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Sumário:

Inquérito Policial --------------------------------------------------------- 01

Ação Penal -------------------------------------------------------------- 03


Prisões ----------------------------------------------------------------- 06
Recursos ----------------------------------------------------------------- 09
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Inquérito Policial

a) Procedimento escrito: Todas as suas


peças devem ser escritas;
b) Procedimento sigiloso: É natural que a f) Indisponibilidade: A Autoridade Policial
investigação seja feita de forma sigilosa não poderá arquivar os autos
para o sucesso da elucidação dos crimes. investigativos, somente podendo pedir para
a Autoridade Judicial.
Atenção! De acordo com a Súmula g) Inquisitivo: O inquérito policial é feito
Vinculante nº 14 do STF, é direito do pela autoridade policial de forma
defensor, no interesse do representado, ter discricionária, cabendo a ela determinar as
acesso amplo aos elementos de prova que, diligências que reputar necessárias.
já documentados em procedimento Compete ao Delegado de Polícia deferir ou
investigatório realizado por órgão com não as diligências requeridas pelas partes.
competência de polícia judiciária, digam h) Dispensável: Não é indispensável que a
respeito ao exercício do direito de defesa. investigação criminal seja feita por meio de
No entanto, os advogados só poderão ter inquérito policial, podendo as provas do
acesso àquilo que já esteja documentado crime ser encontradas por outras pelas
no inquérito policial, sendo que medidas de informativas.
busca e apreensão ou mandado de prisão
ainda não cumprido, e por isso não juntado, Atenção! De acordo com o CPP, o órgão do
não podem ser acessados, sob pena de ruir Ministério Público dispensará o inquérito, se
a eficácia das investigações. com a representação forem oferecidos
elementos que o habilitem a promover a
c) Oficialidade: O inquérito policial é ação penal, e, neste caso, oferecerá a
conduzido pelo Estado, na pessoa do denúncia no prazo de 15 dias.
Delegado de Polícia, não podendo pessoa
comum proceder a investigações. Instauração do Inquérito Policial:
d) Oficiosidade: O Delegado de Polícia atua O início do inquérito policial se dá através
de ofício diante da ocorrência de uma da notícia do crime (notitia criminis), e pode
infração penal. As exceções ocorrem nos ser feita das seguintes formas:
casos de ação penal privada, que é Na ação penal pública incondicionada: De
conduzida por meio de queixa crime ofício; mediante requisição da autoridade
(advogado) e ação penal pública judiciária ou do Ministério Público; ou a
condicionada, em que a Autoridade Policial requerimento do ofendido ou de quem
deverá aguardar a representação para tenha a qualidade de representá-lo.
iniciar as investigações. Na ação penal pública condicionada: Por
e) Autoritariedade: Cabe ao Delegado de meio da representação do ofendido ou seu
Polícia conduzir as investigações, sendo representante legal; por meio da requisição
assim chamado de Autoridade Policial. do Ministro da Justiça.
Na ação penal privada: Somente pode ser
feita a requerimento de quem tenha a
qualidade de intentá-la.

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Notícia do crime: Qualquer pessoa do povo X - colher informações sobre a existência


que tiver conhecimento de alguma infração de filhos, respectivas idades e se possuem
penal pode levar o fato para a Autoridade alguma deficiência e o nome e o contato de
Policial. eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa.
Atenção! Em caso de indeferimento de
instauração de inquérito polical pela Art. 7º do CPP: Para verificar a
Autoridade Policial, a parte insatisfeita possibilidade de haver a infração sido
deverá recorrer, administrativamente, para praticada de determinado modo, a
o Chefe de Polícia. autoridade policial poderá proceder à
reprodução simulada dos fatos, desde que
Diligências no Inquérito Policial: esta não contrarie a moralidade ou a ordem
Art. 6º do CPP: Logo que tiver conhecimento pública.
da prática da infração penal, a autoridade
policial deverá: Prazo para encerramento do Inquérito
I - dirigir-se ao local, providenciando para Policial:
que não se alterem o estado e conservação
Procedimento Prazos
das coisas, até a chegada dos peritos
criminais;
Justiça Estadual 10 dias (réu preso)
II - apreender os objetos que tiverem
30 dias (réu solto)
relação com o fato, após liberados pelos
peritos criminais;
Justiça Federal 15 dias (réu preso)
III - colher todas as provas que servirem
30 dias (réu solto)
para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
Lei de Drogas 30 dias (réu preso)
IV - ouvir o ofendido;
90 dias (réu solto)
V - ouvir o indiciado, com observância, no
que for aplicável, do disposto no Capítulo III
do Título Vll, deste Livro, devendo o Arquivamento do Inquérito Policial:
respectivo termo ser assinado por duas Atenção! Como já visto aqui no material, a
testemunhas que Ihe tenham ouvido a Autoridade Policial não poderá arquivar os
leitura; autos do inquérito policial.
VI - proceder a reconhecimento de pessoas
e coisas e a acareações; Desarquivamento do Inquérito Policial:
VII - determinar, se for caso, que se Súmula 524 do STF: Arquivado o inquérito
proceda a exame de corpo de delito e a policial, por despacho do juiz, a
quaisquer outras perícias; requerimento do promotor de justiça, não
VIII - ordenar a identificação do indiciado pode a ação penal ser iniciada, sem novas
pelo processo datiloscópico, se possível, e provas.
fazer juntar aos autos sua folha de
Art. 18 do CPP: Depois de ordenado o
antecedentes;
arquivamento do inquérito pela autoridade
IX - averiguar a vida pregressa do
judiciária, por falta de base para a
indiciado, sob o ponto de vista individual,
denúncia, a autoridade policial poderá
familiar e social, sua condição econômica,
proceder a novas pesquisas, se de outras
sua atitude e estado de ânimo antes e
provas tiver notícia.
depois do crime e durante ele, e quaisquer
outros elementos que contribuírem para a
apreciação do seu temperamento e caráter.

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b) Interesse de agir: Ocorre quando não


Atenção!
houver extinção da punibilidade e estiverem
Coisa Julgada Formal – Hipóteses de
presentes os indícios de autoria e
Arquivamento do IP:
materialidade da infração penal.
1.Ausência de provas;
c) Possibilidade jurídica do pedido: O fato
2.Ausência de pressupostos processuais;
descrito na ação penal deve ser típico, isto
3.Falta de justa causa.
é, existir previsão legal.
Nestes casos, o IP pode ser desarquivado.

Coisa Julgada Material – Hipóteses de


Arquivamento do IP:
Será pública quando proposta pelo
1.Certeza da atipicidade do fato;
Ministério Público, podendo ser
2.Certeza da extinção da punibilidade;
incondicionada ou condicionada.
3.Excludentes de culpabilidade ou ilicitude;
4.Decisão imutável, não podendo ser
Atenção! É de Ação Penal Pública todo o
modificada, ainda que no futuro possam
crime praticado em detrimento de
aparecer novas provas.
patrimônio ou interesse de União, Estado ou
Nestes casos, o IP não pode ser
Município.
desarquivado.
Princípios da ação penal pública:
a) Obrigatoriedade: O Ministério Público,
diante do cometimento de uma infração
penal, não poderá transigir acerca da
Ação Penal propositura ou não de uma ação penal.
Contudo, é importante se atentar que, o
Ministério Público poderá deixar de intentar
A ação penal pode ser:
a ação penal quando o crime tiver pena
a) Pública Incondicionada: Quando o
máxima abstrata não superior a dois anos,
Ministério Público não tiver que se submeter
pois aqui caberá a aplicação do instituto da
a qualquer condição para o seu
transação penal.
oferecimento.
b) Indisponibilidade: O Ministério Público
b) Pública Condicionada: Quando houver
não poderá desistir da ação penal.
necessidade de existir a representação do
c) Oficialidade: Somente o membro do
ofendido ou de seu representante legal, ou
Ministério Público poderá intentar a ação
quando for necessária a requisição do
penal.
Ministro da Justiça.
c) Privada: Será intentada pelo ofendido ou
Prazo para oferecimento da denúncia:
por seu representante legal, sendo ela feita
Estando o réu preso, será de 05 dias,
por meio da queixa-crime.
contado da data em que o órgão do
Ministério Público receber os autos do
Condições da ação no processo penal:
inquérito policial, de 15 dias, se o réu estiver
a) Legitimidade da parte: Se a ação for
solto ou afiançado. No caso da Lei de
pública, a propositura deve ser feita pelo
Drogas, não existe diferença para o caso de
membro do Ministério Público. Caso se trate
o réu estar preso ou não, sendo ele comum
de ação penal privada, a sua legitimidade é
de 10 dias.
o do ofendido ou de seu representante
legal, por meio da queixa-crime, a ser
manejada por advogado devidamente
inscrito na OAB.

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Titularidade da ação penal: Forma da representação:


O Ministério Público é o titular exclusivo da Pode ser oral ou escrita, sendo que ela
ação penal pública, tanto na forma deverá ser apresentada para o Ministério
incondicionada, quanto na condicionada. Público, Autoridade Policial ou Juiz, sempre
pessoalmente ou por procurador com
Atenção! Quando o Ministério Público for poderes especiais.
inerte na propositura da ação penal, ou
seja, não cumprir os prazos assinalados no
item anterior, caberá a chamada ação
penal privada subsidiária da pública. Neste
caso, o ofendido, por meio de advogado, irá A ação penal pública incondicionada é a
intentar a ação penal privada, por meio da regra, ou seja, quando o crime nada
queixa-crime, diante da inércia ministerial. dispuser acerca de como se deve processá-
lo, a forma é a incondicionada.
Dessa forma, quando a ação for pública
condicionada ou movida mediante queixa-
crime, a lei expressamente demonstrará
qual será a forma utilizada.
A representação é condição de Atenção! Crimes contra a dignidade sexual
procedibilidade para a sua deflagração por serão processados mediante ação penal
parte do Ministério Público. pública incondicionada.
A representação deverá ser feita pelo
ofendido ou por seu representante legal.
Todavia, caso o ofendido tenha falecido, a
representação passará para os seus
familiares, ou seja, cônjuge, ascendente, Art. 30 do CPP: Ao ofendido ou a quem
descendente ou irmão. tenha qualidade para representá-lo caberá
Atenção! A representação será irretratável intentar a ação privada.
depois de oferecida a denúncia. Se o ofendido falecer ou for declarado
ausente, isso por si só não impedirá a
Prazo para o oferecimento da propositura da ação penal privada, pois tal
representação: direito passará para os seus sucessores.
Art. 38 do CPP: Salvo disposição em
contrário, o ofendido, ou seu representante A forma da propositura dessa ação penal é
legal, decairá no direito de queixa ou de a queixa-crime, instrumento processual que
representação, se não o exercer dentro do é assinado por advogado ou defensor
prazo de seis meses, contado do dia em que .
público.
vier a saber quem é o autor do crime, ou no
caso do art. 29, do dia em que se esgotar o Art. 33 do CPP: Se o ofendido for menor de
prazo para o oferecimento da denúncia. 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo,
Se houver o descumprimento do aludido ou retardado mental, e não tiver
prazo de seis meses, opera-se a representante legal, ou colidirem os
decadência, o que traz para o caso a interesses deste com os daquele, o direito
extinção da punibilidade, não podendo de queixa poderá ser exercido por curador
mais nada ser feito contra o acusado, ainda especial, nomeado, de ofício ou a
que se trate de réu confesso. requerimento do Ministério Público, pelo juiz
competente para o processo penal.

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Princípios da ação penal privada: Assim, o Promotor de Justiça ou Procurador


a) Oportunidade: O ofendido terá o direito da República irá atuar como custos legis,
de escolher entre processar ou não o autor devendo ao final posicionar-se pela
de uma infração penal, ainda que existam condenação ou absolvição do querelado.
provas suficientes para a condenação.
b) Disponibilidade: Uma vez intentada a Extinção da punibilidade na ação penal de
queixa-crime, o ofendido poderá desistir de iniciativa privada:
prosseguir no processo, notadamente por Os casos legais são: decadência, renúncia,
meio dos institutos do perdão e da perdão do ofendido e perempção.
renúncia. a) Decadência: Ocorre quando o autor não
c) Indivisibilidade: Caso o autor da queixa- observa o prazo de 6 meses para ofertar a
crime esteja diante de uma situação que queixa-crime.
envolva mais de um réu, ele deverá propor b) Renúncia: Ocorre quando o querelante
a ação penal contra todos, não podendo de forma expressa ou tácita desiste de
escolher contra quem impetrará a ação. processar o autor do fato. – Antes do
oferecimento da queixa.
Prazo para oferecimento da queixa-crime: c) Perdão: É o ato do querelante, mas que
Art. 38 do CPP: Salvo disposição em depende da aceitação expressa do
contrário, o ofendido, ou seu representante querelado, sem o qual não será válido. –
legal, decairá no direito de queixa ou de Depois do oferecimento da queixa.
representação, se não o exercer dentro do d) Perempção:
prazo de seis meses, contado do dia em que Art. 60 do CPP: Nos casos em que somente
vier a saber quem é o autor do crime, ou, do se procede mediante queixa, considerar-se-
dia em que se esgotar o prazo para o á perempta a ação penal:
oferecimento da denúncia. I - quando, iniciada esta, o querelante
deixar de promover o andamento do
Titularidade da ação penal de iniciativa processo durante 30 dias seguidos;
privada: II - quando, falecendo o querelante, ou
Cabe ao ofendido ou quem tiver a sua sobrevindo sua incapacidade, não
representação legal a propositura de tal comparecer em juízo, para prosseguir no
ação penal, por meio da queixa-crime. processo, dentro do prazo de 60 (sessenta)
O autor da queixa-crime é chamado de dias, qualquer das pessoas a quem couber
querelante, enquanto o réu é chamado de fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
querelado. III - quando o querelante deixar de
A queixa-crime deve ser precedida de uma comparecer, sem motivo justificado, a
procuração com poderes especiais, qualquer ato do processo a que deva estar
devendo conter nesta última o nome do presente, ou deixar de formular o pedido de
querelante e querelado, bem como a condenação nas alegações finais;
menção ao fato criminoso. Sem esse último IV - quando, sendo o querelante pessoa
requisito, o juiz não conhecerá da queixa- jurídica, esta se extinguir sem deixar
crime. sucessor.

Aditamento da queixa-crime:
Como o advogado é quem irá propor a
queixa-crime, sem que o Ministério Público
interfira em seu conteúdo, a lei obriga que
ao menos este último atue como fiscal da
lei, podendo aditá-la caso exista alguma
falha processual.

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Ela somente pode ser proposta em casos de


inércia do Ministério Público, não sendo
possível a sua propositura quando o
membro do Ministério Público requerer o
arquivamento do feito, pois nesse caso, ele
está sendo ativo, mas pedindo o Ocorre quando o agente está praticando a
encerramento do inquérito policial. infração penal ou acabou de praticá-la. Ela
Possui natureza jurídica de ação penal pode ser efetuada por qualquer pessoa do
privada, devendo ser proposta pelo povo, sendo que as autoridades policiais e
querelante, mas, a qualquer tempo, o seus agentes deverão, por obrigação
própria, efetuar a prisão em flagrante.
Ministério Público poderá retomar a ação
penal em caso de desídia do querelante, Hipóteses:
não se aplicando, os casos de perempção. a) Flagrante próprio ou real: Ocorre
quando a pessoa está praticando a
infração penal ou quando o agente acaba

Prisões
praticá-la, sendo encontrado ainda no local
dos fatos. (Previsto em lei).
b) Flagrante impróprio ou quase flagrante:
Atenção! Uso de algemas: Ocorre quando o agente é perseguido, logo
Artigo 292 do CPP: Se houver, ainda que por após a prática da infração penal, em
situação que faça presumir ser ele o autor
parte de terceiros, resistência à prisão em
dos fatos. (Previsto em lei).
flagrante ou à determinada por autoridade c) Flagrante presumido ou ficto: Dá-se
competente, o executor e as pessoas que o quando o agente é encontrado, logo depois,
auxiliarem poderão usar dos meios com instrumentos, armas, objetos ou papéis
necessários para defender-se ou para que façam presumir ser ele o autor dos
vencer a resistência, do que tudo se lavrará fatos. (Previsto em lei).
auto subscrito também por duas d) Flagrante provocado: É ilegal! Nessa
testemunhas. modalidade, o autor é induzido a praticar
Parágrafo único. É vedado o uso de uma infração penal, ao mesmo tempo que
aquele que o induziu toma todas as
algemas em mulheres grávidas durante os
precauções para que o crime não se
atos médico-hospitalares preparatórios consume ocorra sua prisão.
para a realização do parto e durante o Atenção! Súmula 145 do STF: Não há crime,
trabalho de parto, bem como em mulheres quando a preparação do flagrante pela
durante o período de puerpério imediato. polícia torna impossível a sua consumação.
e) Flagrante esperado: Ocorre
Súmula Vinculante 11 do STF: Só é lícito o frequentemente em operações policiais que
uso de algemas em casos de resistência e já estavam investigando o acusado, ficando
de fundado receio de fuga ou de perigo à a espera dele consumar a infração penal
integridade física própria ou alheia, por para fazer sua prisão. É válida!
parte do preso ou de terceiros, justificada a f) Flagrante forjado: Ocorre quando o
excepcionalidade por escrito, sob pena de agente é vítima de um abuso de autoridade,
responsabilidade disciplinar, civil e penal do visto que os funcionários da lei criam uma
agente ou da autoridade e de nulidade da situação probatória totalmente em
prisão ou do ato processual a que se refere, descompasso com a legalidade. É inválido!
sem prejuízo da responsabilidade civil do g) Flagrante retardado: Ocorre quando o
Estado. agente quer efetuar a prisão no momento
mais adequado para a produção
probatória. É válido!
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Atenção! § 3º A autoridade que deu causa, sem


Artigo 306 do CPP: A prisão de qualquer motivação idônea, à não realização da
pessoa e o local onde se encontre serão audiência de custódia no prazo
comunicados imediatamente ao juiz estabelecido no caput deste artigo
competente, ao Ministério Público e à responderá administrativa, civil e
família do preso ou à pessoa por ele penalmente pela omissão.
indicada. § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a após o decurso do prazo estabelecido no
realização da prisão, será encaminhado ao caput deste artigo, a não realização de
juiz competente o auto de prisão em audiência de custódia sem motivação
flagrante e, caso o autuado não informe o idônea ensejará também a ilegalidade da
nome de seu advogado, cópia integral para prisão, a ser relaxada pela autoridade
a Defensoria Pública. competente, sem prejuízo da possibilidade
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao de imediata decretação de prisão
preso, mediante recibo, a nota de culpa, preventiva.
assinada pela autoridade, com o motivo da
prisão, o nome do condutor e os das
testemunhas.

Artigo 310 do CPP: Após receber o auto de


prisão em flagrante, no prazo máximo de
até 24 (vinte e quatro) horas após a
realização da prisão, o juiz deverá
promover audiência de custódia com a
presença do acusado, seu advogado
constituído ou membro da Defensoria
Pública e o membro do Ministério Público, e,
nessa audiência, o juiz deverá,
fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal; ou É uma espécie de prisão provisória cabível
II - converter a prisão em flagrante em somente durante a fase de investigação
preventiva, quando presentes os requisitos policial.
constantes do art. 312 deste Código, e se Finalidade: Obter demais elementos
revelarem inadequadas ou insuficientes as indicativos de autoria e materialidade das
medidas cautelares diversas da prisão; ou infrações penais.
III - conceder liberdade provisória, com ou Prazo de duração: 05 dias, podendo ser
sem fiança. prorrogado por igual prazo, em caso de
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão extrema e comprovada necessidade.
em flagrante, que o agente praticou o fato Atenção! Se tratando de crime hediondo ou
em qualquer das condições constantes dos equiparado, o prazo será de 30 dias,
incisos I, II ou III do caput do art. 23 do podendo ser prorrogado por igual prazo.
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de Atenção! A prisão temporária somente pode
1940 (Código Penal), poderá, ser requerida pela autoridade policial ou
fundamentadamente, conceder ao acusado pelo Ministério Público, não sendo possível
liberdade provisória, mediante termo de ao juiz decretar de ofício.
comparecimento obrigatório a todos os atos
processuais, sob pena de revogação.
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é
reincidente ou que integra organização
criminosa armada ou milícia, ou que porta
arma de fogo de uso restrito, deverá
denegar a liberdade provisória, com ou sem 07
medidas cautelares.
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Cabimento:
Art. 1º da Lei nº 7.960: Caberá prisão
É uma espécie de prisão provisória cabível
temporária:
em qualquer fase da persecução criminal
I - quando imprescindível para as
(inquérito policial e ação penal).
investigações do inquérito policial; OU
Legitimidade: Caberá a prisão preventiva
II - quando o indicado não tiver residência
decretada pelo juiz, a requerimento do
fixa ou não fornecer elementos necessários
Ministério Público, do querelante ou do
ao esclarecimento de sua identidade; E
assistente, ou por representação da
III - quando houver fundadas razões, de
autoridade policial.
acordo com qualquer prova admitida na
Atenção! Não poderá ser decretada de
legislação penal, de autoria ou participação
ofício pelo juiz.
do indiciado nos seguintes crimes:
Prazo: Não há nada disposto na lei
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu §
processual penal, mas o juiz deverá utilizar
2°);
da razoabilidade.
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148,
Pressupostos:
caput, e seus §§ 1° e 2°);
Artigo 312 do CPP: A prisão preventiva
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e
poderá ser decretada como garantia da
3°);
ordem pública, da ordem econômica, por
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e
conveniência da instrução criminal ou para
2°);
assegurar a aplicação da lei penal, quando
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159,
houver prova da existência do crime e
caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
indício suficiente de autoria e de perigo
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação
gerado pelo estado de liberdade do
com o art. 223, caput, e parágrafo único);
imputado.
g) atentado violento ao pudor (art. 214,
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser
caput, e sua combinação com o art. 223,
decretada em caso de descumprimento de
caput, e parágrafo único);
qualquer das obrigações impostas por força
h) rapto violento (art. 219, e sua
de outras medidas cautelares (art. 282, §
combinação com o art. 223 caput, e
4o).
parágrafo único);
§ 2º A decisão que decretar a prisão
i) epidemia com resultado de morte (art.
preventiva deve ser motivada e
267, § 1°);
fundamentada em receio de perigo e
j) envenenamento de água potável ou
existência concreta de fatos novos ou
substância alimentícia ou medicinal
contemporâneos que justifiquem a
qualificado pela morte (art. 270,
aplicação da medida adotada.
caput, combinado com
Cabimento:
art. 285);
Artigo 313 do CPP: Nos termos do art. 312
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do
deste Código, será admitida a decretação
Código Penal;
da prisão preventiva:
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889,
I - nos crimes dolosos punidos com pena
de 1° de outubro de 1956), em qualquer de
privativa de liberdade máxima superior a 4
sua formas típicas;
(quatro) anos;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368,
II - se tiver sido condenado por outro crime
de 21 de outubro de 1976);
doloso, em sentença transitada em julgado,
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n°
ressalvado o disposto no inciso I do caput
7.492, de 16 de junho de 1986).
do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.
dezembro de 1940 - Código Penal;

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III - se o crime envolver violência doméstica Artigo 318-A do CPP: A prisão preventiva
e familiar contra a mulher, criança, imposta à mulher gestante ou que for mãe
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com ou responsável por crianças ou pessoas
deficiência, para garantir a execução das com deficiência será substituída por prisão
medidas protetivas de urgência; domiciliar, desde que:
§ 1º Também será admitida a prisão I - não tenha cometido crime com violência
preventiva quando houver dúvida sobre a ou grave ameaça a pessoa;
identidade civil da pessoa ou quando esta II - não tenha cometido o crime contra seu
não fornecer elementos suficientes para filho ou dependente.
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado
imediatamente em liberdade após a
identificação, salvo se outra hipótese
recomendar a manutenção da medida. Recursos
§ 2º Não será admitida a decretação da
prisão preventiva com a finalidade de Princípios recursais penais:
antecipação de cumprimento de pena ou a) Principio da fungibilidade recursal:
como decorrência imediata de investigação A parte que interpuser um recurso pelo
criminal ou da apresentação ou outro não ficará prejudicada. Contudo,
recebimento de denúncia. deve ser analisada a expressão “má-fé”,
que é o ponto para aceitar a fungibilidade
Artigo 314 do CPP: A prisão preventiva em recursal.
nenhum caso será decretada se o juiz b) Princípio da vedação da reformatio in
verificar pelas provas constantes dos autos pejus no processo penal:
ter o agente praticado o fato nas condições De acordo com este princípio, quando a
previstas nos incisos I, II e III do caput do defesa recorre da decisão, não há
art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de possibilidade de piorar a situação do
dezembro de 1940 - Código Penal. acusado. Isto é, em caso de recurso
exclusivo da defesa, inexiste possibilidade
de o Tribunal reformar a decisão para
piorar a situação do réu, não podendo a
reforma trazer prejuízos, mas apenas
Artigo 318 do CPP: Poderá o juiz substituir a melhoras.
prisão preventiva pela domiciliar quando o Além disso, de acordo com a Súmula 160 do
agente for: STF, é nula a decisão do tribunal que
I - maior de 80 (oitenta) anos; acolhe, contra o réu, nulidade não arguida
II - extremamente debilitado por motivo de no recurso da acusação, ressalvada os
doença grave; casos de recurso de ofício.
III - imprescindível aos cuidados especiais
de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade
ou com deficiência;
IV - gestante;
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos
de idade incompletos;
VI - homem, caso seja o único responsável
pelos cuidados do filho de até 12 (doze)
anos de idade incompletos.
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz
exigirá prova idônea dos requisitos
estabelecidos neste artigo.

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Efeitos dos recursos no processo penal: Artigo 581 do CPP. Caberá recurso, no
a) Efeito extensivo: sentido estrito, da decisão, despacho ou
No caso de concurso de agentes, a decisão sentença:
do recurso interposto por um dos réus, se I - que não receber a denúncia ou a queixa;
fundado em motivos que não sejam de II - que concluir pela incompetência do
caráter exclusivamente pessoal, aproveitará juízo;
aos outros. III - que julgar procedentes as exceções,
b) Efeito devolutivo: salvo a de suspeição;
A parte insatisfeita com a decisão do órgão IV – que pronunciar o réu;
jurisdicional inferior deve recorrer para o V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou
órgão jurisdicional superior para que a julgar inidônea a fiança, indeferir
matéria questionada seja novamente requerimento de prisão preventiva ou
analisada. revogá-la, conceder liberdade provisória ou
Importante ressaltar que o recurso deve relaxar a prisão em flagrante;
delimitar a matéria a ser objeto de VII - que julgar quebrada a fiança ou
reapreciação de nova decisão, não perdido o seu valor;
bastando apenas recorrer sem apontar a VIII - que decretar a prescrição ou julgar,
matéria a ser reavaliada. por outro modo, extinta a punibilidade;
Além disso, em eventual recurso de alguma IX - que indeferir o pedido de
decisão contra o decidido pelo Conselho de reconhecimento da prescrição
Sentença, a parte deverá demonstrar quais ou de outra causa
fundamentos o Tribunal deverá analisar, extintiva da
não podendo haver análise além do que foi punibilidade;
questionado pelo recorrente. X - que conceder ou negar a ordem de
c) Efeito suspensivo: habeas corpus;
A decisão que pode ser questionada pela XI - que conceder, negar ou revogar a
via recursal somente produzirá os seus suspensão condicional da pena;
efeitos normais depois de decorrido o prazo XII - que conceder, negar ou revogar
recursal sem que haja recurso ou depois livramento condicional;
que o recurso interposto for julgado. Antes XIII - que anular o processo da instrução
disso, a decisão proferida em instancia criminal, no todo ou em parte;
inferior não terá validade alguma. XIV - que incluir jurado na lista geral ou
Alguns recursos possuem esse efeito e desta o excluir;
outros não. XV - que denegar a apelação ou a julgar
deserta;
Fase recursal: XVI - que ordenar a suspensão do processo,
Sentença: em virtude de questão prejudicial;
XVII - que decidir sobre a unificação de
penas;
Cabimento: XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
Após decisão ou sentença. XIX - que decretar medida de segurança,
Atenção! É cabível contra as decisões depois de transitar a sentença em julgado;
interlocutórias, visto que se tratando de XX - que impuser medida de segurança por
decisões absolutórias e condenatórias o transgressão de outra;
recurso cabível será a apelação. XXI - que mantiver ou substituir a medida
Atenção! Não é cabível contra decisões de de segurança, nos casos do art. 774;
Tribunais, pois este recurso é cabível para
as decisões de juiz singular, nas hipóteses
abaixo:

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@resumebiaoab

XXII - que revogar a medida de segurança;


XXIII - que deixar de revogar a medida de
segurança, nos casos em que a lei admita a Cabimento: A Carta Testemunhável será
revogação; cabível quando o juiz denegar o recurso ou
XXIV - que converter a multa em detenção quando, admitindo o recurso, obstar sua
ou em prisão simples. expedição e processamento para o
XXV - que recusar homologação à proposta Tribunal.
de acordo de não persecução penal, Prazo: Deverá ser interposto em 48 horas.
previsto no art. 28-A desta Lei.
Prazo: 05 dias para interpor e 02 dias para
razões recursais. Cabimento: É cabível para sanar
obscuridade, contradição, omissão ou
ambiguidade em sentença ou acórdão.
Cabimento: Prazo: Deverá ser interposto em 02 dias
Após decisão ou sentença nos casos em que (nos procedimentos em geral) e 05 dias (no
não cabe RESE. procedimento comum sumaríssimo). O
Artigo 593 do CPP. Caberá apelação no mesmo prazo para razões recursais.
prazo de 5 (cinco) dias:
I - das sentenças definitivas de condenação
ou absolvição proferidas por juiz singular;
II - das decisões definitivas, ou com força Cabimento: É cabível contra decisão não
de definitivas, proferidas por juiz singular unânime de órgão de segunda instância,
nos casos não previstos no Capítulo desde que desfavorável ao réu.
anterior; Atenção! O ataque à decisão não unânime
III - das decisões do Tribunal do Júri, do Tribunal pode ser feito em relação à
quando: matéria de mérito, daí serem chamados de
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; embargos infringentes ou em relação à
b) for a sentença do juiz-presidente matéria processual, neste caso serão
contrária à lei expressa ou à decisão dos chamados de embargos de nulidade.
jurados; Prazo: 10 dias para interpor e razões
c) houver erro ou injustiça no tocante à recursais.
aplicação da pena ou da medida de
segurança;
d) for a decisão dos jurados
Cabimento: É cabível quando o HC foi
manifestamente contrária à prova dos
julgado improcedente perante TRT’s ou
autos.
TRF’s.
§ 4º Quando cabível a apelação, não
poderá ser usado o recurso em sentido
estrito, ainda que somente de parte da
decisão se recorra. Cabimento: É cabível para questionar
Prazo: 05 dias para interpor 08 dias para matéria de ordem federal que tenha sido
razões recursais. desobedecida por Tribunal inferior.
Prazo: 15 dias para interpor e razões
recursais.

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@resumebiaoab

Cabimento: É cabível quando a decisão


ofender os preceitos da Constituição
Federal.
Prazo: 15 dias para interpor razões
recursais.

Execução Penal - Trânsito em Julgado:


Sentença - Juiz das Execuções:

Cabimento: É cabível contra decisões, sem


efeito suspensivo, proferidas pelo juiz da
Vara de Execuções Criminais.

Cabimento: É cabível para antecipação


provisória da liberdade concedida, sob
certas condições, ao condenado que estiver
cumprindo pena privativa de liberdade.

Execução Penal - Trânsito em Julgado:


Sentença sobre decisão condenatória:

Cabimento: É uma ação que permite rever


uma sentença condenatória que já
transitou em julgado.
Importante! Leitura dos artigos 621 a 631 do
CPP.

Importante! Leitura do artigo 5º, LXVIII, do


CF e Artigo 647 e seguintes do CPP.

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