção onerosa é concedida por
remissão pode ser total o parcial e pode ser concedida prazo certo e sob determinadas condições. Durante o
por meio de despacho da autoridade administrativa, prazo concedido, se respeitada as condições impostas,
desde que haja autorização legal (art. 172 do CTN). Não se a isenção não pode ser suprimida, conforme Súmula nº
confunde com anistia, uma vez que nesta o perdão ocorre 544 do STF.
em relação às infrações praticadas (exclusão do crédito).
• Obrigações acessórias: a isenção, assim como
Decadência: o prazo decadencial é de 5 anos e sua qualquer hipótese de exclusão do crédito tributário, não
contagem varia de acordo com o tipo de lançamento: a) dispensa o contribuinte do cumprimento das obrigações
Lançamento de ofício ou de declaração (art. 153 do CTN): acessórias, conforme disposto no art. 175, parágrafo
o prazo de 5 anos terá início no primeiro dia do exercício único, do CTN.
seguinte (1 de janeiro) àquele em que o lançamento poderia
• Isenção e Remissão: a isenção é concedida para o
ter sido efetuado e b) Lançamento por homologação (art.
futuro, o que a diferencia da remissão, que se refere ao
150, § 4º, do CTN): o prazo decadencial começa a correr a
passado. Exemplo: Uma lei estadual publicada em 2017
partir da data do fato gerador. Se a administração pública
que dispensa o pagamento do IPVA para maiores de 70
não homologar o lançamento no prazo de 5 anos, haverá
anos em relação ao ano de 2016 é remissão. Outra lei que
a homologação tácita, ocorrendo a decadência
dispensa o pagamento do IPVA para 2018 é de isenção
Prescrição: após o lançamento do crédito tributário,
o sujeito passivo será notificado a pagar o tributo ou ANISTIA: concedida necessariamente por lei
apresentar impugnação. Se o sujeito passivo não pagar específica, representa o perdão de infrações já cometidas
nem impugnar, inicia-se o prazo prescricional para o pelo sujeito passivo, ou seja, abrange exclusivamente
Fisco ajuizar ação fiscal. Por outro lado, se apresentar as infrações cometidas anteriormente à vigência da
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DIREITO TRIBUTÁRIO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

lei que a concede. A anistia não abrange: a) Crimes e 10. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
contravenções; b) Os atos, mesmo sem a qualificação de
crime e contravenção, praticados mediante dolo, fraude
DÍVIDA ATIVA
ou simulação, c) Os atos praticados mediante conluio,
salvo disposição em contrário. Antes do ajuizamento da ação judicial, a autoridade
administrativa deve proceder a inscrição em dívida ativa,
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GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ato administrativo que confere presunção de certeza e
GARANTIAS liquidez ao crédito tributário.

As garantias do crédito tributário objetivam Essa presunção, no entanto, é relativa, já que pode
assegurar ao Fisco o recebimento dos valores devidos ser ilidida por prova inequívoca a cargo do devedor.
pelo sujeito passivo. Conforme disposto no art. 202 do CTN, o termo de
Totalidade de bens (art. 184 do CTN): o devedor inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade
responde pelo crédito tributário com todos os seus competente, indicará obrigatoriamente: a) O nome do
bens, de qualquer origem ou natureza, inclusive os devedor e, sendo caso, o dos corresponsáveis, bem como,
gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de
ou impenhorabilidade, excetuados unicamente os bens e outros; b) Quantia devida e a maneira de calcular os juros
rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. A de mora acrescidos; c) A origem e natureza do crédito,
impenhorabilidade do bem de família não é oponível, ou mencionada especificamente a disposição da lei em que
seja, não pode ser invocada, para cobrança de impostos, seja fundado; d) A data em que foi inscrita; e) Sendo caso,
predial ou territorial (IPTU e ITR), taxas e contribuições o número do processo administrativo de que se originar o
devidas em função do imóvel familiar. crédito; f) Indicação do livro e da folha da inscrição.

Presunção de fraude (art. 185 do CTN): se o devedor CERTIDÕES NEGATIVAS


alienar ou onerar bem após a inscrição do crédito como Conforme disposto no art. 205 do CTN, a lei poderá
dívida ativa, a operação é considerada fraudulenta, salvo exigir que a prova da quitação de determinado tributo,
se o devedor tiver reservado bens ou rendas suficientes quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida
para quitar o débito. O marco que define se haverá à vista de requerimento do interessado, que contenha
fraude ou não é data da inscrição em dívida ativa. Em todas as informações necessárias à identificação de sua
outras palavras, para caracterizar a fraude é suficiente pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e
a inscrição, não sendo necessário o ajuizamento da indique o período a que se refere o pedido.
execução fiscal!
CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITOS DE NEGATIVA:
Indisponibilidade dos bens do devedor (art. 185-A
de acordo com o art. 206 do CTN, possui os mesmos
do CTN): se o devedor tributário, devidamente citado, não
efeitos da certidão negativa a certidão de que conste a
pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não
existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança
forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará
executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja
a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando
exigibilidade esteja suspensa.
a decisão, preferencialmente por meio eletrônico,
aos órgãos e entidades que promovem registros de
transferência de bens, especialmente ao registro público 11. IMPOSTOS EM ESPÉCIE
de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado
bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito IMPOSTOS FEDERAIS
de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial.

PRIVILÉGIOS O Imposto sobre importação tem como fato


gerador a entrada de produto estrangeiro
De acordo com o estabelecido no art. 186 do CTN, o no território nacional.
crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for
sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados Principais características são:
os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do
acidente de trabalho. • Natureza extrafiscal (regula a barreira
alfandegária)
Falência: o crédito tributário não terá preferência aos II
créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de • Alíquotas podem ser alteradas por ato
restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos do Executivo (art. 150, § 1º, da CF/88),
com garantia real, no limite do valor do bem gravado. geralmente Decreto do Presidente da
República.
Ordem de preferência na Falência: • Não se submete ao princípio da
Créditos Extraconcursais anterioridade, seja anual ou nonagesimal.

Créditos trabalhistas até 150 salários mínimos e as • Lançamentodocréditoocorrepor homologação


indenizações por acidente de trabalho

Créditos com garantia real


Créditos Tributários
10

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