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EXAME DE ORDEM
DIREITO
TRIBUTÁRIO
Capítulo 01
Olá, aluno!
Bem-vindo ao estudo para o Exame de Ordem. Preparamos todo esse material para você não
só com muito carinho, mas também com muita métrica e especificidade, garantindo que você
terá em mãos um conteúdo direcionado e distribuído de forma inteligente.
Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins de
entender como cada Banca e cada Carreira costuma cobrar os assuntos do edital. Afinal,
queremos que sua atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento,
pois o tempo é escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo
sempre!
que facilite a sua vida e potencialize seu aprendizado. Com isso em mente, a estrutura do PDF
Ad Verum foi feita em capítulos, de modo que você possa consultar especificamente os assuntos
que estiver estudando no dia ou na semana. Ao final de cada capítulo você tem a oportunidade
E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser
aperfeiçoado! Portanto pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou
comentários, entre em contato através do e-mail pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para
a gente!
1
Acreditamos que com esses recursos você estará munido com tudo que precisa para alcançar
a sua aprovação de maneira eficaz. Racionalizar a preparação dos nossos alunos é mais que
um objetivo para o CERS, trata-se de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para
o estudo da disciplina.
Bons estudos
2
RECORRÊNCIA DA DISCIPLINA
Como dito, sabemos que estudar de forma direcionada, com base nos assuntos objetivamente
mais recorrentes, é essencial. Afinal, uma separação planejada pode fazer toda diferença.
Pensando nisso, através de estudo realizado pelo nosso setor de inteligência com base nas
últimas provas, trouxemos os temas mais abordados nessa disciplina!
Crédito Tributário
15%
Tributo
38%
Princípios tributários
Vigência, aplicação, interpretação e integração da lei tributária
Tributo
Crédito Tributário
Benefícios fiscais
Imunidade
Responsabilidade Tributária
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TEMAS RECORRÊNCIA
Tributo
Crédito Tributário
Princípios Tributários
Benefícios Fiscais
Imunidade
Responsabilidade Tributária
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Assim, os assuntos de Direito Tributário estão distribuídos da seguinte forma:
CAPÍTULOS
5
SOBRE ESTE CAPÍTULO
A apostila de número 01 do nosso curso de Direito Tributário tratará sobre Teria Geral do
1- “Teoria Geral do Direito Tributário” não teve recorrência nos últimos anos no Exame de
Ordem! No entanto, como já dizia o famoso ditado: “O seguro morreu de velho!” Por isso,
achamos conveniente adicionar este assunto às apostilas de Direito Tributário, para que o
Ordem, estando presente 2 VEZES nos últimos 3 anos! Mas, isso não significa que devemos
deixar esse assunto “de lado”, não é mesmo?
Aqui, a banca costuma seguir o seu padrão: Apresentar um caso hipotético, pelo qual a resposta
é respaldada na legislação vigente. Por isso, recomendamos a leitura atenta da letra seca da lei
Ademais, adicionamos questões de outros concursos públicos para que você pudesse assimilar
ainda mais o conteúdo visto e praticar, dada a importância desses assuntos não só no EOU, mas
Vamos juntos!
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SUMÁRIO
Capítulo 1 .................................................................................................................................................. 9
7
1.7.2 Competência tributária .................................................................................................................................... 58
GABARITO ............................................................................................................................................... 83
JURISPRUDÊNCIA................................................................................................................................... 93
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Capítulo 1
23), “a tributação não é um fim em si mesmo, mas um meio que possibilita ao Estado o
cumprimento de suas funções”.
Sobre a mesma linha de pensamento de Borba (2017), Leandro Paulsen (2014) ressalta o
poder do povo que, expresso pela figura do Estado, persegue a captação de recursos essenciais
para a concretização dos fins pretendidos pelo próprio corpo coletivo.
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Em face do Poder de Tributar, nasce para o componente da sociedade uma obrigação: a de
garantias e direitos fundamentais, exigem, de cada indivíduo, um sacrifício, esse revelado através
da entrega de parte do patrimônio privado em benefício da coletividade.
importante para o custeio dos fins constitucionais (PAULSEN, 2014). Aliás, a importância do
tributo para a organização da sociedade, conforme revela a história, já foi diversas vezes
documentada. No artigo 13 da Declaração francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão
de 1789, por exemplo, manifestou-se que “para a manutenção da força pública e para as
despesas de administração é indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida entre
“toda pessoa tem o dever de pagar os impostos estabelecidos pela lei para a manutenção dos
serviços públicos”.
Ante o tema ora abordado, faz-se necessário dar destaque as palavras de Kiyoshi Harada (2017):
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de
ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
Prestações pecuniárias são expressas em moeda e, talvez, quanto à essa característica, não
se ventila qualquer dúvida. No entanto, a primeira expressão do art. 3º do CTN levanta a
discussão acerca das formas de extinção do crédito tributário, em especial aquela prevista no
inciso XI do art. 156 do CTN.
De acordo com o art. 156 do CTN, extinguem o crédito tributário: (I) o pagamento; (II) a
compensação; (III) a transação; (IV) a remissão; (V) a prescrição e a decadência; (VI) a conversão
de depósito em renda; (VII) o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos
termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; (VIII) a consignação em pagamento, nos
termos do disposto no § 2º do artigo 164; (IX) a decisão administrativa irreformável, assim
entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
(X) a decisão judicial passada em julgado e, finalmente, a (XI) a dação em pagamento em bens
imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei, que foi incluída pela Lei Complementar nº
104/2001.
A permissão contemplada pela reforma promovida em 2001 põe fim à polêmica que envolvia
1
Questão 5 e 11
11
tributária. Com o novo texto, que permite a dação em pagamento em bens imóveis, reforça-se
a ideia de que além do pagamento em moeda, o adimplemento poderá ocorrer por outra via,
afinal, trata-se o tributo de prestação pecuniária em moeda, “ou cujo valor nela se possa
exprimir”, afastando-se de uma vez, portanto, entendimento diverso, aquele que restringe as
formas de adimplemento por estrita interpretação do conceito de tributo.
No âmbito federal, o art. 4º da Lei nº 13.259/2016, com redação dada pela pela Lei nº
13.313, de 2016, regula a dação em pagamento prevista no art. 156 do CTN.
No que diz respeito à regulação do tema, aliás, o STF, no julgamento da ADI nº 1.917, em
26/04/20072, fixou a tese de que a regulação da matéria “dação em pagamento por bens
móveis” por lei local fere frontalmente o texto do art. 37, XXI, da CF, que consagra o Princípio
da Licitação.
Por outro lado, quanto à produção de lei local que visa a regulação do previsto no art. 156,
inciso XI, do CTN, o Supremo Tribunal decidiu que é constitucional, tendo em vista que, “se o
estado pode mais, até mesmo anistiar, e, portanto, abrir mão de seu crédito, ele pode menos,
admitir uma forma de pagamento, que, no caso, sequer compele a Fazenda a recebê-lo, porque
exige aceitação por parte do orçamento” (voto do Min. Moreira Alves, na ADI nº 2.405-1 Rio
do elemento volitivo. Em outras palavras, diz-se que a vontade não é instituto necessário para
o nascimento da prestação tributária, existindo a obrigação sob qualquer circunstância, desde
que prevista no texto da lei. Como assevera Hugo de Brito Machado Segundo (2017), “não se
trata de obrigação contratual, decorrente da vontade, (ex voluntate), mas de obrigação que
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Disponível em: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=481954
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Disponível em: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347580
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decorre diretamente da lei, ou da incidência da lei sobre o fato, considerado em sua pura
facticidade”.
nasce para o contribuinte o dever de pagar o tributo. Neste ponto, aliás, vale trazer a observação
do supracitado autor: “isso faz com que a capacidade tributária passiva (capacidade para ser
contribuinte ou responsável pelo tributo) independa da capacidade civil (CTN, art. 126). Daí
serem devidos tributos mesmo por pessoas físicas incapazes, ou por pessoas jurídicas
A ressalva trazida no texto do art. 3º do CTN diz respeito à vedação da inclusão do ato ilícito
como hipótese de incidência de tributo. De outra forma, permite-se dizer que não é possível
conferir ao tributo a natureza sancionatória, punitiva. Ora, o tributo é a expressão do Poder de
Tributar do Estado e não a expressão do ius puniedi. Decerto, é possível punir o sujeito pelo
descumprimento de obrigações tributárias (por exemplo, através da multa), mas não pode o
tributo ser cobrado em face do desrespeito à lei. De outro modo, conforme leciona Eduardo
Moreira Lima Rodrigues de Castro (CASTRO; LUSTOZA; GOUVÊA, 2019, p. 36), é possível dizer
que a hipótese de incidência deve estar associada uma conduta lícita (aspecto material da regra
matriz de incidência) que, ao ser praticada pelo sujeito, conceberá a obrigação de pagar o
tributo. Contudo, no plano dos fatos, como assevera o mencionado autor, “a situação prevista
em lei pode decorrer de uma atividade ilícita” (CASTRO; LUSTOZA; GOUVÊA, 2019, p. 36).
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Em face da definição do art. 3º do CTN tratada neste tópico, merece destaque a observação
feita por Hugo de Brito Machado Segundo (2017) ao abordar a tributação ante as atividades
ilícitas. Eis as palavras do autor:
(...) a circunstância de o tributo não poder consistir em sanção de ato ilícito impede
a norma tributária de considerar a ilicitude como essencial para que o tributo seja
devido. Mas não impede, de modo algum, que o tributo, cuja hipótese de
incidência é um fato lícito (v. g., obtenção de renda), seja devido mesmo quando
esse fato ocorre envolto por circunstâncias ilícitas (v. g. rendimentos oriundos de
atividade criminosa).
O entendimento do autor se coaduna ao posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF),
Como já afirmado, a multa fiscal é aplicada por resposta ao descumprimento da lei fiscal e,
por se tratar de via de repressão do Estado, não constitui o caminho ordinário de arrecadação.
A multa fiscal – que representa uma tutela inibitória da atuação contra legem, uma resposta ao
agente violador da ordem – trata-se de receita pública que apenas se soma às demais receitas
derivadas, como o tributo, esse que, de fato, é a principal fonte de arrecadação do Estado.
De outro lado, mais um instituto se avizinha aos anteriores – a multa e o tributo: o preço
público.
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A mencionada prestação, é devida ao Estado quando esse realiza atividade na seara
econômica, por mero cumprimento de pacto contratual. Diversamente o instituto ora apreciado,
o tributo não representa uma remuneração contratual, isto é, não é prestação associada a um
tributo. Sobre dessa diferenciação entre tributo e preço público, já se posicionou o Supremo
Tribunal Federal, pois foi levada à Corte a discussão quanto à natureza do pedágio. Nos autos
da ADI 8004, o Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator MIN. TEORI
ZAVASCKI, julgou improcedente a ação direta. No seu voto, o ministro Relator pontuou:
[...] Já os que sustentam tratar-se de preço público, com natureza contratual, o fazem com
base nas seguintes considerações: (a) a inclusão no texto constitucional apenas esclarece
que, apesar de não incidir tributo sobre o tráfego de pessoas ou bens, pode,
excepcionalmente, ser cobrado o pedágio, espécie jurídica diferenciada; (b) não existir
compulsoriedade na utilização de rodovias; e (c) a cobrança se dá em virtude da utilização
efetiva do serviço, não sendo devida com base no seu oferecimento potencial (Ricardo
Lobo Torres. Tratado de direito constitucional tributário. 3. ed. Rio de Janeiro: Renovar,
2005, p. 486. Igualmente: Sacha Calmon Navarro Coêlho. Comentários à Constituição de
1988: sistema tributário. 9. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p. 308-309).
A discussão doutrinária a respeito do tema foi, de alguma forma, contaminada pela figura
do denominado “selo-pedágio”, prevista na Lei 7.712/88, que a 2ª Turma do Supremo
Tribunal Federal, com toda a razão, considerou tratar-se de taxa (RE 181475/RS, 2ª Turma,
rel. Min. Carlos Velloso, j. 04/05/1999, DJ de 25/06/1999).
[...]
Tratava-se, portanto, de uma exação compulsória a todos os usuários de rodovias federais,
por meio de um pagamento renovável mensalmente (art. 3º do Decreto 97.532/89),
independentemente da frequência de uso das rodovias. Era cobrada antecipadamente,
como contrapartida a um serviço específico ou divisível, prestado ao contribuinte ou posto
à sua disposição. Há, como se percebe, profundas diferenças entre o “selo-pedágio”,
previsto na Lei de 1988, e o pedágio, tal como hoje está disciplinado. Esse último somente
é cobrado se, quando e cada vez que houver efetivo uso da rodovia, o que não ocorria
com o “selo-pedágio”, que era exigido em valor fixo, independentemente do número de
vezes que o contribuinte fazia uso das estradas durante o mês. Essas profundas diferenças
entre um e outro indicam, sem dúvida, que a decisão da 2ª Turma do STF no RE 181475
4
ADI 800, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 11/06/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-125 DIVULG
27-06-2014 PUBLIC 01-07-2014. Link: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6274991
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(tratando de “selopedágio”) não pode servir de paradigma na definição da natureza jurídica
do pedágio.
[...]
Na verdade, o enquadramento do pedágio como espécie tributária (taxa) ou não (preço
público) independe de sua localização topológica no texto constitucional, mas sim do
preenchimento ou não dos requisitos previstos no art. 3º do Código Tributário Nacional,
que delimita o conceito de tributo
[...]
E, a despeito dos debates na doutrina e na jurisprudência, é irrelevante também, para a
definição da natureza jurídica do pedágio, a existência ou não de via alternativa gratuita
para o usuário trafegar. Essa condição não está estabelecida na Constituição. É certo que
a cobrança de pedágio pode importar, indiretamente, em forma de limitar o tráfego de
pessoas. Todavia, essa mesma restrição, e em grau ainda mais severo, se verifica quando,
por insuficiência de recursos, o Estado não constrói rodovias ou não conserva
adequadamente as que existem. Consciente dessa realidade, a Constituição Federal
autorizou a cobrança de pedágio em rodovias conservadas pelo Poder Público, inobstante
a limitação de tráfego que tal cobrança possa eventualmente acarretar. Assim, a
contrapartida de oferecimento de via alternativa gratuita como condição para a cobrança
de pedágio não é uma exigência constitucional. Ela, ademais, não está sequer prevista em
lei ordinária. A Lei 8.987/95, que regulamenta a concessão e permissão de serviços
públicos, nunca impôs tal exigência. Pelo contrário, nos termos do seu art. 9º, § 1º (alterado
pela Lei 9.648/98), “a tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e somente
nos casos expressamente previstos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à
existência de serviço público alternativo e gratuito para o usuário”.
[...]
Segundo a jurisprudência firmada nessa Corte, o elemento nuclear para identificar e
distinguir taxa e preço público é o da compulsoriedade, presente na primeira e ausente
na segunda espécie, como faz certo, aliás, a Súmula 545: “Preços de serviços públicos e
taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm
sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as
instituiu”
[...]
Em suma, no atual estágio normativo constitucional, o pedágio cobrado pela efetiva
utilização de rodovias não tem natureza tributária, mas sim de preço público, não estando,
consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita.
A origem do tributo é apenas uma: a lei. Trata-se da única via que legitima o Poder de
Tributar e a Competência Tributária. É a lei a fonte principal do Direito Tributário, sendo ela o
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nascedouro dos direitos, deveres e todas as garantias dos sujeitos (passivo e ativo) da relação
jurídico tributária.
ponto, destaca o autor: “tal ideia, no direito norte-americano, é manifestada no brocardo “no
taxation without representation” (não haverá cobrança de tributos sem representação)”.
A cobrança, por se tratar de ato administrativo vinculado a ser praticado pela autoridade,
não está associado a elementos subjetivos, como conveniência e oportunidade. Tal característica
reflete para o Estado como uma atividade obrigatória e, mais do que isso, que deve atender, a
todos os requisitos previstos em lei. É admissível dizer, portanto, que a atividade de cobrança
não possui qualquer traço da discricionariedade, já que afasta por completo a possibilidade de
(2014):
A plena vinculação a que se refere o art. 3º tem, ainda, outra implicação. Ocorrido o fato
gerador da obrigação tributária, a autoridade administrativa tem o dever de apurá-lo, de
constituir o crédito tributário, através do lançamento, e de exigir o cumprimento da
obrigação pelo contribuinte. (...) Além disso, a plena vinculação significa que a autoridade
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está adstrita ao fiel cumprimento da legislação tributária, incluindo todos os atos
regulamentares, como instruções normativas e portarias.
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Características prestação pecuniária compulsória
do Tributo em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir
(art. 3º, CTN)
não constitui sanção de ato ilícito
instituída em lei
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada
Ao ingressar neste tópico, faz-se necessário destacar: a essência dos tributos não é definida
pelo apelido (ou nome) conferido pelo legislador nem tão pouco pela destinação do seu produto
definida pela lei. Decerto, os rótulos não marcam a natureza do tributo, tanto assim o é que o
próprio legislador, no art. 4º do CTN, revelou.
De acordo com o art. 4º do CTN, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo
fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: (I) a denominação
e demais características formais adotadas pela lei; (II) a destinação legal do produto da sua
arrecadação.5
5
Vide questão 03 e 07 do material
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identificada pelo fato gerador, motivo pelo qual o teor do art. 4º do CTN deu destaque a tal
elemento. Dissertando sobre o assunto, Hugo de Brito Machado Segundo (2017) explica que,
por exemplo, “caso a lei institua tributo, e o batize de taxa, será preciso verificar-lhe o fato
gerador, e a base de cálculo, a fim de que se determine se realmente é de uma taxa que se
trata” e, diante desse caso hipotético, ainda afirma o autor: “se não for, será preciso verificar se
foram atendidos os requisitos para a instituição da espécie tributária diversa, que sob o rótulo
de taxa fora instituída”. Neste ponto, Segundo (2017) anuncia o quão é essencial a análise
Acerca da destinação do produto arrecadado, Segundo (2017) destaca que o teor do inciso
II do art. 4º do CTN somente se restringe aos impostos, às taxas e às contribuições de melhoria.
Tal fato se explica pelo texto da constituição, já que o constituinte optou por tornar um
desse detalhe, anuncia o citado autor que ainda há outros requisitos de observação necessária
para a efetiva caracterização dos tributos daquelas espécies. Sobre essa observação, aliás, o
Não será o simples fato de ter seus recursos destinados a uma atividade social,
ou interventiva, por exemplo, que fará do tributo uma “contribuição”, sendo
necessário que seja exigido de um grupo específico, que pelo menos
indiretamente esteja relacionado com a atividade custeada pela contribuição etc.
Colocando-se à frente do teor do inciso II do art. 4º do CTN, ainda que se caminhe na linha
tênue entre o Direito Tributário e o Direito Financeiro, importa trazer algumas notas importantes
para o estudo da matéria tributária: as breves considerações sobre o ingresso público.
Ingresso público é aquilo que é planejado para agregar o patrimônio público, os cofres
públicos. Conforme indica a doutrina, o ingresso público se divide em duas famílias: ingresso
público permanente e ingresso público temporário.
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No que diz respeito ao tributo, em regra, ele se classifica como ingresso público permanente
No que diz respeito à regularidade ou relativa periodicidade, Kiyoshi Harada (2017) relata
em sua obra que, para alguns autores, as receitas públicas podem ser classificadas em
Nesse grupo, se incluem os impostos extraordinários de guerra (art. 154, II, da CF) e o
empréstimo compulsório, tributo de competência da União que pode ser instituído diante do
surgimento de despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência, nos termos do art. 148, II, da CF. Neste ponto, destaca Harada (2017): “esses
impostos não servem como fontes perenes de receitas, pois, por terem caráter de contingente,
devem ser, gradativamente, suprimidos assim que cessadas as causas de sua criação”.
De outro lado, coloca-se as receitas ordinárias, assim conhecidas aquelas “que ingressam
Quanto à origem, Kiyoshi Harada (2017) pontua que a receita pode ser classificada em
Ante a classificação acima, importa destacar que a primeira receita definida (a originária)
outra face, receita derivada é aquela que nasce na expressão do poder de império, da
supremacia do interesse público sobre o privado, seja quando expressa o poder de punir, seja
quando expressa o poder de tributar. Trata-se esse tipo também como um ingresso definitivo,
sendo, portanto, considerado como receita. Neste grupo, estão as multas e os tributos (neste
grupo, apenas quatro das cinco espécies de tributos). Aliás, neste ponto, merece destaque o
teor do art. 9º da Lei nº 4320/64 que define tributo da seguinte forma:
22
se origina por relação
contraprestacional.
Originárias
Exemplo: preço
público.
Definitivos ou
Receitas
permanentes
Exemplo: multa e tributo
(impostos, taxas,
Derivadas constribuições especiais e
de melhoria)
Ingresso público
Temporários Empréstimos
compulsórios - por via empréstimo
empréstimos compulsório -
compulsórios natureza de tributo
Segundo Leandro Paulsen (2014), os tributos constituem a principal receita do Estado e são
reconhecidos como receita (a) derivada porque representam a fração oriunda do patrimônio
privado e (b) compulsória, uma vez que tem sua arrecadação fundamentada na lei e não
depende da expressão da vontade do sujeito passivo (contribuinte) para a legitimação do direito
ao crédito de titularidade do Estado.
Por sua natureza, o tributo é instrumento de arrecadação, sendo essa a sua face que mais
se destaca: a geração de recursos para o Estado (eis a conhecida função fiscal). Os tributos
que se limitam a essa função são conhecidos como tributos fiscais, porque constituem meras
fontes de captação de receita.
Por outro lado, como ressalta Leandro Paulsen (2014), em alguns casos os tributos
extrapolam o papel de arrecadar, alcançando outros aspectos externos que, então pretendidos
23
economia, no mercado financeiro e outras áreas. A título de exemplo de tributos com essa
característica, tem-se o Imposto sobre Importação (II) e o Imposto sobre Exportação (IE), esses
que, por previsão constitucional, podem ter suas alíquotas modificadas por ato do Poder
executivo (decreto), assim como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) (art. 153, CF).
Leandro Paulsen (2014), em sua obra, elenca algumas situações nas quais é marcante a
função extrafiscal dos tributos apresentada no texto da Constituição Federal. A seguir, segue a
indicação do citado autor (texto adaptado):
Função Extrafiscal 6
Previsão legal
6
Questão 04
24
Nas exceções às anterioridades de exercício e/ou
nonagesimal mínima e nas atenuações à legalidade
relativamente a impostos capazes de atuar como
reguladores da produção de bens (IPI), do comércio art. 151, I, CF/88
internacional (II e IE) e da demanda monetária (IOF),
atribuindo-se ao Executivo prerrogativas para a ágil
alteração da legislação respectiva
Por fim, porém não menos importante, destaca-se a terceira função: a função parafiscal. Os
tributos com esta função têm como fim o custeio do Estado paralelo, composto por entes que
prestam atividade destinada à população, atendendo aos interesses coletivos. Nos dizeres de
Harada (2017):
A doutrina aponta uma série de teorias que explicam a existência das espécies de tributos.
Na literatura, encontram-se as teorias bipartida, tripartida, tetrapartida e, finalmente, a
pentapartida. O nome atribuído a cada teoria, como se verá nos tópicos a seguir, revela o
número de tributos reconhecidos por cada autor, considerando os critérios próprios, dotados
25
Dualista ou Bipartida os tributos dividem-se em: impostos e taxas
Tripartida ou Tricotômica os tributos dividem-se em: impostos, taxas e
contribuição de melhoria. Adotada pelo CTN.
Quadripartida ou Tetrapartida impostos, taxas, contribuições e
empréstimos compulsórios
Pentapartidaou Quinquipartida impostos, taxas, contribuições de melhoria,
contribuições especiais e empréstimos
compulsórios. Adotada pela CRFB e pelo STF.
Segundo Alfredo Augusto Becker (FALCÃO; GUERRA; ALMEIDA, 2015), existem apenas duas
os impostos estão associados a um qualquer fato (lícito), desde que dissociado daquele
reservado às taxas. Se coadunando a essa teoria, o autor Geraldo Ataliba refere que as duas
espécies, então reconhecidas pela teoria dualista ou bipartida, dividem-se entre as vinculadas,
(quando associadas a uma prestação estatal) e as não vinculadas, sendo, portanto, as taxas as
7
Para alguns autores, o teor do art. 4º do CTN lastreia essa corrente de pensamento (texto do caput do artigo: “a natureza
jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la (...)”
26
Teoria
Bipartida ou
Dualista
Impostos Taxas
Diante do teor dos arts. 145, 148, 148 e 149-A, a constituição de 1988 prevê cinco espécies
de tributos. Apesar de constante no texto constitucional, entende-se que a divisão atual das
espécies de tributos se trata de uma inovação, pois, ao longo da história, promoveu-se uma
A teoria dualista, tema deste tópico, abre a discussão acerca da destinação da receita dos
impostos, os fins atribuídos aos valores auferidos na atividade arrecadatória do estado. Diante
da observação de despesas que não são atribuídas às políticas públicas, essas cujo destinatário
não se trata de toda a sociedade, mas de parte dela, nasce a taxa, espécie de tributo cuja
função é o custeio de atividades públicas que favorecem grupos específicos da população,
sujeitos destinatários de serviços que somente lhes beneficiam. Seja a taxa de serviço seja a
taxa de polícia, sempre há o fim da retribuição ao erário pela oferta desses que atingem apenas
a alguns. Ante a natureza dessa espécie, as taxas surgem como uma resposta ao questionamento
O fato que tipifica, que autoriza a cobrança de taxa é a própria atividade pelo poder público
27
O produto da taxa visa a custear a atividade estatal, não podendo ter destinação
desvinculada da mesma. Sendo as taxas cobradas em razão de um serviço ou do
exercício do poder de polícia, está clara a intenção do Constituinte no sentido de
que tal implique o custeio de tais atividades estatais. As taxas, diferentemente dos
impostos, são tributos com finalidade específica a determinar o destino do seu
produto. Não se lhes aplica o art. 167, IV, da CF; pelo contrário, a destinação ao
custeio da atividade que lhe enseja a cobrança é essencial, podendo estar
explicitamente determinada na lei instituidora. Ainda que não haja a vinculação
expressa do produto da arrecadação, será ela presumida. O que não se pode
admitir, pois revelaria a extrapolação da norma constitucional de competência, é
a determinação legal de aplicação em outra atividade ou em benefício de terceiros.
Nas taxas, portanto, há dupla vinculação: o fato gerador é vinculado à atividade
estatal e, também, necessariamente, o produto da arrecadação terá de ser
vinculado à atividade que justifica a instituição do tributo. O STF, aliás, já
decidiu que “a vinculação das taxas judiciárias e dos emolumentos a entidades
privadas ou mesmo a serviços públicos diversos daqueles a que tais recursos se
destinam subverte a finalidade institucional do tributo”.
Por fim, é preciso destacar que as taxas, em razão do seu fato gerador e do seu
cunho sinalagmático, não se prestam ao cumprimento de funções extrafiscais.
[grifo nosso]
Segundo o teor do art. 77 do CTN, “as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador
o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público
parágrafo único do citado dispositivo, “a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador
28
idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das
empresas”. 8
exercício do poder de polícia como a hipótese na qual é “desempenhado pelo órgão competente
nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que
a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder”.
8
Questão 10
29
segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito
Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas
pessoas de direito público.
A outra espécie elencada neste tópico, qual seja, o imposto, tem a capacidade econômica
como o lastro condutor da sua regulação e, por isso, sempre que possível, os impostos terão
Como decorrência de o imposto ter por fato gerador uma riqueza do contribuinte,
o montante devido terá de ser dimensionado, necessariamente, com referência a
tais riquezas. Assim é que, tributada a propriedade, a base de cálculo é o seu valor
venal; tributada a circulação de mercadorias, o valor da operação.
Ainda, importa expor que, havendo viabilidade, a pessoalidade é obrigatória, tendo em vista
a efetivação do princípio da isonomia.
Decerto, como se sabe, ante a relação entre o Estado e o contribuinte, valores constitucionais
deverão ser estritamente observados, sem que seja olvidado um dos bens mais preciosos
Victor Saldanha Priebe (2016), considerando os ensinamentos de José Maurício Conti, revela:
Adiante, e partindo para o conceito de capacidade contributiva, este é
entendido como o princípio que define a tributação ao cidadão “de acordo
com a sua capacidade contributiva, ou seja, segundo a sua capacidade de
realizar a contribuição. Desta forma, cada contribuinte arca com um ônus
30
tributário mais elevado quanto maior for a sua capacidade de suportar este
ônus” (CONTI, 1997, p.29).
Nesta esteira apareceram ao longo do tempo “diversas correntes
entendem que o princípio da capacidade contributiva traz implícito o
conceito de igualdade de sacrifício; a adoção do princípio da capacidade
contributiva implica uma tributação que imponha aos contribuintes um
igual sacrifício” (CONTI, 1997, p. 31).
[...] pela teoria do sacrifício, pode se dizer que “o objetivo final da
tributação é a igualdade de sacrifício entre os contribuintes” (CONTI,
1997, p. 81), sendo através disto que se deu início a um
“(...)desenvolvimento e aperfeiçoamento dos estudos sobre a tributação
segundo a capacidade contributiva. A fim de que os indivíduos fossem
tributados segundo sua capacidade contributiva, havia a necessidade de se
determinar como se poderia exercer o poder de tributar de modo a fazer
com que se respeitasse a capacidade econômica dos contribuintes” (CONTI,
1997, p. 81). [grifo nosso]
Os impostos são, por definição legal do art. 16 do CTN, tributo cuja obrigação tem por fato
gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
(...) são as normas de competência dos artigos 153, 155 e 156, que indicam bases
econômicas relacionadas exclusivamente aos contribuintes, como a aquisição de
renda, a circulação de mercadorias, a propriedade predial e territorial urbana. Os
fatos geradores de impostos, portanto, serão situações relacionadas ao
contribuinte, e não ao Estado (...)
Dito isso, vê-se que os impostos se tratam de tributos não vinculados que incidem sobre as
9
Questão 08
31
De outro lado, os impostos são tributos cujo produto não pode ser previamente
afetado a determinado órgão, fundo ou despesa, nos termos do art. 167, IV, da
CF, salvo as exceções expressas na própria Constituição, como a necessária
aplicação de percentuais em atividades voltadas aos serviços de saúde e à
educação e a possibilidade de afetação à administração tributária. RICARDO LOBO
TORRES refere tal proibição como “princípio da não afetação”. A destinação dos
impostos será feita não por critérios estabelecidos pela lei instituidora do tributo,
Quanto aos predicados dos impostos, considerando o que já foi até aqui explicitado, é
possível elencar três características: (1) intimamente ligados ao princípio da capacidade
contribuinte. Em outras palavras, é possível dizer: não se trata de uma relação sinalagmática (art.
16 do CTN). De acordo com Bruna Estima Borba (2017, p. 30), “o pagamento do IRPF, por
imposto não possui vinculação. Conforme predetermina a Constituição Federal, não há uma
afetação dos valores advindos da cobrança do imposto – há de se observar que esta é,
A Constituição Federal não cria tributos, apenas atribui competência para que os entes
políticos o façam. Quanto à competência para a instituição dos impostos, vê-se no texto da
32
Constituição Federal de 1988, de forma enumerada, a delimitação para cada ente, de forma
privativa.
Logo de início, entende-se que os impostos previstos na CF são taxativos, contudo, está
consagrado na Constituição Cidadã que a União possui a competência tributária residual para
a instituição de impostos (art. 154, I, da CF), a qual depende de lei complementar. Conforme
desenhou o constituinte, além da competência residual, à União se atribuiu a competência
33
Município e Distrito Federal Estado e o Distrito Federal
União (arts. 153, CF)
(art. 156 e 147, CF) (arts. 155 e 147, CF)
•IPTU - propriedade predial e •ITCMD - transmissão causa •II - Importação de produtos
territorial urbana; mortis e doação, de quaisquer estrangeiros (extrafiscal)
•ITBI - transmissão "inter bens ou direitos; •IE - exportação, para o
vivos", a qualquer título, por •ICMS - operações relativas à exterior, de produtos
ato oneroso, de bens imóveis, circulação de mercadorias e nacionais ou nacionalizados
por natureza ou acessão física, sobre prestações de serviços (extrafiscal);
e de direitos reais sobre de transporte interestadual e •IR - renda e proventos de
imóveis, exceto os de intermunicipal e de qualquer natureza (fiscal);
garantia, bem como cessão de comunicação, ainda que as •IPI - produtos industrializados
direitos a sua aquisição; operações e as prestações se (extrafiscal);
•ISS - serviços de qualquer iniciem no exterior;
•IOF - operações de crédito,
natureza (não compreendidos •IPVA - propriedade de câmbio e seguro, ou relativas
no art. 155, II, definidos em lei veículos automotores. a títulos ou valores mobiliários
complementar) (extrafiscal);
•ITR - propriedade territorial
rural (fiscal);
•IGF - grandes fortunas (nos
termos de lei complementar)
(fiscal)
34
IMPOSTOS DA UNIÃO (ARTS. 153 E 154, CF)
II - importação de produtos É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos
estrangeiros
IE - exportação (para o exterior, É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos
de produtos nacionais ou
nacionalizados)
IR - renda e proventos de será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei
qualquer natureza
É facultado ao Poder Executivo, I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
atendidas as condições e os II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o
limites estabelecidos em lei, montante cobrado nas anteriores;
IPI - produtos industrializados
alterar as alíquotas dos impostos III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do
imposto, na forma da lei.
É facultado ao Poder Executivo, O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se
atendidas as condições e os exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo,
IOF - operações de crédito,
limites estabelecidos em lei, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a
câmbio e seguro, ou relativas a
alterar as alíquotas dos impostos transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos:
títulos ou valores mobiliários
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;
II - setenta por cento para o Município de origem.
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel;
ITR - propriedade territorial rural
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do
imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.
IGF - grandes fortunas (nos
termos de lei complementar)
35
IEG – imposto extraordinário de na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os
guerra quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo 153 da CF, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato
Competência residual
gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver
ITCMD - transmissão causa mortis
domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
e doação, de quaisquer bens ou
III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
direitos;
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior;
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
ICMS - operações relativas à
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
circulação de mercadorias e sobre
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas
prestações de serviços de
operações ou prestações seguintes;
transporte interestadual e
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
intermunicipal e de comunicação,
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos
ainda que as operações e as
serviços;
prestações se iniciem no
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou
exterior;
de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros,
estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e
de exportação;
V - é facultado ao Senado Federal:
36
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de
iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito
específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da
maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos
termos do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações
relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão
ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;
VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor
final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á
a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o
imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado
destinatário e a alíquota interestadual;
VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à
diferença entre a alíquota interna e a interestadual de que trata o inciso VII
será atribuída:
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto;
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto;
IX - incidirá também:
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa
física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer
que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior,
cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o
estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com
serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios;
X - não incidirá:
37
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre
serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o
aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações
anteriores;
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão
sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita;
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre
produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e
relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure
fato gerador dos dois impostos;
XII - cabe à lei complementar:
a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento
responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das
prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e
outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a" ICMS (combustíveis)
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro § 4º Na hipótese do inciso XII, h , observar-
Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; se-á o seguinte:
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito I - nas operações com os lubrificantes e
Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. combustíveis derivados de petróleo, o
imposto caberá ao Estado onde ocorrer o
consumo;
38
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma II - nas operações interestaduais, entre
única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará contribuintes, com gás natural e seus
o disposto no inciso X, b; derivados, e lubrificantes e combustíveis não
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, incluídos no inciso I deste parágrafo, o
também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. imposto será repartido entre os Estados de
origem e de destino, mantendo-se a mesma
proporcionalidade que ocorre nas operações
com as demais mercadorias;
III - nas operações interestaduais com gás
natural e seus derivados, e lubrificantes e
combustíveis não incluídos no inciso I deste
parágrafo, destinadas a não contribuinte, o
imposto caberá ao Estado de origem;
IV - as alíquotas do imposto serão definidas
mediante deliberação dos Estados e Distrito
Federal, nos termos do § 2º, XII, g ,
observando-se o seguinte:
a) serão uniformes em todo o território
nacional, podendo ser diferenciadas por
produto;
b) poderão ser específicas, por unidade de
medida adotada, ou ad valorem , incidindo
sobre o valor da operação ou sobre o
preço que o produto ou seu similar
alcançaria em uma venda em condições de
livre concorrência
39
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas,
não se lhes aplicando o disposto no art. 150,
III, b (Princípio da anterioridade anual)
§ 5º As regras necessárias à aplicação do
disposto no § 4º, inclusive as relativas à
apuração e à destinação do imposto, serão
estabelecidas mediante deliberação dos
Estados e do Distrito Federal, nos termos do
§ 2º, XII, g .
IPVA - propriedade de veículos
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;
automotores.
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.
40
Abaixo, a divisão dos impostos segundo sua origem. Como já exposto antes, ordinários são
aqueles previstos nos incisos que delimitam as competências de cada ente federativo. Enquanto
os extraordinários são aqueles previstos em condições atípicas.
IPTU
MUNICÍPIO ITBI
ISS
IPVA
ESTADO ICMS
ORDINÁRIOS
ITCMD
II
IE
IMPOSTOS
IR
UNIÃO
IOF
ITR
IGF
EXTRAORDINÁRIOS EXTRAORDINÁRIO DE
UNIÃO
(art. 154, II, CF) GUERRA
RESIDUAIS
UNIÃO
(art. 154, I, CF)
41
Nos autos do julgamento da AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.211-AM10, o Min.
GILMAR MENDES destacou que ao considerar no cálculo da taxa judiciária a base de cálculo
própria de imposto (CTN, arts. 33 e 38), a lei do estado do Amazonas contraria a norma prevista
no § 2º do art. 145 da CF/88, sendo, portanto, inconstitucional. Afirmou o então Ministro Relator
do caso: “no que diz respeito à utilização da base de cálculo própria de imposto como base de
cálculo de taxa judiciária, este Supremo Tribunal Federal já se manifestou pela impossibilidade
de tal pretensão. Nesse sentido, os seguintes precedentes: Rp 1.074, Rel. Min. Djaci Falcão,
Tribunal Pleno, DJ 7.12.1984; ADI-MC 1.889, Rel. Min. Nelson Jobim, Tribunal Pleno, DJ
14.11.2002”.
Opondo-se à Teoria dualista ou bipartida, Sacha Calmon elenca três distintas espécies de
Teoria
tripartida
Contribuições
Impostos Taxas
de melhoria
Para os adeptos da teoria em estudo, os impostos são aqueles tributos cuja exigência não
está associada (vinculada) a uma prestação estatal em benefício do contribuinte. Noutro lado,
10
Disponível em: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751060053
42
considera-se o tributo como taxa ou contribuição de melhoria quando a esse se atrela o direito
de crédito (a exação) à uma ação estatal promovida em prol do contribuinte, sendo a taxa
aquele tributo cobrado ante o exercício do poder de polícia ou a prestação de um serviço
realização de obra pública seja gerada uma valorização do imóvel do contribuinte (FALCÃO;
GUERRA; ALMEIDA, 2015).
Para a teoria apreciada neste tópico, assim como a taxa, a contribuição de melhoria constitui
tributo contraprestacional (extremamente vinculado), pois tem seu fundamento na
prestação/oferta de ato estatal em favor do sujeito passivo/contribuinte.
Taxa
Contribuição de melhoria
função de tal situação peculiar que os distingue”. Como assevera o mencionado autor,
constatando o “benefício direto para algumas pessoas, é razoável que o seu custeio não se dê
por toda a sociedade igualmente, mas, especialmente, por aqueles a quem a obra aproveite”.
Dito isso, ante a descrição consagrada pela doutrina, é possível considerar que essa contribuição
de melhoria cria óbice ao enriquecimento sem causa, já que uma das condições para a exação
é a existência da valorização de imóvel do próprio sujeito passivo da relação jurídica que passa
a existir.
No que diz respeito a essa terceira espécie então observada pela Teoria Tripartida, destaca-
se que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios possuem competência, isto é,
43
poderão instituir a contribuição de melhoria em face da realização das obras públicas (art. 145,
III, da CF) das quais decorram a valorização imobiliária. Neste ponto, importa observar as
palavras de Leandro Paulsen (2014): “pressupondo tanto a atividade do Estado (realização de
Sob o entendimento do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ), destaca-se que, como já dito
antes, o fato gerador do tributo é a valorização imobiliária decorrente da obra pública e,
presumida11.
Como se aponta na lei e na doutrina, não há uma alíquota a ser aplicada. A lei instituidora
da contribuição de melhoria define uma parcela do custo da obra que será rateada pelos imóveis
situados na zona beneficiada. Assim, como ressalta Paulsen (2014), o produto da arrecadação
Ante o exposto, encerra-se a teoria tripartite, na qual abarcam-se as três espécies acima
11
Disponível em:
https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1657194&num_registro=2017021
01928&data=20171219&formato=PDF
44
Segundo o art. 81 do CTN, na definição do valor a ser atribuído à contribuição de melhoria, o
sujeito ativo deverá encontrar dois tetos, ou limitações. Vejamos o teor do dispositivo: “a
contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de
obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado”.
então reconhecidas como espécies independentes de tributo pela Teoria Pentapartite, à qual
se filia a doutrina dominante e o STF12 (RE 146.733-9/SP).
pensamento, defendida por Ricardo Lobo Torres, divide-se os tributos em: impostos, taxas,
contribuições e empréstimos compulsórios.
12
Disponível em: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=210152
45
Teoria
Pentapartida
A dimensão final traz, portanto, tributos que incidem sobre riquezas reveladas e são
associados a sete fins específicos (arts. 148 e 149, CF). Observando as características das últimas
espécies estudadas, é possível esquematizar da seguinte forma, considerando, especificamente,
os fins e as situações atreladas aos mencionados tributos:
Guerra externa
Empréstimos
Fins emergenciais Calamidade pública
Compulsórios (art. 148, CF)
Relevante
interesse público
46
resposta imperativa, um caso excepcional que então demande recursos não previstos nos cofres
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir
empréstimos compulsórios:
I - guerra externa, ou sua iminência;
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os
recursos orçamentários disponíveis;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as
condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta
Lei.
da União, sendo necessária, em qualquer hipótese, lei complementar (assim, leis ordinárias e
medidas provisórias não podem criar empréstimos compulsórios).
Empréstimo
compulsório
A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos
(art. 148, CF/88) compulsórios
O fato gerador será definido na lei que instituir o empréstimo e, como visto no texto do
art. 15, parágrafo único, do CTN, a lei fixará duas informações essenciais: (1) o prazo do
47
empréstimo e (2) as condições de seu resgate. Ou seja, os empréstimos compulsórios são
tributos restituíveis, aliás, o STF tem entendido que a restituição deve ser feita na mesma
espécie em que recolhido o tributo.
48
Destaca-se para o fato de que os impostos, os empréstimos compulsórios e as contribuições
direito de tributar (ausente, por isso, o caráter contraprestacional). Com relação ao destino das
receitas auferidas na exação, entre esses três tributos, diferencia-se os impostos das
contribuições especiais e empréstimos compulsórios, afinal, esses dois últimos possuem receita
afetada, diferentemente do primeiro (receita desafetada, segundo a ordem do art. 167, IV, CF).
Incidente em casos
Tributos de receita Ausência da
de revelação de
afetada contraprestação
riqueza
Empréstimos
Impostos Impostos
compulsórios
Contribuições Contribuições
especiais especiais
49
Neste ponto, toma destaque o ensinamento de Leandro Pausen (2014), especificamente
50
ampla ou global de tal subespécie. Mas mesmo esta especial solidariedade
não autoriza a cobrança de quem a lei não indique como sujeito passivo.
Frise-se, ainda, que o art. 195 diz respeito exclusivamente às contribuições
de seguridade social, sendo absolutamente descabida a invocação da
especial solidariedade por ele estabelecida como se aplicável fosse a outras
espécies ou subespécies das contribuições.
com as contribuições especiais, porque essas são não eventuais, consideradas habituais
(rotineiras), assim como os impostos.
Quanto aos fins, diz-se que as contribuições especiais se dividem em grupos. No primeiro,
essa espécie de tributo está associada à construção do Estado social através das políticas sociais
(lazer, educação, saúde, assistência, previdência, etc). Nesse grupo, colocam-se as contribuições
equilíbrio do mercado. Já o terceiro fim ou objetivo das contribuições especiais, que aparta
outro grupo, nasce pela necessidade de manutenção dos conselhos, as entidades de classe, que
contribuem com o controle e regulação do exercício da profissão (os conselhos profissionais
como, por exemplo: CRN, CRM, CRO). Por último, porém não menos importante, está a COSIP
(ou CIP) - contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública – que, por sua própria
esquematizada).
51
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS13 (ARTS. 149 e 149-A, CF)
Compete Observado o disposto nos arts. 146, III (lei complementar para estabelecer
exclusivamente à União normas gerais em matéria de legislação tributária), e 150, I e III (princípio da
Instituir: legalidade e princípio da anterioridade anual e nonagesimal), e sem prejuízo
1. contribuições sociais; do previsto no art. 195, § 6º (§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo
2. de intervenção no domínio só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da
econômico (CIDE); e lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no
3. interesse das categorias art. 150, III, "b".)
profissionais ou econômicas
Contribuição de intervenção no I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
domínio econômico (CIDE) II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços;
III - poderão ter alíquotas:
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da
operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro;
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei.
A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.
1. instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário
de que trata o art. 40 (regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos), cuja alíquota
Os Estados, o Distrito não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União;
Federal e os Municípios 2. poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado
o disposto no art. 150, I e III (princípio da legalidade e princípio da anterioridade anual e nonagesimal) - sendo
facultada a cobrança dessa contribuição na fatura de consumo de energia elétrica.
13
Questão 6 e 12
52
1.6 Classificação dos tributos
A classificação atribuída pela doutrina foi assim constituída em face da forma de cobrança
dos tributos. A tributação indireta implica na repercussão tributária, fenômeno pelo qual o
impacto da tributação, o ônus, recai sobre o sujeito não envolvido diretamente na relação
jurídico tributária principal, pessoa à qual se apelida como contribuinte de fato, não sendo
essa, portanto, o contribuinte legal (de iure, de direito), aquele definido por lei como
responsável pelo recolhimento do tributo.
De outro lado, está o tributo direto, aquele cuja exação lança o ônus, o dever de adimplir
sobre o sujeito previsto na lei, o mesmo o que pratica o fato tipificado na lei, não havendo a
Os tributos reais são aqueles cobrados ante a desconsideração dos aspectos subjetivos do
contribuinte, considerando somente a importância da res, da coisa. de outra forma, diz-se que
na exação de tributos reais, valora-se o elemento que traduz a riqueza, sem apreciar as
características pessoais do sujeito passivo. De outro lado, põe-se os tributos pessoais, esses
Kiyoshi Harada (2017) afirma que os impostos pessoais são aqueles que consideram “as
53
quantitativo do tributo”. De outro lado, são os impostos reais (ou de natureza real) aqueles
Segundo a ordem do art. 145, § 1º, da CF, sempre que possível, os impostos terão caráter
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à
“Seletivo é o imposto que tem alíquota diferente para cada tipo de objeto
de sua incidência, seja renda, uma operação ou um produto. Com ele,
busca-se, além da arrecadação, uma alteração na atividade econômica,
estimulando, ou desestimulando, seja a atividade produtiva, seja o
consumo” (Hugo de Brito Machado, Comentários ao Código Tributário
Nacional, São Paulo: Atlas, 2003, v. 1, p. 262). Não se deve confundir,
portanto, seletividade com essencialidade. A primeira diz respeito à
diferenciação no gravame, de modo a “selecionar” produtos, rendimentos,
atividades ou serviços. A segunda, por sua vez, é um dos critérios dessa
seleção, adotado, no caso, para o IPI. Mas a seletividade, em tese, pode
ocorrer à luz de outros critérios, como acontece em relação ao IPTU.
54
Como exemplo de tributo seletivo, é possível citar o ICMS, então regido pela ordem do art.
155, inciso II e art. 155, § 2º, inciso III, o qual poderá ser seletivo, e o IPI que, conforme a regra
da constituição, deverá ser seletivo (art. 153, § 2º, CF/88).
Determina o teor do art. 155 da CF que recai sobre os Estados e o Distrito Federal a
competência para instituir impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação
(ICMS), ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior (art. 155, II, CF). De acordo
com o texto daquele dispositivo, poderá o ICMS obedecer ao Princípio da Seletividade, tendo
em vista a função da essencialidade das mercadorias e dos serviços relacionados ao tributo (art.
Por outro lado, a progressividade é fenômeno que permite o aumento da carga tributária
sobre hipóteses de incidência de mesma natureza, mas que revelam condições distintas. Como
riquezas, já que quanto maior a base de cálculo, maior a alíquota, indicando uma
progressividade fiscal. Sobre o tema, ensina Hugo de Brito Machado Segundo (2017):
55
proporcionalmente maior, mas progressivamente maior. Quem tem mais
paga sensivelmente mais, considerando-se a chamada utilidade marginal
da riqueza.
Vale, neste ponto, destacar o ensinamento de Harada (2017), que distingue a progressividade
Imposto progressivo é aquele que exige uma alíquota maior à medida que o
valor tributável vai aumentando. Diz-se que a progressão é simples quando cada
alíquota maior se aplica por inteiro a toda matéria tributável. Já a progressividade
graduada é aquela em que cada alíquota maior é calculada, tão somente, sobre
a parcela do valor compreendida entre o limite inferior e o superior, de sorte a
exigir a aplicação de tantas alíquotas quantas sejam as parcelas de valor para,
afinal, serem somados todos os valores parciais, obtendo-se o montante do
imposto a pagar. É o caso, por exemplo, do imposto sobre a renda devido por
pessoas físicas, cuja legislação adotou uma tabela prática de progressividade para
facilitar os cálculos.
1.7 Competência
Para iniciar o estudo deste tópico, é necessário fazer uma distinção entre dois institutos: (1)
para editar leis que versem sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
sobre o assunto, o mencionado autor revela que a citada competência abarca “um amplo poder
político no que respeita a decisões sobre a própria criação do tributo e sobre a amplitude da
incidência, não obstante o legislador esteja submetido a vários balizamentos (...)” (AMARO, 2014,
P. 116).
Por fim, antes de dar continuidade à matéria objeto do tópico, ainda se expõe a distinção
entre “Poder de Tributar”, estudada no primeiro tópico deste material, e “competência tributária”.
econômico e urbanístico (art. 24, I, CF/88). Conforme determina a Lei Maior, no âmbito da
legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais (§ 1º),
não constituindo essa, contudo, óbice para a competência suplementar dos Estados (§ 2º).
Ainda, importa destacar que, ante a inexistência de lei federal sobre normas gerais, prescreve
gerais, prevê o texto constitucional a suspensão da eficácia da lei estadual, no que lhe for
contrário (art. 24, § 4º, CF/88).
57
1.7.2 Competência tributária
Conforme preceitua Luciano Amaro (2014, p. 122), a “Constituição não cria tributos; ela
outorga competência tributária, ou seja, atribui aptidão para criar tributos”. E, para a expressão
dessa competência a via formal é uma só: a lei. Por esse motivo, o Código Tributário Nacional
(CTN), o art. 6º revela que a competência tributária abarca a competência legislativa. Apreciando
esse assunto, o citado autor afirma (AMARO, 2014, p. 122):
nesta Lei.
Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas
jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido
atribuídos.
58
Como visto anteriormente, o tributo é prestação cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada (art. 3º, CTN), no entanto, é necessário destacar que o exercício da
inscrito no art. 145, caput.14 Neste ponto, aliás, é importante descortinar que a instituição do
tributo e a cobrança desse são exercícios praticados em momentos distintos na linha do tempo,
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa
jurídica de direito público a outra, nos termos do §3º do artigo 18 da Constituição. Sobre o teor
do art. 7º do CTN, Hugo de Brito Machado Segundo (2017), ao citar Hugo de Brito Machado,
destaca que se trata de uma autorização legislativa para a delegação de meras funções
administrativas.
princípios adotados pela Constituição e das garantias individuais expressa ou implicitamente por
ela asseguradas”.
14
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos [...]
59
Outra característica da competência tributária é a incaducidade. De acordo com a doutrina,
a inércia ante a competência tributária – isto é, a ausência do seu exercício – não permite a
apropriação dessa por outros entes da federação. Tal qualidade da competência é registrada
pelo legislador no art. 8º do CTN que traz o seguinte texto: “o não-exercício da competência
tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a
Ainda tratando dos predicados da competência tributária, registra a doutrina que o instituto
ou não ser exercido (facultatividade), no entanto, jamais poderá ser renunciado pelo Ente
Federativo.
É assim considerada aquela que atinge a todos os Entes da federação. A título de exemplo,
tem-se: as contribuições de melhoria e as taxas (MINARDI, 2018).
Regulada nos artigos 154, I, e 195, § 4º, da CF, a competência deste tipo somente se reserva
à União, que tem permissão do constituinte para criar tributos ante circunstâncias não previstas
Prevista no art. 147 da CF, essa confere à União a possibilidade de instituir impostos federais
e estaduais dentro dos Territórios Federais, assim como os impostos municipais, caso não sejam
os citados Territórios divididos em Municípios. Ainda, reserva-se a competência cumulativa ao
Distrito Federal, por ter sido autorizado pelo constituinte para a criar impostos municipais e
estaduais (MINARDI, 2018).
Por último, mas não menos importante, apresenta-se a competência extraordinária, revelada
no artigo 154, II, da Constituição Federal. Esse instituto previsto na Lei Maior permite à União,
por meio de Lei Ordinária (ou ainda instituto normativo com força de lei), a criação do IOF -
Imposto Extraordinário de Guerra. De acordo com Josiane Minardi (2018, p. 54), a “Constituição
61
QUADRO SINÓTICO
Características do Tributo:
• prestação pecuniária compulsória
• em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir
1.2 CONCEITO DE TRIBUTO • não constitui sanção de ato ilícito
• instituída em lei
• cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada
62
A função genérica é a captação dos recursos
financeiros: função fiscal.
Utiliza-se o tributo como meio para promover
mudança comportamental dentro da sociedade,
1.4 FUNÇÃO DOS TRIBUTOS seja de forma positiva, seja de forma negativa
(evitando condutas) com fins econômicos ou
mesmo sociais: função extrafiscal.
TEORIA DUALISTA
Taxas:
• retributiva
• taxa de serviço: serviço divisível, uti singuli ou
singularizável - a utilização, efetiva ou
potencial
• taxa de polícia - exercício regular do poder
de polícia.;
• produto da arrecadação terá de ser vinculado
à atividade que justifica a instituição do
tributo
Impostos
• sempre que possível, os impostos terão
caráter pessoal e serão graduados segundo
a capacidade econômica do contribuinte,;
• teoria do sacrifício: “o objetivo final da
tributação é a igualdade de sacrifício entre
os contribuintes” (CONTI, 1997, p. 81),
• fato gerador uma situação independente
de qualquer atividade estatal específica,
• arrecadação não vinculada
• MUNICÍPIOS: IPTU, ITBI, ISS
• ESTADOS E DF: ITCMD, ICMS, IPVA
• UNIÃO: II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF
63
1.5.2 A CONTRIBUIÇÃO DE Teoria Tripartida: impostos, as taxas e as
contribuições de melhoria
MELHORIA E A TEORIA TRIPARTIDA
Contribuições de melhoria
• tributo contraprestacional;
• fato gerador misto: realização das obras
públicas e valorização imobiliária;
• limite total e limite individual respeitados na
cobrança;
Contribuições especiais
• Fins a) sociais, b) de intervenção no
domínio econômico, c) do interesse de
categorias profissionais ou econômicas e d)
de iluminação pública
• Referibilidade
1.6 CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
64
1.6.1 TRIBUTOS DIRETOS E INDIRETOS Diretos: impactos sobre o sujeito considerado o
contribuinte legal
Indiretos: repercussão tributária. Ônus sobre o
contribuinte de fato
1.6.2 TRIBUTOS REAIS E PESSOAIS Os tributos reais são aqueles cobrados ante a
desconsideração dos aspectos subjetivos do
contribuinte, mas somente o valor da res, da
coisa. Os tributos pessoais, de forma diversa,
consideram parâmetros, aspectos subjetivos do
contribuinte na cobrança promovida pelo Estado.
1.7.1 COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR EM De acordo com o inciso I do art. 24 da CF/88, compete
MATÉRIA TRIBUTÁRIA à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre direito tributário. No
âmbito da legislação concorrente, a competência da
União limitar-se-á a estabelecer normas gerais (§ 1º),
não constituindo essa, contudo, óbice para a
competência suplementar dos Estados (§ 2º).
66
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
Comentário:
Como já observado neste material, o conceito de tributo consta no art. 3º do CTN mas não está
previsto na Constituição Federal. Para a resolução da questão, vale a leitura minuciosa do art.
67
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as
empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto
previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição
a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um
regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos
pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou
condicionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes
federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Questão 2
(COMPERVE - 2019 – Prefeitura de Parnamirim - RN - Procurador) Os serviços públicos
68
B) o serviço de iluminação pública é divisível e inespecífico e, portanto, não preenche os
requisitos exigidos pela Constituição para a cobrança de taxas de serviço, tal qual entendeu o
Supremo Tribunal Federal em demanda responsável por abordar esse assunto.
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis viola o artigo 145, II, da
Constituição Federal.
D) o serviço público individual compulsório é aquele que deve ser colocado em prática pelo
Estado, cujo custeio se dá através da cobrança de taxa, sendo a caracterização desta equivalente
a de um tributo vinculado à contraprestação estatal.
Comentário:
A) A instituição de taxas é de competência comum da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.
B) Súmula Vinculante 41 - O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante
taxa. Precedentes Representativos:
resulta do rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não
afronta o princípio da capacidade contributiva. III — Tributo de caráter sui generis, que não se
confunde com um imposto, porque sua receita se destina a finalidade específica, nem com uma
69
A orientação do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que a Taxa de Iluminação Pública é
inconstitucional, uma vez que seu fato gerador tem caráter inespecífico e indivisível. [AI 479.587
AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, 2ª T, j. 3-3-2009, DJE 53 de 20-3-2009.]
É assente nesta colenda Corte que as taxas de iluminação pública e de limpeza pública se
custeadas senão por meio do produto da arrecadação dos impostos gerais. [AI 463.910 AgR, rel.
min. Ayres Britto, 1ª T, j. 20-6-2006, DJ de 8-9-2006.]
D) Serviço individual Compulsório: são serviços específicos e divisíveis cobrados mediante taxa.
Questão 3
(VUNESP - 2019 – TJ - AC - Juiz de Direito Substituto) Segundo o CTN, a natureza jurídica
do tributo
B) é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo ainda relevante para
D) é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-
la a denominação e demais características formais adotadas pela lei.
70
Comentário:
A solução da questão está no texto do art. 4º do CTN:
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
Questão 4
(CESPE - 2019 – TJ - PR - Juiz Substituto) A Constituição Federal de 1988 prevê exceções ao
princípio tributário da anterioridade, como ocorre nos casos dos impostos sobre importação e
sobre exportação. Nesses casos, a exceção é justificada pela necessidade de ajuste do tributo
aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.
A) parafiscal.
B) parafiscal e extrafiscal.
C) extrafiscal.
D) exclusivamente fiscal.
Comentário:
A EXTRAFISCALIDADE é a característica do tributo que responde à necessidade da exceção ao
princípio da anterioridade. Os impostos de importação e exportação, por exemplo, possuem
essa característica. Vejamos o que diz o autor Kiyoshi Harada (2017) sobre esses tributos:
71
Esses impostos, existentes em todos os países, têm a função de regular o comércio
internacional, sempre sujeito às oscilações conjunturais. Por isso, acham-se livres do
princípio da anterioridade tributária, a fim de propiciar ao governo da União flexibilidade
no exercício do poder ordinatório, através desses impostos.
Questão 5
(CESPE - 2019 – TJ - BA - Juiz Substituto) Conforme a CF, as contribuições de intervenção no
domínio econômico
profissional.
Comentário:
Para a resolução da questão, é necessária a apreciação do conteúdo dos seguintes dispositivos
da Constituição Federal:
I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o
dispositivo.
72
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda
III - poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
2001)
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Questão 6
(CESPE - 2018 – PGE-PE - Procurador do Estado) Considerando-se o que dispõe o CTN, é
C) são cobrados mediante atividade administrativa, a qual pode ser vinculada ou discricionária.
73
D) podem incidir sobre bens e rendimentos decorrentes de atos ilícitos, embora não possam
E) têm por fato gerador uma situação jurídica abstrata, não sendo possível vincular um tributo
a qualquer atividade estatal específica.
Comentário:
A leitura do art. 3º do CTN é essencial para a questão, assim como a revisão do conteúdo já
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
Importante destacar que a alternativa “D” tenta confundir o conceito de tributo com o de
imposto, ao trazer o teor do art. 16 do CTN no seu corpo. Observando o conteúdo do art. 16 e
do art. 77, ambos do CTN, vê-se que o segundo dispositivo confirma o equívoco (ou a confusão)
trazida na alternativa “D”.
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do
poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente
74
Questão 7
(CESPE - 2017 – Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador) No que se refere à teoria do
Certo
Errado
Comentário:
A solução da questão está no art. 4º do CTN:
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
Questão 8
(CESPE - 2017 – Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador) No que se refere à teoria do
75
O imposto é espécie tributária caracterizada por indicar fato ou situação fática relativa ao
Certo
Errado
Comentário:
Resposta no art. 16 do CTN:
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente
de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Questão 9
(CESPE - 2017 – Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador) No que se refere à teoria do
tributo e das espécies tributárias, julgue o item seguinte.
A relação jurídica tributária, que tem caráter obrigacional, decorre da manifestação volitiva do
contribuinte em repartir coletivamente o ônus estatal.
Certo
Errado
Comentário:
Diante desta questão, reforça-se o que já foi dito outrora: (...) a manifestação de vontade,
portanto, não importa na relação jurídica tributária, quando nasce para o contribuinte o dever
de pagar o tributo. Neste ponto, aliás, importa trazer a observação do supracitado autor: “isso
faz com que a capacidade tributária passiva (capacidade para ser contribuinte ou responsável
pelo tributo) independa da capacidade civil (CTN, art. 126). Daí serem devidos tributos mesmo
por pessoas físicas incapazes, ou por pessoas jurídicas constituídas de forma irregular, por
exemplo” (SEGUNDO, 2017).
76
Questão 10
Comentário:
A) Como já visto em momentos anteriores, o tributo relacionado ao exercício do poder de polícia
é a TAXA.
B) Art. 16, CTN. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
C) Art. 81, CTN. A CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer
face ao custo de obras públicas de que decorra VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA, tendo como limite
total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar
para cada imóvel beneficiado.
D) Art. 16, CTN. IMPOSTO é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
E) Art. 77, CTN. As TAXAS cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular
do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Parágrafo único. A taxa não pode ter base
de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em
função do capital das empresas.
77
Questão 11
Comentário:
Vale revisar o conceito de tributo do art. 3º do CTN: Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Questão 12
78
Comentário:
Questão 13
(XXIII EXAME DE ORDEM – FGV – 2019) O Distrito Federal instituiu, por lei distrital, a
contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública. Um contribuinte insurgiu-se
judicialmente contra tal cobrança, alegando que a instituição pelo Distrito Federal seria
inconstitucional.
79
A) O contribuinte tem razão, uma vez que, em virtude das peculiaridades do Distrito Federal, é
a União o ente federado competente pela instituição da contribuição para o custeio do serviço
de iluminação pública na capital federal.
B) O contribuinte tem razão, uma vez que, em virtude das peculiaridades do Distrito Federal, é
o Estado de Goiás o responsável pela instituição da contribuição para o custeio do serviço de
iluminação pública na capital federal.
C) O contribuinte não tem razão, pois o Distrito Federal possui delegação de capacidade
tributária ativa feita pela União para a cobrança da contribuição para o custeio do serviço de
iluminação pública.
D) O contribuinte não tem razão, pois o Distrito Federal pode instituir a contribuição para o
custeio do serviço de iluminação pública, assim como os Municípios.
Comentário:
CF Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art.
150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de
consumo de energia elétrica.
Questão 14
(XX EXAME DE ORDEM – FGV – 2016) Determinado ente da Federação instituiu um tributo
incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a
qualquer título, à pessoa física que preste serviço a empregador privado, ainda que sem vínculo
empregatício, com o objetivo de financiar a seguridade social. Em sintonia com a CRFB/88,
assinale a opção que indica o ente da federação competente para a instituição do tributo
descrito e o nome do tributo em questão.
A) Estados-membros e o Distrito Federal. Contribuição previdenciária.
B) União. Contribuição social.
C) União. Imposto sobre a renda.
D) Todos os entes da Federação. Contribuições sociais.
Comentário:
CF/88:
80
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150,
I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o
dispositivo.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus
servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40
[regime próprio], cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de
cargos efetivos da União.
Questão 15
(XIX EXAME DE ORDEM – FGV – 2016) O Estado X, visando aumentar a sua arrecadação,
instituiu novo imposto, não previsto na Constituição Federal.
A) O Estado X pode instituir imposto, mediante lei complementar, desde que previsto na
Constituição Estadual.
B) Para exercer a competência residual do Estado X, é necessária lei de iniciativa do Governador
do Estado.
C) O Estado X não pode instituir o imposto novo, tendo em vista que a competência residual
para a instituição de novos impostos é somente da União.
D) É vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a instituição de impostos
não previstos na Constituição Federal.
Comentário:
CF, Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição;
81
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não
em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas
de sua criação.
82
GABARITO
Questão 1 - A
Questão 2 - D
Questão 3 - D
Questão 4 - C
Questão 5- A
Questão 6 - D
Questão 7- Errada
Questão 8 - Certo
Questão 9 - Errado
Questão 10 - E
Questão 11 - E
Questão 12 - E
Questão 13 - D
Questão 14 - B
Questão 15 - C
83
QUESTÃO DESAFIO
84
GABARITO QUESTÃO DESAFIO
É toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada. Conforme interpretação do STF, os emolumentos têm
natureza de Taxa, portanto, tributo.
A doutrina é rica em definições de tributo. A título de exemplo, Luciano Amaro define tributo
como «a prestação pecuniária não sancionatória de ato ilícito, instituída em lei e devida ao
Estado ou a entidades não estatais de fins de interesse público''. A Lei n. 5.172166 (batizada de
"Código Tributário Nacional" pelo Ato Complementar n. 36/67), que, com o advento da
Constituição de 1967, assumiu a eficácia de lei complementar, define tributo nos seguintes
termos: "Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada" (art. 39). Esse conceito quis explicitar: a) o caráter
pecuniário da prestação tributária (como prestação em moeda); b) a compulsoriedade dessa
prestação, idéia com a qual o Código Tributário Nacional buscou evidenciar que o dever jurídico
de prestar o tributo é imposto pela lei, abstraída a vontade das partes que vão ocupar os pólos
ativo e passivo da obrigação tributária, opondo-se, dessa forma, a compulsoriedade do tributo
85
cautela necessária a respeito da conferência de dados e documentos do consumidor, concorreu
para a fraude, e deve ser responsabilizada pelos danos dela decorrentes, permanecendo
responsável pelo pagamento dos tributos e demais despesas referentes ao veículo.
se o negócio jurídico que caracteriza o fato gerador é válido ou inválido, de modo que a
cobrança do IPVA e demais despesas decorrentes da aquisição e utilização do veículo mostra-
deixou de acolher pedido da recorrente, no sentido de que fosse reconhecido seu direito de
isenção ao pagamento dos emolumentos devidos ao cartório de registro de imóveis pela
expedição de certidões. Sustenta a recorrente que a fixação dos emolumentos deve obedecer
às normas gerais previstas em lei federal. Afirma que o decreto-lei 1.537/77, o qual estabelece
delegação à iniciativa privada, não ostentando os emolumentos natureza de taxa, mas de preço
público, não tratando a lei tecnicamente de isenção, não havendo por isso ofensa ao princípio
federativo. O Oficial manifestou-se à fls. 23/25. O Ministério Público opinou pelo não
acolhimento do pedido (fls. 52/53). É o breve relatório. Passo a opinar. A recorrente reclama
86
a parcela dos emolumentos cobrados pela expedição de certidão destinada a remunerar os
serviços da serventia extrajudicial. Baseia-se no decreto-lei 1.537/77, que prevê que a União é
isenta do pagamento das custas e emolumentos devidos aos cartórios de Registro de Imóveis.
Razão não lhe assiste, porém. A remuneração dos serviços notariais e de registro tem natureza
de taxa. Nesse sentido há muito tempo é o entendimento pacífico do Supremo Tribunal Federal.
Merece a transcrição da seguinte decisão daquele colendo Tribunal, proferida em ação direta
de inconstitucionalidade de nº 1.444, em que foi requerente o Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil, e que bem considerou a matéria: "Se discussões podem existir a respeito
da natureza de outros serviços prestados pelo Estado, surgindo dúvidas sobre se são serviços
públicos ou atividades econômicas enquadráveis num regime de exploração de cunho mais
privados: estão vinculados a serviço público; são fixadas unilateralmente pelo Poder Público,
independentemente da vontade dos particulares. Também não podem ser enquadrados dentre
os chamados preços públicos, que são caracterizáveis como remuneração de serviços prestados
pelo Estado, mas serviços que não são, por assim dizer, típicos do Estado. Considera-se, a
propósito, o escólio de Gilberto de Ulhôa Canto, que traça diferença entre preços públicos e
taxas: o que contribui para caracterizar um serviço prestado como sendo remunerável por taxa
é a natureza da atividade de que se trate, sob o prisma da sua inerência às funções do Estado;
pagamento um efeito dessa natureza, e não o fator de sua qualificação". E, após transcrever os
artigos 77 e 79 do Código Tributário Nacional, acrescenta: "A simples leitura de tais dispositivos
já esclarece que não poderia ser outro o caráter das custas, que não o de taxas vinculadas a um
determinado serviço público: 1) de utilização efetiva, isto é, quando o contribuinte recorre de
fato à prestação jurisdicional, registrária ou notarial; 2) específica, porque essa prestação pode
ser vislumbrada como uma unidade; e 3) divisível, eis que a prestação individualiza-se frente aos
87
jurisdicionados. A reforçar essa qualificação registre-se que tais custas são fixadas
unilateralmente pelo Poder Público e que não há uma relação contratual entre o Estado e o
cidadão a justificar sua cobrança. Não se pode falar, por outro lado, em pagamento voluntário
se o particular, sempre que necessita de serviço, depende do pagamento de custas para obtê-
lo (ressalvadas as hipóteses de isenção nos casos de carência de recurso do jurisdicionado)".
Também nesse sentido, entre outras, existe a decisão exarada na Adin 1.378-ES: "A
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou orientação no sentido de que as custas
prestado. Tal pressuposto vem estampado na lei federal nº 10.169/00, a qual fixou as regras
gerais para cobrança de emolumentos, e que estabelece em seu artigo 1º que "o valor fixado
prestado a outrem, sendo vedado qualquer forma de compensação entre contribuintes. De outra
parte, as imunidades concedidas aos entes públicos referem-se somente aos impostos, não
abrangendo as taxas. O artigo 1º do Decreto-lei 1.537/77 não foi recepcionado pela Constituição
Federal de 1988, uma vez que afronta diretamente o princípio federativo, ao instituir isenção
sobre tributo estadual. A União somente pode estabelecer regras gerais sobre os emolumentos
devidos a título de prestação de serviço público, o que foi feito pela Lei 10.169/00, mas jamais
está autorizada a decretar isenções sobre tributo estadual. Nesse sentido: "À União, ao Estado-
membro e ao Distrito Federal é conferida competência para legislar concorrentemente sobre
custas do serviços forenses, restringindo-se a competência da União, no âmbito dessa legislação
concorrente, ao estabelecimento de normas gerais, certo que, inexistindo tais normas gerais, os
88
Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades". ( Adin
1624/MG, 08.05.03). A lei estadual de nº 11.331/02 estabeleceu isenção à União apenas quanto
ao pagamento das parcelas dos emolumentos destinados ao Estado, à Carteira de Previdência
das Serventias não Oficializadas da Justiça do Estado, ao custeio dos atos gratuitos de registro
civil e ao Fundo Especial de Despesa do Tribunal de Justiça, mas não a isentou quanto ao
pagamento da remuneração dos serviços das serventias extrajudiciais prestados. Como foi
decidido na Adin nº 2.301-2, RS, citando a lição de Roque Antonio Carraza: "as leis isentivas não
devem se ocupar de hipóteses estranhas à regra matriz do tributo, somente podendo alcançar
fatos que, em princípio, estão dentro do campo tributário da pessoa política que as edita. Só se
pode isentar o que se pode tributar. Quando não há incidência possível (porque a Constituição
não a admite), não há espaço para a isenção". Ensina Cretella Junior que a "isenção é feita, na
respectiva esfera, por lei estadual, lei municipal ou lei distrital; na área da União, por lei federal.
Cada pessoa política tem competência para instituir isenção de tributo, em sua própria área. O
contrário seria invasão indébita ou usurpação de competência de uma pessoa política na área
de Vossa Excelência é no sentido de ser negado provimento ao recurso, para manter a decisão
proferida pelo MM. Juiz de Direito Corregedor Permanente do Oficial de Registro de Imóveis,
Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de Votuporanga, que indeferiu a
pretensão da apelante. Sub censura. São Paulo, 17 de junho de 2004. FÁTIMA VILAS BOAS CRUZ,
Juíza Auxiliar da Corregedoria CONCLUSÃO Em 18 de junho de 2004, faço estes autos conclusos
ao Desembargador JOSÉ MÁRIO ANTONIO CARDINALE, DD. Corregedor Geral da Justiça. Eu,
(Rosa Maria Maia) Escrevente, subscrevi. Proc. CG nº 382/2004 Aprovo o parecer da Mma. Juíza
Auxiliar da Corregedoria e por seus fundamentos, que adoto, nego provimento ao recurso.
Publique-se. São Paulo, 25/06/04. JOSÉ MÁRIO ANTONIO CARDINALE Corregedor Geral da
89
do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968, tendo em vista o artigo 182 da
Habitacional de Brasília (FRHB). Art 4º - Este Decreto-lei entra em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário. Brasília, 13 de abril de 1977; 156º da
Independência e 89º da República. ERNESTO GEISEL Armando Falcão Mário Henrique Simonsen
Disponível no Site da ARPEN SP
http://www.arpensp.org.br/?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=MTUxMg==
90
LEGISLAÇÃO COMPILADA
Código Tributário Nacional: arts. 3º, 4º, 5º, 11, 10 e 9º, incisos I e III
Lei nº 4320/1964: art. 9
Dação em pagamento
Capacidade
Extrafiscalidade
Constituição Federal: arts. 170, III, e 182, § 4º, II; art. 151, I; art. 146, III, c, e art. 174,
§ 2º; art. 146, III, d; art. 151, I
Constituição Federal: arts. 145, 147, 148, 149 e 149-A, 153, 154, 155, 156
Código Tributário Nacional: arts. 5, 77, 78, 79,
Competência
Súmula:
Código Tributário Nacional: arts. 6º a 15
Impostos
91
Lei complementar nº 87/1996
Lei complementar nº 63/1990
Taxas
Contribuição de melhoria
Empréstimos Compulsórios
Contribuições
92
JURISPRUDÊNCIA
Conceito de tributo
EMENTA Habeas corpus. Penal. Processual penal. Crime contra a ordem tributária. Artigo 1º, inciso
I, da Lei nº 8.137/90. Desclassificação para tipo previsto no art. 2º, inciso I, da indigitada lei.
Questão não analisada pelo Superior Tribunal de Justiça. Supressão de instância. Inadmissibilidade.
93
Precedentes. Alegada atipicidade da conduta baseada na circunstância de que os valores
movimentados nas contas bancárias do paciente seriam provenientes de contravenção penal.
Artigo 58 do Decreto-Lei nº 6.259/44 - Jogo do Bicho. Possibilidade jurídica de tributação sobre
valores oriundos de prática ou atividade ilícita. Princípio do Direito Tributário do non olet.
Precedente. Ordem parcialmente conhecida e denegada. 1. A pretendida desclassificação do tipo
previsto no art. 1º, inciso I, para art. 2º, inciso I, da Lei nº 8.137/90 não foi analisada pelo Superior
Tribunal de Justiça. Com efeito sua análise neste ensejo configuraria, na linha de precedentes,
verdadeira supressão de instância, o que não se admite. 2. A jurisprudência da Corte, à luz do art.
118 do Código Tributário Nacional, assentou entendimento de ser possível a tributação de renda
obtida em razão de atividade ilícita, visto que a definição legal do fato gerador é interpretada
com abstração da validade jurídica do ato efetivamente praticado, bem como da natureza do seu
objeto ou dos seus efeitos. Princípio do non olet. Vide o HC nº 77.530/RS, Primeira Turma, Relator
o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 18/9/98. 3. Ordem parcialmente conhecida e denegada. (HC
94240, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 23/08/2011, DJe-196 DIVULG
11-10-2011 PUBLIC 13-10-2011 EMENT VOL-02606-01 PP-00026 RT v. 101, n. 917, 2012, p. 584-
597)
EMENTA: Sonegação fiscal de lucro advindo de atividade criminosa: "non olet". Drogas: tráfico de
drogas, envolvendo sociedades comerciais organizadas, com lucros vultosos subtraídos à
contabilização regular das empresas e subtraídos à declaração de rendimentos: caracterização,
em tese, de crime de sonegação fiscal, a acarretar a competência da Justiça Federal e atrair pela
conexão, o tráfico de entorpecentes: irrelevância da origem ilícita, mesmo quando criminal, da
renda subtraída à tributação. A exoneração tributária dos resultados econômicos de fato criminoso
- antes de ser corolário do princípio da moralidade - constitui violação do princípio de isonomia
fiscal, de manifesta inspiração ética. (HC 77530, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Primeira
Turma, julgado em 25/08/1998, DJ 18-09-1998 PP-00007 EMENT VOL-01923-03 PP-00522)
Dação em pagamento
94
VOL-02286-01 PP-00059 RDDT n. 146, 2007, p. 234-235 LEXSTF v. 29, n. 345, 2007, p. 53-63 RT v.
96, n. 866, 2007, p. 106-111)
95
pessoas jurídicas créditos contra o Estado decorrentes de sentença judicial, bem como admitem
a utilização destes precatórios na compensação dos tributos: deferimento da suspensão cautelar
dos mencionados preceitos legais. VI - Licitação (CF, art. 37, XXI) - não ofende o dispositivo
constitucional o art. 129 da L. 6.537/73 c/ a red. L. 11.475/00 - que autoriza a alienação dos bens
objetos de dação por valor nunca inferior ao que foi recebido e prevê a aquisição de tais bens
por município, mediante o pagamento em prestações a serem descontadas das quotas de
participação do ICMS. VII - Demais dispositivos cuja suspensão cautelar foi indeferida. (ADI 2405
MC, Relator(a): Min. CARLOS BRITTO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. SEPÚLVEDA PERTENCE,
Tribunal Pleno, julgado em 06/11/2002, DJ 17-02-2006 PP-00054 EMENT VOL-02221-01 PP-00071
LEXSTF v. 28, n. 327, 2006, p. 14-56)
Taxa
Súmula Vinculante 41 - O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante
taxa. (Data de Aprovação: Sessão Plenária de 11/03/2015)
Súmula 665 - É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários
instituída pela Lei 7.940/1989.
Súmula 545 - Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas,
diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia
autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.
96
Súmula 595 - É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja
base de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural.
Valor da taxa deve estar relacionado com o custo do serviço que as motiva: EMENTA
Recurso Extraordinário. Taxa de Licença para Localização, Funcionamento e Instalação
(TLIF). Base de cálculo. Número de empregados. Dado insuficiente para aferir o efetivo
Poder de Polícia. Artigo 6º da Lei nº 9.670/83. Inconstitucionalidade. Jurisprudência
pacífica da Corte. 1. A taxa é um tributo contraprestacional (vinculado) usado na
remuneração de uma atividade específica, seja serviço ou exercício do poder de polícia e,
por isso, não se atém a signos presuntivos de riqueza. As taxas comprometem-se tão
somente com o custo do serviço específico e divisível que as motiva, ou com a atividade
de polícia desenvolvida. 2. A base de cálculo proposta no art. 6º da Lei nº 9.670/83
atinente à taxa de polícia se desvincula do maior ou menor trabalho ou atividade que o
Poder Público se vê obrigado a desempenhar em decorrência da força econômica do
contribuinte. O que se leva em conta, pois, não é a efetiva atividade do Poder Público,
mas, simplesmente, um dado objetivo, meramente estimativo ou presuntivo de um ônus
à Administração Pública. 3. No tocante à base de cálculo questionada nos autos, é de se
notar que, no RE 88.327/SP, Rel. Min. Décio Miranda (DJ 28/9/79), o Tribunal Pleno já
havia assentado a ilegitimidade de taxas cobradas em razão do número de empregados.
Essa jurisprudência vem sendo mantida de forma mansa e pacífica. 4. Recurso
extraordinário não provido. (RE 554951, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma,
97
julgado em 15/10/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-227 DIVULG 18-11-2013 PUBLIC 19-
11-2013)
98
Natureza jurídica das taxas judiciárias: As custas, a taxa judiciária e os emolumentos
constituem espécie tributária, são taxas, segundo a jurisprudência iterativa do STF. (...)
Impossibilidade da destinação do produto da arrecadação, ou de parte deste, a
instituições privadas, entidades de classe e Caixa de Assistência dos Advogados. Permiti-
lo importaria ofensa ao princípio da igualdade. Precedentes do STF.
[ADI 1.145, rel. min. Carlos Velloso, j. 3-10-2002, P, DJ de 8-11-2002.]
15
Disponível em: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6316090
100
[RE 643.247, voto do rel. min. Marco Aurélio, j. 1º-8-2017, P, DJE de 19-12-2017, Tema
16.]
A despesa com porte de remessa e retorno não se enquadra no conceito de taxa judiciária,
uma vez que as custas dos serviços forenses se dividem em taxa judiciária e custas em
sentido estrito. Precedente: AI 309.883 ED, rel. min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ de
14-6-2002. O porte de remessa e retorno é típica despesa de um serviço postal, prestado
por empresa pública monopolística e, assim, remunerado mediante tarifas ou preço
público. Precedente: AI 351.360 QO, rel. min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ de
7-6-2002. O art. 511 do CPC dispensa o recolhimento dessa despesa processual por parte
do INSS, pois se trata de norma válida editada pela União, a quem compete dispor sobre
as receitas públicas oriundas da prestação do serviço público postal.
[RE 594.116, rel. min. Edson Fachin, j. 3-12-2015, P, DJE de 5-4-2016, Tema 135.]
101
demonstrado pela existência de órgão e estrutura competentes para o respectivo
exercício, tal como verificado na espécie quanto ao Município de Porto Velho/RO (...).
[RE 588.322, rel. min. Gilmar Mendes, j. 16-6-2010, P, DJE de 3-9-2010, Tema 217.]
(...) a Corte entende como específicos e divisíveis os serviços públicos de coleta, remoção
e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, desde que essas
atividades sejam completamente dissociadas de outros serviços públicos de limpeza
realizados em benefício da população em geral (uti universi) e de forma indivisível, tais
como os de conservação e limpeza de logradouros e bens públicos (praças, calçadas, vias,
ruas, bueiros). Decorre daí que as taxas cobradas em razão exclusivamente dos serviços
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes
de imóveis são constitucionais, ao passo que é inconstitucional a cobrança de valores
tidos como taxa em razão de serviços de conservação e limpeza de logradouros e bens
públicos.
[RE 576.321 QO-RG, voto do rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 4-12-2008, P, DJE de 13-2-
2009, Tema 146.]
Princípio da legalidade tributária e lei que delega a fixação do valor da taxa para ato
infralegal, desde que respeitados os parâmetros máximos: EMENTA Recurso
extraordinário. Repercussão geral. Tributário. Princípio da legalidade. Taxa cobrada em
razão do exercício do poder de polícia. Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Lei
nº 6.994/82. Aspecto quantitativo. Delegação a ato normativo infralegal da atribuição de
fixar o valor do tributo em proporção razoável com os custos da atuação estatal. Teto
prescrito em lei. Diálogo com o regulamento em termos de subordinação, de
desenvolvimento e de complementariedade. Constitucionalidade. 1. Na jurisprudência
atual da Corte, o princípio da reserva de lei não é absoluto. Caminha-se para uma
legalidade suficiente, sendo que sua maior ou menor abertura depende da natureza e da
estrutura do tributo a que se aplica. No tocante às taxas cobradas em razão do exercício
do poder de polícia, por força da ausência de exauriente e minuciosa definição legal dos
serviços compreendidos, admite-se o especial diálogo da lei com os regulamentos na
fixação do aspecto quantitativo da regra matriz de incidência. A lei autorizadora, em todo
caso, deve ser legitimamente justificada e o diálogo com o regulamento deve-se dar em
termos de subordinação, desenvolvimento e complementariedade.. 2. No RE nº
102
343.446/SC, alguns critérios foram firmados para aferir a constitucionalidade da norma
regulamentar.“a) a delegação pode ser retirada daquele que a recebeu, a qualquer
momento, por decisão do Congresso; b) o Congresso fixa standards ou padrões que
limitam a ação do delegado; c) razoabilidade da delegação”. 3. A razão autorizadora da
delegação dessa atribuição anexa à competência tributária está justamente na maior
capacidade de a Administração Pública, por estar estreitamente ligada à atividade estatal
direcionada a contribuinte, conhecer da realidade e dela extrair elementos para
complementar o aspecto quantitativo da taxa, visando encontrar, com maior grau de
proximidade (quando comparado com o legislador), a razoável equivalência do valor da
exação com os custos que ela pretende ressarcir. 4. A taxa devida pela anotação de
responsabilidade técnica, na forma do art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 6.994/82, insere-
se nesse contexto. Os elementos essenciais da exação podem ser encontrados nas leis de
regência (Lei nº 6.496/77 e Lei nº 6.994/82). Foi no tocante ao aspecto quantitativo que
se prescreveu o teto sob o qual o regulamento do CONFEA poderá transitar para se fixar
o valor da taxa, visando otimizar a justiça comutativa. 5. As diversas resoluções editadas
pelo CONFEA, sob a vigência da Lei nº 6.994/82, parecem estar condizentes com a
otimização da justiça comutativa. Em geral, esses atos normativos, utilizando-se da
tributação fixa, assentam um valor fixo de taxa relativa à ART para cada classe do valor
de contrato – valor empregado como um critério de incidência da exação, como elemento
sintomático do maior ou do menor exercício do poder de polícia, e não como base de
cálculo. 6. Não cabe ao CONFEA realizar a atualização monetária do teto de 5 MVR em
questão em patamares superiores aos permitidos em lei, ainda que se constate que os
custos a serem financiados pela taxa relativa à ART ultrapassam tal limite, sob pena de
ofensa ao art. 150, I, da CF/88. 7. Em suma, o art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 6.994/82
estabeleceu diálogo com o regulamento em termos de subordinação (ao prescrever o
teto legal da taxa referente à ART), de desenvolvimento (da justiça comutativa) e de
complementariedade (ao deixar um valoroso espaço para o regulamento complementar
o aspecto quantitativo da regra matriz da taxa cobrada em razão do exercício do poder
de polícia). O Poder Legislativo não está abdicando de sua competência de legislar sobre
a matéria tributária. A qualquer momento, pode o Parlamento deliberar de maneira
diversa, firmando novos critérios políticos ou outros paradigmas a serem observados pelo
regulamento. 8. Negado provimento ao recurso extraordinário.
(RE 838284, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 19/10/2016, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-215 DIVULG 21-09-2017 PUBLIC 22-09-2017)
103
Contribuição de melhoria
104
MAPA MENTAL
105
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107